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Disponibilização: Eva

Tradução: Renata e Dani

Revisão: Naty e Thay

Leitura Final: Eva

Formatação: Keira

Março/2021
AVISO

The Free é uma história tabu. Temas sexuais extremos e violência


em certas cenas, que podem desencadear sofrimento emocional, são
encontrados nesta história. Se você é sensível a temas tabu, então esta
história não é para você.
PLAYLIST
Ouça no Spotify aqui.

“Wildest Ones” de Zayde Wolf

“Love is Mystical” de Cold War Kids

“Daddy Issues” de The Neighbourhood

“Love on the Brain” de Cold War Kids e Bishop Briggs

“Born to be Wild” de Steppenwolf

“Bad at Love” de Halsey

“Not Afraid Anymore” de Halsey

“Where is My Mind?” de Pixies

“Glycerine” de Bush

“Judith” de A Perfect Circle

“Girls Go Wild” de LP
Para meu marido,

Obrigada por amar a selvagem dentro de mim.


Para meus leitores selvagens,

Seu amor incondicional por romance proibido,


especificamente The Wild, me inspirou, me mudou e me levou a
continuar escrevendo com o coração... mesmo que nem todos
entendam, gostem ou aprovem.

É fácil ser corajosa quando meus leitores são ainda mais


corajosos.

Por sua vontade destemida de explorar a região selvagem em


minha mente, serei eternamente grata.
“Talvez algumas mulheres não sejam feitas para serem
domesticadas.

Talvez elas só precisem correr livres até encontrar alguém


igualmente selvagem para correr com elas.”

— Carrie Bradshaw
PRÓLOGO
Eve

Passado…

Meus olhos se enchem de lágrimas enquanto John e Ezekiel


cavam um buraco para Esther. Minha irmã não era nem três anos
mais velha que eu e éramos próximas. Os meninos – Ezekiel, John,
Solomon e Nathaniel – todos tem Papai. Mamãe faleceu há dois
invernos, quando a doença apareceu. Então, Esther e eu só
tínhamos uma à outra.

Ezekiel tirou de mim a única coisa que eu tinha neste


mundo. Sei que foi ele. Ele é o único que poderia fazê-la gritar
assim. Como se ele pudesse chegar dentro de seu minúsculo corpo
e roubar sua alma. Meu irmão roubou tudo dela, incluindo a luz
em seus olhos.

“Você é a mulher da casa agora, Eve.” Papai me diz, seu


aperto no meu ombro é gentil. Eu o vi tocar em Esther de maneiras
que nunca quis ser tocada. Sempre fui o bebê. Aquela em quem
ninguém presta atenção. Não quero ser a mulher da casa.

No momento em que Esther começou a sangrar entre as


coxas, os homens de nossa família começaram a persegui-la como
leões da montanha fazem quando estão caçando. Papai começou a
ensiná-la a ser uma esposa. Ela nunca compartilhou quais eram
esses ensinamentos, mas eles aconteciam no quarto dele e ela
chorava o tempo todo.
Eu estou sozinha.

É minha vez de chorar.

Ezekiel não parece chateado enquanto rola o corpo frio e


rígido de Esther para dentro do buraco. Isso é tudo culpa dele. Se
ele não tivesse seguido seus próprios ensinamentos, ela ainda
estaria viva. Seu ensino foi muito brutal e de alguma forma a
machucou dentro do corpo. Tudo que sei é que o sangue vinha de
algum lugar que não deveria. Ela e eu soluçamos até ela ficar
pálida. Até que ela parou de se mover. Até ela me deixar.

“Irei caçar com os meninos.” Papai me diz, com a voz rouca.


“Já que é a mulher da casa agora, você dormirá no meu quarto.
Esta noite, começaremos seus ensinamentos sobre como se tornar
uma esposa.”

Uma lágrima quente rola pela minha bochecha e assinto.

Assim que Esther é enterrada, eles saem com suas armas. O


vento é brutal e implacável. Estremeço e entro em nossa casa. É
pitoresca, apenas dois quartos, mas as lareiras são quentes.
Lembro-me de ser uma garotinha e me aninhar ao lado da Mamãe
no quarto que ela dividia com Papai. Ela me mostrava fotos dela e
do papai. Quando eles eram pequenos também. Na época em que
moravam na cidade com meus avós. Mamãe e Papai também eram
irmão e irmã. Mas Papai nunca foi cruel com mamãe como Ezekiel
foi com Esther. Estou preocupada que Ezekiel também me
machuque.

Entro em meu novo quarto e me preocupo com o que Papai


me ensinará. Esther nunca gostou disso. Meu coração dói porque
sinto terrivelmente a falta dela. Às vezes gostaria de poder apenas
correr para muito, muito longe daqui. Que um bom urso seria meu
amigo e me deixaria viver em sua caverna. Sorrio enquanto retiro
as fotos dos meus pais quando eles eram crianças da pequena lata
em uma das pedras do rio na lareira.
Meus olhos castanhos são do tom exato da minha mãe.
Esther tinha sua boca. Mamãe era bonita quando mais jovem,
antes de seus dentes começarem a cair. Não posso deixar de passar
minha língua sobre meus dentes. Eu os perdi ao longo dos anos,
mas os meus sempre voltam a crescer. Imagino por que os dentes
de papai e dos meus irmãos mais velhos nunca voltam.

Depois de olhar todas as fotos, coloco-as de volta na lata.


Estou cochilando quando ouço vozes. Passos pesados soam.
Quando Ezekiel enfia a cabeça para dentro, olho para ele.

“Papai falou comigo enquanto caçava e ele acredita que está


muito velho para ser um marido por mais tempo. Já que sou o mais
velho, ele quer que eu lhe ensine como ser uma esposa.” Seus olhos
castanhos escuros se estreitam em fendas enquanto me olha.
“Você não é nada além de uma criança, no entanto. Você nem
começou a sangrar ainda.”

“Eu odeio você.” Minhas palavras sibiladas parecem


enfurecê-lo.

“Esther costumava dizer a mesma coisa e soava igual a você.”


Ele resmunga enquanto entra no quarto e me olha maliciosamente.
“Talvez você não seja uma criança afinal.”

Abraço meus joelhos contra o peito e rezo para que papai


faça Ezekiel ir embora. Começo a tremer quando ele dá outro passo
ameaçador em minha direção.

“Ezekiel.” Papai grita ao entrar no quarto, com a Bíblia


agarrada com força. “O que está acontecendo aqui?”

Ezekiel tem o bom senso de parecer envergonhado. “Nada,


papai. Eu estava dizendo à pequena Eve como é maravilhoso que
ela seja uma mulher agora.”

Mentiras.
Papai franze a testa para ele. “Vá em frente, garoto. Eve e eu
precisamos de um tempo sozinhos.”

Relutantemente, Ezekiel sai e fecha a porta atrás de si.


Permaneço paralisada de medo. Papai começa a se despir até ficar
nu. Sua masculinidade não é tão dura como a de meus irmãos.
Permanece pequena e flácida em meio a um arbusto de cabelo
branco. Papai não é bronzeado e esculpido como se fosse de pedra
como meus irmãos. Sua pele pende de seus ossos e manchas
marrons cobrem sua pele.

“Tire esse vestido e venha sentar-se.” Seus olhos castanhos


escuros piscam de raiva enquanto se senta e dá um tapinha nas
peles ao lado dele. “Nosso ensino começa com Gênesis 3:16.”

Estou com medo, mas ele nos educar com as passagens da


Bíblia não é nada novo. Tiro minha roupa e a jogo no chão. Minha
pele queima de vergonha. Não quero que ele me veja assim. Para
minha surpresa, ele não olha. Simplesmente estende a mão para
mim. Pego e sento ao lado dele. Sua pele macia e enrugada é quente
contra a minha enquanto ele me abraça ao seu lado.

“Eu te chamei de Eve como na Bíblia.” Ele explica


suavemente. Ele começa a me contar uma história em que ela foi
tentada por uma cobra e atraiu Adão para comer do fruto proibido
ao lado dela. “Em breve você entenderá seu homônimo.” Ele me diz
e começa a ler uma passagem que me faz arrepiar. “Multiplicarei
grandemente a tua dor e a tua concepção; Com dor você dará à luz
filhos; Seu desejo será para o seu marido, e ele deve governar sobre
você.”

Ele abaixa a Bíblia e agarra meu queixo, me forçando a olhar


para seu rosto barbado que tem cachos brancos – que combinam
com os que cercam sua masculinidade.

“Eu sou seu marido agora, Eve. Não sobrou nenhuma outra
esposa para eu tomar além de você. E embora você seja jovem e
não esteja madura para o parto, ainda é muito mulher. Em breve,
seu corpo mudará e se adaptará para satisfazer seu marido. Para
me satisfazer.” As pontas dos dedos dele são brutais enquanto
afundam em minha pele. Uma lágrima escorre, mas ele não se
incomoda com isso. “Esta noite, começarei meu governo sobre
você. Ensinarei como agradar seu marido.”

Grito quando ele facilmente me empurra de costas. Papai é


gigante em comparação ao meu pequeno corpo. Como um leão da
montanha tentando montar uma raposa. Não funciona. Não é
certo.

“Papai.” Engasgo. “Por favor. Estou com medo.”

Ele abre minhas coxas apesar da minha luta e se acomoda


contra mim. Sua masculinidade não é mais suave. Os fios de
cabelo que o cercam fazem cócegas em minha pele nua. Não
entendo o que está acontecendo. Agrada-lhe esfregar sua pele nua
contra a minha? É assim que as mulheres agradam aos homens?

Minhas perguntas só parecem se multiplicar quando ele


cospe na mão suja. Encaro com medo quando ele molha seu
comprimento duro com a saliva. Repetidamente faz isso até que
deslize facilmente em suas mãos. Então, seu olhar assustador está
sobre mim. Nunca vi papai com um olhar tão feroz. Como quando
um urso uma vez atacou meu irmão Solomon. Faminto. Territorial.
Feroz.

“Seus gritos vão diminuir com o tempo.” Papai me diz.

Esse é o único aviso que recebo antes de uma dor terrível me


atingir. Papai está entrando em um lugar que não sabia existir. Ele
está me rasgando com sua masculinidade. Me apunhalando da
mesma forma que Ezekiel enfia a faca nos animais que ataca.
Profundo e implacável.

Meus gritos não diminuem.


Ficam mais altos a cada momento que passa.

Mais alto.

Mais alto.

Mais alto.

Até que não posso mais gritar.


CAPÍTULO UM
Atticus

Presente…

Eu me acostumei com Reed e sua família. No começo, fui


resistente. Queria envolver a polícia, mas não sou um destruidor
de lares. Devon, embora pareça com uma leve lavagem cerebral, é
feliz.

Feliz antes.

Feliz agora.

E seus filhos...

Jesus, eu os amo como se fossem minha família.

Lembro-me de perguntar a Reed não muito depois de


descobrir que eles sofreram o acidente e estavam sobrevivendo com
o mais básico dos essenciais se queriam voltar para a cidade. “Eles
não irão entender ou aprovar nosso amor.

Nossa única chance de sobrevivência é aqui. O amor que


temos é selvagem e é aqui que ele pertence.” Na época, fiquei
bastante aborrecido por ele escolher manter a filha na natureza
selvagem, mas respeitei a decisão deles de ficar. Não foi até alguns
meses atrás, quando Reed e eu bebemos um pouco demais, que ele
tagarelou sobre Devon não ser biologicamente dele. Quis dar um
tapa na cabeça daquele filho da puta por não ter me contado no
minuto em que o avisei sobre incesto. Ainda estou um pouco
irritado por ele me deixar pensar o pior. Ele ainda é tecnicamente
o pai dela no que diz respeito à legalidade, e isso ainda é fodido,
mas a possibilidade de nascimentos defeituosos evaporou e um
peso saiu dos meus ombros.

“Rowdy.” Devon grita lá de cima. “Você pode trazer para


mamãe o cobertor de Ryder?”

Rowdy – o garoto faz jus ao seu nome, eu juro – continua a


me dar socos como se fosse um pequeno valentão. Aos três anos e
meio, ele tem mais energia do que todos os adultos juntos. Reed
sorri para mim. Ronan, de cerca de um ano, está desmaiado em
seus braços.

“Garoto.” Reed finalmente resmunga. “É melhor ir ajudar


sua mãe.”

Rowdy reclama, mas corre para obedecer.

“Quando eu estiver pronto para construir novamente...” Digo


ao meu amigo. “É melhor que seu velho rabo esteja pronto para me
ajudar.”

Ele bufa. “A vida na cidade está ficando chata?”

“Dificilmente chamo de vida na cidade onde vivo.”

Ele revira os olhos e beija o topo da cabeça do filho. Meu


peito dói. Tenho quase quarenta anos e ainda não encontrei uma
boa mulher para me estabelecer. As que estão fora da cidade são
muito selvagens. As da cidade não são selvagens o suficiente. Mas
Devon e Reed me fazem desejar o que eles têm – além da merda de
pai e filha esquisita.

“Você tem visto Eve ultimamente?” Pergunto enquanto


prendo meu cabelo crescido num coque masculino que Reed gosta
de zombar.
Suas sobrancelhas se franzem. “Passei por ela antes do
inverno, durante a caça. Passei pela cabana algumas vezes, mas
ela não estava lá. Não sei para onde ela foi.”

Ambos ficamos sombrios por alguns momentos. Se ela está


longe de sua cabana, não há como sobreviver aos elementos. Eve
me lembra de minha irmã Judith. Nossa família quase perdeu
Judith sob minha supervisão. Eu tinha vinte anos e ela dez. Estava
perseguindo uma raposa quando ouvi o barulho. Ela caiu no rio e
foi arrastada. Aconteceu tão rápido que se eu estivesse perto,
poderia tê-la pego imediatamente. Em vez disso, minha família e
eu levamos quase dois dias para encontrá-la. Tínhamos certeza de
que estávamos procurando um cadáver. Eventualmente, a
encontrei em uma pequena fenda na montanha à beira da morte.
Ela não lembra disso até hoje, mas mamãe, papai e meus dois
irmãos se lembram.

E eu?

Isso me assombra.

Atormenta pra caralho.

Bastou um segundo.

“Devon está grávida.” Reed diz abruptamente, tirando-me


dos pensamentos.

Balanço a cabeça para ele. Esses dois fodem como coelhos e


continuam fazendo essas malditas crianças.

“Ela teve Ryder há três meses!” Exclamo.

Ele sorri e encolhe os ombros. “Quando você vive na natureza


selvagem, não tem controle de natalidade.”

Reviro os olhos para ele. “Coloquei uma caixa de


preservativos em cada uma de suas meias no Natal.”
Sua risada é contagiante. “Rowdy as usa como balões de
água.”

“Ridículo.” Resmungo.

Começamos a discutir sobre uma casa na árvore que ele quer


construir para os meninos, quando Devon desce as escadas na
ponta dos pés. Ela é toda sorrisos enquanto beija Reed e pega a
criança adormecida.

“Falem baixo. Tenho meninos dormindo no andar de cima.”

Inclino a cabeça para ela e Reed pisca. Depois que ela sai,
ele se levanta e vai para a cozinha. Tudo é rústico na casa deles,
mas eu trouxe merda de verdade para usarem. Sofás. Camas. Pias.
Eles não têm água corrente, mas Reed faz uma jornada árdua todos
os dias para buscá-la para eles. Devon, a garota brilhante que é, lê
muito sobre retenção e purificação de água. Ela está convencida de
que no próximo verão descobrirá como reciclar a neve e a água da
chuva para que Reed não tenha que transportar tanto.

Ele pega uma garrafa de Jack, outro presente do tio Atticus,


e seu casaco. Pego o meu e o sigo para fora. O ar do inverno é
gelado, mas não nos incomoda enquanto nos sentamos no balanço
da varanda. Passamos a garrafa entre nós.

Estou prestes a tomar um gole quando ouço algo sendo


triturado.

Meus olhos voam para Reed na escuridão e ele se levanta,


puxando sua .45 do bolso da calça jeans. Também me levanto e
procuro na escuridão. Apesar da cerca que construímos, isso não
significa que os ursos ficarão de fora. Está sempre em nossas
mentes.

Nós dois respiramos fundo quando o portão se abre.

Cabelo castanho bagunçado familiar é o que noto primeiro.


Saio rapidamente da varanda e corro pela neve para chegar até ela.
“Eve!”

Alguma coisa não está certa. Ela manca e um gemido terrível


sai de seu peito. E sangue. Porra, há sangue por toda parte.

Eu a puxo para meus braços e a levanto. Ela não me diz


quantos anos tem, mas acho que tem cerca de dezesseis agora. A
garota é baixa e nada além de ossos. Acho que Rowdy pesa mais
do que ela. Ela soluça contra meu pescoço enquanto agarra meu
casaco. Suas roupas esfarrapadas pendem do corpo brutalizado.
Assim que a trago para dentro, levo-a para o chão perto da lareira.
Reed surge atrás de mim e posso ouvi-lo procurando pelo kit de
primeiros socorros.

“Olhe para mim, Eve.” Ordeno, minha voz tensa de emoção.


É como quando encontrei Judith. À beira da morte. Desamparada.
Quebrada. “Eve. Olhe para mim.”

Seus olhos castanhos se abrem e estão tristes. Sinto que ela


está desistindo. Tiro o cabelo sujo de seu rosto e começo a rasgar
o tecido para ver onde ela está machucada. Depois de rasgar suas
roupas, posso avaliar o dano. O sangue cobre seu abdômen. Cortes
longos e profundos ferem sua pele. Seus seios são tão pequenos e
sua barriga côncava. Uma coisinha tão frágil. Os ossos de seu
corpo se projetam para todos os lados. Não há como uma menina
pequena como ela sobreviver a uma ferida tão brutal.

Reed se ajoelha ao meu lado e começa a enfiar a linha na


agulha. “Limpe as feridas dela.” Ele grita.

Sacudo meu torpor e começo a despejar álcool em um pano


limpo. Quando limpo o corte perto de seu seio, ela grita, com
lágrimas escorrendo dos olhos.

“Shhh.” Murmuro. “Nós vamos te ajudar.”

A mandíbula de Reed cerra e entendo o que ele não diz.

Ela não irá sobreviver. Porra.


Preciso que ela sobreviva.

“Por favor, seja forte.” Imploro enquanto a limpo


cuidadosamente. “Por favor.”

Seus olhos reviram e ela desmaia no momento em que Reed


começa a costurá-la. Ele trabalha rapidamente, mas não muito
bem. Não me importo, no entanto, contanto que ele feche os
buracos no corpo da minha amiguinha. Conseguimos fazer ela
engolir alguns analgésicos de venda livre também. Depois de quase
meia hora costurando, ele termina. Tenho cuidado ao envolvê-la
com gaze. Uma vez que temos certeza de que ela não vai morrer,
pego-a em meus braços e levo para o quarto de hóspedes que Reed
e Devon mantêm para mim quando visito. Reed puxa a colcha para
que eu possa deitá-la. Cubro-a com as cobertas para mantê-la
aquecida.

“Precisamos ficar de olho nela. Se ela não melhorar pela


manhã, você provavelmente deveria levá-la para o hospital na
cidade.” Reed diz com relutância.

É a última coisa que ela iria querer.

“Ela irá melhorar.” Asseguro a ele, meus dentes rangendo.


“Ela tem que melhorar.”

Ele me dá um aceno curto antes de sair do quarto. Tiro


minha roupa até ficar de cueca e subo na cama ao lado dela.
Envolvendo meu corpo enorme em torno do seu minúsculo e frágil,
eu a aqueço. Ela está azul e gelada ao toque. Eu só preciso que ela
melhore.

Sua respiração é irregular e áspera. Preocupo-me com seus


pulmões, seu coração e a porra toda.

“Fique viva e eu trarei a você todas as frutas que pode


sonhar.” Juro, pressionando beijos em sua têmpora. “Fique viva,
pequena. Por mim.”
Ela vira a cabeça ligeiramente e seus olhos se abrem. Sua
mão treme enquanto toca meu rosto preocupado. Meu coração
salta com seus movimentos. Quero abraça-la com força, mas um
abraço meu provavelmente poderia tirar sua vida, então me
contenho.

“Fruta.” Ela murmura, seus lábios secos e rachados.

Eu a beijo na boca porque é a parte mais próxima dela a


mim. “Sim, Eve, fruta. Apenas aguente firme por mim.”

Seus olhos se fecham, mas um sorriso surge em seus lábios


num dos cantos. Essa garota nunca sorri, exceto quando há frutas
envolvidas. Minha pequena Eve. Por três anos e meio cuidei dessa
garota. Com certeza não pararei agora. Não quando ela está
sozinha. Eu a protegerei. Eve precisa de mim.

E caramba, eu preciso dela também.

“Fruta.” Ela sussurra, e meu coração salta no peito.


“Atticus…”
CAPÍTULO DOIS
Eve

“Eve.”

O som é rouco e gutural. Como o som de um urso grunhindo


enquanto brinca com seus filhotes. Profundo e estrondoso.
Possessivo, mas amoroso.

Em meus sonhos, sempre fugia para morar com o urso em


sua caverna. Ele era um bom urso, apesar das garras e dentes. Eu
poderia me encostar nele para me aquecer e ele simplesmente me
segurava.

“Eve.”

Abro os olhos e uma dor aguda e lancinante rasga meu peito.


Sou empurrada para a realidade onde me lembro de que os ursos
de verdade não são fofinhos ou doces. Eles são ferozes. Selvagens.
Famintos. E o urso que encontrei quando estava verificando minha
armadilha para coelhos queria me devorar. Ele era gigante e
determinado. Mas sou pequena e inteligente. A grande besta
conseguiu passar suas garras afiadas em mim, mas escapei para
longe. Sempre quieta e leve. Eu desapareci na noite.

“Eve.”

A voz é familiar e implacável. No fundo, sei quem é. Foi ele


que eu procurei assim que soube que meus ferimentos eram muito
graves para tratar sozinha. Não tinha certeza se ele estaria na
grande casa de Reed e Devon na colina, mas esperava que eles
soubessem como entrar em contato com ele.
Atticus Knox.

Quase não disse mais do que cinco palavras para ele nos
últimos três anos e meio, mas acabei reconhecendo-o como alguém
seguro e confiável. Na natureza, as pessoas que você encontra nem
sempre são assim. Eles te roubam ou machucam. Eles tentam te
possuir.

Eu não pertenço a ninguém.

Reed Jamison se certificou disso no dia em que arrancou


meu irmão Nathaniel do meu corpo e o matou na minha frente. Eu
tinha certeza de que ele me mataria também, mas ele não o fez. E
embora ele me assustasse, tudo mudou quando Devon deu à luz
Rowdy em minha casa. A maneira como ele a tratava e amava, era
algo que nunca vivenciei antes.

Reed não governava Devon.

No mínimo, era como se ela o governasse.

Não fazia sentido e ia contra tudo que papai e meus irmãos


me ensinaram sobre casamento. Quando papai e Ezekiel foram
mortos, John alegou que eu era sua esposa, mas deixou Solomon
e Nathaniel se revezarem. Eu odiava intensamente meu pai e meus
irmãos. Quando Reed assassinou todos eles, me senti livre.
Nenhum homem jamais me reivindicaria de novo.

“Eve.”

Estou exausta e meu peito queima. Meus dedos ainda


parecem congelados. E estou na cama mais quente, macia e com o
melhor cheiro em que já estive. Não estou ansiosa para acordar
desse sonho. Acordar sozinha, com frio até os ossos, em minha
pequena cabana. Estremeço com o pensamento.

“Eve.”
Minha barriga contrai e me lembro que meu ciclo está
próximo. Lembro-me de menstruar fortemente na noite em que
Devon teve seu filho em minha casa. Eu estava com medo de que
Reed notasse. Que ele tentaria me montar como meu pai e meus
irmãos faziam. Mas ele nunca o fez. Seus olhos sempre viam
Devon, o que estava bom para mim.

Quando Atticus apareceu, fiquei apavorada. Até tentei


esfaqueá-lo. Ele foi gentil comigo, no entanto. Olhou-me com os
olhos mais gentis que já vi. Todos os meus medos diminuíram
quando ele sorriu. Ele tinha dentes. Dentes brilhantes, limpos e
brancos. Um monte deles. A boca mais linda de todas. Não foi até
que ele começou a aparecer de vez em quando que comecei a
confiar nele. Fruta. Sempre fruta. Eve foi tentada por frutas na
Bíblia, então é apropriado que eu seja da mesma forma.

Doce. Suculenta. Deliciosa.

A melhor coisa que já provei.

Meu estômago resmunga.

“Fruta.” Resmungo, minha voz soando estranha aos meus


próprios ouvidos.

Consigo abrir os olhos e duas orbes verdes brilhantes me


perfuram. Como nos dias quentes de verão, quando me deito nas
margens do rio e olho para o céu. O sol está forte e ofuscante, mas
me aquece até os ossos.

Os olhos de Atticus são assim.

Eles mergulham em mim. Aquecem-me. Queimam-me de


maneiras boas.

Gosto de seus olhos em mim.

“Como você está se sentindo, raposinha?” Sua voz é


profunda e parece sacudir a cama.
Minhas bochechas esquentam sob seu olhar intenso. Melhor
agora que você está aqui, grande urso. Não digo essas palavras, no
entanto. Não digo nada. Em vez disso, estudo seu rosto. Algo em
seu rosto é difícil de desviar o olhar. Seu cabelo é cor de mel direto
dos favos. Rico, dourado, perfeito. Ele às vezes o afasta dos olhos
em um nó engraçado na parte de trás da cabeça. Isso me fascina.
Quero puxar a faixa que o mantém no lugar para que eu possa
passar meus dedos por ele para ver se é tão macio quanto parece.
Ao contrário de Reed e minha família, o rosto de Atticus tem menos
pelo. O pelo é curto para que ainda possa ver os ossos do rosto.
Sua mandíbula é afiada e suas maçãs do rosto pronunciadas. O
nariz é forte, mas tem uma ligeira protuberância no meio.

Quero tocar nisso também.

Mas não faço.

Nunca toco nele, apesar de meus desejos.

Ele é um homem.

E se ele quiser me tornar sua esposa?

Um arrepio percorre meu corpo. Atticus é maior que Reed ou


Ezekiel. Seus ombros são tão largos quanto o urso que me atacou
ontem à noite e ele é quase tão alto. Músculos sobre músculos são
o que compõem Atticus Knox. Ele é lindo e aterrorizante ao mesmo
tempo. Se ele quisesse me montar e me ensinar como ser sua
esposa, ele poderia. Facilmente. Depois de três anos e meio livre,
eu pertenceria a alguém novamente. A dor voltaria.

Outro estremecimento.

“Eve.” Ele murmura, sua voz suave como a barriga de um


coelho. “Estou aqui. Irei te proteger e cuidar de você. “

Suas palavras calorosas acalmam meu coração medroso. Ele


não está me tocando de nenhuma forma horrível, então avidamente
aproveito o momento. Às vezes, de longe, observo como Reed
acaricia a bochecha de Devon com os dedos. Como ela se inclina
em seu toque e encontra seu olhar com um sorriso. Eu os observei
por anos e nunca o vi machucá-la. Os sons que vêm de sua cabana
quando ele a monta são de prazer. Como quando você afunda os
dentes em uma fruta suculenta e um gemido escapa.

Simples assim.

Calor enrola profundamente em minha barriga, apesar dos


meus ferimentos. Não posso dizer que odeio a sensação. É uma
sensação formigante que parece percorrer meu corpo.

“Você tem que melhorar.” Atticus murmura. “Por mim.”

Meu olhar cai para seus lábios carnudos. Eles são rosa e
parecem macios. Sem pensar, levo meus dedos à sua boca e os
toco. Sua respiração para e ele me olha com uma careta. Talvez ele
não goste. Sentindo-me castigada, eu os afasto. Ele pressiona um
beijo no meu nariz e um som estrangulado me escapa. Papai e
meus irmãos me beijavam com frequência, mas isso não parece
punição. Parece uma recompensa. Antes que eu possa considerar
suas ações, ele sai da cama.

Nunca vi nada tão hipnotizante.

Eu sabia que ele era musculoso, mas não o vi sem roupas.


Agora, ele usa apenas uma cueca preta justa. Suas costas têm
obras de arte desenhadas por toda parte e uma pontada de ciúme
me atravessa enquanto imagino se sua esposa as desenhou. Nunca
pensei que talvez ele tivesse uma esposa. Certamente explicaria por
que ele não me montou.

Ele veste suas roupas como se estivesse com raiva, com suas
lindas costas viradas para mim. Eventualmente, sua arte fica
oculta quando ele veste a camisa. Quando me olha, seus olhos
parecem preocupados.
“Desculpe-me, Eve.” Ele diz, sua garganta se move. “Terei
que fazer algo que não irá gostar.”

Terror aumenta dentro de mim. Não faz sentido. Se ele irá


me montar, por que colocou as roupas? Onde está a fome em seu
olhar como no de papai e meus irmãos? Estou confusa quando ele
sai do quarto.

Tento me sentar, mas dói muito. Lágrimas quentes rolam por


minhas bochechas.

Além das paredes, Atticus e Reed estão discutindo. Essas


paredes não são finas como as da minha cabana. Não posso ouvir
como desejo. Por que eles estão com raiva?

Alguns momentos depois, Atticus entra furioso. Reed segue


atrás dele, suas narinas dilatadas. Pânico me atinge e me deixa
imóvel. Eles vão se revezar para me montar como Nathaniel e John
costumavam fazer?

“P-Por favor...” Engasgo.

Reed olha furioso para Atticus. “Ela não quer ir.”

Atticus rosna como o urso que me atacou. “Maldição, Reed.


Ela está com febre. Esperei por quatro malditos dias por ela
melhorar, mas não está acontecendo.”

Quatro dias? Pensei que fosse um.

Ele continua: “Há infecção, tenho certeza disso. Ela precisa


de um médico.”

A maioria de suas palavras são sem sentido, mas tenho uma


noção. Ele quer me levar embora.

“Eles irão colocá-la nos serviços de proteção à criança. Eve


não pode sobreviver naquele mundo.” Reed berra. Apesar do tom
raivoso, sinto que ele está tentando me proteger.
“Ela morrerá se não fizermos algo. Não posso...” Atticus
aperta a ponta do nariz e fecha os olhos. “Eu não a deixarei
morrer.”

Meu olhar em pânico oscila para frente e para trás entre eles.
Quase paro de respirar quando vejo a resignação nos olhos
castanhos de Reed.

“Prometa que irá trazê-la de volta no momento em que ela


melhorar.” Ele pede.

Atticus acena para ele antes de voltar sua atenção para mim.
Ele senta ao meu lado e pega minha mão, apesar da minha
tentativa de afastá-la.

“Você não está melhorando.” Atticus me diz, sua voz firme.


“Eu te levarei a um lugar onde te darão remédios.”

Balanço a cabeça. “N-Não.”

Sua mandíbula flexiona. “Sinto muito, mas não aceito essa


resposta.”

Um grito sai de mim quando ele desliza os braços fortes por


baixo do meu corpo e me levanta. A dor em meu peito é intensa.
Quanto mais me movo, mais dói. Derrotada, engasgo com soluços
enquanto Atticus me carrega pela casa. Sinto olhos em mim,
provavelmente Devon e as crianças, mas não consigo encontrar
seus olhares. Estou ferida e fraca. Estou à mercê deste homem. Ele
me carrega para sua caminhonete. É grande, preta e assustadora.
Papai costumava me contar histórias da caminhonete de seu pai.
Uma engenhoca de metal que leva você à lugares distantes para
que não precise andar.

Eu não quero ir a lugar nenhum longe.

Quero ficar aqui.


Mas estou impotente para lutar contra ele. Ele me deita no
banco de trás antes de entrar na frente. A caminhonete ganha vida
e em poucos minutos estamos nos movendo. Tento me sentar, mas
não consigo me mover. Tudo o que posso ver são as árvores
passando a uma velocidade alarmante.

Quero agarrá-lo e exigir que ele me leve de volta, mas estou


muito cansada.

Pelo simples esforço de gritar, estou sem energia. Com um


soluço, fecho os olhos e espero que, onde quer que cheguemos,
ninguém tente me manter como deles. Eu não quero ser presa.

Quero ser livre.


CAPÍTULO TRÊS
Atticus

Eve dorme pacificamente na minha cama enquanto ando


pelo meu quarto e fico em pânico. Levá-la ao hospital está fora de
questão. Eles exigiriam respostas que não quero dar. E,
francamente, Eve ficaria traumatizada pra caralho. Por isso, pedi
um favor a uma amiga.

Suma Walkingstick e eu conhecemo-nos a um tempo. Meus


pais costumavam contratar a mulher nativa americana para cuidar
de nós durante o verão, quando viajavam para a Califórnia. Suma
é sábia e conhecida por ter remédios para tudo. Até médicos locais
a procuram quando a medicina moderna não funciona. Mas não
foi sua fama de curandeira que me fez discar seu número, foi
desespero. Se alguém pode ajudá-la e tratar isso com discrição, é
Suma.

“Esta pasta ajudará a infecção na superfície. O elixir que a


fizemos beber ajudará sob a superfície”, explica Suma. Sua pele
marrom escuro é um contraste com a pele branca pálida de Eve.
“A pasta deve ser aplicada quatro vezes ao dia. Vai arder e coçar,
mas precisa ser aplicada.” Ela estala a língua em desaprovação. “A
costura que seu amigo fez não está certa, Atticus. Ela precisa ser
retirada em breve. Até lá, mantenha a criança confortável.”

Eu engulo e aceno. "Ela vai ficar bem?"

Suas sobrancelhas negras franzem quando ela me olha com


os olhos azuis mais pálidos que já vi. Meus irmãos Will e Vic
costumavam me provocar que Suma é uma bruxa. “O selvagem
queima em suas veias. Quando forçamos o elixir pela garganta
dela, vi pelas janelas de sua alma. Ela é indomada. A criança não
se encaixa no mundo que conhecemos. Depois que ela estiver
curada, você precisa libertá-la.”

Eu me irrito com o pensamento de deixar Eve voltar para o


lugar isolado, onde ela está praticamente indefesa. Vou atravessar
a ponte quando chegar lá. "Obrigado."

A velha mulher se aproxima de mim e segura minhas


bochechas enquanto me encara. "Qualquer coisa para você, filho."

Inclino-me para que ela possa beijar minha testa. Suma e eu


nos aproximamos depois que Judith quase morreu. Eu me culpei
por não cuidar da minha irmã. Mesmo depois que ela estava bem
e de volta em casa, tão feliz como poderia estar, eu me agarrei à
culpa. Suma me ensinou como tirar isso da minha mente. Explicou
que os pensamentos sombrios que me possuíam eram de natureza
maligna. Que eu era bom demais para permitir que a escuridão me
roubasse. Eventualmente, aprendi a lidar com essa culpa com a
ajuda dela.

Levando-a para a porta, eu assisto com uma careta enquanto


ela sobe em sua bicicleta velha e vai embora pela neve. Suma mora
a seis quilômetros de mim e se recusa a me deixar levá-la a
qualquer lugar. Aquela velha viverá até os cem anos facilmente.
Ninguém da idade dela está nessa boa forma.

Uma coruja canta ao longe. Logo estará escuro. À noite, a


vida selvagem aparece. Ainda estou a 20 quilômetros da cidade.
Perto o suficiente para amenidades e ver minha família, mas longe
o suficiente para não ouvir o zumbido das pessoas. Árvores cercam
minha casa modesta. Aqui é pacífico.

Volto para dentro e tranco a porta. Minha casa não é grande.


Não preciso de muito espaço, pois sou apenas eu. Tenho uma sala
de estar com uma única poltrona porque nunca recebo visitas. Mas
o que tenho, que acho difícil viver sem, é eletricidade. A televisão
na parede parece ridícula no espaço quando não está ligada, mas
é muito foda quando assisto futebol em alta definição.

Passando pela sala, caminho para a pequena cozinha. Uma


geladeira, fogão e micro-ondas estão aqui. Tenho uma pequena
mesa com duas cadeiras num canto, apesar de sempre comer
sozinho. Sou grato por ter a outra cadeira, porque Eve terá um
lugar para sentar. Pego uma garrafa de água da geladeira e volto
para meu quarto. O chuveiro me chama como sempre faz depois
de passar um tempo acampando. É uma das razões pelas quais eu
não poderia viver como Reed e Devon. Amo um banho quente mais
do que qualquer coisa neste mundo.

Tiro minhas roupas quando estou no banheiro minúsculo e


me olho no espelho enquanto o chuveiro esquenta. A cicatriz no
meu ombro direito é um lembrete vivo do porquê moro aqui na
floresta, em vez de no Colorado. Cerrando os dentes, tiro o olhar
do espelho e fico sob a água quente. A água limpa o odor corporal
e o acúmulo de sujeira de algumas semanas com Reed e sua
família. Esfrego até me sentir esfolado. E, porra, parece o paraíso
poder lavar o cabelo novamente. Uma vez que estou limpo, encaro
meu pau. Grosso e mole. Quase não tenho mais ereção. As duas
últimas que tive foram quando estava com Reed e Devon. Aqueles
dois fodem o tempo todo. E eu serei amaldiçoado se ouvi-los fazer
sexo não deixou meu pau duro. É vergonhoso pra caralho ter que
gozar em uma das minhas camisetas sujas.

A água finalmente esfria e eu saio. Pego uma toalha felpuda


e prendo-a na cintura. Estou saindo do banheiro, a água pingando
do meu cabelo, quando noto Eve acordada. Seus olhos estão
abertos enquanto ela olha para o teto. Suma esfregou a pasta verde
em todas as feridas no peito de Eve e ordenou que eu a deixasse
descoberta para que pudesse secar. Meu olhar cai no peito de Eve.
Seus seios são pequenos e os mamilos são como pedras
endurecidas. Quando meu pau bate contra minha perna, afasto os
olhos dela e corro para a cômoda. Eu acabei de olhar pequenos
seios de uma adolescente. Com um grunhido, eu a abro e pego uma
boxer folgada para dormir.

Quando viro, ela está me observando. Seus olhos castanhos


brilham com desconfiança e medo. Eu corro os dedos por meu
cabelo molhado e gesticulo ao meu redor.

“Esta é minha casa. Você estará segura aqui.” Aponto para


o peito dela, mas não quebro o contato visual. “Uma amiga minha
tratou suas feridas. Precisamos aplicar a pasta quatro vezes ao dia
para que você se cure. Está com fome?"

Ela estremece de dor e assente. "Fruta."

Meus lábios formam um meio sorriso. Claro que ela quer


frutas. A pequena Eve ama suas frutas. Sempre foi seu único
pedido. Ando pela minha casa e começo a servir duas latas de
frutas numa tigela da Tupperware. Pego um garfo e volto para meu
quarto. Eve tenta se sentar e eu resmungo.

"Não faça isso."

Suas narinas se abrem, mas ela obedece. Quando sento ao


lado dela na cama, ela está tensa. Usando o garfo, corto as fatias
de pêssego em pedaços pequenos. Então, espeto uma antes de levá-
la aos lábios rosa rachados.

"Abra."

A boca dela se separa e eu coloco a fruta na abertura. Um


som de prazer ressoa dela. Mais uma vez, meu pau engrossa contra
minha coxa. Ignorando o sangue correndo lá, eu a alimento até que
todas as frutas acabam. Depois de afastar a tigela, ajudo-a a beber
da garrafa de água. Posso dizer com toda certeza que ela odeia
aceitar minha ajuda. Eve é independente e feroz. Ela deve se sentir
como uma prisioneira no próprio corpo.

"É hora de descansar, Eve."


Apago as luzes antes de subir na cama ao lado dela. Esta
será a quinta noite em que durmo ao lado dela. Desde que ela
desmaiou no quintal de Reed, ensanguentada e à beira da morte,
não consigo deixar de ficar ao seu lado. Eu me sinto responsável
por ela. Eve não tem ninguém. Ela precisa de alguém.

Sua respiração é suave na escuridão. Apesar do calor central


que aquece o espaço, seu corpo está frio ao toque. A febre cessou,
obrigado, porra. Envolvo o braço em seu torso e pressiono meu
corpo quente contra o dela para aquecê-la. A tensão desaparece
quando ela aceita meu presente de calor. Em breve, nós dois
adormecemos.

"Mais", a morena implora enquanto segura a cabeceira da


cama. "Por favor."

Sua pequena bunda pálida apenas implora para ser


marcada. Dou um forte tapa antes de mover-me com força
suficiente contra ela para que minhas bolas batam contra sua
buceta nua, fazendo um forte barulho. Enrosco meu punho nas
mechas escuras e puxo sua cabeça para trás. Ela geme e logo seu
corpo está tremendo ao redor do meu pau. Meu orgasmo explode
com um gemido.

***

Acordo com os pássaros da manhã cantando do lado de fora


da janela. Hoje, apesar da hora, está escuro, o que significa mais
neve. Um bocejo me escapa e faço um balanço da minha situação.
A bile rasteja na minha garganta quando percebo que minha boxer
está encharcada. Eu tive um sonho erótico. Gozei na minha cueca
como um maldito adolescente. Tudo seria suportável se não fosse
o fato de minha coxa estar pressionada contra o sexo de

Eve. Suas pernas estão separadas para acomodar minha


perna grande.

Porra.

Porra.

Porra.

Meu coração bate forte no meu peito. Eu sou um pervertido.


Gozei com meu pau pressionado contra o quadril de uma
adolescente. Vou fazer quarenta malditos anos em abril. O que
diabos está errado comigo?

Ela se move e eu permaneço imóvel. Estou horrorizado


demais para me mexer. Se ela adormecer novamente, então posso
me levantar. Estou planejando minha fuga quando ela começa a
coçar a pele em seu peito ao redor dos cortes.

"Eve", digo de repente, minha voz rouca de sono. "Não faça


isso."

Ela me ignora e continua coçando. Eu agarro seu pulso e o


aperto firmemente. Quando ela começa a coçar com a outra, eu a
seguro também. Prendendo os dois pulsos na cama, eu a encaro.

"Eu disse não."

Seus olhos castanhos ardem de fúria. É a maior vida que vi


nos olhos dela desde muito antes do acidente, quando a vi pela
última vez. Tento ignorar o fato de que minha boxer molhada está
pressionada contra sua pele nua.

"Isso coça", ela sussurra, suas narinas dilatando.

Meu olhar suaviza. “Eu sei, mas você não pode coçar. Vai
doer.”
"Você vai me montar?" Suas palavras são apenas um
sussurro.

Leva um momento para registrar o que ela está perguntando.


Afasto-me dela como se tivesse sido mordido por uma cobra. Na
minha pressa de pular da cama, jogo a colcha no chão. Seu corpo
nu na minha cama fala com meu pau, que não entende as regras.
Ele se eleva por vontade própria.

"O que?" Eu exijo. "Não. Eu não vou ... montar você." Mesmo
quando digo as palavras com nojo, uma imagem rápida passa por
minha cabeça. Uma onde ela está curada e estou profundamente
enterrado dentro dela. Estou enojado de pensar em algo tão
horrível com uma criança. "Porra. Porra!"

Ela tenta coçar sua pele novamente. Isso me distrai da porra


do tesão gigante que tenho e mais uma vez lanço-me para ela. Se
ela reabrir essas feridas, pode ser ruim. Ela se contorce contra meu
abraço. Usando meu peso corporal, eu a prendo no colchão. Entre
nós, seu peito se agita de esforço. Como a porra estúpida que sou,
olho para baixo. Seus seios estão alegres como sempre e seus
mamilos ainda duros. Fecho os olhos e tento afastar a visão.

"Você vai me montar?" Ela faz a maldita pergunta de novo e


me deixa louco. Em vez de enlouquecer, abro os olhos e a encaro.

“Não, Eve. Eu não sou um estuprador doente.”

Ela relaxa e suas feições suavizam. Se percebeu que meu


pau lateja contra sua coxa com necessidade, ela não deixa
transparecer. "Obrigada."

"De nada. Agora você pode ficar parada e me deixar aplicar


mais pasta?”

Ela assente e morde o lábio inferior de maneira nervosa.


Foda-se se essa merda não vai direto para meu pau também. Desço
da cama e coloco um jeans, porque preciso de mais uma barreira
entre nós do que minha cueca molhada. Quando estou vestido,
jogo a colcha de retalho até os quadris, desviando os olhos de entre
as pernas dela. Meu olhar corre para seus mamilos novamente e
eu quero me dar um soco na cara do caralho por ter zero
autocontrole. Toco a tigela de pasta da mesa de cabeceira e pego
um bocado na ponta dos dedos. Sua respiração sibila quando
começo a espalhá-la através dos cortes. Meus dedos estão contra
seu mamilo e tenho que fechar meus olhos para impedir que sons
selvagens escapem da minha garganta.

O que diabos deu em mim?

Essa é Eve.

A pequena raposa.

Não algum brinquedo maldito.

Quando termino, dou um sorriso rápido para ela. "Descanse.


Eu preciso tomar um banho e então vou pegar algumas frutas para
você.”

Seu rosto inteiro se ilumina enquanto ela sorri - largo,


brilhante, bonito. Acho que nunca vi Eve sorrir assim. Porra,
nunca. Estou tão surpreso com isso que me afasto dela. Não é até
que estou no chuveiro sob a água quente que percebo que minha
obsessão por ela se transformou em algo proibido. Apoio a testa
contra o azulejo frio e agarro meu pau dolorido. Meus olhos se
fecham quando tento imaginar a morena que estava sonhando
quando gozei inesperadamente. Toco meu pau enquanto penso na
bunda dela e nos ossos da espinha. Seu cabelo escuro. Estou
chegando perto quando a garota na minha visão se vira para olhar
para mim. Olhos castanhos escuros. Com alma pra caralho. Eve.
Com um grunhido sufocado, gozo contra a parede de azulejos.
Porra.

Porra. Porra!
Começo a esfregar meu corpo com força como punição. A
última coisa que preciso é fantasiar sobre Eve. Ela ainda é uma
criança, pelo amor de Deus. Quaisquer fantasias idiotas que
estejam na minha cabeça não podem sair deste banho. Precisam
escorregar pelo ralo e direto para o inferno onde pertencem.

Não posso pensar nela assim.

Não posso.

Eu simplesmente não posso.

Quando me seco e visto meu jeans novamente, vou para o


quarto, esperando que ela esteja dormindo. Em vez disso, eu a
encontro olhando para mim. Seus grandes olhos castanhos não
estão zangados ou assustados. Eles piscam com curiosidade. Com
um grunhido, vou até o armário e pego uma camiseta do cabide.

"Está quente aqui", ela murmura.

Paro e me viro para olhá-la. "Você acha que pode se levantar


hoje?"

Ela começa a tentar se sentar, então corro até ela. Juntos,


conseguimos colocá-la numa posição sentada. Seu peito parece
horrível, mas não está nem metade da bagunça de antes. A pasta
já está ajudando.

"Eu preciso..." Suas bochechas queimam vermelho


brilhante. "Ir." O olhar dela dispara pela janela. E, por ir, ela não
quis dizer sair. Ela precisa fazer xixi.

"Você pode andar ou devo carregá-la?"

"Carregue-me."

Ignoro o fogo queimando através de mim enquanto coloco


seu pequeno corpo em meus braços. Ela não pesa nada. Aposto
que ela mal atinge 50 kg na balança. Um grito escapa dela quando
a sento no vaso.
"Frio!"

Rindo, eu a solto e dou um passo para trás. “É um vaso. Você


se alivia nisso. Isso é papel higiênico que você usa para limpar e,
em seguida, essa pequena alavanca é para lavar tudo.”

Os olhos dela estão arregalados e o lábio está levemente


curvado. "Onde tudo isso vai?"

"Através de canos para uma fossa."

"O que é uma fossa?"

Estou prestes a abrir a boca quando ouço tilintar no vaso.


Como o filho da puta doente que sou, não posso deixar de olhar
para baixo entre suas coxas. Sua urina sai e meu pau está duro no
jeans novamente. Saio do banheiro, batendo o ombro no batente
da porta antes de tropeçar para o quarto.

"Chame quando terminar", eu grito e me afasto. Corro os


dedos por meu cabelo ainda molhado e bagunçado. Estou
perdendo a cabeça. Trazê-la aqui, depois de tanto tempo sem sexo
ou o toque de uma mulher, foi uma má ideia. Preciso fazê-la
melhorar e deixar sua bunda na casa de Reed. Começo a bater as
gavetas em busca de uma camiseta.

Ainda estou me repreendendo quando ouço a descarga. Ela


solta um som sufocado, o que me faz voltar correndo para o
banheiro pequeno. Seus olhos estão chorosos quando ela olha para
o espelho.

