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CAMPO MOURÃO
2018
EDERSON CRISTOVÃO PEREIRA
CAMPO MOURÃO
2018
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Campo Mourão
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Construção Civil
Coordenação de Engenharia Civil
TERMO DE APROVAÇÃO
por
Ederson Cristovão Pereira
Prof. Me. Angelo Giovanni Bonfim Prof. Dr. Jorge Luís Nunes de Góes
Corelhano
( UTFPR ) ( UTFPR )
(UTFPR)
Orientadora
A construção civil representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio
ambiente, com atuação em todo ciclo de vida das estruturas, desde a concepção,
até à demolição. Configura-se entre as atividades humanas que mais consomem
água, com grande potencial de contribuição na preservação dos recursos hídricos.
Do volume mundial de água doce, aproximadamente 17% é utilizado na indústria da
construção, nos países industrializados o consumo pode chegar a 25%. Este estudo
busca avaliar o uso e o consumo de água na construção de edifícios de múltiplos
pavimentos, com enfoque em sua gestão nos canteiros de obras, por meio da
compilação de dados fornecidos por documentos técnicocientíficos. Nos edifícios, os
impactos refletem-se de diferentes formas, nas diferentes fases do ciclo de vida, em
elevadas proporções. No Brasil, o sistema construtivo tradicional é predominante,
com elevados consumos de concretos e argamassas, que possuem alta
representatividade nos excessivos volumes de água consumidos. Nos canteiros de
obras, as etapas críticas de consumo dão-se nos serviços de fundação e
acabamentos. Em razão da gestão, complexidade, área construída e características
construtivas das obras, os indicadores de consumo de água apresentados não se
mostraram estáveis. Para que a gestão da água nos canteiros de obras ocorra de
maneira eficaz, torna-se necessário a tomada de um conjunto de ações, desde a
conscientização dos indivíduos até à evolução no processo de construir.
Civil construction represents human activity with the greatest impact on the
environment, operating throughout the structure’s life cycle, from design to
demolition. It is among the human activities that consume most water, with great
contribution’s potential in the water resource’s preservation. Of the world's freshwater
volume, approximately 17% is used in the construction industry, in the industrialized
countries the consumption can reach 25%. This study aims to evaluate the use and
consumption of water in the construction of multi-storey buildings, with a focus on
their management at the construction sites, through the compilation of data provided
by technical-scientific documents. In buildings, the impacts are reflected in different
forms, at different stages of the life cycle, in high proportions. In Brazil, the traditional
construction system is predominant, with high consumption of concrete and mortars,
which have high representativity in the excessive volumes of water consumed. At
construction sites, the critical stages of consumption occur in foundation services and
finishes. Due to the management, complexity, built area and building’s constructive
characteristics, the water consumption indicators presented were not stable. In order
for water management in construction sites to take place effectively, it is necessary to
take a set of actions, from the awareness of individuals to the evolution in the
process of building.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Fica visível que essa vantagem quantitativa não representa uma segurança
de abastecimento à população, uma vez que essa distribuição é bastante desigual.
Além da má distribuição dos recursos hídricos nacionais, outro fator preocupante é a
ineficiência dos serviços de abastecimento de água e a seca.
Os dados do SNIS (2017) demonstram que o índice de perdas na
distribuição dos serviços de abastecimento de água, no ano de 2015, foi de 37%. A
região Norte apresenta a maior perda entre estados com 46,3%, o índice variou
entre 62,6% (Maranhão) e 30,1% (Goiás). Esses dados contabilizam toda a água
fornecida ao consumidor, mas não medida, além de vazamentos nos dutos de
distribuição.
A seca afetou a Região Metropolitana de São Paulo, mais recentemente, nos
verões de 2013-2014 e 2014-2015, porém, a Região Sudeste do Brasil já
22
entre outros. Pinheiro (2002) afirma que a baixa instrução da mão de obra dificulta a
aplicação de métodos mais modernos de construção, que poderiam levar a uma
maior produtividade e economia.
