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Fotos da Flower Essence Society (sentido horário a partir do alto à esquerda): campinas alpinas onde
nasce a Indian Paintbrush; aula da FES nas montanhas de Sierra Nevada; observando as flores selva-
gens da primavera nos sopés da Sierra; o selvagem South Yuba River perto de Nevada City; prática de
aconselhamento numa aula da FES nos jardins de Terra Flora; fazendo a essência de Pink Monkeyflower
perto de um riacho alpino.
tradução de
Melania Scoss e Merle Scoss
3.a edição
São Paulo - 2003
Kaminski, Patrícia
Repertório das essências florais: um guia abrangente das essências
florais norte-americanas e inglesas para o bem-estar emocional e
espiritual / Patrícia Kaminski e Richard Katz; tradução de Melania Scoss
e Merle Scoss. — Ed. rev. e ampl. — São Paulo: TRIOM, 1997.
97-5082 CDD-615.850216
Parte I
Visão Geral da Teoria e Prática das Essências Florais . . . 01
IX
Parte III
Qualidades e Perfis das Essências Florais . . . . . . . . . . . . . . 275
Índice das Essências Florais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
Qualidades e Perfis das Essências Florais. . . . . . . . . . . . . . . . . 279
Origem das Essências Florais do Repertório . . . . . . . . . . . . . . 367
XI
XII
Visão Geral
da Teoria e
Prática das
Essências Florais
Introdução:
O que são as Essências Florais?
As essências florais são extratos líquidos sutis, geralmente ingeridos por via oral,
usados para tratar profundas questões do bem-estar emocional, do desenvolvimento
da alma e da saúde do corpo-mente. Embora o uso de flores para a cura tenha muitos
precedentes desde a antigüidade, a aplicação precisa das essências florais em emo-
ções e atitudes específicas foi desenvolvida pela primeira vez por um médico inglês, o
Dr. Edward Bach, na década de 1930. Hoje, as essências florais estão ganhando
reconhecimento profissional no mundo todo por sua significativa contribuição para a
saúde holística e para os programas de bem-estar.
Em geral, as essências florais são preparadas a partir de uma infusão solar de flores
silvestres ou flores intatas de jardim em um recipiente com água, que é posteriormen-
te diluída, potencializada e conservada em conhaque. A preparação com qualidade
requer uma cuidadosa atenção à pureza do ambiente, à vibração e potência das flores,
às condições celestes e meteorológicas, e um estudo sensível das propriedades físicas
e energéticas da planta ao longo dos seus ciclos de crescimento.
Embora as essências florais se assemelhem a outros medicamentos apresentados
em frascos com conta-gotas, elas não agem devido à composição química do líquido
e sim por causa das energias vitais provenientes da planta e contidas na matriz à base
de água. Como os remédios homeopáticos, as essências florais têm uma natureza
vibracional. Elas são altamente diluídas, sob um ponto de vista físico, porém contêm
um poder sutil enquanto substâncias potencializadas, pois incorporam os padrões
energéticos específicos de cada flor. Seu impacto não é o resultado de alguma interação
bioquímica direta na fisiologia do corpo. Pelo contrário, as essências florais atuam
através dos vários campos de energia humanos, os quais por sua vez influenciam o
bem-estar mental, emocional e físico.
A ação das essências florais pode ser comparada aos efeitos que experimentamos
ao ouvir uma peça musical particularmente emocionante ou ao contemplar uma inspi-
rada obra de arte. As ondas luminosas ou sonoras que chegam aos nossos sentidos
podem evocar sentimentos profundos em nossa alma, os quais indiretamente afetam
nossa respiração, ritmo da pulsação e outros estados físicos. Esses padrões não nos
causam impacto pela intervenção física ou química direta em nosso corpo. Ao contrá-
rio, é o contorno e o arranjo da luz ou do som que despertam em nossa alma uma
experiência semelhante àquela que nasceu dentro da alma do criador da forma musi-
cal ou artística. Esse é o fenômeno da ressonância, tal como acontece quando uma
corda de guitarra soa ao ser entoada uma nota correspondente. De modo similar, a
estrutura e a forma específicas das forças vitais transmitidas por cada essência floral
fazem ressoar, e despertam, qualidades particulares na alma humana.
Outro exemplo que pode ser útil para entendermos a ressonância vibracional das
essências florais provém da holografia. Uma fotografia holográfica consiste em pa-
drões de interferência de ondas luminosas, e qualquer parte deles contém informa-
ções sobre o todo e pode ser usada para recriar a imagem tridimensional original.
Assim, podemos descrever a água que contém as flores como sendo a receptora de
uma espécie de impressão holográfica das qualidades essenciais da planta. Cada gota
dessa água contém a configuração completa do arquétipo da planta. Ao diluirmos a
essência floral, atenuamos a substância física da infusão de modo que ela deixa de ser
bioquimicamente significativa. Entretanto, toda a “mensagem” etérica da essência da
planta permanece nas poucas gotas, altamente diluídas, que introduzimos em nosso
corpo.
O trabalho com as essências florais requer que estendamos nosso pensamento
para além da premissa materialista de que “quanto mais, melhor”. As essências flo-
rais, como outros remédios vibracionais, ilustram o princípio de que “o pequeno é
belo”. Elas são parte de um campo emergente de terapias sutis, não invasoras e
estimulantes da vida, o qual promete dar uma importante contribuição aos cuidados
com a saúde nos anos vindouros.
Um
A Natureza da Saúde
em nossa vida ou os aspectos do nosso ser que temos ignorado. Os desafios com que
nos defrontamos podem evocar virtudes interiores e nos motivar a fazer as mudanças
necessárias. Em seu nível mais profundo, a doença pode ser uma experiência iniciática,
sentida não como uma simples perda, mas também como uma oportunidade para um
novo começo.
A saúde pressupõe liberdade interior. A responsabilidade é o processo que leva à
verdadeira liberdade, a capacidade de responder. Quando somos um simples recipi-
ente passivo da doença ou do tratamento médico, meramente reagindo ou nos sentin-
do influenciados, tornamo-nos um objeto a ser manipulado em vez de um participante
ativo no cuidado com nossa saúde. A verdadeira saúde requer uma ativa autopercepção
consciente, na qual cada um de nós assume a responsabilidade pelos desafios e pelas
lições da vida.
A resistência à doença
Foi um contemporâneo de Pasteur, outro cientista e médico francês chamado Claude
Bernard, quem discordou da idéia de que os microorganismos invasores eram a causa
da doença. Bernard enfatizava a importância do “ambiente interior” da pessoa e seu
grau de receptividade à doença, em vez de enfatizar o “germe”, que seria apenas o
mecanismo pelo qual a doença ocorria. Falava do “solo” onde o bem-estar humano
podia crescer. Ele sabia, como o saberia qualquer jardineiro, que sem um solo saudável
não conseguimos fazer crescer plantas robustas e resistentes a doenças, por mais que
combatamos as pragas invasoras.
Os insights de Bernard introduziram o conceito de resistência à doença, o qual
reconhece que microorganismos patogênicos estão disseminados por toda a popula-
ção, mas apenas certas pessoas em momentos específicos sucumbem de fato às doen-
ças “causadas” por esses germes. Essa compreensão é a base do cuidado verdadeira-
mente preventivo com a saúde; cuidado este que enfatiza que a dieta, os exercícios, o
controle do stress, o bem-estar emocional e os fatores ambientais são componentes
importantes de um estilo de vida vibrante e resistente à doença. Embora esses fatores
que promovem um estilo de vida saudável já tivessem sido articulados há muito tempo,
no século 5 a.C. pelo médico grego Hipócrates, eles estão cada vez mais sendo reco-
nhecidos como meios que permitem ao indivíduo assumir a responsabilidade e influ-
enciar seu estado de saúde.
É verdade que nem todas as doenças podem ser prevenidas e muitos fatores cau-
sadores de doença podem até estar além do controle individual. No entanto, podemos
influenciar a maneira como respondemos aos desafios que a vida nos apresenta. A
moderna compreensão do sistema imunológico, seu papel na prevenção da doença
e na recuperação, e sua íntima ligação com nossas emoções e hábitos diários, ensina-
nos que o modo como vivemos — nossos hábitos físicos, emocionais e mentais —
exerce uma influência profunda sobre a nossa capacidade de resistir às doenças e criar
mais saúde e bem-estar.
É nesse contexto de uma estimulação geral da saúde que podemos entender a
admirável contribuição das essências florais. Elas não são substitutas das drogas
miraculosas ou dos milagres altamente tecnológicos da medicina moderna. Pelo con-
trário, seu propósito é preparar a terra onde cresce a boa saúde, enriquecer o solo
profundo da nossa vida, para que os hábitos e as atitudes afirmadores da vida, que
nutrem o nosso bem-estar, possam criar raízes e florescer.
O Relacionamento Corpo-Mente
século 19. Ela enfatiza o tratamento da pessoa, e não o da doença, e seus praticantes
levam em consideração os fatores mentais e emocionais juntamente com os sintomas
físicos. Embora tenha sido amplamente rejeitada pela medicina convencional como
“não-científica”, alguns aspectos da filosofia homeopática penetraram a corrente do-
minante da medicina. Por exemplo, no final do século 19, o famoso médico canaden-
se Sir William Osler descreveu a importância que as emoções e atitudes de seus paci-
entes tinham na doença e na recuperação. Diz-se que foi Osler quem afirmou: “É
melhor conhecer o paciente que tem a doença do que a doença que o paciente tem.”
A ascensão da psiquiatria e o uso clínico do hipnotismo trouxeram o reconheci-
mento da extraordinária influência dos processos mentais inconscientes sobre o fun-
cionamento do corpo. Essa compreensão foi reforçada pela ocorrência da Primeira
Guerra Mundial, quando muitos soldados voltaram das trincheiras sofrendo de “neu-
rose de guerra” devido ao extremo stress dos combates. Foi nessa mesma época que
o Dr. Edward Bach desenvolveu seus insights quanto ao papel das emoções e atitudes
na doença, o que o conduziria ao seu sistema das essências florais nos anos 30.
A década de 30 desencadeou os terríveis traumas sociais da Grande Depressão e
os primórdios da Segunda Guerra Mundial. Com tais desafios diante da psique huma-
na, não causa surpresa que essa década também trouxesse uma maior investigação
das relações corpo-mente. O conceito de “medicina psicossomática” foi desenvolvido
nessa época pelo psiquiatra Dr. Franz Alexander e outros. Reconheceu-se que inúme-
ras doenças — tais como verrugas e outras afecções cutâneas, asma, úlceras estoma-
cais e colite — tinham causas emocionais ao invés de físicas, embora seus efeitos
fossem decididamente físicos. Foi também nos anos 30 que o Dr. Hans Seyle iniciou
seu trabalho pioneiro sobre o stress, um conceito que atualmente já se firmou na
cultura popular. Seyle mostrou que as reações de “fuga ou luta” do sistema nervoso
simpático, que são apropriadas para situações de emergência e perigo físico imediato,
podem tornar-se debilitantes quando repetidamente acionadas por atitudes emocio-
nais habituais ou por reações do stress crônico.
Após a Segunda Guerra Mundial, a pesquisa do corpo-mente começou a identifi-
car traços específicos de personalidade que têm correspondência com a suscetibilidade
a certas doenças. (Essa idéia tem raízes muito antigas; já no século 2, o ilustre médico
grego Galeno opinava que a pessoa melancólica era mais suscetível ao câncer.) Um
dos mais famosos estudos modernos a associar personalidade e doença foi conduzido
nos anos 50 pelos Drs. Meyer Friedman e Raymond Rosenman. Eles cunharam o
termo Comportamento Tipo A para designar a atitude impaciente e hostil que pare-
cia ligada a um maior risco de doença cardíaca, em comparação com o mais despre-
ocupado Comportamento Tipo B.
O Dr. Dean Ornish, que vem recebendo crescente reconhecimento por seu pro-
grama de reversão da doença cardíaca através de mudanças na dieta, estilo de vida e
psicologia do paciente, conduz uma das mais significativas pesquisas contemporâneas
sobre as condições cardíacas. Ele descobriu que por trás da tendência compulsiva de
muitos pacientes cardíacos está o esforço de criar um falso eu que seja capaz de
ganhar a aprovação e o amor dos outros, preenchendo assim o “vácuo” sentido no
fundo do coração. Para essas pessoas, Ornish prescreve uma “cirurgia do coração a
nível emocional” para ajudar a derrubar suas defesas. Sua pesquisa mostra que o enri-
quecimento da vida dos sentimentos, junto com mudanças relacionadas ao estilo de
vida, contribui para uma taxa muito maior de cura a longo prazo do que a cirurgia
convencional do coração.
Uma pesquisa recente da psicóloga Lydia Temoshok sugere aquilo que ela chama
de Personalidade Tipo C, caracterizada pela não-expressão da raiva, desesperança e
depressão, e que parece ter correspondência com uma maior suscetibilidade ao cân-
cer. Num marcante estudo controlado que durou dez anos, o Dr. David Spiegel, psi-
quiatra da Universidade de Stanford, descobriu que mulheres com câncer de mama
que recebiam psicoterapia de grupo viviam duas vezes mais do que mulheres com a
mesma condição e mesmo tratamento físico, porém sem receber a psicoterapia.
Uma pesquisa adicional em Stanford, com pacientes artríticos num programa de
auto-ajuda, mostrou a importância do desenvolvimento de um senso de auto-respon-
sabilidade e proficiência, descrito pelo psicólogo Albert Bandura como “auto-eficá-
cia”. Os pacientes desse programa que superaram os sentimentos de desamparo e
opressão experimentaram uma redução da dor e uma mobilidade crescente.
Embora muitos estudos ainda restem por ser feitos para que seja estabelecida a
relação precisa entre traços de personalidade e doenças específicas, as pesquisas em
curso demonstram claramente que as emoções e atitudes são os principais fatores que
contribuem para nossa capacidade de resistir à doença e criar a saúde.
O efeito placebo
Ironicamente, alguns dos argumentos mais convincentes para o papel das atitudes
e das crenças na saúde humana provêm de dados que costumam ser descartados nas
pesquisas. Quando se fazem estudos controlados, o grupo de controle recebe um
placebo, algo que parece um medicamento ou tratamento, mas é fisicamente inerte.
A idéia é a de que o tratamento ou o medicamento é eficaz se as pessoas que recebem
o tratamento “verdadeiro” obtêm resultados significativamente melhores do que aque-
las que recebem o placebo.
Contudo, muitas das pessoas que recebem o placebo se recuperam de fato, muitas
vezes em taxas bem maiores do que seria de esperar em quem não está recebendo
tratamento algum. Esse “efeito placebo” tornou-se bastante constatado nas pesquisas
e é explicado como o efeito da crença do paciente de estar recebendo algum tipo de
tratamento útil, crença esta reforçada pela atenção cuidadosa do médico ou pesquisa-
dor.
Os pesquisadores geralmente são pagos para medir o efeito físico do remédio ou
do procedimento nos pacientes que recebem “a coisa autêntica”. Porém, parece igual-
mente significativo estudar as respostas dos grupos placebo, que não recebem ne-
nhum tratamento médico, mas muitas vezes experimentam mudanças
demonstráveis baseadas simplesmente na crença de que estão recebendo trata-
mento.
O efeito placebo é uma evidência convincente de que as atitudes e crenças causam
impacto no corpo humano de maneiras tão observáveis e reais como as dos agentes
físicos ativos. Ao invés de descartar essa parte do método experimental, deveríamos
examiná-la com mais atenção. Essa demonstração da influência corpo-mente nos
desafia a desenvolver terapias que se dirijam diretamente às atitudes e às crenças. A
terapia floral é uma dessas modalidades.
A psiconeuroimunologia
Nos anos 80, a ciência médica começou a levar a sério a conexão corpo-mente, à
medida que as pesquisas começaram a mapear alguns dos mecanismos bioquímicos
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Como Bach explicou em sua marcante obra Heal Thyself (Cura-te a ti mesmo), a
doença é uma mensagem para mudarmos, uma oportunidade para tomarmos consci-
ência das nossas imperfeições e para aprendermos as lições da vida, de modo a
podermos cumprir melhor nosso verdadeiro destino.
Bach recebeu treinamento médico convencional em Londres e praticou durante
muitos anos como bacteriologista. Sua abordagem, contudo, era pouco convencional,
na medida em que ele baseava seu tratamento mais nas emoções e atitudes de seus
pacientes do que num diagnóstico puramente físico. Mais tarde, ele se voltou para a
medicina homeopática, pois apreciou essa abordagem da saúde da pessoa como um
todo e a aplicação de remédios que energizavam os poderes de cura do corpo. Na
realidade, uma série de nosódios intestinais desenvolvidos por Bach ainda são usados
pelos homeopatas hoje em dia.
Em 1930, o Dr. Bach deixou sua clínica homeopática em Londres e se transferiu
para a zona rural a fim de desenvolver um novo sistema de remédios naturais, feitos
com flores silvestres. Através de sua sensível observação tanto da Natureza como do
sofrimento humano, ele foi capaz de correlacionar cada remédio floral com um espe-
cífico estado mental humano.
Antes de sua morte em 1936, aos 50 anos, Bach desenvolveu uma série de essên-
cias florais que demonstravam um admirável insight na natureza humana. Numa épo-
ca em que o mundo estava preocupado com o sofrimento físico, a convulsão política,
a devastação econômica e a ascensão do nazismo e do fascismo, Bach percebeu a
escuridão interior da alma humana. Reconheceu a importância de emoções destrutivas
tais como a depressão, o ódio e o medo. Junto com outros pioneiros da medicina
psicossomática, ele percebeu o tributo devastador que as emoções e atitudes desequi-
libradas cobram do corpo humano. Bach foi mais longe, contudo, no sentido de saber
que a verdadeira saúde está baseada na conexão de nossa vida e destino com um
propósito maior. Além disso, ele compreendeu que poderíamos encontrar na própria
Natureza as substâncias capazes de trazer profunda mudança à alma e ao corpo hu-
manos.
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diluição. Esses remédios produzem então um efeito nos campos energéticos humanos
através da Lei dos Semelhantes. Esse princípio sustenta que uma substância causado-
ra de um conjunto específico de sintomas quando ministrada em grandes doses, irá,
em doses homeopáticas, estimular o corpo a curar esse mesmo conjunto de sintomas.
Assim, a homeopatia age como um catalisador, reunificando as forças vitais do ser
humano para que elas se envolvam no processo de cura.
A acupuntura é uma antiga ciência médica oriental na qual minúsculas agulhas são
inseridas ao longo dos meridianos, que são os caminhos da energia vital humana.