"Esther?" As pontas dos seus dedos estendem a mão e ela


toca o vidro.

Chego atrás dela e franzo a testa para nossos reflexos. “É um


espelho. Como quando você se vê no rio.”
A compreensão surge em seus olhos, mas não antes que uma
lágrima escorra por sua bochecha suja. Entrego a camiseta branca
gigante.

"Coloque isso e então vamos te alimentar."

Ela me permite ajudá-la a se vestir. Estou consciente dos


cortes e mantenho meus olhos longe do seu corpo. Uma vez que
ela está vestida, passo meu braço em volta de sua cintura
minúscula e lentamente a guio para a cozinha. Ela está quieta, mas
posso vê-la absorvendo tudo. Lá fora, a neve cai pesada e grossa,
mas estamos quentes aqui dentro. Sento-a à mesa com uma lata
de frutas e começo a fazer algo quente.

“Não tenho muitos produtos perecíveis desde que saí há


algum tempo, mas vou pegar um pouco na próxima vez que for à
cidade. Espero que goste de aveia.” Ela provavelmente ficaria
melhor em ter aveia integral de verdade, mas tudo o que tenho é a
merda instantânea que amava quando criança. Escolho o sabor de
maçã com canela para ela e começo a fazê-la. Quando termino,
coloco a tigela fumegante na frente dela.

Faço um café para nós dois. Não tenho certeza se ela vai
gostar ou não, mas acho que a cafeína pode lhe fazer bem.

"O que é isso?"

Viro para vê-la devorando a aveia. Seus olhos estão


brilhantes e felizes. Isso alivia a tensão nos meus ombros. Minha
camiseta a engole. Sua pele está suja e ensanguentada - um forte
contraste contra a camisa branca limpa. Eu trouxe a selvagem para
casa e ela se destaca contra tudo na casa limpa e escassa.

"Aveia. Você gosta?"

"Mais", ela implora, sua voz um sussurro necessitado. Com


seus olhos em mim assim, eu volto a perder a cabeça.
Dou-lhe uma caneca fumegante de café, que misturei com
açúcar e creme extra, já que ela parece gostar de merda doce. “Beba
isso. Vou fazer mais aveia.”

Os sons de prazer vindo dela enquanto toma um gole do


líquido quente me aquecem. Dá-me satisfação mostrar-lhe coisas
novas. Enquanto faço uma segunda tigela de aveia, ela toma toda
a xícara de café. Seus olhos percorrem o lugar, com curiosidade
evidente em suas feições.

"Se estiver disposta a fazer isso, está livre para explorar",


digo a ela. “Apenas fique dentro. Você está machucada e
precisamos te curar.”

"Livre."

Solto uma risada quando ela começa a inalar a aveia. Vou


precisar adicionar isso à lista de compras, já que ela é uma fã.
Distraidamente, ela coça o peito e isso me lembra que os pontos
dela precisam sair. O pensamento de vê-la nua novamente fode
com minha cabeça. Quando for à cidade para comprar
mantimentos, terei que encontrar uma das minhas malditas
amigas para tirar a mente dessa besteira por um tempo.

"Eu preciso limpar suas feridas", digo a ela, meu tom rouco.
"Então talvez você possa tomar uma chuveirada."

Seu nariz franze e serei amaldiçoado se ela já pareceu mais


fofa. "Chuveirada? Como a chuva?”

Gargalho e levo os pratos vazios para a pia. "Algo assim, mas


mais quente."

Depois que pego meu kit de primeiros socorros e uma garrafa


gigante de álcool, eu os coloco na mesa e me ajoelho na frente dela.
"A camiseta precisa sair."

Em vez de removê-la, ela levanta os braços, seus olhos


castanhos me perfurando. Eu cerro os dentes, mas delicadamente
tiro a camiseta dela. Com foco extremo, começo a limpar a pasta,
a sujeira e o sangue com o álcool. Ela geme e chora, mas não me
afasta. Uma vez que ela está limpa, pego a pequena tesoura e
começo a tarefa tediosa de cortar os pontos. Leva mais de uma
hora, mas eu consigo libertá-la deles. Depois de um dia com a
pasta, suas feridas estão muito melhores. Trazê-la aqui para que
Suma pudesse tratá-la foi uma boa escolha. Mesmo que meu pau
continue tentando fazer coisas ruins.

"Chuveirada", ela me lembra.

Eu sorrio. "Você é uma mulher que sabe o que quer e não


tem medo de pedir."

Ela se aproxima e toca meus dentes. “Como seus dentes não


caem? Como os do papai ou dos meus irmãos?” Eu acho que isso
é o máximo que já ouvi ela falar de uma vez.

Eu bufo. "Eu os escovo."

Os olhos dela se arregalam de horror. "Os meus vão cair?"

"Se você não mantê-los limpos, é inevitável."

Ela engole. "Limpo eles na chuveirada?"

"É um pouco mais complicado do que isso", digo com uma


risada. "Mas nada que você não possa lidar sozinha depois que eu
te mostrar."
CAPÍTULO QUATRO
Eve

Esse lugar é estranho. Limpo, quente e livre de ameaças. É


cheio com os alimentos mais deliciosos e as roupas são macias. A
melhor parte é que Atticus está aqui. Seu perfume está em todo
lugar. Ele cheira em parte como os pinheiros, mas também um
perfume que não conheço. Cheira bem, no entanto. Seus olhos
estão sempre em mim. Eles tremeluzem com o fogo - o mesmo fogo
que papai e meus irmãos tinham às vezes. Isso me faz pensar se
ele quer me montar e me tomar como sua esposa. O pensamento
não é ruim como com minha família. Com Atticus, faz minha
barriga arder de desejo. Deixa-me curiosa saber qual o sabor da
boca dele.

Só de pensar em sua boca me envergonho. Ele limpa os


dentes, e é por isso que eles são tão brancos como a neve fresca no
primeiro dia de inverno. Eu quero que os meus sejam limpos
também.

"Vou pegar sua própria escova de dentes", ele me diz. "Por


enquanto, podemos compartilhar a minha."

Seu aperto forte está mais uma vez na minha cintura. A


camisa que ele me deu esconde meu corpo. Eu não gosto de usá-
la, apesar de cheirar como ele, porque ele não pode olhar para meu
corpo com aquele olhar faminto que passei a gostar. Mas ter suas
mãos em mim, como agora, é melhor do que seus olhos. Eu gosto
do jeito que ele é gentil comigo, mas poderoso o suficiente para não
me deixar cair. Chegamos ao pequeno lugar onde o banheiro está,
e ele mais uma vez está atrás de mim. Nossos olhares se encontram
no espelho.

Atticus é lindo. Sua pele é dourada e os cabelos sedosos.


Comparado às minhas madeixas escuras e emaranhadas, ele se
parece com o que eu imagino que sejam os anjos na Bíblia do papai.
Isso me envergonha, porque eu não pareço com ele. Lama e sangue
estão incrustados no meu rosto e no meu cabelo.

Seu corpo está duro e quente pressionado contra as minhas


costas. Posso sentir sua masculinidade me cutucando. Meus olhos
encontram os dele e fico fascinada quando suas bochechas ficam
vermelhas, como se ele não quisesse que eu soubesse que sua
masculinidade está pronta para montar.

"Eu faço primeiro para que você possa assistir", ele


murmura, sua voz rouca e áspera.

Presto atenção especial à maneira como ele aperta um pouco


de pasta azul num pincel minúsculo. Ele o leva à boca e começa a
esfregar vigorosamente. Espuma derrama de sua boca na tigela sob
o espelho. Ele me lembra os animais que às vezes ficam loucos.
Mas ele pisca para mim e isso faz com que um flash de calor me
atravesse. Ele cospe na pia e depois vira uma alavanca. A água sai
e ele enxágua o pincel. Uma vez que ele está todo limpo, e seus
dentes certamente brilham agora, ele me entrega a escova. Eu
seguro firme enquanto ele aperta mais pasta azul. Imitando suas
ações, começo a esfregar. A pasta deixa minha boca gelada, mas
eu gosto. Na verdade, eu amo. Esfrego e esfrego até que eu estou
espumando pela boca também. Estou

brava. Positivamente louca. Gargalho e quase engasgo com


a pasta espumosa.

Eu cuspo e enxáguo como ele fez. Minha boca está limpa,


macia e revigorada. "Posso fazer de novo?"
Ele ri e isso me lembra como Nathaniel ria quando ele era
menino. Suave, brincalhão e quente. “Depois de cada refeição, se
você quiser. Mas agora precisamos limpar o resto. Tire a camiseta
e tome banho sob a água quente.” Ele liga o chuveiro e depois me
deixa sozinha.

Não tenho certeza sobre esse banho que ele fala, mas faço
como me disse. Tiro a camisa e puxo o pano para o lado para espiar
lá dentro. Tem rochas brancas e lisas de algum tipo. Vapor ondula
ao meu redor. Quando chego e a água quente bate na minha mão,
eu grito.

Atticus entra no banheiro, a preocupação por mim escrita


em seu rosto. Estou confortada com a presença dele.

“Eu não sei o que fazer. Isso dói? Você pode me ensinar?"

Seus olhos verdes brilham com uma emoção que não


entendo, mas finalmente ele resmunga de acordo. Ele olha para
meus seios por um longo momento antes de balançar a cabeça. "Eu
preciso encontrar meu calção de banho."

Franzo o cenho em confusão. "Por quê? Vamos nadar?”

"Na verdade", ele resmunga. "Está bem. Apenas ... apenas


não olhe.”

Ele desabotoa a calça e ela cai no chão. Sua masculinidade


gigante ganha vida. Eu assisto com admiração quando ela salta na
frente dele. Aponta para mim como se me conhecesse.

Está na ponta da minha língua perguntar se ele vai me


montar e me tornar sua esposa. Mas antes, ele ficou bravo. O
pensamento de que talvez eu esteja muito suja passa por minha
cabeça. Pela primeira vez, estou decepcionada por não ser
desejada. Estou de mau humor quando entro no chuveiro. Seu
corpo enorme se une a mim e sou forçada a usar a água quente.

Nunca senti nada assim.


Gemo quando o calor corre sobre minha pele suja. Sua
masculinidade cutuca meu quadril. Ficamos ali por um longo
momento, seu corpo pressionado contra o meu no pequeno espaço
e a água quente me limpando. Minha respiração fica presa na
garganta quando ele esguicha algo frio em cima da minha cabeça.
Então, seus dedos longos e fortes estão massageando-o meu couro
cabeludo. Eu gemo de prazer.

"Estou lavando seu cabelo", explica ele, sua voz apenas um


sussurro. “Podemos ter que lavá-lo algumas vezes. Você tem sorte
que tenho cabelos longos. Eu só compro essa merda cara."

Não tenho ideia do que ele está falando e não me importo.


Tudo o que me importa é a maneira como ele faz meu corpo vibrar
para a vida com apenas seus dedos. Ele realmente é um anjo da
Bíblia. Estou completamente perdida neste sonho maravilhoso de
como ele cuida de mim. Esfrega e enxágua repetidamente.
Eventualmente, ele afirma que terminou e me entrega um bloco
branco escorregadio.

"Sabonete. Use-o para lavar a sujeira”, ele me diz.

Quando franzo o cenho, ele ri. "Basta esfregar em seu corpo."

Eu mordo o lábio, mas obedeço. O sabonete cheira bem e


gosto de como é em minha pele. Sua masculinidade ainda está
dura e expectante. Eu me pergunto como vai caber. Se vai caber.
Ele será gentil como Salomão às vezes era? Ele será brutal como
Ezequiel?

"Você está chorando", ele sussurra, seus dedos levantando


minha mandíbula.

Eu pisco as lágrimas. "Vai doer quando você me montar?"


Corajosamente, estendo a mão e agarro sua masculinidade. "É tão
grande e eu sou tão pequena."
Ele solta um som sufocado enquanto me apoia contra a
parede. O fogo em seus olhos acende um fogo dentro de mim. "Eve,
baby, você não pode me tocar aí", ele rosna. "Por favor." E, no
entanto, seus quadris dobram levemente contra meu aperto, como
se minha mão fosse a melhor coisa que ele já sentiu.

"Vai doer?" Pergunto de novo. Fico fascinada com a maneira


como sua masculinidade treme em minha mão.

Ele encosta a testa na minha e cerra os dentes. "Não vai doer,


porque nunca vai acontecer." Lentamente, ele se afasta do meu
aperto. "Porra."

Meu peito dói em decepção. "Por que você não quer que eu
seja sua esposa?" Não entendo como me sinto por dentro.

"Você tem dezesseis anos ou algo assim, Eve." Ele esfrega o


rosto com a palma da mão. "Eu tenho quase quarenta."

Ele está preocupado com a minha idade? Minha família


nunca se preocupou com essas coisas.

"Mas seu corpo quer o meu", eu argumento, meu olhar


caindo para sua masculinidade que ainda está viva. "Sua
masculinidade está pronta para mim."

“Meu pau,” ele corrige, “tem uma mente própria. Eu não


deveria estar tomando banho com você, Eve. Isto é errado."

Ele sai do chuveiro e me deixa sozinha. A rejeição me


esmaga. Lágrimas, muito mais quentes que a água do chuveiro,
queimam minhas bochechas. Eu fico lá em silêncio chorando até a
água desligar. Atticus, agora completamente vestido, puxa o pano
e segura um cobertor gigante e quente. Reed e Devon têm os
mesmos.

"Seque-se. É uma toalha,” ele me diz, seus olhos desviados


para o chão. "Vista-se. Eu quero te mostrar algo."
Depois que ele sai, uso a toalha para tirar as gotas de água.
Coloco uma camisa nova e limpa que cheira a ele. Ele deixou mais
roupas, mas quando tento vesti-las, elas me engolem e não servem.
Eventualmente, eu desisto. Quando o vapor derrete no espelho, fico
chocada ao ver a mulher olhando para mim.

Limpa.

Grandes olhos castanhos.

Lábios carnudos.

Ainda estou impressionada com o quanto pareço com


Esther. É como se ela estivesse aqui comigo. Olhando-me de volta.
Ouço sons vindos do outro quarto. Quando entro, imagens em
movimento estão dançando através de uma caixa preta na parede.

“Isso se chama televisão. É para te relaxar e divertir,” ele


explica de sua cadeira confortável. "Agora sente-se e deixe-me
arrumar essa bagunça."

Com os olhos fixos na televisão, assisto com admiração as


pessoas se mexendo e conversando. Todo mundo está limpo e
sorridente. Estou impressionada. Gentilmente, Atticus começa a
desfazer os nós do meu cabelo. É bom, como quando ele esfregou
meu couro cabeludo no chuveiro. Eu me pego dormindo enquanto
ele escova.

"Hey", ele murmura, me acordando da soneca. "Você está


tremendo."

Ele me incentiva a subir em seu colo quente. Eu me enrolo


em seu peito nu e enterro o nariz em seu pescoço. Seus braços
gigantes me envolvem e eu mais uma vez adormeço.

***

Acordo na cama dele. Ele não está em lugar nenhum. Está


escuro lá fora agora e um tremor de inquietação me percorre. Posso
ouvi-lo fazendo sons na outra sala. Clangs e chocalhos. Meu peito
está molhado com pomada recém-aplicada e minha camiseta
sumiu. Piscinas de calor surge entre minhas coxas enquanto eu o
imagino me tocando enquanto dormia. Abandonando a camiseta,
uso o banheiro como ele me ensinou e escovo os dentes. Eu amo a
sensação fria e limpa na minha boca. Fico quieta enquanto saio da
sala. Ele está na cozinha preparando comida e isso faz meu
estômago roncar.

Quando seus olhos verdes se erguem, eles piscam de fome.


Eu amo o

olhar feroz neles.

"Eve", ele resmunga. "Onde está sua camiseta?"

"Você tirou de mim."

Sua mandíbula aperta. "Vá colocá-la."

"Irrita minha ferida", murmuro, a mentira trêmula na minha


língua.

Tudo o que recebo é um grunhido em troca, quando ele volta


a se mexer. Estou curiosa, então vou para a sala com os cheiros
deliciosos. Alimentos que nunca vi estão fervendo.

"Espaguete", ele diz como se essa palavra estranha fizesse


sentido.

"Espaguete", repito.

"Aqui", diz ele, enquanto coloca um pouco do molho


vermelho em uma colher. Ele sopra e depois oferece para mim.
"Experimente." Seus olhos encontram os meus e me pergunto por
que ele não gosta de olhar para minha forma nua.

Separo os lábios e aceito sua oferta. Nunca provei nada


parecido. Um baixo gemido de prazer me escapa enquanto devoro
a pequena prova. "Isso é extraordinário."
Ele sorri e me dá um meio encolher de ombros. “É ainda
melhor com o macarrão. Você pode usar alguma coisa?" A tensão
em sua voz me faz querer olhar para seu pau como ele chama.
Como se me chamasse, ele incha orgulhosamente em sua calça.
Como minha nudez parece lhe trazer dor física com base na
carranca em seu rosto, eu relutantemente vou me vestir.

Quando volto para a cozinha, sento-me na cadeira e o


observo cozinhar. Cheira tão bem e meu estômago ronca alto. Sua
mandíbula flexiona enquanto ele cozinha silenciosamente. Fecho
os olhos e penso em minha irmã e em mamãe também. Houve um
tempo em que fui feliz. Minha mãe me contava histórias da cidade.
Lugares chamados restaurantes, cinemas e shoppings. Tudo
parecia tão mágico. Papai sempre era severo com ela e dizia que ela
estava enchendo nossas cabeças de bobagens.

Gostaria de saber se tenho permissão para falar sobre isso


com Atticus. Ele franzirá a testa como papai e me dirá para não
falar disso? A preocupação me incomoda. Assim que eu estiver
bem, deixarei sua casa. Tudo aqui é muito incomum e me sinto
deslocada. Não quero dizer ou fazer a coisa errada.

Eu só quero ser livre.

Mas você está sozinha.

A voz zomba dentro de mim e a emoção me faz tremer. Minha


barriga está doendo e sei que vou menstruar em breve. A tristeza é
sempre pior durante a semana de cada mês. Talvez eu deva sair
antes de começar. As lágrimas caem e às vezes não param por dias
a fio. Certamente não quero que Atticus me veja assim.

"Aqui, está pronto, pequena raposa", ele murmura enquanto


coloca uma montanha de comida na minha frente.

Eu levanto o olhar para ele e nossos olhos se encontram por


um
momento. Meu núcleo aperta simplesmente de olhar para
ele.

Porque ele é tão bonito.

Piscando para longe o pensamento, olho para a comida que


transborda. Espero que ele se sente e olho meu prato com cautela.
Quando mato coelhos ou esquilos, cozinho suas carcaças no fogo
e como a carne dos ossos. E as frutas que eu ganho direto da lata.
Não tenho certeza de como comer isso ... espaguete.

Ele pega um utensílio e começa a girar. Então, ele dá uma


mordida, o molho vermelho respingando sobre sua barba. Isso me
faz sorrir. Ele congela no meio da mastigação e eu me pergunto se
fiz algo errado. Rapidamente, olho para o meu prato.

"Minha amiga Suma Walkingstick virá amanhã para te


verificar", ele diz depois de engolir a comida.

Pego cuidadosamente meu utensílio e tento imitar suas


ações. A torção é difícil e se a comida não estivesse tão quente, eu
me contentaria em pegá-la com os dedos e comê-la dessa maneira.
Consigo colocar um pouco da comida na boca, mas a maioria cai
no prato. Solto um gemido frustrado.

"Você gostaria que eu cortasse a comida para facilitar?" Ele


pergunta. Nossos olhos se encontram e os verdes brilham com
humor.

Minhas bochechas queimam de vergonha. Lembro-me de


meus irmãos me ridicularizando e isso não parece muito diferente.

"Frutas", eu resmungo e solto um bufo.

"Whoa", diz ele rindo. "Acalme-se. Eu não estava te


insultando. Só estou tentando ajudar." Seu pé descalço cutuca o
meu debaixo da mesa e envia correntes de emoção por mim. Em
vez de recuar, esfrego meus pés frios contra os seus quentes.
"Eu não como comida assim."

Ele solta um suspiro. “É por isso que você é magra pra


caralho. Nós vamos consertar isso, Eve. Vou te ensinar coisas.”

O utensílio cai no prato com um barulho e eu me levanto.


Minhas mãos tremem de preocupação. "Eu não quero aprender",
grito. Encolho-me com as muitas lições que meu pai e meus irmãos
me ensinaram.

Lentamente, como faço às vezes quando estou me movendo


furtivamente atrás de um animal que preciso matar para comer,
ele se levanta. As palmas das mãos estão para cima e as
sobrancelhas estão franzidas.

"Eu nunca vou machucá-la", ele murmura, a promessa é


evidente em sua voz.

De alguma forma, eu acredito nele.

Conheço-o há anos e ele nunca me machucou. Na verdade,


ele só tentou me agradar com presentes e bondade.

“Eu não posso ficar. Não preciso de um marido", sussurro.

Seus lábios achatam numa linha firme e ele balança a


cabeça. "Quem quer que te machucou antes..." Ele diz. "Eu não
sou como eles." Ele inclina a cabeça um pouco enquanto me olha.
“Eu sou como Reed. Só quero mantê-la segura e bem.”

Lentamente, eu me aproximo dele e pressiono minha palma


contra seu peito. Seu coração bate firme e forte por dentro. Isso me
faz pensar nas noites em que eu me enrolava com minha irmã e
colocava minha cabeça em seu peito. Ela cantarolava e acariciava
meu cabelo. Lágrimas quentes queimam meus olhos e dou as
costas para ele.

Eu preciso sair.
Estar aqui com ele, sem me preocupar com a sobrevivência
constante, me dá muito tempo para pensar. A última coisa que
quero fazer é pensar no passado que dói.

Correndo para a porta, consigo abri-la e sair para a noite.


Não sei como vou encontrar minha casa, mas posso tentar. Assim
que meus pés descalços atingem o chão coberto de neve do lado de
fora da porta, solto um grito. Atticus grita meu nome, mas não
posso ficar.

Anseio pelas botas que tirei do meu irmão quando ele foi
morto. Não sei para onde elas foram ou o que aconteceu com elas.
A neve queima minha pele enquanto corro para a escuridão. Paus
e pedras debaixo da neve apunhalam a parte de baixo dos meus
pés, mas não paro. Eu corro por entre árvores, evitando-as aqui e
ali. Os galhos doem quando me atingem, mas não paro.

Eve! Eve! Eve!

Meu nome é chamado repetidamente.

Estou correndo quando caio numa neve especialmente


grande, perto de uma grande árvore. Meu corpo afunda na neve
que está alta. Um calafrio chega aos meus ossos.

Alguém soluça, alto e dolorido.

Derrotado.

Esse alguém sou eu.

E então dois braços fortes estão me puxando para fora direto


para seu calor.

Atticus.

Eu me agarro à sua camiseta e soluço contra ele. Meu corpo


inteiro estremece. Ele vai me chicotear como papai e Ezequiel
faziam quando eu não obedecia? Choro mais e acho difícil respirar.
Não quero que Atticus me machuque.
"Shh, pequena raposa", ele murmura enquanto se move
rapidamente de volta para casa. “Você não pode fugir assim. Eu só
estava tentando te alimentar, não te insultar. Prometa que não fará
isso de novo. Não é seguro."

Concordo com a cabeça, embora não tenha certeza se posso

prometer. Qualquer coisa para ouvir mais de suas palavras


calmantes. Ele não está bravo. Ele parece triste.

"Estou com muito frio", digo.

"É o que acontece quando você corre com a bunda quase nua
na

neve." Ele ri e isso me relaxa consideravelmente.

Uma vez dentro, ele fecha a porta atrás de si. Ele me leva
pela casa de volta ao seu quarto. O calor está bom, mas eu já sei o
que vai ser melhor.

"Chuveirada", eu sussurro.

Ele balança a cabeça enquanto me coloca em pé. “Daqui a


pouco. Você precisa se aquecer primeiro.”

"O chuveiro é quente", eu argumento. Para um homem tão


inteligente, ele não está agindo dessa maneira no momento.

"Tudo bem", ele resmunga.

"Tudo bem", eu imito.


CAPÍTULO CINCO
Atticus

Não posso dizer não a ela.

Quando tento, ela franze a testa e seu lábio inferior inchado


salta. Fode com minha cabeça porque quero esse lábio. Eu não
deveria, mas quero. Quero muitas coisas que não devo.

Passando por ela, vou para o banheiro e ligo a água. Quando


me viro, ela está nua, azul e tremendo na porta. Meu pau reage.
Novamente.

"Eu vou estar na cozinha", digo rispidamente quando começo


a passar por

ela.

Ela não sai do caminho e pressiona a palma da mão no meu


peito. "Chuveiro. Você e eu." Seus grandes olhos castanhos piscam
para mim e suas sobrancelhas se franzem.

"Eu não posso." Porque um homem só tem um tanto de


autocontrole e ela está testando o meu.

Sua cabeça se inclina quando a rejeição das minhas palavras


a fere. Meu primeiro instinto é confortá-la. Envolvo os braços em
seu corpo gelado e a abraço contra mim. Ela relaxa contra meu
peito. Não posso deixar de passar os dedos por seus cabelos
macios.

“Apenas ... apenas lave seu cabelo como te mostrei. Vou


reaquecer a comida.”
Eu seguro seus ombros e a afasto do meu corpo. Ela ainda
está tremendo de frio e os dentes batem. Pobre Eve. Que bagunça.
Esfrego a palma da mão na minha barba curta e afasto as imagens
de nós dois no chuveiro.

Ela me permite virá-la e gentilmente guiá-la para o chuveiro.


Como um maldito pervertido, meus olhos deslizam pelos ossos de
sua espinha e pousam nas duas covinhas acima de sua bunda.
Rapidamente desvio o olhar.

"Chame, se precisar de alguma coisa", digo num tom áspero.

Depois de ouvi-la gemer sob a água quente, saio do banheiro.


Encontro um par das minhas meias mais grossas, um moletom e
um capuz. Talvez se ela colocar tudo isso, irá se aquecer.

Volto para a cozinha e estou ligando uma cafeteira quando o


telefone toca. Assim que vejo quem está ligando, sorrio.

Mãe.

"Ei..."

“Você saiu há semanas, senhor. Semanas! E descobri por


Suma que voltou para casa! Você nem ligou para sua própria
mãe...”

“Mãe, está tudo bem. Apenas estive ocupado. Vou até a


cidade de manhã para vê-la. Palavra de escoteiro.”

“Oh, não me venha com 'palavra de escoteiro', garoto. Eu sei


quando está mentindo, lembra?”

Solto um suspiro enquanto observo o café ferver. “Um amigo


meu foi ferido. Fodido urso.”

"Senhor", ela ofega. "Ele está bem?"

"Sim, meu amigo está bem", digo, escondendo delicadamente


o fato de ele ser ela. Se mamãe souber que tenho uma amiga, ela
questionará até me deixar louco. "Suma consertou as coisas como
de costume."

"Eu preciso ir aí e levar uma sopa?"

"Não", digo rapidamente. "Eu irei à cidade buscar


suprimentos e irei aí."

“Quando seu amigo se curar, quero que vocês dois venham


em casa jantar. Entendido?"

"Sim, senhora." Então, como um idiota, faço uma pergunta


que geralmente leva a muitas perguntas. "Você viu Cassandra por
aí?"

A linha fica em silêncio e eu franzo a testa.

"Mãe? A ligação caiu?”

“Hum, sim. Eu a vi por aí. Ela ainda trabalha na loja de iscas


do pai.”

Solto um suspiro de alívio. Cassandra é minha amiga de


merda. Ela é ótima na cama e não luta muito quando preciso fazer
minhas merdas. É como se ela estivesse sempre me esperando.
Inferno, talvez eu deva me estabelecer com uma garota como Cass.
Não seria a pior coisa.

"Como está Judith?"

"Oh, ela é Judith", mamãe responde com um suspiro.

"E agora?"

“Namorando um cara que é uma má notícia. Seu pai quis


estrangulá-lo no jantar da outra noite. Ela tem alguns hematomas
nos braços. Perguntei sobre eles e ela ficou com raiva. Não sei o
que está acontecendo com ela.”

Típica Judith.
Minha doce irmã não é a mesma depois de sua experiência
de quase morte.

Outra camada adicional de culpa em minha consciência.

"Eu vou falar com ela", juro. "Quando chegar à cidade, eu a


visitarei e descobrirei a verdade."

“Você é uma dádiva de Deus. Até breve, querido.”

Desligamos e me preocupo com Judith. Café e espaguete não


combinam exatamente, mas estou muito distraído para fazer outra
coisa. Minha irmã pesa em minha mente.

Uma pontada de consciência fazendo meus cabelos


arrepiarem me faz girar. Eve parece inocente em minhas roupas
enormes. Mas ela parece quente e é isso que realmente importa.

"São grandes demais", ela diz, afastando a roupa do corpo.

Vou até ela e mostro onde estão os cordões. Puxando o mais


apertado possível, amarro as cordas num laço e, em seguida, dobro
a parte superior para baixo para ajustá-las ainda mais. Quando
nossos olhos se encontram, os dela parecem mais escuros do que
o habitual. Endurecidos. Bravos.

"Você teve algum problema em lavar o cabelo?"

"Eu não faço como você faz", diz ela com um beicinho que
me faz sorrir.

"Eu tive anos de prática."

"Limpei meus dentes novamente." Ela mostra os dentes


como um leão da montanha.

"Lindos." Assim que digo a palavra, suas bochechas azuladas


inundam de vermelho.

Rapidamente, afasto o olhar dela e limpo a garganta. Como


se ela fosse uma criança - quero dizer, tecnicamente ela é - corto o
espaguete em pedaços pequenos para que ela não precise girar em
torno do garfo. Ela parece satisfeita com isso e não perde tempo.
Eu nem tenho fome, mas forço a comida para baixo, então tenho
uma desculpa para não falar.

Tudo o que digo sai errado.

Meus pensamentos não são melhores.

“Amanhã vou para a cidade. Você quer alguma coisa?"

"Frutas", ela murmura.

Um sorriso surge nos meus lábios. “Isso é um fato, Eve. Que


tal chocolate? Biscoitos? Livros?”

"Faca."

Certo. Essa não é uma garota do ensino médio. Não, essa é


Eve. Eve, feroz e selvagem.

“Certo, uma faca. Vou encontrar roupas melhores para você


também.”

Ela assente, parecendo satisfeita com isso enquanto segura


sua caneca de café. Seus olhos se fecham quando ela inala o
perfume que sai do copo fumegante e depois toma um gole
cautelosamente.

"Eu amo café", ela sussurra.

"Tanto quanto gosta de frutas?"

Ela olha para mim.

"Brincadeira", digo. "Eu sei que ama pêssegos enlatados,


mas você já comeu um fresco antes?"

A cabeça dela se inclina para o lado.


Desesperado por algo para falar, para não encarar seus
lábios carnudos, começo a tagarelar. “Sim, pêssegos. Eles crescem
em pomares. Eles são de cor laranja e têm um leve toque na pele.
Você pode comê-lo. A maioria das pessoas come pêssegos frescos
como se fosse uma maçã. Minha mãe adora colocá-lo numa torta
de pêssego…"

"Mãe?" Os olhos dela lacrimejam.

Porra.

"Você sente falta da sua mãe?" Pergunto, minha voz suave.

Os lábios dela pressionam juntos. "Eu sofro por minha


irmã."

Isso me faz pensar em Judith. Encontrando seu corpo frio e


quebrado dentro daquela fenda. Sentindo o peso da
responsabilidade esmagando-me como uma avalanche. Estendo a
mão sobre a mesa e dou um tapinha na mão de Eve. "Não consigo
imaginar perder uma irmã."

Ela afasta a mão. "Meus irmãos ..." A violência brilha em


seus olhos castanhos. "Eles a machucaram."

A dor percorre meu peito. “Um irmão deve cuidar de sua


irmã. É seu dever protegê-la. Eu faria qualquer coisa por minha
irmã Judith.”

Uma lágrima quente corre por sua bochecha e escorre pela

mandíbula. "Ela é sua esposa?"

O desgosto passa por mim. "Foda-se, não", eu rosno. "Ela é


minha irmã."

"Meu pai era meu marido", diz ela, sua voz ficando fria.
"Meus irmãos queriam ser."

Jesus.
O que há nesses bosques e a porra de incesto?

Esta é uma conversa que Reed deveria estar lidando, não eu.

"O que eles fizeram com você estava errado", digo. "Entende?
Parentes não...” Eles não fodem, nem se casam, ou o que diabos
acontecia naquela floresta. "Está errado."

Seus traços perdem um pouco de dureza quando ela me


olha. "Errado."

"Sim, errado." Então eu suspiro. "Além disso, você é jovem


demais para tudo isso."

"Tudo o que?"

Esfrego a parte de trás do meu pescoço, tentando encontrar


as palavras certas. "Coisas de quarto."

As sobrancelhas dela franzem. "Dormir?"

"Juntos."

"Igual nós?"

Porra.

“Dormimos na mesma cama porque só tenho uma e você foi


ferida. Precisa que eu cuide de você.” Afasto o sonho erótico da
minha mente.

"Papai me manteve em sua cama, mas ..."

Porra, eu não quero ouvir isso. "Ele te machucou."

Ela estremece. "Estava me ensinando."

"Isso não é educação, Eve, isso é abuso."

"Abuso?"
“Quando alguém usa o poder para te fazer se sentir
impotente. Para punir e torturar. O que seu pai e seus irmãos
fizeram é abusar. Sexualmente. Mentalmente. Fisicamente."

"Você não abusa", ela sussurra. "Nós apenas dormimos


juntos."

Deus me ajude.

"Dormimos na mesma cama."

"Juntos."

Eu desisto disso. “Sim, Eve. Nós dormimos juntos."

Ela começa a coçar o peito e isso me lembra que precisamos


aplicar mais pasta. Eu levanto e faço sinal para ela me seguir até
o quarto. Quando pego a pasta, ela solta um suspiro pesado.

"Eu não gosto disso."

“E eu não gosto de te ver machucada. A pasta ajuda.” Aceno


para ela. "Levante a camisa."

Ela tira o moletom e sou mais uma vez forçado a olhar para
seu peito. Seus seios, agora limpos, parecem tão macios e delicados
contra os cortes duros. Felizmente, tudo parece estar se curando.

"Acho que você pode aplicar a pasta agora", digo, olhando em


direção à janela.

"Eu não quero."

Volto os olhos para ela e desafio brilha neles. Com um


grunhido irritado, pego um pouco da pasta e me ajoelho na frente
dela. Suas mãos pequenas vão para os meus ombros enquanto
aplico suavemente a pasta em sua pele macia. Não posso deixar de
olhar para seus pequenos mamilos pontudos. Isso me faz querer
lambê-los. Meu pau também está duro pra caralho.

Eu preciso sair dessa casa.


Cass pode chupar meu pau e me fazer esquecer as fantasias
fodidas com

Eve.

Não está certo, porra.

Eve é apenas uma criança selvagem.


CAPÍTULO SEIS
Eve

Acordo encharcada de suor e com dores no abdômen. No


escuro, não consigo ver o ambiente, mas sinto o cheiro dele.
Atticus. Não meu pai ou meus irmãos, que sempre fediam a seus
próprios odores podres. Atticus tem um cheiro fresco como
pinheiro e neve. Seu braço pesado está sobre mim e ele ronca
baixinho. Aproveito o momento para explorá-lo enquanto é seguro.
Meus dedos percorrem seu braço peludo e deslizam ao longo da
curva forte de seu ombro. Quando alcanço seu cabelo, corro os fios
sedosos pelos meus dedos antes de trazê-lo ao meu nariz para
inalar.

Sua masculinidade - seu pau - está pressionado contra meu


quadril. É estranho que ele nunca o coloque dentro de mim.
Aprendi desde tenra idade que, quando o corpo de um homem fica
duro, ele precisa estar dentro de uma mulher para fazê-lo
amolecer. Mas Atticus nunca precisa de mim para fazê-lo amolecer.
Isso acontece depois de um tempo. Enquanto dorme, ele balança
suavemente contra mim. Não tenho pavor dele como se estivesse
com minha família ou mesmo Reed. Ele é o grande urso da minha
imaginação. Aquele que sempre cuida de mim. Fico fascinada com
a maneira como a respiração dele para cada vez que encosta em
mim. Como posso sentir cada curva e cume em seu pênis através
de nossas roupas. Quanto mais ele balança, mais quente me sinto.

O calor me atinge como quando estou em pé sobre uma


fogueira. Queima de dentro para fora, no entanto. Entre minhas
coxas, palpito com um desejo que não entendo. Meus seios estão
pesados e doloridos - meus mamilos duros com essa mesma
necessidade. De ser tocada. Seu pau pulsa até que a necessidade
de tocá-lo e fazê-lo parar isso me domina. É uma necessidade
quase dolorosa. Como quando estou morrendo de fome e meu
estômago ronca desesperadamente.

Meu coração dispara e depois para completamente quando


ele se move enquanto dorme. Sua mão enorme envolve meu seio
sobre a camisa. Quando seu polegar roça no meu mamilo, alegria
corre por meu corpo até o ventre não preenchido. O latejar está me
deixando louca. Sem considerar minhas ações, agarro seu pulso e
o puxo para lá. Para o lugar dolorido. Seus dedos - por vontade
própria - tocam-me lá.

Um gemido me escapa.

Isso é bom.

Diferente de tudo que já experimentei antes.

Confuso, mas maravilhoso.

Ele ainda está dormindo, mas sua respiração é superficial.


Como se ele pudesse acordar a qualquer momento. Ele murmura
um nome - Cassandra - e um sentimento incomum se agita dentro
de mim.

"Eve", eu resmungo.

Toda a raiva some quando sua mão desliza por baixo da


calça. Pele na pele. Seu toque pode criar fogo. É brilhante e bonito.
Eu abro minhas coxas, desesperada por mais. Em vez de aliviar a
dor dentro de mim, ele simplesmente toca um ponto entre meus
lábios inferiores, enterrado nos pelos, e esfrega-o com
conhecimento especializado. O som que me escapa é aquele que
ouvi Devon fazer muitas vezes.

Feral. Faminto. Ansioso.


Seu dedo desliza para baixo, escorregando na umidade que
está vazando de mim, e então ele volta a esfregar o mesmo local.
Fico ali, impotente ao prazer desconhecido, enquanto ele me
apresenta um mundo em que nunca estive.

Estrelas brilhantes.

Luzes brilhantes.

Gritos de necessidade.

Meu corpo explode. Todos os pêlos do meu corpo ficam


arrepiados. Um zumbido percorre todos os meus músculos, veias
e ossos. E quando termina, sinto-me saciada, quente e cansada.

"Oh, porra."

Endureço com suas palavras ásperas.

"Porra. Porra. Porra."

Ele tira a mão da minha calça e rola para longe de mim. Ouço
algo pesado bater no chão do outro lado da cama. Então, uma luz
inunda o quarto. Aperto os olhos contra a claridade e Atticus está
em pé ao lado da cama, meio adormecido e... aterrorizado.

Olho em volta, procurando a ameaça. Sua casa é segura,


mas poderia um urso entrar? Um leão da montanha? Quando o
olho, ele está boquiaberto. Seus dedos estão cobertos de sangue.
Meu sangue. É então que percebo que comecei a menstruar.

"Eu te machuquei", ele engasga, seu rosto franzido. “Oh,


porra, Eve. Eu sinto muito."

Ele me machucou? Ele me fez sentir incrível.

"É meu sangue", sussurro, "mas você não me machucou."

Seus selvagens olhos verdes encontram os meus enquanto


ele mexe os dedos. "Então como você chama isso?"
"Meu sangue."

"Porque eu machuquei..."

"Menstruação. Isso significa que meu corpo está pronto para


ter filhos”, admito com uma careta.

Seu olhar endurece, me fazendo estremecer. “Eu não posso


mais dormir aqui com você. É muito…"

Muito o que?

Caloroso?

Eu gosto de calor.

"Você é uma tentação de que não preciso e percebi que não


sou forte o suficiente para ignorar." Ele declara e entra no
banheiro. Ouço a pia abrir quando ele lava a mão.

Papai falou de tentação na Bíblia. É isso que sou?


Amaldiçoada? Sangue quente escorre de dentro de mim, sujando
minhas calças. Talvez eu seja amaldiçoada. Meu nome é Eve, que
não é exatamente a favorita de Deus.

Com um suspiro, saio da cama e me livro das calças sujas.


Se eu estivesse no meu barraco, enrolaria algumas tiras de pano
velho e esfarrapado e as usaria para absorver o sangue. Não tenho
certeza do que usar aqui. O sangue escorre pela parte interna da
minha coxa, pingando no chão abaixo. Eu olho para ele, pensando
no que fazer.

"Eu não tenho produtos femininos", diz ele, tossindo, saindo


do banheiro segurando um pequeno pano. "Limpe-se com isso e
vou encontrar uma maneira de lidar com isso."

Sendo isso o rio de sangue escorrendo pelas minhas pernas.

Ele joga o pano para mim e ele bate no chão. Quando não
faço nenhum movimento para pegá-lo, ele se aproxima de mim e
se ajoelha. Então, gentilmente agarra minha coxa e passa o pano
ao longo da minha pele.

"Droga", ele resmunga. “Está realmente


sangrando. Isso é natural? Sempre acontece?" Ele me
olha em pânico. “Minha mãe e irmã usam absorventes internos,
mas, eu nunca vi como elas colocam ou algo assim.”

Eu pisco para ele. "Às vezes é tanto sangue que atrai


predadores."

Seus olhos se arregalam de horror. "Predadores."

“Eles cheiram o sangue. Uso roupas para absorver, mas elas


ainda cheiram.”

"Jesus ... foda-se ... Eve ..."

Ele solta um som estrangulado e depois limpa rapidamente


a bagunça que fiz. Fico agradavelmente surpresa quando ele limpa
meus lábios inferiores, embora isso não me traga o mesmo prazer
de antes. Apenas uma sensação quente dentro do meu peito. Que
ele está cuidando de mim, não tentando me machucar.

Ele me entrega o pano antes de ir até as gavetas. Eu admiro


seu corpo forte enquanto procura o que quer que ele esteja
procurando. Eventualmente, ele tira sua cueca preta.

“Ainda é grande demais para você, mas podemos enrolar


uma toalha e colocá-la dentro. Pode absorver o sangue enquanto
você dorme. Vou adicionar absorventes ou qualquer outra coisa na
minha lista de compras amanhã.”

Uma vez que estou limpa, vestida com sua cueca e a toalha
está presa, deito em outra toalha. Espero que ele se junte a mim,
mas sua mandíbula cerra furiosamente.

"Eve…"

"Durma", peço, batendo na cama ao meu lado.


"Não. Vou dormir na minha poltrona a partir de agora.”

Eu olho para ele. "Você é quente."

"Minha casa está quente o suficiente para que você não


precise de mim." Seus olhos verdes brilham com desafio. “Você
pode dormir sozinha. Faz isso há anos, raposinha."

Um sentimento estranho arde dentro do meu peito. Às vezes,


quando estou menstruada, me sinto triste e sozinha. Tão dolorida
e desesperada que a morte parece preferível. Lágrimas quentes
caem dos meus olhos. Também tendo a chorar mais facilmente.

"Eu não estou bravo com você", ele engasga, franzindo as

sobrancelhas. “Estou bravo comigo. Eu ... te toquei.”

Eu não entendo sua raiva de si mesmo.

"Foi bom."

Suas narinas se abrem. “Isso não vem ao caso. Nunca pode


acontecer novamente.”

"E se eu quiser de novo?"

Ele aperta a ponta do nariz e suspira. “Sinto muito pelo que


fiz enquanto dormia. Não foi de propósito. Mas, claramente,
dormirmos juntos é uma má ideia. Por favor, me perdoe."

Com essas palavras, ele apaga a luz e sai do quarto. Puxo as


cobertas que cheiram a ele e soluço silenciosamente. Encontro
uma coisa na minha vida que não é sobre dor, sobrevivência e
lembranças terríveis, mas não posso tê-la. Apenas uma provocação
de algo maravilhoso. Uma pequena amostra do que Reed e Devon
têm.

Penso na maneira como Reed aprecia Devon. Coisas simples


que eles compartilham. A maneira como ele a reivindica com beijos
e ela parece amar. Como seus toques são gentis, mas possessivos.
Nada do que ele faz com ela é remotamente parecido com a forma
que meu pai e irmãos me tratavam. Ambos gostam um do outro.
Eu os observei silenciosamente escondida nas árvores por anos,
então sei que não é algo que eles fazem apenas na presença de
outras pessoas. É real. Com Atticus, a esperança começou a
crescer dentro de mim. Que talvez eu possa ter algo assim.

Ele não me quer assim, no entanto.

Atticus estava claramente pensando em Cassandra


enquanto me tocava.

Cassandra é bonita como Devon? Pensei que minha irmã


fosse linda, mas Devon é como imagino os anjos na Bíblia. Cabelos
dourados. Doce sorriso. Etérea.

Como uma raposinha reivindicará um grande urso se ele tem


olhos para um anjo?

Amargura revira meu estômago.

Uma raposa não tem lugar com um urso.

As raposas foram feitas para as florestas. Fugindo para


muito, muito longe dos outros. As raposas ficam melhor sozinhas.
Sozinha dói, no entanto. Realmente dói.

Outro soluço me escapa.

Eu choro a noite toda.


CAPÍTULO SETE
Atticus

Eu sou um idiota.

Pior que um idiota.

Sou um predador de crianças como o pai dela e os irmãos.


Porra. Hoje de manhã, fiz-lhe um pouco de aveia, liguei a televisão
e a deixei com instruções para não sair. Então, como o covarde que
sou, eu fugi.

Preciso de espaço.

A vergonha me cobre como uma chuva. Eu a toquei. Fiz Eva


gozar. Quando vi o sangue, quase perdi a cabeça. No começo,
pensei que a machuquei. Isso me deixou doente. Mas então…

Meu pau endurece na calça jeans, fazendo eu me odiar um


pouco mais.

Espaço.

Porra, muito espaço.

Preciso curá-la e mandá-la de volta à natureza onde ela


pertence.

Como se estivesse no piloto automático, eu dirijo para a


cidade, indo direto para a loja de iscas. Todo o resto pode esperar.
Eu preciso transar e preciso disso agora. Então, poderei pensar
claramente e parar de olhar para Eve daquele jeito. Quando vejo a
picape Chevy branca de Cass no estacionamento da rua principal,
estaciono ao lado dela e solto um suspiro aliviado. Será como nos
velhos tempos. Poderemos subir as escadas, fazer isso rápido, e
posso seguir meu caminho.

Inferno, talvez eu a convide para jantar ou algo assim.

Cassandra é uma boa menina. Eu a conheço desde o


colegial. Ela se casou logo após a escola, mas acabou se
divorciando depois que seu filho nasceu. Ele está no ensino médio
agora, mas Cass nunca mais se casou.

Desligo a caminhonete e abro a porta. A neve atinge meu


rosto, mas estou queimando com a necessidade de expulsar essa
energia sexual. Fecho a porta da caminhonete e entro na loja de
iscas. Assim que entro, o cheiro familiar me atinge. É uma
pitoresca loja cheia de equipamentos de pesca onde sempre
comprei. Hoje de manhã, comprarei uma morena curvilínea com
um doce riso.

No momento em que ouço sua risada enquanto fala com


alguém ao telefone, meu corpo relaxa. Sim. Eu preciso disso.
Desesperadamente. Os cabelos escuros de Cass estão pendurados
nas costas e ela gira o fio do telefone ao redor do dedo enquanto
ouve a pessoa do outro lado da linha. A loja de iscas do pai dela é
a mesma de quando eu era criança. Velha, mas tem um pouco de
tudo. Ocupo-me olhando as facas sob uma caixa de vidro na caixa
registradora enquanto espero Cass terminar a ligação.

"Também te amo", diz ela, "Mas alguém acabou de entrar.


Ok, tchau."

Ela desliga e gira, um sorriso educado fixo no rosto bonito.


Assim que ela me vê, ele some. "Atticus."

"Ei, Cass", eu a cumprimento. "Há quanto tempo."

"Faz cerca de um ano", diz ela, sua voz tensa.

"Como esteve? Saia de trás do balcão e me dê um abraço.”


Seus lábios franzem. "Muita coisa pode acontecer em um
ano."

Franzo a testa enquanto ela contorna o balcão. Sua mão


repousa sobre o abdômen quase saliente, um anel de noivado
brilhando no dedo.

Oh merda.

"Você está grávida?" Eu murmuro, chocado como o inferno.

