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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA HISTÓRIA DO BRASIL II
PROFESSOR TÂMIS PARRON
ALUNA CECÍLIA OLIVEIRA DE FREITAS

Apontamento de leitura
Texto: Ilmar Rohloff de Mattos, "A direção Saquarema." In: O tempo saquarema. São
Paulo: Hucitec, 1987, p. 129-192.

Ideia central do texto

A partir do ditado “nada tão parecido com um saquarema como um luzia no poder” e
criticando a historiografia que ora estudava as semelhanças entre os luzias e saquaremas,
ora apenas apontava as diferenças entre conservadores e liberais e praticamente nunca
destacava os aspecto hierárquico, o autor procura entender como esses dois grupos no
governo poderiam ser considerados semelhantes, diferentes e hierarquizados. Para isso,
nesse capítulo Mattos pretende fazer um exercício para entender a atuação de cada grupo no
governo e como se relacionam nesse meio.

Historiografia: engajamento e implicação

Nas notas de rodapé 84, 85 e 86 o autor abre a discussão acerca da historiografia sobre a
relação entre os saquaremas e os luzias. Na nota 84 o autor apresenta os autores que
defendem a ideia de semelhança entre esses dois grupos, como por exemplo Caio Prado
Júnior, Maria Isaura Pereira de Queiroz e Nestor Duarte. Na nota 85 Mattos aponta os
autores que destacam a diferença entre os conservadores e liberais, por exemplo, João
Camillo de Oliveira Torres, Fernando de Azevedo, Manoel Maurício de Albuquerque,
Raymundo Faoro. Entretanto, na nota 86 o autor destaca apenas uma obra que trabalha com
a ideia de uma hierarquia entre esses dois grupos, Formação Política Brasileira de Paula
Beiguelman.

Procedimento metodológico

No início do texto o autor utiliza uma fonte primária discursiva de uma fala na Câmara dos
deputados em 1843 para comentar sobre a posição dos saquaremas de vencedores perante
aos luzias no “Mundo do Governo”. Usa o panfleto de Justiniano José da Rocha “Ação;
Reação; Transação. Duas Palavras acerca da Atualidade Política do Brasil” de 1856 para
ilustrar e comentar sobre a historiografia que tentava reduzir a dinâmica do Império.
O autor também traz pensadores como Montesquieu, Benjamin Constant, Jean-Jacques
Rousseau quando fala sobre a definição de alguns conceitos.

Premissa teórica

Podemos ver que quando o autor fala em “conceber a relação entre o governo da Casa e o
governo do Estado como uma relação dialética, e não como uma relação dicotômica”, ele se
embasa na Teoria do Estado Ampliado de Antonio Gramsci que defende que o Estado é
formado por duas instâncias: sociedade política (Governo) e sociedade civil (Instituições).

Desafios para novas pesquisas

Procurar entender se o crescente antilusitanismo presente na ideologia dos liberais teria


algum peso a ponto de refletir na quantidade de imigrações de portugueses para o Brasil
no século XIX.

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