Usados para tudo, desde o alívio da dor até a cura de doenças crônicas, os tratamen-
tos com acupuntura agem sobre os sistemas fisiológicos ao regular e tonificar o corpo
energético humano.
A homeopatia é uma profissão amplamente praticada e altamente respeitada na
Europa, Índia, América do Sul e Austrália. Após um século de repressão, ela está
passando por um renascimento na América do Norte. A acupuntura, praticada há
milhares de anos na China e no Japão, tornou-se cada vez mais difundida no Ociden-
te nas últimas décadas. Essas duas modalidades de tratamento de saúde podem com-
provar milhares de casos em que clientes obtiveram uma cura para a qual a ciência
médica convencional não tem explicação. Receitar doses infinitesimais de substâncias
ou inserir agulhas em meridianos de energia não faz sentido se o ser humano for
apenas um mecanismo bioquímico. O sucesso dessas terapias etéricas é uma podero-
sa evidência de que o ser humano é mais do que uma máquina e de que os campos
energéticos humanos são reais.
O sistema dos campos energéticos humanos
Reconhecer a existência do corpo etérico como um campo de energia vital é o
primeiro passo para se alcançar uma compreensão da anatomia sutil humana, ou
seja, a estrutura e funcionamento dos “corpos superiores” ou campos de energia que
se estendem além da dimensão física. Embora haja muitos sistemas de anatomia sutil,
neste Repertório referimo-nos a uma fundamental divisão quádrupla do ser humano,
que tem origem em várias tradições da sabedoria e da cura metafísicas, e que é resu-
mida sucintamente nos escritos do moderno cientista espiritual, Dr. Rudolf Steiner.
Essa classificação quádrupla refere-se a: 1) o corpo físico — a estrutura bioquímica
e mecânica do corpo; 2) o corpo etérico — o envoltório vital que circunda imediata-
mente o corpo físico e que está intimamente conectado com as forças vitais da Natu-
reza; 3) o corpo astral — a sede da alma e o repositório dos desejos, emoções e
sentimentos humanos, especialmente correlacionado com o mundo dos astros e ou-
tras influências cósmicas; e 4) o Self ou Eu Espiritual — a essência ou identidade
espiritual verdadeira de cada ser humano. Esses quatro corpos também podem ser
vistos como se estivessem contidos em duas polaridades fundamentais do ser huma-
no: o pólo da vida (o físico-etérico) e o pólo da consciência (o anímico-espiritual). Já
analisamos os corpos físico e etérico; passamos agora ao pólo da consciência do ser
humano.
O corpo astral
A consciência nasce no corpo astral, criando um espaço interior no qual o mundo
exterior pode ser vivenciado. Se compararmos a qualidade bidimensional e espalhada
da folha de uma planta com o fechado espaço interior de um órgão humano ou
animal, teremos uma imagem da diferença que existe entre os corpos etérico e astral.
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A presença do corpo astral nos animais é evidenciada pelos seus movimentos e sons
característicos, que são as expressões exteriorizadas de suas experiências interiores.
Nos seres humanos, o corpo astral é a morada da alma e dos nossos sentimentos,
desejos e sensibilidade aos outros e ao ambiente. Ele contém tanto a nossa experiên-
cia do mundo que nos rodeia quanto do nosso mundo interior. O corpo astral é, sem
dúvida, um lugar de polaridades, onde somos lacerados entre o gostar e não gostar,
atração e repulsão, extroversão e introversão. Embora seja o corpo etérico que conce-
de vitalidade, é o corpo astral que dá cor e profundidade à nossa vida.
Embora, em seu crescimento e desenvolvimento, a planta seja basicamente uma
expressão das forças etéricas, percebemos a influência de qualidades astrais no apare-
cimento da flor, com suas cores, formas e fragrâncias ímpares. O formato de taça de
muitas flores sugere um espaço interior, embora de um modo mais parcial que os
órgãos humanos e animais. Podemos, por esse motivo, compreender porque as es-
sências florais são preparadas especificamente da parte florida da planta. Quando a
planta verde brota em floração, uma forma puríssima e extraordinária de astralidade
toca brevemente sua dimensão etérica. Os remédios que são preparados nesse mo-
mento do florescimento são singularmente capazes de tratar as experiências emocio-
nais do corpo astral humano, harmonizando-as com o corpo etérico.
Um dos antigos ensinamentos sobre o corpo astral é o de que ele contém sete
importantes centros de energia, ou “chakras”. Há muita literatura disponível sobre o
sistema dos chakras, sua relação com as emoções e suas correspondências com o
sistema endócrino dos corpos físico e etérico. As essências florais produzem clara-
mente um forte efeito sobre os chakras humanos. Entretanto, achamos que uma
compreensão do sistema dos chakras e sua relação com as essências florais deveria
basear-se na evidência empírica bem como na filosofia metafísica. Neste Repertório,
somente algumas das principais relações com os chakras são mencionadas naquelas
essências em que tais relações são particularmente significativas. É nossa intenção
providenciar um exame mais completo do relacionamento entre as essências florais e
os chakras, em futuros seminários e publicações, à medida que se desenvolverem
nossas pesquisas.
O Eu Espiritual
O aspecto supremo do ser humano no sistema quádruplo é o ego espiritual ou
Self, também conhecido como a presença do Eu ou a centelha de divindade que
habita no indivíduo. É essa percepção consciente interior do ego espiritual, essa pos-
sibilidade de individuação, que leva o ser humano à liberdade de dar forma ao seu
destino e desenvolver as forças morais da consciência assim como a consciência de
si. Esse Eu, ou presença auto-reflexiva, distingue os seres humanos dos três outros
reinos da Natureza — os animais, as plantas e os minerais.
O Eu Espiritual é aquele aspecto divino do nosso ser que age através da matriz do
corpo e da alma, buscando a encarnação na matéria a fim de evoluir. Ele representa
uma identidade individual que não pode ser plenamente definida por fatores
demográficos ou hereditários, mas que se manifesta em nosso caráter e destino pes-
soal. Assim como é única a estrutura cristalina de cada floco de neve que cai do céu
sobre a Terra, também a diamantina divindade que pertence a cada alma humana é
uma expressão sublime de espiritualidade individual.
É também o Eu Espiritual que proporciona um foco central para a integração dos
diversos elementos do nosso ser. O egotismo ou o egoísmo ocorrem quando nos
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A alma humana
Embora as essências florais sejam capazes de tocar todos os aspectos da experiên-
cia humana, elas o fazem por meio da alma humana. Mas, o quê exatamente se
entende por alma? Essa é uma questão que tem preocupado os pensadores ao longo
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dos séculos, e assim é pouco provável que possamos oferecer aqui uma descrição
definitiva. Como disse o filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson, “A filosofia
de seis mil anos não inspecionou as câmaras e depósitos da alma.” De todo modo,
esperamos nesta rápida visão geral compartilhar uma percepção do que é a vida
anímica e como as essências florais enriquecem a alma.
Nas discussões teológicas dos filósofos, bem como em muitos ensinamentos religi-
osos e metafísicos contemporâneos, a “alma” é o aspecto imortal do ser humano,
destinada à condenação eterna ou à redenção, ou a encarnar uma vida após a outra.
Nas palavras do poeta inglês William Wordsworth, “A alma que conosco se ergue,
nossa Estrela da Vida / teve alhures seu ocaso / e de muito longe vem.” A partir dessa
perspectiva, a alma é uma entidade espiritual.
Do ponto de vista da moderna ciência materialista, aquilo a que chamamos alma é
uma entidade totalmente física, nada além de um subproduto das reações químicas no
cérebro. Podemos seguir a pista desse conceito até o filósofo francês do século 17,
René Descartes, que localizou a alma na glândula pineal.
Já a visão clássica era a de que a alma não seria nem puro espírito nem puro
corpo, mas sim uma qualidade viva do corpo. O filósofo grego Aristóteles definia a
alma como “a realidade inicial de um corpo natural imbuído com a capacidade para a
vida”. O romano Plotino declarou: “É a alma que empresta movimento a todas as
coisas”, fazendo eco ao que Cícero dissera vários séculos antes, “Pois tudo que é
posto em movimento por forças externas é sem vida, mas tudo aquilo que possui vida
é movido por um impulso interior e inerente. E esse impulso é a própria essência e
poder da alma.” A religiosa medieval Hildegard de Bingen descrevia a alma como “um
sopro do espírito vivo que, com sublime sensibilidade, permeia todo o corpo para dar-
lhe vida.”
A partir dessas descrições temos a impressão de que a alma é aquilo que move, ou
anima, um corpo vivo. Com efeito, anima e animus são as palavras latinas que
designam os aspectos feminino e masculino da alma. Enquanto humanos, comparti-
lhamos essa qualidade animada da alma com aquelas criaturas que são nossas compa-
nheiras na Terra, os animais, dos quais cada espécie expressa uma qualidade anímica
única em seus sons e movimentos.
A alma é aquilo que nos move; é paixão, desejo, luta por algo que está além do
nosso alcance. A alma é também as profundezas da experiência. É a incursão na dor,
na vulnerabilidade, na mortalidade, na entrega. Como a flor na planta, a alma huma-
na expressa a riqueza da experiência; ela dá cor, textura e sentimento. É um cálice
para receber a vida, um espaço interior no qual vivenciar o mundo exterior. A alma
vive através do contato com a pulsação da vida. Experimentamos tal alma na soul
music ou na poesia que eleva a alma.
A alma está assim fortemente conectada ao corpo astral, morada das nossas emo-
ções, do nosso gostar e não gostar, das nossas experiências. Contudo, seria uma
simplificação exagerada dizer que a alma é o corpo astral, pois ela também busca um
relacionamento com o mundo físico, com a Natureza e com a sociedade humana.
Como pode a alma nascer do mundo espiritual e, ainda assim, expressar-se através
do corpo físico? Qual o mistério contido nesse paradoxo? Onde exatamente podemos
achar a alma? O poeta alemão Novalis disse, “A sede da alma é ali onde o mundo
interior e o mundo exterior se encontram. Onde eles se sobrepõem; a alma está em
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cada um dos pontos da sobreposição.” A palavra grega psyche significa tanto “alma”
como “borboleta”. Essa imagem sugere que a alma é capaz de transmutação, ou
metamorfose, desde a lagarta presa à terra, passando pela crisálida encasulada, até
chegar finalmente às asas celestiais libertas. A alma é assim um intermediário entre o
interior e o exterior; entre o corpo (encarnação na matéria) e o espírito (expansão
ilimitada do Eu); entre a vida e a consciência.
Essa natureza dinâmica e fluida da alma é essencial. Se confundimos alma e espí-
rito, como fizeram muitos teólogos do passado, então a alma torna-se uma abstração
desincorporada, separada da pulsação da vida. Se reduzimos a alma a um mecanismo
físico, como faz a ciência materialista moderna, então negamos seus atributos trans-
cendentes e misteriosos e promovemos a macabra visão de um mundo sem cor habi-
tado apenas por criaturas mecânicas.
Há muitas descrições e perspectivas relacionadas à alma. Tal como na famosa
parábola indiana dos cegos e do elefante, cada percepção é um vislumbre de uma
totalidade maior que está além da nossa visão. No entanto, com cada novo ponto de
vista, chegamos mais perto da verdade. Agora que a “alma” escapou da obscuridade
das dissertações teológicas e cruzou as fronteiras dos idiomas étnicos para ocupar seu
lugar nos grandes êxitos de livraria, temos a oportunidade de nos unir à cultura como
um todo para pesquisar o significado da alma. Podemos hoje falar das essências flo-
rais como uma terapia da alma, com uma certa expectativa de que estaremos fazendo
vibrar um acorde já conhecido.
Psicologia, psicoterapia e cura da alma
Psicologia, em suas raízes etimológicas, é o “conhecimento da alma” (o logos da
psique). Isso pode ser difícil de reconhecer numa cultura em que alguns psicólogos
fazem pesquisas em ratos para entender o comportamento humano ou usam a inse-
gurança sexual e outras emoções para vender bens de consumo ou manipular a opi-
nião pública. Essas práticas ilustram uma abordagem que trata a alma como um mero
mecanismo que pode ser previsivelmente programado. Na medida em que as pessoas
agem de modo mecânico e impensado, tais métodos behavioristas tornam-se pressu-
posições que acabam por se realizar.
Algumas escolas de psicologia e psiquiatria têm se voltado cada vez mais para a
psicofarmacologia, envolvendo o uso de tranqüilizantes, antidepressivos ou drogas
psicotrópicas para tratar as lutas da alma. Embora seja verdade que a manipulação
química do cérebro pode alterar dramaticamente o comportamento e a experiência, a
alma é mais do que a química do cérebro.
Apesar de várias tentativas para reduzir a psicologia a uma programação mecanicista,
a psicoterapia (“tratamento da alma”) está basicamente interessada na estimulação da
autopercepção consciente e na qualidade da vida da alma. No desenvolvimento inicial
da psicoterapia, foi a psicanálise de Sigmund Freud que reconheceu que a psique
tinha dimensões ocultas ou inconscientes, as quais, contudo, exerciam poderosas
influências sobre nossos pensamentos, sentimentos e ações. No entanto, a psicologia
e a psicoterapia não ganharam sua merecida fama até que os traumas sociais da
primeira metade do século 20 — as duas Guerras Mundiais, a Depressão, o Holocausto
— deram um forte impulso para que fossem acesas as luzes da compreensão nos
escuros recessos da psique humana. À medida que amadurecia a geração nascida
após a Segunda Guerra Mundial, a psicoterapia foi se tornando parte integrante da
nossa vida cultural.
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anímicas do ser vivo Terra. Tal terapia nos concede a oportunidade não apenas de
sermos “curados” num sentido pessoal, mas de podermos realmente vivenciar e apren-
der com a Natureza, unir a percepção consciente microcósmica e macrocósmica.
Compreendendo a partir dessa perspectiva, podemos apreciar o valor mais profun-
do dos dois remédios policrestos (multiuso) do sistema de Bach. As essências Wild Oat
e Holly sintetizam a combinação do interno e do externo na terapia floral. O Dr. Bach
pretendia que eles fossem amplamente usados, para ajudar a orientar a alma do modo
mais básico ao longo de sua jornada de cura. Wild Oat dirige-se à nossa capacidade de
encontrar significado no mundo e desenvolver compromisso e foco interiores, que irão
fortalecer e direcionar a alma na descoberta de sua vocação ou chamado para servir os
outros e contribuir na cultura mundial. Por outro lado, Holly dirige-se àqueles senti-
mentos mais íntimos da alma que nos separam dos outros, tais como a hostilidade, o
ciúme e a inveja. Com efeito, o próprio nome dessa planta admirável remete à idéia de
inteireza ou santidade; (1) Holly conduz a alma para um sentimento de unidade, inclu-
são e confiança nos relacionamentos com os outros.
À medida que consideramos cada uma das essências listadas no Repertório, vemos
que elas sempre se dirigem para o perfeito equilíbrio da alma: buscar a força e o
significado interiores, mas também construir uma sensibilidade compassiva pelos ou-
tros; ampliar a consciência, mas também focá-la na atividade prática e enraizada; estar
consciente dos mundos mais elevados e mais sutis, mas também estar presente no
mundo físico e no corpo físico. Embora ainda seja um esforço pioneiro, a terapia floral
tem o potencial de trazer uma contribuição real e significativa ao nosso entendimento
da cura da alma. Ela promove um relacionamento verdadeiramente dinâmico entre o
interior e o exterior, o pessoal e o social, o mundo humano e o mundo natural, a
percepção consciente pessoal e a consciência transcendente.
A dividida tradição alquímica
O processo de relacionar a alma individual com a alma mundial e a alma da Natu-
reza tem antigas raízes na tradição alquímica. Embora a cultura contemporânea a
considere uma mera precursora primitiva da química moderna e Jung acredite que ela
tem um caráter estritamente psíquico ou simbólico, a alquimia é na verdade um siste-
ma profundo de atividade filosófica e científica que reconhece a interconexão entre
Humanidade, Natureza e Cosmos. O grande mestre egípcio Thot (conhecido pelos
gregos como Hermes Trismegisto) é visto como o fundador da tradição alquímica e
considerado o criador do axioma, “Assim na Terra como no Cosmos”.
A sabedoria alquímica afirmava que a ordem do Universo se expressa no mundo
da Natureza e também no ser humano, que pode ser considerado um microcosmo do
cosmos maior. Um dos mais notáveis representantes desse ensinamento foi Paracelso,
alquimista suíço da Idade Média. Paracelso retratou a Natureza como se ela fosse um
livro narrado numa escrita cósmica, cujas formas e processos revelavam o funciona-
mento de leis mais elevadas. Sua Doutrina das Assinaturas descrevia como as corres-
pondências entre as formas vegetais e as humanas indicavam a ação curativa específi-
ca dos remédios à base de plantas. Isso se fundamentava na compreensão de que as
estruturas e processos físicos das plantas expressam os mesmos princípios universais
que se manifestam nas formas e processos do ser humano. Paracelso relacionou as
1 Wholeness (inteireza, totalidade) e holiness (santidade), palavras com a mesma raiz semântica, numa
alusão fonética a holly (azevinho) (N.T.)
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influências dos planetas e estrelas sobre as plantas e os metais, uma compreensão que
também podemos encontrar nos compêndios de grandes herboristas como Hildegard
de Bingen, Gerard e Culpeper.
De acordo com Paracelso, o trabalho do alquimista era extrair as substâncias da
Natureza e torná-las mais refinadas e sutis, aumentando assim seus poderes de trans-
formar o ser humano. Ele escreveu, “A quinta essentia consiste naquilo que é extra-
ído de uma substância — de todas as plantas e de tudo que tenha vida... a inerência de
uma coisa, sua natureza, poder, virtude e eficácia curativa.” Desse modo, para Paracelso,
um remédio curador era a refinada quintessência de uma substância natural.
A escola esotérica rosa-cruz foi uma parte importante da tradição alquímica, devo-
tada à percepção do mundo natural como uma rica biblioteca de arquétipos espirituais
e processos transformativos. Suas práticas espirituais não se destinavam a deixar para
trás o corpo físico, nem abandonar o corpo maior da Natureza ou as necessidades da
comunidade humana na qual viviam. Pelo contrário, cada conquista ao longo do cami-
nho rosa-cruz exigia uma maior maestria nos mundos físico e social, e uma consciên-
cia cada vez mais profunda das leis espirituais que moldam esses mundos. Ativos
durante o final da Idade Média e no início da Renascença, os alquimistas rosa-cruzes
viviam de uma maneira prática no mundo, dando contribuições substantivas às profis-
sões médicas, acadêmicas e científicas de seu tempo.
