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o comportamento humano
1a edição | ISBN 978-65-993434-4-5
2021
Editora do Instituto Walden4
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+aprendizagem+operante
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script=sci_arttext&pid=S1517-55452004000100008
O conceito de motivação na psicologia. Todorov e Moreira (2005)
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script=sci_arttext&pid=S1517-55452005000100012
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script=sci_arttext&pid=S1517-55452006000200007
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script=sci_arttext&pid=S0102-79722009000300011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
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persticioso_implicacoes_para_o_estudo_do_comportamento_operante
https://periodicos.ufpa.br/index.php/rebac/article/view/1922
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script=sci_arttext&pid=S1413-389X2017000100019
https://periodicos.ufpa.br/index.php/rebac/article/view/9600
Amona Priscila Fernandes Lima
@amonalimapsi
https://www.facebook.com/amonalima
https://www.instagram.com/amonalimapsi
guilhermemeriapsic@gmail.com
Introdução 1
Comportamento 10
Resposta 10
Ambiente 11
Ambiente social 12
Estímulo 14
Estímulo reforçador 14
Estímulo discriminativo 14
Consequência do comportamento 15
Consequência reforçadora 15
Contingência de reforçamento 15
Comportamento operante 16
Comportamento verbal 17
Reforçamento 18
Extinção 18
Reforçamento diferencial 19
A seguir… 19
Objetivo 24
Participantes 25
Procedimento 27
Resultados 32
Discussão 40
Objetivo 48
Participantes 48
Procedimento 48
Resultados 48
Discussão 49
Objetivo 49
Procedimento 49
Participantes 50
Discussão 50
Objetivo 52
Participantes 54
Procedimento 54
Resultados 56
Discussão 62
Objetivo 63
Participantes 63
Procedimento 63
Resultados 64
Discussão 66
Objetivo 66
Participantes 67
Procedimento 67
Resultados 69
Discussão 70
Objetivo 72
Participantes 72
Procedimento 72
Resultados 74
Discussão 88
Objetivo 99
Participantes 99
Procedimento 100
Resultados 101
Discussão 101
Objetivo 102
Participantes 102
Procedimento 102
Resultados 103
Objetivo 103
Participantes 104
Procedimento 104
Resultados 107
Discussão 111
Objetivo 113
Participante 113
Procedimento 114
Resultados 116
Discussão 120
Objetivo 122
Participantes 122
Procedimento 122
Resultados 123
Discussão 124
Objetivo 124
Participantes 124
Procedimento 124
Resultados 125
Discussão 125
Objetivo 126
Procedimento 126
Resultados 128
Discussão 128
Objetivo 128
Participante 128
Procedimento 129
Resultados 130
Participantes 139
Local 140
Instrumentos 140
Estímulos 140
Procedimento 140
Resultados 141
Discussão 145
Participantes 149
Delineamento 149
Local 150
Instrumentos 150
Estímulos 150
Procedimento 150
Resultados 151
Discussão 158
Participantes 161
Local 161
Instrumentos 161
Estímulos 162
Procedimento 162
Resultados 164
Discussão 170
Participantes 173
Local 173
Instrumentos 173
Estímulos 173
Procedimento 174
Resultados 175
Discussão 181
Participantes 184
Local 184
Instrumentos 185
Estímulos 185
Procedimento 185
Resultados 187
Discussão 193
Participantes 195
Local 195
Instrumentos 196
Estímulos 196
Procedimento 196
Resultados 198
Discussão 205
Participantes 208
Local 208
Instrumentos 209
Delineamento 209
Estímulos 209
Procedimento 209
Resultados 211
Discussão 220
Participantes 223
Local 223
Instrumentos 223
Estímulos 224
Procedimento 225
Resultados 226
Discussão 231
Experimento 8 246
Uma parte importante ao nosso redor são as pessoas com as quais interagi-
mos. A forma como as pessoas, com as quais convivemos, reagem aos nossos
comportamentos seleciona nossos comportamentos. Dito de outra forma, os
comportamentos das outras pessoas tornam os nossos comportamentos mais
ou menos prováveis. Alteram, entre outras características, a frequência dos
nossos comportamentos.
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Talvez não seja exagero dizer que o ambiente social é a parte mais importante
do ambiente para se estudar o comportamento humano. Elogios, prestar aten-
ção nos que os outros falam ou fazem, ditar regras e normas e até mesmo tex-
tos escritos como livros e leis governamentais são exemplos de comportamen-
tos humanos (ou produtos desse comportamento) que funcionam como ambi-
ente para o comportamento de outras pessoas. Estudaremos a partir de agora
alguns artigos científicos que ilustram a relevância e as implicações da atenção
como um estímulo reforçador para a prática profissional do analista do com-
portamento.