"Frank e eu vamos nos casar."

Frank? Um de nossos amigos em comum? Na última notícia


que soube, ele foi para a Califórnia. Nunca ouvi que ele voltou.

“Frank Jefferson?”

"Sim", ela diz. "Ele gerencia o banco agora."

"Oh." Eu pareço um idiota. "Eu ..."

"Você tem que encontrar uma nova companheira de foda",


ela diz, sem calor na voz. "Ele colocou um anel nesta."

Estremeço com seu tom áspero. Jesus. Sou realmente tão


idiota? Quero dizer ... eu vim aqui para foder e correr. Como
sempre.

"Deus, Cass, me desculpe."

"A maioria das pessoas diz parabéns."

"Não", retruco. “Parabéns pela sua vida. Desculpe, eu fui um


idiota com você. Você não merecia isso.”

As sobrancelhas dela se arqueiam. “Você não pode ser


domado. No fundo, eu sabia disso. Você deveria estar lá fora." Ela
acena a mão em direção à janela que dá para a floresta. "Livre.
Selvagem. Onde quer que Atticus Knox desaparece por meses ou
até anos seguidos.”
"Eu gosto de acampar", digo fracamente.

Ela bufa. “Você gosta de ficar fora do radar. Está bem. Eu


prefiro a vida na cidade e meu noivo passa cada minuto livre
comigo. A vida é boa para mim.”

Esfrego meu pescoço e suspiro. “Fico feliz em ouvir isso. Vou


sair então."

“É o melhor a fazer. Frank não ficará feliz por ter entrado.”

"Eu não quis fazer mal", digo a ela. "Diga a ele que vim
comprar alguma coisa."

"Você vai? Comprar alguma coisa?”

Vejo uma pequena faca destinada a uma criança. "Sim. Eu


quero essa faca aqui."

“São sessenta dólares. Se você está comprando para uma


criança, há algumas aqui de dezenove."

Eve, apesar de sua idade e tamanho, não é criança. Ela é ...


outra coisa. E uma faca barata não serve.

"Eu vou levar a cara."

"Como quiser."

Olho para a gigantesca casa dos meus pais, aninhada no


lado da montanha. Enquanto crescia, adorava nossa casa. Era
aconchegante e quente e eu morava com dois pais adoráveis. Mas
sempre me senti mais livre fora dela. Quantas vezes ganhei tapas
na bunda por ficar fora no escuro, brincando na floresta. Papai
tinha que sair e me encontrar todas as vezes.

Agora, enquanto a neve flutua fortemente ao meu redor,


considero contornar a casa e entrar na floresta. Apenas andar e me
afastar de toda a merda que está se formando na minha vida.
Nunca voltar atrás. A ideia é boa, mas não posso esquecer Eve. Ela
está esperando que eu volte para ela. Para trazer comida e
suprimentos. Para, eventualmente, levá-la de volta para casa.

"Estou ficando velho demais para persegui-lo", papai grita da


varanda, me assustando.

Balanço a cabeça e caminho pela neve até a varanda. "Olá,


pai."

Ele se levanta da cadeira de balanço e me puxa num abraço


de urso. Foi do pai que surgiu o termo "abraço de urso". Alto,
ombros largos, rude. Papai é maior do que qualquer jogador que já
vi na NFL. Maior que eu e meus irmãos.

"Bom te ver, garoto", diz ele. “Sua mãe ficou doente de


preocupação. Você sabe como ela é.”

Sorrio. Eu certamente sei. Mamãe é o oposto de papai.


Minúscula, enérgica e tagarela. Ela vibra como uma abelha num
dia quente de verão. Eles sempre foram um casal incomum para
mim, mas estão casados desde sempre, então claramente
encontram uma maneira de fazer dar certo.

"Como estão todos?" Pergunto, encostado na coluna de


madeira na varanda. "Judith?"

O rosto do papai fica sério. "Judith é Judith."

"Ela está aqui?"

Ele olha para o relógio. "Ainda não é meio-dia, então ela


provavelmente está deitada na cama de ressaca."
"Eu vou falar com ela."

Ele concorda. “Mas converse com sua mãe primeiro ou ela


terá nossos traseiros para o almoço, em vez do frango frito que está
planejando. Não estrague meu almoço, garoto.”

"Sim, sim", eu resmungo antes de entrar. Tiro meu casaco e


deixo as botas na porta para não espalhar lama no tapete. A casa
cheira bem. A comida da mamãe é uma das coisas que diariamente
sinto falta.

Eu a encontro na pia lavando as mãos. Ela tem apenas um


metro e meio, mas sua atitude é enorme.

"Mãe."

Ela se vira, sorrindo. "Meu bebezinho!"

Gargalho enquanto ela se lança em mim, espremendo-me até


os ossos. Ela deve ter aprendido tudo sobre o abraço de urso do
papai. Eu a abraço e me inclino para inalar seu perfume familiar
pelo qual sempre fui confortado.

Esse aperto no meu peito é o motivo pelo qual me sinto


dividido entre dois mundos.

Minha família significa tudo para mim. Mas a natureza me


chama. É por isso que, apesar de gostar de jogar futebol, odiava
morar lá. Além da segurança de nossa pequena cidade do Alasca,
aninhada nas montanhas nevadas e escondida nas árvores. Jogar
bola para o Broncos é o sonho de todo homem. E por um tempo,
pensei querer esse sonho. Eu machuquei meu ombro, porém, dois
anos depois, e o alívio de voltar para casa foi esmagador.

"Cheira bem."

"Frango frito. Eu sabia que estaria por perto e é o seu


favorito. Como está seu amigo? Tentei obter mais informações de
Suma, mas você sabe como é essa mulher. Ela apenas sorri. Não
responde a uma pergunta. É bem estranho ...”

“Mãe. Calma”, digo com uma risada. "Está tudo bem."

"Então você deveria tê-lo trazido."

Eu gemo, sabendo que preciso deixá-la a par com um pouco


da verdade. Principalmente, porque preciso de orientação
feminina. "Na verdade, minha amiga é uma mulher." Exagero na
parte da mulher.

Ela se afasta, a boca aberta. Seu cabelo loiro e encaracolado


está preso num coque que se assemelha ao meu. Seus olhos verdes
brilham com choque. "Mulher? Você tem uma amiga?”

"Oh Deus", eu resmungo. "Não comece."

“Não comece? Eu certamente irei. Eu não comecei e você


deixou a doce

Cass escapar ...”

"Obrigado pelo aviso, a propósito."

"E tudo que eu sempre quero é que meu filho se acomode e


tenha uma boa família para que ele..."

"Vou dar uma olhada em Judith", grito e corro da cozinha,


apesar de sua conversa me seguindo.

Subo as escadas e sigo pelo corredor até encontrar o quarto


de Judith. Enquanto Will e Vic se mudaram aos dezoito anos,
Judith nunca saiu oficialmente de casa. É como se ela nunca
tivesse amadurecido o suficiente. Nada está errado com ela
mentalmente, mas algo a impede de deixar o ninho. Odeio ser
responsável pela garota que ela é hoje.

"Toc, toc", digo, batendo na porta dela.

"Vá embora a menos que tenha café."


"Eu não sou mãe ou pai, então deveria pelo menos me
permitir entrar."

"Atticus!"

A porta abre e minha irmã se joga nos meus braços. Ela é


pequena como mamãe, mas tem cabelos mais escuros como papai.
Judith é tão pequena quanto Eve.

"Você tem que me esconder aqui", sussurro


conspiradoramente. “Mamãe descobriu que tenho uma amiga e
provavelmente já criou uma pasta no Pinterest para o nosso
casamento. Socorro. Por favor, mana.”

Ela ri e me puxa para o quarto. Nós caímos na cama dela,


ambos com sorrisos iguais. Judith se senta, olhando-me com uma
expressão travessa.

"Conte tudo. Posso não ser a mãe, mas ainda quero saber as
fofocas.”

Eu reviro os olhos. "Vou falar, se você me disser por que está


sendo uma pirralha com nossos pais."

“Eu não estou sendo pirralha. Eles apenas pensam que


podem me

controlar.”

Nós ficamos quietos. Não preciso lembrá-la porque ela ainda


vive sob o teto deles. Ela sabe.

"Eles te amam", digo em vez disso.

"Joey também."

Tento reprimir a irritação que cresce dentro de mim. Os


sentimentos protetores de irmão mais velho nunca diminuirão, não
importa quantos anos ela tenha. Minha irmã pode ser apenas dez
anos mais nova, mas ainda é uma criança em minha mente.
"Joey parece um idiota", eu resmungo.

"Ele meio que é." Ela ri. “Na verdade, não é meio. Joey é um
idiota total.”

Seguro o pulso dela e inspeciono os machucados que mamãe

mencionou. Com certeza, existem muitos. "Um idiota que


bate em você?"

"Não é assim", ela sussurra, puxando a mão para longe. “Era


tudo merda sexual, se quer saber. Ele é um idiota porque uma vez
que transa, ele não precisa mais de mim. Volta ao seu estúpido
trailer e não liga de novo até que queira foder.”

Estremeço com sua fala, porque não é diferente do que fiz


com Cassandra. Homens são idiotas.

"Será que Will sabe que idiota esse cara é?" Pergunto,
sentindo a vontade de juntar Will e Vic para bater em alguns idiotas
por machucar nossa irmã. Como nos velhos tempos.

“Oh, Will está muito familiarizado com Joey. Ele já o prendeu


antes. Eles não gostam um do outro." Suas narinas se abrem. “Mas
Joey é minha decisão. Não de Will.”

"Você merece alguém que passe todo tempo com você", digo
a ela.

"Talvez. Agora me fale sobre sua amiga”, ela diz num tom
conciso, mudando de assunto. "Sua namorada."

"Ela não é minha namorada."

"Oh Deus. Outra Cass?”

"Não", resmungo. "Eve é... diferente."

Ela me encara com olhos arregalados. "Diferente como?"

Uma fodida adolescente pra começar.


"Ela vem de lá."

"Ohhhh ..."

Nesta cidade, estamos todos familiarizados com as pessoas


que escapam da vida da cidade para viver fora do radar. Muitas
vezes, nos deparamos com eles quando vem à cidade em busca de
suprimentos ou os encontramos quando caçamos, pescamos ou
acampamos. Eles são todos tão selvagens.

"Como você se tornou amigo dessa selvagem?"

"É uma longa história", digo com um suspiro. “Eu a encontrei


através de um amigo. Estava sozinha lá fora. A família dela foi
morta. Recentemente, ela foi atacada por um urso. Estava muito
mal. Ela precisava de atenção médica. Suma veio e me ajudou com
ela. Agora está apenas se curando na minha casa.”

"Ela é gostosa?" Judith move as sobrancelhas.

"Você é irritante."

"Não sou."

"Mentira."

Ela bufa. "Você a levará de volta quando estiver melhor?"

"Esse é o plano."

"Mas você gosta dela", ela diz, seus olhos verdes brilhando
com maldade. "Eu posso ver."

Eu cerro os dentes. "Não é assim."

"Por que não? Ela já perdeu todos os dentes? Buceta fedid...”

Com um grunhido, cubro a boca da minha irmã com a mão


para que ela não termine a pergunta. “Ela tem quinze ou dezesseis
anos. Foda-se se eu sei.”
Seus olhos se arregalam e ela para de se contorcer, então
tiro minha mão.

"Puta merda", ela respira. “Meu irmão angelical decidiu


violar a lei e foder uma adolescente. Espere até Will sentir o cheiro
disso.”

"Pare." A última coisa que preciso é do meu irmão na minha


bunda sobre isso.

“Eu não disse que você realmente fez isso. Só que decidiu.”

"Eu não decidi nada."

"O que significa que você ainda está pensando nisso."

"Judith."

"Só estou dizendo, Atticus."

“Bem, pare. Apenas deixe pra lá." Eu suspiro pesadamente.


"Preciso da sua ajuda. Podemos manter isso discreto?”

Planejar uma missão secreta nas costas de nossos pais é


exatamente o tipo de coisa pela qual Judith vive.

“É pra já, mano. O que precisa?"

"Calcinhas. Absorventes."

"Você é tão desagradável."

"Judith."

"Certo. Estou brincando. Vou pegar as mercadorias para


você, mas deve prometer na Bíblia da mamãe que me avisará no
momento em que a foder.”

"Jesus", gemo. "O que faz você pensar que isso vai
acontecer?"
“Seus olhos estúpidos de cachorrinho apaixonados. Você vai
totalmente transar com ela e, quando o fizer, quero detalhes.”

"Vou escrever uma carta para você da prisão."

"Legal! Se vir algum cara gostoso enquanto estiver lá ...”

Calo minha irmã irritante fazendo cócegas nela até que me


implora para parar.
CAPÍTULO OITO
Eve

Olho para a coisa preta que Atticus usa para fazer as


imagens se moverem dentro da caixa. Televisão é o que ele chama.
Tenho vagas lembranças da minha mãe descrevendo essas coisas
para mim, mas até minha estadia aqui, eu nunca as tinha visto.

É barulhento.

Caótico.

Enervante.

Eu gostaria de saber como desligá-la.

Ignorando a conversa alta, vou para a cozinha. Atticus não


me alimentou com nada além de uma tigela pequena de aveia antes
de sair e agora meu estômago está roncando. Encontro algumas
latas de pêssego, mas sem minha faca, não consigo descobrir como
abri-las. Suas facas na gaveta são todas imprestáveis. No passado,
as latas que ele me trouxe tinham uma peça única em cima que
você podia levantar e puxar, mas as do armário são planas, sem
essa peça. Abro a caixa branca que ele chama de "geladeira" e fico
maravilhada com o frio que vem dela. Eu realmente poderia ter
usado uma dessas coisas no verão passado, quando matei um
cervo. Toda aquela carne foi desperdiçada porque não pude comer
rápido o suficiente antes que estragasse.

A geladeira está cheia de garrafinhas de líquidos. Um é


vermelho, mas não consigo entender as palavras. Quando minha
mãe tentou me ensinar a ler eu não estava interessada e ela acabou
desistindo. Eu gostaria de ter aprendido.

Pego a garrafa e retiro a tampa. Cheira doce com um pouco


de

sabor. Abrindo a boca, eu a levanto e deixo escorrer pela


minha língua.

Yum.

Despejo até minha boca ficar cheia e engulo. É a melhor


coisa que já provei. Aperto e aperto até esvaziar o recipiente que
não tem muito para começar. Uma vez que se foi, eu faço beicinho,
mas depois abandono a garrafa por outra. Esta outra é uma garrafa
amarela. Com um esguicho enorme, provo ansiosamente do molho
amarelo.

Que nojo!

Eu cuspo e uso minha camisa para limpar a língua. Isso é


vil. Jogo na lixeira que vi Atticus usar para se livrar das coisas que
não quer mais. Procurando um pouco mais na geladeira, localizo
uma jarra cheia de algo verde mergulhado num suco. Destampo e
tiro uma daquelas coisas da água fria.

Picante e amargo.

Mas também muito gostoso.

Eu mastigo as pequenas coisas verdes até esvaziar o


recipiente. Então, engulo o líquido. Estranho, mas saboroso. O
frasco parece útil, então o coloco no balcão para guardar. Tenho
certeza que Atticus não se importará. Bem no fundo da geladeira,
encontro algo em um pequeno pote marrom. É preciso algum
esforço, mas tiro a parte de cima para descobrir algo com um cheiro
doce.

Eu lambo a substância molenga e gemo de prazer.


Agora, esta é a melhor coisa que eu já provei.

Pegando o material marrom com dois dedos, eu chupo cada


gota dele e até lambo o pote. Eu ainda estou com fome, no entanto.
Quando menstruo, é como se eu não tivesse o suficiente para
comer.

Quando ele vai voltar?

Ele vai voltar?

Ele prometeu, mas parecia tão ansioso para fugir. Lágrimas


ardem em meus olhos, mas ignoro. Vou caçar comida de verdade.
Não preciso que ele traga sua faca afiada e abra minha fruta.
Frutas são boas, mas o que eu preciso é de coelho, ou esquilo, ou
algo para não me fazer sentir tão tonta.

Depois de me arrumar com roupas que cheiram a Atticus,


roubo um par de suas botas muito grandes e depois pego uma das
facas inúteis da gaveta da cozinha. Depois que abro a porta, o vento
gelado me atinge, fazendo-me querer voltar para dentro.

Alguns dias aqui e já tenho medo de enfrentar os elementos.

Preciso superar essa fraqueza agora.

Lentamente, saio para o vento nevado e olho contra a dureza


dele. Encontrar um animal será complicado, mas não é a primeira
vez que caço durante uma tempestade. Eu rastejo pelas árvores,
tomando cuidado para não cair em uma profunda nevasca. Meus
ouvidos se animam, ouvindo sons de animais.

Cracking.

Algo está correndo.

Seguro a faca e me pressiono contra uma árvore, mantendo


meus olhos abertos. Ouço rosnados. Lobos? Minha frequência
cardíaca acelera. Lobos não são uma carne saborosa e não acho
que estou com fome o suficiente para isso. Prefiro comer o molho
amarelo da lata de lixo. O problema com os lobos é que eles vão te
comer antes que você os coma. Eu me torno o menor que posso
contra a árvore enquanto espero.

Um coelho marrom claro corre pela neve em minha direção,


tão focado em escapar do lobo que não me vê. Com meus reflexos
rápidos como um raio, balanço a faca, acertando as costas do
coelho. Ele solta um guincho estrangulado quando o sangue jorra.
Perco minha faca no processo, mas ela rola perto de uma árvore.
Sem hesitar, pego-a e acerto o animal no peito, puxando a faca no
momento em que ouço o rosnado atrás de mim.

Lentamente, eu me viro para encarar meu atacante.

Um urso?

Não, é um cachorro. De vez em quando vejo cães na floresta.


Certa vez, há vários anos, tínhamos um cachorro, mas acabou
sendo o cachorro de Reed e Devon. Este é desse tamanho, mas tem
pêlo marrom escuro macio e emaranhado.

E sem olhos.

Possui garras enormes e marcadas no rosto, sem dúvida,


perdeu os olhos para um ataque de urso. Meu peito aperta e meus
olhos lacrimejam.

"Urso cego", murmuro. "Você está com fome?"

Ele cheira o ar e geme.

Afinal, não é tão feroz.

"Venha aqui", eu digo, batendo na minha coxa.

Ele cuidadosamente percorre a neve em minha direção.


Estendo a mão para que ele possa cheirá-la. Uma vez que ele me
considera segura, ele lambe a palma e abana o rabo.

"Vamos pegar um coelho para você."


Urso Cego - o nome que usei para chamá-lo - mastiga um
dos ossos do coelho quando nos sentamos ao lado da fogueira que
eu fiz. Está frio aqui, mas sentada num pedaço de madeira com o
calor trêmulo e afugentando os flocos de neve enquanto comemos
nosso coelho, não é tão ruim assim. Parece mais em casa. E
embora o coelho encha minha barriga como deveria, eu ainda
desejo mais aveia ou aquele molho molenga marrom que era tão
bom.

E Atticus.

Eu não o entendo.

Não entendo como me sinto em relação a ele.

Com minha irmã, eu a amava. Ela era meu tudo… Sempre


precisei dela. Esther era tudo de bom no meu mundo horrível.
Quando ela morreu, eu perdi um pedaço - um pedaço que não
sabia estar faltando até recentemente. Claro, Atticus veio me visitar
e trouxe presentes. E, apesar de não querer, gostei da maneira
como meu coração apertava no peito sempre que ele aparecia. Algo
em Atticus sempre foi quente e seguro. Gosto de Reed e Devon, mas
mesmo eles não evocam a sensação que Atticus causa.

Ele se foi, no entanto.

Partiu para suprimentos, ele disse.

Ainda não tenho certeza se ele voltará.

Ele tem que voltar. Preciso de coisas como uma faca e algo
mais quente para vestir. Eu preciso que ele me leve de volta para
minha casa, porque este novo lugar está longe do que eu estou
familiarizada e me deixa desconfortável.

Urso Cego geme e se arrasta para perto de mim. Eu estendo


a mão. Ele corre até chegar perto e depois a lambe. Esfrego atrás
das orelhas, o que ele parece gostar.

"Como você perdeu os olhos?" Eu pergunto. "Grande Urso


pegou você também?"

Ele late.

Vou entender isso como um sim.

"Está com frio?"

Outro latido.

Detesto admitir, mas também estou. A ideia de tomar um


banho quente é quase enlouquecedora. Estou irritada que Atticus
tenha me mostrado algo de que gosto muito e sentirei falta quando
voltar para casa. Eu ficaria melhor se nunca fosse apresentada a
isso.

Posso não ser capaz de tomar banho, mas vou escovar os


dentes. A sensação fria na minha boca é algo de que nunca me
cansarei. Sem mencionar, ele disse que evita que meus dentes
caiam. Toda minha família perdeu os dentes, exceto Esther e eu.
Isso fez meus irmãos e pai parecerem mais assustadores, não que
eles precisassem de ajuda nisso.

“Venha, Urso Cego. Hora de se aquecer.

Ele late de acordo. Apago o fogo com neve e depois volto para
a cabana. Uma vez lá dentro, eu tiro as roupas molhadas. Urso
Cego abana o rabo enquanto fareja, verificando as coisas. Ele deita
no chão do quarto, ofegando.

Tiro o resto da minha roupa, franzindo a testa quando


encontro a toalha ensopada de sangue. Coloco na pilha de roupas
antes de ligar a água. Assim que a água quente cria vapor no
banheiro, fico embaixo do jato.

Se o céu fosse um sentimento, seria esse. Eu tenho certeza.


Eu poderia tomar dez banhos por dia pelo resto da minha vida e
sempre ficar emocionada. Por um longo tempo, apenas fico
embaixo do jato quente, deixando-o escorrer por meu corpo. Eu
não me lavo. Simplesmente relaxo. O sangue escorre pela minha
coxa e nubla a água aos meus pés. Lembro-me de como Atticus me
tocou. Descendo, encontro o ponto que ele tocou. Ele lateja um
pouco abaixo da ponta do meu dedo. Eu nunca soube que esse
lugar existia no meu corpo. Um lugar pequeno que, se você o
esfrega da maneira certa, é realmente bom.

Pressiono o dedo para baixo, aplicando mais pressão e faço


círculos. Faz meus músculos tensionarem e pequenos gemidos me
escapam. O desejo de ir mais rápido é esmagador. Repetidamente,
movo o dedo até que prazer exploda através de mim. Eu quase
perco o equilíbrio enquanto clamo. Meu coração dispara
loucamente no meu peito. Seja o que for, eu amo isso. Eu os quero
o tempo todo, mas são cansativos de encontrar.

A água finalmente esfria, então fecho as alavancas. Depois


de me secar, escolho mais roupas de Atticus. Eu tenho que enrolar
outro pano para colocar em sua roupa de baixo, mas depois que
me recomponho, me sinto relaxada e quase feliz.

Quase.

Eu ficaria feliz se ele voltasse.

“Urso Cego, vamos assistir a caixa barulhenta. As pessoas


ali têm dentes brilhantes e às vezes falam sobre uma coisa
chamada pizza que faz meu estômago roncar. Você vai adorar."

Ele late de acordo.


CAPÍTULO NOVE

Atticus

Já está escuro quando chego à minha cabana. Eu me sinto


um idiota sobre isso também. Ela provavelmente está assustada.
E não sei se ela se lembrará de como fazer mais aveia ou café.

Porra.

Ela provavelmente está morrendo de fome.

Culpa me consome e pego uma das sacolas na cabine antes


de sair da caminhonete. O cheiro de fogo faz minhas narinas se
dilatarem. Encontro restos de uma fogueira recente perto da
cabana, junto com uma pilha sangrenta de ossos.

Droga.

Ela estava morrendo de fome.

Engulo a auto aversão. Enquanto eu estava lá fora, tentando


ter meu pau chupado e depois tendo um bom almoço com minha
família, ela estava aqui caçando comida em seu estado
enfraquecido. Eu sou um monstro.

No momento em que abro a porta, ouço um rosnar. Eu paro.


"Eve?"

Silêncio.

Um animal entrou? Ela está machucada?


A porta se abre completamente, me dando uma boa visão do
que estou enfrentando. Friends na televisão. Eve enrolada sob um
cobertor na poltrona. E um maldito cachorro sarnento aos seus pés
rosnando para mim.

"Eve!"

Ela senta ereta e se vira para mim. Seus olhos estão


selvagens até que ela me vê e então o alívio brilha neles. Mais culpa
me inunda. Fecho a porta atrás de mim e aponto para o cachorro.

"O que é isso?"

"Um cachorro."

"Eu sei disso. Mas por que ele está na minha casa?”

"Ele estava com frio."

Só Eve para encontrar um Chow-Chow sarnento sem olhos


de merda, fazer amizade com ele e levá-lo para minha casa.

"Cachorro", digo levemente. "Eu moro aqui."

Seu rosnado continua.

“Urso cego, esse é o Atticus. Está tudo bem." Ela coça as


orelhas dele e seu rabo começa a balançar.

Eu me ajoelho. “Urso cego, hein? Parece apropriado. Venha


aqui, garoto.”

Ele cheira até me encontrar e quando me considera seguro -


provavelmente quando sente o cheiro persistente de frango frito
nas minhas mãos - ele me lambe.

"Bom garoto", murmuro. Eu levanto o olhar para Eve. "Um


cachorro, hein?"

Ela assente bruscamente. "Vou levá-lo comigo quando for


para casa."
Casa.

O pensamento de mandá-la embora, mesmo que eu estivesse


pronto há momentos atrás na minha caminhonete, faz meu
estômago apertar.

"Está com fome?"

"Sim."

Eu me levanto e me aproximo da poltrona reclinável. "Eu


sinto muito."

Seus lábios carnudos pressionam juntos e a raiva brilha em


seus olhos castanhos.

“Eu não deveria ter deixado você por tanto tempo. Perdi a
noção das horas."

"As latas estão quebradas", ela me diz, suas palavras


ríspidas com irritação.

Franzo a testa em confusão e então me atinge. A fruta. Elas


não têm as abas de puxar como as que ela está acostumada.

"Oh, merda", resmungo. "Eve, me desculpe."

Ela se vira para assistir televisão. Ross está esfregando


merda branca por todas as pernas, tentando subir a calça de
couro, sob a orientação de Joey por telefone. Solto um suspiro e
entro na cozinha.

Que porra é essa?

Há uma jarra de picles vazia, um copo de pudim vazio e uma


garrafa de ketchup vazia cuidadosamente alinhadas no balcão.
Gotas do que parece mostarda estão por toda parte. Ela realmente
comeu meus condimentos? Agora me sinto o pior imbecil do
planeta.

Eu compensarei isso.
"Eu já volto."

"Atticus", ela grita enquanto levanta da poltrona.

Olhos tristes e suplicantes. Lábio trêmulo. Lágrimas


brotando.

Jesus.

"Ei", eu digo baixinho. "Tenho alguns presentes para você na


caminhonete. Deixe-me pegá-los. Não vou a lugar nenhum."

Seus olhos se estreitam como se ela não acreditasse em mim.


Gentilmente, afago sua bochecha, colocando uma mecha de cabelo
molhada atrás da orelha. Ela fecha os olhos e se inclina para meu
toque. Olho os cílios escuros em suas bochechas e os lábios macios
por um minuto a mais do que deveria antes de me afastar.

Quinze minutos depois, trouxe todo o carregamento. Ela


anda pela cozinha, os olhos arregalados de antecipação, e o
cachorro abana o rabo.

"Eu comprei uma faca para você", digo, tirando-a do meu


bolso.

Ela me dá um meio sorriso. "Suas facas são inúteis."

"De nada", eu provoco enquanto entrego.

“Fui à casa dos meus pais e minha mãe me fez ficar para
almoçar. Mas então, minha irmã Judith e eu, fomos à loja. Ela
comprou todos os tipos de coisas. Judith fez para si uma missão
pessoal garantir que você receba um pacote de cuidados.”

Eve pisca para mim e inclina a cabeça levemente enquanto


entrego para ela uma das sacolas. Absorventes interno. Externos.
Chocolate. Até maquiagem como se Eve soubesse o que fazer com
ela. Eu não parei minha irmã. Apenas deixei ela fazer as coisas.
Ela pega um chaveiro de lanterna. Eve aperta o botão e exclama
com entusiasmo. Outro toque no botão e ele começa a vibrar.
Não, ela não deu a Eve um vibrador.

Eve o encara com admiração, as manivelas dentro de sua


cabeça trabalhando enquanto ela tenta entender o objeto.

"Talvez você devesse me dar isso."

"Meu!"

Eu levanto as duas sobrancelhas quando ela olha para mim,


segurando-o contra o peito. Ela pressiona o botão para desligá-lo,
mas não o abandona. Tanto faz.

“Ela enviou uma sacola inteira de roupas velhas e pegou


algumas roupas íntimas na loja. Você deve ter tudo no
departamento de roupas.

"Comida."

"Certo. Seu favorito."

Tiro itens de uma sacola, secretamente gostando de como ela


pega cada coisa e inspeciona curiosamente. Ela segura um pacote
vermelho e fareja. Biscoito de chocolate crocante. Eu tiro a parte
de cima e ofereço a ela um biscoito.

"Eu gosto do cheiro", ela diz, levando-o ao nariz. Sua língua


rosada se arrisca para provar. Os olhos castanhos se arregalam
quando ela morde. Então, eles se fecham quando ela geme. Meu
pau gosta disso pra caralho.

"Sim, Judith disse que você amaria."

Ela devora seis de uma vez antes de eu fechar a aba,


ganhando um rosnado furioso.

“Você não pode comer demais ou ficará doente.


Especialmente porque não teve uma refeição adequada hoje.
Felizmente, minha mãe deu algumas sobras.”
Ela olha as sacolas enquanto aqueço o frango, purê de
batatas e feijão verde. Quando termino de aquecê-los, ela e o
cachorro estão pairando. Jogo um pedaço de frango para ele e
entrego-lhe o prato. Em vez de se preocupar com um garfo, ela pega
a comida com os dedos.

"Garfo", digo suavemente. "Na minha casa, usamos


talheres."

Suas sobrancelhas franzem e ela faz um som suave antes de


abrir a gaveta. Ela localiza um garfo dentro. Depois de voltar à
mesa com o prato, ela se senta e apunhala ruidosamente os feijões
verdes.

Mulher hormonal.

Menina.

Ela é uma menina, não uma mulher.

Eu me fixo no jeito que ela lambe os lábios suculentos.


Gostaria de ter quinze ou qualquer idade fodida que ela tem, para
que pudesse lamber seu lábio inferior. Meu pau estica no jeans,
desesperado para participar da festa.

Depois que ela come, tiro a torta de pêssego que minha mãe
fez. Uma vez aquecida, coloco-a na mesa ao lado do prato dela.

"Torta de pêssego", explico.

"Pêssegos frescos?"

Eu sorrio. “O mais fresco. Também comprei alguns pêssegos


para você." Procuro em uma sacola até encontrá-los. Quando
mostro a ela, sua cabeça se inclina para o lado enquanto ela a
estuda. "Veja, é confuso."

Seus dedos estendem para tocá-lo. Um sorriso curva seus


lábios enquanto ela acaricia o pêssego. "Suave."
"E suculento."

"Doce?"

"Muito." Minha voz está áspera e limpo a garganta. “Vou


arrumar tudo isso. Então podemos assistir a um filme ou algo
assim.”

Eu me ocupo com as compras até que ela solta outro gemido.


Viro a cabeça para encontrá-la inalando a torta. A torta de pêssego
da minha mãe tem esse efeito em todos.

"Bom?"

"Mmm", é tudo o que ela diz enquanto lambe o recipiente.

Uma coisa que admito é que gosto de vê-la experimentar


coisas novas. Não sei o que fazer com minha assustadora fixação
em Eve, mas ela existe há anos. Desde que vi os olhos arregalados
e desconfiados por trás dos cabelos sujos. Eu queria ganhar sua
confiança e amizade. Agora, anos depois, algo dentro de mim
anseia por mais. Não é legal, mas ainda está lá.

Ela coloca o prato no chão e o cachorro começa a lambê-lo.


Seus olhos castanhos levantam para os meus e brilham com algo
que eu nunca vi. Felicidade.

Tudo o que posso fazer é olhar.


Capítulo Dez
Eve

Ele me entrega um saco cheio de itens desconhecidos. Eu


tenho o cuidado de esconder o bastão de luz para que ele não o
pegue. Antes, ele parecia zangado por eu tê-lo. E o jeito que vibrou
me deu uma ideia. Uma que não quero que ele saiba.

Carrego o saco e a sacola cheia de roupas para o quarto dele.


Depois de colocá-las na cama, vasculho a sacola até encontrar
roupas íntimas menores. Preta e suave. Eu instantaneamente
gosto da sensação do tecido em meus dedos.

"Você, hum, sabe o que fazer com essas coisas?"

Sua voz da porta atrás de mim me faz pular. Eu não


respondo. Só espero que ele explique o que devo fazer. Com um
suspiro resignado, ele entra no quarto e pega uma caixa.

“Estes são absorventes. Eles, hum …" Ele para e coça a


barba. “Eles vão dentro de você. Para absorver o sangramento.”

Parece doloroso.

Como todas as vezes que meus irmãos e papai estavam


dentro de mim.

Estremecendo, eu os tiro da mão dele. "Não."

"Ok", ele concorda. “Eu não estou exatamente interessado


em explicar como fazer isso de qualquer maneira. Os externos são
mais fáceis. É como a toalha, mas você pode jogá-los fora.” Então
ele sorri para mim. “Como você jogou fora minha mostarda. Por
que fez isso?”

"Eca", eu rosno.

Ele ri e isso me aquece profundamente. “Anotado. Alguns de


nós gostam de mostarda. Coloquei de volta na geladeira. Guarde
para mim, ok?”

Concordo, embora não entenda como alguém pode gostar de


coisas tão

ruins.

"De qualquer forma, uh, deixe-me mostrar como essa coisa


fica na calcinha." Ele rasga a embalagem e tira uma coisa amarela.
“Isso é um absorvente. Para abri-lo, basta puxar esta fita." Tudo se
desenrola brilhantemente e então ele joga fora o filme amarelo. Ele
pega a calcinha preta. "Então, você retira essa parte para que possa
colocá-la dentro da calcinha, er, roupa de baixo."

"Calcinha?"

"É assim que as meninas às vezes chamam isso."

"Calcinha." Eu sorrio. Gosto dessa palavra.

Ele balança a cabeça, rindo. "Então sim. Você então os


coloca e - Jesus, Eva, eu quis dizer quando eu for para o outro
quarto.” Ele rapidamente se afasta de mim.

Eu chuto suas calças e pego a calcinha dele. Elas se ajustam


confortavelmente e a almofada parece eficiente e menos
bagunçada. Eu gosto de calcinhas e almofadas. Localizo algumas
calças finas que são vermelhas e pretas. Elas são macias como a
roupa de cama dele e isso me faz querer usá-las. Coloco-as e fico
encantada de ver que elas se encaixam confortavelmente sem que
me engulam como as calças dele.
Ele espia por cima do ombro. "Avise um cara antes de tirar
a roupa."

"Você me viu nua."

Suas bochechas ficam vermelhas. "Eu sei e isso foi um erro."

Vergonha ondula por mim. "Por quê?"

“Porque você é jovem. Não está certo."

Não sei por que isso me deixa com raiva, mas deixa. Pego as
roupas sujas e as jogo no cesto que ele tem. Então, pego meu
bastão leve e o embalo antes de ir para o banheiro.

"Eve…"

Eu paro no limiar da porta.

“Desculpe, eu estou fodendo tudo. Estou fora do normal


agora." Ele se aproxima até estar perto. “Seu cabelo está
emaranhado. Você não o escovou depois do banho?” Um arrepio
percorre-me quando ele puxa levemente meu cabelo. "Eu poderia
escová-lo, se você quiser."

Gosto do seu toque, então eu aceno.

“Onde você quer que eu escove? Na sala de novo?”

"A caixa preta é barulhenta", eu resmungo.

"Televisão."

"É barulhenta."

“Vou mostrar como desligar ou diminuir o volume. Em vez


disso, podemos ouvir música.”

Música.
Tenho lembranças de minha irmã cantando músicas da
Bíblia e, mais recentemente, ouvi Devon cantando para seus filhos.
Eu gosto de música.

"Sim", eu concordo.

Ele pega a escova e voltamos para a sala. Depois de


pressionar os botões na coisa que ele chama de controle remoto,
ele o transforma em uma estação que toca música. Sons ricos e
vibrantes saem e meu coração dispara.

"Eu gosto disso", digo a ele.

"Todo mundo gosta do Led Zeppelin." Ele ri enquanto me


guia para sentar no colo dele. "Acho que se vai ouvir música, pode
ouvir o que eu gosto."

Ele passa a escova pelos fios emaranhados. Isso é bom. Cada


pequeno puxão. Meu estômago está cheio, estou quente e não
tenho medo. Além disso, Atticus está de volta e ele está me tocando.
Isso parece felicidade. Depois que meu cabelo está todo penteado,
ele coloca a escova na mesa ao lado de sua cadeira e dá um tapinha
na minha coxa. Em vez de me levantar, eu me inclino contra ele.
Ele está rígido, mas depois de um momento, ele encosta a cabeça
na minha. Parece bom. Quente e aconchegante.

"Como está sua ferida?" Suas palavras ofegantes fazem


cócegas no lado do meu rosto.

"Não dói."

"Mentirosa."

"Não", eu argumento.

"Você simplesmente não quer mais a pasta."

Eu me viro para olhar para ele. Meu nariz roça no dele, mas
ele não se afasta. "Você quer colocar mais pasta?"
Seu pênis fica duro embaixo de mim. O desejo de me esfregar
contra ele é forte, mas me contenho.

"Acho que você pode cuidar disso sozinha", ele sussurra.

"Então não."

Ele faz uma careta. "Alguém já te disse que você é teimosa?"

Estendo a mão e aliso as rugas entre suas sobrancelhas.


"Gosto quando você me toca."

Os olhos dele se fecham. "Você torna isso realmente difícil."


Seu polegar faz círculos no meu quadril por cima da calça.

"O que?"

"Estar perto de você."

Estremeço com suas palavras. "Por que você não gosta de


estar perto de mim?"

"Eu não disse isso", ele rosna, suas palavras ecoando através
de mim. "É difícil não tocar em você quando está praticamente me
implorando."

"Eu não entendo por que você não quer mais me tocar."

"Vamos dar voltas e mais voltas sobre isso?"

Sento-me abruptamente, me afastando. Ele agarra meu


quadril antes que eu possa me levantar. Eu congelo com seu toque.
Então, ele desliza a palma da mão até meu abdômen sobre a
camisa e me puxa de volta para ele. Toda a tensão some quando
relaxo em seu abraço. Ele afirma não querer me tocar, mas acaricia
meu abdômen de uma maneira que me faz derreter por dentro.

"Você deve ir para a cama em breve", diz ele, com a voz rouca.

"Só se vier comigo."


"Teimosa."

"Você é o mesmo", eu argumento. "O mesmo que eu."

Ele ri. “Isso é verdade. Tudo bem, mas precisamos colocar


um travesseiro entre nós. A noite passada não pode acontecer
novamente. Quero que você se sinta segura aqui e se eu não
conseguir tirar minhas mãos de você durante o sono, isso é
perigoso.”

"Urso gentil", murmuro. "Não perigoso."

"Não é muito inteligente que uma raposinha de bom grado


vá para a cama com um urso."

"Os ursos são quentes."

"Às vezes sinto que você me usa pelo calor do meu corpo",
ele diz, com um sorriso na voz.

"E sua fruta."

Isso lhe causa uma risada calorosa.

Eu ganhei nossa discussão e isso me emociona.

***

Não. Não. Não.

Meu pai chupa meu pescoço e eu quero morrer. Agora


mesmo. Apenas desaparecer deste mundo e encontrar Esther. No
paraíso? Eu estaria no inferno neste momento. Qualquer coisa é
preferível à maneira como ele ameaça me abrir com sua
masculinidade.

Toda noite.

Toda noite.

Mais do mesmo.
Lágrimas quentes escorrem, mas não ouso emitir um som.
Aprendi que parte do meu treinamento é que, se eu chorar ou lutar,
eu ganho chicotadas. Meu traseiro ainda está ferido desde a última
chicotada. Ele me enche com o calor dele e depois sai.

Bem desse jeito.

Solto um suspiro de alívio.

Seus roncos logo enchem o quarto e eu escapo. Acabei de


sair do quarto quando duas mãos fortes seguram meu ombro.
Ezekiel. Começo a abrir a boca para gritar, mas ele é mais rápido.
Mais forte. Mais malvado.

Eu rezo para que Deus me salve.

Eu não aguento mais isso.

"Eve!"

Dou uma sacudida, meu corpo tremendo de medo.

“Eve, sou eu. Atticus. Você está segura." Suas palavras


roucas no escuro me acalmam.

Rolando em direção ao som, eu agarro sua camisa,


enterrando o rosto manchado de lágrimas em seu pescoço. Ele me
abraça, passando os dedos por meus cabelos.

"Pesadelo?"

"Memória", murmuro.

Ele fica tenso. "Sinto muito pelo que eles fizeram."


Por que ele sente muito o tempo todo?

"Estou feliz que Reed matou todos."

"Eu também", ele murmura. “Durma, raposinha. Eu cuido


de você."

Não consigo dormir, no entanto.

Não quando sonhos me assombram.

No escuro, procuro o rosto de Atticus com as pontas dos


dedos. Toco sua barba rala e sua bochecha macia acima dela. Não
consigo ver os olhos dele, mas os sinto me observando de alguma
forma. Vendo-me. Me encontrando como o Urso Cego encontrou.
Através do instinto. Através do cheiro. Através do toque. Roço a
ponta do dedo em seu nariz e toco cautelosamente sua boca. Seus
lábios franzem contra a ponta do meu dedo, me fazendo sorrir. Eu
afasto minha mão e encontro sua boca com a minha. Ele começa a
se afastar, mas prendo meus dedos em seus longos cabelos e o
mantenho onde quero. Pressiono beijos suaves na boca dele. É
legal, exceto que ele não está me beijando de volta. A rejeição
queima.

E então acontece.

Um movimento.

Um beijo.

Meu coração palpita violentamente no peito.

Isso me faz querer prová-lo. Ver se ele tem um gosto diferente


dos monstros nos meus sonhos. Eu lambo seu lábio inferior,
fazendo-o gemer. Então, sua língua quente e úmida sai, deslizando
contra a minha. Nós dois fazemos sons semelhantes de prazer.
Aproveito sua boca aberta e o beijo com mais força.

Ele amaldiçoa e rola de costas, como se tivesse terminado o


beijo. Não gosto de como ele tenta convencer-se a não me tocar.
Então, decido assumir a situação. Monto sua cintura e encontro
sua boca novamente. Seus dedos apertam duramente meus
quadris, mas ele não me afasta.

O beijo me aquece a ponto de eu suar. Afasto-me o suficiente


para arrancar a camisa.

"Eve." Sua voz soa como um aviso.

Ignorando o aviso, eu o beijo novamente. Ele está rígido no


começo, mas depois cede, me oferecendo sua língua saborosa.
Corro a língua por meus dentes, maravilhada mais uma vez com o
quão perfeitos eles são. A palma de sua mão desliza por minhas
costelas nuas, acariciando-me. Eu desejo que ele me toque em
todos os lugares.

Depois de beijar até o sol nascer, ele finalmente se liberta e


nos rola, então estou deitada de costas. Ele mantém um braço
protetor ao meu redor e acaricia seu rosto na minha orelha.

"Vá dormir, Eve."

Exausta e feliz, eu obedeço.


Capítulo Onze
Atticus

Estou doente, porra.

É a única maneira de explicar o fato de eu estar duro como


pedra agora. Como me sinto possessivo pra caralho com Eve
praticamente esmagada sob meus membros pesados. A luz da
manhã entra pela janela, cobrindo sua forma seminua. Seus
pequenos seios estão à mostra. Eu poderia mentir para mim
mesmo e dizer que estou encarando seus mamilos rosados e duros
porque estou inspecionando as feridas que na verdade estão se
curando muito bem. Mas não posso mentir. Sou fascinado por
todas as partes dela. E meu pau também.

Seus olhos castanhos se abrem e ela me olha, um canto dos


lábios curvado. Com seus cabelos castanhos limpos espalhados
por todo o travesseiro e quase um sorriso no rosto, ela nunca
pareceu tão serena e pacífica. Toda vez que via Eve na floresta, ela
estava preocupada e com medo. Sempre procurando pela próxima
refeição.

Aqui, ela está relaxada.

É assim que ela deve estar. Nenhuma adolescente deve viver


da maneira que ela vive. Com frio. Sozinha. Receosa.

"Como está se sentindo?" Eu pergunto, apontando com o


queixo para indicar seu peito.

"Bem." Seu estômago ronca e pressiono a palma contra ele.


Olhos castanhos disparam para os meus, me prendendo no
lugar. Eu corro o polegar sobre sua pele macia. "Você quer café da
manhã?" Minha voz está vacilando e rouca.

"Aveia."

Deslizo os dedos pela pele dela, tomando cuidado para não


tocar na parte vermelha, machucada e enrugada que está se
recuperando do ataque do urso. Minha ponta do dedo roça seu
mamilo. Ela morde o lábio inferior, com os olhos intensos me
perfurando. Dou uma pequena beliscada no mamilo antes de me
afastar completamente.

"Desculpe", resmungo.

"Gosto quando você me toca."

Meu pau salta na cueca com suas palavras ofegantes. O


anjinho da moralidade que normalmente fica no meu ombro
desaparece. Fico imaginando o que Reed diria. Ele diria para eu
seguir meu coração?

Meu coração está seguindo-a faz anos.

É completamente inaceitável.

No entanto, não me importo neste momento.

Inclinando-me para a frente, lambo a pele sedosa em seu


pescoço. Seus dedos agarram meu cabelo, puxando quando
mordo-a de brincadeira. Eu chupo sua pele com força suficiente
para deixar um chupão. O pensamento de ver a marca roxa me faz
quase gozar na cueca. Beijo seu pescoço, sem saber o que fazer a
seguir, mas não é nada sensato, com certeza. Sua respiração
sussurra quando evito o ferimento e depois uso a língua para
provar seu pequeno mamilo.

"Atticus", ela geme.


Meu nome soa bem-vindo dos lábios dela. Chupo o pequeno
broto entre meus lábios e depois mordo-o suavemente. Um gemido
escapa dela, fazendo meu pau se molhar com pré-sêmen. Foda-se,
preciso parar. Eu realmente devo. Ela tem um gosto tão doce.
Imagino como seria retirar suas calças e calcinha antes de deslizar
para dentro de sua buceta apertada e ensopada de sangue, quando

Urso Cego começa a rosnar e latir.

Saio da cama, meu tesão apontando para frente, antes


mesmo de respirar fundo. Pego uma Glock da minha gaveta e corro
para a porta da frente. Assim que vejo o rosto espreitando, meu
coração dispara.

Suma.

Abro a porta, tremendo contra o frio, e a conduzo para


dentro. "É cedo, mulher."

"Vim verificar a criança."

Criança.

Entre ver Suma e esse comentário, meu tesão some


oficialmente.

"Certo", eu murmuro. “Deixe-me ir acordá-la. Sirva-se um


café.”

Os olhos de Suma se estreitam, mas ignoro seu olhar me


encarando em nada além de uma cueca. Encontro Eve sentada na
cama, as cobertas levantadas, escondendo sua nudez. Seu
cabelo castanho está

desarrumado. Porra, ela bagunça minha cabeça.

“Suma Walkingstick está aqui. Foi ela quem fez a pasta de


cura. Você pode se vestir? Ela vai querer te checar de novo.”

As sobrancelhas de Eve franzem. "Não."


Abstenho-me de revirar os olhos. “Não, não é uma resposta
que eu aceito. Deixe-a te ver e depois vou fazer o café da manhã.
Vamos."

Suas narinas se alargam e seus olhos castanhos brilham de


raiva. Bem, ela pode ficar chateada com tudo o que quiser. Quando
se trata de sua saúde, não vou ceder. Ela coloca uma camiseta e
depois desaparece no banheiro. Eu visto um moletom e um
agasalho com capuz antes de voltar para onde Suma está na
cozinha. Sem palavras, trabalhamos juntos para fazer o café da
manhã. Sei que Eve mencionou aveia, mas vou fazer algo que ela
amará. Ontem, trouxe ingredientes para fazer panquecas e bacon.
Acho que enquanto Eve está aqui, ela pode provar as coisas boas
da vida.