Como sabemos, a ciência abandonou suas raízes metafísicas e desenvolveu um
paradigma mecanicista no qual a matéria deixou de ter qualquer conexão com o ser
ou com as forças etéricas da Natureza. A alquimia se transformou na química, que,
junto com a biologia reducionista, forma a base da atual ciência médica materialista.
Os ensinamentos alquímicos foram descartados como mera superstição primitiva ou
charlatanismo. Certamente muitos erros e distorções se infiltraram nos ensinamentos
alquímicos ao longo dos tempos, mas esses ensinamentos estão permeados por uma
sabedoria muito profunda que uma época materialista não consegue compreender.
Assim, a tradição da alquimia, baseada no relacionamento entre o mundo exterior
das substâncias da Natureza e o mundo interior da alma humana, tornou-se dividida
em nosso tempo. Por um lado, temos um estudo sem alma de um mundo mecânico;
por outro, temos um desincorporado sistema de símbolos que existe apenas no mun-
do interior da psique. A psicologia contemporânea reflete essa cisão alquímica. Os
psiquiatras que seguem o modelo médico utilizam substâncias e processos físicos, mas
não cuidam da vida interior da alma humana. Os psicólogos da tradição junguiana são
mestres na vida interior da alma, mas (com poucas e notáveis exceções, como o Dr.
Edward Whitmont) geralmente carecem de um relacionamento com a alma da Nature-
za e não trabalham com um conhecimento preciso das substâncias reais da Natureza.
A terapia floral como uma nova alquimia da alma
Como a terapia floral se dirige ao relacionamento entre a alma humana e a alma
da Natureza, ela reúne as duas polaridades da tradição alquímica. É a mensageira de
uma nova alquimia da alma, que incorpora a antiga sabedoria com uma moderna
percepção consciente da psique humana e da Natureza.
A essência proveniente de uma planta em floração cria uma quinta essentia
alquímica, facilitando um diálogo anímico entre os arquétipos da Natureza e os arqué-
tipos no interior da alma humana. Isso não está baseado numa projeção sentimental
e romântica, nem na nostalgia por uma mítica idade de ouro. Ao contrário, é uma
22
O Papel Singular da
Terapia Floral nos Cuidados com a Saúde
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mos as nossas capacidades inatas. O melhor uso das essências é dentro de um contex-
to de desenvolvimento interior, através da auto-observação, do diálogo e do
aconselhamento. Por essa razão, elas não são utilizadas para tratar doenças específi-
cas. Mais exatamente, as essências florais nos ajudam a aprender as lições de toda
enfermidade, enfrentar os desafios apresentados à nossa alma pela dor e sofrimento
emocionais e físicos, e, dessa maneira, transformar nossa vida. Essa metamorfose
incentiva a saúde e pode eliminar diversos sintomas físicos dolorosos, porém o objeti-
vo supremo continua a ser a evolução da alma. Ao contrário das drogas analgésicas
ou supressoras de sintomas, que podem criar dependência a longo prazo quando
usadas para controlar condições crônicas, as essências florais estimulam mudanças
duradouras na consciência, que continuarão a fazer parte da nossa vida mesmo de-
pois que pararmos de tomar essas essências.
As essências florais não são remédios fitoterápicos convencionais
As essências florais têm muito em comum com os remédios fitoterápicos. Eles
compartilham a tradição de usar ingredientes puros diretamente da Natureza e a filo-
sofia de trabalhar junto com o processo de cura, em vez de reprimi-lo. Com efeito,
depois que o Dr. Bach deixou sua clínica homeopática e descobriu as essências florais,
ele se referia a si mesmo como herborista e caracterizava suas essências como remé-
dios à base de ervas.
No entanto, as essências florais são uma forma muito especializada de preparação
fitoterápica, que deveria ser distinguida dos remédios fitoterápicos convencionais. Os
produtos fitoterápicos são preparados a partir de diversas partes da planta, incluindo
raiz, caule, folhas, frutos, sementes, bem como flores; são preparados através de uma
variedade de métodos, incluindo infusão, decocção e tintura.
As essências florais diferem quanto ao método de preparação, pois geralmente são
preparadas por infusão, utilizando apenas as flores frescas da planta e no contexto de
uma matriz ambiental específica. Ao descrever a preparação da essência floral, o Dr.
Bach comentou: “Observemos que os quatro elementos estão envolvidos: a terra para
nutrir a planta; o ar do qual ela se alimenta; o sol ou fogo para permitir-lhe comunicar
seu poder; e a água... para ser enriquecida com sua benéfica cura magnética.” Acres-
centaríamos ainda a existência do quinto elemento alquímico, o elemento
quintessencial, que é o estado de consciência sensível do preparador da essência
floral. Desse modo, as essências florais são mais do que simples extratos fitoterápicos;
são quintessências alquímicas que levam em si os arquétipos vivos da planta inteira,
capturados no momento supremo do desabrochar das flores.
Os remédios fitoterápicos geralmente são selecionados com base nos sintomas
físicos e são usados devido a seus constituintes físicos de ocorrência natural. As essên-
cias florais, por outro lado, têm uma natureza vibracional e são selecionadas de acor-
do com seus efeitos sobre as qualidades da alma. Entretanto, nas tradições fitoterápicas
e xamânicas de muitas culturas existe o reconhecimento de que as plantas têm signi-
ficados mais profundos e estão associadas às forças e processos espirituais. Esse lega-
do de uma fitoterapia mais sutil pode ser visto como uma das fontes para a compreen-
são das qualidades das essências florais.
As propriedades fitoterápicas das plantas mantêm uma relação com seus usos
como essências florais, mas não são idênticas a estes. Muitas vezes, o efeito da essên-
cia floral sobre a alma é como uma “oitava superior” dos efeitos físicos da planta,
embora isso deva ser considerado no contexto de um estudo completo da planta,
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conforme o exame que se inicia à página 43. Por exemplo, o aneto Dill é usado como
erva culinária para estimular a digestão e neutralizar a flatulência causada pelo comer
excessivo ou demasiado rápido. Já a essência floral Dill dirige-se à “indigestão psíqui-
ca”, que ocorre quando a alma é sobrecarregada por impressões sensoriais excessivas
ou muito rápidas; Dill atua refinando e clarificando nossa experiência do mundo sen-
sorial. Muitos herboristas modernos usam as essências florais juntamente com os me-
dicamentos fitoterápicos tradicionais. Eles relatam, contudo, que as essências tratam
as questões da psique de modo muito mais direto e preciso do que os remédios
fitoterápicos convencionais.
As essências florais diferem das fragrâncias e óleos essenciais
As essências florais não devem ser confundidas com as fragrâncias nem com os
óleos essenciais puros usados na aromaterapia, embora o termo “essências florais”
seja algumas vezes equivocadamente aplicado a esses óleos. As essências florais não
têm qualquer aroma específico, exceto pelo conhaque que é usado como conservante
natural. Isso ocorre porque a substância física da flor contida na essência está alta-
mente atenuada, para que suas qualidades vibracionais possam ser acentuadas.
As fragrâncias geralmente são preparações sintéticas elaboradas em vista de seu
aroma e usadas em perfumaria. Os óleos essenciais puros são o produto, altamente
concentrado, da destilação natural dos óleos aromáticos de substâncias vegetais e
constituem, portanto, um tipo especializado de remédio fitoterápico. Os óleos essen-
ciais podem ter forte efeito sobre o corpo e a alma, mas seu caminho é através dos
sentidos e do corpo físico, em vez dos campos vibracionais usados pelas essências
florais. A aromaterapia e as essências florais funcionam bem em parceria, mas não
devem ser confundidas. Elas são terapias complementares — do corpo para a alma, e
da alma para o corpo.
Uma comparação entre as essências florais e a homeopatia
As essências florais também diferem dos remédios homeopáticos, embora essas
duas modalidades de cura tenham muito em comum em termos históricos, filosóficos
e práticos. Ambos os tipos de remédios têm uma natureza vibracional e, portanto, são
fisicamente diluídos. Cada um deles age como um catalisador do processo de cura da
pessoa, em vez de suprimir ou controlar os sintomas. Ambas as modalidades tratam a
pessoa e não a doença, e procuram aliar o remédio à situação específica do indivíduo.
O Dr. Bach trabalhou como médico homeopata antes de desenvolver suas essências
florais e hoje os homeopatas estão entre os que mais prontamente reconhecem a
eficácia da terapia floral.
Há, contudo, significativas diferenças entre as essências florais e os remédios ho-
meopáticos. Bach descreveu claramente o desenvolvimento das essências florais como
um rompimento com a homeopatia, afirmando que as essências não seguem a Lei
dos Semelhantes, a qual é a própria definição da medicina homeopática.
De acordo com o princípio dos semelhantes, os remédios homeopáticos são de-
senvolvidos por experimentos, em que grandes doses de uma substância são dadas a
um grupo de indivíduos saudáveis e os sintomas por eles desenvolvidos tornam-se as
indicações para a condição à qual se dirige o remédio. Se Bach tivesse usado o méto-
do homeopático, ele teria dado a um grupo-teste de pessoas grandes doses de Holly
e descoberto que elas se tornaram ciumentas, invejosas e cheias de ódio, ou então
descobriria que Clematis, em grandes doses, produzia um estado sonhador e desfocado
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no seu grupo-teste.
É um fato histórico que Bach jamais usou experimentos ao desenvolver seus remé-
dios florais, nem que experimentos homeopáticos tenham sido usados para testar
outras essências florais. Ao contrário, Bach descobriu que a essência floral Holly
produzia um sentimento de união e amor na alma perturbada pela inveja, ciúme ou
ódio, e que a essência Clematis intensificava a qualidade da presença em pessoas
sonhadoras e desincorporadas.
Se as essências florais não seguem a Lei dos Semelhantes da homeopatia, pode-
ríamos então dizer que elas são uma expressão da Lei dos Contrários, que é a base
da medicina alopática e supressora de sintomas? Bach aparentemente acreditava que
os remédios florais agiam através dos contrários no interior da alma, dizendo que eles
“inundam nossa natureza com a virtude particular de que necessitamos, e lavam de
nós a falha que está causando o dano.” Contudo, nossas próprias pesquisas ao longo
dos últimos 16 anos indicam que isso seria uma simplificação excessiva. Ao invés de
agir por semelhantes ou por contrários, a ação transformativa das essências florais é
uma expressão da integração das polaridades no interior da nossa psique, tal como
entendido pela alquimia e pela psicologia junguiana.
Por exemplo, a essência floral Mimulus dirige-se aos medos da vida cotidiana; ela
não cria o medo quando dada em grandes doses a um indivíduo saudável que não tem
esses medos, como seria de esperar se ela seguisse a Lei dos Semelhantes da
homeopatia. E Mimulus tampouco elimina o medo, como faria uma droga tranqüili-
zante que operasse pela Lei dos Contrários da alopatia. Uma pessoa que toma a
essência floral Mimulus pode tornar-se mais agudamente consciente da existência de
um estado de medo, talvez antes oculto de sua percepção consciente. Ao mesmo
tempo, Mimulus encoraja tal pessoa a enfrentar esses medos, despertando nela a
força anímica necessária para ir ao encontro de tais desafios. Portanto, podemos
dizer que Mimulus trabalha com a polaridade medo e coragem, habilitando a alma a
alcançar um nível mais elevado de integração. Ao invés de eliminar o medo, Mimulus
nos ajuda a ter a coragem de enfrentar o medo. Entendida deste modo, a terapia
floral aplica a lei alquímica da União dos Opostos, pela qual os pólos opostos são
integrados numa síntese mais elevada.
Além disso, as essências florais e os remédios homeopáticos são preparados de
maneira diferente. Enquanto os remédios homeopáticos têm sido feitos de quase
todas as substâncias e de qualquer parte da planta, as essências florais são feitas
exclusivamente com a flor. Por essa razão, as essências florais também devem ser
distinguidas dos diversos remédios vibracionais preparados com outras partes da plan-
ta ou com substâncias animais ou minerais, tais como as essências marinhas e os
elixires minerais. É a flor, especificamente, que se utiliza no preparo das essências
florais, pois é no processo de floração que as qualidades anímicas da Natureza juntam-
se à forma e substância da planta. Assim, a essência floral torna-se um veículo de
comunicação entre a alma da Natureza e a alma humana.
Mesmo quando os remédios homeopáticos são feitos de flores, sua preparação é
diferente daquela das essências florais. A substância-mãe homeopática consiste numa
tintura ou extração alcoólica da planta macerada, que é então diluída e dinamizada,
em geral inúmeras vezes, para produzir o remédio. As essências florais são prepara-
das através da infusão da flor inteira em água, processo no qual o preparador trabalha
em conjunto com as condições ambientais e meteorológicas circundantes de modo
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muito consciente. Por essa razão, dizemos que as essências florais são feitas no “labo-
ratório da Natureza”, no hábitat natural da flor silvestre ou num jardim onde as flores
podem florescer sob condições ideais.
As essências florais são usadas somente em primeira ou segunda diluições, e no
entanto atingem diretamente a mente e as emoções. Elas causam efeito na psique de
uma maneira suave, deixando, no geral, a consciência escolher livremente como res-
ponder à sua influência. Os remédios homeopáticos usualmente precisam ser eleva-
dos até uma potência muito mais alta para afetarem os estados mentais e emocionais.
Muitos terapeutas acreditam que tais potências atuam sobre a psique de uma maneira
mais persuasiva do que o fazem as essências florais. Desse modo, os remédios home-
opáticos de alta potência têm algumas similaridades com as drogas farmacêuticas,
devendo sempre ser usados com extrema cautela e por terapeutas muito habilidosos.
Os remédios homeopáticos de baixa potência, por outro lado, trabalham mais direta-
mente com o aspecto físico-etérico do ser humano e são, portanto, mais similares aos
remédios fitoterápicos. As essências florais combinam a segurança dos remédios ho-
meopáticos de baixa potência com a capacidade de estimular a consciência dos remé-
dios de potência mais alta. As essências florais criam um diálogo com a alma, em vez
de lhe ditar ordens.
Também no modo de uso as essências florais diferem dos remédios homeopáticos.
Um caso homeopático envolve extensa catalogação de sintomas, geralmente com
grande ênfase nas condições e hábitos físicos, que formam um quadro do corpo
etérico ou vital da pessoa. O terapeuta procura então encontrar a melhor combinação
entre a lista de sintomas apresentados pelo paciente e a lista de indicações dos remé-
dios.
Por outro lado, a terapia floral correlaciona um “arquétipo” ou “mensagem” de
uma planta com uma qualidade específica da alma ou psique humana. Embora os
sintomas físicos e outros sintomas ofereçam pistas quanto aos problemas interiores,
escolher uma essência floral é mais do que comparar uma lista de sintomas com uma
lista de indicações. Mais exatamente, a ênfase é dada na identificação dos problemas
e lições subjacentes, como meio de pintar um “retrato da alma” do indivíduo. Esse
retrato é então correlacionado com uma ou mais essências florais cujas configurações
vibracionais incorporam aquelas qualidades e processos.
Desse modo, fica claro que as essências florais não são remédios homeopáticos,
embora ambos pertençam à categoria mais ampla de remédios energéticos ou
vibracionais. Pode haver confusão neste ponto porque algumas marcas de essências
florais são rotuladas como drogas homeopáticas para fins de regulamentação ou im-
portação. Tal rotulagem é infeliz e incorreta, mas de modo algum invalida as diferen-
ças filosóficas e práticas entre essas duas modalidades de cura.
O trabalho com aparelhos vibracionais
A terapia floral também difere dos sistemas de testes vibracionais e das práticas
que empregam máquinas ou aparelhos para medir ou ajustar os campos energéticos
humanos de acordo com diversas escalas quantitativas. Essas modalidades são
freqüentemente empregadas para auxiliar na seleção de remédios homeopáticos,
nutricionais e fitoterápicos, bem como para “sintonizar” os sistemas fisiológicos atra-
vés da ação dos “equivalentes” vibracionais dos remédios. Até o ponto em que traba-
lham com uma mensuração quantitativa, tais aparelhos podem dar informações úteis,
particularmente quanto à força relativa ou ao grau de vitalidade dos sistemas fisiológi-
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cos e energéticos humanos, e como estes são afetados pelas várias substâncias. Con-
tudo, essas mensurações não são um substituto para o trabalho com as qualidades
das essências florais e as questões anímicas por elas tratadas. A terapia floral nos
envolve numa série de relacionamentos conscientes; ela ocasiona um diálogo interior
e uma reflexão sobre os sentimentos e as atitudes, uma conversa sensível com um
amigo ou terapeuta, e uma escuta receptiva da linguagem curadora da Natureza.
Além disso, o uso de aparelhos vibracionais ou eletrônicos como substitutos das essên-
cias florais verdadeiras cria um campo sutil sem uma âncora físico-etérica. O indivíduo
materialista ignora a alma da Natureza ao reduzir a substância à mera química e mecânica;
porém, existem sérios problemas com o impulso oposto, que utiliza mecanismos pura-
mente vibracionais que dissociam nossa alma das substâncias físicas da Natureza.
Assim, no melhor dos casos, os aparelhos vibracionais podem desempenhar um
papel suplementar na terapia floral. Todavia, não há o que substitua o desenvolvimen-
to de uma relação consciente com a alma humana e com a alma da Natureza, se é que
realmente desejamos participar dos dons que as essências nos oferecem.
As essências florais e a busca da cura
No início desta seção, definimos saúde como a capacidade de vivenciarmos a vida
de maneira completa, de nos tornarmos plenamente nós mesmos. Ao despertarem as
capacidades inatas da nossa alma, as essências florais estimulam a saúde em todos os
níveis: físico, emocional e espiritual. Elas não o fazem suprimindo sintomas nem alte-
rando nossa bioquímica, mas sim agindo como catalisadores que fortalecem nossa
jornada consciente de cura.
Essa jornada é uma busca de totalidade, de inteireza, baseada no reconhecimento
de que a doença é um sinal de alerta da nossa alma, pedindo para descobrirmos a nós
mesmos e sermos sensíveis para com os outros e o mundo à nossa volta. Acima de
tudo, ela requer que mudemos nossas atitudes interiores, nossas crenças e percep-
ções. É neste ponto que as essências florais podem oferecer sua contribuição ímpar,
não importa quais outras terapias estejamos usando.
