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Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário

Tribunal de Justiça
Comarca da Capital 2903
Cartório da 2ª Vara Criminal
Av. Erasmo Braga, 115 SALA 910 LAMINA 2 CEP: 20020-903 - Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel.: 3133-2440 e-mail:
cap02vcri@tjrj.jus.br

fls.

Processo Eletrônico
Processo:0244169-51.2021.8.19.0001

Classe/Assunto: Ação Penal de Competência do Júri - Homicídio Qualificado (Art. 121, § 2º - CP)
<Réu (Tipicidade)|74|1>
Polo Ativo: Autoridade: MINISTÉRIO PÚBLICO
Polo Passivo: Réu: DOUGLAS DE LUCENA PEIXOTO SIQUEIRA e outro
Inquérito 901-00427/2021 14/10/2021 DH - Divisão de Homicídios

Decisão

1 - Recebo a denúncia. Citem-se os acusados para responderem à acusação, nos termos do artigo 406,
do Código de Processo Penal, cientificando-os de que, em caso de inércia, ser-lhes-á nomeada a
Defensoria Pública (artigo 408 do CPP).

2 - Defiro, integralmente, a cota ministerial de fls. 14/21.

2.1- Já agora recebida a presente denúncia, oficie-se à autoridade policial da Divisão de Homicídios para
que remeta a este juízo, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, o inquérito policial n°
901-00427/2021 (distribuído sob o nº 0117322-04.2021.8.19.0001), relatado ou não, encerrando
qualquer tipo de atividade investigativa de polícia judiciária, a fim de que seja apensando a estes autos,
tal como requerido pelo Ministério Público, tendo em vista se tratar do mesmo objeto de investigação, ora
judicializado.

2.2 - No tocante ao requerimento de MEDIDAS CAUTELARES formulado pelo parquet em desfavor dos
acusados DOUGLAS e ANDERSON, tenho que lhe assiste razão.

Trata-se de fato de grande repercussão, amplamente divulgado por toda mídia nacional e internacional,
sendo reputada como a mais trágica operação policial do Estado do Rio de Janeiro, pelo que tenho que
se justificam as medidas cautelares ora pleiteadas pelo órgão ministerial.

Isso porque - pelo que consta dos autos e dada a gravidade dos fatos sob análise - os apontados
agentes não estariam aptos a figurarem em operações policiais externas, sob pena de pôr em risco a
ordem pública.

Ademais, eventual contato dos ora denunciados com as testemunhas até então identificadas poderia vir
a influenciar no deslinde da instrução criminal, pelo que me encontro convencida de que a adoção de tais
medidas cautelares é, por ora, a decisão que se impõe in casu.

Ante todo o exposto, adoto o bem lançado parecer ministerial para, na forma autorizada pelo artigo 319,
incisos II e III, do Código de Processo Penal, aplicar aos denunciados as seguintes MEDIDAS
CAUTELARES:

a) proibição de manter contato com qualquer pessoa que saiba ser moradora da Comunidade do
Jacaré/Jacarezinho, dentre as quais se acham as testemunhas arroladas, cujos nomes se encontram
acautelados em cartório;

752 GISELELIMA
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Comarca da Capital 2904
Cartório da 2ª Vara Criminal
Av. Erasmo Braga, 115 SALA 910 LAMINA 2 CEP: 20020-903 - Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel.: 3133-2440 e-mail:
cap02vcri@tjrj.jus.br

b) afastamento da função pública externa, exclusivamente as relativas a operações policiais, estas onde
quer que venham a ocorrer, e de toda e qualquer atividade policial no bairro onde se deram os fatos
imputados (Jacaré/Jacarezinho), aí incluída a frequência ou acesso a unidades da PCERJ ou da PMERJ
que lá existam.

Por ocasião das citações dos ora denunciados, dê-se-lhes ciência das medidas cautelares acima
impostas.

Rio de Janeiro, 16/10/2021.

Elizabeth Machado Louro - Juiz Titular

Código de Autenticação: 4WRU.EQ8Z.LS8Y.MC63


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Øþ

752 GISELELIMA
Assinado em 18/10/2021 11:05:28
ELIZABETH MACHADO LOURO:19587 Local: TJ-RJ

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