Estamos terminando quando Eve entra, encarando Suma


com suspeita, seu cachorro cego a seus pés. Ela usa um jeans que
pertencia à minha irmã, um suéter rosa de cashmere e meias
verdes com sapos. Eu olho-a. Ela nunca pareceu tão... normal.

"Ahh, garota", Suma a cumprimenta. "Deixe-me olhar para


você."

Eve dá um passo para trás, seus olhos correndo em minha


direção.

"Talvez depois do café da manhã", digo a Suma gentilmente.


"Ninguém gosta de panquecas frias."

Suma me lança um olhar interrogativo, mas simplesmente


dou de ombros. Começamos a fazer nossos pratos enquanto Eve
está sentada. Corto a comida dela em pedaços pequenos antes de
mergulhá-los em calda. Seus olhos se arregalam quando coloco o
prato na frente dela.

"Você vai adorar o xarope", asseguro a ela.


Ela pega um quadrado cheio de xarope com os dedos, mas
depois pega um garfo no último momento. Depois de uma espetada
e o enfiar na boca, seus olhos se arregalam. Um "mmm" sai de sua
garganta quando ela começa a inalar a comida.

“A criança gosta da calda. Lembra-me de outra criança há


muito tempo.”

Estou no balcão, assistindo Eve comer enquanto


distraidamente mastigo bacon. Jogo pedaços para Urso Cego, que
parece satisfeito com o sabor. Suma se senta na outra cadeira, os
olhos viajando entre nós.

Assim que terminamos, Suma fala.

"Vamos dar uma olhada em você", diz Suma gentilmente. Ela


se levanta e faz um gesto para que Eve a siga.

"Atticus", Eve chama com pânico dominando seus olhos.

"Sozinha", Suma responde.

"Não." Eve olha para ela como se fosse a inimiga.

“Apenas faça aqui. Ela fica nervosa com novas pessoas”,


explico.

Suma faz uma careta. "Não olhe." Então ela diz a Eve: "Tire
sua camiseta."

Eve pula da cadeira, quase tropeçando no cachorro, para se


agarrar ao meu casaco. "Não", ela chora.

Distraidamente, afago meus dedos pelos cabelos dela. O


desejo de pegar a escova e penteá-lo é forte, e se Suma não
estivesse aqui, eu faria exatamente isso.

Suma me dá um olhar fulminante. "Eu preciso verificar as


feridas, Atticus."
"Ei", digo para Eve. “Vamos tirar o suéter para que ela possa
olhar. Estarei bem aqui." Gentilmente, eu a viro para encarar
Suma.

Eve solta um grunhido de frustração e depois puxa o suéter


pela cabeça, jogando-o no chão. Seu corpo treme de raiva ou medo,
não tenho certeza. Eu puxo seu cabelo para o lado e beijo seu
ombro para acalmá-la.

Suma limpa a garganta e congelo, percebendo o que fiz. Perdi


a porra da minha mente. Começo a me afastar, mas Eve se inclina
no meu peito, seus punhos agarrando a parte inferior do meu
casaco.

"Eles parecem melhores", diz Suma, caminhando lentamente


em nossa direção. Ela estreita os olhos enquanto inspeciona as
marcas de garras. Eve se encolhe quando Suma toca sua pele com
as mãos desgastadas. "O que é isso?"

Olho para onde ela está apontando e percebo o chupão. Meu


pau endurece contra as costas de Eve.

"Hum", eu murmuro, limpando a garganta. "Parece um


machucado."

Os olhos de Suma estão afiados quando encontram os meus.


"Este hematoma não estava aqui da última vez que verifiquei."

Eve, tendo o suficiente com a investigação de Suma, se vira


novamente em meus braços, enterrando o rosto no meu peito. Eu
deveria estar empurrando-a para longe, não segurando seu corpo
seminu contra o meu.

"Se terminamos aqui, preciso escovar o


cabelo dela", digo fracamente. Qualquer coisa para
tirá-la da minha casa. Não gosto de como ela está olhando o jeito
que seguro Eve. Não é desse jeito.
Talvez seja, mas isso não significa que quero uma fodida
audiência.

Suma se inclina para pegar o suéter e o coloca no balcão.


“Quantos anos você tem, criança?”

Eve a ignora.

“Quantos anos você acha que ela tem?” Ela me pergunta


dessa vez.

"Eu não sei. Dezoito”, eu minto.

Suma bufa. "Você não vai ouvir isso de mim, mas fique
tranquilo, ouvirá de alguém como Will."

Meu irmão.

O policial.

"Ouvir o que?" Resmungo.

"Você sabe o que." Os olhos dela vão para Eve. "Eles colocam
homens na prisão por esse tipo de coisa."

Raiva queima dentro de mim. "Eu não fiz nada, Suma."

"Mas você irá."

Com essas palavras, ela junta suas coisas e sai da minha


casa. Eve inclina a cabeça para me olhar. Seu olhar é suave quando
ela me encara. Porra, eu amo esse olhar. Como ela me deixou tão
distorcido em questão de dias? Estou um desastre completo.

Não estou atravessando uma linha entre o bem e o mal.

Estou simplesmente segurando-a nos meus braços.

Não parece errado.

Parece certo.
"Eu deveria escovar seu cabelo agora", murmuro, meus olhos
presos em seus lábios carnudos. "Ou eu poderia ensiná-la a fazer
isso sozinha."

Ela resmunga. "Você faz."

Menina teimosa.

“Uh, coloque seu suéter novamente. Isso é distração.”

Eve faz beicinho, claramente irritada, mas coloca a blusa.


Uma vez que estamos a salvo de meus olhos vagando por seus
seios, posso pensar melhor.

A cozinha precisa de limpeza. Tarefas precisam ser feitas.


Minha vida precisa de ordem.

Ignoro tudo isso para guiá-la para minha poltrona e puxá-la


para meu colo. Ela está relaxada quando começo a escovar. Faço
isso lentamente, apreciando os sons suaves e ofegantes que vêm
dela. Meu pau está duro como pedra, mas nós dois ignoramos o
modo como ele pressiona contra sua bunda. Quando o cabelo dela
está suave e sedoso, coloco a escova de lado e envolvo os braços
em seu corpo enquanto ela se enrola em mim.

Meu coração bate mais rápido quando ela está em meus


braços.

Gosto dessa cadência quando ela está por perto.

Duro, persistente, com fome.

Um dia ela irá e eu me pergunto como ficarei.


Capítulo Doze
Eve

Eu me tornei complacente. Envolvi-me numa rotina que gira


em torno de comer, aconchegar e ser preguiçosa. Gosto deste
pequeno lugar do mundo com Atticus, mas algo dentro de mim
continua a me atormentar. Alimentando-me como um lobo quando
devora um cervo. Tira por tira, me quebra até ficar fraca e inútil.

Toda noite, Atticus me segura. Ele me beija no escuro. Marca


minha pele com os lábios. Toca meus seios.

Mas é isso.

Minha necessidade dele aumenta a tal ponto que quero me


enfurecer com ele e exigir que faça algo a respeito. Noto que Atticus
prefere o escuro quando nos juntamos. Ele se esconde lá. De mim.
De suas regras autoimpostas. Da lembrança do olhar no rosto de
Suma.

Irritação queima meu interior.

Eu vi os olhares.

Suma não achou que eu era boa o suficiente para Atticus.


Uma coisa selvagem que não é digna de ter alguém como ele como
marido. Eu queria empurrá-la para fora da cabana. Isso foi há uma
semana e ainda não consigo tirar seu olhar de desaprovação da
minha mente.

Tomo um banho rápido e sou grata por não precisar mais


usar os absorventes. Atticus tem se ocupado cortando uma árvore
que caiu quando não suportou o peso da neve. Eu quis segui-lo,
mas ele me disse que eu tinha que ficar aqui dentro.

Por quê?

Tudo o que faço é ficar dentro.

Chuveiro. Comer. Assistir Friends.

Penso em como Chandler e Monica estão juntos. É tão


diferente do que lembro com minha família. Mônica tem direitos.
Ela tem uma palavra a dizer no relacionamento deles. Ela irrita
Chandler e ele ainda tem um olhar pateta para ela no final do
episódio, quando as palavras aparecem. Isso faz meu coração doer.
Não parece real, mas parece algo que quero.

Com Atticus.

Não com um homem aleatório. Só ele. Ele é bom comigo e às


vezes me olha da mesma maneira que Chandler olha para Mônica.
Um meio sorriso e brilhantes olhos verdes.

Sei que ele não vai voltar por um tempo, então pego meu
bastão de luz. Atticus não o pegou já que o escondi. Sua irmã o
enviou como um presente para mim. Embora seja útil com a luz
que se acende com o toque de um botão, é o aspecto vibrante que
tenho curiosidade. Agora que não estou mais menstruada e ele está
fora, decido tentar usar.

Tiro a calça jeans e a camiseta. A calcinha que estou usando


é rosa e macia. Ela é minha favorita. Atticus me mostrou como usar
a máquina de lavar e lavo-a todos os dias para que possa usá-la
com frequência.

Subindo na cama, olho para minha pele quase nua. Minha


ferida está melhor e meus ossos habituais nas costelas não estão
tão salientes. Ganhei um pouco de peso esta semana porque os
alimentos estão prontamente disponíveis. É maravilhoso. Minha
mente muda para manteiga de amendoim e quase gemo de prazer.
Este mundo é inteligente para inventar essas coisas.

Foco.

Posso pensar em comida mais tarde.

Agora, quero pensar nele.

Seu peito, nu e definido. Ombros largos. Cabelos dourados


pendendo ao redor do rosto. Olhos verdes travessos. Músculos
fortemente definidos em seu abdômen que parecem apontar para
seu pênis. E dentes. Ele tem dentes brancos e adoráveis.

Pressiono o botão no bastão de luz e ele começa a zumbir.


Sei exatamente onde quero o dispositivo, esfrego-o na calcinha, ao
longo da minha fenda. Meu corpo se ilumina com antecipação. O
nó é fácil de encontrar, pois pulsa com a necessidade de atenção.
Eu acaricio a área através da minha calcinha, deixando as
vibrações dispararem picos de felicidade através de mim. É uma
sensação emocionante. Estou perto do limite da felicidade quando
ouço a porta da frente se abrir.

Eu não paro.

Não paro quando ouço meu nome ser chamado.

Não paro quando passos ecoam no corredor.

Não paro quando sinto seu olhar em mim.

Meus olhos se voltam para os dele. Choque. Raiva. Fome.


Seus traços se transformam quando ele processa o que estou
fazendo. Mordo o lábio inferior para não gritar. Meus quadris
levantam e giram, buscando o prazer final que sei estar por vir.
Através da calça jeans, vejo o contorno claro de seu pênis. Duro e
atento. Eu lambo os lábios, fixa no tamanho dele. Estou prestes a
perder o controle quando o zumbido diminui.

Diminui.
Diminui.

Então para.

Eu resmungo e Atticus ri.

Meu peito se agita com o esforço e freneticamente aperto o


botão.

“As baterias morreram. Essas coisas são baratas”, ele diz,


olhando-me com uma expressão ilegível em seu rosto. "Vou ter que
comprar mais baterias."

"Agora", eu ordeno.

Ele ri de novo. “Da próxima vez que eu for à cidade. Não


tenho nada desse

tipo.”

Um som desesperado e horrorizado sai da minha garganta.

Suas coxas tocam o lado da cama e ele distraidamente corre


os nós dos dedos por minha perna, do meu joelho à coxa. "Eu posso
ajudar."

Apoio-me nos cotovelos, chocada com suas palavras. "Você


vai me tocar?"

Neste momento, não há hesitação. É como quando estamos


no escuro. Seus olhos têm um brilho predatório que não me
assusta. Isso me excita. Começo a afastar a calcinha, mas ele me
interrompe com um tapinha gentil na minha mão.

“Mantenha-a. Eu preciso... preciso de segurança.”

Não sei o que é segurança, mas confio nele. Dou um breve


aceno de cabeça.

"Vá para o meio da cama", ele instrui antes de tirar a


camiseta.
Meus olhos estão colados ao seu peito musculoso enquanto
obedeço ao comando. Ele tira as botas antes de subir na cama.
Olho com admiração quando seus músculos se contraem e
ondulam a cada movimento que ele faz. Suas mãos grandes e
poderosas, frias por estarem do lado de fora, seguram meus joelhos
e ele me abre.

Antes que eu possa perguntar o que ele está fazendo, ele se


abaixa perto do meu centro e me cheira. Emoção percorre minha
espinha com antecipação. Seu nariz esfrega contra meu nó sensível
através do tecido. Eu arqueio as costas, deixando escapar um
gemido ofegante.

"Você cheira bem", ele grunhe. Sua língua se lança e brinca


com minha buceta. Mesmo sobre a calcinha, é a coisa mais
maravilhosa que já senti.

"Atticus", gemo, meus dedos agarrando seus cabelos.

Ele morde o nó e, quando o segura entre os dentes, ele puxa


de brincadeira. Então, sua língua volta, provocando a carne
latejante. Seu dedo prende na lateral da calcinha e ele a puxa para
o lado. No momento em que sua língua encontra minha pele nua,
eu grito. Olhos verdes e ardentes travam nos meus,
silenciosamente me fazendo perguntas.

Estou bem?

"Não pare", respiro. Sei que ele precisa das palavras e não
tenho medo de dizê-las.

Sua língua começa a lamber a umidade que vaza do meu


corpo. Ele suga, lambe e bebe, com fome de tudo o que tenho para
dar. Eu arqueio da cama quando ele me preenche com a língua,
como um pau faria. É quente, molhado e escorregadio - a explosão
mais caótica de sensações que eu já conheci. Sua língua desce
mais e ele provoca meu outro buraco. Sua barba arranha e faz
cócegas na minha pele macia na parte interna das coxas. Ele vai
me deixar arranhada e tudo bem, desde que não pare.

Perco todo o senso de realidade enquanto ele devora cada


parte escondida de mim. Minha dor me consome. Estou febril com
a necessidade de ser comida viva pelo meu grande urso. Ele
encontra meu traseiro de novo, ganancioso e voraz. A ponta do
dedo brinca no meu buraco escorregadio e então ele desliza dentro
de mim. Ele é grosso e meu corpo se estica para acomodá-lo.

Não sei por que meu corpo responde positivamente a ele,


mas não questiono. Eu vivo este momento, dando-lhe controle total
para me trazer prazer. Seu dedo se enrola dentro de mim,
pressionando uma parte de mim que me faz ver estrelas.

"Oh", suspiro. "Ohhhh!"

Ele morde minha pele latejante, movendo o dedo com


precisão especialista dentro de mim. Tudo fica preto antes de
explodir em cores. Eu grito seu nome enquanto tremo de prazer,
meu corpo inteiro convulsionando. Ainda estou tremendo quando
ele puxa o dedo e endireita minha calcinha. Então, pressiona um
beijo em minha buceta antes de se sentar de joelhos.

Estou prestes a puxá-lo para cima de mim e deixá-lo fazer


coisas que nunca quis antes, quando ele sai da cama. Quase
tropeça nas botas e depois corre para o banheiro, batendo a porta
atrás de si. O chuveiro liga. Saio da cama com as pernas trêmulas,
indo atrás dele. Quando tento abrir a porta, encontro-a trancada.

Dor queima dentro de mim. Meus olhos se enchem de


lágrimas. Pressiono o ouvido na porta e ouço os gemidos suaves
enquanto ele encontra seu próprio prazer. Sozinho.

Eu teria dado a ele.

Ele não devia me deixar de fora.


Urso Cego lamenta do canto do quarto. Derrotada, tiro
minha calcinha e pego outra. Acabarei com Atticus. Ele não terá
que me treinar para ser uma boa esposa, porque já sei isso. Com
ele, eu quero ser uma.

Visto meu jeans e uma camiseta preta antes de pegar meias


cor de rosa listradas. Adoro as roupas que Judith me enviou. Os
trapos que eu usava antes cheiravam mal e tinham buracos. Tudo
que ela me deu é tão macio, encaixa-se perfeitamente e tem cores
brilhantes. Coloco as botas que ela enviou e coloco o grande casaco
preto. Uma vez que estou pronta, eu chamo Urso Cego e saímos.
Enfio as mãos nos bolsos para pegar as luvas e depois seguro
minha faca.

O ar frio atinge meu rosto. É duro e implacável. Presa em


casa com Atticus, eu me tornei outra garota. Não sou a mesma que
viveu todos os dias com um objetivo em mente. Sobrevivência.
Agora, gosto de pequenos momentos, mas algo parece incompleto.
É porque ele ainda me afasta quando tudo que quero é estar com
ele? Eu ainda desejo a alegria de andar por aí, mas sem ele, parece
incompleto também.

Eu preciso caçar.

Claro, posso entrar e comer macarrão com queijo. Outra


criação maravilhosa da raça humana. Seria delicioso e aqueceria
minha alma. Atticus chama de comida de conforto e ele está certo
sobre isso.

Conforto faz com que você fique estúpido.

O que acontecerá se ele decidir que não me quer mais em


sua casa? Quando considerar que estou curada, ele me levará de
volta ao meu pequeno barraco na floresta e me deixará? Estou
sendo mimada com a facilidade de viver na cidade e meus instintos
de sobrevivência sofrerão o golpe.

Preciso praticar.
Preciso lembrar que ainda posso fazer isso.

Passo após passo, ando mais fundo na floresta coberta de


neve. Logo estará escuro. Eu deveria voltar. Em vez disso, encontro
uma árvore da qual posso arrancar os galhos finos. São do
comprimento e largura perfeitos para fazer uma armadilha. Os
esquilos e coelhos são abundantes perto de sua casa, e posso
precisar de peles novas para quando tiver que sair.

Seria tolice não começar a coletar e estocar suprimentos


nesse momento. Vergonha queima em meu interior. Eu me tornei
complacente. Não serei mais. Vou começar a me concentrar e me
preparar para a partida e não serei pega de surpresa.

Urso Cego geme como se pudesse sentir minha infelicidade.


Eu me inclino para coça-lo atrás das orelhas.

"Não se preocupe", murmuro. “Vou te levar quando eu for.


Seu lugar é aqui fora comigo.”

"Eve!"

Urso Cego choraminga, virando a cabeça para a cabana.

"Ele não vem conosco", murmuro, dando a triste notícia ao


meu cachorro. "Somos só você e eu."

"Eve!"

Urso Cego, incapaz de ignorar Atticus, late e sai correndo em


sua direção. Eu o sigo, deixando cair alguns dos galhos que coletei
perto das árvores para pegá-los mais tarde. Atticus está parado na
varanda, com os cabelos ainda molhados e mal-vestido. Sua
expressão está selvagem e preocupada. Meu estômago revira.

"O que?"

Ele faz uma careta. “Não pergunte o que, mulher. Volte para
casa antes de congelar sua bunda.”
Minha testa franze quando olho-o. Ele está de agasalho e
calça moletom. Seus pés estão descalços. Seu corpo treme contra
o frio.

“Eu tenho um casaco, sapatos e luvas. Você não tem nada."


Sorrio para

ele.

Com um revirar de olhos, ele faz um sinal para eu voltar para


dentro. Eu o sigo e uma vez que a porta está fechada, inspeciono a
pequena cabana.

Eu me sinto presa.

Como um coelho pequeno que se deparou com um abrigo


com a promessa de comida, apenas para descobrir que não havia
saída.

"Eu não posso mais ficar aqui", admito com lágrimas


enchendo meus olhos. "Eu não posso."

Ele faz uma careta e balança a cabeça. “Nós vamos para a


cidade. Uma mudança na rotina fará bem a você.”

Acho que ele me entende mal, mas o brilho intenso e


desafiador afirma o contrário. Ele sabe o que quero dizer e não quer
ouvir.

"Atticus ..."

“É porque eu te toquei? Por causa do que fizemos?” Suas


bochechas ficam rosa e pânico surge em seus olhos verdes.

"Eu gostei daquilo." O que não gostei foi de como ele fugiu.

Ele solta um suspiro pesado. "Eu gostei também." A mão dele


esfrega o rosto. “Estou em terreno desconhecido aqui, Eve. Eu
quero ... quero coisas que não deveria. Estou muito fraco para me
afastar. Quando eu te vejo - beijo e toco - não noto o fato de você
ser adolescente. Eu só quero você.”

"Também te quero."

"Quantos anos você tem?" Ele pergunta, seus olhos


implorando.

Não sei qual é a resposta certa aqui. Ele parece pensar que
há uma idade aceitável que devo ter e, se ainda não a alcancei, ele
não quer nada comigo.

"Velha o suficiente para me casar e gerar filhos."

Ele bufa. “Isso não responde à minha pergunta. Dezesseis?"

É este o número que ele deseja?

"Sim."

Seu corpo fica tenso, o que significa que escolhi o número


errado. Estou prestes a dizer outros números para ver se esses são
os corretos, mas ele me impede quando me puxa para um abraço.

“Eu não posso... não podemos mais fazer essas coisas, Eve.
Não é certo."

A decisão em sua voz faz meu peito doer. Eu sabia que estava
chegando. Podia sentir. Ainda assim, não estou pronta para que
suas palavras pareçam tão finais e imutáveis.

"Mas eu gostei quando sua boca estava no meu peito e dentro


de mim", murmuro.

Seu pênis está duro entre nós. “Eu também gostei, mas isso
foi antes de eu realmente saber quantos anos você tem. Isso foi um
erro. Sou um fodido adulto e responsável por você agora. Preciso
agir como um.” Ele acaricia meu cabelo e beija o topo da minha
cabeça. "Não haverá mais essas coisas."

Eu tremo nos braços dele. "Tenho que sair agora?"


Ele agarra meus ombros e me afasta para me encarar. "O
que? Você acha que porque eu não posso te foder, mesmo que
esteja enlouquecendo por isso, vou te jogar na sarjeta? Posso ter
cruzado a linha com você, mas não sou um idiota. Claro que você
não vai embora.”

"Ok."

Seu olhar suaviza enquanto ele me encara por um longo


momento. Eu olho de volta, decorando todos os seus detalhes
adoráveis. Quando está satisfeito, ele sorri.

"Vou te levar para passear. Você precisa de uma mudança


de cenário.”

"Para caçar?"

“Não, Eve. Vou te deixar ser uma adolescente. Vamos comer


hambúrgueres e ver um filme ou algo assim. Algo normal. Você
precisa experimentar um pouco do mundo.”

Normalmente, esse pensamento me aterrorizaria.

Mas o tédio me faz concordar com a cabeça.

Ele me dá um sorriso diabólico que quase faz meus joelhos


falharem. "Esteja pronta para sair em dez minutos."
Capítulo Treze
Atticus

Dezesseis.

Fodidos dezesseis.

A ignorância era melhor. Então, eu poderia fingir e negar o


fato de que ela era jovem. Nunca soubemos quantos anos ela tinha,
mas Reed e eu tínhamos uma ideia. Ele achava que ela era mais
jovem e eu pensei que ela era mais velha. A idade média que
tivemos recentemente foi de dezesseis anos. Esperava que ela
tivesse dezoito, mas essa esperança foi em vão. E, ao contrário de
Reed, não gosto de foder uma adolescente.

Meu pau salta com a lembrança de como ela choramingou e


implorou quando coloquei minha boca em sua buceta. Talvez eu
esteja fodendo uma adolescente, mas não significa que farei isso.
Eu apenas a desejo secretamente. Uma fodida fantasia que eu
nunca realizarei.

Foco.

Ela precisa sair da cabana porque está enlouquecendo.


Preciso sair da cabana para não atacá-la e colocar meu pau nela.
Precisamos de espaço e normalidade.

"Urso Cego ficará bem enquanto estivermos fora?" Ela


pergunta, franzindo a testa enquanto caminhamos através da neve
em direção a minha caminhonete.

"Ele parecia muito confortável no meio da minha cama",


resmungo. “Além disso, não podemos levar esse cachorro para
todos os lugares que vamos na cidade. Sairemos por apenas
algumas horas. Ele ficará bem.”

Abro a porta da caminhonete e, em seguida, agarro seus


quadris minúsculos, colocando-a na cabine. Ela não pesa nada,
apesar da comida que ingeriu a semana toda. Pelo menos ela não
parece mais tão magra e ossuda. Depois de ligar a caminhonete,
espero o aquecedor funcionar. Uma vez que esquenta, desço para
tirar o gelo das janelas. Demora cerca de quinze minutos, mas
finalmente estamos prontos para partir.

"Música?" Eu pergunto.

Ela assente. "Led Zeppelin."

"Essa é minha garota." Estremeço com as palavras, mas ela


não parece notar. Busco no rádio por satélite até encontrar um do
Led Zeppelin. "Whole Lotta Love" começa a tocar e bato com os
dedos no volante.

Eve sorri para mim.

Porra.

Essa garota está dentro de mim e não sei como tirá-la.

Eu tenho que tirá-la.

Por mais que adore provar essa fruta proibida, não sinto
vontade de ir para a prisão por causa dela. Suma estava errada.
Não vou cruzar a linha.

A viagem para a cidade é longa por causa de toda a neve.


Passamos por várias lojas na Main Street que estão iluminadas.
Seus olhos estão colados em todas as fachadas, fascinados por
todas elas. Uma onda de orgulho passa por mim, por saber que
estou dando esse presente a ela. O sorriso no meu rosto cai no
momento em que passamos pela delegacia. A caminhonete de Will
está parada na frente. Eu não disse a Will que estou de volta à
cidade, mas tenho certeza que mamãe passou essa informação.
Vou precisar ligar para ele apenas para impedir que apareça para
uma visita surpresa.

Suma me pegou corrompendo Eve. Dela, eu ganhei olhares


ruins. De Will, ele terá minha bunda algemada. Will não brinca
com essa merda. Irmão ou não, ele me prenderia.

“Há um ótimo restaurante aqui na cidade chamado Muskies.


Tem um pouco de tudo. Parece bom?"

"Manteiga de amendoim?" Ela pergunta, seus olhos


arregalados e

brilhantes.

"Baby, manteiga de amendoim é tão fácil de encontrar, que


nem é engraçado." Estremeço. “Muskies tem outras coisas boas.
Coisas novas que você ainda não experimentou. Eu prometo que
vai adorar.”

"Sim."

Sorrio. "Está bem então."

O estacionamento está quase vazio, o que acho bom. Não


estou realmente ansioso por uma audiência. Esta cidade é muito
pequena. Todo mundo conhece todo mundo. Eu seria atingido por
uma enxurrada de perguntas que não estou pronto para
responder.

Saímos, coloco minha mão nas costas dela para guiá-la para
dentro. Não estou familiarizado com a anfitriã, o que me faz
suspirar de alívio. Ela nos leva até uma mesa num canto escuro.
Eve se senta de um lado. Quando começo a ir para o outro lado,
ela balança a cabeça.

"Não."

"Se nos sentarmos do mesmo lado..."


"Aqui", diz ela em sua voz mandona e teimosa, batendo no
couro com a mão.

Começo a argumentar que não é apropriado, mas depois vejo


o ligeiro tremor em sua mão. Ela está nervosa. E aqui estou,
querendo abandoná-la.

"Certo", resmungo. "Como desejar, minha rainha."

Seu sorriso é uma recompensa, de tirar o fôlego, que


felizmente recebo. Uma vez sentado, ela se aproxima, descansando
a cabeça no meu ombro. Tanta coisa para impor limites.

"Olá", diz um garçom enquanto se aproxima da nossa mesa.


Ele não parece mais velho que meu sobrinho Evan.

"Ei", resmungo.

"O que posso trazer para você e sua linda filha beberem?"

Congelo com as palavras e levanto a cabeça para olhá-lo. O


garoto bobo encara Eve. Do tipo bobo apaixonado. A
possessividade ronda meu coração e afunda os dentes.

"Ela não é minha filha", digo num tom baixo e ameaçador.

O garoto, completamente sem noção, encolhe os ombros.


"Ok. Temos produtos da Pepsi.”

"O que você quer beber?" Pergunto a Eve, não parecendo


diferente de um pai. Isso me irrita. Eve não é uma criança idiota
como este que está anotando nosso pedido de bebida.

"O que você quiser", ela diz.

“Duas Mountain Dews. E alguns palitos de queijo mussarela


para começar.”

O garoto inclina a cabeça e sai andando. Anseio por abraçá-


la e puxá-la contra mim para que ele saiba que ela é minha.
Porém, ela não é minha.

Mas não é a porra da minha filha, também.

"Este lugar é estranho", Eve me diz. "Ele prepara a comida


para nós?"

"Não exatamente. Ele diz ao cozinheiro o que preparar.”

"Como eu digo quando quero aveia?"

Sorrio. "Mais ou menos." Então, porque estou curioso sobre


a reação dela, digo: "O garoto gostou de você."

As sobrancelhas dela franzem. "Gostou?"

"Teve uma queda."

"Queda?"

"Quer beijar você e ter todos os seus bebês", brinco.

Seus traços ficam tempestuosos. “Não o quero como marido.


Ele é fraco e pequeno. Quero você como meu marido.”

Pelo amor de Deus. Aqui vamos nós novamente.

Felizmente, o garoto volta com nossas bebidas e aperitivos.


Ele olha abertamente para Eve.

"Olhe para outro lugar", ela resmunga para ele.

Suas bochechas ficam vermelhas e ele olha para mim


confuso. "Uh, posso anotar seu pedido?"

“Ela nunca esteve aqui, então quero dar a ela a verdadeira


experiência do Muskies. Que tal um de filé de frango frito, purê de
batatas e milho. Depois, o frango com cogumelos, batata e quiabo
fritos. O feijão verde frito também parece bom. Deixe um cardápio
de sobremesas também.”

O garoto rapidamente rabisca nosso pedido e sai correndo.


"Você o assustou", eu provoco enquanto abro nossos
canudos. "Eve má."

Os lábios dela se curvam, com raiva em seu olhar. "Eu não


gosto dele olhando para mim."

"Sinto muito por seus futuros namorados."

"Namorados?"

Limpo a garganta enquanto pego um pedaço de mussarela.


"Sim. Caras que te levam para jantar ou ao cinema. Que te beijam.
Que amam você. Esse tipo de coisas."

"Como você." Ela sorri tão docemente que faz meu coração

doer. "Namorado."

“Eh, não, querida, err Eve. Eu não sou nada para você.
Apenas seu amigo.”

As sobrancelhas dela se franzem. "Meu."

Então ela é uma merda possessiva como eu.

Maravilha.

"Certo. Então, mudança de assunto. Essas coisas são


incríveis. Gosto do molho vermelho. Chama-se
marinara, é muito gostoso.” Enfio meu queijo na marinara e
dou uma mordida.

Ela assiste com fascinação extasiada e depois imita minhas


ações. Seu gemido de prazer vai direto para o meu pau. Estou duro
pra caralho assistindo-a comer um palito de queijo estúpido. Ela
lambe uma gota de molho vermelho e depois mergulha duas vezes
o palito. Eu não a corrijo porque não é como se ainda não
tivéssemos trocado de cuspe antes. Uma vez que ela engole, ela
olha o canudo em confusão.

Sorrio. "Assim."
Ela pega sua bebida e envolve os lábios carnudos em torno
do canudo. Não ajuda em nada o estado do meu pau. Ela suga o
Mountain Dew e depois faz uma careta.

"Queima!"

“É apenas o gás. É bom."

Ela bebe de novo. E de novo. E de novo. Assim que acaba


tudo, ela sorri. "É bom. Eu quero mais."

Passo o meu para ela e coloco o copo vazio na borda para o


garoto encher. Quando ele volta, está mais confiante do que antes.

“Achei você familiar, cara. Você é irmão de Will Knox?” Ele


pergunta, sorrindo.

"Sim", eu admito.

“Não brinca! Sou amigo do filho dele, Evan, seu sobrinho.


Nós dois somos formandos e jogamos basquete juntos. Eu sou
Rex." Então, ele volta sua atenção para Eve. "Você vai para a escola
por aqui?"

"Desvie o olhar", ela assobia novamente.

"Eve", resmungo. "Você não pode dizer coisas assim."

Rex não parece incomodado e balança as sobrancelhas para


mim. "Não se preocupe. Gosto de um desafio.” Ele assobia
enquanto se afasta.

"Escute", digo, dando um tapinha em sua coxa. “As coisas


são diferentes por aqui. Você não pode dizer às pessoas para
desviar o olhar simplesmente porque não quer falar com elas.”

"Por que não?"

"Porque é... eu não sei... deselegante."

"Deselegante?"
"Grosseiro. Quero dizer. Cruel."

Suas narinas se abrem. “Eu não gosto dos olhos dele em


mim. Isso me lembra a maneira como meus irmãos me olhavam.”

Bem, porra.

"E como é?" Minha voz está rouca.

"Como se eu fosse algo que eles queriam ter, se pudessem


me pegar sozinha."

A proteção toma conta de mim. Razoavelmente sei que o


garoto está apenas flertando. Mas meu eu possessivo quer arrancar
seus olhos para que ele não a faça sentir que é algo que pode ser
conquistado e possuído.

"Eu vou protegê-la", sussurro, inclinando-me para beijar sua


cabeça.

"Porque você é um bom marido."

E foda-se se meu pau não salta com essas palavras fodidas.

“Não posso ser seu marido. Você tem dezesseis anos, baby.”

"Eu já sei como ser esposa", ela argumenta, parecendo muito


com a adolescente que é, apesar das palavras loucas que diz.

"Tenho certeza que você será uma ótima esposa quando for
mais velha."

Ela abre a boca, mas enfio outro palito de queijo nela. Seus
olhos castanhos brilham com irritação, mas a comida gordurosa
vence. Nós comemos num silêncio amigável até que Rex aparece
novamente.

Ele coloca todos os pratos na mesa e depois planta sua


bunda idiota na mesa em frente a nós dois. Eve olha furiosa para
ele, sua mão enrolando em torno da faca de bife que está na mesa.
O garoto está alheio. Ele é a presa e provoca a porra de um
predador.

"Então, Eve", diz Rex. "Posso pegar seu número?"

"Dezesseis", ela murmura calorosamente, como se isso fosse


afastá-lo.

Acho que, tecnicamente, funcionou comigo.

"Legal", ele diz com uma risada. "Eu tenho dezessete. Eu quis
dizer o seu número de telefone, no entanto.”

"Ela não tem telefone", digo a ele. "Desculpe, cara."

"Não se preocupe. Eu posso ser um bom namorado. Comprar


um telefone e essas merdas. Para que possamos conversar todos
os dias.” Ele sorri para ela. Tão ingênuo.

"Eu tenho um namorado." Suas palavras o atingem.


"Conversamos todos os dias."

"Cara de sorte", ele resmunga. “Eu o conheço? Merda, é


Evan? Aquele filho da puta!”

"Atticus." Ela vira o rosto bonito para sorrir para mim.

Oh, foda-se não.

Os olhos de Rex se arregalam. "O quê? Atticus? Este Atticus?


Quantos anos você tem, cara?”

"Não sou o namorado dela", tento explicar.

“Nós dormimos juntos,” Eve diz, suas palavras caindo como


bombas em nossos pratos.

Seus olhos viajam para frente e para trás, arregalados e


confusos. "Oh."

Sim oh
Porra.

"Escute", digo a ele com um rosnado baixo. “Ela não é daqui.


Ela erra as palavras e se confunde. Nós não estamos dormindo
juntos da maneira que você está pensando. Ela está apenas
dormindo na minha casa até que eu possa levá-la de volta para sua
casa. Nada está acontecendo.”

A última coisa que preciso é que ele fale essa merda para
Evan, que então falará a Will. Porra, não.

"Não é da minha conta", diz Rex, sua mão cerrada de


maneira estranha, como se fosse explodir. “Espero que aproveite o
jantar. Vou te deixar em paz.”

Ele se levanta e antes que ele se afaste, eu agarro seu braço.


"Garoto, nada está acontecendo."

“Sim, duh. Nada." Ele se afasta. "Tenho outras mesas para


verificar."

Eve relaxa uma vez que ele sai e eu estou todo acabado.

"Essa foi uma péssima ideia", resmungo. "As pessoas vão ter
a ideia errada."

Ela não se importa. Simplesmente come o purê de batatas


como se fosse a melhor coisa do mundo.

Deus, preciso dar o fora daqui.

E mandá-la para casa.

Esse pensamento faz meu peito doer, mas é uma


necessidade.
Capítulo Quatorze
Eve

"Preciso de suprimentos."

Ele me olha da pia onde está esfregando uma panela do


almoço mais cedo e franze a testa. “Absorventes? Manteiga de
amendoim?"

Bem, talvez esses eventualmente.

“Mais facas. Botas. Um machado. Um pacote como o seu


para guardar

frutas.”

Seus olhos saltam da cabeça. "Por quê?"

Faz uma semana desde que ele me levou para Muskies.


Desde então, ficamos presos nesta casa. Mas, em vez de voltarmos
ao modo como as coisas eram, ele me evita. Então, estou presa com
alguém que não quer estar perto de mim. Ele até dormiu na
cadeira. Ele não me beija. E certamente não fez nenhum
movimento para tocar meu corpo.

Estou brava.

Quero lhe dar um tapa e arranhar.

Ele acha que fui cruel com Rex. Bem, isso é cruel comigo.
Provocar-me com a ideia dele se tornar meu marido, apenas para
me ignorar. Ele quer que eu vá - de volta para minha casa na
floresta - e eu também quero isso. Passei a semana toda fazendo
armadilhas e coletando suprimentos. Agora quero mais. Quando
tiver o que preciso, voltarei.

"Quero ir para casa."

Seus olhos brilham com mágoa, o que não faz sentido,


considerando que me ignorou a maior parte da semana. "Já?"

"Estou curada", resmungo para ele.

Ele seca as mãos e caminha até mim. "Mas não é seguro lá."

"Não é seguro aqui também."

"O que? Por quê?"

“Cada dia que passo aqui, fico mais fraca. Não poderei
sobreviver lá fora, se não for embora em breve.”

“Você já está sobrevivendo aqui. Não precisa ir lá fora." Sua


mão se estende para acariciar minha bochecha. “Por favor, Eve.
Não vá. Apenas fique."

Lágrimas inundam meus olhos. "Por quê? Você não me quer


como

esposa.”

Seu olhar baixa, assim como sua mão. "Você não pode
simplesmente ficar como minha amiga?"

"Como Monica?" Eu desafio.

Ele levanta a cabeça. Ele sabe que estou falando de Friends.


"Isso é apenas uma série."

"Eles são amigos."

"É diferente."

"Por quê?"
"Porque ambos são adultos!"

"Pode jogar fora essas regras estúpidas que não significam


nada para mim", grito e lágrimas escorrem por minha bochecha.
“Você me olha como Chandler olha para Mônica, eles são marido e
mulher. São amigos também. Por que não podemos ser como eles?”
Meu lábio inferior treme.

Ele aperta a ponta do nariz e fica quieto por um longo tempo.


Então, ele levanta o olhar endurecido e me prende no lugar. "Vou
levá-la para pegar suprimentos."

Dou-lhe as costas e corro para fora para que ele não saiba
que acaba de partir meu coração.

Nenhum de nós fala no caminho para a cidade. Ele fica em


silêncio e não discute mais sobre o assunto. Sinto-me derrotada de
maneiras que nunca poderei expressar. Estou pronta para
terminar tudo. Afastar-me dele e do jeito que ele faz meu peito doer
algumas vezes.

“Esta é realmente a única loja da cidade para comprar bons

suprimentos. Seja legal."

Ser legal?

Seu comentário me magoa, mas o ignoro. Não falar com ele


funcionou até agora, desde nossa briga. Saio da caminhonete e o
sigo para a loja. Está cheia de mais suprimentos do que eu poderia
precisar. Vou de zangada a encantada em segundos. Apressando-
me para uma prateleira, fico maravilhada com os ganchos de metal
sofisticados, com fotos de peixes neles. Talvez eu não consiga ler,
mas sei o que são. Já vi Reed pescando muitas vezes para saber.
Definitivamente, quero alguns desses.

Pego um punhado e enfio no bolso.

"Uau", diz Atticus. “Você não pode simplesmente roubá-los.


Preciso pagar. Basta colocar tudo o que você quer em cima do
balcão.”

Sigo para onde ele está apontando e vejo uma mulher me


encarando com curiosidade. Ela está grávida como Devon.
Machuca-me saber que não poderei ter Atticus como marido e
carregar seus filhos. Desvio o olhar da mulher e começo a pegar as
ferramentas que acho que precisarei. Há um pacote que lembra o
de Atticus, então o pego também. Quanto mais coisas acumulo,
mais acho que vou precisar de dois pacotes. Pego um extra só por
precaução. Aposto que poderia amarrá-lo ao Urso Cego. Ele é um
cachorro grande e provavelmente pode lidar melhor com o bando
do que eu. Estou tocando alguns cobertores quando ouço uma
risadinha.

Voltando minha atenção para a mulher, descubro que


Atticus está encostado no balcão conversando com ela. Não estou
mais interessada na minha coleta de suprimentos. Assisto a
maneira como eles interagem. Como amigos. Mas... ela o encara de
um jeito melancólico. Como se sentisse falta dele.

Ando por algumas prateleiras no meio da loja, aproximando-


me silenciosamente. Sou boa em esgueirar-me caçando animais.
Eles nunca sabem o que os atingiu. Dou um passo para o lado e
ela me vê.

“Ei, Eve, não é? Eu sou Cassandra. Prazer em conhecê-la,


querida. Atticus diz que está cuidando de você para um amigo. Fico
feliz em ter você aqui e me avise se precisar de ajuda para encontrar
alguma coisa.”
Cassandra.

Dou um passo ameaçador em sua direção, mas Atticus me


bloqueia.

"Não", ele resmunga, sem espaço para discussão. “Sei o que


está acontecendo no seu pequeno cérebro de raposa e você precisa
sair agora. Eu vou pagar essa merda. Espere na caminhonete.”

Empurro seu peito, mas o grande urso não se move.

"Agora, Eve."

Estou envergonhada que ele a escolha sobre mim. Ela está


grávida do filho dele? É por isso que ele não me quer? Com lágrimas
quentes nos olhos, eu corro para fora. A porta mal se fecha atrás
de mim quando meu pé afunda no gelo e caio com força. Meu pulso
gira num ângulo estranho, fazendo uma dor aguda subir por meu
braço. O soluço que tenho tentado segurar sai de mim.

A porta abre e botas soam atrás de mim.

"Eve, baby, você está bem?" Atticus se ajoelha ao meu lado,


a palma da mão correndo sobre minha cabeça, me acariciando.

"Eu caí."

"Eu vejo."

Outro soluço escapa de meus lábios.

"Ei", ele murmura. "Você está machucada?"

Concordo com a cabeça, enxugando as lágrimas com a mão


boa. "Eu torci o pulso."

Suas sobrancelhas franzem com preocupação. "Deixe-me


levá-la para a caminhonete e depois que pagar por essas coisas,
vamos dar uma olhada."
Solto um grito de choque quando ele me pega nos braços.
Ele é quente, forte e seguro. Acaricio meu rosto contra sua barba
desalinhada e inspiro seu perfume. Quando meus lábios
pressionam sua mandíbula, ele não me repreende por isso.

Ele me coloca dentro da caminhonete e depois se inclina


para ligá-la. Uma vez que o calor enche o interior, ele me dá um
beijo casto na bochecha.

"Eu volto já."

Dez minutos depois, ele joga as sacolas na parte de trás e


entra na caminhonete. Ele se aproxima e pega minha mão.

"Este aqui?"

Não dói como quando caí. Está apenas dolorido. Talvez


machucado. Quero as mãos dele em mim, então simplesmente
aceno.

Gentilmente, ele tira minha luva e empurra a manga do


casaco. "Um pouco inchado." Suas mãos estão quentes enquanto
ele gira meu pulso. "Dói quando eu mexo assim?"

"Não."

"Bom", ele diz rapidamente. “Não acho que está quebrado. É


melhor descansar alguns dias, por precaução.”

"Tenho que ir para casa."

"Não até que isso cure." Seu tom não aceita discussão.

Eu faço uma careta, fingindo raiva, mas meu coração aperta


dentro do peito. Quando ele está sendo gentil e atencioso, não me
importo de passar um tempo com ele. É quando me ignora e
mantém distância que eu quase morro.

Quando estamos de volta à estrada, olho para ele.

"Ela sente sua falta", digo amargamente.


"Quem? Cassandra?" Ele solta um suspiro pesado. “Nós
éramos apenas amigos. Não somos nada agora. Ela está grávida e
com um cara com quem fui para o ensino médio.”

Alívio toma conta de mim. Fico feliz que ela não possa tê-lo.
Ela não o merece. Ele é meu.

"Eu pensei que iria esfaqueá-la na loja", diz ele com uma
risada.

"Eu pensei nisso."

"Você é uma peça, Eve."

"Estou apenas protegendo o que é meu."

"Eu não sou... não preciso de proteção... não importa."

Quando finalmente chegamos em casa, ele está mais uma


vez distante. Quero esfaqueá-lo agora. Depois que ele para ao lado
da casa, movo-me rapidamente. Seus olhos se arregalam quando
monto em seu colo e encaro-o.

"Eve", ele avisa.

"Eu só quero te olhar."

"Isso não é apropriado."

"Quem disse?"

"O estado do Alasca."

Estreito meus olhos para ele. "Eles não estão aqui, no


entanto."

Seus lábios formam numa linha. Minha boca saliva para


beijá-lo. Eu me inclino para frente e capturo seus lábios nos meus.
Ele fica rígido no começo, mas depois me dá um pequeno beijinho
de volta. Isso me faz explodir. Deslizo os dedos em seus cabelos
longos e puxo as mechas douradas. Sua boca abre com a dor, me
concedendo acesso. Eu o beijo com força e sondo enquanto roço
contra seu pau que agora está duro como pedra. Suas mãos
encontram meus quadris e, por um momento, tenho medo que ele
me afaste. Em vez disso, ele afunda os dedos, retornando meu beijo
apaixonado.

Quero devorá-lo.

Marcá-lo e reivindicá-lo.

Mantê-lo.

Gemendo contra seus lábios macios, uso seu corpo,


buscando atrito na parte de mim que dói por ele. Quando meu nó
esfrega ao longo de seu comprimento, solto um gemido carente.

"Porra, Eve", ele grunhe. "Você realmente é uma tentação."

Suas palavras são água fria sobre mim. Eu congelo e me


afasto dele.

"O que?" Ele exige. "Você está bem?"

Estremeço quando ele agarra minhas coxas. "E-ele disse isso


para mim."

Seu olhar escurece. "Quem?"

"Papai."

Sou puxada para um grande abraço. Eu agarro seu casaco,


enterrando o rosto em seu pescoço quente.

"Sinto muito", ele murmura, passando os dedos por meus


cabelos. "Eu não sabia."
CAPÍTULO QUINZE

Atticus

Estou perdendo o controle.

Completamente perdendo o controle.

Quando ela está sentada no meu colo, roçando no meu pau,


perdi todo o senso de realidade. Mas no momento em que disse
algo que a atingiu, fomos trazidos de volta à nossa situação atual.
Aquela em que sou velho demais para ela e ela é apenas uma
criança. Nesse momento, reunimos seus suprimentos e os
trazemos para dentro. Observá-la guardar as coisas está me
estripando.

Não quero que ela vá embora.

Ela é tão pequena e minúscula. Um nada comparado a


natureza selvagem.

Mas ela é feroz e tem garras. Sua coragem é sem limites e


seu coração é ardente.

Eve pertence lá fora.

"O que quer jantar?" Pergunto, incapaz de desviar o olhar


dela.

Ela está agachada no meio da sala de estar com o cachorro


cego esparramado ao lado dela enquanto abre os zíperes da
mochila.
"Eve…"

Sua cabeça vira na minha direção e ela faz uma careta.


"Esquilo."

Eu reviro os olhos. "Estava pensando em panquecas."

Apesar do humor, ela sorri. Brilhante. Lindo. Consumindo


minha alma. "Eu amo xarope."

E eu te amo.

"Eu sei. Posso te ensinar como fazer panquecas e usar o


fogo.”

As sobrancelhas dela se erguem. "Eu poderia fazê-las em


casa?"

"Sim, raposinha."

Ela abandona sua tarefa e se joga nos meus braços.


"Obrigada."

Avidamente, envolvo os braços em torno dela. "Claro."

Nenhum de nós solta.

Eu apenas a seguro até seu estômago roncar.

"Você está tremendo", informo.

Os dentes dela batem, mas ela balança a cabeça. "Não


estou."

"Mentirosa."
Amo como o sorriso dela parece mais brilhante, apesar de
estar escuro lá fora. As chamas refletem em seu rosto pálido,
fazendo seus olhos dançarem de alegria. Nós dois estamos
empacotados contra o frio, mas estou quente por dentro. Toda vez
que ela lambe xarope do lábio, fico um pouco mais louco.