É típico do ser humano temer e resistir à mudança, especialmente quando não está
consciente do propósito ou da necessidade dessa mudança. Ao despertar nossa per-
cepção consciente, mesmo que às vezes isso seja doloroso, as essências proporcio-
nam um estímulo adicional e nos ajudam a deixar para trás nossa negação e resistên-
cia. Nas palavras do poeta alemão Goethe, “A menos que estejas constantemente
morrendo e te transformando, nada mais és que um hóspede sombrio numa Terra
obscurecida.” Isso é verdadeiro para todos nós, mas a doença torna essa verdade mais
urgente.
Vemos assim que, embora as essências florais combinem com muitas outras moda-
lidades de cura e lhes dêem apoio, elas têm sua própria e singular mensagem para
compartilhar conosco. Como verdadeiras amigas, elas nos estimulam rumo à
autopercepção consciente e à mudança, mas basicamente deixam para nós mesmos a
escolha de aproveitar a oportunidade e prestar atenção ao chamado para a metamor-
fose da alma.
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Dois
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Mas não temos informações sobre as percepções de Bach a respeito das plantas
que utilizou em suas essências florais. Nora Weeks relata, na biografia The Medical
Discoveries of Edward Bach (As descobertas Médicas de Edward Bach), que ele viaja-
va extensamente por toda a zona rural procurando plantas para uso em remédios
florais ou fitoterápicos, e passava muito tempo observando a forma, os padrões de
crescimento e o hábitat dessas plantas. Mas, à parte o relato de Weeks sobre a extra-
ordinária sensibilidade dele às energias das plantas, o método exato usado por Bach
para pesquisar as plantas permanece envolto em mistério.
O próprio Bach é um pouco responsável por essa situação, já que deliberadamente
destruiu suas notas de pesquisa e muitos de seus escritos. Na introdução a The Twelve
Healers and Other Remedies (Os Doze Curadores e Outros Remédios), Bach escre-
veu: “Nenhuma ciência, nenhum conhecimento é necessário, além dos métodos sim-
ples aqui descritos; e quem obterá o maior benefício desta Dádiva enviada por Deus
serão aqueles que a mantiverem pura tal como ela é; livre de ciência, livre de teorias,
pois tudo na Natureza é simples.” Reagindo, evidentemente, contra os excessos de
uma ciência por demais materialista e reducionista, que pouco espaço dava à alma
humana ou à alma da Natureza, Bach privou as gerações futuras de seus insights
quanto aos processos dinâmicos que permitem que as energias das plantas participem
da metamorfose da consciência humana. Podemos também especular que sua atitude
talvez fosse devida à tradição do segredo, própria do conhecimento esotérico da Loja
Maçônica, da qual Bach era membro; ou talvez o próprio Bach não estivesse plena-
mente consciente de como alcançava sua compreensão intuitiva das plantas.
Julian Barnard, notável pesquisador e professor, que escreveu sobre a vida e a obra
do Dr. Bach, faz os seguintes comentários em seu livro Patterns of Life Force (Pa-
drões de Energia Vital):
“... Num certo momento, a pesquisa de Bach deu um salto e é difícil para
nós ver onde e como. Em 1928, ele está caminhando em uma das mar-
gem de um rio, ainda trabalhando como bacteriologista, mas já procu-
rando os equivalentes vegetais para suas vacinas, e então... ele surge na
outra margem, com uma ‘delicada vasilha de vidro’, dinamizando certas
flores que conterão um novo poder de cura.
“Bem, temos duas opções. Podemos decidir deixá-lo de lado e dizer que
ele teve insights e inspirações que estão além do nosso alcance, ou pode-
mos optar por construir uma ponte que nos conduzirá a uma compreen-
são mais profunda do como e do por quê de seu trabalho. Quem preferir
a primeira alternativa, terá nas mãos o seu sistema de cura e poderá
exultar com os frutos de seu trabalho. A explicação seria a de que ele foi
um homem extraordinariamente sensível, que vagueou e foi conduzido,
que encontrou seus remédios através do sofrimento e da aflição pessoal:
uma descoberta cega e dolorosa. Mas o trabalho de Bach, seus escritos e
seus remédios florais convidam-nos a uma outra visão, que, embora mais
exigente, é mais gratificante.”
É exatamente essa procura de uma ponte para a compreensão — descobrir como
a linguagem arquetípica das flores corresponde à linguagem da alma humana — que
levou à fundação da Flower Essence Society e à sua ênfase na pesquisa de plantas e
no estudo de casos da terapia floral.
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entre muitas pessoas que utilizam as essências florais, resultando numa rápida expan-
são de experiências intuitivas e psíquicas. Por exemplo, muitas qualidades de essênci-
as florais têm sido deduzidas a partir de impressões psíquicas e canalizações, mensa-
gens interiores e orientações espirituais, leituras de energias sutis, ou variados siste-
mas de teste vibracional tais como a cinesiologia (teste muscular) e a radiestesia (pên-
dulo). Muitas vezes essas experiências não estão de modo algum ancoradas na obser-
vação sistemática dos efeitos reais das essências sobre as pessoas ou num cuidadoso
estudo das plantas que dão origem às essências.
Confiar apenas nos sentimentos pessoais, na intuição ou numa efêmera experiên-
cia psíquica está no extremo da parte interior da polaridade que descrevemos na
seção acima, um local de total subjetividade. É uma posição desequilibrada, pois cor-
remos o risco de viver apenas na nossa própria realidade, sem relação com os outros
ou com o mundo no qual vivemos. A alma individual torna-se isolada do alma mundial
e da alma da Natureza.
Imaginemos, por exemplo, a situação difícil que seria gerada se cada praticante
tivesse uma definição totalmente diferente para cada essência floral ou remédio ho-
meopático. Nessas circunstâncias, criaríamos uma verdadeira “Torre de Babel”, onde
seria impossível o trabalho conjunto porque não conseguiríamos compartilhar um
linguagem comum ou uma mesma percepção da realidade.
Em seu cerne, a ciência é uma busca da verdade, a busca de uma realidade que
possa ser compartilhada coletivamente, pois ela reflete uma compreensão acurada da
Natureza e não uma projeção egoística da experiência pessoal. A ciência é um corre-
tivo para a confusão que pode resultar da subjetividade excessiva. Apesar do escopo
limitado sob o qual a ciência convencional é praticada, é o método científico que nos
oferece um meio de perceber acuradamente o mundo e definir seus princípios
subjacentes. Através da investigação científica, encontramos o mundo natural e os
outros seres humanos e nos ligamos a uma realidade maior. Portanto, apesar de tudo
aquilo que a ciência atual tem de alienante, precisamos desesperadamente do espírito
da ciência — a procura das normas da verdade no estudo da Natureza — nas nossas
pesquisas sobre as essências florais e em campos de investigação a elas relacionados.
Os desequilíbrios existentes no método científico
Embora precisemos da objetividade que a ciência oferece, enfrentamos problemas
bastante reais com o método científico atual.
A palavra “ciência” provém do latim scire, que significa “conhecer”, mas também
“discernir”, no sentido de separar ou seccionar. Essa capacidade da mente analítica de
dividir os fenômenos em suas partes componentes, bem como a de separar o obser-
vador do objeto observado, habilitou a humanidade a aprender muito sobre o mundo
natural. Como afirmou Aristóteles há muitos séculos, precisamos de alguma distância
para poder ver claramente as coisas. A humanidade precisava retroceder um passo
em relação à Natureza a fim de observá-la e meditar sobre seu significado. Além de
nos dar o conhecimento, nosso intelecto concedeu-nos um poderoso sentido de liber-
dade e individualidade que era impossível quando a realidade estava ainda oculta sob
dogmas sociais ou religiosos.
Contudo, esse mesmo desenvolvimento da objetividade distanciada — ou consci-
ência do observador — também nos alienou da Natureza, do mundo espiritual e, por
fim, de nós mesmos. A completa objetividade só pode ser alcançada ao reduzirmos o
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partes componentes, mas reconhece que cada parte é uma expressão de um todo
maior. Essa ciência também reconhece que, embora sejamos os observadores da vida,
somos também participantes ativos da vida e que a polaridade objetividade/subjetivi-
dade precisa encontrar uma nova síntese.
A ciência goethiana
A abordagem científica que postulamos tem suas fontes na vertente alquimia/rosa-
cruz, antes de sua cisão final entre o simbolismo psíquico da psicologia contemporâ-
nea e a substância sem alma da medicina química. A alquimia reconhecia a correspon-
dência entre o macrocosmo da Natureza e o microcosmo da experiência humana. Os
alquimistas rosa-cruzes compreendiam que o caminho do desenvolvimento espiritual
humano precisava unir-se com o mundo, para que fosse encontrado o funcionamento
das leis espirituais nas formas e processos da Natureza.
Esse caminho da ciência natural com alma seria mais tarde desenvolvido pelo po-
eta e cientista natural alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Durante
sua vida, Goethe testemunhou o rápido desenvolvimento do materialismo científico,
que logo levaria à Revolução Industrial. Mas, tal como os alquimistas rosa-cruzes, ele
acreditava que “... o perceptível aos sentidos corresponde inteiramente ao espiritual,
e não só é uma evidência dele, como na verdade é sua representação.” Enquanto
poeta, o destino de Goethe foi o de dar início a uma ciência que reconhecia a alma da
Natureza, mas permanecendo fiel à objetividade do método científico.
O temperamento artístico de Goethe permitiu-lhe ver a relação da parte com o
todo, perceber uma unidade subjacente dentro da diversidade dos fenômenos natu-
rais. Seus primeiros trabalhos científicos foram devotados à geologia. Ele se conven-
ceu de que, ocultas nos estratos geológicos das montanhas que estudava, estavam as
histórias profundas que a Natureza tinha para contar. Goethe escreveu em Wilhelm
Meister “... eu usava aquelas figuras e fendas como as letras de um alfabeto, eu tinha
de decifrá-las, transformá-las em palavras e aprender a lê-las...”
Todo o gênio científico de Goethe se revela em seus estudos da Natureza viva,
particularmente das plantas. Era um perspicaz observador da miríade de detalhes da
vida vegetal, não tanto com o objetivo de descrever e classificar, e sim com o de
descobrir os princípios unificadores. Comentando o clássico sistema botânico de Lineu
(Carl von Linné), Goethe escreveu “... sinto-me, portanto, justificado em concluir que
Linné e seus sucessores procederam como legisladores, menos preocupados com o
que era do que com o que deveria ser... mas sem dúvida decididos a resolver o difícil
problema de saber como tantos seres inerentemente independentes uns dos outros
puderam vir a existir, lado a lado, com algum grau de harmonia.”
Ao invés de apenas considerar suas partes, Goethe olhava para a totalidade da
planta, seu desenvolvimento ao longo do tempo e suas relações dinâmicas com as
outras formas e processos vegetais. Goethe concebia as múltiplas expressões da vida
vegetal como variações de um tema universal, ao qual chamou de Urpflanze (planta
arquetípica). Goethe via as plantas não como formas estáticas, mas como uma expres-
são dos processos dinâmicos de mudança contínua, existindo tanto no tempo quanto
no espaço. Ele foi capaz de perceber a fluidez das formas dos seres vivos como uma
expressão de padrões etéricos e leis cósmicas subjacentes. Referia-se a essas formas e
processos como os gestos das plantas ou animais. Essa concepção é similar à Doutrina
das Assinaturas de Paracelso, uma compreensão de que há uma correspondência en-
tre as formas físicas externas e as qualidades interiores que elas expressam.
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O trabalho pioneiro de Goethe oferece uma base para uma compreensão viva da
linguagem da Natureza. É uma ciência qualitativa da Natureza, que contrasta com a
abordagem estritamente quantitativa da predominante visão reducionista e mecanicista
da Natureza. Em vez de simplesmente mensurar os constituintes químicos de uma
planta, Goethe estudava como a forma da folha evoluía da planta jovem à madura,
surgia sob nova forma nas pétalas da flor e novamente nos estames e pistilos. Em vez
de ver o florescimento e a frutificação de uma planta como mero mecanismo de
propagação, Goethe os via como o apogeu de uma dança de expansão e contração,
expressa de uma nova maneira em cada estágio do crescimento da planta. A partir
desse entendimento, ele desenvolveu seu conhecido conceito da metamorfose das
plantas.
Na abordagem goethiana da ciência, a consciência humana torna-se na verdade
um instrumento de pesquisa. O próprio pensamento torna-se metamórfico, desenvol-
vendo a mesma mobilidade e flexibilidade dos fenômenos que encontra. Isso envolve
a recriação de uma imagem interior daquilo que percebemos no mundo exterior atra-
vés dos nossos sentidos. Essa capacidade é uma extensão da imaginação artística;
mas difere daquilo que geralmente entendemos por imaginação, na medida em que é
uma resposta precisa aos fenômenos reais da Natureza.
Através desse processo que Goethe chamou de “imaginação exata”, começamos a
experimentar não só os fenômenos da Natureza, mas também seu efeito sobre nosso
próprio ser à medida que os experimentamos interiormente. Desse modo podemos
perceber não só os objetos e eventos da Natureza, mas também as forças e qualidades
que os permeiam. Somos, assim, capazes de apreender os arquétipos que vivem na
Natureza não como abstrações intelectuais e sim como percepções diretas do nosso
pensamento vivo.
A observação está casada com o pensamento, permitindo que a percepção cresça
e se torne um conceito vivo. O método científico goethiano, desse modo, traz ao
processo de pesquisa uma reconciliação da dicotomia interior e exterior, participante
e observador, objetividade e subjetividade.
Na ciência goethiana, o observador se torna um participante consciente do pro-
cesso de pesquisa. Isso é diferente da “consciência do observador” convencional, em
que o pesquisador finge ser um espectador distanciado, sem conjeturas nem
envolvimentos. No método científico convencional, qualquer participação subjetiva no
projeto de pesquisa é vista como uma interferência a ser evitada. Já que está na
natureza da observação científica o fato de que o observador afeta aquilo que é obser-
vado (o “Princípio da Incerteza” de Heisenberg), essa participação não reconhecida se
torna inconsciente, freqüentemente levando a premissas e conjeturas ocultas. Por
outro lado, o cientista goethiano cultiva ativamente a clareza de sua própria consciên-
cia e assume a responsabilidade por ela enquanto instrumento científico.
Contudo, o método goethiano também é diferente da abordagem totalmente sub-
jetiva, na qual nosso mundo interior é ingenuamente projetado sobre o mundo exte-
rior, de um modo autocentrado que nega a diversidade daquilo que está fora de nós.
E tampouco é como a jornada psíquica ou induzida por drogas, que nos tira do corpo
físico e leva-nos a outras realidades, ou nos põe em contato astral com seres
desencarnados.
O método goethiano é um encontro com um mundo natural bastante tangível e
que tem suas próprias leis e verdades. Nossa compreensão desse mundo precisa base-
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ar-se naquilo que realmente existe nele, descobrindo a correspondência entre a expe-
riência interior e os fenômenos externos. É uma aptidão que exige tempo e paciência
até se desenvolver numa verdadeira técnica de pesquisa científica que possa discernir
entre a verdade e o erro.
A ciência espiritual
Os estudos científicos de Goethe tornaram-se uma pequena contracorrente subter-
rânea dentro da corrente dominante do pensamento científico. Ele ficou muito mais
conhecido por sua obra literária, em especial por sua obra-prima dramática, o Fausto.
Há cerca de cem anos, o filósofo e mentor espiritual austríaco Rudolf Steiner (1861-
1925) publicou os trabalhos científicos de Goethe, chamando para eles a atenção do
mundo moderno e expondo pela primeira vez a real significância da epistemologia
científica de Goethe. Steiner reconhecia em Goethe um rigoroso fenomenismo, no
qual o pensamento permanece fiel às percepções diretas da Natureza. Não é que
Goethe se esquivasse de pensar, mas sim que seu pensamento era moldado por sua
percepção. Desse modo, ele evitou o erro da ciência convencional, que aplica ao
mundo metamórfico dos seres vivos as leis mecanicistas apropriadas aos objetos ina-
nimados.
Steiner não era contrário à ciência natural moderna. Ele reconhecia que a humani-
dade, na tentativa de explicar o mundo natural, desenvolvera a importante faculdade
do pensamento independente. Em vez de descartar o método científico, ele queria
ampliá-lo, desenvolver uma ciência espiritual, à qual deu o nome de antroposofia,
que significa “sabedoria da humanidade”. Em sua série de palestras, The Boundaries
of Natural Science (As Fronteiras da Ciência Natural), Steiner disse, “Precisamos co-
meçar adquirindo a disciplina que a ciência moderna pode nos ensinar (...) e transcendê-
la, para que possamos usar a mesma abordagem rigorosa (...) e assim estender essa
metodologia também para a investigação de reinos inteiramente diferentes (...) Não
consegue alcançar o verdadeiro conhecimento do espírito quem não adquiriu disciplina
científica, quem não aprendeu nos laboratórios a investigar e pensar de acordo com o
moderno método científico.”
A ciência espiritual de Steiner está construída sobre a ciência goethiana, mas ado-
tou uma abordagem complementar. Enquanto Goethe começava com o objeto perce-
bido e se dirigia para o conceito, Steiner partia do pensamento puro e então desenvol-
via a percepção. A ciência goethiana é um estudo da Natureza, mas Steiner desejava
utilizar a disciplina científica na investigação da própria consciência.
Em seu livro The Philosophy of Freedom (A Filosofia da Liberdade), também co-
nhecido como The Philosophy of Spiritual Activity (A Filosofia da Atividade Espiritu-
al), Steiner sustentava que a faculdade do pensamento humano pode ser elevada a um
nível em que se torna atividade espiritual. Enquanto tal, ela tem mais afinidade com a
meditação consciente do que com uma experiência mística de fusão com o divino. Em
sua essência, essa atividade espiritual do pensamento é totalmente “livre dos sentidos”
e, contudo, pode ser experimentada diretamente e sua verdade validada. Steiner ofere-
cia a matemática pura como um exemplo de pensamento livre-dos-sentidos, devido à
sua rigorosa coerência lógica e sua capacidade de ser verificável. É através do desen-
volvimento do pensamento superior, afirmava Steiner, que temos a possibilidade de
conquistar a verdadeira liberdade, de crescer até a maturidade espiritual assumindo a
responsabilidade pela aptidão do nosso Eu Espiritual de apreender as verdades mais
elevadas.
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observar e experimentar muitas plantas, durante anos e anos, até sermos capazes de
realmente compreender o gesto arquetípico e a correspondente essência anímica de
uma determinada planta.
Conhecendo a planta: um estudo de campo do Yarrow/milefólio
Primeiramente travamos conhecimento com uma planta como um ser que tem sua
forma particular, suas cores e aromas específicos, e um relacionamento com seu hábitat.
