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Mestre

Estudo profundo de aberturas, preparo para jogar contra um adversário especifíco.

Módulo 1 Formação do repertório de aberturas


Módulo 2 A luta contra um adversário conhecido
Módulo 3 Finais Complexos

Módulo  1

Formação do repertório de Aberturas.


    Conhecer uma abertura para 'chegar vivo' ao meio jogo, parece o
suficiente para muitos jogadores fortes. Mas ao enfrentar um Mestre estes
jogadores chegam ao meio jogo com uma pequena desvantagem, muitas vezes
insuficiente para o lado mais forte vencer e perdem a partida num final
arduamente lutado.

    Recentemente a teoria da abertura tem feito grandes avanços. Para fazer
uma avaliação de qualquer abertura sem ligá-la ao meio jogo é inaceitável.
Entretanto mais e mais vezes a avaliação de uma particular variante depende
da perspectiva dos dois lados no final de jogo. Portanto ao iniciar uma
partida o jogador não pode ter uma perspectiva a curto prazo da posição.

    No final dos anos 70 a Variante Averbakh da Defesa Índia do Rei começou
um período de grande desenvolvimento. Influências consideráveis foram
feitas por algumas partidas que o final de jogo foi testado, e onde o
branco tinha a vantagem do par de bispos. Agora a opinião dos especialistas
é unânime: o branco tem uma grande vantagem. Poucos jogadores com as negras
estão dispostos a defender este final, e os jogadores da Defesa Índia do
Rei acharam outros caminhos, o que tem ajudado no progresso da teoria. A
primeira partida que o negro encontrou dificuldades foi em

Polugayevsky-Uhlmann, 1970.

1. c4 Cf6 2. Cc3 g6 3. e4 d6 4. d4 Bg7 5. Be2 O-O 6. Bg5 c5 7. d5 e6 (Esta


linha foi descartada, o negro prefere tentar sua sorte com um agudo
sacrifício de peão 7...h6 8. Bf4 e6 9. dxe6 Bxe6 10. Bxd6 Te8) 8. Dd2! exd5
9. exd5 Te8 10. Cf3 Bg4 (Partidas em que o negro também não desenvolve seu
bispo aqui também confirmam a vantagem branca.) 11. O-O Cbd7 12. h3 Bxf3
13. Bxf3 a6 14. a4 De7 (Sabendo de antemão o curso da partida, poderia
sugerir aqui o perigoso 14..a5, a despeito de todos os inconvenientes
bloqueia a ala da dama, mas faz com que tenha um final mais aceitável para
o negro.) 15. Tae1 Df8 16. Bd1 Txe1 17. Txe1 Te8 18. Txe8 Dxe8 19. Bc2 Cb6
20. b3 Cbd7 21. Bf4 De7 22. De2! Rf8 23. Dxe7+ Rxe7

(Nós temos um final com uma formação simétrica de


peões e a vantagem do par de bispos para o branco. O
plano para explorar esta vantagem é conhecido
recentemente. O caminho para os bispos deve ser
preparados pelos peões.)24.a5! (Com o negro
jogando ....a5, as chances de vitória do branco ficam
bastante reduzidas. As brancas se antecipam a este
lance) 24... h5 25. Bd2 Ce8 26. g3 (O branco sem
pressa fortalece sua posição, preparando a ofensiva nas duas alas.)26...
Bd4 27. Rg2 Cg7 28. f4 Cf5 29. Cd1 Ch6 30. Rf3 f5 (A decisão do negro de
bloquear a ala do rei é totalmente compreensível.) 31.Bd3 Rd8 32. Ce3 Re7
33. Cc2 Bb2 34. Re3 Cf6 35. Ce1 (O negro é privado do mínimo contrajogo, e
Polugayevsky habilmente combina o fortalecimento de sua posição com ações
de acordo com o principio "não se apresse".) 35... Bd4+ 36.Rf3 Bb2 37. Cg2!
Cd7 38. Ch4 Rf6 39. Re3 Cf7 40. Bc2 Ba1 41. Re2 Bb2 42. Be1 Ba1 (42...Ch6
era preferível, prevenindo temporariamente a inevitável abertura da
posição.) 43. g4! (Os bispos ficam livres, despedaçando todos os obstáculos
em seu caminho.) 43...hxg4 44. hxg4 fxg4 45. Cxg6 Rg7 46. Ch4! Rf8 47. Bf5
Cf6 48. Bc8 Cd8 49. Cf5 Ch5 50. Bd2 Bd4 51. Cxd4 As negras abandonam.