"E se você ficasse um pouco mais?" Minhas palavras saem


antes que eu possa detê-las.

"Por causa da minha mão?"

"Não", digo, chegando mais perto dela no tronco. "E se você


ficasse porque eu quero que você fique?"

As sobrancelhas dela franzem. "Por quê?"

"Por que o que?"

"Por que quer que eu fique?"

“Porque a ideia de te deixar voltar sozinha me mata. Eu não


quero te perder.”

Ela levanta a cabeça e pisca lentamente. Tão bonita, porra.


Neve suja suas bochechas e cabelos. Passo a mão sobre os cabelos
frios e depois me inclino para frente, em vez de recuar. Meus lábios
pressionam os dela suavemente. E não me afasto depois disso.
Não, como o filho da puta estúpido que sou, deixo minha língua
sair, provando seu lábio inferior.

Xarope.

Ela tem um gosto doce e viciante.

Eu gemo, dominado pelo desejo de devorá-la. A boca dela se


abre, me permitindo entrar. Eu beijo essa garota de dezesseis anos
porque a amo. E isso é tão incrivelmente distorcido que não consigo
entender. Está errado, mas nada sobre estar com ela parece um
crime.
Ela grita quando agarro seus quadris e a puxo para meu
colo. Suas pernas se abrem e ela me monta. Como antes, na minha
caminhonete, ela usa meu corpo para trazer prazer a si mesma.
Isso é sexy pra caralho.

Eu tentei ser bom.

Realmente tentei.

Mas na cobertura da noite e com o calor do fogo nos


atingindo, sinto-me selvagem e livre. Aqui, sou capaz de tocá-la
sem culpa ou repercussões. Minha mão desliza sob o casaco e ela
grita quando meus dedos gelados tocam suas costas sob a blusa.
Ela esfrega os dedos na minha barba e chupa minha língua,
fazendo meu pau tremer em resposta. Desço a mão para sua
bunda, desesperado para tocá-la. Um gemido soa quando eu
agarro sua bunda com força. Seus jeans são justos o suficiente
para que eu não possa alcançá-la onde quero. Movo a mão debaixo
do casaco, abrindo o botão e o zíper do jeans. Quando eles ficam
frouxos, deslizo o dedo mais longe por sua bunda antes de sentir
se sua buceta já está molhada de desejo por mim.

“Porra, Eve. Você já está tão molhada.” Ela choraminga


quando empurro o dedo dentro de suas profundidades apertadas.
“Essa buceta é enlouquecedora.

Não consigo parar de pensar nisso.”

Seus quadris balançam contra mim, não mais interessados


no meu pau, mas no jeito que eu a dedilho. O ângulo é péssimo,
então decido tocá-la pela frente. Ela geme em protesto quando
afasto minha mão, mas depois geme quando toco-a por dentro da
calça entre nós. Acaricio seu clitóris, amando os gemidos cheios de
ar que saem de sua garganta.

"Você gosta de ter seu clitóris tocado, hmmm, baby?"


Ela assente, me beijando com força enquanto me deixa
esfregá-la. Eu a provoco até que ela está quase no limite e então
movo os dedos através de sua umidade de volta para sua buceta.
Sons estridentes podem ser ouvidos enquanto a fodo com os dedos.
Quando empurro um segundo dedo, ela se contorce.

"Meu pau é maior que meus dedos", aviso.

"Quero isso."

Meu pau pula na calça jeans. Ela pode não querer, no


entanto. Eu provavelmente destruiria sua pequena buceta
apertada. Enfio outro dedo dentro do calor dela, amando o grito
que escapa e ecoa pelas árvores.

"Se isso dói, então você não pode aguentar meu pau grande."
Mordo o lábio dela.

"Eu posso aguentar."

Eu a fodo bruscamente com três dedos porque o ângulo é


estranho, mas ela gosta disso pela maneira como move os quadris.
Meu dedo médio roça seu ponto G. Sua vagina aperta em resposta.
Com nova determinação, toco esse local até o corpo dela tremer
tanto que acho que ela está tendo uma convulsão. Calor jorra sobre
meus dedos enquanto sua buceta tenta prender meus dedos como
se fosse um pau.

Puta merda, ela é perfeita.

"Eve", resmungo, puxando minha mão para fora de sua


calça. "O que eu quero não é nada certo."

"Eu quero também. Coloque seu pau em mim.”

"Você é tão franca, porra." Estou com ela nos meus braços.
"Não farei isso aqui fora." Com essas palavras, entro com ela, seu
cachorro cego nos seguindo de perto.
Eu a carrego para dentro da cabana e para o quarto. No
momento em que a coloco de pé, começamos a arrancar as roupas.
Ela é a primeira a ficar nua e tenho uma visão sexy de sua bunda
enquanto ela vai para a cama. Tiro a cueca e sigo atrás dela.

Eu a agarro, prendendo-a com meu corpo nu e tomo sua


boca num beijo de posse. Minha. Ela é minha. Sei que não está
certo, porra. Mas ninguém precisa saber. Pode ser nosso segredo.
Devoro cada centímetro de pele em que consigo colocar meus
lábios. Minha boca marca seu pescoço pálido, fazendo meu pau
acelerar com a necessidade de saber que vou encarar essas marcas
mais tarde.

"Atticus", ela suspira. "Eu preciso de você."

"Também preciso de você, querida."

Agarrando meu pau, esfrego-o através de sua buceta


molhada. Pressiono a cabeça lentamente. Dolorosamente devagar.
Seu corpo apertado se estica - apenas um pouco - para me
acomodar. Suas unhas afundam no meu ombro, me fazendo parar.

"Você está bem?" Eu digo. O controle necessário para não


entrar o resto do caminho é incrível.

Ela crava os calcanhares na minha bunda e levanta os


quadris, forçando meu pau pelo resto do caminho. Quente.
Molhada. Apertada. Estou tão impressionado com o prazer de estar
dentro dela que quase não consigo me mover. Paro por um
momento para não gozar imediatamente e beijo-a com força. Minha
mão acaricia sua bochecha e garganta. Eu a prendo gentilmente
na cama. Prendo meu pequeno animal e guardo-a para mim.
Afastando-me do nosso beijo, vejo seus olhos castanhos selvagens
brilharem. Aperto seu pescoço, deixando-a saber que ela é minha
e não irá me deixar. Ela deve entender minhas palavras não ditas,
porque sorri.
Aperto-a com mais força, fazendo-a gritar. Eu ataco seus
lábios macios. Gentil e suave não funciona para alguém como ela.
Ela é selvagem e eu quero ser selvagem com ela. Mordemos,
chupamos e fodemos. Estou perto de ficar maluco quando lembro
que não tenho camisinha. Não quero gozar em sua barriga, mas é
melhor do que gozar dentro dela.

O pensamento de Eve cheia com meu filho e incapaz de sair


do meu lado é enlouquecedor. Eu poderia reivindicá-la agora.
Mantê-la para sempre.

Posso estar fodendo uma adolescente, mas não sou um


idiota.

Solto um gemido quando minhas bolas liberam o sêmen,


relutantemente tiro meu pau jorrando e respingo sua linda buceta
vermelha com esperma. Então, esfrego o esperma com os dedos por
todo o clitóris até que ela grita meu nome. No momento em que ela
goza, caio em cima dela, prendendo seu pequeno corpo com o meu.

Pequeno.

Como uma criança.

Porra.

O arrependimento me atinge com força, mas não me movo.

Por quê?

Porque ela está passando os dedos por meus cabelos e


cantarolando "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin. Claro que não
me movo. Estou paralisado por ela. Obcecado. Completamente fora
de controle. Eu a amo e é loucura. É contra a lei. Está errado.

No entanto, meu pau já endurece novamente com o


pensamento de tê-la.

Duro como pedra pressionado contra sua coxa, ainda


molhado de seu orgasmo. É fácil ... Um pequeno ajuste e meu pau
é sugado de volta para seu calor. Parece certo estar dentro dela.
Como se pertencêssemos um ao outro.

Desta vez, fazemos amor mais lentamente. Mais calmo. Mais


toques. Mais beijos. Eu memorizo cada murmúrio e gemido. Ela
arranha os dedos ao longo da minha pele, marcando-me como dela.
E quando gozo, puxo para fora novamente.

Claro que puxo para fora.

Qualquer filho da puta são o faria.

Mas não antes de sentir o primeiro aperto de sua buceta


quando meu pau treme numa explosão de calor, reivindicando seu
gozo. Aproveito esse momento e o guardo como algo que lembrarei
para sempre. O momento em que a fiz minha.

Amanhã vou comprar camisinhas.

Amanhã.

Amanhã.

Eu a observo enquanto ela dorme.

Calma e serena. Linda.

Seu cabelo escuro está bagunçado e meio cobrindo o rosto.


Gentilmente, deslizo para longe para poder olhá-la de perto, sem
obstruções.

Ontem à noite, eu a fodi.

Duas vezes.
E então eu a lavei no chuveiro antes de levá-la para a cama
comigo. Agora que a linha foi ultrapassada, não tenho interesse em
voltar. Nós cometemos o crime e agora só tenho que descobrir como
prolongar nosso tempo.

Corro a ponta dos dedos pela espinha dela, arrastando as


cobertas para baixo e depois ao longo de sua bunda. Sua bunda
bonitinha ganhou um pouco de carne e adoro isso. Meu pau está
duro como pedra, mas não ouso tentar transar novamente. Depois
da porra selvagem da noite passada, ela sem dúvida está dolorida
como o inferno. Aperto sua bunda antes de procurar o calor de sua
buceta com o dedo.

Brinco com seu clitóris o suficiente para fazê-la acordar.


Está inchado e necessitado, latejando com sangue acumulado.
Quero mordê-la lá.

"Bom dia", digo, minhas palavras roucas de sono. Continuo


tocando seu clitóris de maneira provocadora.

"Bom dia." A voz dela é ofegante. "Sua masculinidade está


dura."

Sorrio para ela. "Meu pau. Masculinidade é brega pra


caralho.”

O sorriso dela ilumina minha alma. Ela vem em minha


direção e agarra meu pau. Enquanto brinco com ela, ela me
acaricia com conhecimento. Gostaria de saber se ela aprendeu
como fazer isso com seus irmãos ou com seu pai. Se eles
estivessem vivos, eu os mataria.

Afastando esses pensamentos horríveis, me concentro em


dar prazer a ela.

"Atticus", ela murmura. "Eu quero você dentro de mim."

Como digo não a essa garota?


A resposta é que não digo.

"Você está seca", resmungo. "Vai doer."

"Faça-me ficar molhada."

O desafio em seu tom é a minha ruína. Desço por seu corpo


e paro entre suas pernas abertas. Ela solta um som sufocado
quando espalho sua bunda e lambo qualquer parte sensível que
possa encontrar. Quero minha língua em todas as fendas dela.
Quero possuí-la em todos os lugares. Minha língua circunda sua
bunda e brinca um pouco antes de encontrar sua buceta inchada.
Eu chupo seus lábios e corro a língua ao longo de sua fenda,
procurando seu gosto almiscarado. Cada segundo que passa, ela
fica mais molhada para mim. Necessitada. Estou desesperado para
saciar minha sede por ela. Quando tenho certeza de que a tenho
pronta e molhada, cuspo na mão antes de acariciar meu pau.

"Pronta?" Pergunto enquanto subo por seu pequeno corpo.

"Mmmhmm."

Corro a ponta do meu pau pela bunda dela, provocando e


pressionando levemente contra ela. Quero foder cada um de seus
buracos. Estou louco por ela e não sei o que fazer a não ser ceder.
Ela grita quando empurro a cabeça. Por mais que queira fodê-la
aqui também, precisamos de lubrificante para isso.
Relutantemente, desço meu pau para sua buceta molhada. Seus
dedos seguram os cobertores quando empurro para dentro dela
com um forte impulso.

Paraíso.

Estar dentro dela é o paraíso.

Estou louco por ela e não me importo com o idiota que isso
me torna. Pressiono minhas mãos em seus pulsos e movo os
quadris para a frente, deleitando-me com seu gemido. Seu corpo
está escorregadio e convidativo. Um cúmplice do meu crime. Aperto
seus pulsos até o ponto em que ela grita, o que faz meu pau pulsar
dentro dela.

Porra, estou perdendo o controle.

Quero prendê-la e transar com ela para sempre. Enchê-la e


procriar. Ficar com ela, caramba.

"Você gosta disso, garotinha?" Eu gemo, meus dentes


mordiscando sua orelha.

Ela assente. "Mais."

Enfio seus braços sob os travesseiros, meu aperto ainda


forte, enquanto flexiono os quadris com força. De novo e de novo.
Nossos corpos fazem um som de tapa que me seduz. Mordo sua
orelha, sua garganta, seu ombro. Eu tento machucá-la com os
dentes, porque ela é minha e preciso ver minhas marcas sempre
que olhar para ela. Cada vez que a mordo, ela aperta meu pau. Eve
é a porra do meu animal selvagem. Claro que ela ama essa merda.

Cada vez mais forte.

Eu me afasto quase todo o caminho e entro novamente,


fazendo-a gritar. A cama inteira treme e o cachorro chora por perto.
Eu não ligo. Podemos quebrar a cama e não me importo. Eu
comprarei uma nova. Unindo seus pulsos, prendo-os com uma de
minhas mãos e passo as pontas dos dedos da outra mão por seu
corpo até o quadril. Então, mergulho a mão mais baixo,
procurando seu clitóris. Sei quando o acho porque ela grita.

"Boa menina", gemo. “Vou te fazer gritar porque você é


minha. A minha menina. Minha doce e selvagem adolescente com
uma buceta apertada que foi feita para o meu pau.”

Minha conversa indecente a desencadeia porque ela explode


como uma bomba. Eu belisco seu clitóris, empurrando com força
contra ela até gozar. Quente e furioso. Porra. Eu escorrego, meu
pau ainda jorrando, pressiono-o contra sua bunda apertada,
jorrando o resto do meu esperma.

Puta merda.

Caio na cama, puxando-a para mim para que possa


confortá-la e acariciar seus cabelos. "Eu sinto muito. Eu só quero...
não sei, porra. Consumir você. Comer você viva. O que você está
fazendo comigo, querida?”

Ela levanta a cabeça, seus lábios carnudos e rosados se


curvando num sorriso. "Sendo uma boa esposa."

Eu congelo.

Esposa.

Ela ainda está muito fodida na cabeça por causa dessa


merda.

E porque sou um filho da puta doente, eu a rolo e a beijo


para mostrar o quanto gosto dessa resposta.

Esposa.

Aqui, na minha cabana, podemos fingir.

Não estamos machucando ninguém.


CAPÍTULO DEZESSEIS
Eve

Ando em volta da cabana, inquieta. Atticus está sentado em


sua cadeira lendo, mas não consigo ficar parada. Urso Cego está
sentado no canto, roendo um osso que encontrou na floresta, tão
feliz quanto poderia estar. Eu gostaria de poder relaxar.

"Venha aqui."

Sinto o comando até os dedos dos pés, que estão se


enrolando várias vezes ao dia, graças a Atticus. Ele me
consome. Uma vez que foi libertado de sua jaula mental, ele esteve
em mim como Urso Cego, um cachorro com seu osso.

Eu amo isso.

Eu o amo.

Meus pés me levam até a cadeira dele. Ele me puxa para seu
colo, abandonando o livro na mesa. Contra seu corpo quente,
sinto-me calma novamente.

"O que está errado?"

"Eu não sei."

"Sou eu? Nós?" Culpa enche seu tom e odeio isso. Estamos
fodendo, como ele chama, há semanas.

"Não."
"Então o que?"

Eu acaricio meu nariz ao longo de sua mandíbula


desalinhada, inalando-o. Minha língua sai e lambo o pomo de
Adão, amando seu sabor salgado na minha língua. Ele ri, fazendo-
o saltar.

"Você é um pouquinho esquisita."

"Eu não sei o que é esquisita."

“É você, Eve. Lambendo-me e marcando. É muito fofa, no


entanto.”

Sento-me, minha sobrancelha erguida. "Você é esquisito


porque", levanto minha camisa para revelar meus seios que estão
com hematomas roxos de sua boca, "você faz isso também." Eu
deixo a camisa cair e seus olhos verdes brilham daquela maneira
predatória que faz meu coração bater mais rápido.

Seu dedo segue por minha garganta. “Eu gosto dessas


marcas em você. São bonitas."

Derreto um pouco com suas palavras. Ele às vezes diz coisas


suaves e doces que fazem minha cabeça girar. Estou hipnotizada
por ele.

Brincando com uma mecha de cabelo dourado, encaro seu


rosto bonito. Ele mantém o cabelo solto para mim, embora ele o
prenda no seu "coque de homem" quando vamos para a
cidade. Adoro quando está solto e posso passar os dedos pelas
madeixas sedosas.

"Algo está te incomodando", ele murmura, as sobrancelhas


subindo juntas.

Eu massageio as rugas lá com o polegar. "Não."

Ele revira os olhos. "Boa tentativa."


"Eu só... quero alguma coisa, mas não sei como pedir."

Com isso, ele fica tenso. “Qualquer coisa, querida. Diga-me


o que quer e eu comprarei agora.”

Atticus é um bom marido.

Pego o livro que tem palavras que não consigo entender. “Eu
quero saber ler. Mamãe tentou quando eu era criança, mas estava
mais interessada em brincar com os cabelos de Esther ou em
perseguir borboletas. Eu adorava olhar para meu reflexo na água
e fazer caretas tolas ou colher flores para minha mãe. Todas as
suas lições foram por nada. Não me importei naquela época. Eu
me importo agora.”

Ele puxa o livro da minha mão e o coloca de volta na mesa


antes de apertar minha coxa. "Você quer ir para a escola?"

Eu inclino a cabeça para o lado. "Não sei o que é escola."

"É um lugar onde você vai com outras crianças para


aprender."

"Não." Eu me inclino para frente e beijo sua boca. "Meu


marido."

Ele desvia a atenção e limpa a garganta. "Bem. Sem


escola. Mas não posso te ensinar com o 1984 de George Orwell. Se
você não souber nenhuma letra ou palavra, será necessário
retornar ao básico. Eu posso pegar alguns livros de aprendizagem
para crianças." Ele estremece com suas palavras.

"Sim. Eu quero os livros. Podemos ir agora?"

Ele ri, a tensão deixando seu corpo. "Sim. Você está cheia de
energia. Eu sabia que te dar Mountain Dew era uma má ideia.”

Estendo a língua para ele como os vi fazer na televisão


quando não gostam do que alguém disse. Isso o faz rir e então ele
enfia os dedos nas minhas costelas. Risos altos rasgam minha
garganta enquanto eu me debato. É muito. Muito intenso. Por que
estou rindo tanto? Lágrimas rolam por meu rosto enquanto eu
gargalho. Ele me puxa para ele, acariciando meu cabelo.

“Eu amo esse som, baby. É tão bonito."

Ele está me amando do jeito que gosto, e se ainda não tivesse


isso na cabeça, eu me despiria para que ele pudesse me tocar em
todos os lugares. Mas é importante para mim. Ler. Quero saber o
que as palavras dizem. Quero saber o que dizem as camisetas de
Joey ou quais são as palavras que às vezes piscam na tela antes e
depois do programa.

"Vamos lá", diz ele, batendo na minha coxa. "Vamos antes


que eu decida passar a noite fazendo você rir com meu nariz
enterrado entre suas pernas."

Eu amo o supermercado.

É o meu lugar favorito de todos os tempos.

Tem. Tantas. Coisas.

Há mais potes de manteiga de amendoim do que eu posso


contar!

Atticus me interrompe no quinto pote, mas pego outro


quando ele não está olhando. Meu marido é paciente quando
percorremos cada corredor, comprando como ele chama. Fazer
compras é maravilhoso. Algumas pessoas nos dão olhares
curiosos. Percebo várias mulheres olhando para Atticus como se
ele fosse um pote de manteiga de amendoim. Isso me faz querer
pegar minha faca e dizer a elas para irem embora antes que eu as
obrigue.

Elas são tão bonitas.

Como Rachel, Phoebe e Monica.

E eu…

Meus lábios não são brilhantes como os delas e minhas


pálpebras não brilham. Não uso vestidos que mostram minhas
pernas. Judith mandou um. Eu tentei usar uma vez, mas parecia
muito aberto. Agora, eu me pergunto se aberto é uma coisa boa. É
assim que seu marido pode subi-lo pelos quadris e colocar o pau
dentro de você quando surgir a necessidade?

Talvez eu possa usar vestidos se esse for o objetivo.

Uma mulher de cabelos loiros passa, seu vestido


balançando. Sei que ela não tem marido. Ela está sozinha. E
continua olhando furtivamente para o meu.

Ela acha... que ele vai...

Não.

Raiva, ondas quentes e violentas passam por mim.

"Pare de olhar para o meu marido ou vou te deixar cega igual


meu cachorro", resmungo para ela.

"Eve!" Atticus me repreende, agarrando meu bíceps e me


puxando.

"Oh", a mulher resmunga. "Sinto muito. Pensei que ela era


sua filha.”

Ela sai correndo em direção ao fim do corredor. Eu relaxo no


momento em que ela some.

"Que porra é essa?" Ele exige, virando-me para encará-lo.


"Ela pensou que poderia levar meu marido!" Eu grito, me
afastando do aperto dele.

Ele olha para mim com olhos arregalados e


horrorizados. Isso é o que pensei. Ela não tem o direito!

"Escute", ele resmunga, aproximando-se o suficiente para


que nossos peitos se toquem. "Você não pode falar essa merda em
público." Ele afaga uma mecha do meu cabelo, colocando-o atrás
da minha orelha. "Sabe aquelas armadilhas que faz para os
coelhos?"

Eu aceno, franzindo a testa.

“Eles fazem isso para homens. Mas feito de metal tão forte
quanto a lâmina da sua faca. Se eles souberem, dirão à polícia que
estou transando com você e depois me colocarão atrás dessas
grades. Eu vou ficar lá, baby. Você entende?"

Compreensão me atinge. “Eles vão te tirar de mim? Por


quê?" Eu sufoco as lágrimas, odiando como a solidão inunda meu
peito.

"Porque..." Ele suspira e dá um beijo rápido na minha


testa. “Porque eles não vão entender o que temos. Você e eu, baby,
não é certo.”

"Então devo fingir que você não é meu marido quando


estamos perto desses monstros?" Eu praticamente grito para ele,
lágrimas quentes escorrem por meu rosto.

Suas narinas se abrem e ele lança um olhar por cima do


ombro. "É exatamente o que estou dizendo."

"Mas as mulheres vão tirar você de mim", sussurro. "Se elas


não souberem, pensarão que você pode ser delas."
Ele me puxa para um abraço forte. “Ninguém vai me tirar de
você. Desde que façamos isso direito em público. Por favor. Faça
isso por mim, baby. Não estou pedindo muito.”

"Sim", eu murmuro, minha voz tremendo. "Eu não quero,


mas vou mantê-lo seguro."

"Obrigado."

"Mas se uma mulher tentar levá-lo, eu cortarei sua


garganta."

Ele ri enquanto recua. “Minha violenta raposinha. O que eu


faria sem você aqui para me proteger?” Seus olhos verdes estão
divertidos.

Ser atacado por hordas de mulheres no corredor da manteiga


de amendoim, aparentemente o diverte.

“Inferno do caralho. Se não é o pequeno Atticus.”

Nós dois olhamos na direção de um homem mais velho e um


mais jovem. Eu me aproximo de Atticus buscando proteção. Não
os conheço e ambos são maiores que eu, ao contrário das
mulheres. Não tenho certeza se posso aguentar dois de uma vez.

Há algo familiar nos dois.

Olhos verdes. Olhos verdes. Olhos verdes.

"Will", diz Atticus, sua voz tensa. “Evan. Que diabos fazem
aqui?”

O mais velho abraça Atticus e depois Atticus acerta o


estômago do mais novo de brincadeira. O mais novo olha para mim
com os olhos arregalados e boca ligeiramente entreaberta.

"Desvie o olhar", eu aviso, minha mão se fechando ao redor


da faca no bolso.
O jovem fecha a boca e lança um olhar confuso para o mais
velho. Suas bochechas estão vermelhas.

"Quem é?" O mais velho diz, não está mais brincalhão. Ele
me encara com olhos desconfiados.

“Will, conheça Eve. Eve, este é meu irmão mais velho


Will. Este é o filho dele, Evan.” Atticus me dá um olhar que implora
para eu ficar quieta. "Will é um policial."

Policial.

Lembro do termo de antes.

Se ele souber que estamos fodendo, levará meu marido


embora.

"Ela é alguma garota perdida que não conhecemos?" Will


pergunta, seus olhos me avaliando.

"Nah, ela é filha do meu amigo Reed", Atticus mente. "Estou


cuidando dela para ele."

Will balança a cabeça na direção do irmão. "É mesmo?"

Atticus, sempre tão confiante, muda sob o olhar duro de seu


irmão.

"Posso falar com você por um segundo?" Will pergunta,


puxando Atticus para longe pelo cotovelo.

Sou deixada com o garoto com os olhos errantes. Ele olha


para o chão, seu rosto vermelho brilhante. Eu o observo, caso ele
faça movimentos bruscos.

"Você gosta de manteiga de amendoim, hein?" Ele pergunta,


apontando para a cesta.

Eu estremeço com o movimento. "Sim."

Ele me olha timidamente. "Você vai para a escola por aqui?"


"Não."

"Quantos anos você tem?"

Eu me irrito com a linha de questionamento. Lembro que seu


amigo Rex disse que eles tinham dezessete anos. Se eu disser a ele
essa idade, pode pensar que sou uma esposa adequada para
ele. Eu tenho um marido! Quero gritar, mas mordo o lábio inferior.
Por Atticus.

"Quatorze", eu minto. Parece longe de sua idade, talvez ele


vá incomodar outra mulher. Talvez a que acabamos de ver.

"Uau. Quatorze? Verdade? De jeito nenhum. Você é mais


velha que isso, certo?" Ele sorri de maneira tímida. "Você é bonita,
no entanto." Ele olha para onde seu pai está conversando com
Atticus. “Papai me mataria se eu mexesse com uma criança de
quatorze anos. Eu faço dezoito em breve.”

Minha curiosidade ganha da raiva. "O que acontece quando


você faz dezoito anos?"

"Eu me torno maior de idade." Suas bochechas ficam mais


vermelhas. “Brincar com uma garota jovem me levará a acusações
legais de estupro. Sou bonito demais para a prisão.” Ele ri de suas
palavras, mas elas não são engraçadas.

"E se eu tivesse dezoito anos também?" Eu sondo.

Ele engole em seco e seus olhos se arregalam. "Uh, nós


poderíamos, uh..." Ele para. “Tipo ir em um encontro e outras
coisas. Eu poderia levá-la para sair. Tudo ficaria bem.”

Minha mente gira. Eu deveria ter dito a Atticus que tenho


dezoito em vez de dezesseis. Isso consertaria tudo.

"Eu na verdade tenho dezoito anos", minto. E forço um


sorriso.
"Oh", ele diz. "Eu, uh, ok. Certo. Então mentiu para mim
sobre sua idade para eu não te convidar para sair?”

Eu concordo. Não vou a lugar nenhum com ele.

Ele ri. "Compreendo. Você provavelmente tem um namorado


gostoso em casa, hein?”

"Marido", eu o corrijo.

"Espere o que?"

"Eu tenho um marido e..."

"Eve", Atticus diz bruscamente, me cortando. “Estava


dizendo aos caras que os encontramos outra vez. Está pronta para
ir?"

Passamos apenas por alguns corredores. De jeito nenhum


estou pronta para ir. Ele deve sentir minhas palavras antes que eu
as diga, porque balança a cabeça com firmeza.

"Tudo bem", eu resmungo, jogando minhas mãos no ar,


exatamente como Rachel faz.

Will ri, Evan olha para seus pés e Atticus me encara.

"Típica adolescente", diz Will baixinho.

"Ei", Evan resmunga, acertando seu pai de


brincadeira. "Você me magoou."

Eles seguem na outra direção e Atticus me dá um olhar de


advertência.

"Eu não gosto do seu irmão." Levanto o queixo, desafiando-


o a me contradizer.

"Somos dois.”
Capítulo Dezessete
Atticus

Puta merda.

Essa passou perto.

E nem sei se evitei. Meu irmão é um cão de caça. Depois que


cheira algo estranho, ele caça e destrói como uma bomba. Quando
ele me puxou de lado, me perfurou com perguntas. Eu menti por
entre os dentes.

Toda vez que olhava para Eve, eu pensava o quanto mais


perto da idade de Evan ela parecia do que da minha. É claramente
óbvio. E, porra, se ela não tem chupões no pescoço. Claro que Will
perguntou sobre eles também. Eu menti e disse que algum garoto
ia em casa vê-la.

Precisamos dar o fora daqui.

O caixa leva uma eternidade, mas eventualmente enchemos


a caminhonete. Está escuro e nevando novamente. Antes que ela
possa voltar para a caminhonete, agarro seus quadris com as mãos
e prendo sua bunda na caminhonete.

"Isso foi ruim", resmungo, descansando minha testa na


dela. "Meu irmão... ele simplesmente não sabe quando parar."

"Eu deveria ter esfaqueado ele."


Eu sorrio, beijando sua testa. “Sim, você deveria. Estou
brincando. Ele é meu irmão. Nós não podemos matá-lo. Só estou
dizendo que ele não vai deixar isso passar. Eu menti para ele sobre
você.”

Ela levanta a cabeça. "Disse a ele que tenho dezoito


anos." Com seus grandes olhos castanhos fixos em mim e seus
lábios carnudos fazendo beicinho, ela me deixa louca de
necessidade.

"Mas você não tem dezoito anos, tem?"

Ela balança a cabeça.

"Talvez devêssemos sair da cidade por um tempo." Eu roubo


um beijo. "O que acha?"

"Existem prisões lá?"

Meu sorriso se torna perverso. “Não na natureza. Vamos


visitar Reed e Devon. Ficar algumas semanas.”

“O pensamento de vê-los não é tão assustador quanto


antes. Acho que estou me acostumando com as pessoas agora”, ela
diz distraidamente. "Talvez Devon cante para mim."

"Mas ela canta tão horrivelmente", brinco.

Eve fica na ponta dos pés e me beija de uma maneira


possessiva. Isso me faz pensar se ela viu uma daquelas mulheres
novamente. O pensamento faz eu me afastar do nosso beijo. Ficar
com minha namorada adolescente barra esposa no estacionamento
do Piggly Wiggly, onde meu irmão policial pode ou não estar
perambulando ainda é uma má ideia.

"Vamos embora."

O caminho de volta para casa é tranquilo. Eve está imersa


em pensamentos. Quando finalmente paro ao lado da casa, ela
solta o cinto de segurança e senta no meu colo.
"Sim."

"Sim, você quer ir visitá-los?"

Ela assente. "Vai mantê-lo seguro."

Tão protetora, minha pequena raposa.

“Eu quero te manter segura também. Você não gostaria que


eles me levassem embora. Eles querem colocar você em um lugar
que garanto que você odiaria.”

"Eles poderiam tentar", ela ameaça, pegando sua faca.

Eu tomo a faca e dobro antes de colocá-la no bolso. "Você


não pode derrotar todo mundo."

"Se tentarem me manter longe do meu marido, eu o farei."

Eu fecho os olhos. Realmente deveria ter parado essa merda


de marido. Mas agora temos duas semanas para eu permitir que
isso aconteça. Porque atrás de portas fechadas, isso me
excita. Amo o sentimento possessivo que isso me traz.

Em público…

É embaraçoso.

Não por causa dela. Eve é perfeita pra caralho.

Por minha causa. Eu sou um homem adulto. Tenho quase


quarenta, pelo amor de Deus. As pessoas vão me ver como um
predador. Eles não nos entendem.

"Seja uma boa esposa e liberte meu pau", murmuro,


apertando sua coxa. Estamos em casa, então nosso joguinho é
permitido aqui.

Seus olhos brilham com tanta satisfação que deixa meu pau
duro como pedra. Ela faz um trabalho rápido em me libertar. Sua
pequena mão envolve minha espessura e me acaricia com
facilidade.

"Foda-se", eu gemo. "Você é tão boa nisso."

Ela me toca com a mão seca. Quero umidade e calor. Eu


quero ela.

"Tire suas roupas." Minhas palavras são ásperas e severas.

Em segundos, ela arranca todas as roupas. Minha


pequena esposa nua esfrega sua buceta ao longo do meu eixo, sua
excitação me cobrindo.

“Sente-se, querida. Foda-me.”

Sua mão agarra meu pau molhado para me guiar em seu


corpo apertado. Nós dois assobiamos. Eu levanto os quadris,
entrando o resto do caminho.

"Toque meu clitóris", ela me diz em seu tom mandão.

Pelo menos trocamos o termo nó por clitóris. Obedeço minha


doce mulher e toco o pacote sensível de nervos com o polegar. Com
meus olhos nos dela, empurro o dedo médio entre seus lábios
cheios.

"Chupe."

Seus olhos fecham quando o rosto dela fode meu dedo da


mesma maneira que ela fode meu pau. Uma vez que está molhado,
eu deslizo para fora, deixando um fio de baba escorrer por seu
queixo. Eu lambo seu gosto doce, minha língua emaranhada com
a dela, enquanto desço a mão para sua bunda. Meu dedo liso corre
ao longo de suas nádegas até encontrar o que estou
procurando. Eu massageio o músculo sensível até que ela trema
de necessidade. Lentamente, empurro o dedo dentro dela, amando
a maneira como suas duas entradas apertam em resposta.
"Vou colocar meu pau aqui um dia", digo a ela. Eu empurro
o dedo o mais fundo que posso. "Meu pau inteiro."

Ela balança no meu pau, sua bunda apertando a cada


vez. Quando a cabeça dela se inclina para trás, ataco sua bonita
garganta com os dentes e a língua. Chupo seu pescoço, indiferente
ao deixar mais marcas. Eu amo o jeito que ficam nela.

Com meu dedo na bunda dela, meu pau enfiado em sua


buceta e meu polegar em seu clitóris, ela vai gozar
rapidamente. Sua buceta escorre de excitação, indicando seu
próximo orgasmo. No momento em que ela goza, seu corpo inteiro
treme quando um grito rasga sua garganta. Ela é gostosa pra
caralho quando fica louca por mim. Seus dedos puxam meu cabelo
enquanto ela curte seu orgasmo.

"Oh merda", resmungo contra sua boca.

Tire. Tire. Tire.

Minhas bolas apertam e mordo seu pescoço. Ela arranha


meus ombros, ainda tremendo. Esperma atinge seu corpo carente,
jorro após jorro intenso. Encho minha esposa e é
incrível. Nenhuma culpa me atinge, porque reivindicá-la dessa
maneira tem precedência sobre tudo.

"Eu posso ter te engravidado", digo a ela, minhas palavras


quentes contra sua pele.

"Bom marido."

Foda-se se isso não me faz querer fazê-lo novamente no


momento em que meu pau endurece6, as consequências que se
danem.

***

A felicidade doméstica fica bem em Eve.


A cada dia que passa, percebo que nunca poderei deixá-la
ir. Planejar uma visita para ver Reed e Devon é uma boa
ideia. Precisamos fugir. Talvez não ficar tão tenso o tempo todo,
escondendo nossos verdadeiros sentimentos. Reed de toda a merda
das pessoas não julgará. Ele tem todo o direito de considerar que
eu o julguei demais pelo fato dele ter fodido sua filha.

"Cachorro fedorento, com o que eles estão te


alimentando?" Eve canta da cômoda, parecendo muito com Phoebe
de Friends, enquanto dobra as roupas em uma cesta.

Urso Cego rola de costas e solta outro peido de


cachorro. Bacon suficiente para aquele garoto grande. Suas
entranhas não aguentam.

"Nojento. Mande-o para a floresta.”

Ela termina de colocar sua calcinha limpa na gaveta superior


e joga o cesto de roupa suja no canto. "Que tal eu te mandar para
a floresta?"

Seu desafio deixa meu pau duro.

"Você está muito atrevida ultimamente." Eu me levanto da


cama e caminho até ela. "Talvez eu deva bater em você."

"Com um chicote?" Ela estremece, seus olhos escuros


ficando tempestuosos.

"Não é como quem diabos te bateu até a submissão antes",


eu resmungo. “Estou falando de uma boa palmada em sua
bunda. Conhecendo você, sua pequena buceta ficaria tão molhada
com isso. Você é uma garota muito travessa, Eve.”

O sorriso dela fica perverso. "Posso bater em você de volta?"

"Porra. Você é um pouco sádica, sabia?”


Ela coloca os polegares na calça de ioga quando algo se
parte. Eu a coloco atrás de mim e corro para minha Glock. O
cachorro sai do quarto em direção ao som.

"Fique atrás de mim", eu falo para ela enquanto ando pelo


corredor e entro na sala de estar.

Um vento frio sopra pela janela da cozinha. Uma pedra está


no chão e a cesta de frutas que estava sobre a mesa sumiu.

Que porra é essa?

Ursos?

Calço minhas botas e pego meu casaco antes de sair. Urso


Cego corre para a neve cheirando. O que vejo me para.

Uma pegada está gravada na neve na varanda.

Grande. Homem, se eu tivesse que adivinhar. Humano.

Estreito os olhos contra a escuridão, mas não vejo nada.

"Quem está aí?" Eu chamo.

Silêncio.

Sem carros. Sem bicicletas. Sem nada.

Apenas uma trilha de pegadas entrando na floresta.

"UC", eu chamo e assobio. "Volte para casa."

Depois de alguns minutos de nada, Urso Cego volta para


dentro e eu o sigo. Eve está com uma expressão nervosa que não
vejo com frequência.

"Urso?"

"Não", eu garanto. "Humano."


Ela olha a janela deixando entrar o ar frio. "Ele queria
frutas?"

Espero que seja tudo o que ele queria.

"Provavelmente estava com fome", asseguro a ela. “Um


vagabundo. Ele partirá antes da manhã.”

"E se ele voltar?"

Eu seguro seu queixo e dou um beijo em sua boca


flexível. "Eu vou atirar primeiro e perguntar depois."

Podemos estar brincando sobre essa merda de marido e


mulher, mas meu coração acha que é real e é isso que importa.

Se alguém tocar em minha esposa, será a última coisa que


fará.
Capítulo Dezoito
Eve

Atticus pegou emprestado um trailer fechado do seu pai


porque, na pressa de me levar de volta à cidade em busca de ajuda
médica, ele deixou o dele na casa de Reed. Faz alguns dias desde
que o homem roubou nossas frutas e não posso deixar de olhar por
cima do ombro toda vez que trazemos outra caixa para dentro do
trailer.

"Está tudo bem?" Atticus pergunta quando sai do trailer.

"Sim."

"Mentirosa."

Dou de ombros. Se aprendi alguma coisa com Atticus é que


às vezes precisamos mentir. Como agora. Eu minto, porque se
contar minhas preocupações, ele vasculhará a floresta novamente
por horas procurando pelo homem. E quando ele faz isso, me sinto
isolada e sozinha. Eu não gosto de estar em sua cabana sem
ele. Prefiro mantê-lo ao meu lado.

"Quer ir ao Muskies jantar?" Suas mãos seguram meus


quadris e ele olha para mim como se eu fosse a coisa mais adorável
que ele já viu.

“Eu posso esfaquear Rex. Melhor não. Aveia é melhor.”

Ele bufa. “Você está assistindo muitos Friends. Está se


tornando uma comediante.”
"Nós podemos entrar no quarto e eu poderia fingir ser Rachel
e..."

Seus lábios se fundem aos meus, silenciando minhas


palavras. Eu sorrio em seu beijo. Está frio lá fora, mas nos braços
dele estou quente. Nosso beijo aumenta a temperatura
rapidamente. Ele começa a mordiscar meus lábios, depois minha
mandíbula e então seu lugar favorito... minha garganta. Eu gemo,
amando o quão bom é, e viro a cabeça para lhe dar um melhor
acesso.

"Isto." Ele chupa forte. "É." Outro chupão de


reivindicação. "Meu."

Gargalho quando ele faz cócegas ao meu lado e não é até


Urso Cego latir que percebemos que um carro está percorrendo o
caminho para sua cabana. Sou empurrada para trás quando ele
tira sua Glock no cinto. Ele sempre a carrega agora.

"Oh, porra."

"O que é isso? O homem?" Meu medo é evidente nas


palavras.

"Não. Pior."

O que pode ser pior?

O carro para e uma mulher grita. “Você tem telefone,


filho. Use-o."

Ele geme. "Minha mãe."

Meu coração incha. Isso me faz sentir falta da minha mãe. A


mulher loira é pequena como eu, mas tem o rosto de Atticus menos
os pêlos faciais.

"Ei, mãe", diz ele, dando um passo à frente para abraçá-la.

Ela aceita o abraço e depois o afasta. "Deixe-me ver a garota."


Atticus me lança um olhar tranquilizador. “Mãe, conheça
Eve. Eve, esta é minha mãe, Susan.”

A mulher anda até mim e eu quase tropeço nas minhas


próprias botas tentando escapar.

"Um urso te atacou?" Ela pergunta.

Eu aceno e faço um movimento de garra no meu peito.

Tristeza brilha em seus olhos verdes que combinam com os


de Atticus. Quando ela me alcança, tropeço novamente em meu
esforço para fugir.

"Ela fica nervosa com estranhos", diz Atticus. "Por que não
entramos e tomamos um café?"

A mãe dele me olha atentamente. "Eu gostaria disso."

Anseio por segurar a mão de Atticus, mas sei que agora não
é a hora. Ela é mãe dele, mas como será que ela não vai se voltar
contra ele e levá-lo para a prisão?

Assim que entramos, a mãe dele tira o casaco e começa a


andar. Dou a ele um olhar interrogativo, mas ele simplesmente dá
de ombros como se isso fosse normal. Ele entra na cozinha para
começar o café e eu fico na porta com meu cachorro.

"O que aconteceu com sua janela?" Ela suspira, as mãos nos
quadris. "Ursos?"

"Homem", digo severamente, como se a palavra fosse amarga


na minha língua.

Sua mãe pisca para mim e depois olha para Atticus.

“Pedra contra a janela. O cara roubou nossas frutas.”

"Entendo", ela responde e depois vira seu olhar examinador


para mim. “De onde você é, querida?”
Abro a boca, mas Atticus responde por mim.

“Reed. Um amigo meu. É a filha dele.”

Os lábios de sua mãe se comprimem numa linha. "Mesma


explicação que você deu ao seu irmão."

"Não é uma explicação", Atticus murmura.

"Quantos anos você tem?" Ela pergunta.

"Dezesseis", ele responde enquanto eu digo, "Dezoito".

Ele estremece e eu permaneço firme. Não sei por que ele tem
medo dessa pequena mulher. Eu não tenho. Enfio minha mão no
bolso do casaco, procurando minha faca. Atticus observa minhas
ações e revira os olhos.

"Hmmm", diz a mãe. “Eu vou tomar esse café. Tem algo forte
para acompanhar?”

"Não, mãe."

"Tragédia." Ela se senta à mesa. “Então você conseguiu um


namorado, hein? Foi o que Will me disse. Um pouco jovem demais
para ter um namorado. As jovens devem se concentrar no futuro.
Qual faculdade você planeja frequentar...”

"Mãe", Atticus diz. “Chega de interrogatórios. Jesus. Você é


pior que Will e ele é um maldito policial.”

“Ela é um mistério e você está escondendo alguma coisa. Eu


sou sua mãe. Sei essas coisas.”

"Não há nada para saber", ele murmura.

Estremeço com essas palavras.

“Você não está vendo aquele garoto Rex, está? Juro que Evan
pode ter amigos melhores que ele. Ouvi dizer que ele tem
tatuagens.” Ela balança a cabeça.
"Eu tenho tatuagens", lembra Atticus.

“As suas são arte, meu garoto. Mas ele é jovem demais. Você
tem alguma tatuagem?" A pergunta está direcionada para mim. Ela
se inclina para mais perto, os cotovelos apoiados na mesa. “O que
é isso no seu pescoço? Esse namorado está te batendo?”

“Mãe! Já chega!"

Sua sobrancelha franze. "Vocês dois deveriam vir jantar."

"Vamos sair de manhã para ver o pai dela." O tom de Atticus


é decidido.

"Que bom. Hoje à noite eu faço lasanha. Vejo você às sete.”

"O que há de errado?"

Pisco minhas lágrimas e olho pela janela. Não respondo


porque acho que não consigo falar sem chorar.

"Baby", diz ele, alcançando através da cabine de sua


caminhonete a minha mão. "O que há de errado?"

Eu tiro minha mão da dele. "Não."

"Não o que?" Ele exige, sua voz áspera.

"Não me toque."

Ele solta um grunhido de frustração. A caminhonete faz


barulho ao parar ao lado da estrada escura. Eu posso sentir seu
olhar penetrante em mim.
"Baby, olhe para mim."

"Não."

“Jesus, mulher! Por que você é tão teimosa?”

Eu dou a ele um olhar penetrante. "Foda-se."

Ele me olha boquiaberto. "Você acabou de me xingar?" Seus


dedos correm pelos cabelos. "Você assiste muita televisão."

"Você diz essa palavra um milhão de vezes por dia!" Eu


acuso. "Por que não posso dizer isso?"

"Porque você tem dezesseis anos de idade!"

"Eu não tenho dezesseis anos", eu retruco.

“Oh, aqui vamos nós novamente. Você tem dezoito anos


agora. Eu lembro. Você continua dizendo a todos agora para ver se
cola. Boletim de notícias, baby, não está colando.”

"Dirija." Eu olho para frente, ignorando-o.

"Você não pode mandar em mim, Eve."

"Dirija!"

"Venha pra cá."

"DIRIJA!"

Ele desabotoa meu cinto de segurança, agarra meus quadris


e me puxa para seu colo. Eu luto contra o seu aperto, mas ele não
tem problemas em me acomodar com as pernas abertas. Estou
usando meu único vestido - esperando que a mãe dele goste - e me
sentindo especialmente vulnerável.

"Acalme-se e me diga por que você está chateada." Seus


olhos verdes me imploram.
Agora que sua raiva se dissipou e deu lugar a preocupação,
minha própria fúria evapora como uma névoa. Meus ombros se
curvam e eu tremo.

"Você quer que eu minta para todo mundo." Lágrimas


quentes escorrem pelo meu rosto. "Eu não quero mentir."

"Eu também não quero mentir", ele admite, pressionando


um beijo no meu pescoço. "Mas precisamos."

"Eles são sua família, no entanto."

"Eu gostaria que fosse assim tão fácil. Precisamos apenas


fazer isso hoje à noite. Amanhã iremos ver Reed e Devon.”

Suas palavras não ajudam o buraco no meu peito. Nada


parece certo. Eu me sinto pela metade. Incompleta. Começo a
escorregar de seu colo, mas seus dedos beliscam minhas coxas. O
calor familiar queima no meu estômago, afugentando a dor.

“Tudo vai ficar bem, Eve. Mesmo que tenhamos que esperar
dois anos para contar a alguém. Nós vamos sobreviver a isso. Eu
te amo demais para não sobreviver.”

Em vez de devolver o sentimento dele, eu bato meus lábios


nos dele. Suas mãos fortes agarram meu traseiro, apertando e me
puxando contra seu pau duro entre nós. Freneticamente, ele
trabalha no cinto e depois calça jeans para libertar seu pau. Eu
avidamente esfrego contra ele. Seus dedos puxam minha calcinha
vermelha e sedosa para o lado e ele bate a ponta do seu pau no
meu clitóris.

"Vá lá", ele ordena.

Eu luto contra um sorriso enquanto deslizo sobre seu


comprimento. Quando estamos juntos assim, esqueço que estava
com raiva dele. Uma vez sentada, volto a beijá-lo enquanto ele me
balança em seu pau.
"Temos que ser rápidos, ou estaremos atrasados para o
jantar", ele murmura, mordiscando meu lábio inferior. Ele
massageia meu clitóris de maneira especializada, que me faz ver
estrelas. Repetidas vezes até eu perder todo o senso de realidade.

"Oh!" Eu grito, perdendo-me para o prazer.

Seu impulso se torna mais difícil, mais rápido, fora de


controle. Então, ele geme quando seu calor me enche. Com seu
pau ainda latejando dentro de mim, ele se afasta para olhar para
mim.

"Eu vou ficar duro pra caralho durante o jantar sabendo que
você está cheia da minha porra." Ele pressiona beijos ao longo da
minha mandíbula no meu ouvido. "Esposa."