Estamos interessados em compreender como cada parte dessa planta se relaciona
com o todo, e como ela é em comparação com as outras plantas. Ao longo do tempo,
observamos a relação que existe entre os ciclos da Natureza e a planta e seus padrões
de crescimento.
Para dar uma dimensão prática ao esboço da nossa pesquisa sobre as plantas,
oferecemos algumas indicações gerais para o estudo da Achillea millefolium, o milefólio
ou Yarrow, em inglês. A partir dessa conhecida erva silvestre é preparada uma das
mais proeminentes e eficazes essências florais incluídas neste Repertório.
Encontramos o milefólio florescendo em áreas abertas e ensolaradas, e particular-
mente magnífico no hábitat das campinas de montanhas. No início da primavera,
vemos apenas um tapete de folhas verde-escuras e cobertas de lanugem, bem junto ao
chão. Esfregando as folhas entre
os dedos, deparamo-nos com um
aroma forte e penetrante. Se es-
cavarmos um pouco, veremos as
raízes rizo-matosas espalhando-se
sob a terra. Quando a primavera
está mais adiantada, um forte cau-
le central ergue-se da matriz
enfolhada, alcançando uma altura
de 30 cm a um metro. Arranjadas
alternadamente ao longo do cau-
le, coberto de pêlos finos, surgem
mais folhas penugentas, de até 13
cm de comprimento.
No calor e na luz presentes por
volta da época do solstício de ve-
rão, o milefólio desabrocha suas
flores num brilhante dossel bran-
co sobre a folhagem verde, pare-
cendo reluzir com sua radiância
quase incandescente. Olhando
mais de perto, vemos que o caule
ramificou-se muitas vezes para for-
mar a umbela, a inflorescência em
forma de guarda-chuva. A copa da
umbela é um agrupamento extre-
mamente compacto de muitas flo- Yarrow Achillea millefolium
res (cada uma delas com cinco rai-
O milefólio se distingue por suas folhas penugentas, pelo
os brancos semelhantes a pétalas) caule forte e reto, e pela umbela de radiantes flores brancas
e de florinhas centrais com peque- compostas.
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nos pontos amarelos, onde as anteras vão primeiramente surgir nos estames. O admi-
rável é que à medida que o verão vai se transformando em outono, o milefólio perma-
nece em plena floração, só gradualmente secando conforme se aproxima o inverno,
porém ainda retendo sua forma característica.
O milefólio é encontrado em todas as zonas temperadas dos Hemisférios Norte e
Sul. É uma erva perene, com um robusto caule lenhoso e um forte sistema de raízes
espalhando-se vigorosamente a partir de estolhos subterrâneos. O nome “milefólio” e
o nome da espécie, millefolium, significam “mil folhas”, referindo-se às folhas
finamente divididas e altamente definidas. Ao contrário de muitas plantas que têm
largas folhas carnudas, ou daquelas plantas com folhas estreitas ou divididas somente
na sua parte superior, mesmo as folhas mais baixas do milefólio são cobertas por uma
lanugem. A planta toda é altamente aromática, enchendo o ar com um perfume muito
pungente, especialmente quando ao calor do sol.
Além do milefólio-branco, duas outras variedades foram incluídas neste Repertó-
rio. O Pink Yarrow/milefólio-cor-de-rosa é, em aparência, quase idêntico ao milefólio-
branco comum, exceto pelas flores que vão do rosa-escuro ao rosa-avermelhado. É
freqüentemente cultivado como variedade hortícola, mas muitos deles, em tons mais
claros de rosa, ocorrem naturalmente. O Golden Yarrow/milefólio-dourado é uma
planta maior e mais robusta, nativa da Ásia Menor. Suas flores amarelo-douradas
perdem os raios em forma de pétala, mantendo apenas os centros amarelos firme-
mente agrupados. Suas folhas são maiores, e mais semelhantes às da samambaia do
que penugentas.
As forças elementais e alquímicas presentes na planta
À medida que vamos refinando a nossa observação da planta, somos capazes de, a
partir da estrutura física, chegar a uma percepção de como as forças vitais agem atra-
vés da planta. Uma das maneiras mais básicas de ver a planta é através dos quatro
elementos: terra, água, ar e fogo; um sistema proeminente na tradição alquímica e
que pode ser rastreado até Aristóteles. Não devemos confundir esses quatro elemen-
tos com os cerca de 100 elementos químicos da tabela periódica da ciência moderna.
Os quatro elementos alquímicos representam processos e qualidades da Natureza,
não “blocos de construção” físicos. A terra representa a qualidade de solidez e vigor;
a água, a qualidade de liquidez e vida; o ar, a qualidade de expansão e receptividade à
luz; e o fogo é o princípio da radiância, do calor e da transformação. Na alma huma-
na, cada elemento expressa um dos quatro temperamentos humanos, tais como
eram conhecidos no pensamento clássico. A pessoa presa à terra é melancólica; a
pessoa da água, fleumática; a pessoa aérea, sanguínea; e a pessoa ígnea, colérica.
Cada planta contém em si a ação de todos os quatro processos elementais. No
entanto, podemos observar que alguns dos elementos são mais pronunciados que os
outros. No milefólio, vemos uma forte relação com o ar nas folhas penugentas e nas
flores, uma qualidade ígnea nos óleos aromáticos, uma qualidade aquática nas raízes
rizomatosas que se espalham rapidamente, e uma qualidade terrena na forte estrutura
do seu caule lenhoso. Em comparação com outras plantas, as forças elementais são
excepcionalmente bem equilibradas no milefólio, sendo talvez a qualidade aquática
um pouco menos desenvolvida.
As forças que agem através do mundo vegetal englobam mais coisas do que essas qua-
tro qualidades elementais. Cada um dos constituintes químicos ou nutritivos de uma planta
pode ser entendido como um processo vivo, e também como uma substância química.
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mos ver a relação do milefólio com as plantas de sua tribo. Ele tem folhas finamente
divididas como as da camomila e possui fortes óleos aromáticos como as artemísias
Mugwort e Sagebrush. O milefólio-dourado, em particular, assemelha-se fortemente
ao Tansy/aneto, com suas flores compactas, amarelas e somente de disco, e as folhas
largas e parecidas com as da samambaia.
Ao colher todas essas relações e formas vegetais a partir de nossos estudos botâ-
nicos, o que fizemos na verdade foi agrupar as várias letras do alfabeto das plantas e
começar a arranjá-las em palavras. O nosso próximo passo é descobrir as relações
dinâmicas entre essas palavras, de modo a poder construir frases significativas que
irão formar uma “linguagem das flores”.
A sintonia com a planta
Todas as observações e estudos que fazemos das plantas são importantes contri-
buições para a nossa compreensão das propriedades de uma planta, porém o todo é
ainda maior do que a soma de suas partes. À medida que começamos a vivenciar a
planta nos muitos e diferentes níveis que discutimos, desenvolve-se entre ela e nós
uma relação mais elevada, construída a partir da nossa compreensão sensorial e men-
tal; e gradualmente essa compreensão se refina, tornando-se uma percepção consci-
ente extra-sensorial e meditativa. Desse modo, podemos começar a perceber os
campos de energia sutil da planta, ouvir sua mensagem interior ou essência, e final-
mente vivenciar a planta ao nível profundo do seu ser. Tal caminho envolve mais do
que uma breve transmissão mística ou psíquica; é, em vez disso, uma relação ancora-
da e muito prática com a planta, que começa na dimensão física e só gradualmente se
torna metafísica.
Por ser esse processo de sintonia com a planta o resultado de uma longa e pacien-
te jornada de descobrimento, só nos é possível aqui, na verdade, oferecer algumas
indicações, em vez de uma descrição completa ou “receita”. Para ser precisa e exata,
a sintonia com a planta tem de ser construída sobre o alicerce da observação física,
junto com a contemplação e estudo atentos que já esboçamos acima. A seguir, vem o
estágio da imaginação, no qual é formada uma imagem interior daquilo que é obser-
vado, mas permitindo-se que essa imagem se metamorfoseie à medida que a planta se
desenvolve no tempo (p.ex., o movimento de semente a rebento, raiz, folha, botão,
flor e fruto) ou em suas relações com outras formas vegetais. O estágio seguinte é o da
inspiração, no qual há uma escuta interior das qualidades que se expressaram no
processo anterior. E por fim vem o estágio da verdadeira intuição, que é uma fusão
direta com a planta, no qual as qualidades dessa planta são experimentadas como
uma realidade interior.
Essa sintonia tem de ser repetida muitas e muitas vezes, até que a pessoa desenvol-
va a sensibilidade e clareza para compreender a mensagem da alma da planta. E tal
estudo deve tornar-se tão flexível e fluido como o próprio processo de crescimento da
planta. É somente através de uma atividade metamórfica interior desse tipo que po-
deremos compreender as relações dinâmicas entre forma e significado que estão
subjacentes aos fenômenos da vida.
Para ilustrar esse processo, vamos retomar o Yarrow/milefólio, no qual observa-
mos a qualidade sensível das folhas e flores finamente divididas, o caule e raízes forte-
mente estruturados, os óleos aromáticos e a umbela de radiantes flores compostas
brancas. Lembremos o seu forte princípio construtor da forma, seu caule robusto, a
bem estruturada copa da flor e a capacidade de conservar sua forma durante a luz e
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calor do verão. Também podemos pensar no uso do milefólio como talismã protetor
e erva para os ferimentos, bem como em outras qualidades que nosso estudo nos
levou a considerar. À medida que vamos recriando o milefólio em nossa imaginação,
talvez vejamos asas cobertas de lanugem flutuando sensivelmente no ar, com um forte
eixo central de apoio, enquanto um dossel de luz branca nos envolve com as qualida-
des da clareza, da força interior e da abertura.
Quando liberamos essa imagem e nos aquietamos internamente, talvez venhamos a
ouvir ou sentir a compaixão e a vulnerabilidade, equilibradas por sentimentos de força e
proteção. Conforme encontramos o milefólio interiormente, as polaridades sensibilida-
de/força vão buscando integrar-se dentro de nossa alma. Começa então a surgir dentro
de nossa mente uma imagem de como o milefólio poderia atuar na alma humana.
Essas impressões construídas através do estudo do milefólio têm sido desenvolvi-
das e refinadas ao longo dos anos, e checadas com os resultados empíricos fornecidos
pelas pessoas que tomaram a essência floral Yarrow. Dessa pesquisa, evoluiu um claro
perfil da essência Yarrow. (Uma descrição da pesquisa empírica é apresentada na
próxima seção.)
A essência floral Yarrow ajuda aqueles que se sentem “vulneráveis” (literalmente:
“capazes de ser feridos”) às influências dos outros e do ambiente. Ela “recostura” a
aura demasiado porosa — a aura é o envoltório de energia vital que cerca e protege o
corpo. A essência floral Yarrow promove o equilíbrio entre as qualidades venusianas
do corpo astral, que são demasiado sensíveis, e os bem ancorados vigor e estabilidade
marcianos das forças físicas e etéricas. Encoraja um saudável senso do Eu, conceden-
do o vigor, a integridade e a clareza de consciência que são típicos dos membros da
família das compostas.
A essência Yarrow é particularmente útil para terapeutas, curadores e aconselha-
dores cuja compreensão e compaixão naturais podem fazê-los “absorver” as tensões
e problemas de seus clientes. Essa essência também é largamente indicada para pes-
soas afligidas por variadas formas de sofrimento psíquico, hipersensibilidade, reações
alérgicas pronunciadas e persistentes distúrbios do sistema imunológico. Yarrow faci-
lita a integridade e o vigor próprios de uma saudável estrutura do ego, ao mesmo
tempo em que capacita a alma a conservar sua sensibilidade e receptividade inatas. É
uma essência extremamente importante para a nossa épo-
ca, devido ao ritmo veloz da abertura espiritual e psíquica
que ocorre ao mesmo tempo em que as forças
ambientais e sociais ameaçam sobrecarregar,
endurecer ou aniquilar as capacidades sensí-
veis da alma humana.
Uma questão que surge com freqüên-
cia é se a assinatura de uma planta ex-
pressa o “problema” ao qual ela se diri-
ge, ou a qualidade que é a “solução” do
problema. Isso nos faz recordar nossa discussão
anterior acerca dos semelhantes, dos contrários
e da União dos Opostos. Relembrando que as essên-
cias florais incorporam uma polaridade de opostos, tor-
na-se compreensível que a forma física da planta possa
expressar um lado ou o outro — ou ambos — da polarida-
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tos. Tal como a planta, que é constantemente observada nos seus vários estágios de
crescimento, a alma também caminha através do tempo e seu progresso precisa de
revisão periódica. Desse modo, os estudos de caso mais bem-sucedidos são os longi-
tudinais, que se estendem por numerosos meses e incorporam diversas combinações
de essências florais e diversos ciclos de crescimento da alma.
Todos os terapeutas podem observar e documentar os efeitos das essências florais
em seus clientes, cultivando gradualmente a disciplina da observação científica. Esta é
uma habilidade fundamental e necessária para a pessoa se tornar perita na seleção de
essências florais e na avaliação dos resultados de suas escolhas. É indispensável que o
terapeuta perceba e registre os efeitos das essências a fim de apoiar e orientar o
desenvolvimento do cliente. Com freqüência, entre uma visita e outra os clientes es-
quecem uma questão perturbadora ou uma situação dolorosa que deixou de pressioná-
los. Boas anotações de caso permitem ao terapeuta lembrar ao cliente o progresso
que tem sido alcançado, ou reexaminar questões que ainda constituem desafios.
A hábil observação e a manutenção de registros também são fundamentais para a
coleta dos dados empíricos, os quais constroem o corpo estabelecido da pesquisa
floral e reportam ou verificam os novos insights sobre as qualidades e efeitos das
essências. Se tomarmos um caso isolado, ele pode parecer insignificante ou não con-
clusivo, já que os relatos de caso são necessariamente filtrados através das capacida-
des perceptivas tanto do terapeuta como do cliente. Porém, com muito cuidado e um
conjunto de dados suficientemente grande, podemos gradualmente discernir um pa-
drão sob o qual uma essência específica age.
A pesquisa empírica é extraordinariamente amplificada quando se pode comparti-
lhar os casos e se fazer referências cruzadas a partir de muitas fontes. Para esse
propósito, a Flower Essence Society desenvolveu formulários de estudo de caso que
cobrem os aspectos mais significativos da terapia floral. Esses estudos de caso são
organizados e inseridos em nosso banco de dados computadorizado, passando depois
por indexações cruzadas dentro de uma ampla variedade de fenômenos terapêuticos.
Alguns dos mais significativos estudos de caso têm sido submetidos ao FES Practitioner
Certification Program (Programa de Certificação de Terapeutas), que se segue ao
FES Practitioner Training Program (Programa de Treinamento de Terapeutas). Os
candidatos ao certificado, qualificados através do programa de treinamento, precisam
completar pelo menos três casos profundos e detalhados e um ensaio correlato, que
demonstrem sua manutenção de registros e suas habilidades de observação. O peso
cumulativo desses casos e de outros casos que nos foram submetidos por inúmeros
terapeutas do mundo todo, juntamente com entrevistas profundas e detalhadas e
outros levantamentos, formam a espinha dorsal da nossa compreensão empírica das
qualidades das essências florais. Esses dados também podem vir a ser a base para se
projetar outros estudos que satisfaçam os parâmetros profissionais do rigor científico.
Estudos clínicos controlados
O parâmetro convencional para a verificação científica da eficácia dos remédios
envolve estudos com placebos e procedimentos de duplo-cego. Como descrevemos
antes, em tais estudos dois ou mais grupos são testados, um deles pelo menos com
um placebo inerte e um ou mais com as substâncias a serem testadas. O procedimen-
to é “duplo cego” porque nem as pessoas testadas nem aquelas que administram os
testes sabem qual grupo usa o placebo e qual grupo usa o remédio em teste.
Rigorosos estudos duplos-cegos com as essências florais ainda estão por ser reali-
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cias florais, verá que a análise bioquímica não produz resultados significativos. Os in-
gredientes físicos das essências — água, álcool e uma infusão extremamente diluída de
flores — não conseguem explicar seus efeitos benéficos. Sua ação reside em forças
sutis não diretamente perceptíveis aos sentidos físicos e, portanto, não mensuráveis
por qualquer aparelhagem física.
Em conseqüência, a autenticidade dos remédios sutis não pode ser determinada
pelos estudos científicos típicos, baseados em paradigmas mecanicistas que ignoram a
existência de campos de força além da dimensão física. Essa limitação tem implica-
ções filosóficas e médicas, e conseqüências legais e sociais bastante concretas. Os
remédios vibracionais, tais como essências florais e remédios homeopáticos, talvez
sejam rejeitados pelos órgãos profissionais e reguladores não por lhes faltar eficácia,
mas porque é impossível testar essas substâncias através de metodologias que foram
criadas para testar os remédios baseados na bioquímica. Assim, para que a terapia
floral ganhe maior aceitação e os terapeutas tenham sólidos conhecimentos dos re-
médios sutis preparados a partir de plantas, é fundamental desenvolver novos méto-
dos de perceber e testar as qualidades dessas plantas.
Precisamos descobrir métodos que possam transpor o abismo existente entre a
experimentação científica convencional, cujas premissas materialistas excluem os fe-
nômenos da energia sutil, e os métodos de pesquisa puramente espirituais, que de-
pendem tão-somente da consciência do investigador. Tais métodos intermediários
não irão substituir o aprimoramento das nossas habilidades de observação e percep-
ção do mundo físico e das outras dimensões. Contudo, essas técnicas de pesquisa são
potencialmente importantes não só como uma forma de demonstração para aqueles
que questionam a realidade das essências florais, como também um meio de verificar
e clarificar os insights provenientes da pesquisa espiritual direta.
Detectando as energias sutis
Um trabalho preliminar vem sendo feito com várias técnicas de pesquisa que inves-
tigam diversos fenômenos físicos quantificáveis, indicando a presença de campos
energéticos sutis. Tal como rastrear uma pessoa invisível através da neve seguindo as
suas pegadas, esses métodos são um meio de perceber os efeitos de forças invisíveis
sobre fenômenos perceptíveis aos sentidos. Esses efeitos podem ser então observa-
dos, mensurados e interpretados de acordo com os parâmetros científicos convencio-
nais. Estudar os efeitos físicos do invisível é exatamente o procedimento usado na
física subatômica para estudar os fenômenos que estão ocultos tanto aos sentidos
humanos como aos instrumentos científicos.
