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AGRAVO DE INSTRUMENTO

O que é agravo de instrumento?

Na esfera cível, o agravo de instrumento é um recurso dirigido diretamente ao Tribunal de


Justiça ou ao Superior Tribunal de Justiça (ad quem). Este recurso é utilizado para que seja
reanalisada uma decisão interlocutória e tem previsão legal entre os artigos 1.015 e 1.020 do
Código de Processo Civil.

Ou seja, o agravo de instrumento tem como objetivo que seja revisto um pronunciamento
judicial de natureza decisória que não coloca fim ao processo, conforme previsto no artigo 203
§2º do CPC.

Requisitos do agravo de instrumento no Novo CPC

Como a própria nomenclatura do recurso sugere, o agravo enseja a formação de um


instrumento. Por isso, a petição escrita deve conter:

Os nomes das partes;

Exposição dos fatos e do direito;

As razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão;

O pedido;

O nome e endereço completo dos advogados das partes.

Os documentos que acompanham a petição de interposição, e dão razão ao instrumento,


estão previstos no artigo 1.017 do CPC. São eles:

I – cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da


própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do
agravado;

II – declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo


advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

IV – pagamento das custas e porte de retorno se devidos.”

Se o processo for eletrônico, as peças referidas nos incisos I e II não precisam ser juntadas ao
Agravo de Instrumento, por força do § 5° do artigo 1.017 do Código de Processo Civil. Nesse
caso, faculta-se ao agravante a juntada de outros documentos que entender pertinentes e
úteis para compreensão da controvérsia.
Alterações no agravo de instrumento no Novo CPC

Desde que o CPC/73 entrou em vigor, o agravo de instrumento passou por diversas
modificações. Dentre elas, a regra imposta pela Lei 11.187/2005, que tornava o agravo retido a
regra e limitava a interposição do agravo de instrumento apenas em três situações previstas
no antigo artigo 522 do CPC/73.

Conforme o CPC/73, o instrumento poderia ser interposto quando:

A decisão recorrida for suscetível de causar lesão grave e de difícil reparação à parte;

For proferida decisão que inadmita apelação;

A decisão recorrida trate dos efeitos em que a apelação é recebida.

Posteriormente, acrescentou-se a possibilidade de agravo para as decisões proferidas no meio


do processo de execução, na fase de cumprimento e liquidação de sentença.

Com o Código de Processo Civil de 2015, foi abolida a figura do agravo retido, trazendo novas
possibilidades para o cabimento do agravo de instrumento, que falaremos abaixo. Além disso,
o Novo CPC ampliou o prazo de 10 dias corridos para 15 dias úteis.

Outra novidade trazida pelo Novo CPC é que se algum dos requisitos do artigo 1.017 não forem
atendidos, o agravante será intimado para fazê-lo no prazo de 5 dias. Sua inércia ensejará no
não conhecimento do recurso, nos termos do parágrafo único do artigo 932 do Código de
Processo Civil.

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