Em partidas posteriores Uhlmann empregou com sucesso esta variante, mas


desta vez do lado branco. É importante ressaltar a importância da devida
preparação terórica. Uma abertura resulta num característico meio jogo que
resulta em um característico final.

Uhlmann-Gligoric, Hastings, 1970.

(A posição lembra a anterior.)1. a5! Ce8 2. Bd2 h5


3. Rf1 Bd4 4. b3 Cg7 5. Bc2 Ce8 6. Ce2 Bb2 7. f3
Cg7 8. Rf2 Bf6 9. Cc3 Bd4+ 10. Re2 f5 11. f4! (As
coisas acontecem em linhas familiares.)11... Ce8
12. Bd3 Bxc3 (Em muitas circunstancias dois
cavalos lutam melhor contra dois bispos do que um
bispo e um cavalo, por ocupar pontos fortes em
brechas na posição. Portanto e difícil condenar
Gligoric por esta troca.) 13. Bxc3 Cef6 14. Be1
Rf7 15. Re3 Re7 16. Bc2 Rf7 17. b4! (O
princípio!)17... cxb4 18. Bxb4 Cc5 19. Rd4
Cfd7 (Os cavalos negros estão estabelecidos em c5,
então o branco faz a abertura da ala do rei.)20.
Bd1 Rg7 21. g4 (O meio!)21... hxg4 22.hxg4 Rf6 23. Re3 b6 (Táticas de
espera não salvariam o negro.23... Rf7 perde para 24. gxf5 gxf5 25. Bh5+
Re7 26. Bg6 Rf6 27. Bh7! Ce4 28.Ba3, com a ameaça de Bb2+(Maric)24. gxf5
gxf5 25. Bxc5! (O fim! Uma vantagem de dois bispos não é difícil trocar um
por um cavalo em favorável situação.) 25... Cxc5 (Outras capturas não eram
melhores. 25... bxc5 26. Ba4 Cb8 27. Rf3 Rg6 28. Rg3 Rh5 29. Bd1+ Rh6 30.
Rh4 , ou 25... dxc5 26. Ba4 Re7 27.Bxd7 Rxd7 28. axb6, e vence)26. axb6 a5
27. Bc2 Re7 28. Rd2! Rd8 29.Bxf5 Ca4 30. b7 Rc7 31. Bc8 Cc5 32. f5 Ce4+ 33.
Rc2 Rb8 34. Rb3 Cd2+ 35. Ra4 Cxc4 36. f6 Ce5 37. Rxa5 Abandonam.

Uhlmann-Andersson,Skopje Olympiad, 1972

(Os cavalos negros estão mal colocados, um fato


que Uhlmann explora imediatamente iniciando o jogo
na ala da dama.)1. b4! cxb4 2. Ca4 Cgf6 3.
Cb6! (Prevenindo que o cavalo negro volte ao ponto
forte c5 via d7.)3... Bd8? (Um sério erro. Era
essencial assegurar o acesso do cavalo para c5 com
3...b3!4.Bxb3 Ce4.)4. Bxb4 Bxb6 5. axb6 Rf8 (5...
Cd7 6. Ba4 Cef6 7. Bxd6 Cxb6 era mais tenaz, se
bem que após 8.Bb3 o branco está perto da
vitória.)6. c5!! (Os peões brancos finalmente
abrem caminho para os bispos na ala da dama.) 6...
Cd7 (Como mostrou Uhlmann comentando a partida no
volume 14 do Chess Informator, com 6....Cxd5 O
branco venceria com 7.c6! Cxb6 8.cxb7 Cd7 9.Ba4,ou 7...Cxb4 8.c7!, quando o
peão promove.) 7. c6! bxc6 8. b7! cxd5 (Não é melhor 8... c5 9. Ba4 Cb8 10.
Ba5 Re7 11. Bxe8 Rxe8 12. Bc7 [Uhlmann])9. Ba4 Cb8 (Ou 9... Cef6 10. Bc3!
Re7 11. Bxf6+) 10. Bxe8 Rxe8 11. Bxd6 Abandona.

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