Cristalizações sensíveis
A cristalização sensível é um método de testar a energia sutil, no qual várias subs-
tâncias orgânicas são adicionadas a uma solução de cloreto de cobre com a finalidade
de produzir padrões distintos de cristalização, de acordo com a natureza da substân-
cia. Esse método teve como pioneiro o cientista Dr. Ehrenfried Pfeiffer, já falecido,
aluno de Rudolf Steiner e um dos que desenvolveram a agricultura biodinâmica na
América do Norte. Pfeiffer conseguiu usar o método de cristalizações sensíveis para
investigar a seiva e os sucos vegetais, como uma indicação da vitalidade da planta.
Também trabalhou com amostras de fluidos humanos tais como o sangue, e foi capaz
de utilizar as cristalizações sensíveis na detecção precoce de várias doenças. Isso tor-
nou-se possível porque os padrões de cristalização foram aparentemente influencia-
dos não só pela estrutura física da substância adicionada à solução, mas também por
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suas forças etéricas, o campo de energia vital que indica um estado de saúde ou
doença antes que este se manifeste no corpo físico.
A capacidade de Pfeiffer de interpretar o significado dos padrões de cristalização do
cloreto de cobre estava baseada em muitos anos de pesquisas exatas, nas quais ele
examinou centenas de testes de extratos vegetais e sangue humano. Foi então capaz
de desenvolver uma linguagem da forma que podia indicar com confiabilidade algo
sobre a substância em teste. Infelizmente, o método de Pfeiffer não parece ser sensí-
vel o suficiente para registrar os remédios vibracionais.
Porém, um pesquisador na Europa está desenvolvendo, um novo método, mais
sensível, que parece ser capaz de diferenciar os vários remédios homeopáticos e as
essências florais. Mas, em comparação com o trabalho de Pfeiffer, essa pesquisa está
ainda num estágio muito preliminar. Até este momento, ainda não se completaram
testes suficientes para confirmar se as variações nos padrões de cristalização se devem
às propriedades dos próprios remédios ou a uma infinidade de outras variáveis, tais
como influências ambientais ou procedimentos laboratoriais.
Se futuros testes puderem estabelecer que cada essência floral produz um padrão
distinto e reconhecível, talvez tenhamos então importantes evidências de que cada
essência floral carrega em si um padrão energético específico, fato este que não pode
ser demonstrado pela análise química convencional. Mas, mesmo que isso seja feito,
ainda teremos muitas pesquisas pela frente até sermos capazes de usar as cristaliza-
ções sensíveis para produzir alguma informação significativa sobre as propriedades
das essências florais. Precisaremos antes criar uma quantidade suficiente de dados a
fim de que os padrões de cristalização possam ser correlacionados com as qualidades
das essências florais. Até que esse trabalho paciente e metódico seja feito, não tere-
mos nenhuma base para interpretar a “linguagem” dos padrões de cristalização.
Fotografia kirlian
Um outro método de demonstrar os campos de energia é o da fotografia kirlian,
assim chamada por causa de seus criadores, os pesquisadores russos Semyon e Valentina
Kirlian. Eles usaram cargas elétricas de alta voltagem para tornar visíveis em imagens
fotográficas os campos energéticos de plantas e seres humanos. Embora as forças
etéricas não sejam iguais às forças elétricas ou magnéticas, as energias etéricas pare-
cem realmente ser capazes de influenciar os campos eletromagnéticos. Esta é uma
outra situação em que as energias sutis deixam suas “pegadas” no mundo físico.
A fotografia kirlian foi popularizada na década de 1970 por dois livros: Psychic
Discoveries Behind the Iron Curtain (Descobertas Psíquicas por trás da Cortina de Ferro),
de Sheila Ostrander e Lynn Schroeder, e The Kirlian Aura (A Aura Kirlian), organizado
por Stanley Krippner e Daniel Rubin, que apresentava na capa o famoso “fantasma” de
uma folha cortada. Devido às dificuldades em obter resultados verificáveis e repetíveis, o
interesse por essa metodologia declinou nos anos recentes. De todo modo, alguns promis-
sores resultados preliminares têm sido obtidos por pesquisadores que tiraram fotos kirlian
de frascos de essências florais, bem como das pontas dos dedos de pessoas que tomaram
diferentes essências. Embora esses experimentos aparentemente revelem padrões fotográ-
ficos distintos para cada essência, alertamos que muitos testes ainda serão necessários para
confirmar essas descobertas e tornar possível uma interpretação daquilo que os padrões
indicam acerca das propriedades das essências florais.
Assim como Pfeiffer precisou repetir seus experimentos muitas vezes a fim de esta-
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Programa de Pesquisas
da Flower Essence Society
Está claro que, na nossa cultura, a investigação científica é ainda a forma predomi-
nante de verificar a verdade e, portanto, é um pré-requisito para a aceitação da realida-
de das essências florais pelo público em geral bem como pelos profissionais e autorida-
des governamentais. Mas, mesmo entre aqueles que estão convencidos da eficácia das
essências florais através de sua própria experiência, a pesquisa científica das essências
é igualmente importante para clarificar seus conhecimentos sobre as qualidades das
essências e princípios pelos quais elas atuam.
Embora muito tenha sido feito, consideramos que nossos dezesseis anos de esfor-
ços na pesquisa de essências florais são apenas um modesto começo. Estimulamos os
leitores a considerarem a possibilidade de participar do Programa de Pesquisas da FES
através de qualquer uma dentre as várias opções, incluindo:
1. Ampla e detalhada documentação do uso das essências florais com clientes ou
no lar. Este é o alicerce de todo o conhecimento sobre as essências florais; encoraja-
mos todos os terapeutas e usuários de essências florais a envolver-se neste nível de
pesquisa. A pedido, a FES fornecerá formulários para estudos de caso.
2. Compartilhar os insights e observações sobre as diversas essências que você
tenha usado ou indicado para os outros. Isso pressupõe manter anotações gerais e
buscar as tendências e padrões gerais em seu uso das essências florais.
3. Desenvolver estudos clínicos controlados das essências florais.
4. Estudos das propriedades sutis das plantas, com base nos princípios da ciência
espiritual.
5. Desenvolver pesquisas para detectar, analisar e interpretar a presença de forças
sutis nas essências florais.
Para ajudá-lo a participar do Programa de Pesquisas da FES, nós o convidamos a
preencher e enviar-nos o formulário de relato encontrado junto à terceira-capa. Se seu
exemplar do Repertório não tiver o formulário, teremos o maior prazer em lhe forne-
cer cópias.
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Três
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jardim ou procurá-la na natureza, são coisas que podem aprofundar imensamente nos-
sa relação com a mensagem anímica de uma planta. Como ajuda ao processo de
seleção, também é muito benéfico usar imagens das plantas que deram origem às
essências. Com freqüência, as plantas que nos atraem têm um significado especial.
Além de um conhecimento das plantas específicas, a nossa vontade genérica de vivenciar
o mundo natural, e especialmente a maravilha e o mistério da vida vegetal, pode criar
em nossa alma um receptáculo para receber as mensagens curadoras das flores.
A natureza bipolar das essências florais
À medida que nos familiarizamos com as propriedades das várias essências florais,
descobrimos que elas abarcam uma ampla gama de qualidades humanas, muitas das
quais parecem contraditórias. Por exemplo, existem essências tais como Manzanita
ou California Wild Rose que nos ajudam a alcançar um relacionamento mais íntimo
com o mundo físico; contudo, essências tais como Angel’s Trumpet ou
Chrysanthemum auxiliam a alma a se desprender de sua conexão terrena. Goldenrod
ajuda-nos a nos distinguir de uma identidade grupal, enquanto Quaking Grass har-
moniza a vontade individual dentro do propósito comum do grupo. Com essas indica-
ções aparentemente paradoxais, como saber em que direção devemos seguir?
A solução para esse dilema é que não há nenhuma resposta preestabelecida. Cada
indivíduo precisa procurar o equilíbrio, fortalecendo aquelas qualidades que estão fra-
cas ou bloqueadas e moderando as que estão em excesso. Desse modo, uma pessoa
demasiado espiritualizada, com pouca conexão com o corpo, talvez precise de essên-
cias que ancorem, como Manzanita ou Clematis; enquanto a pessoa excessivamente
enredada no mundo material talvez precise de essências que elevam ou sensibilizam,
como Hound’s Tongue ou Star Tulip. O objetivo é liberar o potencial singular que
existe dentro de cada um de nós, em vez de tentar seguir um modelo externo de como
deveríamos ser.
Conforme procuramos a equanimidade de alma, aprendemos também que o equi-
líbrio não é estático. É um caminho espiral de evolução, sempre ascendendo. Cada
questão tratada com sucesso leva-nos a um novo desafio. Assim, embora num dado
momento essências tais como Centaury ou Buttercup possam ser necessárias para
uma certa pessoa desenvolver um forte senso de identidade, num outro momento
Chicory ou Heather seriam indicadas para essa mesma pessoa superar uma tendên-
cia ao egoísmo ou a preocupação excessiva com seus problemas pessoais.
As polaridades da alma também podem ser encontradas nos atributos de uma
essência individual. Por exemplo, Sunflower auxilia a pessoa que tem um ego
dominador; e também ajuda a pessoa auto-anuladora a encontrar uma identidade
mais forte do ego. Sticky Monkeyflower ajuda aqueles que são sexualmente hiperativos,
bem como aqueles que temem a intimidade sexual; em ambos os casos, ajuda a trazer
integração e equilíbrio sexuais.
Além disso, a natureza bipolar de uma essência se expressa em seu trabalho tanto
com o “problema” quanto com a “solução” de uma questão. Podemos escolher Morning
Glory para superar hábitos viciosos, ou devido a um desejo de aumentar nossa sensa-
ção de vitalidade. Sweet Pea pode ser sugerida para nossa falta de enraizamento, ou
porque estamos conscientes de um desejo de encontrar uma comunidade. Os aspec-
tos “negativo” e “positivo” dessas questões são como os dois lados de uma moeda. Na
escolha de essências, é útil nos deslocarmos de uma perspectiva para a outra, a fim de
obtermos um quadro mais completo de como as qualidades das essências florais po-
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que esclareceria uma inadequada fusão emocional com os outros. A ação das fórmu-
las que trabalham a polaridade é trazer à luz as tensões inerentes da alma, ajudando a
esclarecer as oposições e a conduzi-las a uma resolução mais elevada. Essas fórmulas
são geralmente mais dinâmicas e exigem maior perícia na seleção e no trabalho de
acompanhamento.
Também é possível acrescentar essências a uma combinação para regular a velo-
cidade e o ritmo com que atuam as demais essências, ou para equilibrar e tonificar
os efeitos delas. Por exemplo, essências tais como Black-Eyed Susan ou Cayenne
podem ser usadas para estimular a percepção consciente ou a ação numa pessoa que
está num estado de negação ou estagnação. Essências tais como Self-Heal ou Yerba
Santa podem oferecer força e conforto à pessoa que está trabalhando com questões
particularmente desafiadoras.
Outra maneira de ajustar os efeitos de uma combinação é variar a freqüência da
dosagem. Tomar as essências em intervalos curtos, como por exemplo de hora em
hora, irá intensificar os seus efeitos; enquanto que diminuir as dosagens para uma ou
duas vezes ao dia geralmente torna os efeitos mais suaves e graduais.
À medida que nos tornamos mais aptos na seleção de essências florais podemos
aplicar os princípios básicos da afinidade ou da polaridade para incluir outros elemen-
tos que atuem como fatores integrantes na fórmula floral. Esses elementos podem
incluir cor, relações botânicas, estruturas temáticas tais como passado, presente e
futuro, ou configurações geométricas básicas. A arte de combinar e estruturar com
sucesso as fórmulas florais é uma arte que pode ser desenvolvida progressivamente,
conforme vamos adquirindo insights das qualidades e da dinâmica das essências.
Algumas vezes não é possível desenvolver uma única fórmula para tratar todas as
principais questões da alma, sem sobrecarregar a combinação. Nesses casos, o me-
lhor é trabalhar seqüencialmente, começando com uma combinação que se aplique a
uma constelação de questões, e desenvolvendo outras fórmulas conforme necessário.
Para aqueles que já estão bastante aptos no uso das essências florais, é possível usar
uma ou mais fórmulas para diferentes situações. Por exemplo, poderíamos ter uma
combinação que tomamos de manhã e durante o dia de trabalho, para tratar nosso
modo de agir no mundo; e outra que tomamos quando estamos em casa à noite, para
nos sensibilizar aos nossos sentimentos e relacionamentos.
Ajustar a combinação
A combinação de essências precisa ser avaliada e ajustada conforme ocorrem as
transformações cíclicas; muito freqüentemente as essências originais continuam a ser
necessárias, mas talvez com o acréscimo de uma nova essência e a retirada de uma
outra. Noutros momentos, toda uma nova série de essências pode ser indicada. Con-
tudo, o melhor é evitar mudanças constantes na fórmula, pois isso cria confusão e
falta de continuidade no processo de cura da alma. É importante que se obtenha uma
imagem vívida de como as essências estão agindo e como as mudanças podem ser
gradual e sutilmente estimuladas através da habilidosa metamorfose de uma combina-
ção de essências florais.
Combinações já prontas
Muitos terapeutas relatam o uso de combinações-chave de essências para a abertu-
ra inicial ou trabalho a nível de acesso à terapia floral. Se tais fórmulas forem habil-
mente combinadas e estruturadas, elas terão a capacidade de tratar temas abrangentes
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ou miasmas emocionais que talvez precisem ser clarificados antes que o trabalho espe-
cífico de desenvolvimento seja empreendido.
Contudo, devemos ter em mente que a terapia floral trata basicamente os aspectos
singulares da situação de cada pessoa. Falando de modo geral, a seleção de essências
florais precisa levar em conta a história de cada indivíduo — seus objetivos, seus
pontos fortes e seus pontos fracos, seus relacionamentos, seu trabalho e suas experi-
ências de vida — para facilitar o processo inteiro de transformação.
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de seu livre-arbítrio e pode levá-la a um sofrimento emocional, para o qual não está
preparada, se sentimentos inconscientes forem trazidos à tona sem ela compreender o
que está acontecendo. Também é ineficaz dar essências a uma pessoa que concordou
de má vontade em tomá-las, só para nos agradar ou agradar um membro de sua
família. A menos que haja uma abertura interior às essências florais, não temos o
direito de esperar que uma pessoa se disponha a examinar sentimentos dolorosos ou
fazer mudanças difíceis.
Crianças
Uma vez que as crianças ainda não desenvolveram a estrutura do ego ou a
autopercepção consciente do adulto, é apropriado que seus pais ou outros responsá-
veis escolham as essências para elas. De todo modo, é útil envolver as crianças, tanto
quanto possível, na seleção e no uso das essências. Em geral elas querem muito tomar
suas “flores em gotas” e freqüentemente irão lembrar os pais na hora da próxima
dose. Como as capacidades conceituais das crianças pequenas ainda não estão desen-
volvidas, não é necessário explicar-lhes em detalhe as questões emocionais relaciona-
das a cada essência. É mais adequado dizer-lhes algo como, “Os florais vão ajudar
você a se sentir melhor” ou “Nós estamos lhe dando os florais para ajudar você a
relaxar e dormir de noite”.
Quando selecionamos essências para crianças, precisamos de uma variedade de
métodos para discernir as questões com as quais elas estão se debatendo. Um método
que dá bons resultados é pedir à criança que faça um desenho e depois conte a
história associada a ele. Inúmeros terapeutas infantis usam a terapia junguiana do
“jogo de areia” como um meio de envolver a criança numa atividade que expresse as
camadas mais profundas da psique. Naturalmente, é útil conversar direto com a crian-
ça, bem como com seus pais, outros membros da família e professores, para se obter
uma compreensão mais completa da sua situação. Porém, essas conversas não devem
substituir a hábil observação daquilo que a criança revela diretamente através da arte,
dos jogos, da linguagem corporal, do tom de voz e do comportamento.
Freqüentemente os conflitos que a criança vivencia são reflexos de uma tensão e
uma luta mais profundas no sistema familiar. É importante considerar se há conflito
conjugal ou uma família desfeita, violência ou abuso de drogas ou álcool, um padrão
de repressão e desonestidade emocionais, ou expectativas por parte dos pais de que a
criança satisfaça suas necessidades ou carências não preenchidas. A situação ideal
seria que toda a família examinasse suas questões por intermédio da terapia floral. Se
a família não está receptiva às essências, um esforço deve ser feito para, no mínimo,
envolver os membros da família no aconselhamento ou exame dos conflitos que pos-
sam estar afetando a criança.
Animais
As essências florais são usadas com muito sucesso nos animais, tanto nos cuidados
em casa como na clínica veterinária. Nesses casos, o processo de seleção deve ser
modificado. A pessoa que seleciona as essências precisa conhecer o animal suficiente-
mente bem para ser capaz de identificar seus humores e atitudes emocionais. Nos
animais, a alma se expressa por meio dos comportamentos, de modo que o coice do
cavalo, o arranhão do gato e o rosnado do cachorro são demonstrações de sentimen-
tos específicos. É importante, por certo, distinguir aquilo que é natural e instintivo
num animal e aquilo que é excessivo e fora de equilíbrio. A arte de selecionar essênci-
as consiste em interpretar as qualidades da essência em função das vivências do ani-
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mal e de seus estados de alma. Podemos ser bem-sucedidos na medida em que formos
capazes de sentir empatia por um animal enquanto ser vivo, em vez de meramente vê-
lo como um objeto que atende as necessidades humanas. Algumas sugestões úteis
podem ser encontradas na Parte II do Repertório, na categoria “Animais e trato com
animais”.
Os animais, e particularmente os animais domésticos de estimação, respondem
fortemente à influência das pessoas que cuidam deles. Portanto, quando se receita
essências para um animal, é muito útil selecionar essências também para a pessoa
responsável, se ela estiver disposta a examinar o modo como suas próprias atitudes e
sentimentos podem estar causando efeito sobre o animal.
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das essências florais e as questões da alma humana não é meramente uma árida ativi-
dade intelectual. Requer uma percepção consciente e uma sintonia de coração e men-
te, que seja profundamente refletida, usando nossos poderes de observação,
discernimento e julgamento.
Nos relatos de casos fornecidos por terapeutas, que colecionamos e analisamos
durante os últimos dezessete anos, observamos as dificuldades que surgem quando a
intuição e o entendimento cognitivo não estão integrados. Esses casos freqüentemente
contêm combinações de essências nas quais falta continuidade ou coesão. Uma fór-
mula floral parece não estar relacionada com a outra, e as essências dentro de cada
fórmula não formam um todo integrado. Em conseqüência, muitas reações ou sinto-
mas caóticos podem ocorrer. Sem desenvolver um insight sensível das questões mais
profundas que estão por trás das experiências anímicas do cliente, ou sem familiarida-
de com as próprias essências, há pouca compreensão de como cada essência está
realmente agindo na fórmula floral ou como o cliente está de fato progredindo através
da terapia.