Apesar de todas as peculiaridades apresentadas, na economia, a construção
civil é responsável por uma significativa parcela do PIB nacional (8,32%), é um dos
setores mais importantes, pois desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento do país. A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (2015)
revela que as empresas de construção realizaram incorporações, obras e/ou
serviços no valor de R$ 354,4 bilhões. A receita operacional líquida atingiu o valor de
R$ 323,9 bilhões (IBGE, 2017). A participação percentual do valor das
incorporações, obras e/ou serviços, segundo a atividade é ilustrada na figura 8.
tipologias localizadas em São Paulo - SP. A construtora A, de grande porte com obra
de nove torres alto padrão, a B, de médio porte com obra de uma torre médio
padrão, e a C, de pequeno porte com obra de uma torre. Na tabela 8 são
apresentadas as principais características físicas dos empreendimentos.
Blocos de concreto
Vedações Paredes em blocos de concreto Blocos de concreto
estrutural
Moldada in loco
Laje Concreto com contrapiso Concreto armado
com contrapiso
Área construída
2.682,22 15.210,31 3.842,57
(m²)
Por meio dos relatórios fornecidos pela construtora responsável pelas obras
e pelo cálculo do indicador contido no PBQP-H, a autora obteve os dados de
consumo de água, que são apresentados na tabela 15.
acoplada dos vasos sanitários das obras, com a economia 1,2 litros de água a cada
descarga.
Outra construtora, implantou um sistema de Lava Rodas, para minimizar a
poeira e a lama dispersada pelos caminhões nas vias públicas do entorno dos
empreendimentos. A água passa por um sistema de filtração e decantação e retorna
para a caixa d’água específica do sistema, podendo ser reutilizada para novas
lavagens de caminhões, na limpeza de pisos e garagens, na irrigação dos jardins,
entre outras finalidades. O percentual de reutilização desse processo é de 90%, o
que evita o consumo mensal de 23 m³ de água.
Os sistemas construtivos industrializados também surgem como alternativa
para a conservação dos recursos naturais, dentre eles a água, com baixos ou
nenhum consumo. O drywall, o light wood frame e o light steel frame, são exemplos
desses sistemas e podem receber financiamento da Caixa Econômica Federal, do
Banco do Brasil e de bancos credenciados no programa do Governo Federal “Minha
Casa Minha Vida” (GOMES; LACERDA, 2014).
Ácidos pH ≥ 5
A utilização da água, que não estiver de acordo com uma ou mais das
exigências da tabela 21, dependerá dos tempos de início e fim de pega e da
resistência média à compressão. Nas amostras de pasta preparadas com a água em
ensaio, os tempos de ínicio e fim de pega não devem diferir em mais de 25 % dos
obtidos com amostras de água destilada ou água deionizada. A resistência média à
compressão aos 7 e 28 dias dos corpos-de-prova de concreto ou de argamassa,
preparados com a água em ensaio, deve alcançar pelo menos 90% da resistência à
compressão dos preparados com água destilada ou deionizada. Os teores máximos
das substâncias químicas para água de amassamento são apresentados na tabela
18.
51
Sulfatos 2000
Álcalis 1500
Açúcares 100
Fosfatos 100
Nitratos 500
Chumbo 100
Zinco 100
Fonte: ABNT NBR 15900: 2009
tratada e utilizada na confecção e hidratação dos blocos, enquanto que na outra não
havia esse aproveitamento. Os estudos foram concentrados apenas na fábrica A, e
os dados obtidos na fábrica B foram utilizados para fins comparativos. Com os
dados obtidos, constatou-se que a reutilização da água da chuva na produção de
blocos de concreto não estrutural é um processo eficaz e vantajoso, desde que haja
um sistema que elimine a primeira água e trate a água coletada. Essa medida,
dependendo da do clima e para a produção de aproximadamente 9.000 blocos, gera
uma economia de 850 a 1700 litros de água/dia.
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