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MANUAL DE OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO DA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE ESGOTO
DO MUNICÍPIO DE APERIBÉ
RESPONSÁVEIS LEGAIS:
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jorge Luis Quinhões
CREA: 1987101925-7
DIRETOR DE
CONTRATOS
Jorge Luis Quinhões
CREA: 1987101925-7
APOIO DE
Danilo Prado
BIÓLOGA
Roberta Guarany Oberlaender
CR-Bio: 96578/02-D
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PREFEITURA MUNICIPAL DE APERIBE.
Sumário
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 03
2. OBJETIVO ................................................................................................................................ 03
3. IDENTIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DE
APERIBÉ ......................................................................................................................................... 04
3.1. Procedimentos de Isolamento da Estação de Tratamento de Esgoto ................................... 07
4. PARÂMETROS IMPORTANTES ........................................................................................... 08
5. ROTINAS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO. .................................................................. 09
5.1. Manutenção das Estações Elevatórias................................................................................... 10
5.2. Manutenção do Gradeamento e da Caixa de Areia. ............................................................. 11
5.3. Manutenção do excesso de lodo no RAFA. ......................................................................... 12
5.4. Manutenção dos Filtros Aerados Submersos. ...................................................................... 12
5.5. Manutenção do Leito de Secagem. ...................................................................................... 12
5.6. Manutenção da Eficiência do Grau de Tratamento. ............................................................. 12
6. DEVERES E ROTINA BÁSICA DO OPERADOR NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
DE ESGOTO. ................................................................................................................................... 13
7. FERRAMENTAL E MATERIAIS À DISPOSIÇÃO DO OPERADOR. ............................. 14
7.1. Ferramental. ......................................................................................................................... 14
7.2. Equipamentos para Análises. ............................................................................................... 14
7.3. Material de Limpeza e Higiene ............................................................................................ 14
8. PROBLEMAS OPERACIONAIS FREQUENTES ................................................................. 15
8.1. Intumescimento do lodo. ..................................................................................................... 15
8.2. Excesso de Escuma. ............................................................................................................. 16
8.3. Alteração do Índice de Lodo. .............................................................................................. 17
8.4. Aumento da Quantidade de Lodo. ...................................................................................... 18
9. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL. ................................................................................................. 18
9.1. Fatores de Ordem Legal que deverão ser considerados ......................................................... 18
9.2. Legislação de Apoio ............................................................................................................. 19
10. CONCLUSÃO.............................................................................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 20
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PREFEITURA MUNICIPAL DE APERIBE.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
No Sistema de Tratamento de Esgoto de Aperibé –RJ, foi adotado tratamento do tipo Reator
Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) seguido por Filtração Aerada Submersa (FAS), também
conhecido como Biofiltro, sendo o sistema constituído por dois módulos idênticos.
Na escolha desse Sistema de Tratamento foi levada em consideração a caracterização abaixo
indicada:
A vazão média de 1.810,08 m3/dia de esgotos a serem tratados na ETE, foi definida conforme
seguinte cálculo:
População permanente: 11313 habitantes
Fluido: Esgoto sanitário bruto
Contribuição de esgoto per capita (população permanente): 160 L/dia
Além da vazão média de esgoto da população, ainda considera-se a vazão de infiltração de
acordo com o comprimento da rede (aproximadamente 20,1 km). Sendo assim, a vazão média total
adotada no projeto foi 1983,75 m3/dia (1810,08 m3/dia da população + 173,67 m3/dia de infiltração).
Vazão de tratamento/hora: 82,66 m3/hora (aproximadamente 41,33 m3/hora por módulo de
tratamento)
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Elevatórias, quando presentes, têm como função elevar o esgoto de uma altura inferior para
uma altura superior, ou seja, são locais onde o esgoto é acumulado e posteriormente recalcado até a
estação - esgoto bruto - para dar prosseguimento ao tratamento ou destino final - esgoto tratado. A
transferência do esgoto é feita através de bombas.
Atendendo a ABNT NBR: 12208, em casos de necessidade de isolamento, a ETE está dotada
de canalização de desvio By Pass, ou extravasor, que evita a inundação pelas tampas das elevatórias;
e é dimensionado de acordo com as seguintes condições:
a) vazão máxima igual à vazão máxima de esgoto afluente correspondente às condições do
final do horizonte do projeto, com acréscimo da contribuição pluvial parasitária quando for o caso;
b) quando o nível máximo de extravasão não evitar remanso no conduto afluente, deve ser
verificada a sua influência na rede situada a montante da ETE;
c) o nível máximo de extravasão não deve permitir inundação de esgoto no local da estação
de tratamento.