Ele dá um aperto na minha coxa e me dá um


sorriso. "Relaxe. Parece que você está prestes a sair correndo.”

Eu considero isso. Agora que estamos na garagem de seus


pais, me pergunto até onde posso chegar. Provavelmente não muito
longe neste vestido impraticável. O que eu estava pensando?

Minha calcinha fica molhada quando o esperma de Atticus


sai lentamente de mim. Isso me faz me contorcer no meu lugar, me
perguntando se eles notarão. Então nosso segredo seria
revelado. Eles tentariam arrastá-lo para longe de mim? Minha
palma enrola em volta do punho da minha faca no bolso. Eles
poderiam tentar.

A porta da caminhonete se abre e Atticus me observa com os


olhos estreitados. Ele pega minha mão, me ajudando a sair da
caminhonete grande. Em vez de me soltar, ele rouba um beijo
casto.

“Você está tão linda, Eve. Confie em mim, eu preferiria me


gabar para o maldito mundo que você é minha. Um dia eu vou. Por
enquanto, temos que pegar o que conseguimos e isso é um ao
outro. O resto pode esperar.”

Suas palavras causam vibração caótica na minha


barriga. "Seu esperma está vazando de mim."

"Eve", ele resmunga, suas narinas inflando enquanto


acaricia minha bochecha. "Você não pode me dizer nada assim
antes de entrarmos para ver meus pais."

Eu o toco através da calça jeans. Duro como pedra. "É a


verdade. Estamos prestes a mentir. Eu só queria dizer a verdade
enquanto ainda podemos.”

"Mais tarde", ele murmura, arrastando a palma da mão para


o lado do meu pescoço, "eu vou puxar essa calcinha de seda com
os dentes, envolvê-la em volta do meu pau e bater em toda a sua
bunda sexy."

Enrosco meus dedos em seus cabelos e o beijo


profundamente. Meu coração dispara no peito com a necessidade
dele me consumir. No final, ele se afasta com um gemido áspero,
como se isso o machucasse fisicamente.

Dói-me também.

"Vamos lá", diz ele, sua voz rouca, enquanto ele pega minha
mão.

Juntos, caminhamos em direção à grande casa de seus


pais. Eu me inclino contra seu ombro, roubando o pouco tempo
que resta até ele fingir que não sou nada para ele
novamente. Estou perdida em pensamentos quando sinto.

Consciência.

Os cabelos subindo na parte de trás do meu pescoço.

Um calafrio percorre minha espinha.


Puxo minha faca, parando no caminho coberto de
neve. Atticus abruptamente puxa sua mão da minha e eu me
pergunto se ele está se preparando para lutar também.

"Ei, pai", diz Atticus em direção à varanda escura.

Um homem gigante aparece das sombras. Eu tropeço para


trás um passo. Seu cabelo é branco e o comprimento é quase tão
longo quanto o de Atticus. Ele está todo de preto, com um boné na
cabeça. A barba também é branca, mas aparada no rosto.

"Esta é Eve." A voz do Atticus está tensa e me deixa


nervosa. Ele tem medo do pai como eu do meu? "Eve, este é meu
pai, Abel." Sua palma encontra minhas costas e ele gentilmente me
guia em direção ao homem.

Assim que seus olhos castanhos entram em foco, fico


tensa. Eu conheço esse homem. A faca em minhas mãos cai no
chão enquanto eu balanço, um choramingo aterrorizado subindo
pela minha garganta.

"Hey", Atticus canta. “É apenas meu pai. Ele não vai te


machucar.”

O olhar no rosto de Abel diz o contrário. Rígido. Quase com


raiva. Com nojo. Eu me encolho, me escondendo atrás das costas
de Atticus. Meu coração bate no peito enquanto o medo faz o
mundo ao meu redor escurecer e girar.

Eu não me sinto tão bem.

A tontura piora.

Para quando o preto sangra na minha visão, me roubando a


partir deste momento.
Capítulo Dezenove
Atticus

Eve simplesmente entra em colapso.

Assusta a porra de mim também.

Os passos de papai trovejam quando ele corre para nós. Eu


pego minha raposinha nos braços, o pânico crescendo através de
mim.

"Ela está bem?" Papai grunhe, seus olhos preocupados


encontrando os meus.

"Ela desmaiou." Subo os degraus. "Acho que ela ficou


assustada."

Ele não diz uma palavra, simplesmente me segue até a casa


que cheira a incrível lasanha de Mãe. Eu posso ouvir meus irmãos
e irmã se provocando e mamãe pedindo para eles
desistirem. Ignorando todos eles, carrego Eve até o sofá e a
acomodo.

"Eve", cantarolo. "Acorde."

Ela está tão pálida. À luz da lâmpada, vestindo seu casaco


grande, parece tão pequena e frágil. Tão jovem. A culpa ameaça me
roer, mas eu não deixo. Prometi a ela que poderíamos ficar juntos,
enquanto mantivéssemos em silêncio. A idade dela é algo que não
tenho problemas para esquecer quando meu pau está enterrado
profundamente dentro dela.

"Vou pegar Vic", diz o pai, saindo.


Eu tiro o casaco dela e o coloco sobre as pernas nuas.

Menos de um minuto depois, meu irmão e paramédico, corre


para nós. Ele tem o mesmo cabelo loiro dourado que eu, mas tem
os olhos castanhos de papai. Vic também adotou o visual bem
definido de Will e tem o cabelo curto na cabeça.

"O que aconteceu?" Ele pergunta, indo direto para o modo de


socorro imediato.

"Acho que ela ficou assustada e desmaiou."

Ele verifica o pulso dela com os dedos e depois acena. “O


pulso está firme. Acho que ela vai acordar em breve...”

Seus olhos castanhos se abrem e, como um animal


encurralado, ela assobia. Eu o cutuco para me sentar ao lado dela
no sofá.

"Você está bem", asseguro a ela, pegando sua mão. "Você


desmaiou."

"O que em nome do céu..." Mamãe começa quando entra na


sala com Will, Evan e Judith a reboque.

"Bolachas de manteiga de amendoim, mãe", diz Vic. “Pegue


um Sprite também. Pode ser baixo nível de açúcar no
sangue. Quando foi a última vez que ela comeu?”

Não me lembro.

Minha mente está em branco porque minha preocupação


com ela consumiu todos os pensamentos.

Papai gentilmente toca o ombro de Vic. “Dê a eles um pouco


de ar. Todo mundo está esmagando eles.” Ele gesticula para que
todos saiam, mas ele permanece.

Os olhos estreitados de Eve o prendem no lugar. Ela treme


como se temesse que ele pudesse machucá-la.
"Está tudo bem, pequena", diz o pai e depois sorri para ela.

A cabeça dela se inclina para o lado, o olhar fixo na boca


dele. "Ele tem dentes."

Papai bufa. "Perceptiva, não é."

Aperto a mão dela. "Ele tem. Como você está se sentindo?"

Vic volta com um pacote de biscoitos e refrigerante. Ela


adora manteiga de amendoim, por isso devora todas as seis
bolachas o mais rápido que eu posso entregá-las a ela. Quando ela
bebe o Sprite, seus olhos brilham de prazer. Minha garota adora
refrigerante.

"Melhor?" Pergunto.

Ela assente e olha a casa com curiosidade. Eu não deixo a


mão dela ir. Agora não. Não quando ela está assustada. Com Rex
e Evan, não estava intimidada. Mas com Will e meu pai, é como se
o tamanho deles a aterrorizasse. É estranho, porque sou do mesmo
tamanho de Will e quase tão grande quanto meu pai, mas ela não
tem medo de mim.

Seus dedos se enroscam nos meus, fazendo meu coração


acelerar. Eu deveria puxá-los embora, mas não posso. Ela está tão
quebrada. Eles podem arrastar minha bunda para a prisão. Não
vou deixar a mão dela ir.

"Diga-me como você conheceu essa pequena novamente", diz


o pai, sua voz suave para não assustá-la.

Eu lanço a ela um olhar de desculpas. “Filha do meu amigo


Reed. Ela foi machucada por um urso. Estou cuidando dela até
que se cure. Na verdade, estamos voltando para lá. Acho que
vamos sair hoje à noite em vez de amanhã. Só tenho que passar
pela casa depois disso para pegar o cachorro dela e o meu trailer.”

"Hmmm", diz o pai.


Ele e Vic compartilham um olhar que eu interpreto muito
bem. Um olhar que diz: Ele está mentindo.

"Oi, Eve", Judith gorjeia. "Você não me conhece, mas está


usando um dos meus vestidos antigos." Ela sorri para Eve. "Parece
totalmente fofo em você."

Eve fica inquieta, mas é provável que olhe na direção da


minha irmã. Judith se senta no braço do sofá, revirando os olhos.

"Vocês só vão olhar para ela a noite toda como um bando de


esquisitos?" Judith suaviza suas palavras com o sorriso atrevido
que costumava deixar sua bunda de castigo no ensino médio.

Papai ri. "Cuidado com a boca, garota." Então, ele dá um


tapinha no meu ombro. "Se importa se conversarmos por um
segundo?"

Os olhos de Eve se arregalam. Antes que eu possa acalmá-


la, Judith se aproxima. Pelo menos Judith conhece toda a história
- além da parte em que eu realmente fiz o que ela assumiu que
faria e fodi com Eve -, mas acho que ela descobrirá por conta
própria.

"Você gostou da lanterna?" Judith pergunta a ela. "Você


sabe qual." Ela balança as sobrancelhas.

"Baterias", Eve gorjeia.

Judith ri e começa a tagarelar sobre seu absurdo


habitual. Eu gesticulo para Eve. Já volto. Relutantemente, solto a
mão dela e acompanho meu pai para fora da sala. Vic paira por
perto, caso seja necessário. Papai me puxa para o escritório, com
um olhar preocupado no rosto.

"Você está dormindo com a garota?"

"O o que?"
Seus lábios se apertam de uma maneira firme e
decepcionada, de que me lembro muito bem quando eu era
menino. "Você deve pensar que sou nove tipos de idiota, filho."

"Pai", eu bufo. "Não é... o que você está pensando..."

"Vocês pareciam próximos na caminhonete."

"Ela estava preocupada. Eu estava tranquilizando-a.”

Seus olhos estreitam, os marrons tremeluzem com


desconfiança. “E agora? Segurando a mão dela?”

"Você está lendo muita merda", resmungo. "Você pegou o


que Will e mamãe disse e acrescentou a isso para criar essa merda
fantástica?"

"Acalme-se", ele retruca. "Só estou me certificando."

“Bem, tenho certeza. Não estou dormindo com ela.” Eu o


prendo com um olhar. "Por que você se importa, afinal?" Eu
resmungo, irritação alimentando minhas palavras. “Não é como se
você não começou a namorar mamãe quando era jovem. Ela ainda
não estava no ensino médio quando engravidou de Will?”

Suas feições escurecem. "Você não entende."

"Não", desafio. “Entendo claramente. Sempre houve um


código que seus filhos tiveram que cumprir que você e Mãe não
fizeram. Will? Vic? Eles lidam com isso. Você os moldou em pilares
perfeitos da comunidade.”

"Atticus", ele adverte.

Eu cansei de guardar essa merda.

"Eu? Eu tentei. Decepcionei todo mundo quando não segui


Will para a policia. Escolhi o futebol e não conseguiu nem terminar
com isso.” Eu cerro os dentes. "Seu garoto vive de seus ganhos na
NFL e não encontrou emprego."
"Atticus ..."

“Quer saber por que não consigo encontrar um? Porque não
quero ser um maldito policial. Quero estar lá fora.” Eu aceno
minha mão em direção a nada. "Lembra quando eu queria ser um
guarda florestal e você me disse para tirar minha cabeça da
bunda?"

Aparentemente, agora é a hora de tirar toda a merda do meu


peito que está apodrecendo há duas décadas.

Os olhos do pai brilham com fúria, mas ele permanece em


silêncio, permitindo-me o meu discurso retórico.

“E Judith... porra. Eu deveria tê-la observado


melhor.” Minha voz falha. "Porra."

“Isso não foi sua culpa. Acidentes acontecem. ” Sua voz é


suave e suas feições perderam as marcas.

“Ela também não se encaixa no molde, Pai. Nós dois estamos


fodidos porque não podemos fazer com que nossas personalidades
se encaixem no mundo perfeito de você e da mamãe.”

"Você terminou com esse discurso?" Papai pergunta,


cruzando os braços sobre o peito.

"Acho que sim." Eu murcho como um balão.

“Vou perguntar de novo. Você está dormindo com a garota?”

“Não, pai. Eu não estou." Apesar de sua própria vida


amorosa começando com uma adolescente, eu não o
pressiono. Aqueles eram tempos diferentes. Hoje em dia, você
simplesmente não pode se safar dessa merda. Se eu lhe der a
verdade, isso não me libertará. Vai me dar uma carona até a
delegacia na parte de trás da viatura policial do meu irmão.

"Bom", ele respira.


"Estou feliz que você esteja satisfeito."

Ele esfrega a palma da mão no rosto. “Apenas... apenas


espere aqui. Quero te mostrar algo."

Assim que ele sai do escritório, saio à procura de Eve. O sofá


está vazio quando caminho para a sala de estar. O pânico me
ataca.

"Banheiro", diz Judith, um sorriso conhecedor no rosto.

Eu ando pelo corredor e bato na porta com os nós dos


dedos. "Você está bem aí?"

Eve abre a porta, suspeita em seu olhar. Quando ela


confirma que sou eu, joga os braços em volta de mim. Envolvo um
braço em volta da cintura dela antes de voltar para o banheiro e
fechar a porta atrás de mim. Eu a levanto pela cintura e a coloco
na beira do balcão antes de embalar suas bochechas nas mãos.

"Podemos sair", murmuro, pressionando um beijo na testa


dela. “Eles vão superar isso. Eu sinto muito."

Ela afasta os olhos. "Nós podemos ficar."

"Mas você está com medo."

"Não."

"Eve, baby, não minta para mim."

Sua cabeça se inclina e ela me olha com fogo nos olhos. "Eu
não estou assustada."

"Não agora. Dez minutos atrás, você desmaiou de medo.”

"Ele tem dentes."

Eu pisco para ela em confusão. “Eu também. Você


também. É uma coisa.”
Uma batida na porta me afasta dela.

"Sou eu", diz Judith. “Todo mundo está procurando vocês


dois. Sugiro que, se você não quiser que eles tirem conclusões, saia
daqui.”

"Saio já", resmungo.

Eu volto para Eve e gentilmente aperto sua garganta, meu


polegar correndo ao longo do seu osso da mandíbula. Meus lábios
se fundem aos dela e eu a beijo de uma maneira protetora, cheia
de votos para cuidar dela.

"Vamos comer e fugir", asseguro a ela. “Venha, linda. Vamos


acabar logo com isso.”
Capítulo Vinte
Eve

Sua família é barulhenta.

É igual a quando todos os amigos se reúnem no apartamento


de Monica. É caótico e cheio de risadas. Um desejo se esconde
profundamente no meu peito. Estou começando a pensar que as
famílias deveriam ser assim. Na televisão, aqui, na casa de Reed e
Devon, é tudo a mesma coisa.

Minha casa era a errada.

Quando minha mãe estava por perto, lembro que nossos dias
eram felizes. Meus irmãos não eram cruéis então. Houve risos e
amor. Tudo mudou quando minha mãe ficou doente. Todo mundo
ficou com raiva e se irritava rápido. Ela morreu, mas nunca mais
voltou ao que era.

Eles a substituíram.

Papai pegou Esther e a forçou a assumir o papel de minha


mãe. Eu estava confusa, mas amava Esther. Ela às vezes era como
uma mãe para mim. Tentei aceitar o que aconteceu como algo
natural.

Mas então meus irmãos se envolveram.

Eles nunca tocaram minha mãe, não como tocaram em


Esther. Ela se tornou algo para eles enfiarem seus paus ou
baterem com os punhos. Papai permitiu. Simplesmente olhava
para o outro lado. E então Ezequiel a machucou para sempre. Foi
tão duro com ela que sangrou e morreu.

Eu me tornei a mulher da casa então.

Um arrepio me atravessa quando afasto as lembranças


horríveis deles. Papai me chicoteava de vez em quando e deitava
comigo, mas eram meus irmãos a quem eu odiava mais. Eles
rondavam como lobos famintos, apenas esperando meu pai ir caçar
ou adormecer. Como se eu fosse o jantar deles, eles me arrastavam
para algum lugar onde todos podiam se revezar fodendo
comigo. Um por um, eles tentavam me fazer reproduzir como se eu
fosse um animal destinado a carregar seus filhotes.

Uma dor se forma no meu peito quando me lembro do


sangue.

Lágrimas brotam e rolam pelas minhas bochechas.

"Eve."

Sou arrancada dos meus pensamentos internos enquanto


Atticus me olha com as sobrancelhas franzidas. A família dele me
observa como se eu não pertencesse à casa deles. Com a mão na
minha parte inferior das costas, seus dedos roçando minha bunda
por cima do meu vestido, ele me guia para o cômodo com uma mesa
gigante. Alimentos deliciosos parecem dispostos em cima, apenas
nos esperando devorar.

"Você se sente fraca novamente?" Pergunta, puxando uma


cadeira para eu sentar.

"Não."

"O que você está pensando então?"

"Minha família."

Suas feições escurecem. “Você não precisa mais ter medo


deles. Eles foram embora."
Ele se senta ao meu lado e coloca o cabelo atrás da minha
orelha. Eu me inclino em seu toque. Quando pego o olhar de sua
mãe em mim, eu me afasto e olho para o meu colo. Judith se senta
ao meu lado. Seus pais se sentam em cada extremidade, enquanto
seus dois irmãos e sobrinho se sentam à nossa frente.

Will, o policial, senta-se em frente a mim. Seu olhar


penetrante queima em mim. Ele me lembra Ezequiel com sua
intensidade. Esse pensamento faz meu coração acelerar, batendo
violentamente no meu peito.

"Bem, acho que posso falar pela família inteira quando digo
que estamos felizes em tê-la aqui, Eve", Judith diz, piscando para
mim.

Eu gosto de Judith. Ela é legal e engraçada. Lembra-me uma


versão menor do Atticus.

O resto da família murmura algum tipo de acordo. Então, o


jantar fica um pouco barulhento quando todos começam a colocar
comida nos pratos e a passar pratos. Atticus faz meu prato e o
dele. Eu amo que ele sempre cuida de mim. Acabei de pegar meu
garfo quando Will fala.

"Reed, você disse?"

Ele está olhando para mim, mas acho que está falando com
Atticus.

"Sim." A voz de Atticus é cortada.

"Reed Jamison, para quem você vendeu sua terra extra?"

"Está brincando comigo?" Atticus resmunga. "Você não pode


deixar a merda de lado?"

"Linguagem", sua mãe bufa.

"Linguagem", Judith a imita baixinho. “Eles não se


importam totalmente com a linguagem. Observe."
"Quando você age de maneira obscura, eu tenho um dever
cívico..." Will começa.

"Ser curioso do caralho?" Atticus completa. “Sério,


cara. Afaste-se, porra.”

"Eu te disse", Judith diz com orgulho em sua voz.

"Atticus", adverte Abel, fazendo os cabelos dos meus braços


se arrepiarem.

“Por que nos convidar para entrarmos em uma


emboscada? Os olhares desagradáveis estão ficando velhos, mãe”,
Atticus morde, dando a Susan um olhar aguçado. "E Will, pela
primeira vez na sua vida, fique fora da minha."

As narinas de Will se alargam. “Quem ela é


realmente? Porque quando eu pesquisei esse cara Reed, ele tem
uma esposa e uma filha com cabelos loiros.” Ele aponta para
mim. "Não é ela."

“Ela é Eve. Ainda é alguém que eu estou cuidando”, Atticus


retruca, agarrando-se à sua mentira com mais força do que nunca.

“Quantos anos ela tem mesmo, cara?” Will exige. “Porque


estou cansado de todas as mentiras. Eu perguntei a Suma.”

"Pelo amor de Deus!" Atticus bate com o punho na


mesa. "Pare!"

Will se levanta, seu rosto ficando vermelho de raiva. Vic


tenta puxá-lo de volta para sua cadeira, enquanto o rosto de Evan
fica vermelho de vergonha. Judith sussurra que eles são animais e
fazem esse tipo de coisa muito.

"Suma disse que você estava sendo inapropriado com a


garota", Will assobia.

A mãe deles ofega. "Oh meu Deus."


"Oh merda", Judith sussurra.

"Pela décima vez, eu não estou dormindo com ela!" As


palavras de Atticus são praticamente gritadas para eles.

Cada sílaba sacode meus ossos e envenena meu sangue.

Suas mentiras parecem tão reais.

Graças a Deus eu sei a verdade.

Ele me ama.

"Todo mundo se acalme", diz Vic, finalmente conseguindo


empurrar Will de volta para o seu lugar. “Eve, querida, quantos
anos você tem? Somos todos uma família aqui. Você não vai se
meter em problemas e nem o Atticus. Estamos apenas tentando
entender tudo isso.”

Lanço olhares para Atticus. Não tenho certeza de que


resposta ele quer que eu lhes diga. Ele aperta a ponta do nariz,
derrotado. Will me prende com um olhar que me desafia a
mentir. Eu decido contar a verdade.

"Eu tenho…"

"Dezenove?"

Minha cabeça se vira para o pai de Atticus, que me observa


com interesse. Eu me contorço sob seu olhar.

"Sim."

"O que?" Atticus resmunga, voltando sua raiva para


mim. "Você está brincando comigo agora?"

Estremeço com o tom dele. Quando ele pega minha mão, eu


a puxo de volta. Judith gentilmente toca meu ombro e eu não
afasto sua mão.
"Você me disse que tinha dezesseis anos!" Traição brilha no
olhar de Atticus e eu odeio que de alguma forma coloquei isso lá.

Não o lembro que é porque ele praticamente colocou essas


palavras na minha boca. Eu pensei que era o que ele queria
ouvir. Então, percebi que dezoito era o número que ele queria. Era
tarde demais então. Ambos eram mentiras de qualquer maneira.

"Você deve estar emocionado", Will fala. "Agora você pode


fodê-la"

"Já chega!" Abel diz. "Vocês dois precisam encerrar esse


assunto."

Will e Atticus irradiam com fúria.

"Eu já verifiquei com o Atticus", diz Abel a Will. “Ele não está
tendo um relacionamento sexual com ela. E isso é bom. Muito
bom."

"Então isso é estranho", murmura Evan.

"Eu acho que é deliciosamente divertido", Judith discorda.

"Eve, querida, como são os nomes dos seus pais?" Abel me


estuda como se ele pudesse ver direto no meu cérebro.

"David e Rebekah."

Uma batida de silêncio.

Susan deixa cair o garfo e suspira. "Abel ..."

"Eu sabia", murmura Abel. "Puta merda."

Abel passa por Atticus para me entregar algo. Uma


fotografia. Assim que o vejo, reconheço. Meus pais tinham uma
igual. Era deles quando eram crianças. O da foto de que nunca
falaram ...

"David e Rebekah são meu irmão e irmã."


Atticus congela quando as palavras de Abel são absorvidas.
Estou muito ocupada olhando Abel com novos olhos. Ele tem o
sorriso da mãe. Os olhos são do papai. Enquanto meus pais eram
magros, Abel é cheio e musculoso. Mas todas as semelhanças
existem.

"Você está confuso", Atticus sussurra para Abel. "Realmente


confuso, pai."

"Eu vou ficar doente", Susan engasga antes de correr da


mesa.

Vic segue depois com Evan em seus calcanhares. Will


continua olhando furioso para mim. Judith começa a acariciar
meu cabelo de uma maneira suave e tranquilizadora que faz as
lágrimas se formarem. Isso me lembra Esther.

"Impossível", Atticus resmunga.

Abel balança a cabeça. "Vi seus pais quando eles tiveram


você", ele me diz. “Quase vinte anos atrás. Sua mãe estava com
problemas e eles a trouxeram para o hospital. Um amigo meu no
hospital me ligou.” Ele faz uma careta. “Você parece exatamente
como eu me lembro da minha irmã quando era jovem. Eles
pareciam tão diferentes, no entanto.”

Eles eram impuros.

Selvagens.

Desdentados.

Comparado a essas pessoas, posso ver que elas seriam muito


diferentes.

"Pare", pede Atticus.

"Você está..." Will esfrega a palma da mão sobre o


rosto. "Você está dizendo a tia e o tio que nunca conhecemos..."
"Estavam fodendo", Judith deixa escapar. "Fale sem rodeios,
Will."

"Isso é..." Will se cala.

"Incesto." A mão de Atticus treme.

Eu a pego e ele a puxa de volta como se eu fosse doente.

"As crianças eram produto do incesto", concorda Abel. “Mas


ainda são nossa família. Não sei como você acabou com Eve aqui,
mas estou feliz que tenha acontecido.” Ele vira os olhos para
mim. "Você tem algum irmão? Eles tinham uma garotinha a
reboque com eles na época, mas não vi nenhum outro com
eles. Como estão Davi e Rebeca?”

"Todos estão mortos", eu engasgo, meu lábio inferior


tremendo.

Atticus se levanta tão rapidamente que a cadeira cai para


trás e bate no azulejo com um estrondo alto. "Você sabe o que eles
fizeram com ela?" Sua fúria é dirigida ao pai. "Seus irmãos... seu
pai..."

"Espere", resmunga Will. "Fez o que? Quantos anos você


tinha?"

"Policial Bob, agora não é a hora", alerta Judith.

"Eles a estupraram, porra, repetidamente!" Atticus


grita. “Seu maldito irmão, meu tio, e seus filhos de cabeça de
merda! Eles mataram a irmã dela!”

Começo a chorar porque só consigo pensar no rosto pálido


de Esther enquanto o sangue e a vida eram drenados de seu corpo.

"Não", diz Abel, sua voz um sussurro sufocado. "Isso é... por
que... eu não posso..."

"Vou ligar para..." Will começa.


"Você chama isso e eu vou te matar, porra." Atticus aponta
um dedo para Will. "Você entendeu? Você não arrastará Eve
através de um circo da mídia sobre isso. ”

Fico tenso com a menção do meu nome.

Will se levanta também, sem recuar do irmão. "Bem. Mas


acho que está na hora de você parar de colocar seu pau na nossa
prima.”
Capítulo Vinte e Um
Atticus

Isso não está acontecendo.

Isso não está acontecendo, porra.

"Vamos." Eu caminho de volta para a sala de jantar e pego


Eve pelo pulso dela.

Papai e Will me acompanham, mas não estou vendo nada


disso. Eu preciso pensar. Preciso me afastar dessa casa. Longe da
bomba que papai acabou de jogar em mim.

"Cara, eu não gosto do jeito que você está lidando com ela",
Will grita atrás de mim. "Acalme-se."

Eu viro a meio passo, liberando Eve, para empurrar seu


peito. "Ela não é sua para se preocupar."

"E ela é sua?" Ele desafia.

Meu intestino torce.

Foi.

Ela era minha.

Mas agora?

Porra.

"Todo mundo simplesmente relaxa", ordena o pai. “Os


temperamentos estão quentes. Foi uma informação pesada que eu
despejei em todos vocês. Mas nós podemos..."
"Fazer o que, pai?" Desfazer o fato de eu estar fodendo minha
prima?

"Onde você vai?" Ele pergunta, seu tom derrotado.

"Vou voltar pra casa. Preciso pensar."

"Faça isso sem o seu pau", Will avisa.

"Will, sente-se na sala de jantar", papai late. "Agora!"

Eve recua e se encolhe atrás de mim. A proteção ruge dentro


de mim como um animal. Grita: minha, minha, minha.

Mas isso não é verdade.

Ela é da família.

Sangue.

Minha maldita prima.

Vergonha ferve meu sangue e bile sobe na minha


garganta. Estou com nojo. Flashes do que fizemos na caminhonete
a caminho daqui fazem meu estômago revirar violentamente.

"Conversaremos mais tarde", respondo para meu


pai. "Vamos."

Jogo o casaco para Eve e ela se apressa a colocá-lo. No


momento em que ela o faz, agarro seu pulso e a levo para fora de
casa. Ela tropeça na neve, mas se recupera antes de cair. Quando
chegamos a caminhonete, solto a mão dela e subo para dentro. Não
é até eu ligar a caminhonete que percebo que sempre a ajudei a
entrar no veículo.

Minha mente e meu coração estão em guerra.

Não seja um idiota, cara.


Aparentemente, sou um idiota, porque eu não me mexo. Não
é até a porta da caminhonete se abrir e o rosto zangado do meu pai
encontrar o meu que solto a respiração que estou segurando. Ele
ajuda sua pequena sobrinha na caminhonete.

“Se você não pode se acalmar com isso, talvez devam ter um
descanso um do outro. Eu posso enviar Judith” ...

"Feche a porta", digo friamente. "Agora."

Ele bate com força, fazendo Eve pular. Eu passo o olhar


sobre ela, meu estômago revirando. Ela parece bonita demais para
ser minha prima. Sua prima não deveria ter seu esperma ainda
vazando do corpo dela.

A calcinha de Eve provavelmente está encharcada.

Oh merda.

E se eu a engravidei?

Eu mal dirigi pela rua antes que a bile levantasse sua cabeça
feia. Paro e abro a porta a tempo de vomitar minhas malditas
entranhas.

Minha prima.

Eu comi minha prima.

Isso não é algo que desaparece depois de dois anos, como


quando eu pensava que ela tinha dezesseis anos e teríamos que
esconder a idade dela.

Isso é pior.

Não está certo.

O conjunto genético dela provavelmente está tão fodido e se


ficarmos juntos ...

Eu vomito novamente.
Uma mão toca meu ombro e eu a afasto. Não é culpa
dela. Ela não merece minha ira. Mas estou muito quebrado
agora. Seu toque em mim poderia tornar as coisas muito piores do
que já são.

Temos que chegar ao Reed.

Ele dirá as coisas certas. Fazer-me sentir melhor.

O que eu quero que ele diga?

No fundo dos meus ossos, sei o que quero. E, por incrível


que pareça, Reed me daria essa garantia que eu desejo. Mas isso
não está certo. Pelo menos com ele e Devon, não estavam
relacionados ao sangue. A merda deles estava fodida, mas não
assim.

Eve e eu somos primos.

Ela é um produto de incesto. Se ela ficar comigo, nossos


filhos...

Quem diabos sabe como seriam nossos filhos.

A vida é cruel como o inferno. Que tipo de carma de merda é


isso? Eu realmente fodi tanto com Cassandra que Deus fez tipo,
apenas espere...?

Tenho que levar Eve para Reed, porque preciso deixá-la com
eles.

É o melhor caminho.

Um término limpo.

Meu coração bate dentro da caixa torácica, irritado com esse


pensamento. É o único sensato, no entanto. O único que se
encaixa neste mundo em que vivemos. A alternativa é distorcida e
errada.

Eve e eu nunca podemos ser.


Não importa o quanto eu amo...

Afasto esse pensamento enquanto cuspo o último vômito e


bato na porta da minha caminhonete. O amor não importa porque
o karma falou.

Um grande urso e uma pequena raposa não pertencem um


ao outro.

Essa é apenas a verdade honesta para Deus de tudo.

A verdade dói.

No momento em que estaciono a caminhonete, Eve se lança


para fora. Bom. Ela pode arrumar suas coisas enquanto eu pego o
trailer. Eu me ocupo com minha tarefa, tentando
desesperadamente ignorar a tempestade de merda que acontece
dentro do meu coração.

Silêncio.

Eu silenciei Eve e, curiosamente, ela também não falou uma


palavra.

Passo a próxima meia hora prendendo o trailer na minha


caminhonete. Estou circulando o trailer quando percebo que a
porta não está trancada. Malditos ursos. Eu espio minha cabeça lá
dentro. Está escuro e todas as caixas empilhadas de suprimentos
parecem intactas. Conto minhas bênçãos - porque depois desse dia
preciso de uma vitória - e fecho o trailer. Depois de trancá-lo, volto
para dentro. Quando a vejo, isso me mata.

O cabelo dela está molhado.

Ela tomou banho uma última vez.

Essa revelação me atinge com força no coração.

Estou realmente a levando de volta?

Eu preciso de tempo para pensar.


"Coloque um chapéu para você não pegar um resfriado", eu
resmungo, passando por ela para olhar no meu quarto. Todas as
coisas dela sumiram. Com um suspiro pesado, pego uma mochila
e jogo minhas roupas e produtos de higiene. Não tenho certeza do
que acontecerá quando chegar lá, mas seria idiota não levar coisas
de que eu possa precisar. Depois de escovar os dentes para me
livrar do gosto de vômito, volto para a sala da frente.

Ela está na cozinha, os ombros caídos e a postura


derrotada. Meu corpo vibra fisicamente com a necessidade de ir até
ela - puxá-la para meus braços e acariciar seus cabelos agora
emaranhados. Despedir desse dia e começar de novo amanhã.

Seus olhos castanhos lacrimosos levantam para encontrar


os meus.

Eu olho para longe.

"Vamos." Pego mais algumas coisas e depois a conduzo e


Urso Cego pela porta.

Ela tem uma das mochilas amarradas ao maldito cachorro e


ele parece orgulhoso de estar carregando sua merda para ela. Pelo
menos alguém pode ser um maldito herói para Eve.

Eu pensei que era esse alguém.

Pensei errado.

Carregamos a caminhonete e em poucos minutos estamos


deixando nossa pequena fatia de casa. Eu gostaria de dizer que me
arrependo de cada segundo com ela, mas isso é uma grande
mentira. Esses momentos com ela serão aqueles que nunca
esquecerei. Eu simplesmente não posso dar a ela mais deles. Agora
não. Não depois do que sei.

Todos aqueles livros que dei a Devon sobre incesto...

Eu li todos eles.
Pesquisei a porra do incesto.

Meu eu superior pensava que estava ajudando. E se eles


realmente estivessem relacionados ao sangue, acho que deveriam
estar preocupados. No final, aquele idiota revelou depois que ele a
tinha adotado. Foi tudo por nada.

Embora agora eu tenha todo esse conhecimento girando em


meu cérebro.

Transtornos psicológicos. Mutações


genéticas. Anormalidades físicas.

Nós nunca poderíamos ser felizes. Nós nunca poderíamos


continuar como um casal normal, porque a nuvem de preocupação
sempre estaria lá. Nosso futuro seria ameaçado por causa do
mesmo sangue que corre em nossas veias. A última coisa que
quero fazer com Eve é trazer mais mágoa à sua vida. Se tivéssemos
um filho... se fosse deformado por causa do nosso flagrante
desrespeito aos fatos, eu não seria capaz de viver comigo
mesmo. Pelo menos agora, podemos fazer um término limpo e
seguir em frente. Ela pode continuar a ser a coisa selvagem que ela
é e vou tentar esquecer o fato de que estou loucamente apaixonado
por minha prima.

A viagem é longa. Horas e horas. Ela dorme de vez em


quando, mas por outro lado permanece quieta. Só quando
finalmente chegamos à cabana de Reed, que eu ajudei a construir,
contornada por uma cerca para manter os ursos afastados, que ela
finalmente fala.

"Atticus..." Sua voz é baixa, insegura.

Eu olho para ela. Minúscula e frágil, mas com os olhos


castanhos mais ferozes do mundo. Os mesmos olhos que meu
pai. Porra. Esfrego a palma da mão no rosto, frustrado.

"Eve."
“Nós devemos entrar. Está tarde." Seu lábio inferior treme e
as lágrimas brotam de seus lindos olhos.

O arrependimento bate em mim como um trem de carga, mas


eu avanço. "Eu... não vou."

"Sim." O fogo arde nos olhos dela, roubando pequenos


pedaços da minha alma no processo.

“Garota teimosa, eu não vou. Estou deixando você com


Reed. Eu preciso... preciso pensar.”

"Pense aqui."

Eu a encaro, desejando poder esticar a mão e afastar a


lágrima em sua bochecha. "Eu não posso." Minha voz falha. "Não é
sábio."

"Você é um homem estúpido, então está tudo bem."

Seus insultos não me cortam como ela pretende.

“Não está bem, Eve. Nós dois sabemos que não está certo.”

"Está certo", ela argumenta.

"Bab-er, Eve, eu não vou brigar com você sobre isso."

Ela pisca os cílios com força, enviando mais lágrimas pelas


bochechas. "Você prometeu."

"Isso foi antes."

"Nada mudou!" Ela grita e depois soluça.

"Tudo mudou!" Meu corpo treme de raiva com a nossa


situação. É injusto pra caralho, mas é a realidade com a qual
temos que lidar.

"Eu te amo", ela sussurra enquanto desafivela e rasteja na


minha direção. "Por favor."
Fecho os olhos quando as mãos dela encontram minhas
bochechas. “Não é natural. É errado."

Lábios quentes pressionam os meus. Não parece errado.

“Você é meu marido. Você não pode ir embora.” A dor em


suas palavras corta meu coração em dois. Ela pode manter a outra
metade do meu coração, porque estará quebrado depois disso.

Abro os olhos e seguro seu delicado maxilar, puxando-a


ligeiramente para longe. "Eu não sou seu marido."

"Sim!" Ela grita, batendo no meu peito. "Sim, você é!"

Rangendo os dentes, luto contra as lágrimas nos meus


próprios olhos. “Sou a porra do seu primo, Eve. Enfie isso em sua
cabeça já.”

Ela se solta do meu abraço e me beija com força. Eu odeio


que ela tenha gosto de doce fruta proibida pela qual estou
morrendo de fome. Eu odeio que ela seja um vício do qual morrerei
me libertando.

Agarro seus ombros e a afasto. "Pare."

"Não."

"Sim", eu grito.

"Você é meu marido", ela sussurra novamente, seu lábio


inferior tremendo.

Respirando fundo, balanço minha cabeça. “Tivemos um


casamento? Como Chandler e Monica? Eu não sou seu maldito
marido, assim como seu maldito pai também não. Somos apenas
fodidos doentes que têm uma queda pela doce e pequena Eve.”

Ela me dá um tapa. "Mentiroso!"

"É a verdade", eu assobio. “Você não tem um anel, não teve


um casamento, mas, caramba, com certeza temos o mesmo
sobrenome, Eve Knox. É uma merda louca, não é? Também
achei. A vida é uma merda e nos fodeu. Isso nos fodeu mal. Agora
estamos presos pegando as peças que sobraram. Temos que
descobrir como fazer nossas vidas funcionarem novamente. Sem
um ao outro. Você tem Reed e Devon. Eles cuidarão de você. Você
não tem mais medo das pessoas. Eles te amam. Deixe que eles te
amem, caramba.”

"Foda-se", ela soluça.

"Já fiz, querida, e foi um erro."

Eu me lanço da caminhonete para não fazer nada estúpido


como puxá-la em meus braços e prometer a ela que tudo ficará
bem. Não posso mentir para ela assim. Nada ficará bem
novamente. As lágrimas nas minhas próprias bochechas são
quentes e envergonhadas. Eu solto o trailer e destranco a traseira
para que Eve possa chegar a qualquer merda que ela
precisar. Quando estou pronto para ir, vou até o lado dela da
caminhonete e abro a porta.

Suas lágrimas se foram.

O ódio por mim brilha em seus olhos castanhos e violentos.

Ódio por mim.

O mais novo monstro do mundo de Eve Knox.

Um urso grande e ruim com palavras afiadas, feitas para


cortar a pequena raposa e fazê-la sangrar.

Eu sinto muito.

O pedido de desculpas é para nós dois. Não posso dizer isso


em voz alta. Dói demais.

"Diga a Reed... eu voltarei."


Ela engole, afastando minha mão oferecida e pula para fora
da caminhonete. Sua mochila parece pesada, mas ela a joga sobre
os ombros como se não pesasse nada. Não mais usando o vestido
de antes, ela parece mais com seu eu
normal. Feral. Brava. Desconfiada. Pronta para cortar
gargantas. Urso Cego a segue e os dois ficam ao lado do trailer
enquanto ela coloca a mochila na traseira dele. O cachorro geme
enquanto Eve olha para mim.

Quero ir com ela.

Quero beijar essa carranca bem no rosto dela.

É exatamente por isso que preciso dar o fora daqui.

“Fique com Reed. Você está segura com ele. Não tem urso
com ele. Entendido?"

Ela me ignora. Eu quase sorrio sabendo que ela aprendeu


isso também na televisão, mas mordo de volta.

"Adeus, Eve."

Ela vira as costas para mim, seu corpo tremendo de soluços,


e eu subo na caminhonete.

Vá embora.

Vá embora.

Meu coração dói, sangra, pede e pechincha e dá desculpas.

Coloco a caminhonete em marcha à ré, como se eu pudesse,


de alguma forma, retroceder a cada segundo proibido com Eve.

Meus olhos traidores encontram sua forma minúscula


enquanto ela aconchega seu cachorro na neve ao lado do trailer.

Eu olho para longe.


E então eu vou embora, deixando meu coração com ela.
Capítulo Vinte e Dois
Eve

Estou entorpecida.

Completamente entorpecida.

Doente, horrorizada, arrasada.

Ele saiu. Ele me deixou. Deixou-me aqui. Ele me deixou aqui


para morrer.

Urso Cego lamenta, aninhando seu rosto grande contra o


meu e lambendo minhas lágrimas. Eu falhei com o meu
cachorro. Ele é punido com essa existência junto comigo.

Nada de bacon.

Nada de macarrão e queijo.

Não há mais Friends.

Não há mais Atticus.

Caio na neve, a dor dentro de mim ameaça me rasgar em


duas. Está quieto hoje à noite enquanto a neve cai
silenciosamente. Eu deveria entrar no portão e chamar Reed ou
Devon. Eles me puxariam para sua casa quente, me alimentariam
de frutas e me prometeriam que eu estaria segura.

Eu considero isso.

Realmente.

Uma cama quente.


Comida.

As crianças para abraçar e brincar.

Creak.

No começo, acho que é o som das árvores, pois suportam o


peso da neve. Mas quando ouço de novo, Urso Cego rosna.

Eu deveria chamar e avisar Reed que sou eu. Apenas a


pequena Eva deitada na neve, sentindo como se fosse morrer de
coração partido. Nada para ver aqui.

Crunch. Crunch. Crunch. Crunch.

Os pelos dos meus braços se arrepiam. Isso não é Reed. Isso


é... outra coisa.

Creak.

"Calma garoto", diz uma voz rouca por trás do trailer. O


brilho de uma arma pode ser visto, fazendo meu coração parar no
peito.

"Urso Cego", eu sussurro, agarrando seu pelo. "Fique."

Um homem aparece à vista. Sujo. Cabelo comprido e


pegajoso. Com um sorriso desdentado para mim.

"O que você quer?" Eu exijo, levantando-me lentamente, me


sentindo injustamente sobrecarregada pela mochila.

"Vim buscar comida, garota", diz ele, mas depois pega sua
virilha. "Acho que vou sair com mais."

Vou estripá-lo se ele sequer pensar em me tocar.

“O grandalhão deixou você, hein? Não queria buceta


jovem. Eu não estou discriminando nenhuma buceta. Eu amo
buceta. Especialmente jovem buceta."
Os rosnados do Urso Cego ficam mais altos e acho que se eu
ainda não estivesse segurando ele, já teria tentado atacar. O
homem avança e eu olho a linha das árvores. Sei que há um
conjunto de escadas que Reed construiu que me levarão para o
lado do penhasco. É íngreme e não é ideal para escalar, mas se eu
puder fazê-lo, as árvores cobertas de neve que cobrem as escadas
devem fornecer cobertura.

"Por que você não vem aqui para o trailer e tira essas roupas
para que eu possa olhar para você?"

Não.

Não.

Não.

"Se você me mostrar seu pau, eu o cortarei e farei você


engoli-lo", aviso, deslizando minha mão no bolso do casaco para
segurar minha faca.

“Cadela mal-humorada. Estou ansioso para fazer você


gritar...”

Suas palavras são perdidas para mim enquanto eu corro em


direção às escadas. O Urso Cego, sintonizado comigo, corre
também. Um tiro dispara, lascando a casca de uma árvore
próxima. Eu não paro ou grito ou qualquer coisa.

Eu me concentro no meu objetivo.

As escadas.

As escadas.

As escadas.

Lembro-me de quando Reed as construiu. Eu assisti de


longe. Devon andava com um bebê nos braços e outro a caminho,
trazendo lanches e bebidas. Ele parou o trabalho pesado para dar
um beijo de adoração nos lábios dela e depois disse algo para fazê-
la rir. Eu fiquei hipnotizada por eles. O relacionamento deles era
diferente de tudo que eu já conhecia.

A solidão dolorida se instala no meu íntimo.

Eu sabia disso, eventualmente.

Com Atticus.

Ele me fez sorrir como Reed e Devon. Ele me amava - amava


meu corpo - como eu nunca soube que era possível. E então, no
momento em que descobriu quem eram meus pais, ele me
deixou. Como se eu fosse um membro doente que precisava ser
cortado.

Outro estrondo me faz gritar, mas estou nas escadas. Pego o


corrimão e tento com força não escorregar nos degraus. Urso Cego
se atrapalha na minha frente. Passos pesados batem atrás de
mim. Eu sou rápida e conheço essas escadas, no entanto. Eu corro
descendo, ansiosa para chegar ao final. Uma vez lá em baixo, posso
chegar à velha cabana de Reed e Devon. Talvez me esconda na
fenda.

Com cada respiração gelada que tomo, sinto cólicas na


barriga. Estou fora de forma, fiquei deitada na casa de Atticus há
tanto tempo. Nunca deveria ter baixado minha guarda. Eu
voluntariamente me permiti ficar fraca.

Correr.

Correr.

Correr.

Estou perto do final da escada e quando vejo o fundo nevado


pelo qual o Urso Cego já passou, pulo do último degrau. Saio
correndo em direção à velha cabana. A correnteza do rio está alta
nas proximidades. Não estou preocupada com lobos, leões da
montanha ou ursos. Não, o predador que me quer está perto e ele
está me caçando com sua arma. Nada é mais assustador do que
ele neste momento.

Enquanto corro, me pergunto como o homem chegou


aqui. Ele certamente veio do trailer. O que significa que é provável
que ele tenha viajado até aqui conosco. Ele foi o homem que
roubou nossos frutos? Meu coração dispara mais rápido do que
minhas pernas podem me levar através da neve pesada.

Depois do que parecem horas de corrida, percebo que não


estou mais sendo perseguida. Paro e ouço sons. Vento
assobiando. Rio correndo. Lobos uivando à distância. Sem
grunhidos ou tiros.

Reservo minha energia e caminho, conhecendo o caminho de


cor. Eu poderia fechar meus olhos e encontrar a pequena
cabana. Isso me faz entender como o Urso Cego usa seus outros
sentidos para sobreviver.

Meus dedos estão dormentes e estou exausta. Com


sede. Faminta. Eu não consigo parar, no entanto. Precisamos de
abrigo e segurança. Até que me libertei da natureza, não percebi
que não gostava daqui. Atticus me provocou com uma vida que eu
amava - uma que não exigia pensar constantemente em
sobrevivência - e fiquei viciada nela. Se eu nunca tivesse saído,
nunca saberia o que estava lá fora. Agora sei, no entanto. É uma
realidade devastadora que nunca mais assistirei à televisão, nem
tomarei sorvete, nem tomarei um banho quente. Não vou aprender
a ler ou fazer compras. Não vou à escola nem vou a mais jantares
no Muskies. Eu não vou fazer sexo.

O último pensamento me faz pensar em Atticus e dói


muito. Um soluço me sufoca, mas eu o engulo enquanto continuo
caminhando pela neve. Quando vejo uma estrutura, quase choro
de felicidade. Podemos parar por aqui e descansar a noite.
"Aqui, garoto", eu cantarolo para o meu cachorro. "Vamos
nos aquecer lá."

Consigo abrir o portão e deslizo a alavanca no lugar. Pelo


menos Reed tomou as precauções necessárias para protegê-
los. Guio meu cachorro para dentro da cabana e, em seguida, puxo
mais uma alavanca que manterá afastados os predadores - mesmo
os da espécie humana.

Urso Cego sacode a neve e cai de lado. Eu o alivio de sua


mochila primeiro. Então, começo a fazer fogo na lareira deles. Eles
mantêm esta cabana abastecida com itens, para o caso de Reed ser
mantido longe caçando ou algo assim. Assim que as chamas
tremeluzem, tiro a mochila e depois tiro minhas roupas frias e
molhadas. Pego a colcha da cama e enrolo nela. Urso Cego corre
para a lareira, seu rabo balançando para frente e para trás.

