O documento discute a antropologia de Jacobus Arminius, fundador do Arminianismo. Apesar de ser comumente mal interpretado como centrado no homem, o Arminianismo clássico prega a depravação total da humanidade após a queda, incluindo a escravidão da vontade para o pecado. Arminius acreditava que, sem a graça de Deus, os seres humanos são incapazes do bem e de responder positivamente ao evangelho. Sua teologia apoia a doutrina calvinista da depravação total, mas
Descrição original:
Título original
Será o Arminianismo uma Teologia centrada no homem
O documento discute a antropologia de Jacobus Arminius, fundador do Arminianismo. Apesar de ser comumente mal interpretado como centrado no homem, o Arminianismo clássico prega a depravação total da humanidade após a queda, incluindo a escravidão da vontade para o pecado. Arminius acreditava que, sem a graça de Deus, os seres humanos são incapazes do bem e de responder positivamente ao evangelho. Sua teologia apoia a doutrina calvinista da depravação total, mas
O documento discute a antropologia de Jacobus Arminius, fundador do Arminianismo. Apesar de ser comumente mal interpretado como centrado no homem, o Arminianismo clássico prega a depravação total da humanidade após a queda, incluindo a escravidão da vontade para o pecado. Arminius acreditava que, sem a graça de Deus, os seres humanos são incapazes do bem e de responder positivamente ao evangelho. Sua teologia apoia a doutrina calvinista da depravação total, mas
Uma antropologia otimista é contrária ao verdadeiro Arminianismo, que é plenamente centrado em
Deus. A teologia arminiana confessa a depravação humana, incluindo a escravidão da vontade. UM DOS EQUÍVOCOS MAIS PREDOMINANTES E prejudiciais acerca do arminianismo é que ele seja centrado no homem, pois acredita na habilidade inata dos humanos em exercitar boa vontade para com Deus e de contribuir com a salvação, mesmo após a queda de Adão. Outra forma de expressar o mito é que o arminianismo não acredita que as conseqüências da queda da humanidade sejam verdadeiramente devastadoras; portanto, acredita que, na esfera morai e espiritual, o livre-arbítrio humano sobreviveu à Queda, e que, na pior das situações, os humanos são mercadorias estragadas, mas não totalmente depravadas. Ainda que esta visão elevada da humanidade e sua liberdade moral e poder (e, às vezes até esmo bondade) seja uma marca da maioria da sociedade ocidental contemporânea, incluindo muito da cristandade, tal não é a visão do arminianismo clássico. O arminianismo clássico trata a Queda e as suas conseqüências com muita seriedade. A antropologia pessimista de Armínio Contrário a muito da opinião popular e erudita, Armínio não acreditava na habilidade moral humana natural após a Queda de Adão; ele acreditava na depravação total, incluindo a escravidão da vontade para o pecado. William Witt, especialista em Armínio, corretamente diz: "Independente do que seja verdadeiro acerca dos sucessores da teologia arminiana, ele mesmo mantinha a doutrina da escravidão da vontade, que é, em todos os aspectos, tão incisiva quanto qualquer coisa em Lutero ou em Calvino”. Witt demonstra conclusivamente a partir dos próprios escritos de Armínio que, embora ele tenha sido influenciado por Tomás de Aquino em algumas áreas de seu pensamento, ele não seguiu Aquino ou a tradição católica em manter ligeiramente a doutrina da depravação herdada. Armínio acreditava fortemente no pecado original como corrupção herdada, que afeta cada aspecto da natureza e personalidade humanas, e apresenta os seres humanos como incapazes de qualquer coisa boa fora da graça sobrenatural. Witt acertadamente observa que a teologia de Armínio não era pelagiana ou semipelagiana em qualquer sentido, pois Armínio apoiava tudo o que é bom na vida humana, incluindo a habilidade de responder ao evangelho com fé, na graça preveniente que restaura o livre-arbítrio. O livre-arbítrio dos seres humanos, na teologia de Armínio e no arminianismo clássico, significa mais propriamente arbítrio libertado{h graça liberta a vontade da escravidão ao pecado e ao mal, e lhe dá a habilidade de cooperar com a graça salvífica ao não resistir a ela. (Que não é a mesma coisa que contribuir com algo ao seu trabalho! Witt contradiz Boice acerca da habilidade dos arminianos em se gabar no céu; para Armínio a pessoa salva não pode se gabar, pois até mesmo a fé é um dom de Deus'. Armínio deixa claro que a condição caída do homem, que pode certamente ser chamada de depravação total, se origina da deserção de Adão da vontade de Deus. Ele negou que Deus é de qualquer forma a causa deste primeiro pecado e acreditava que o calvinismo rígido não pode evitar imputar tal ato a Deus em virtude da alegação da predestinação e retirada da graça necessária. Antes, a causa eficaz da queda da humanidade é a própria humanidade conforme incentivada pelo diabo. Deus meramente permitiu o pecado e não é, de forma alguma, culpado, pois “Ele não negou nem retirou qualquer coisa que fosse necessária para evitar este pecado e o cumprimento da lei, mas Ele o havia dotado (Adão) de maneira suficiente com todas as coisas indispensáveis para este fim e o preservou após ele ter, desta maneira, sido equipado". Armínio concordava com Agostinho e o calvinismo que um resultado da queda de Adão é a queda de sua posteridade; conforme os Puritanos disseram: "na queda de Adão, todos nós pecamos": A totalidade deste pecado... não é privilégio de nossos primeiros pais, mas comum à raça inteira e a toda sua posteridade, que, na época em que este pecado foi cometido, estavam em seus lombos, e que tem desde então herdado deles pelo modo natural de propagação, de acordo com a bendição primitiva: pois em Adão "todos nós pecamos" (Rm 5.12). Por conseguinte, qualquer punição que foi infligida a nossos primeiros pais, tem, da mesma forma, sido impregnada e ainda prossegue em toda sua posteridade: de maneira que todos os homens "são, por natureza, filhos da desobediência" (Ef 2.3), merecedores da condenação e da morte temporal e eterna; eles são também desprovidos da retidão e santidade originais (Rm 5.12, 18, 19). Com estas maldades eles permaneceriam oprimidos para sempre, a menos que fossem libertos por Cristo Jesus; a quem seja a glória para todo o sempre Glória para quem? A Deus, não aos homens. Esta confissão transparente de Armínio põe por terra todas as opiniões de que ele era pelagiano ou semipelagiano, ou que ele possuía uma visão otimista da humanidade. Se os humanos têm qualquer livre-arbítrio em assuntos espirituais, é uma vontade liberta em virtude de Jesus Cristo e não em decorrência de quaisquer remanescentes de bondade neles.
[Roger Olson. Teologia Arminiana: mitos e realidades, 2015, pgs; 181-183]