O By Pass se dá através de comportas, localizadas no Canal de Distribuição, direcionando o
efluente a um dos módulos de tratamento. O módulo paralisado está desta forma, isolado. Esta
concepção de projeto vem a otimizar e garantir que em caso de necessidade de paralisação da ETE, o
esgoto não seja encaminhado a rede pública “in natura”.
Caso eventualmente todos os módulos precisem de isolamento, situação pouco provável, o
efluente será encaminhado para a rede de saída através do By Pass geral.
Quando há necessidade de isolamento da ETE como um todo, uma comporta é acionada para
bloquear a entrada de esgoto na ETE e o By Pass geral é aberto para desbloquear o canal extravasor
e redirecionar o esgoto retido na Estação de volta ao Corpo Hídrico. Como o descarte é feito
diretamente no Corpo Hídrico e sem tratamento, ele só pode ser realizado sob conhecimento e
autorização direta do órgão competente.
O controle operacional e supervisório do extravasor é realizado na administração da ETE.
Outra forma de isolamento da ETE é sua impermeabilização, pois sem esta barreira, o esgoto,
que contém diversas substâncias nocivas, pode percolar através do solo e degradar a qualidade da
água do lençol subterrâneo.
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4. PARÂMETROS IMPORTANTES
Quanto maior a DBO, mais elevado é o teor da matéria orgânica nos despejos. A DBO vai
sendo reduzida gradativamente, à medida que transcorre o processo de tratamento, até anular-se,
justamente quando a matéria orgânica estiver totalmente estabilizada. Normalmente é considerada
para a temperatura de 20º C, e então 20 dias são tidos como suficientes para que sejam estabilizadas
99% da matéria orgânica dissolvida ou em estado coloidal.
A DBO a 20ºC varia geralmente de 100 a 500mg/l. Em outras palavras, o número de
miligramas indica a quantidade necessária de oxigênio para bioquimicamente seja estabilizada a
matéria orgânica presente em um litro de despejo.
A eficiência de um tratamento pode ser medida pela redução que ele causa na DBO, redução
normalmente expressa em percentagem;
Óleos e Graxas → Caracterizam-se como grande variedade de substâncias orgânicas que são
retiradas das soluções ou suspensões aquosas por hexano ou triclorofluoretano (Freon). Os
esgotos de origem doméstica possuem na sua composição óleos e graxas, que são formados
através da preparação e do uso de alimentos. São conhecidos como “gorduras”;
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Odor → Esgoto fresco apresenta odor semelhante ao mofo, suportável. O esgoto velho, ou
séptico, devido ao elevado grau de decomposição, apresenta odor de ovo podre, devido
principalmente á formação de gás sulfídrico;
Cor e Turbidez → São devidas á matéria sólida. O esgoto fresco é acinzentado e com alta
turbidez. O esgoto velho, ou séptico, é pardo ou negro. A presença de coloração anormal pode
indicar a presença de despejos industriais.
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Rotina Operacional:
i) Semanalmente
Analisar os mangotes, abraçadeiras e correntes da elevatória. Testar e limpar as boias.
Içar as bombas das elevatórias para limpeza geral das mesmas (desobstrução dos rotores e
limpeza da estrutura);
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ii) Mensalmente
Os sólidos do fundo da estação elevatória são removidos com o auxílio de um caminhão limpa
fossa mensalmente, ou quando houver a necessidade de se realizar essa operação.
iii) Eventualmente
O poço de sucção da elevatória deverá ser limpo, retirando-se o material flutuante sempre que
necessário, para evitar a formação de crostas no mesmo, pois o funcionamento das bombas de recalque
pode ser prejudicado.
A limpeza do fundo da elevatória deve ser feita com os seguintes os procedimentos:
1º) Esperar até que a lâmina d’água alcance o seu nível mínimo, para auxiliar a visualização
do fundo da estação;
2º) Colocar o mangote do caminhão limpa fossa até o fundo, fazendo a limpeza por todo o
fundo da estação;
3º) Encaminhar os resíduos para destinação adequada (aterro sanitário).
OBS.: Não é necessário que se desligue as bombas ou que a entrada de esgoto seja interrompida
para que a limpeza seja feita.
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O tanque deve ser lavado periodicamente para eliminação do excesso de biomassa acumulada.
Durante a lavagem, interrompe-se a alimentação com esgoto e são feitas diversas descargas
sequenciais de ar e água de lavagem.