"Ainda não estamos em casa", digo a ele. "Amanhã vamos


chegar lá." Não tenho coragem de dizer a ele que não é tão legal
quanto a cabana de Reed e Devon. Ele aprenderá essa dura
verdade por conta própria.

O calor aquece o espaço rapidamente e estou agradecida. Eu


deveria comer algo da minha mochila ou beber água de uma das
garrafas que eu trouxe. Qualquer coisa, exceto sentar aqui e sentir
pena de mim mesma. Eu simplesmente não tenho energia ou força
de vontade.

Minhas lágrimas secaram. Elas queimam e picam. A dor no


meu peito parece que será uma parte permanente de mim. Vou ter
que aprender a me acostumar. Para me animar, penso em Phoebe
e Joey. Suas palhaçadas. A maneira irritante de Ross e Rachel de
nunca se reunir e ficar juntos. E, finalmente, penso em Chandler
e Monica. Esses dois não me animam. Eles partem meu coração
ainda mais.
Um grande bocejo faz minhas pálpebras caírem e
adormeço. Amanhã será um dia melhor. Vou me reagrupar e
descobrir o que fazer a seguir. Até lá, vou dormir para afastar a
dor.

Dois dias depois…

"Esse é um bom garoto", elogio quando o Urso Cego volta


com um esquilo morto na boca.

Antes do UC, confiava nas minhas armadilhas. Com ele, eu


só tenho que dizer para ele pegar e ele faz. É bom ter um cachorro
para caçar comigo. Eu o coço atrás das orelhas e depois uso minha
faca para cortar a cauda do esquilo. Vai dar a ele algo para brincar
até que eu possa cozinhar para nós.

Em casa.

Minha casa

Partimos da cabana de caça de Reed hoje cedo. Demorou


alguns dias para me recuperar da perda de Atticus e depois da
perseguição com o homem. Eu precisava da minha energia antes
de caminhar para minha casa.

O sol está brilhando no céu, me cegando com seu reflexo na


neve. Estou apertando os olhos e tropeçando levemente quando a
vejo. Um pequeno barraco na floresta.

Casa.

Calor não me inunda.

Só frio.
Por tanto tempo, era só eu com eles. Assustada e solitária
sem minha irmã. Eles distorceram seus próprios desejos e me
fizeram sentir como se eu tivesse que fazer o que eles diziam.

Nunca mais.

Atticus, embora dói pensar nele, me treinou de uma maneira


diferente. Mostrou-me coisas pequenas para me fazer feliz. Tratou-
me como se eu fosse algo que ele estimava e amava. Pela primeira
vez na minha vida, não estava continuamente com medo. Ele me
deu uma força que não sabia que precisava.

Ele se foi, mas ainda sou forte.

Isso zumbe nas minhas veias.

Uma brasa que pegou fogo e se tornou um inferno.

Raiva e determinação eliminam o desespero. É tudo o que


me resta.

"Estamos em casa", digo ao UC. "Vai ter que servir."

Ele late como se entendesse e concordasse. Enfio o esquilo


morto na mochila antes de caminhar até uma grande árvore ao
lado da cabana. É onde todos que eu amei estão enterrados. Não é
meu pai ou meus irmãos. Papai e Ezequiel foram mortos na cabana
de caça de Reed. Não tenho certeza do que ele fez com seus
corpos. Meus outros três irmãos ficaram no meu barraco depois
que Reed os matou. Um a um, eu os arrastei até o rio. Eu os queria
longe de mim. O rio fez o trabalho por mim.

Não, debaixo da árvore estão minha mãe e minha irmã


Esther.

E eles.

Ajoelhada na base da árvore, empurro a neve para longe de


seu lugar. Quando chego ao chão, encontro quatro pedras. Sob
cada pedra estão as pequenas coisas que de alguma forma amei,
mesmo que não fizessem sentido.

Eles não eram como os filhos que Devon gerou. Eu assisti o


nascimento de Rowdy - ajudei até - e não foi o mesmo. Ela gritou,
empurrou e trabalhou para tirar aquele bebê gigante do seu
ventre. Chutou, uivou e respirou vida. Devon deu à luz mais
dois. Crianças que começaram a chorar, rir, engatinhar e
conversar. Estes eram diferentes.

Sangrentos.

Minúsculos.

Incompletos.

Meu corpo parecia rejeitá-los, dolorosamente. Felizmente,


cada vez que alguém saía, eu ficava sozinha, agachava e puxava
para fora de mim. Não era como quando ela deu à luz. Nem mesmo
perto.

Os meus nunca fizeram sons.

Eles nunca choraram ou gritaram.

Nem uma vez eles se mexeram.

Mas chorei por todos os quatro. Cada vez. Eu beijei seus


crânios minúsculos que se pareciam com os de um esquilo bebê e
nomeei todos eles.

Love. Mercy. Faith. Goodness.

Cantei os hinos favoritos da minha mãe quando os enterrei.

Enterrei meus pequenos seres entre minha mãe e minha


irmã para que nunca ficassem sozinhos. Então eles nunca
sentiriam frio, fome ou tristeza.

Por alguns momentos, fico quieta enquanto penso


neles. Enquanto eu sonho com o que eles poderiam ter sido se
tivessem um pai forte como Atticus. Eles poderiam ter crescidos
para ficarem barulhentos e ocupados como Rowdy. Sempre
sorrindo como Ronan. Ou um garotinho exigente como Ryder. Se
Atticus fosse o pai deles, em vez de papai ou meus irmãos, eles
teriam sorrisos lindos. Risadas contagiantes. Corações generosos.

Começo a chorar, odiando sempre chorar quando penso


nele. Eu rapidamente limpo minhas lágrimas e me levanto. Urso
Cego inclina a cabeça para mim, seu rabo macio balançando.

"Vamos acender o fogo e preparar o jantar."

Ele late.
Capítulo Vinte e Três
Atticus

Dois meses depois…

Eu bufo na televisão, tentando apertar os olhos para que


Monica se torne uma pessoa em vez de duas embaçadas. Não
importa quantas vezes eu pisque ou esfregue meus olhos, ainda
não consigo entender sua forma.

E isso me irrita.

Com um rugido cheio de raiva, jogo minha garrafa quase


vazia de Jack Daniel na televisão. Isso faz um som alto antes de
ficar preto. Eu não sei dizer se a estraguei ou despedacei. Inferno,
não posso mais dizer nada.

Tudo está um borrão.

Nada faz sentido.

Agora que a televisão está silenciosa, sou bombardeado com


pensamentos que tento todos os dias ignorar. Pensamentos que
estupram minha mente, quer eu goste ou queira. Sempre lá. Me
fodendo dolorosamente. Contra minha vontade. Um maldito
abuso.

Dela.

Meus pensamentos sempre vão para ela.

Pequena raposa.
Prima.

Por trás de cada grunhido de frustração, há mágoa e


perda. Mas, mais importante, culpa.

O que eu fiz foi errado.

Acabei de deixá-la na casa de Reed. Joguei-a no colo dele


como se fosse seu problema. Eu nem fiquei para contar minha
história triste. Apenas despejei-a e corri.

No fundo, sei que ela ficará bem com eles. Reed e Devon
sempre cuidaram de Eve ao longo dos anos, levando seus pacotes
de cuidados e tentando se aproximar dela. Talvez, desta vez, ela até
fale mais do que algumas palavras para eles ou tente conhecê-los
melhor.

Ou, da maneira típica de Eva, ela pode apenas fugir.

É aí que a culpa realmente começa a me atormentar. E se


ela foi embora? E se ela estiver machucada? E se outro urso a
pegar? Eu fico acordado à noite, meu coração disparado no peito,
enquanto me preocupo se ela tem o suficiente para comer ou se
está quente ou se está com medo.

Tantas vezes, tomo uma decisão na minha cabeça. Apenas ir


até ela. Cheguei ao ponto de arrumar a caminhonete. E então
minha cabeça alcança meu coração. Isso me lembra que as coisas
não podem voltar ao jeito que eram. Ela é da família. Eu não posso
continuar transando com ela. Não está certo.

Toc. Toc. Toc.

Todos eles tentaram aparecer - Mãe, Will, Vic, Judith. Eu


nunca respondo. Não atendo o telefone. Tudo o que faço é fazer
corridas frequentes para a loja de bebidas e tentar me afogar em
Jack. Eu só quero que a dor dentro do meu peito diminua.

Isto. Nunca. Diminui.


A cada dia cresce cada vez mais assustadoramente.

Eu preciso dela.

Porra, como preciso dela.

Eu ouço o tilintar de chaves e reviro os olhos. Até agora,


ninguém tentou entrar, sabendo que eu precisava do espaço. Essa
pessoa não se importa.

"O lugar cheira a uma destilaria, filho."

A voz rouca de papai ecoa pela minha cabana. Eu nem me


incomodo em me virar para olhá-lo. Eu gerencio um grunhido e é
isso.

Ele fecha a porta atrás dele e então eu o ouço vasculhando


a cozinha. De repente, o cheiro de café permeia o ar. Isso me
lembra Eve. Ela adorava café. Deus, ela amou tudo. Quase todas
as coisas que eu lhe oferecia, ela ficava feliz e em reverência.

Papai acende a luz do teto da sala e começa a pegar os cacos


de vidro. Fecho os olhos, sem interesse em olhar para ele. Alguns
minutos depois, coloca uma caneca fumegante ao meu lado na
mesa de centro. Ele arrasta uma cadeira da cozinha para a sala e
se senta bem na minha frente. Bebendo de sua caneca, ele se
recosta na cadeira de madeira e me estuda.

"Você parece uma merda", ele finalmente diz.

"Sim, bem, você tem duas cabeças, então acho que estamos
quites."

Ele bufa. "Você está perdido."

"Então?" A raiva cresce dentro de mim como uma onda de


lava quente, borbulhante, violenta.

"Quer falar sobre isso?"


"Falar de quê?" Eu cuspo fora. "O fato de eu ter fodido minha
prima?"

Em vez de ficar chocado como eu esperava, ele encolhe os


ombros. "Certo. Vamos conversar a respeito disso."

Atiro-lhe um olhar desagradável. "Isso é engraçado pra


você?"

Sua testa se aprofunda. “O fato de meu filho ser quase


alcoólatra e sofrer depressão grave? Muito engraçado. Que tipo de
idiota você pensa que eu sou?”

Eu belisco a ponta do meu nariz e suspiro. “Eu não


sabia. Não sabia que ela era da família. Eu deveria saber,
certo? Ela tem seus olhos, pai.”

Papai se inclina para frente e coloca sua caneca ao lado da


minha e depois dá um tapinha no meu joelho. Pisco algumas vezes
e olho de soslaio, trazendo-o de volta ao foco. Seus olhos castanhos
estão cheios de preocupação.

"É a coincidência do século, claro, mas não havia como você


saber." Suas palavras são suaves, hesitantes. "Você não pode
deixar sua vida se transformar em merda por isso, Atticus."

Sem ela, eu não tenho vida.

Durante anos, eu me preocupei com essa garota. Seu bem-


estar está no fundo da minha mente há muito tempo. Então,
quando a trouxe aqui, tudo mudou. Ela deu vida ao meu mundo e
me deu algo que eu estava perdendo. Amor, companheirismo,
amizade. Ela preencheu buracos em mim que, no passado, apenas
certas pessoas podiam preencher. Eve me encheu até a borda com
ela. Todo dia era só ela.

Deus, eu estava tão feliz.


"Você sabe", diz ele, sua voz ficando melancólica. "Quando
era jovem e estava vendo sua mãe, sabíamos que era errado ela ser
menor de idade e eu mesmo mais velho." Ele faz uma pausa para
coçar a barba. “Nós não nos importamos. Nosso amor era tudo o
que importava.”

Pego meu café e tomo um gole. A queimadura é boa na


minha garganta. Isso me pune por afastá-la.

Ele continua. “Nós íamos fugir. Para que pudéssemos ficar


juntos. Eu não queria ir para a prisão e sua mãe não queria sair
do meu lado. Embora tenhamos sido cuidadosos, as pessoas
começaram a conectar os pontos em que estávamos juntos.” Ele
faz uma careta. “Sua mãe tinha apenas quinze anos quando
dormimos juntos. Eu tinha idade suficiente para ter problemas por
essa merda.”

Estremeço, não realmente por ouvir sobre sua vida


sexual. Mas o elemento tabu me mantém interessado.

“De qualquer forma, estávamos todos empacotados e


prontos, sua mãe grávida de Will, quando o pai dela nos puxou
para o lado. Ele me disse que não dava a mínima para que eu fosse
mais velho. Ele se importava com a felicidade dela. E se eu a fazia
feliz, então precisava permanecer em sua vida. Ele disse que não
poderia viver sem sua garotinha feliz, então isso significava que
havia algumas coisas que ele tinha que aceitar.”

"Isso é diferente e você sabe disso", resmungo, bebendo mais


café quente.

"É mesmo? Porque aos olhos da lei, ela ser menor de idade
era uma situação tão fodida quanto você dormindo com sua
prima.”

"Foi... foi mais do que apenas dormir com ela", resmungo,


odiando que meus olhos ardam com lágrimas não derramadas. “Eu
a amava. Porra, ainda amo. Não posso apagá-la da minha
mente. Não posso arrancar as garras dela do meu coração. Ela é
minha dona e eu não sei o que fazer sobre isso.”

Papai me dá um sorriso suave e aperta meu joelho. “Ela te


faz feliz. Agora, você está uma merda miserável.”

Eu bufo e viro-o.

“Eu amo você, filho, e está claro que você a ama. Se você
quer estar com Eve, então já tem a sua resposta. Assim como meus
irmãos se apaixonaram. Eles fugiram para ficar juntos. Ninguém
os perseguiu e ninguém os perseguirá. Mas como seu pai, eu não
posso sentar aqui e assistir você beber até a morte.”

"Você está me dando permissão para foder minha


prima?" Eu solto uma risada fria. "Certo. OK."

Ele cruza os braços sobre o peito e se inclina para


trás. “Estou lhe dizendo para fazer o que te faz feliz, garoto. Todos
esses anos em que você andou pela floresta? Isso te fez feliz. Não
cumprir as regras da cidade e da sociedade. Você adorava ir lá fora
e ser seu próprio homem. Não importa o quanto você tentasse, você
não se encaixava totalmente na vida cotidiana. Você morando
nesta cabana remota e ainda passando a maior parte de seus dias
na natureza é uma prova disso.”

"Eu... eu... eu a machuquei."

“Eu vi o fogo nos olhos daquela garota. É preciso muito para


derrubá-la.”

"Você não entende", engasgo. “Eu a abandonei. Ela


pensava... me chamava de marido. Que tipo de marido deixa a
esposa no meio da floresta? Eu falhei com ela.” Lágrimas escorrem
pelo meu rosto e eu as afasto rapidamente. Nunca na minha vida
adulta chorei na frente do meu pai, exceto quando trouxe Judith
para ele depois de uma longa e exaustiva busca.
"Eu falhei com sua mãe várias vezes", diz ele. "Pergunte a
ela. Quando namoramos e depois do casamento. Tantas vezes eu
fiz merdas estúpidas que a deixaram louca. Mas adivinhe? Ela é
minha esposa. E você sabe o que as esposas fazem?”

Encaro o idiota. Eu não sei, porra.

“Elas ficam com você através do grosso e do fino. Bom e


mau. Doença e saúde. O show inteiro. Tudo isso. As esposas são
malditos anjos.”

"Ela não é realmente minha esposa", resmungo. "Embora


tentei convencê-la."

"Então eu só vejo uma solução aqui e não é continuar se


embebedando até ter uma insuficiência hepática."

"Se eu for até ela... se estiver de bom grado com ela..."


Esfrego a palma da mão no meu rosto. "Estarei desobedecendo à
lei."

"Você estava fazendo isso de qualquer maneira quando


pensou que ela tinha dezesseis anos."

Deus, eu esqueço o quanto ele e Will são parecidos e a


capacidade estranha deles de juntar todas as peças do quebra-
cabeça com apenas um pedaço de informação.

"Ela é minha... é incesto, pai."

“Eve é um produto do incesto. Tente convencê-la de que está


errado.”

Solto uma risada sombria. “Eu não posso convencê-la de


merda. Ela é a mulher mais teimosa que conheço.”

Ele sorri. “Ninguém precisa saber, garoto. Com o pouco que


você vem à cidade, não será um problema. Eu já conversei com a
família sobre isso. Todos concordamos que esse é um negócio da
família Knox. De mais ninguém. E no final do dia, cuidamos de nós
mesmos. Você e Eve incluídos.”

Meu coração dá um baque doloroso no peito. “E se eu for e


ela me odiar? Faz dois meses, pai. E se ela estiver... Morta.” A dor
lança através de mim.

“Se ela te odiar, será apenas temporário. Confie em


mim. Você corteja a merda fora dela, rasteja como um filho da puta
e depois reivindica sua mulher.”

Cada batida do meu coração me lembra que estou vivo e


minha esposa está lá fora. Eu só preciso ir encontrá-la. Preciso
recuperá-la. Pela primeira vez desde que papai explicou quem ela
era, sinto esperança.

"E se ela não conseguir superar isso?"

"Ela vai."

"E se... Pai, e se ela estiver morta?"

Seus lábios se juntam enquanto ele me examina. "Você acha


que ela está?"

"Honestamente, não."

"E por que isso?"

“Porque ela é fogo selvagem com uma espinha de aço. Mortal


e feroz. Ela é uma sobrevivente e não desiste. Essa garota é teimosa
como o inferno, o que a serve bem lá fora.”

"E você, Atticus?"

Sento-me, meu sangue queimando quente com o desejo de


caçar, reivindicar e amar. "Eu sou o marido dela."

"Então comece a agir assim."


Capítulo Vinte e Quatro

Eve

Correr.

Correr.

Correr.

Apesar de todos os músculos protestando no meu corpo, eu


avanço com um objetivo em mente. Ficar longe dele. O homem que
tenho chamado de Horável na minha cabeça, nos persegue. Urso
Cego e eu caímos em uma rotina tranquila. Longe de
todos. Introspectivos. Vivendo todos os dias para sobreviver e nada
mais. Se eu estava caçando, vasculhando ou construindo alguma
coisa, não estava pensando nele.

Não Horável.

Atticus.

Em vez de me enfraquecer com a dor usual no peito, eu o


uso neste momento. Penso em sua natureza protetora e forte
presença. Eu puxo dele, sugando ar para os meus pulmões
doloridos, e então aproveito o jeito que sempre me sinto quando
estou perto dele. Segura. Cuidada. Amada. Isso alimenta meu fogo
interior e me dá o combustível que preciso para continuar
funcionando.

Horável deve ter roubado mais armas do trailer de Atticus


porque ele atira em mim com um rifle. As balas zumbem no ar,
mas UC e eu estamos muito à frente dele para nos alcançar. Se ele
não tivesse parado para incendiar minha cabana, já estaríamos
mortos. Mas porque ele estava preocupado em tentar queimar a
casa conosco, UC e eu fomos capazes de fugir.

Passei na cabana de caça de Reed há eras atrás, o que


significa que vou subir as escadas em breve. Só espero poder subir
as escadas sem levar um tiro.

Eu tenho que ir até Reed.

Ele saberá o que fazer.

É o que Atticus gostaria que eu fizesse.

Por mais que queira odiar Atticus, não posso. Eu não. Ele é
meu Atticus. Mesmo que não possa tê-lo. Ele sempre será
meu. Meu coração começa a doer quando penso em seu rosto
bonito, quase perco as escadas. O Urso Cego, já tendo se
familiarizado com todos os caminhos nos últimos dois meses, não
perde isso e se aproxima de mim. Eu manco atrás dele, fraca e
cansada.

Whizz. Whizz.

Duas balas atingem as escadas perto de mim, me fazendo


gritar de choque. Eu continuo subindo as escadas, tentando
desesperadamente fugir dele. Horável é implacável. Se ele alguma
vez não me pegasse desprevenida, eu mostraria a ele como é ser
perseguido e aterrorizado.

Começo a sentir uma dor no abdômen por respirar ar frio e


correr. Ignorando o latejar, eu corro os últimos passos. Acabo de
chegar ao patamar superior quando o fogo me atinge pelas costas.

"Ahhh!" Eu choro.

Não pare.

Continue.
Lágrimas vazam livremente dos meus olhos, mas eu
continuo correndo em direção ao portão. Quando se abre por
dentro e meu cachorro entra, eu quase soluço de alívio.

"Socorro! Reed!” Eu grito.

Reed - gigante e feroz com sua barba escura e olhos


enlouquecidos - aparece à vista, uma espingarda na mão. Ele
aponta para a minha cabeça. Eu me afasto do caminho e então ele
dispara.

Boom!!

Horável amaldiçoa atrás de mim, mas não acho que ele tenha
sido atingido. Independentemente disso, agora que ele tem Reed
atrás dele, é melhor ele correr.

Estrondo! Estrondo! Estrondo!

Reed continua passando por mim, saindo com sua


espingarda. Corro para o portão, direto para os braços de
Devon. Sua barriga de grávida pressiona contra mim. De repente,
meu medo de ser morta é superado pela preocupação de que ela se
machuque.

"V-você tem que entrar", digo a ela, meus dentes batendo de


uma mistura de medo e frio. Eu acabei de sair do barraco, meio
adormecida. Sem sapatos. Sem casaco. Nada.

"Oh meu Deus", ela choraminga. “Você está


congelando. Onde estão seus sapatos?"

Ela me guia em direção à cabana grande, agarrando-se a


mim para não cair. É então que percebo que meus pés estão
machucados e ensanguentados de paus e arbustos. Pode não
haver mais neve e estamos entrando na primavera, mas ainda está
muito frio, especialmente à noite.
Chegamos à varanda e depois dentro da cabana. Está quente
e cheira a canela e maçã - meu sabor favorito de aveia. O fato de
eu saber disso me faz sorrir um pouco. Aprendi muito com o
Atticus. Não o suficiente, mas muito.

"Ouvimos tiros", diz ela enquanto me ajuda a sentar no sofá


deles. “Quando Atticus deixou o trailer alguns meses atrás,
imaginamos que você estava curada e ele a deixou. Os tiros nos
fizeram pensar que talvez você estivesse com problemas. Reed voou
para fora daqui e parece que chegou a tempo.” Ela pega um
cobertor e o envolve em volta de mim. “Deixe-me fazer um chá e
jogar algumas toras no fogo. Tente se aquecer.”

Buddy, o cachorro velho deles, entra mancando na sala e


olha para o Urso Cego com interesse. Urso Cego abana o rabo e
depois cai no chão, exausto de nossa fuga por um triz. Buddy o
fareja, mas deve considerá-lo seguro, porque ele também cai no
chão. Nenhum cão se incomoda em dar um aviso ao outro.

"Reed vai ficar bem?"

Ela sorri e isso se estende por seu rosto. “Claro que vai. É
Reed. Ele é o predador. Todo o resto existe porque ele permite.”

Solto uma risadinha. O orgulho que ela tem por Reed me


lembra como eu era com Atticus. Ao meu riso, seus olhos se
arregalam.

"Eu acho que nunca ouvi você..." Ela faz uma careta. “Você
nunca falou muito, mas rir? Nunca."

Não sorri muito nos últimos dois meses.

"Acho que aprendi assistindo Friends."

"Friends , hein?" Ela bufa. "Quero ouvir mais dessa história


quando voltar."
Enquanto ela se ocupa, eu gentilmente puxo o cobertor e
olho por cima do ombro. Meu capuz está encharcado de
sangue. Aquele monstro atirou em mim. A raiva surge através de
mim, mas estou cansada demais para fazer qualquer coisa a
respeito.

A porta se abre e Reed entra, uma carranca no rosto. "Quem


era aquele cara?"

“Horável. Abreviação de Homem Miserável.” Eu dou de


ombros e depois estremeço. “Ele me persegue como se eu fosse o
jantar que ele precisa caçar. Estamos jogando este jogo há dois
meses.”

Reed inclina a cabeça, franzindo as sobrancelhas. "Você está


falando."

“Estou cansada e esse idiota me acordou queimando minha


casa. Então, ele atirou em mim. Tagarelar está me impedindo de
desmaiar.”

Ele sorri e balança a cabeça. "O quê ele fez pra você?"

"Atirou em mim."

"Não, ele não. Atticus.”

Lágrimas caem bem nos meus olhos e eu quebro seu


olhar. Ele me olha intensamente antes de entrar em outra sala. Ele
volta com um kit.

"Eu pensei que a única palavra que você sabia era fruta", diz
ele enquanto se senta na mesa em frente ao sofá. "Seus olhos
falavam muito, no entanto."

"Não falo com ninguém há dois meses, além do Urso Cego


ali."

Ele abre o kit e começa a vasculhar os suprimentos. “Ah? E


o Atticus?”
"O que tem ele?" Eu pergunto amargamente.

Sua sobrancelha se levanta com as minhas palavras


afiadas. “Ele deixou você aqui sem sequer dizer olá para
nós? Parece fora do personagem. Ele geralmente fica por semanas
quando vem nos visitar.”

"Ele estava com pressa de fugir."

"De que?"

"De mim."

Reed estreita os olhos. "Hmmm." Ele se inclina para a frente


para inspecionar meu ombro. “O filho da puta atirou em você. Tire
o capuz e deixe-me ver o estrago. Vire-se para que eu possa ver
suas costas.”

Começo a puxá-lo, mas a dor me impede. "Owwww."

Devon corre com uma xícara de chá na mão. Ela coloca na


mesa ao lado dos suprimentos e me dá um sorriso simpático. Ryder
começa a chorar do outro quarto. Ela sai correndo enquanto
deslizo meu braço cautelosamente pelo buraco no meu lado
machucado. Então, puxo o capuz, torcendo para revelar minhas
costas para Reed. Seus dedos estão frios quando ele os coloca
sobre minha pele.

“Essa bala precisa sair. Felizmente, não parece


profundo.” Ele começa a procurar no kit. "Isto vai doer. Talvez eu
deva pegar um pouco de uísque.”

"Eu posso aguentar", asseguro a ele. “Fui atacada por um


urso, lembra? Horável não é nada.”

"Ainda é a mesma Eva feroz", diz Reed com uma


risada. "Agora ela também é uma espertinha."

"Melhor ser uma espertinha do que uma idiota." Eu aprendi


isso na TV.
Ele ri alto e depois líquido frio encharca meu ombro
machucado, me fazendo gritar. "Desculpe", ele murmura, sua voz
divertida. “Agora fique parada. Eu vou desenterra-la.”

Devon retorna com seu bebê de cabelos escuros,


amamentando no peito. Ela usa uma carranca de
preocupação. Não posso deixar de encará-la enquanto ela embala
o bebê. Ele é grande, robusto, vivo. Meus olhos lacrimejam quando
penso em meus pequenos seres debaixo da árvore. Tão pequenos e
fracos.

Ela vem se sentar ao meu lado no sofá. Não consigo evitar


quando chego à frente para tocar sua cabeça felpuda. Macio como
um coelho bebê. Quero puxá-lo para mim e inalar o perfume de
seus cabelos.

Os olhos de Devon estão arregalados quando ela me olha


com curiosidade. Eu uivo quando a mão de Reed aperta meu
ombro para me segurar e começa a cavar com algum tipo de
ferramenta na ferida. Devon estende a mão para segurar minha
mão, simpatia em seu olhar. Soluço alto o suficiente para acordar
os outros dois filhos.

"Papai", Rowdy diz, segurando a mão de Ronan. "Por que


você está fazendo Eve chorar?"

"Ela tem uma bala nela", explica Reed. "Eu tenho que tirá-la
e dói."

Rowdy e Ronan se aproximam, os olhos brilhando de


curiosidade. Ronan se afasta do irmão para subir no sofá e se
sentar ao meu lado. Rowdy sobe no encosto do sofá e senta-se lá
como um pássaro, me olhando com a cabeça inclinada.

"Desculpe", diz Devon. "Eles são curiosos."

Eu quase desmaio de dor, mas Reed exclama que ele


conseguiu. Ele me encharca em líquido que pica e depois começa
a costurar a carne. Tentando ignorar a picada, eu me concentro em
Ronan. Ele me observa com os olhos arregalados e toca meu cabelo
com suas mãos minúsculas. Meu coração derrete.

"Aqui." Devon se inclina para frente para pegar a xícara e


depois a oferece para mim.

Tomo um gole do líquido quente, mas fraco, e suspiro. "Você


tem café?"

Reed ri novamente. “Sim, nós tomamos café, garota da


cidade. Você precisa descansar, no entanto. Eu prometo a você
uma xícara de manhã.”

Franzo o cenho e tomo mais chá. "Ele vai voltar."

"Atticus?"

Estremecendo com as palavras dele, balanço minha


cabeça. "Horável."

"Eu vou explodir sua cabeça, se ele tentar."

"Bom."

“Você vai nos contar o que aconteceu? Por que Atticus


deixou você e fugiu?” A voz de Reed é severa e imponente. Ele quer
respostas. Só não sei se posso expressá-las. Dói demais.

"Ele precisava", digo a ele, minha voz tremendo enquanto


abraço meu casaco com capuz para mim.

"Isso não soa como Atticus", Devon murmura. “Ele é


carinhoso e atencioso. Ele não abandona os amigos.”

Amigos.

Eu engasgo com um soluço.

"Ele, uh, não sou amiga dele."


Devon olha por mim para Reed e eu posso sentir a conversa
silenciosa entre eles. Estão tentando entender. Meu coração dói
muito. Em Friends, eles disseram um ao outro coisas que doíam e
isso ajudou. Devon e Reed são meus amigos, mesmo que eu não
seja muito boa em corresponder.

"Nós..." paro. "Eu o amava." Ainda faço.

Devon respira fundo. "Oh."

Reed fica em silêncio atrás de mim enquanto ele me enfaixa.

"Então aconteceu alguma coisa?" Devon encoraja.

Penso no meu programa favorito e explico toda minha mágoa


e perda de uma maneira que eles entendam ser gente da cidade
de verdade e tudo. "Nós terminamos."

"Eve..." A voz de Reed é letal, mas Devon o interrompe.

"Agora não", ela sussurra. “Então ele te deixou aqui


conosco? Por que você não veio até nós?”

“Horável deve ter pegado uma carona no trailer. Assim que


Atticus se foi, Horável estava lá. Tiro e perseguição. Eu corri e
corri. Estive no meu barraco até hoje à noite. Ele ateou fogo
nele.” Lágrimas caem dos meus olhos. Eu perdi tudo. Minhas
mochilas. Minhas compras de comida. Minhas roupas. Tudo o que
eu possuía estava naquele barraco.

Náuseas agitam meu estômago.

A derrota me infecta quando chego à conclusão de que a


perda é tudo que sempre saberei.

"Eu, uh, preciso usar o banheiro", grito quando me


levanto. A sala gira quando eu me viro. Reed agarra meu braço
para me impedir de cair.

"O que..." Ele puxa meu capuz para fora do meu aperto.
Devon engasga.

Rowdy ri e Ronan se levanta no sofá para tocar minha


barriga.

"Bebê", Ronan gorjeia em sua voz fofa de criança. "Bebê


como Mamãe."

Com um braço cobrindo meus seios, eu uso a outra mão


para alisar meu abdômen um pouco saliente. Lágrimas quentes
correm pelo meu rosto. Eu desejo, pequeno Ronan. Gostaria de
poder ter bebês como sua mamãe. Todas as manhãs tenho
pensamentos fortes. Penso em Atticus nas primeiras horas,
esperando dar energia ao meu pequeno ser. Se eu pensar em
enterrar o pequeno com os outros, isso me faz chorar e
chorar. Estou tão cansada de chorar. Eu quero mantê-lo. Quero
que cresça e viva como os filhos de Devon. É um pedaço de Atticus
que eu desejo segurar e amar.

A sala gira e braços fortes me impedem de cair.

Tudo fica alegremente preto.

Acordo na manhã seguinte e a cabana está silenciosa. Estou


usando roupas novas que devem pertencer a Devon. Não me
lembro de vesti-las. A noite passada foi um borrão de dor e
soluços. Enquanto o sol espreita pelas janelas, começo meu ritual
de todas as manhãs. Esfregando a palma da mão sobre a barriga,
falo com o meu ser.
“Seu pai é grande e forte. Lindo. Gentil e amável.” Lágrimas
escorrem pelas minhas bochechas. “Ele amaria você se
soubesse. Não tenho dúvidas sobre isso.” Solto um suspiro
irregular. “Ele não é como os outros. Os odiosos que me
machucaram antes. Como Horável.”

Ainda lá fora.

Ainda esperando.

"Ele não vai machucá-lo", asseguro meu ser. “Talvez... eu


não sei... talvez você possa lutar muito. Talvez você não precise ir
com os outros entre minha mãe e irmã. Talvez você possa ficar
comigo. Talvez um dia o vejamos novamente. Juntos."

A esperança é mortal.

Isso me infecta. Corre pelas minhas veias e se enterra na


medula dos meus ossos. Quando termina de me consumir de
dentro para fora, aquece minha carne e ameaça me devorar inteira.

“Posso ser uma raposinha, mas sou caçadora. Um dia você


também será caçador. Um dia eu vou caçar uma televisão para que
você possa saber sobre pizza, Friends e desenhos animados. Vou
aprender a ler e depois vou te ensinar também. Eu serei a melhor
mãe. Nunca vou deixar ninguém te machucar.”

Meu coração arde de convicção.

Enquanto Horável estiver lá fora - horrível como Ezequiel,


meu pai e meus outros irmãos - ele sempre será uma
ameaça. Preciso eliminar essa ameaça se meu pequeno ser tiver
alguma esperança de se tornar um bebê.

Ele vai.

Este ser é meio Atticus.

Forte. Forte. Tão forte.


Eu saio da cama e começo a calçar as botas que foram
deixadas para mim. Saio do quarto extra e me arrasto pelo
corredor. Não demora muito para encontrar um de seus pacotes e
jogar alguns suprimentos nele. O casaco de Devon está pendurado
na porta. Ela não se importará se eu emprestar isso. Na saída, eu
também pego a espingarda de Reed.

"Urso Cego, você vem?"

Ele geme, mas depois se levanta, sua cauda fofa balançando.

“Bom garoto. Vamos matar para nós um rato.”


Capítulos Vinte e Cinco

Atticus

É final da tarde e o sol aqueceu o dia de primavera a tal ponto


que provavelmente não vou precisar do meu casaco hoje. Fumaça
sobe da chaminé de Reed e Devon. Isso me faz pensar no que eles
estão cozinhando para o jantar. Meu estômago ronca porque,
quando saí hoje de manhã, não peguei nada para comer. Só enchi
minha caminhonete com suprimentos e voei de lá na minha pressa
para chegar até ela.

Ela ficará chateada.

Eu conheço Eve. Ela vai me dar uma careta zangada e fazer


beicinho. Mas tenho planos de cortejá-la. Trouxe manteiga de
amendoim, aveia e café. Ela vai me perdoar. Pelo menos espero.

Só estou estacionando a caminhonete quando o portão se


abre.

Eve.

Eve.

Eve.

Mas não é ela.

É meu amigo.

Eu desligo a caminhonete e saio. Ele tem o seu 45 na


mão. Por um segundo - com base no brilho feroz em seus olhos -
eu tenho medo que ele possa atirar em mim.
"Ei, cara", eu chamo, acenando.

Seus olhos estreitam e suas narinas se abrem. "Por quê você


está aqui?"

Sou pego de surpresa por suas palavras. "Para visitar."

"Quem?"

Desconforto escorre pela minha espinha. Parece uma


pergunta pesada e, considerando que é de um homem segurando
uma arma carregada, escolho minhas palavras com cuidado.

"Todos." Mas principalmente Eve.

Reed anda à frente e isso me lembra quando ele está


caçando. Seus ombros famosos estão levantados. A emoção da
caçada corre em suas veias enquanto a violência brilha em seus
olhos.

"Eve está aqui?"

Palavras erradas.

Ele me ataca, sua mão encontra minha garganta enquanto


me joga contra minha caminhonete. Eu sou tecnicamente maior
que Reed, mas esse homem é selvagem e incontrolável. Ele perdeu
o elemento dócil que a maioria das pessoas que vive na sociedade
tem anos atrás, provavelmente quando a família de Eve decidiu
estuprar sua esposa. Reed é um urso raivoso desde então,
protegendo o que é dele.

Mas Eve?

Ela não é dele.

Ela é minha.

"Que porra é essa?" Resmungo, encarando-o.

"Sim, que porra está certo, seu bastardo hipócrita."


A raiva surge dentro de mim e eu o empurro para
longe. Minha garganta lateja pelo aperto que ele
tem. Provavelmente me machucou. Idiota.

"Por que você está sendo um idiota?" Eu exijo, esfregando


meu pescoço, olhando a maneira como sua mão segurando a arma
treme.

"Eu? Você foi quem deixou Eve na minha porta como se ela
fosse um filhote indesejado”, ele acusa, seus olhos brilhando com
fúria. "Um verdadeiro movimento idiota, se me perguntar."

A culpa inunda dentro de mim, me picando em todos os


lugares ao mesmo tempo.

"Ela me odeia?" Eu pergunto, minhas palavras são um mero


sussurro quebrado.

Ele solta um bufo irônico. "De jeito nenhum. Pelo que posso
dizer, ela te ama.”

A esperança surge quente e brilhante no meu peito. "Eu


quero vê-la."

"Você não pode."

"Que porra eu não posso!"

Ele se aproxima novamente, mas não me toca. Apenas fica


bem na minha cara. “Todos esses anos você me deu uma merda
sobre Devon. E aqui você estava fodendo uma garota de dezesseis
anos. Isso se chama ser hipócrita, cara.”

"Ela..."

“E ela não é uma criança qualquer, Knox, ela é Eve. Doce,


assustada, pequena Eva. Eu nem quero saber como você a fez
dormir com você. Mas Deus me ajude se você a forçou ou
manipulou...”
"Foda-se!" Eu rujo, empurrando-o com força. “Posso ser um
hipócrita, mas não sou um monstro. Eu a amo, caramba. Eu não
a machucaria.”

Ele enfia a arma na parte de trás da calça jeans - graças a


Deus - e cruza os braços sobre o peito enorme. "Quando a buceta
ficou velha, você deixou cair essa merda no meu gramado da
frente?"

"Fale sobre ela desse jeito novamente e então Deus me ajude,


Reed, vou fazer você se arrepender dessa merda", eu ameaço,
dando um passo em sua direção.

"Você ainda não pode falar com ela."

Bastardo do caralho. "Eu preciso fazer as coisas certas."

"Boo hoo, Atticus."

Eu vou dar um soco nesse cara se ele não parar com essa
merda e me deixar ver minha mulher.

"Ela se foi", diz ele.

"Ela se foi? Foi ao seu barraco? Onde diabos ela foi?”

"Acho que ela foi atrás dele."

Eu fico lá, olhando para ele confuso. "O cachorro dela?"

"Foda-se não", ele retruca. “Não é o cachorro


dela. Ele. Horável. O filho da puta que gosta muito de tentar matá-
la.”

Horável?

O que diabos ele está falando?

"Cara, você não está fazendo nenhum sentido..."

“Ela nos contou sobre a fruta. O cara que quebrou a janela.”


Meu sangue esfria com as palavras dele.

"Aparentemente, o desgraçado desdentado pegou carona no


seu trailer."

Não.

Foda-se não.

“Expulsou-a da minha propriedade. Ela tem evitado o


bastardo desde então. Isso foi até a noite passada, quando ele
incendiou o barraco dela.”

Caio de joelhos, o medo dela morrer me consumindo a um


ponto que não consigo respirar. Eu aperto no meu peito, lágrimas
queimando trilhas pelas minhas bochechas.

"Ela escapou", diz ele friamente. "Mas ele atirou nela."

Eu levanto minha cabeça e resmungo: "Ele o quê?"

"Atirou. Nela." Ele olha para as árvores. “Tirei a bala eu


mesmo. Esta manhã, ela se foi. Tirou uma merda nossa, incluindo
uma espingarda, então eu sei que ela tem planos de ir atrás
dele. Estive arrumando algumas merdas esta tarde. Vou precisar
ir lá e ajudá-la.”

"Não." Esfrego a palma da mão no rosto. “Você precisa ficar


com Devon e as crianças. Eu irei. Eu a encontrarei.

Ele zomba de mim. “Não posso confiar em você com ela,


Knox. Você já a abandonou quando ela mais precisou de você.”

"Eu estava confuso e estressado", grito com ele. "Você não


entende nada disso."

"Entendo que você a deixou porque ela está grávida", ele diz
ao mesmo tempo em que eu digo: "Ela é minha prima."

"Prima?" Ele pergunta confuso.


Eu pisco, tentando processar suas palavras. "Grávida?" Eu
me levanto. "Minha esposa está grávida?"

A raiva de Reed se transforma em uma expressão mais


suave. "Sua esposa? Ela não me contou nada disso. Você se casou
com sua prima? Vocês? Atticus Hipócrita Knox?”

"Foda-se", eu mordo. "Ela é minha. É tudo o que você precisa


saber.”

Grávida.

Grávida.

Minha doce e feroz Eve está grávida.

E se algo estiver errado com o bebê? Ela é minha prima,


porra!

Mas o bebê é meu. Errado ou não. Nosso. Inocente e criado


a partir do amor. Eu golpeio as lágrimas e me levanto. Eu irei até
ela. Vou encontrá-la e arrastá-la de volta para casa comigo, nem
que seja a última coisa que faço.

O pensamento dela lá fora sozinha, enfrentando um


bastardo que quer matá-la, é quase demais para
suportar. Proteção selvagem surge através de mim quando eu
começo a me esforçar para pegar minha mochila fora da
caminhonete. Eu tenho uma barraca para emergências que uso na
caça, então a localizo e amarro na minha bolsa. Estou pegando
armas debaixo do banco de trás quando Reed chama meu nome.

"O que você está fazendo?"

"Estou indo para ela."

“Diga-me o que aconteceu. Antes de você ir."

Enfio minha Glock na frente do meu jeans e, em seguida,


agarro meu machado para enfiar num laço na minha
mochila. Depois de fechar a porta, viro-me para ele e jogo as
chaves.

“Eu a levei de volta. Cuidei dela até sua saúde voltar. Me


apaixonei. A Eve sempre me disse que eu era o marido dela. Eu
nunca discuti isso porque secretamente gostei dessa merda. Mas
estava todo fodido com a idade dela porque pensei que ela era uma
criança. E ela pensou que eu queria ouvir que ela tinha dezesseis
anos, porque essa era a idade em que eu a identificava e
continuava falando sobre isso. Ela não entende leis e idade, mas
tem dezenove anos, cara. Descobri isso durante o jantar com
minha família quando ela mencionou casualmente sua idade
real. Depois que fiquei obcecado por semanas. Este foi o mesmo
jantar que meu pai decidiu me dizer que é sobrinha dele. Minha
prima. Um verdadeiro clichê. Eu não pensei... estava errado...” eu
paro e dou a ele um olhar desamparado. “Eu falhei com ela. Falhei
com a minha doce e pequena Eve. Disse a ela que não poderíamos
ficar juntos porque é um incesto. Trouxe ela aqui para você, porque
se eu a mantivesse, ignoraria as leis da terra e nunca a deixaria ir.”

Ele me estuda por um longo momento. "O que mudou?"

"Nada. Eu estava infeliz sem ela. No segundo em que meu


pai me disse quem ela era, eu fiquei infeliz. Porque não poderia tê-
la. Não há vida em que ela não exista dentro dela que valha a pena
ser vivida.” Esfrego o rosto com a palma da mão. “E agora ela está
grávida. Minha prima que por acaso é minha esposa aos nossos
olhos está grávida. Eu preciso chegar até ela para que possamos
ser uma família. Nós nunca deveríamos ter nos separado. Tudo
está bagunçado, fodido e horrível sem ela.”

"O que você vai fazer quando a encontrar?"

"Eu vou mantê-la."

Ele sorri para mim, a raiva de antes se esvaindo. “Devon já


está com o jantar pronto. Pelo menos saia com o estômago
cheio. Quando você a encontrar, traga-a de volta antes de levá-la
de volta à sua caverna. As crianças vão querer se despedir.”

Examino a floresta atrás dele.

A chamada do selvagem canta para mim, me chama.

Implora para que eu me espreite e encontre paz lá.

Eve é a minha paz.

Ela é minha selvagem.

Sempre soube que pertencia ao mundo lá fora. Só não sabia


que era porque eu sempre a procurava. Mesmo antes de a
conhecer. Antes dela nascer. Apenas um sentimento. Uma
sensação. Uma necessidade. E agora que fui exposto à natureza,
sou escravo dela. A ela. Meu coração está algemado ao dela.

Eu nunca serei livre.

Eu nunca quero ser livre.

Quero ser acorrentado ao seu coração selvagem até o fim


desta vida.

"Knox..."

“Diga a Devon para fazer algo para a estrada. Vou partir em


cinco minutos.”

Ele sorri. "Vá buscar a nossa garota."

Quando ele volta para dentro do portão, pego mais alguns


suprimentos da carroceria da caminhonete. Quando ando até o
portão, ele volta, com uma garrafa térmica na mão.

“Ensopado de urso ruim. A especialidade de Devon.”

Pego o ensopado e, com um aceno, começo minha jornada


para encontrá-la.
Minha.

Ela é minha e eu a trarei de volta.

Não me importo se tiver que procurar em cada maldito


centímetro do Alasca.

Vou caçá-la e reivindicá-la novamente.

Desta vez para sempre.


Capítulo Vinte e Seis
Eve

Quatro meses depois ...

Eu farejo o ar. Um odor persistente de corpo. Uma pitada de


fogo. Agora que estamos no verão, seu fedor é mais fácil de
encontrar. Além disso, ele está ficando imprudente. Depois de
quase levar um tiro no rabo no mês passado, ele gastou o resto de
sua munição, descarregando nas árvores para mim. Eu tive que
me esconder, o que lhe deu tempo suficiente para escapar, mas
voltei a seguir sua trilha. Perseguindo silenciosamente.

O Urso Cego é um bom cão e sabe quando ficar


quieto. Quando eu paro, ele para. Juntos, ouvimos sons. Às vezes,
ele os ouve melhor e vai na direção que precisamos seguir. Outras
vezes, confiamos na minha visão. Horável deixa uma trilha atrás
de onde quer que vá. O fogo permanece. Ossos sangrentos de sua
última caçada. Embora não tenha havido muito disso
ultimamente.

Sorrio, sabendo que ele não tem como matar os animais e


não pode voltar para verificar suas armadilhas. Não conosco em
sua trilha. Caçando-o.

Ajoelhada ao lado de uma fogueira recente, passo a mão


sobre ela. Ligeiramente quente. Ele não está tão à nossa frente. A
pilha de ossos descartada no fogo é pequena. Talvez um rato ou
um coelhinho ou esquilo. Não é suficiente para mantê-lo
alimentado e forte.
Fico ouvindo mais sons, mas não ouço nada.

Eu sinto tudo.

Um rolar e depois um arrepio de excitação.

O ser é mais do que um ser. É um bebê. Um forte. Um que


chuta e rola com frequência. Orgulho surge através de mim. Eu
sabia que seria um sobrevivente. Com Atticus sendo seu pai, como
não poderia ser?

Esfrego minha barriga. “Está tudo bem, selvagem. Nós o


encontraremos. Vamos nos livrar dele e depois visitaremos as
crianças novamente. Eu acho que você vai gostar deles.”

O bebê rola de novo.

Estou sorrindo para a minha barriga quando ouço.

Trituração.

Rosnados do Urso Cego. Eu tranquilamente o silencio. Não


faz sentido entregar nossa localização se pudermos evitar. Ele
permanece ao meu lado, com a cabeça inclinada enquanto escuta.

Algo pesado espirra no rio. Antes que eu possa detê-lo, Urso


Cego sai em direção ao som. Estou olhando para ele quando os
cabelos do meu braço se arrepiam. Eu giro bem a tempo de ver
Horável correndo para mim.

Boom!

Horável deve ter sido atingido porque ele uiva, mas não
para. Ele tem um remo gigante na mão. Eu aponto para ele
novamente, mas ele me bate na cabeça com o remo, me derrubando
no chão.

Ele agarra um punhado do meu cabelo, seu cheiro podre


fazendo meu estômago revirar violentamente, e me puxa de
joelhos. Disparo outro tiro que erro completamente antes que ele
consiga tirar a espingarda das minhas mãos. O Urso Cego corre
para a frente. Ele me libera para mirar no meu cachorro.

Não!

Eu chuto Horável em sua barriga, fazendo-o cair para trás. A


arma dispara novamente, mas pelo menos está apontando para
cima, e não para o UC.

"Corra, UC!" Eu choro. "Corra!"

