Você está na página 1de 3

1

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CEILÂNDIA
DISCIPLINA: POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRABALHO, EMPREGO E RENDA
PROF. CAMILO NEGRI

RESENHA CRÍTICA

NOME E MATRÍCULA
LUCAS OLIVEIRA GUEDES- 19/0033398

Brasília, 14 de OUTUBRO de 2021


2

No brasil, adicionalmente procedeu-se a uma contextualização de desempenho


(físico e financeiro) dos principais programas do Sistema Público de Emprego,
Trabalho e Renda- SPETR, com vistas a destacar três aspectos principais: dado o
caráter tardio, ele ainda carece de integração entre seus principais programas e de
maior participação social em suas mais importantes resoluções, aspectos que
começaram a ser enfrentados recentemente com a proposta de reorganização do
sistema; dado o caráter imitativo, não é de estranhar o seu baixo impacto agregado
ante os principais problemas de um mercado de trabalho ainda marcado por grande
heterogeneidade e precariedade de condições; e para ser mais eficaz e efetivo, suas
políticas e programas precisam ser mais integrados e melhor sincronizados com o
conjunto de políticas de desenvolvimento socioeconômico do país.

Levando em consideração os últimos anos experimentou-se um biênio


2004/2005 positivamente atípico para a economia brasileira. A princípio, controlado o
surto inflacionário de 2002 e início de 2003, e aproveitando-se de um contexto
internacional favorável (crescimento do mercado mundial e grande liquidez em moeda
estrangeira), foi possível combinar, internamente, o crescimento do investimento e do
PIV, crescimento das exportações, controle da inflação, expansão da ocupação e
redução do desemprego aberto.

Considerando-se o quadro estrutural de heterogeneidade, precariedade e


desigualdade que denomina o mercado de trabalho nacional, não deixa de ser
extremamente positiva a avaliação final que se pode fazer do comportamento do
emprego (inclusive o formal, CLT) e dos rendimentos no biênico 2004/2005, com
reflexos positivos sobre o grau de formalização, a arrecadação previdenciária e do
fundo PIS/Pasep, e a redução da desigualdade.

O mercado de trabalho nacional passou por modificações profundas entre as


décadas de 1990 e a primeira de 2000, quase todas influenciadas diretamente pelo
cenário macroeconômico geral, bem como pelo que aqui se chamou de padrão liberal
e desenvolvimentista de desenvolvimento nacional. Na realidade, é perceptível a
existência de três momentos claramente discerníveis, através dos quais se nota, de
fato, que o mercado de trabalho reflete, em grande medida, o comportamento ditado
pelas políticas públicas do período, além dos referidos padrões de desenvolvimento.
3

No ambiente macroeconômico marcado por sobrevalorização cambial e


diferencial positivo e elevado entre as taxas de juros domésticas e internacionais, as
principais variáveis do mercado de trabalho nacional sofreram processo intenso de
deterioração. Os níveis absoluto e relativo de desemprego aumentaram, bem como a
informalidade das relações contratuais e a desproteção previdenciária para amplos
segmentos do mercado de trabalho urbano, enquanto os níveis reais médios de renda
do trabalho e a sua distribuição pioraram.

Entre os fatores que determinam a melhoria da distribuição de renda e a


redução da pobreza, o mais importante é o efeito potencial de um mercado de trabalho
ativo sobre o emprego e a remuneração. Para que os rendimentos dos trabalhadores
cresçam de forma contínua e consistente, é decisivo que se eleve continuamente a
produtividade do trabalho e, ao mesmo tempo, que a demanda por mão-de-obra seja
suficiente para torná-la relativamente escassa.

No entanto, há razões para crer que a recente recuperação do crescimento


econômico possa ser o início de uma etapa em que estejam estabelecidas duas
condições básicas para uma melhoria dos rendimentos do trabalho e, eventualmente,
da distribuição funcional da renda.

Ao mesmo tempo, há sinais de que a demanda por mão-de-obra possa


continuar a elevar-se mais que a oferta com consequente redução gradual da taxa de
desemprego, sobretudo com a população em idade ativa crescendo em velocidade
menor. Como se viu, a fase atual da economia brasileira difere daquela dos anos 90,
quando, sob influência das reformas, o impacto da variação do PIB na ocupação foi
muito pequeno. Isso sugere que uma expansão sustentada poderá impulsionar
fortemente a ocupação, como vem ocorrendo nos últimos anos.

Você também pode gostar