Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
O neomedivalismo está presente em produções artísticas e culturais
brasileiras de diversas maneiras. O termo neomedievalismo ainda não encontra
consenso entre pesquisadores, com definições variadas e disputas por vezes
183
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
2 Não cabe aqui entrar nas minúcias desse debate, até porque o presente dossiê certamente
apresentará muitas outras discussões sobre o tema. Para quem quiser se aprofundar nas
leituras teóricas (que não são o escopo principal desse artigo), há vários textos que tratam
da questão. Ver, por exemplo, o dossiê sobre Neomedievalismo publicado na Revista
Antíteses (vol. 13, n. 25, 2020). Ver também FITZPATRICK, KellyAnn. The academy and the
making of Neomedievalism. In: ______. Neomedievalism, Popular Culture, and the Academy:
From Tolkien to Game of Thrones. Cambridge: Boydell & Brewer, 2019
3 Ibidem, p. 29.
184
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
4 SCOTT, Joan W. Gender: a useful category of historical analysis. American Historical Review,
vol. 91, n. 5, 1986, p. 1053-1075. Todas as traduções de textos foram feitas por mim.
5 Ibidem, p. 1070.
185
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
que se utiliza do mote do direito à primeira noite como motivação para as ações de
William Wallace. Bennet e Karras, então, afirmam:
6 BENNET, Judith; KARRAS, Ruth. Women, Gender, and Medieval Historians. In: BENNET,
Judith; KARRAS, Ruth (Eds). The Oxford Handbook of Women and Gender in Medieval Europe.
Oxford: Oxford University Press, 2013, p. 3-4.
7 KAUFMAN, Amy S.; STURTEVANT, Paul. The Devil’s Historian: how modern extremists abuse
186
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
8 Ibidem, p. 108.
9 CAVINESS, Madeline H. Feminism, gender studies, and medieval studies. Diogenes. n. 225,
2010, p. 31.
10 Ibidem, p. 39.
187
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
11 Para alguns dos trabalhos mais recentes sobre as questões de gênero tanto na mídia,
quanto em diversas formas de entretenimento, ver, por exemplo, a série de artigos
publicados no The Public Medievalist sob a rubrica “Gender, sexism, and the Middle Ages”.
Disponível em: < https://www.publicmedievalist.com/gsma-toc/> . Acesso em 30 de maio
2021.
12 FITZPATRICK, KellyAnn. Neomedievalism, Popular Culture, and the Academy: From Tolkien
188
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
14 Ibidem, p. 100.
15 Ibidem, p. 102.
16 Mee too foi um movimento, criado em 2017 nas redes sociais, para denunciar os abusos
189
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
190
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
20 Para um panorama geral sobre o papel dos estudos feministas na inauguração dos
television studies, ver MEIRELLES, Clara Fernandes. Telenovela e relações de gênero na
crítica brasileira. Intercom. Anais do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,
2008, p. 1-16. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/>.
Acesso em 01 de maio 2021.
21 LOPES, Maria Immacolata Vassalo de. Telenovela brasileira: uma narrativa sobre a nação.
191
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
Isso, claro, não significa dizer que todas as histórias se passavam em terras
brasileiras. Embora a grande maioria das telenovelas passassem a representar
regiões específicas do Brasil (com muita ênfase na cidade do Rio de Janeiro), houve
também tramas localizadas em diferentes países ou terras fictícias. No entanto,
mesmo quando eram feitas leituras “internacionalizadas” (como nos casos de
novelas como “O Clone”, de 2002, que teve parte das filmagens no Marrocos e tratava
do universo muçulmano, e “Caminho das Índias”, de 2009, com parte da história
acontecendo na Índia), era sempre com um viés brasileiro, incorporando questões
da própria sociedade brasileira e fazendo leituras e adaptações das terras
estrangeiras a partir de um olhar por vezes fantasioso, por vezes estereotipado. 24 E
Darciele Paula; LISBÔA FILHO, Flavi Ferreira. A telenovela brasileira: percursos e história
de um subgênero ficcional. Revista Brasileira de História da Mídia. vol. 1, n. 2, 2012, p. 73-
81. Para uma análise mais aprofundada sobre as novelas, ver DA TÁVOLA, Artur. A
telenovela brasileira: história análise e conteúdo. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1996.
24 É interessante notar como os elementos culturais “estrangeiros” foram prontamente
192
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
adotados pelo público brasileiro em termos de uso de palavras e elementos de moda que
traziam essas leituras mistificadas do exótico e do outro. A análise de “O Orientalismo” de
Edward Said é bastante pertinente para os usos e apropriações que essas novelas fazem
sobre um imaginário dito oriental, mas isso é tema para ser discutido em outro artigo.
25 Em 2017, a Rede Record também produziu uma novela de inspiração medieval chamada
“Belaventura”, com uma leitura mais ao estilo conto de fadas. Devido ao domínio da Rede
Globo em termos de audiência, optamos por analisar “Deus salve o Rei” como um exemplo
de maior impacto.
26 Declaração feita ao site GShow em matéria sobre a estreia da novela. Disponível em:
<https://gshow.globo.com/novelas/deus-salve-o-rei/noticia/deus-salve-o-rei-conheca-a-
historia-da-nova-novela-das-7.ghtml>. Acesso em: 29 de maio de 2021.
27 Uso o termo “medievalidade” aqui para indicar aquilo que um público de não-especialistas
193
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
28 Disponível em https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/deus-salve-o-rei-tem-
maior-equipe-de-efeitos-visuais-da-historia-das-novelas-18140. Acesso em 20 de maio
2021.
29 “Globo estreia novela medieval e aposta em efeitos visuais”. Release oficial do Site de
194
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
31 Disponível em <https://emais.estadao.com.br/noticias/tv,estaria-a-globo-tentando-
fazer-uma-novela-parecida-com-game-of-thrones,70002051723>. Acesso em 20 de maio
de 2021.
195
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
32 Sobre esses papeis e esses binarismos, ver COSTA, Cristiane. Eu compro essa mulher:
romance e consumo nas telenovelas brasileiras e mexicanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2000.
33 Ela acabará por se tornar rainha através do casamento com Afonso, então seu figurino
será transformado.
196
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
34 Sobre como o próprio público feminino enxerga esses modelos de gênero e se reconhece
ou não neles e como julgam as personagens, ver RONSINI, Veneza Mayora et al. Os sentidos
das telenovelas nas trajetórias sociais de mulheres da classe dominante. Compós: atas do
XXV Encontro Anual de Compós. Junho 2016, Disponível em: < https://www.e-
compos.org.br/e-compos/article/view/1292>. Acesso em 20 de maio 2021.
35 MEIRELLES, Clara Fernandes. Telenovela e relações de gênero na crítica brasileira.
197
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
198
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
199
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
SILVA, Carolina Gual da. Até que a morte os separe: o casamento cristão na Idade Média. São
Leopoldo: Oikos, 2019, p. 69-74.
41 “Deus Salve o Rei: vilã amada e mocinha odiada; veja como foi o último capítulo”. GZH TV,
200
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
42 Cabe ressaltar, também, a confusão entre castelos “medievais” e “renascentistas”, uma vez
que o castelo usado para representar Artena possui jardins formais e estilo arquitetônico
tipicamente renascentista.
201
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
202
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021.
203