Minha voz ecoa entre as árvores. Urso Cego deve entender


porque ele sai para a floresta. Estou lutando para me afastar de
Horável quando ele aponta a espingarda bem no meu abdômen. O
mal brilha em seus olhos e ele sorri para mim, com um sorriso
nojento e desdentado.

"Alguém bateu na sua bunda magra", diz ele. "Deveria ter


sido eu."

"Foda-se!" Eu grito, chutando-o novamente.

“Você vai, cadela. Você, porra. Fique de joelhos, a menos que


você queira que eu dispare o resto das balas desta arma em sua
barriga.”

A raiva pulsa através de mim quente e volátil. Pense Eve. O


que Atticus faria? Seja forte por você, selvagem. Pense. Se eu
protestar, não tenho dúvida de que Horável vai atirar em
mim. Atirar em mim tem sido sua atividade favorita desde que eu
o conheci. Preciso parar até que eu possa pegar minha faca.

"Ok", murmuro. "Só não atire."

Ele grunhe, olhando para mim. "Tire essa mochila."

Afasto-me da mochila e largo ao meu lado. A faca que tenho


está enfiada em uma das alças laterais. Eu a agarro quando ele
não está olhando...
Minha mochila vai velejar quando ele a chuta para longe.

"De mãos e joelhos."

Eu me viro e vasculho o chão em busca de algo para usar


como arma. Ao alcance está uma pedra. Não sei se posso pegá-la,
mas se eu puder, vai doer se eu acertar nele. Lentamente, passo
para frente. O cano da arma pressiona a parte de trás da minha
cabeça enquanto ele agarra o topo da minha calça jeans. Desde
que minha barriga está grande, não posso apertá-la. Ele é
facilmente capaz de puxá-la pelas minhas coxas.

Mantenha-se forte.

Mantenha-se forte.

Quando o ouço mexer com suas próprias roupas, sou


empurrada para o passado. Por alguma razão, penso em
Nathaniel. Ao mesmo tempo, eu gostava de brincar com ele quando
éramos pequenos. Ele sempre foi legal comigo.

Até que Ezequiel e Papai fossem mortos.

Ele voltou naquela noite diferente.

Transformado em um predador.

Noite após noite, Nathaniel se transformou do meu irmão


naquele monstro não melhor que Ezequiel ou os outros.

Um pau esfrega contra a minha bunda e depois ele


cospe. Sou arrastada pelas coisas horríveis que meu irmão fez e
trazida de volta ao agora.

Proteja o meu selvagem.

Não é mais um ser.

Meu bebê forte.


Eu avanço, alcançando a rocha. O cano da espingarda cava
no meu crânio.

“Não pense nisso, puta. Seu buraco ainda estará quente e


úmido, mesmo com sua cabeça faltando.”

Ele faz um som doentio e eu estremeço, imaginando o que


ele está fazendo. Começo a alcançar a rocha novamente, mas seu
peso me esmaga no chão. Eu mal consigo manter meu corpo de
apertar meu bebê pelos cotovelos. O calor inunda minhas costas e
então ele cai ao meu lado. Tudo o que preciso é de um momento
sem uma espingarda apontada para minha cabeça. Eu ando para
frente e pego a pedra pesada. Eu me viro para bater nele, mas ele
não está me perseguindo. Está simplesmente me olhando com os
olhos bem abertos.

E um machado saindo do seu crânio.

Minha mão treme e eu quase deixo cair a pedra. Aperto com


mais força enquanto giro minha cabeça para a direita. Outro está
lá. Grande, alto, selvagem.

Como um grande urso.

Uma barba crescida e olhos enlouquecidos e violentos.

Um cão feliz e cego ao seu lado.

"Aí está você, esposa."

Eu caio, largando a pedra quando um soluço estremecido


enche meu corpo. Ele se ajoelha na minha frente e sua mão grande
acaricia suavemente minha barriga grande.

"Nosso bebê", ele sussurra, seus olhos verdes brilhando com


orgulho e proteção feroz.

"Sim."
Ele sorri e, neste momento, percebo que é realmente
ele. Atticus. Meu marido. O homem que veio atrás de mim. Como
se eu não pesasse nada, ele me levanta e depois puxa minha calça
pelas minhas coxas.

"Ele..."

"Não."

"Bom, porque eu queria saber como mataria um homem que


já está morto."

Solto uma risada boba. Não sorrio há meses. Isso é


bom. Senti falta.

"Sua calça não fecha", diz ele, franzindo a testa.

"Seu bebê é grande."

Nossos olhos se encontram e seu sorriso é


amplo. Orgulhoso. Feliz.

Solto um grito quando ele me pega nos braços. Envolvo meus


braços em seu pescoço e acaricio meu rosto contra sua barba. Está
maior do que eu já vi.

"Deixei você ir por dois meses", diz ele, com a voz dolorida
enquanto caminha. “Então, eu te cacei por mais quatro. Não posso
passar outro dia sem você, querida.”

A emoção me vence e eu soluço contra seu pescoço. Senti


tanto a falta dele. Cada momento de cada dia, eu pensava nele. Em
nós. Em nosso bebê.

"Estou tão cansada", admito. "Você tem alguma fruta?"

“Aqui está minha garota. E não se preocupe. Vou cuidar de


você agora. Você está segura. Você é minha. Nunca terá que ter
medo, fome ou tristeza de novo.”

Parece um sonho tornado realidade.


Andamos por um longo tempo até estarmos longe do corpo
morto de Horável. Estamos em uma clareira com vista para o rio
com um caminho que leva até a água.

“Podemos acampar aqui por alguns dias. Eventualmente,


voltaremos para Reed e Devon. Você está longe de casa,
raposinha.”

Meu coração esquenta quando ele me coloca em pé. Observo


quando ele começa a montar um acampamento com
eficiência. Durante meses, vivi sob qualquer abrigo que eu pudesse
encontrar. Foi a sobrevivência mais animalesca que eu fiz em
anos. Nenhum lar. Ninguém além do meu cachorro. Meus
suprimentos da mochila acabaram há muito tempo. Tudo o que
consumi foi algo que encontrei ou cacei. Eu sabia que,
eventualmente, precisaria fazer um lar para mim e para o meu
selvagem, mas não conseguia descansar até que Horável se fosse.

E ele se foi.

Morto.

Graças ao Atticus.

Falando no meu grande urso, assisto com um olhar voraz


enquanto ele tira a camisa para começar a erguer sua
barraca. Suas ardilosas tatuagens, que já conhecia, brilham à luz
do sol. O Urso Cego está feliz como nunca agora que nosso
grandalhão está conosco. Seu rabo balança alegremente e eu juro
que parece que ele está sorrindo.

"Fruta?" Lembro Atticus, meu estômago roncando


ferozmente.

Ele olha por cima do ombro, um brilho feroz nos olhos. “Eu
tenho frutas. Mas posso fazer algo melhor.”

Inclino minha cabeça para o lado. "Não me mantenha em


suspense", provoco.
Ele ri e ecoa nas árvores, enchendo minha alma de
alegria. "Deus, senti falta dessa boca."

Abandonando sua barraca parcialmente construída, ele


vasculha sua mochila. Quando ele puxa uma jarra, eu grito, minha
mão no meu peito.

"Não."

"Oh sim Baby."

Seus olhos, cheios de amor e ternura, brilham à luz do sol


quando ele se aproxima. Ele abre a tampa e o perfume celestial de
manteiga de amendoim enche minhas narinas. Um gemido
borbulha na minha garganta.

"Eu te amo", choramingo.

"Eu também te amo."

Ele beija minha testa enquanto mergulho dois dedos no pote


intocado. Chupo a deliciosa manteiga de amendoim dos meus
dedos e gemo de prazer. Ele pisca para mim antes de voltar para a
barraca. Felizmente retiro a manteiga de amendoim enquanto
devoro visualmente a forma muscular de Atticus.

Ele é lindo.

E aqui comigo.

Meu.

Com facilidade praticada, ele constrói um lar temporário


para nós. Uma fogueira. Uma tenda. Ele me diz que logo estará de
volta e, depois de trinta minutos, ele volta com minha mochila e
seu maldito machado. Desde então, sento-me e fecho o frasco para
guardá-lo para mais tarde.

“Você quer tomar banho no rio? Parece que você não toma
banho há meses, Eve.”
"E você não se barbeia há um tempo." Arqueio uma
sobrancelha para ele.

Ele sorri. “Trouxe um presente para você.” Observo


enquanto ele vasculha sua mochila que está cheia de coisas
maravilhosas e pega dois itens que eu sentia falta
desesperadamente.

Lágrimas grandes e pesadas caem dos meus olhos e rolam


pelo meu rosto. Escolho esse momento para deixar tudo afundar.
Não estou mais sozinha. Nós podemos ser uma família.

Atticus se ajoelha na minha frente e depois me puxa para


ele. Eu permaneço presa em seu abraço pelo que parece uma
eternidade gloriosa. Ele acaricia meus cabelos e murmura
promessas que sinto profundamente em meus ossos, até que
minhas lágrimas secam. Estou pronta para usar os presentes
dele. Eu quero escovar os dentes.

"Vamos", digo a ele enquanto pego a escova de dentes e a


pasta de dente. “Eu quero me limpar e só quero que você me
abrace. Estou tão cansada."

“Eu sei, Eve. Eu sei.”


Capítulos Vinte e Sete
Atticus

Eu a tenho.

Finalmente a tenho.

Meu peito não está mais doendo, mas queima. Estou cheio
dela. Todo buraco vazio dentro de mim, transborda com a doce
Eve. Minha mulher. Minha esposa.

Durante quatro meses, procurei por ela. Quilômetros e


quilômetros e quilômetros que eu cobri. De vez em quando,
encontrava evidências de que ela estava perto. As merdas de seu
cachorro fedido eram fáceis de seguir. Mas eu sempre estava muito
atrasado. Ou perdia a trilha e passava horas circulando pelas
mesmas áreas. A cada noite passada sem ela, uma pequena parte
de mim era apagada. O lado humano de mim estava desistindo
para que o animal pudesse assumir o controle. Eu precisava
encontrá-la.

Provavelmente estava a um quilômetro de distância quando


ouvi os tiros. Nunca corri tão rápido em toda a minha vida. E
então, como se ele soubesse que eu estava vindo, UC apareceu do
nada latindo.

Quando cheguei até eles, eu rachei.

Vi vermelho.

Sangue vermelho.

O sangue dele.
Eu queria isso. Queria o sangue dele por ter ousado olhar
para a minha Eve.

Com um arremesso bem direcionado, lancei esse


machado. Observei com alegria quando abriu seu crânio. E então,
eu tive minha garota de volta.

Todos os meus pensamentos se dissipam no momento em


que Eve joga sua camisa nas margens do rio. O UC já pulou no rio
e está pulando alegremente. Meus olhos se fixam na cicatriz nas
costas dela. Onde aquele filho da puta atirou nela. Estou vendo
tudo vermelho de novo quando ela se vira.

Seios mais cheios do que eu me lembro. Cicatrizes rosadas e


manchadas do ataque do urso meses e meses atrás. E uma barriga
inchada, cheia do meu filho. Enquanto ela empurra o jeans para
baixo e fica completamente nua, um alfa precisa reivindicar que
ela me possui. Eu rapidamente arranco minhas roupas e ando até
ela. Minha raposinha não corre. Em vez disso, ela continua
esperando.

"Minha", resmungo, minhas mãos indo para sua bunda


carnuda.

Ela serpenteia os braços no meu peito e os prende no meu


pescoço. Eu a levanto antes de carregá-la para o rio. Está frio, mas
é bom. Revigorante. Limpo. Como se pudéssemos lavar nosso
passado solitário, longe um do outro, e começar de novo. Gosto
dessa ideia.

Eu nos afundo e quando ressurgimos da água, ela ri. É o


melhor som da Terra. Uno meus lábios aos dela e provo sua língua
agora com sabor de menta. Eu nunca vi alguém tão feliz em escovar
os dentes. Nós nos beijamos enquanto eu ando mais fundo. Com
apenas nossas cabeças saindo da água, nos beijamos em um ritmo
mais lento. Apreciando um ao outro. Reconectando-nos.

Porra, senti falta dela.


Eu poderia ter sido atormentado pelo fato de que ela é do
meu sangue. Quase me destruiu. Mas então, depois da minha
conversa com o papai, algo mudou. Percebi que não me
importava. Ela era minha Eve e sempre seria. Nada me impediria
de tê-la.

Demorou uma eternidade para voltar para ela, mas eu teria


procurado até o meu último suspiro moribundo, se fosse o que a
faria vê-la sorrir pela última vez.

"Eu gosto disso entre nós", murmuro contra seus lábios


macios. "Este bebê que fizemos."

Eu a sinto sorrir contra o meu. "Eu também."

Estou duro, apesar da água fria correndo ao nosso


redor. Nem a água fria na bunda vai me impedir de reivindicar
minha mulher. Minha esposa. Minha. Eu chego entre nós e sondo
sua buceta com a cabeça do meu pau. Ela choraminga e mexe até
que seu calor deslize ao meu redor. Um assobio de prazer me
escapa. Com as mãos nos quadris, levanto seu corpo quase sem
peso ao longo do meu eixo dolorido. Seus beijos se tornam carentes
e famintos. Eu a beijo de volta com a mesma intensidade -
provavelmente mais.

"Eve", eu coaxo, beliscando seu lábio inferior. "Eu te amo."

Seu corpo me aperta com força. "Eu também te amo."

Fodo, fodo, fodo com Eve no rio até que ela esteja chamando
meu nome e eu a reivindico preenchendo-a. E então acaricio meu
rosto em seus cabelos molhados e apenas a inspiro.

Respiro-a.

Fico bêbado com o cheiro dela.

Graças a Deus por devolvê-la para mim.


A noite de verão esfriou, então eu puxo minha esposa nua e
grávida para mais perto. A luz do nosso fogo apagado nos permite
ver um ao outro apenas um pouco na tenda escura. Urso Cego está
enrolado perto da entrada da barraca e já ronca.

"Sinto muito", murmuro, acariciando meu dedo pelos


cabelos agora secos. "Desculpe por tudo. Eu fui um idiota por
deixar você.”

"Sim."

Sorrio. "Você não deveria concordar."

Ela ri e congela. Meu coração gagueja no peito, temendo que


ela tenha ouvido um urso ou algo assim. Sua mão envolve meu
pulso e ela puxa minha mão para sua barriga nua. Eu jogo minha
palma sobre a pele firme.

"Sinta. Nosso selvagem está acordado.”

Quando algo pressiona minha mão, solto um som


sufocado. "E-esse é o nosso bebê?"

Ela assente, o sorriso largo e os olhos cheios de


lágrimas. “Todo dia eu falava sobre você para o bebê. Sobre como
você é maravilhoso e forte. Como vai crescer para ser exatamente
como você.”

O bebê se mexe novamente. Esfrego o polegar ao longo de


sua pele, completamente paralisado pelo fato de sentir meu
filho. Isso é surreal. Eu sou superado com felicidade.

Uma nuvem negra de preocupação passa por mim.

Os e ses.

Todos aqueles livros de incesto que li.


Vou morrer se nosso filho sofrer. Porra, morrer.

"Este é forte como você", ela me assegura, de alguma forma


sentindo meus medos. "Os outros não eram como este."

Outros?

"O que?"

Suas sobrancelhas franzem juntas. “Antes... com papai e


meus irmãos. Houve momentos em que também criamos algo. Eu
os chamei de meus seres.”

Ela ficou grávida.

De seus irmãos e pai.

"Quatro deles", diz ela, seu lábio inferior tremendo. "Não


eram maiores que a palma da minha mão." Uma lágrima corre por
sua bochecha. “Eu os nomeei Love, Mercy, Faith e Goodness. Eles
eram meus, mesmo que nunca respirassem. Tão fracos e
pequenos.” Seu corpo treme e eu a puxo para perto para que possa
mantê-la firme em meus braços.

"Você abortou?"

"Eu não conheço esse termo."

"Os bebês morreram enquanto estavam no seu ventre?"

“Sim. Eles não eram bebês. Eles nunca se mexeram ou


respiraram.” Ela começa a chorar e odeio que essa mulher tenha
sofrido tanta dor em sua vida.

“Eve, linda, eles eram seus bebês. Não há problema em dizer


isso. Só porque eles nunca viveram não muda esse fato. Você teve
quatro bebês que teria feito tudo ao seu alcance para proteger se
tivessem sobrevivido. Você vai ser uma ótima mãe para o nosso
selvagem.”

Ela funga. "Meus bebês." Outro soluço. "Meus bebês."


"Sim", eu cantarolo. “Eles eram seus. Sempre serão seus. E
quando o nosso filho nascer, você verá em primeira mão que boa
mãe você poderia ter sido para eles.”

"Quero visitá-los", ela sussurra. “Eles estão enterrados onde


o barraco estava. Podemos visitá-los? Meus bebês?"

Encontro seus lábios e pressiono beijos em sua boca


flexível. "Claro que podemos."

Suas mãos embalam minhas bochechas e ela olha para mim


como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. O amor flui
através de mim, quente, possessivo e maravilhoso.

"Ame-me sempre, Atticus."

"Sempre."

Nossas bocas se encontram para um beijo frenético


enquanto eu rolo de costas, puxando-a comigo. É preciso alguns
ajustes rápidos e então estou profundamente dentro dela, onde
pertenço. Ela senta e olha para mim. Tomo um momento para
admirar como ela é linda. Seus cabelos escuros ficam longos sobre
os seios alegres que cresceram com a gravidez. Admiro seu
abdômen inchado que continua a crescer a cada dia com meu filho
- meu bebê pequeno e forte. Ela lambe seus lábios rosados e
inchados, fazendo meu pau se contorcer dentro dela.

Deslizo meus dedos para sua buceta e encontro seu clitóris


carente sob seus cachos escuros. Ela choraminga com o meu
toque, deslizando ao longo do meu pau latejante. Seu corpo é
incrivelmente responsivo. Leva apenas alguns momentos até que
ela esteja explodindo, meu nome é um grito de guerra em seus
lábios. Eu resmungo, meus quadris contraem, enquanto encontro
minha própria libertação. O desejo de continuar a preenchê-la até
que fiquemos velhos e cinzentos me consome. Eu dreno meu amor
nela porque é todo dela. Cada gota.
Ela desliza para fora de mim e deita de volta. Eu me enrolo
atrás dela, meu pau pingando aninhado contra a fenda de sua
bunda e minha palma acariciando possessivamente sua
barriga. Estamos quase dormindo quando o Urso Cego solta uma
de suas bombas letais. Leva apenas um segundo para a tenda
encher com seu traseiro rançoso fedido.

"Cachorro fedorento, com o que estão te alimentando?" Eve


canta com a melhor voz de Phoebe.

Sorrio e depois tento não engasgar. “Chega de carne seca,


cara. Eu não me importo com o quanto sinto por você. Você nos
mata com essa merda.”

O rabo de UC balança, sabendo que estamos conversando


com ele, o que serve apenas para enviar o cheiro para o nosso
caminho. Eve grita e puxa o cobertor sobre nossas cabeças. Eu
enterro meu rosto em seu cabelo com cheiro doce.

Isso é perfeição.

Dela. Nosso cachorro fedido. Nosso bebê.

Perfeito.

Deveríamos ter saído imediatamente, mas não o


fizemos. Ficamos um mês, simplesmente curtindo um ao outro e
nos familiarizando novamente. Eventualmente, nós arrumamos
nosso pequeno acampamento e fomos para o antigo barraco dela.

Viajar com uma mulher grávida provou ser difícil. Embora


Eve seja forte e resistente, ela é apenas humana. E esta gravidez
está cobrando seu preço. Alguns dias ela só quer dormir. Nossas
paradas ao longo do caminho foram longas. Se eu estivesse
viajando sozinho, levaria algumas semanas, não dois meses como
quando decidimos finalmente fazer nossa jornada.

Mas finalmente estamos aqui.


Seu antigo barraco não passa de uma lareira em ruínas. A
madeira que uma vez o sustentava se foi. Tudo se foi. Ela não
parece chateada com a casa. Seu interesse é nas pedras perto da
grande árvore. O outono chegou e as folhas cobrem o chão da
floresta, uma variedade de laranja, marrom, vermelho e
amarelo. Ela já afastou as folhas ao redor das pedras e se ajoelhou
ao lado delas. Seus dedos andam pelas pedras enquanto ela sorri.

"Meus bebês", diz ela. "Todos os quatro."

Eu agacho ao lado dela, escovando meus dedos sobre sua


bochecha para garantir que ela não sinta muito frio. Hoje viajamos
muito e muito longe. Tenho certeza que ela está exausta.

"Essas, selvagens, são suas irmãs", digo ao nosso bebê ainda


não nascido.

Ela ri. “Meninas? Como você sabe?"

"Eu sinto que, com os nomes que você lhes deu, eram nomes
de meninas." Eu beijo o topo da cabeça dela. "Você provavelmente
tem outra garotinha dentro de você."

Ela balança a cabeça. "Eu sinto que este é um menino."

"Você sabe? Por quê?"

"Um palpite. Às vezes sonho com ele.”

"Ele." Meu coração aperta. Eu realmente não tinha uma


preferência até agora. Agora, como ela, sinto que é um menino.

“Enquanto você monta acampamento, vou procurar as boas


varas para fazer brinquedos. Eu não fiz nenhum para o novo bebê
de Devon e Reed ainda”, Eve diz, em pé.

Eu me levanto e dou um beijo suave em sua


bochecha. "Tenha cuidado e grite se precisar de mim."
Ela sai e eu começo a montar o acampamento. Estamos
perto de Reed e Devon. Mais meio dia de viagem e estaremos na
cabana de caça de Reed. Então, não é longe de uma caminhada
para sua cabana no penhasco. Quase em casa.

Acabei de montar a barraca e comecei uma fogueira quando


a ouço.

Gritos.

O Urso Cego se foi e espero que Deus assuste o que diabos


a está fazendo gritar assim. Puxando minha Glock da calça, corro
em direção a ela gritando. Eu a encontro no fundo de uma
inclinação, encolhida de dor, UC ao lado dela.

"Eve!"

"Atticu - ahhh!"

Ela grita enquanto eu desço a pequena colina até ela.

"O que há de errado? Você está machucada?" Minhas mãos


a percorrem, avaliando os danos.

"Eu tive um... ahhh!" Ela se encolhe, lágrimas quentes


vazando de suas pálpebras. “Uma dor e eu escorreguei. Estive com
ela o dia todo - ahhhh!”

Porra. Porra. Porra.

"O bebê está vindo?" Eu exijo, meu coração na garganta.

"Eu acho que sim, ahhh!"

Pego o corpo dela nos meus braços e corro a ladeira com UC


nos calcanhares. Ela continua a gritar, mal conseguindo dizer
alguma palavra enquanto eu a carrego para a tenda.

"T-Tire minhas calças, Attic - ahhhh!" Ela soluça. “Eu posso


senti-lo. Ele está saindo!”
Frenético, começo a arrancar suas botas e jeans. Quando
vejo sangue nas coxas dela, quase desmaio. Não faça isso,
imbecil. Engulo o medo dela morrer de parto e arranco sua
calcinha.

Ela separa as coxas e grita.

É então que eu vejo.

Uma cabeça tentando sair.

Puta merda.

Puta merda.

“Eve, baby, ele está vindo. Puta merda, ele está vindo!”

Ela grita novamente e então a cabeça dele desliza para fora


de sua abertura esticada, revelando para mim o primeiro vislumbre
do meu filho. Meu coração está na garganta, mas não consigo
parar de me maravilhar com esse momento milagroso. Ela precisa
da minha ajuda. Eu preciso fazer o parto de nosso filho. Outro grito
atravessa o ar e mais bebê começa a sair. Mas então, ele desliza de
volta para ela, apenas a cabeça saindo.

“Meu Deus, nosso selvagem é lindo, baby. Você precisa


continuar pressionando para poder vê-lo também.”

Ela solta outro grito de gelar o sangue e se abaixa. Repetidas


vezes ela faz isso enquanto eu a estimulo para continuar
empurrando. Em um ponto, ela parece tão roxa no rosto e exausta
que acho que ela vai desistir.

Eve nunca desiste.

Ela é uma lutadora.

Uma sobrevivente.

Uma mãe que fará qualquer coisa por seu bebê.


Gritos perfuram o ar e ela geme enquanto empurra nosso
bebê para fora. Um garoto. Como ela pensou. Ele desliza para fora
do corpo dela e entra nas minhas mãos. Eu o puxo contra o meu
peito. Ele está quieto. Muito quieto. Com provavelmente um pouco
de força demais, eu golpeio seu traseiro.

Desta vez, os gritos vêm do nosso garoto.

Lamentos zangados que enchem minha alma e a fazem


cantar.

Meu.

Nosso.

Somos uma família maldita.

Eve soluça, derrotada e exausta. Eu preciso cuidar dela. Ela


tem um cordão pendurado no corpo e há sangue por toda
parte. Não estávamos preparados para isso.

"Você pode tirar sua camisa?" Eu pergunto enquanto beijo a


cabeça molhada e ensanguentada do meu filho.

Ela consegue tirá-la de seu corpo, revelando seus seios. Eu


gentilmente o deito contra ela. Suas mãos trêmulas o puxam para
ela e ela começa a chorar. Depois de cobri-lo com a blusa dela,
tento descobrir o que fazer a seguir.

"Você vai ter que empurrar a placenta", digo a ela. "Então eu


vou te limpar."

Ela grunhe e geme, e então a bolha sai. Usando minha faca


grande, eu corto o cordão, tomando cuidado para não empurrar
nosso bebê ou machucá-lo. Eu trabalho rapidamente para limpá-
la para que eu possa aquecê-los.

"Ele é tão perfeito", ela sussurra, fadiga em sua voz.


"Eu sabia que ele seria." A verdade é que eu me preocupava
todos os dias que houvesse algo errado com ele. Mas não tem. Ele
é perfeito e normal. Nosso.

Cubro-os com um cobertor e trago-lhe uma garrafa de


água. Segurando-a nos lábios rachados, eu a ajudo a
beber. Quando ela está satisfeita, eu fecho a tampa e depois espio
meu filho.

Uma cabeça cheia de cabelos escuros como Eve.

"Ele é um garoto grande", eu digo, com orgulho no meu tom.

"Como o pai dele."

"Você é um garoto grande como papai?" Eu murmuro,


acariciando seus cabelos marrons pegajosos.

Os olhos de Eve estão suaves e molhados enquanto ela me


olha. "Papai. Você é o papai dele.”

Não posso deixar de sorrir. Parece incrível chamá-lo de meu


filho. "Eu sou. Descanse e veja se você pode fazê-lo comer. Vou
arranjar algo para banhá-lo.”

É uma droga ter que deixá-los, mas eu faço para que possa
aquecer a água sobre o fogo. Enquanto aquece, enterro a placenta
longe do acampamento para não atrair animais selvagens. Depois
de me limpar no rio, corro de volta para minha família. Trago a
panela para dentro junto com um pano, colocando-o ao meu
lado. Na minha mochila, encontro uma camiseta macia em que
posso envolver o nosso pequeno quando ele estiver limpo.

"Ele comeu?"

Eve assente. "Acho que sim. Ele se agarrou. Doeu, então


acho que ele encontrou o que estava procurando.”

"Posso lavá-lo?" Molho um pano e depois o torço. É quente


ao toque, mas não muito quente.
"Sim."

Eu cuidadosamente levo nosso bebê pequeno para longe


dela. Ele se encaixa facilmente na dobra do meu
braço. Rapidamente, eu o limpo. Seus gritos são altos enquanto ele
protesta pelas minhas ações. Uma vez que ele não está mais
pegajoso de gosma, eu o envolvo na camiseta. Ele rapidamente se
instala, seus olhos caídos. Eu levo a panela mais perto de
Eve. Com meu bebê pressionado contra o peito em um braço, eu
uso minha outra mão para limpar o peito de sua mãe. Ela está
caindo no sono também. Antes que seus olhos se fechem, eu
escovo meu polegar ao longo de sua mandíbula.

"Como o chamaremos?"

Seus olhos se abrem por um momento e então ela


sorri. "Wild." Ela fecha os olhos e adormece, deixando-me com o
nosso selvagem chamado Wild. É perfeito, considerando onde ele
nasceu.

“Você ouviu isso, rapaz. Mamãe disse que seu nome é


Wild. Você gosta disso?”

Ele treme enquanto dorme, o lábio inferior fazendo


beicinho. Jesus, ele se parece com Eva quando faz isso. Meu
coração está cheio de alegria.

Na noite em que meu filho nasceu, eu não dormi.

Não porque ele chorou a noite toda ou estava preocupado.

Eu não durmo porque o encaro. Olho, olho e olho, com medo


de perder um segundo ao ver seu rosto perfeito.

Um mês depois…
A neve espana nosso rosto enquanto subimos os degraus
escorregadios. Eu mantenho uma mão na parte inferior das costas
de Eve para que ela não caia com Wild em seus braços. Depois que
nosso filho nasceu e Eve conseguiu andar, fizemos a viagem para
a cabana de caça de Reed. Era bom ficar em uma casa de verdade
e nos orientar. Mas Eve quis sair eventualmente, então partimos
no caminho para a casa deles. Agora que estamos quase lá, estou
tonto de emoção. Mal posso esperar para mostrar nosso filho.

Um cachorro latindo nos cumprimenta no topo da escada,


seguido por um homem corpulento. Reed. Ele abaixa o seu 45
quando vê que somos nós.

"Puta merda", ele grita, descendo as escadas correndo para


nos ajudar. "Eu pensei que nunca mais veria vocês
novamente." Ele para para admirar Wild. "Trouxe um bebê para
casa também."

"Esse é Wild", Eve diz a ele.

Eu sorrio para Reed. "Wild, esse é seu tio louco Reed."

O sorriso de Reed é amplo, revelando seus dentes brancos e


brilhantes. “Bem, coloque suas bundas imundas em minha
casa. Vocês dois parecem cansados como o inferno e como se
pudessem ter um ensopado de urso ruim.”

Urso Cego late, porque aquele filho da puta vai comer


qualquer coisa.

Ele e Buddy partem correndo em direção à casa. Todos nós


os seguimos.

"Devon também teve seu bebê", ele nos diz. "Uma pequena
menina. Raegan.”

"Uma garota finalmente", Eve diz alegremente.


"Rapaz, eu disse para você não vir aqui", Reed grita para
Rowdy espiando pelo portão.

Ele corre para o filho. Eve me para e se vira para olhar para
mim. Seus olhos castanhos estão ferozes e amorosos. Eu poderia
me afogar em seu olhar intenso. Minha boca encontra a dela e eu
a beijo gentilmente.

"Querida, estamos em casa."

Ela sorri. "Não exatamente."

"Você não quer ficar aqui?"

"Eu quero visitar. Mas então...” Ela suspira. “Quero que


nosso filho possa assistir televisão, ir ao Muskies e ver sua
família. Eu quero tomar um banho quente e aprender a ler. Só
quero mais para ele do que eu tive. Tudo bem?"

Eu seguro sua bochecha e beijo seu nariz. “Eve, querida,


vamos dar a ele o mundo. Eu irei aonde você quiser, porque você é
minha casa. Sua felicidade é a minha felicidade.” Eu dou a ela um
sorriso torto. "Mas podemos admitir que a verdadeira razão pela
qual você quer voltar para minha casa, é para que você possa
comer mais manteiga de amendoim?"

Ela ri. "Você me pegou."

"Eu sempre vou te pegar."


Capítulo Vinte e Oito
Eve

Seis meses depois…

"Deus, Eve", Will geme, cobrindo os olhos. "Eu acho que


nunca vou me acostumar com você fazendo essa merda na mesa
de jantar."

Eu sorrio. “Meu filho tem que comer. Nós estamos


comendo. Não vejo grande coisa.”

"Sim, Will", Judith diz, beijando a cabeça de Wild. "Pare de


olhar para as mamas de Eve."

"Eu não estava..."

"Quem está olhando os peitos da minha esposa?" Atticus


resmunga quando entra na sala de jantar de seus pais com Abel,
Evan e Vic.

Will faz uma careta, recostando-se na cadeira diretamente


em frente à minha na mesa. "Só estou dizendo que ela não dá
nenhum aviso antes de sacá-lo."

"Pai", Evan afirma com uma risada. "É apenas uma teta."

Atticus se inclina e beija minha cabeça antes de passar a


ponta do dedo pela bochecha de Wild. Wild sai do meu mamilo para
olhar para o pai, seus olhos verdes brilhando de prazer.
"Você está distraindo-o", eu repreendo, tentando fazer Wild
se agarrar novamente.

"E você está distraindo Will com seu mamilo", Judith oferece,
sem ajuda.

"Estou indo embora." Will faz beicinho, mas não faz nenhum
movimento para realmente sair.

Susan entra na sala de jantar com sua famosa lasanha. Ela


efetivamente distrai todos dos meus seios e Wild volta a
amamentar. Ele puxa meu cabelo, seus olhos verdes presos nos
meus.

Ele é tão precioso.

Às vezes olho para ele por horas.

Atticus me provoca, mas eu o pego olhando para ele também.

Pouco tempo depois de voltarmos para casa, Atticus tinha


sua família ao redor. Eu usava um vestido branco e Atticus usava
um terno. Na frente de sua família, juramos nosso amor um ao
outro. No final, trocamos alianças para cumprir nossas
promessas. Foi como quando Monica e Chandler se casaram. Dois
amigos que eram inseparáveis e apaixonados. Atticus me diz para
não acreditar em tudo que vejo na televisão, mas acredito neles.

"Então, Eve," Abel diz enquanto coloca algumas lasanhas no


prato. "Susan me disse que você está fazendo um grande
progresso."

Eu sorrio para ele. "Estou lendo The Boxcar Children."

"Impressionante. Boas histórias?”

"As melhores. Também escrevo, mas não sou tão boa nisso.”
Susan nega meu comentário. “Bobagem, querida. Sua letra
é linda. Estou impressionada que você chegou tão longe em tão
pouco tempo. Verdadeiramente brilhante.”

"Ela nunca me elogia assim", Judith resmunga, me


cutucando com o ombro.

Não posso deixar de me aquecer nos elogios dela. Não achei


que Susan quisesse me ajudar, mas quando ela me ouviu
perguntando isso para o Atticus, ela se ofereceu para me
ensinar. Também é bom, porque a letra dela é legível, diferente da
de Atticus. A dele é bagunçada. Todo dia ela vem para me ajudar
com Wild e me dar aulas. Às vezes, ela o leva para passear ou para
a cidade para nos dar um tempo a sós. Eu nunca conheci meus
avós, mas sou grata por Wild conhecer os dele.

Quando Wild termina de mamar, ele começa a se mexer e a


chorar. Evan pula da cadeira e corre para levá-lo. Eles são
doces. Os olhos de Wild se iluminam quando ele vê Evan e Evan
age como um orgulhoso irmão mais velho. Felizmente, passo o
bebê para o primo e depois adiciono um pouco de queijo parmesão
à lasanha que Atticus colocou no meu prato.

Eu estou feliz.

Todo dia acordo com essa realização.

Eu amo minha vida. Como acordo para uma casa quente e


não preciso acender uma fogueira para que seja assim. Que eu
posso esquentar alimentos e comê-lo em poucos
minutos. Café. Manteiga de amendoim. M & Ms. Existem tantos
alimentos que simplesmente não sei como vivi sem. Como
resultado, eu ganhei peso. Você não pode mais ver meus ossos
salientes, o que Atticus diz ser uma coisa boa.

"Eu prendi Joey", diz Will em torno de uma boca cheia de


lasanha.
Judith ri. "Bom."

Joey - o cara que ela estava vendo no ano passado - estava


com outras mulheres além dela. Realmente partiu seu coração. Eu
não conseguia entender como alguém iria querer partir o coração
de Judith. Ela é minha melhor amiga além de Atticus. Agora ela
está vendo um cara que trabalha nos correios. Ben. Ela o chama
de chato o tempo todo, mas ela fica com um sorriso bobo quando
diz isso. Chato é melhor do que Joey horrível, que não pode manter
seu pau em uma mulher. Ben olha para Judith como se ela fosse
a única mulher no mundo.

"Onde está o Ben?" Atticus pergunta, imitando meus


pensamentos.

“Pescando com o pai dele. Ele voltará amanhã.”

Eles continuam a balbuciar e eu encontro meu olhar fixo em


Evan. Ele sorri para Wild, passando os dedos pelos cabelos. Isso
me faz esperar que Wild seja um irmão mais velho um dia e olhe
para os irmãos como Evan olha para ele.

"Vamos levar Wild para Reed e Devon em algumas semanas",


diz Atticus, atraindo a atenção de todos.

“O que? Por quê?" Susan grita. "Você não pode levar meu
bebê embora!"

"Mãe", Atticus resmunga. “Apenas para uma


visita. Ficaremos no máximo uma semana.”

Susan faz uma careta. "Ainda não acho seguro lá fora."

"Eu posso ir?" Evan pergunta. “Eu nunca fui e todos vocês
falam com tanto carinho. Eu também poderia ajudar com Wild.”

"Não", Will se encaixa. "Você tem aula."

"Pai", Evan resmunga. “Eu posso conversar com meus


professores. Vou fazer o trabalho.”
"Ele pode vir", diz Atticus. “Nós não nos importamos. Sei que
os filhos de Reed e Devon vão adorar ver alguém novo.”

Will faz uma careta, mas finalmente cede. “É melhor suas


notas não sofrerem. Você tem uma bolsa de estudos para uma
faculdade pela qual não posso pagar se você a perder
repentinamente.”

"Eu prometo", diz Evan, sorrindo. “Você ouviu isso,


amiguinho? Eu também vou.”

O resto do jantar acontece como os habituais jantares de


domingo à noite que temos nos pais de
Atticus. Barulhento. Caótico. Divertido. Sempre terminamos com
uma das sobremesas caseiras de Susan. Hoje à noite, é o meu
favorito dela. Torta de pêssego.

Depois do jantar, Susan rouba Wild e o abraça, já que ela


não o verá por uma semana inteira. Ajudo Judith com a louça,
enquanto Atticus e os caras sentam na varanda
conversando. Quando terminamos, verifico Wild, que está
dormindo no peito de sua avó e depois procuro meu marido. Coloco
o casaco e o encontro com os outros.

Todos trocam sorrisos antes de voltar para dentro, deixando


nós dois sozinhos.

"Ei, linda", diz ele, sorrindo.

"Ei lindo."

"Quer dar um passeio?"

O ar está fresco e frio, mas estou ansiosa para passear à


noite com ele. Eu ofereço minha mão e ele a pega. Andamos atrás
da casa e entramos na floresta. Está quieto e calmo. Quando
estamos escondidos além da cobertura das árvores, ele me
pressiona contra uma grande árvore e me beija com força.
"Eu senti sua falta", ele murmura entre beijos.

Uma risadinha borbulha no meu peito. "Você ficou do lado


de fora por cinco minutos."

"Vinte. E ainda posso sentir sua falta. Às vezes eu posso ter


você em meus braços e ainda sentir sua falta.”

"Você é estranho."

"Você gosta disso."

Ele arrasta beijos pelo meu pescoço e me deixa excitada com


a boca. Meu corpo inunda de calor, o fogo para tê-lo queimando em
níveis incontroláveis. Passo os dedos pelos cabelos dele,
desfazendo seu coque elegante e deixando-o louco, do jeito que eu
gosto. Ele geme, sua respiração quente contra o meu pescoço,
quando eu puxo seus fios dourados.

"Você realmente vai fazer isso com a casa dos seus pais tão
perto?" Eu murmuro, divertida com sua natureza voraz hoje à
noite.

"Se eles acharem que eu estarei dando a eles outro neto,


tenho certeza que eles aprovariam."

Com essas palavras, ele começa a desabotoar meu


jeans. Seus longos dedos deslizam entre os meus lábios e
encontram meu clitóris. Qualquer apreensão que eu tenha tido,
derrete quando ele me traz prazer. O ar está frio, mas meu corpo
está inundado de calor. Ele empurra meu jeans e calcinha até os
joelhos, depois trabalha os dedos mais rápido. Mordo o lábio,
tentando segurar um gemido alto. Ele me aproxima do orgasmo e
depois desliza pelo meu clitóris para empurrar dentro de mim.

"Idiota", eu resmungo.

Ele ri e morde meu pescoço. "Eu só precisava sentir o quão


molhada você estava." Seu dedo sonda dentro de mim, procurando
me trazer prazer lá também. Ele encontra o ponto em que meus
dedos se curvam e o trabalha de maneira preguiçosa e
provocadora. Ele me deixa louca.

"Apenas faça", eu imploro. "Me faça gozar."

"Tão mandona."

"Agora."

"Realmente mandona."

"Atticus ..."

Ele ri, mas obedece. Seu dedo habilmente me leva sobre o


penhasco da felicidade. Quando ele termina, puxa o dedo, agarra
meus quadris e me torce.

"Segure a árvore, mulher." Ele trabalha no cinto atrás de


mim.

"Quem é o mandão agora?"

"Continue com essa boca e eu vou ter que preenchê-la."

Minhas bochechas ardem. Quando voltamos para casa, ele


me contou sobre boquetes. Eu não sabia que isso era uma
coisa. Mas, vendo como o homem grande e poderoso se submeteu
a mim no momento em que minha boca estava em seu pênis, eu
me tornei uma grande fã da atividade.

"Eu acho que você prefere me foder contra a árvore",


provoco. Ele adora quando eu falo obscenidades.

"Eve", ele geme, pressionando seu pau duro contra a minha


bunda. "Você vai gritar por esse comentário."

Eu sorrio quando ele empurra a cabeça do seu pau na minha


abertura lisa e depois balança seus quadris com força. Eu
grito. Ele me estica e me enche da maneira mais
enlouquecedora. Minhas unhas arranham a casca e eu lamento,
empurrando minha bunda contra ele. Seus dedos cavam meus
quadris quando ele começa uma cadência forte e poderosa.

Da posição dele atrás de mim, quase dói. Eu gosto disso, no


entanto. Quando ele se perde no momento e me lida com aspereza
demais. Atticus diz que eu gosto de cutucar o urso. Na maior parte,
eu gosto quando o urso me cutuca.

"Isso", ele geme contra a minha orelha enquanto segura


minha buceta, "é meu. Sempre será." Então seus dedos estão
deslizando entre os lábios, massageando o clitóris latejante
novamente.

Demais.

Muito prazer.

Minhas pernas tremem, muito fracas para me segurar por


mais tempo. Ele sente e trava um braço em volta de mim, nunca
pulando uma batida com seu impulso selvagem. Os dedos no meu
clitóris continuam seu ritmo torturante. Quando ele me leva ao
clímax, as estrelas brilham na minha frente e solto um grito
gutural. Seu calor jorra dentro de mim, quente e
reivindicando. Isso me faz esperar repetidamente que teremos mais
bebês. Como Reed e Devon. Quero uma família grande como a de
Atticus. Não quero que Wild seja o único filho. Eu sei o quão
solitário é e não desejo isso para ele.

Atticus se afasta e seu esperma quente escorre pelas minhas


coxas. Ele cuida de mim e puxa minhas roupas de volta para o
lugar. Uma vez que nós dois estamos decentes, ele me puxa contra
ele, beijando meu cabelo.

“Eu não posso me cansar de você, Eve. Acho que nunca vou.”

Sorrio e fecho os olhos enquanto inspiro. Atticus é tudo para


mim. Ele fez amizade comigo quando eu era mais jovem e cuidou
de mim. Me deu frutas e tentou me convencer a falar. Quando me
machuquei, fui até ele, sabendo muito bem que Atticus estava
lá. Era ele que eu precisava. Ele é tudo que eu sempre precisarei.

Nasci selvagem, mas enjaulada e abusada.

E com ele, fui libertada. Ele quebrou as correntes em volta


do meu coração e o tomou para si. Em vez de me sentir presa ou
maltratada, me senti amada. Ele sempre me fez sentir
assim. Agora, mais do que nunca.

"Sempre sua", eu sussurro. "Você está pronto para pegar


nosso garoto e ir para casa?"

"Sim, senhora. Eu não terminei de te amar. Pode demorar a


noite toda.”

Espero que demore para sempre.

Uma semana depois…

Olhos.

Eu os sinto em mim.

Encarando.

Eu acordo e olho de soslaio contra o sol da manhã entrando


no quarto de hóspedes de Reed e Devon. Atticus se foi -
provavelmente com Reed. Aparentemente, estou sendo vigiada por
dois garotinhos Jamison.

Eles não estão me observando porque me acham


interessante. Eles estão me assistindo porque estão tentando fugir
com meu bebê.

Há gritos selvagens de prazer em vê-los.


Rowdy vai empurrando Wild para baixo da cama enquanto
Ronan vigia. Eu pisco meu sono e dou a eles meu olhar cruel.

"O que você está fazendo?"

"Vamos brincar com o Wild", diz Ronan. “Rowdy é


grande. Ele cuida dele.” Então, a criança de dois anos me dá um
sorriso bobo e cheio de dentes.

“Ele precisa comer primeiro. Eu posso alimentá-lo e depois


ir com vocês dois.”

Ronan bufa. "Sem garotas."

Eu reviro meus olhos. Pelo que Devon diz, eles não são fãs
de sua nova irmãzinha Raegan.

"Grande merda", eu resmungo, sentando-me.

"Não, você é uma grande merda," Ronan sussurra de volta.

Risos barulhentos. “Ronan! Papai vai chicotear sua bunda!”

"E Eve!" Ele discute. "Eve disse merda!"

"Você disse merda duas vezes." Eu arqueio uma sobrancelha


para ele discutir comigo.

"Você também", Ronan diz, mostrando a língua.

"Evan pode vir em vez disso?" Rowdy pergunta, me dando


um sorriso que me lembra o de Devon.

Como se fosse uma deixa, Evan sonolento entra no quarto


de cueca. O garoto é magro. Será bom para ele ficar aqui conosco
por um tempo. Entre Reed e Atticus, eles o colocam para trabalhar
e colocaram algum músculo nele.

"Meninos se encontrando e eu não estou autorizada." Faço


beicinho, fazendo Evan rir.
Ele entra e pega Wild. “Ouviu isso, amiguinho? Nós
brincaremos com os meninos.”

"Ele ainda não comeu", eu resmungo. "Ou trocou a fralda."

Evan faz uma careta e o devolve. "Bem. Mas assim que você
cuidar de tudo isso, voltaremos. Vamos rapazes, vamos comer
bacon.”

Na palavra bacon, UC pula do canto do quarto e corre atrás


deles.

"Essas crianças amam você, Wild", digo ao meu filho


enquanto troco sua fralda. “Eles cuidarão de você como um irmão
mais velho deveria. Cada um deles.”

Os olhos verdes de Wild me perfuram. Para uma coisa tão


pequena, ele dá olhares sérios e adultos como esse. Abro minha
camisa e o aproximo no meu peito. Ele chupa e me observa, seus
dedos agarrando meu cabelo. O garoto é um puxador de cabelos e,
se você não tomar cuidado, arrancará um punhado inteiro. Afago
meus dedos pelos cabelos escuros e o admiro. As manhãs são as
minhas favoritas. Assim como quando ele estava no útero, eu digo
a ele todas as coisas que eu quero que ele saiba.

“Você é forte, selvagem. Assim como seu pai. Doce, gentil e


amoroso. Você vai crescer e se tornar um bom homem.”

O queixo de Wild se move a cada gole de leite.

“E um dia você também vai se apaixonar. Um dia você terá


sua própria família. Seja bom com eles. Ame-os de todo o coração,
sem desculpas.”

A tábua do assoalho range, roubando a minha e a atenção


de Wild. Na porta está o homem que eu
amo. Forte. Poderoso. Bom.
"Estávamos conversando sobre você", eu digo com um
sorriso.

"Não me deixe interromper." Ele sorri. "Continue. Continue


falando sobre como eu sou quente.”

Eu reviro meus olhos. "Eu vou te dizer o quão quente você é


depois."

Wild tira meu mamilo e tenta rolar para fora dos meus
braços em direção ao som da voz de seu pai. Atticus se derrete, e
um sorriso bobo se espalha sobre seu rosto. Ele caminha até a
cama e se estica ao nosso lado. Wild solta um grito feliz quando
seu pai o puxa para ele.

O tempo para, congelando esse momento para nós. Meu filho


puxa os cabelos e a barba de Atticus, fazendo-o gritar de
brincadeira de dor. Wild fica emocionado por machucar o pai e ri
como um louco.

Eu pensei que nada poderia ser melhor do que Friends ou


manteiga de amendoim ou café.

Eu estava errada.

Fim

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