Além disso, muitos terapeutas acreditam que as técnicas vibracionais de seleção
permitem um processo mais imparcial, já que a mente consciente é posta de lado.
Assumem que tais métodos produzem informações objetivas, independentes de qual-
quer predisposição pessoal ou outra limitação da pessoa que aplica o teste. Isso é de
uma imensa ironia, pois esse modelo, o do observador não envolvido e imparcial, é
precisamente o paradigma da ciência mecanicista que tantos praticantes das artes da
“Nova Era” querem evitar. Na verdade, o pesquisador científico, tanto quanto o
cinesiologista ou o radiestesista, são todos eles verdadeiros participantes de seus res-
pectivos processos de testes.
Nossa própria evidência empírica — através de estudos de casos e vários testes —
verificou que as técnicas vibracionais de seleção são métodos subjetivos, cuja precisão
reflete muitíssimo o conhecimento, a habilidade, a experiência, a clareza interior e a
sintonia empática que o terapeuta transmite ao processo de seleção.
Com muitos grupos diferentes, repetimos um experimento no qual vários terapeutas
escolhem essências florais para uma mesma pessoa, independentemente uns dos ou-
tros e usando diversos métodos vibracionais. Como resultado invariável, temos que
cada terapeuta escolhe um conjunto totalmente diferente de essências, quer ele e os
demais usem os mesmos ou diferentes métodos de seleção vibracional.
Em outro teste, alguns terapeutas usam técnicas vibracionais de seleção no contex-
to de entrevista e aconselhamento, consultando as descrições das qualidades das es-
sências; enquanto isso outros terapeutas usam as mesmas técnicas vibracionais “às
escuras”, sem ter tido nenhuma interação prévia com o cliente. Os resultados de-
monstram que há uma escolha de essências mais sábia, mais perceptiva e eficaz quan-
do o terapeuta usa as técnicas vibracionais de seleção no contexto de um relaciona-
mento terapêutico com o cliente.
Mesmo se fosse possível eliminar toda projeção inconsciente ou predisposição
pessoal, ainda assim não haveria uma escolha única e definitiva de essências para uma
determinada pessoa e situação. Quer sejam ou não empregadas técnicas vibracionais,
as essências escolhidas sempre expressam a percepção do terapeuta quanto às ques-
tões do cliente, sua familiaridade com as essências e os objetivos terapêuticos que
foram estabelecidos com o cliente. Do mesmo modo, as técnicas vibracionais usadas
para a auto-seleção não são mais precisas ou objetivas do que a seleção por outros
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meios e, por isso, não são substitutos para o insight e a perspectiva que uma pessoa
ganha ao trabalhar com um terapeuta, um amigo ou um colega.
Em todo trabalho terapêutico, é muito importante reconhecermos e assumirmos a
responsabilidade pelas escolhas que fazemos. Precisamos formular perguntas funda-
mentais: “Qual é a fonte de informação que eu uso para fazer minha seleção? Ela
pode produzir resultados confiáveis e coerentes? Eu já a testei? Se os resultados vari-
am com diferentes terapeutas, o que isso significa? Já que o processo está intimamen-
te relacionado com o meu próprio estado de consciência, então de que maneira eu
assumo a responsabilidade por minha percepção consciente e conhecimento? Qual o
meu nível de conhecimento das essências? A que grau estou pronto para perceber as
necessidades daqueles a quem quero ajudar?”
Quando usados de modo apropriado, os métodos vibracionais podem suplemen-
tar nossa compreensão consciente das essências e das questões às quais elas se diri-
gem, porém eles não substituem o processo da escuta atenta aos nossos clientes ou o
desenvolvimento da nossa própria percepção e conhecimento. Quaisquer que sejam
as escolhas sugeridas por esses procedimentos, elas têm de ser conscientemente tes-
tadas à luz daquilo que sabemos sobre as essências florais e da relevância da seleção
enquanto próximo passo no desenvolvimento da alma.
Uma advertência similar aplica-se ao uso de mecanismos de testes eletrônicos,
radiônicos e outros correlatos, bem como aos programas de seleção por computador.
A acurácia de tais aparelhos e sistema provém em grande parte das aptidões do
operador. De todo modo, eles são um suplemento, e não um substituto, para o diálo-
go pessoal com os clientes ou para o desenvolvimento de uma relação consciente com
a linguagem curadora das flores.
Em última análise, a terapia floral é um íntimo relacionamento anímico entre
terapeuta e essência, entre terapeuta e cliente, e entre cliente e essência. Para que
esses relacionamentos sejam eficazes, precisamos estar prontos para empregar o co-
ração e a mente, e para desenvolver uma presença empática e uma sintonia sensível.
Não seria aconselhável ter regras fixas sobre quais técnicas de seleção usar, nem como
e quando usá-las, ou mesmo se vamos usá-las ou não. Contudo, encorajamos aqueles
que usam as essências florais na prática profissional e nos cuidados em casa a desen-
volverem os mais profundos conhecimentos, amor e respeito pelas essências e pelos
seres aos quais buscam ajudar. As técnicas de seleção utilizadas deveriam ser objetiva-
mente testadas e avaliadas quanto à capacidade do terapeuta de usá-las de modo
eficaz, para que ele possa desempenhar plena e responsavelmente sua função no
processo terapêutico.
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da essência. Esse resumo é particularmente útil quando a entrada que acabamos de ler
na Parte II indicar somente o lado positivo ou o lado negativo da polaridade. A seguir,
há uma relação de todas as categorias da Parte II nas quais a essência aparece. Essas
referências cruzadas podem ser úteis para se conhecer aplicações adicionais da essên-
cia, ou para sugerir questões correlatas a serem levadas em consideração. Isso talvez
nos conduza a um estudo de novas categorias na Parte II, com a possibilidade de
revelar essências que iriam complementar a seleção. Desse modo, a Parte II e a Parte
III podem ser usadas reciprocamente para criar uma seleção mais acurada.
A Parte III contém perfis ampliados de cada essência floral. Note, por favor, que
essas descrições são feitas a partir de um nível arquetípico — do ponto de vista da
alma em si —, caracterizando a principal lição de vida e a jornada transformativa
tratada por cada flor. Se pudermos perceber as largas pinceladas contidas nesses
quadros arquetípicos, então será mais fácil compreendermos os sintomas detalhados
e as distinções mais sutis que estão contidas na Parte II. É possível que nem sempre
precisemos de uma essência ao nível arquetípico de cura da alma; ainda assim, deve-
ríamos estar sempre atentos para sua profundidade e potencial espirituais. As essên-
cias florais têm a capacidade de despertar a profunda metamorfose da alma, e tal cura
deveria ser nosso objetivo último.
Quando estamos usando uma essência num papel coadjuvante, ou numa situação
menos intensa, talvez seja necessário interpretar criativamente ou “abrandar” a descri-
ção dessa essência, para que ela se aplique à situação específica. De todo modo, não
deveríamos nos deixar limitar pelas palavras exatas usadas para descrever as essênci-
as. As mensagens das flores têm sua origem num reino além da linguagem humana.
Em nossas descrições, captamos apenas um vago reflexo da plenitude de seu ser, algo
mais ou menos como tentar capturar em palavras a beleza de uma grande pintura ou
de uma obra-prima musical. Com este entendimento, tente usar as descrições conti-
das no Repertório para contatar o arquétipo que está por trás da essência e então
traduza-o em palavras que falem à experiência humana específica à qual ele se aplica.
As essências incluídas no Repertório das Essências Florais
O Repertório das Essências Florais é um reflexo do Programa de Pesquisa da
FES. Portanto, é um trabalho em contínuo crescimento e evolução. Todas as essênci-
as relacionadas neste Repertório têm sido selecionadas com base nos relatos extensi-
vos de praticantes ao longo dos anos, legitimando a acurácia das qualidades das es-
sências. Como nosso conhecimento das qualidades das plantas vem aumentando,
juntamente com nossa capacidade de verificar as propriedades das plantas através de
documentação empírica, temos podido expandir o conteúdo do Repertório.
As essências florais inglesas
Durante a década de 1930, na Inglaterra, o Dr. Edward Bach desenvolveu uma
série de 38 essências florais e uma fórmula combinada para emergências. Desde a
morte do Dr. Bach em 1936, suas indicações originais para as essências florais ingle-
sas têm sido constatadas por seis décadas de uso nos cuidados de saúde domésticos e
profissionais. Nosso conhecimento de seus benefícios terapêuticos continua a crescer,
e o leitor encontrará novos temas e insights quanto ao uso desses clássicos remédios
ingleses. Hoje em dia, diversas empresas oferecem, sob diferentes marcas, a série de
essências florais inglesas formulada pelo Dr. Bach. Contudo, as indicações para seu
uso são aplicáveis independentemente de qual linha de essências inglesas é usada.
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de que cada uma das essências aqui incluídas tem uma importante contribuição a dar
no alívio do sofrimento e na evolução anímica da humanidade. Os autores corroboram
plenamente todas as pesquisas apresentadas neste Repertório e assumem a responsa-
bilidade por qualquer possível erro ou omissão. Num espírito de investigação científica,
continuamos nos empenhando para clarificar nossa pesquisa através de edições
atualizadas do Repertório. Uma vez que a pesquisa é um processo e não um conjunto
estático de informações, encorajamos os terapeutas e outras pessoas a se unirem a
este esforço, de modo que a terapia floral possa tornar-se uma modalidade verdadeira-
mente profissional e respeitada de tratamento de saúde.
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Quatro
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horário como no anti-horário, e beba aos goles vagarosamente. Esta é uma manei-
ra de atenuar o gosto do conhaque conservante.
Recomenda-se o uso de frascos e conta-gotas de vidro, uma vez que o plástico
pode afetar negativamente as qualidades sutis desses remédios naturais. É melhor
usar frascos novos para novas combinações de essências, assegurando a limpeza e
clareza dos padrões vibracionais.
Usando um frasco de vidro com spray ou um nebulizador
1. Prepare as essências tal como indicado para o frasco de dosagem.
2. Em vez de ingerir as gotas, vaporize a mistura em volta do corpo e no
ambiente.
3. Agite o frasco antes de cada aplicação para manter a potência.
O uso em banhos
1. Adicione cerca de 20 gotas do concentrado de cada essência a uma banhei-
ra de tamanho médio contendo água quente.
2. Mexa a água num movimento lemniscático (o 8 deitado) durante pelo me-
nos um minuto, para ajudar a potencializar os remédios na água.
3. Fique imerso nessa solução por aproximadamente 20 minutos. Seque a
pele com suaves palmadas e depois repouse tranqüilamente ou vá dormir, para
continuar a absorver as qualidades sutis das essências.
Uso tópico
1. Adicione 6-10 gotas do concentrado de cada essência selecionada para
cada 30 g de creme, óleo ou loção.
2. Use todo dia, exclusivamente no uso tópico ou suplementando o uso oral.
3. Gotas de essências também podem ser aplicadas diretamente sobre o corpo
em conjunto com massagem, acupressão ou acupuntura, ou tratamentos
quiropráticos.
Freqüência e ajuste da dosagem
O uso rítmico e regular dos remédios florais constrói a força de sua ação
catalisadora. Portanto, a potência é aumentada não pela ingestão de mais gotas
de uma vez, e sim pelo seu uso numa base freqüente e uniforme. Na maioria dos
casos, as essências deveriam ser tomadas quatro vezes ao dia, embora esta dosa-
gem possa ser aumentada, em casos de emergências ou situações agudas, para
uma vez a cada hora ou até mais freqüente. Por outro lado, as crianças ou outras
pessoas altamente sensíveis talvez precisem diminuir a freqüência de uso para
uma ou duas doses por dia.
As essências dirigem-se ao relacionamento entre o corpo e a alma, e, portan-
to, são mais eficazes nos limiares do despertar e do adormecer, já que esses são
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pois em geral estamos muito menos conscientes da dinâmica da nossa vida anímica
do que estamos da dor e das sensações físicas. É especialmente útil manter um diário
dos sonhos, já que o movimento interior costuma expressar-se na vida onírica antes
de aflorar à plena percepção consciente.
Afirmações
Outra maneira de reforçar a mensagem sutil das flores é através do uso de pensa-
mentos meditativos, afirmações ou prece reflexiva. Reservando uns poucos minutos
por dia para fazer um trabalho interior e consciente com as mudanças positivas ou
“afirmativas” que nos são apontadas pelas essências florais, podemos aumentar
grandemente o efeito delas. A Flower Essence Society publicou o livro Affirmations:
The Messages of the Flowers in Transformative Words for the Soul (Afirmações: As
mensagens das flores em palavras transformadoras para a alma), que pode oferecer
orientação e sugestões para esse trabalho. Afirmações escritas e verbais também po-
dem ser combinadas com imagens interiores, visualização ou trabalho artístico.
Deveríamos estabelecer a distinção entre o uso transformativo das afirmações e a
idéia popular de pensamento positivo, que com freqüência faz parte da filosofia “Nova
Era”. Se usamos os pensamentos positivos como um meio de negar a dor e o sofri-
mento, ou como uma recusa de enfrentar nossa sombra interior, criamos distorção,
desequilíbrio ou doença, em vez de bem-estar. O uso sábio das afirmações junto com
as essências florais nos permite reconhecer a dor e o conflito, e trabalhar resoluta-
mente tendo em vista a transformação.
A expressão artística
A arte é uma expressão por excelência da alma. Ela pode desempenhar um papel
especial na terapia floral, tanto como um meio de autodescoberta quanto como uma
ferramenta transformacional agindo em sinergia com as essências florais. Uma pintura
pode valer mais do que mil palavras sobre a alma, pois a linguagem sutil da alma costu-
ma se expressar com mais clareza através da forma e da cor do que através das palavras.
Muitos terapeutas bem-sucedidos usam alguma forma de arte com seus clientes, para
ajudá-los a acessar suas questões subjacentes. Isso é particularmente importante quanto
às crianças, que não possuem as capacidades verbais e cognitivas do adulto.
Além do mais, a arte pode ser um meio verdadeiramente satisfatório para a alma
expressar o crescimento experimentado através da terapia floral. É possível que a vida
dos sentimentos recém-desperta seja mais capaz de revelar-se através de uma pintura,
uma canção, um poema, da dança ou movimento, do que através das prosaicas pala-
vras. A meta não é necessariamente produzir arte profissional, mas sim encorajar a
expressão da riqueza e diversidade da vida anímica evocadas pelas essências florais.
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estar do corpo-mente. Nesse movimento estão incluídas práticas tais como fitoterapia,
homeopatia, acupuntura, naturopatia, quiroprática, terapia nutricional, massagem
terapêutica, aconselhamento psicológico e espiritual, ioga, meditação, prece,
visualização, afirmações, várias terapias do movimento, terapia da arte e da música,
essências florais e muitas outras. Além disso, médicos e enfermeiras progressistas es-
tão expandindo suas práticas para incluir uma orientação mais holística.
Apesar do fato de os cientistas e praticantes médicos convencionais no geral per-
manecerem céticos quanto às práticas holísticas de saúde, estas estão recebendo cres-
cente reconhecimento por parte do público. Nos Estados Unidos, um estudo recente
do Dr. David Eisenberg publicado no prestigioso New England Journal of Medicine
mostrou que 37% da população adulta daquele país tinham feito uso de uma ou mais
práticas holísticas, embora cerca de 70% nada tivesse dito aos seus médicos. Em
1992, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos criou um Departamento de
Medicina Alternativa para financiar pesquisas em várias modalidades alternativas de
saúde.
Embora restem muitos desafios políticos e científicos, está claro que, de um modo
ou outro, a perspectiva holística terá um importante papel a desempenhar no desen-
volvimento dos cuidados com a saúde na nossa sociedade. É dentro desse contexto
que a terapia floral receberá crescente reconhecimento.
As essências florais no espectro dos cuidados com a saúde
A alma ocupa um plano intermediário entre o corpo e o espírito. A terapia floral é
fundamentalmente uma terapia da alma; assim, ela precisa sempre levar em conta
como a mudança é ancorada e estabilizada no corpo, e como a alma é libertada e
iluminada através do espírito. Como a alma é a mediadora entre o corpo e o espírito,
as essências florais combinam muito eficazmente com outras modalidades de cura que
se dirigem aos vários aspectos do corpo, da alma e do espírito.
Os terapeutas que trabalham basicamente com problemas físicos, por exemplo,
usam as essências florais para tratar algumas das causas emocionais subjacentes des-
ses problemas. Os praticantes de massagem terapêutica a nível profundo dos tecidos
estão principalmente preocupados com a estrutura dos músculos e tecidos conectivos.
Porém, a tensão muscular é freqüentemente o resultado de trauma e stress emocio-
nais guardados no corpo. As essências florais trazem tais questões à percepção cons-
ciente e levam em conta a liberação mútua da tensão física e da tensão emocional.
Muitos quiropráticos relatam que os alinhamentos de coluna conservam-se por mais
tempo quando as essências florais são usadas para ajudar seus pacientes a lidar com
as emoções estressantes. Os conselheiros nutricionais utilizam as essências florais
para habilitar seus clientes a superar as causas emocionais dos distúrbios alimentares.
Os médicos progressistas usam as essências florais para tratar as questões emocionais
associadas às doenças físicas, bem como as atitudes de seus pacientes em relação ao
processo de cura em si.
Quando utilizadas junto com outras modalidades orientadas para a alma, as essên-
cias florais trabalham de modo complementar. Por exemplo, a psicoterapia profunda
é um contexto excepcional para o uso das essências florais, no qual elas podem
estimular reais avanços no processo de desenvolvimento. Outros trabalhos com a
alma que combinam sinergicamente com as essências florais são a terapia da arte e da
música, a poesia, a arte dramática e o trabalho com os sonhos.
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As essências florais também têm uma contribuição importante a dar à prática espi-
ritual. Muitas pessoas que seguem um caminho espiritual têm dificuldade em chegar a
um acordo com o “lado da sombra” da vida emocional e tentam suprimir esses aspec-
tos de seu ser, em vez de reconhecê-los e transformá-los. As essências florais são um
veículo para o desenvolvimento de uma honesta autopercepção consciente, bem como
para a liberação das forças vitais, muitas vezes aprisionadas pela repressão emocional.