Proceder às descargas nos leitos de secagem, tratando o lodo seco e encaminhando-o para vala
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na área da ETE ou para um aterro sanitário, preferencialmente licenciado, ou, ainda, retornar a
biomassa ao processo.
Manutenção Eletromecânica:
Visitas quinzenais de técnico eletromecânico têm como finalidade de:
- Realizar os procedimentos de manutenção preventiva e/ou corretiva nos
equipamentos componentes das Estações de Tratamento de Esgoto e nas Estações
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Vale ressaltar a importância da flexibilidade operacional, ou seja, todos os serviços de
operação e manutenção das ETEs supracitados possuem flexibilidade de operação conforme o
comportamento individual e característico da Estação de Tratamento específica. O que foi
apresentado anteriormente não deve ser visto como uma regra, mas sim como um guia que deve ser
adaptado às diversas peculiaridades de rotina que a Estação possa apresentar.
Com base nas vistorias realizadas é possível determinar as condições e/ou problemas
existentes quanto ao aspecto operacional da estação e tomar as devidas providências.
7.1. Ferramental
01 alicate universal de 8”;
01 alicate amperímetro MINIMPA;
01 chave Philips 3/16 “x 6”;
01 chave de fenda 3/16”x 6”;
01 chave de fenda 1/8”x 6”;
01 chave inglesa 8”;
10 m de cabo pp 4 x 2,5 mm2;
01 rolo de fita isolante.
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7.2. Equipamentos para análises
02 frascos em polipropileno coletor tipo leiteira, capacidade 2 litros com alça;
02 provetas graduadas base de polipropileno com bico 1000 ml;
01 bastão de vidro Ø 8mm comprimento 300 mm;
01 caixa de fita pH – faixa 0 a 14 – com 100 unidades;
02 cones de INHOFF de polipropileno capacidade 1000 ml;
01 suporte para 2 cones de INHOFF;
01 régua de madeira com 1,0 m de altura e 3,0 cm de largura;
01 medidor de cloro, tipo piscina.
Causas Prováveis:
1°) As causas não estão ainda perfeitamente caracterizadas. O excesso de escuma é atribuído
a idade do lodo muito baixa ou ao crescente uso de detergente sintético nas indústrias e residências.
Independente das causas há diversos métodos utilizados para o controle da quantidade de
espuma, tais como;
- Redução do lodo descartado para aumento de sólidos em suspensão no reator aeróbio;
- Emprego de solvente de espuma, através da redução da tensão superficial. Este material,
de custo elevado, torna-se inviável quando o problema exige grandes quantidades;
- Emprego de pulverizadores de água (aspersores). Os jatos são dirigidos diretamente sobre
a camada de espuma, desintegrando-a. A água poderá ser substituída pelo efluente da ETE quando de
boa qualidade. O sistema de aspersores também pode representar custos elevados de operação. Em
alguns casos, usam-se sistemas mistos das soluções apresentadas.
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É prática comum quando o índice volumétrico de lodo decresce, diminuir a concentração de
sólidos em suspensão no líquido contido no reator aeróbio. Alguns pesquisadores apontam o
acréscimo do volume de lodo devido ao crescimento da população microbiológica. Quando o índice
decresce, diz-se que é devido ao crescimento do material gelatinoso. Ao contrário, para evitar-se a
tendência de aumento rápido do volume do material gelatinoso, mantêm-se o teor de sólidos em
suspensão no reator aeróbio em altos níveis;
O intumescimento do lodo pode ser evitado de acordo com as recomendações já citadas
anteriormente.
9. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
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DZ-215-R.04 – “Diretriz de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes
líquidos de origem sanitária”;
NT-202-R.10 - "Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos industriais";
DZ-215-R.3 - "Diretriz de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes
líquidos de origem não industrial";
DZ-101 - “Corpos D’Água - Usos Benéficos”;
MF-438-R.1 - “Métodos de determinação de resíduos não-filtráveis total. Fixo e volátil
(Método Gravimétrico)”;
MF-439-R.1 -“Método de determinação de demanda bioquímica de oxigênio (DBO)”;
DZ-942-R.7 - “Diretriz de implantação do programa de autocontrole – PROCON
ÁGUA”.
Caberá a Secretaria Municipal de Meio Ambiente regulamentar o sistema de Licenciamento
Ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local, bem como a correlata
cooperação técnica e administrativa entre os partícipes, instituído através do Decreto Municipal nº
7565 de 10 de novembro de 2006.
10. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NBR 12208: Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1992.
NBR 12209: Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1992.
NBR 9896: Glossário de poluição das águas. Rio de Janeiro, 1993.
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