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3. Impugnação de normas (artigo 72.º a 76.

º, CPTA)
Falamos de normas administrativas e de regulamentos, e não de leis ou
de outra natureza qualquer.
De acordo com artigo 135.º, CPA, consideram-se regulamentos
administrativos as normas jurídicas gerais e abstratas que, no exercício de
poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos.
Quando se diz que a norma é geral, é porque se aplica a um número
indeterminado de pessoas, e se é abstrata é porque se aplica a um número
indeterminado de casos, ou seja, há uma pretensão de sucessiva aplicação.
Artigo 72.º, CPTA – “A impugnação de normas no contencioso administrativo
tem por objeto a declaração da ilegalidade de normas emanadas ao abrigo de
disposições de Direito Administrativo, por vícios próprios ou derivados da
invalidade de atos praticados no respetivo procedimento de aprovação.”
Ao analisar o artigo sabemos, então, que a impugnação de normas tem em vista
a declaração sua a ilegalidade, sendo que podemos distinguir:
 Invalidade própria  vícios próprios que atingem o regulamento em
apreciação (nos termos do artigo 143.º, CPA);
 Invalidade derivada  vícios decorrentes da invalidade de atos
praticados nos respetivos procedimentos de aprovação (sejam vícios do
procedimento próprio de elaboração e aprovação de regulamentos –
artigos 97.º e 101.º, CPA -, sejam vícios do regime procedimental comum
de elaboração de atos e regulamentos – artigos 53.º a 95.º, CPA)
As normas são declaradas ilegais porque o escalão normativo que serve
de base para o juiz é o escalão da lei, ou seja, o tribunal administrativo não
pode declarar a ilegalidade de normas com fundamento na sua
inconstitucionalidade (o escalão normativo é a lei e não a constituição) – é o
TC que fiscaliza a constitucionalidade das normas.
A grande questão que se coloca na matéria de impugnação de normas é
a distinção entre regulamentos imediatamente operativos e regulamentos
mediatamente operativos:
 Imediatamente operativos  aqueles cujos efeitos se encrustam na
esfera jurídica dos destinatários sem necessidade de um ato
administrativo de aplicação;
 Mediatamente operativos  os efeitos só se projetam na esfera dos
destinatários mediante atos administrativos de aplicação.
Por via de regra, isto é uma relação em cadeia: a constituição é densificada
pela lei, a lei é densificada por regulamentos, sendo que estes, por norma, são
mediatamente operativos, necessitando de atos administrativos para serem
aplicados.
Há casos em q os regulamentos são imediatamente operativos, bastando a
mera existência do mesmo para que os efeitos se projetem imediatamente na
esfera jurídica dos respetivos destinatários.

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