Desse modo, práticas espirituais tais como a meditação podem tornar-se verdadeira-
mente integradas com o desenvolvimento moral e emocional.
As essências florais em perspectiva
Embora as essências florais tenham aplicação quase universal numa ampla gama de
circunstâncias, elas não são um remédio para todos os males nem uma resposta para
todos os problemas. A saúde e a doença são experiências multifacetadas que envolvem
muitos fatores diversos. Mesmo sendo verdade que o estado da alma se reflete na
saúde do corpo, também é verdade que um corpo fora de equilíbrio pode causar um
impacto negativo sobre a alma. Por exemplo, a hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no
sangue) pode contribuir para a depressão e a ansiedade, ao privar o cérebro da nutri-
ção adequada. Essas emoções serão difíceis de ser superadas, a menos que haja uma
mudança na dieta a fim de reduzir ou eliminar os doces. Ao mesmo tempo, mudar os
hábitos alimentares pode ser difícil a menos que as fontes emocionais dos desejos
alimentares insaciáveis sejam tratadas. Em tais situações, um programa que combine
aconselhamento nutricional e terapia floral será muito mais eficaz do que qualquer uma
dessas modalidades por si só.
Aqueles que usam as essências florais em si mesmos ou nos outros precisam saber
quando consultar outros profissionais em busca de assistência. As essências florais
funcionam melhor quando fazem parte de um programa geral de estimulação da saú-
de, que inclua boa nutrição, exercício apropriado, relacionamentos saudáveis,
envolvimento com o trabalho e a comunidade, expressão artística e consulta a uma
variedade de práticas e modalidades terapêuticas, incluindo o cuidado médico quando
necessário.
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vel que não as sintamos de um modo muito direto. Somos mais propensos a observar
seu efeito ao longo de um certo tempo, à medida que notamos mudanças sutis em
nosso modo de agir, em nosso modo de ver a nós mesmos e aos outros, ou mesmo
diferenças muito reais em nossa sensação de bem-estar físico. É freqüente serem os
outros — amigos, família ou colegas de trabalho — os primeiros a notar e chamar a
atenção para as mudanças nas nossas atitudes e padrões de comportamento.
Expectativas não realísticas sobre as essências florais
Vivemos numa cultura que promove as respostas rápidas e a evitação da dor. A
propaganda nos engoda com promessas de um alívio instantâneo dos sintomas, o que
nos possibilitaria lidar melhor com a vida cotidiana. Já que as essências florais são
líquidos apresentados em frascos com conta-gotas, seria fácil vê-las como apenas mais
um remédio que “resolve tudo”. Isso pode levar a expectativas não realistas e impedir
nossa capacidade de experimentar seus plenos benefícios.
As essências florais são tonificantes das nossas forças anímicas, permitindo-nos
aprender e crescer com os desafios da vida. Elas nos convidam a uma jornada de
cura, e podem ser nossas aliadas e guias ao longo do caminho. As essências não
pretendem eliminar sem dor os nossos problemas, nem oferecer gratificação instantâ-
nea. Tal expectativa leva inevitavelmente à impaciência, desilusão, passividade ou
desapontamento. E, o que é mais importante, resulta na falta de disponibilidade da
pessoa em se tornar um participante ativo no processo de cura.
Em situações de stress agudo, combinações florais de emergência tais como a
Five-Flower Formula podem oferecer alívio e calma imediatos, proporcionando uma
introdução à “realidade” dos remédios vibracionais. Contudo, este é apenas um pri-
meiro passo. A autêntica terapia floral é uma oportunidade da pessoa examinar a
longo prazo suas questões emocionais básicas, que não podem ser eficazmente trata-
das com fórmulas gerais de emergência.
Consideremos, por exemplo, uma pessoa que leva uma vida frenética e sente
fadiga constante, a ponto de criar problemas de saúde. Para se sentir mais energizada,
essa pessoa pode ser tentada a tomar uma combinação floral contendo essências tais
como Olive e Nasturtium, sem contudo tratar as causas subjacentes do stress e da
fadiga. Uma abordagem mais sábia seria escolher essências que lidam com a capaci-
dade de liberar a tensão, e também analisar as escolhas fundamentais relacionadas ao
estilo de vida e examinar as atitudes subjacentes que levam à competitividade, insegu-
rança, vício em trabalho e outras síndromes correlatas.
Talvez ao ler as descrições das essências florais neste Repertório e em outras
publicações, venhamos a sentir o desejo de projetar uma nova personalidade para nós
mesmos. É fácil imaginar que, se adquirirmos a lista correta de traços desejáveis, nos
tornaremos alguém que causará boa impressão nos amigos, na família ou nos colegas
de trabalho. Tal atitude é uma perspectiva totalmente exteriorizada de nós mesmos,
pois busca moldar a persona da alma — a máscara que a alma usa para enfrentar o
mundo — conforme as expectativas e valores dos outros.
As essências florais podem, com efeito, estimular surpreendentes mudanças de
personalidade ao desenvolverem capacidades inatas que têm estado bloqueadas ou
frustradas. Segundo o princípio da ressonância, as essências evocam apenas o poten-
cial já existente dentro de nós. Elas não impõem algo de fora para dentro (tal como o
fazem as drogas bioquímicas), mas catalisam aquilo que é uma possibilidade irrealizada
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indicações físicas incluídas neste Repertório são apenas auxiliares para a identificação
da configuração geral do corpo-mente, que é a base para a seleção de uma essência.
Embora as essências florais não sejam remédios para enfermidades físicas específi-
cas, as transformações produzidas por elas nas emoções e nas atitudes podem vir a
facilitar mudanças admiráveis na saúde física. Médicos qualificados têm relatado muitos
casos em que as essências florais desempenham um papel-chave nos programas de
tratamento de várias doenças.
Contudo, existem considerações legais e éticas quanto ao uso de essências florais
no tratamento de condições físicas por pessoas que não sejam médicos. Primeiro, há
o problema prático de não violar as leis locais que determinam quais licenças e quali-
ficações são necessárias para tratar condições específicas. Também há importantes
questões éticas, que mereceriam atenção mesmo se não existirem restrições legais.
Particularmente ao trabalhar com condições graves, os praticantes de saúde e
usuários domésticos das essências precisam conhecer os limites de seu conhecimento
e habilidade. Usar as essências florais não deve ser uma desculpa para negligenciar a
ajuda médica de um terapeuta com o apropriado treinamento e experiência. As essên-
cias florais podem ser bastante benéficas em tais circunstâncias, mas é preciso que
haja também um médico qualificado que possa monitorar qualquer condição clínica
grave e, se necessário, proporcionar tratamento. A mesma prudência aplica-se aos
casos de extrema disfunção psicológica, que podem necessitar da intervenção de um
psicólogo ou psiquiatra.
Possíveis efeitos colaterais
O que acontece se as essências florais erradas forem selecionadas? Há perigos ou
efeitos colaterais associados ao uso das essências? Em geral, as essências florais estão
entre os mais seguros e auto-reguladores de todos os remédios disponíveis. Se tomar-
mos essências que são totalmente inapropriadas e têm pouca relação com as nossas
verdadeiras questões, nesse caso sentiremos pouco efeito.
As essências florais atuam por ressonância; assim, essências erradas não farão
vibrar nenhuma “nota” em nossa alma. Se tomamos um número excessivo de essên-
cias ou essências que só tratam questões menores, então elas podem ser ineficazes;
não conseguiremos mudanças substantivas ou estas demorarão muito mais tempo
para ocorrer. Às vezes, seleções inadequadas ou caóticas de essências estimulam a
confusão ou uma sensação de desconforto. É possível que demasiadas questões sejam
“revolvidas” ou que a mudança aconteça mais rápido do que a pessoa pode tolerar.
Há ocasiões em que a rápida transformação psicológica — ou nossa resistência a ela
— pode produzir sensações físicas desagradáveis, como fadiga, erupções cutâneas ou
dor de cabeça. Tais reações geralmente duram pouco e podem ser uma indicação para
que se reformule a combinação floral ou se trabalhe com aconselhamento e outras
práticas a fim de remover quaisquer impedimentos psicológicos ao processo terapêutico.
A crise de conscientização
Uma experiência comum relatada por pessoas que usam as essências florais é a
intensificação de certas características antes de a transformação ser vivenciada. Por
exemplo, uma pessoa que está tomando a essência Willow devido ao ressentimento
talvez tenha uma aguda percepção consciente desse ressentimento, antes de ser ca-
paz de largá-lo e perdoar. Essa piora aparente de uma característica emocional é
semelhante à “agravação” produzida por um remédio homeopático ou a “crise de
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Poderá haver um interesse mais profundo pelas questões ecológicas e pela proteção da
Terra. Às vezes as pessoas que estão usando as essências florais chegam mesmo a ter
um ativo interesse pelo aprendizado da botânica e do hábitat das flores utilizadas em
sua cura.
Além de nos conectar com específicas energias curadoras de determinadas flores,
as essências evocam o manto curador de Natura, da Natureza como um ser vivo.
Vivenciaremos então como a Natureza pode nos nutrir e proteger, e como nossa
própria cura é inseparável do respeito e cuidado que temos pelo ser Terra. Desse
modo, a alma individual encontra uma conexão com a alma mundial da Natureza.
4. A percepção consciente da vocação, relacionada ao propósito na vida e
ao serviço no mundo, é clarificada.
Uma questão básica da alma que é tratada na terapia floral diz respeito ao modo
como as pessoas se expressam através de seu trabalho. Muitas pessoas estão insatis-
feitas com seu emprego ou com a falta de uma ocupação. A primeira conseqüência de
se tratar esta questão talvez seja simplesmente fazer aflorar perguntas mais profundas
à percepção consciente: “Estou trabalhando neste emprego só por necessidade de
sobrevivência ou para atender outras expectativas minhas? O meu trabalho é verda-
deiramente uma vocação, algo que me sinto interiormente chamado a fazer como
uma expressão do meu propósito de vida e do servir aos outros? Será que eu sei
mesmo o que quero fazer da minha vida?”
Com freqüência esse questionamento é reprimido devido à dor das prováveis res-
postas. A terapia floral pode nos levar a um honesto auto-exame, tratando de maneira
realista as nossas capacidades e recursos interiores inexplorados, bem como as pai-
xões e ideais que nos impelem. Aprendemos a fazer a distinção entre as expectativas
dos outros e as exigências da personalidade por sucesso material, por um lado, e, por
outro, o verdadeiro anseio da nossa alma por uma vocação que seja autenticamente
nossa, que seja uma expressão dos nossos mais profundos desejos. Nas palavras de
David Whyte, poeta contemporâneo, “A alma prefere fracassar em sua própria vida
que ser bem-sucedida na vida de outrem.”
Pode ser um desafio desencorajador traduzir em ação essa nova autopercepção
consciente num mundo onde as coerções econômicas tornam difícil a escolha de um
trabalho que seja significativo. De todo modo, é extraordinário ver quantas oportuni-
dades se abrem à pessoa que assumiu o compromisso de agir a partir de seu sentido
interior de propósito. Quer transformando seu emprego atual através de uma atitude
renovada e de um ímpeto de energia criativa, quer descobrindo uma situação total-
mente nova, mudanças profundas no trabalho e na carreira são com freqüência um
extraordinário resultado da terapia floral. À medida que alcançam um maior alinha-
mento com seu propósito na vida, as pessoas também percebem como seu próprio
desenvolvimento e destino pessoal são inseparáveis do destino do mundo. Elas tor-
nam-se então capazes de reconhecer que a correta subsistência envolve necessaria-
mente o serviço ao mundo, facilitando o desenvolvimento da alma individual dentro
da alma mundial maior.
5. Há um despertar para a linguagem da alma.
À medida que a vida anímica é despertada e a vida emocional harmonizada, uma
sensibilidade mais elevada torna-se possível. A terapia floral facilita uma maior percep-
ção da dimensão sagrada e sutil da vida. Muitas pessoas são inspiradas a criar beleza
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em seus ambientes; elas também se tornam mais cônscias dos símbolos da alma e dos
significados interiores quando na atividade cotidiana e nos relacionamentos pessoais.
Tal percepção consciente permite que o fecundo mundo onírico venha enriquecer
a vida desperta. Muitas pessoas têm a surpresa de descobrir que seus sonhos são
imensamente avivados após usarem as essências florais durante várias semanas ou
meses. A lembrança dos sonhos é intensificada e os próprios sonhos tornam-se mais
vívidos e plenos de significado. É bastante comum a pessoa começar a escrever um
diário de seus sonhos e perceber como sua alma está lhe falando através da linguagem
dos sonhos.
À medida que desperta, a alma se expressa em sua maior plenitude através da vida
dos sentimentos ligada às artes. Muitas pessoas que se trataram com as essências
florais relatam uma apreciação e um interesse renovados pelas artes, descobrindo ou
redescobrindo a música, a pintura, a escultura, as artes dramáticas, a literatura, a
poesia e outras formas de arte — não necessariamente para segui-las como profissão,
mas antes como um enriquecimento de sua própria vida anímica. Tais aptidões artís-
ticas desenvolvem uma profunda sensibilidade na alma que, em sua expressão mais
elevada, torna-se uma capacidade de servir os outros altruistamente e com profunda
compaixão.
6. Uma profunda compreensão dos relacionamentos e do karma é desen-
volvida.
Com essa nova compreensão de si mesmo que foi despertada pela terapia floral,
os relacionamentos com os outros também recebem uma maior consideração. É fre-
qüente as pessoas perceberem a maneira como têm sido feridas pelos outros, incluin-
do sua família de origem. A terapia floral auxilia a reconhecer esses sentimentos e
liberá-los através do perdão. Porém a maior autopercepção consciente também traz
uma nova responsabilidade. Nos estágios mais avançados da terapia floral, as pessoas
relatam que são capazes de admitir suas próprias imperfeições e reparar os danos
feitos àqueles a quem feriram — seja a família, os amigos, os colegas de trabalho ou a
comunidade mais ampla.
As essências florais estimulam uma percepção intensificada dos fios mais profun-
dos da experiência e do karma que unem as vidas das pessoas. Aqueles que estão
trabalhando com questões ligadas aos relacionamentos ganham uma nova apreciação
dos propósitos comuns que compartilham com os outros e uma compreensão ampli-
ada das questões não resolvidas do passado. Essas percepções freqüentemente produ-
zem profundas mudanças de vida. Muitos relacionamentos existentes que ficaram
aprisionados em padrões destrutivos durante anos podem de súbito tornar-se intolerá-
veis para essa percepção consciente recém-sensibilizada. Como resultado, talvez se-
jam feitos novos esforços para restaurar um casamento ou seja tomada uma clara
decisão de terminar um relacionamento prejudicial ou disfuncional. Muitas pessoas
que evitaram relacionamentos por medo de serem feridas descobrem uma nova cora-
gem para estender a mão aos outros, para buscar intimidade, desenvolver amizades e
participar da vida comunitária. A alma individual aprende assim como sua identidade
está entrelaçada às outras almas no tecido maior da vida.
7. Há um compromisso renovado com a busca e a expressão espirituais.
O dom superior da terapia floral é permitir que a alma se torne um cálice para
receber as forças espirituais. Pessoas das mais variadas formações religiosas e não
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religiosas relatam ter desenvolvido um interesse pela filosofia e éticas espirituais, mes-
mo quando este não era um de seus objetivos conscientes ao usarem as essências
florais. Muitas pessoas despertam para a necessidade de reexaminar as raízes religio-
sas, culturais e espirituais de sua infância, enquanto outras encontram a coragem para
investigar novas dimensões da espiritualidade ou descobrir novas formas de culto que
sejam particularmente adequadas às necessidades de sua alma.
Perguntas tais como “Quem sou eu? Há um propósito na vida? Haverá uma vida
além do mundo físico?” assumem uma nova importância. Muitas pessoas que procu-
raram a terapia floral para tratar problemas aparentemente físicos ou tensão emocio-
nal aguda são inspiradas a examinar valores culturais e morais — e, em última análise,
o próprio sentido da vida — com renovado interesse e dedicação. Essa busca por
significado leva a uma experiência mais profunda do Eu, bem além dos limites da
personalidade do dia-a-dia.
Quando a terapia floral é conduzida até seu pleno desenvolvimento, o Eu Espiritual
torna-se o princípio organizador central na vida da alma. Assim como o Sol irradia sua
luz nas muitas dimensões da vida anímica, a percepção consciente do Eu dá contexto
e significado aos outros seis metaníveis do desenvolvimento anímico, os quais abran-
gem as nossas emoções, a relação com o corpo, a sintonia com a Natureza, a vocação
e propósito na vida, a vida interior e desenvolvimento artístico, e os relacionamentos
pessoais e karmas da vida. Então chegamos à percepção de que o despertar do centro
espiritual dentro de nós, bem como sua expressão em todos os aspectos da nossa
vida, é a verdadeira meta da terapia floral e, na verdade, da busca da cura.
Algum dia chegamos ao fim da terapia floral?
Se o trabalho com as essências florais é uma jornada de cura, será que algum dia
chegamos ao fim dessa jornada? Haverá por acaso um momento em que já lidamos
com todas as nossas questões emocionais e deixaremos de precisar das essências
florais? Tais perguntas têm como base a premissa de que existiria um estado estático
de normalidade, saúde, felicidade, perfeição, bem-aventurança ou iluminação, que
poderia ser permanentemente alcançado. Na verdade, enquanto estamos vivos nesta
Terra, nossa alma sempre enfrentará desafios e sempre terá a necessidade de apren-
der e evoluir na escola da vida. Se vemos as essências florais como catalisadores do
crescimento da alma, e não como remédios que solucionam nossos problemas, elas
sempre terão a possibilidade de nos ajudar. Embora possa haver momentos em que
optamos por não trabalhar com as essências ou escolhemos usar outros métodos,
mesmo assim as essências florais podem permanecer nossas aliadas através dos mui-
tos ciclos e espirais da evolução da nossa alma.
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the Light of Jungian Psychology. Richmond, CA: North Atlantic Books, 1980.
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CA: North Atlantic Books, 1993.
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Nova York: HarperCollins, 1991.
Merchant, Carolyn — The Death of Nature: Women, Ecology, and the Scientific
Revolution. Nova York: HarperCollins, 1990.
Tarnas, Richard — The Passion of the Western Mind: Understanding the Ideas
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Zoeteman, Kees — Gaiasophy: The Wisdom of the Living Earth. Hudson, NY:
Lindsifarne Press, 1991.
99
Flower Essence Society, P.O. Box 459, Nevada City, CA 95959 USA.
Telefone: (001) 800-548-0075 ou 916-265-9163; Fax: 916-265-6467
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