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A psicologia não podia ficar fora desse novo contexto, tendo em vista a pres-
tação de serviços nessa área, aumentar cada dia mais. A psicoterapia online se
apresenta como mais uma forma de prestação de serviços e nesse caso, preen-
chendo inúmeras lacunas significativas, entre elas proporcionar o acesso a
esse serviço a pessoas com dificuldade de mobilidade, limitações de tempo e
moradores distantes dos centros urbanos e de profissionais especializados
(Rodrigues, 2014).
Rodrigues (2014) em seu estudo concluiu que a aliança terapêutica pode ser
estabelecida, que os processos apresentaram indicativos de suavidade e pro-
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Comportamento
"Mesmo que não possamos definir o pensar [por exemplo] em termos de movimentos, se
provou útil conceituar o pensar como comportamento. Essa abordagem tem a vantagem de
encorajar pesquisadores e profissionais a abordar o pensar da mesma forma que eles abordam
atividades humanas mais óbvias” (Johnston & Pennypacker, 1980/2009, p. 28)."
Cooper, Heron & Heward (1987/2013, p. 45) apresentam também uma defini-
ção de comportamento com ênfase no comportamento humano:
Resposta
Embora uma análise dos usos dos conceitos de comportamento e resposta em
muitos textos analítico-comportamentais possam indicar que estes conceitos
sejam utilizados como sendo equivalentes (sinônimos), suas definições for-
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mais indicam diferenças entre eles. Catania (1998/1999, p. 420), por exemplo,
define resposta como “unidade de comportamento, segmento discreto e ge-
ralmente recorrente de comportamento”.
Cooper, Heron & Heward (1987/2013, p. 15) apresentam uma definição simi-
lar de resposta, diferenciando-a também de comportamento: “Resposta: Uma
instância ou ocorrência única de (…) [um] comportamento específico”. Note
que nas definições de resposta apresentadas acima, ambas indicam que com-
portamento é o conjunto e resposta são os elementos do conjunto, conforme
exemplificado pela Figura 1.
Ambiente
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reino animal, chuva, sol, sons, cheiros, etc. O conceito de ambiente, em relação
a um organismo, está ilustrado na Figura 2.
Ambiente social
Talvez não seja exagero dizer que o ambiente social é a parte mais importante
do ambiente para se estudar o comportamento humano. Elogios, prestar aten-
ção no que os outros falam ou fazem, ditar regras e normas e até mesmo textos
escritos como livros e leis governamentais são exemplos de comportamentos
humanos (ou produtos desse comportamento) que funcionam como ambiente
para o comportamento de outras pessoas.
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Por exclusão, podemos dizer que ambiente não-social são todos os aspectos
do ambiente que não são sociais. Por exemplo, o sinal vermelho em um cru-
zamento é um ambiente não-social. Já um guarda sinalizando para parar o
carro seria um ambiente social.
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Estímulo
Estímulo é uma parte, ou uma alteração em uma parte do ambiente (Keller &
Schoenfeld, 1950). Geralmente, essa parte é aquela que é de interesse específi-
co do analista do comportamento em um determinado momento. Há casos em
que a distinção "parte do ambiente" versus "alteração no ambiente" é clara, e há
casos em que essa distinção não é tão clara. De qualquer forma, tanto “parte
do ambiente” quanto “alteração no ambiente” compõem a definição de estí-
mulo.
"(...) qualquer evento físico, combinação de eventos ou relação entre eventos. O vocabulário
do estímulo classifica os aspectos do ambiente (…) O termo pode se referir a qualquer um
dos seguintes aspectos: as instâncias específicas de eventos físicos (…); as combinações de
eventos, às vezes, referidos como estímulos compostos ou complexos de estímulo (…); a au-
sência de eventos (…); uma relação entre os eventos (…); as propriedades físicas específicas
de eventos (…); as classes definidas pelas propriedades físicas (…); e as classes definidas em
termos de funções comportamentais (…)".
Estímulo reforçador
"Um estímulo é um reforçador positivo se sua apresentação aumenta o responder que o pro-
duz, ou um reforçador negativo se sua remoção aumenta o responder que o suspende ou que o
adia. A distinção é importante principalmente quando as repostas produzidas pelo reforçador
podem competir com a resposta reforçada (p. ex., o reforço das pressões à barra por um rato
por meio de calor, no frio, é mais provável de ser denominado de reforço negativo pela re-
moção do frio do que de reforço positivo pela apresentação de calor, porque o frio produz
contrações e tremores que podem competir com o pressionar a barra)."
Estímulo discriminativo
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"Estímulo discriminativo: qualquer estímulo com uma função discriminativa; de acordo com
um uso antigo, estímulo correlacionado com o reforço, quando um outro é correlacionado
com extinção. Este último emprego do termo tem se tornado menos comum porque não se
aplica a estímulos correlacionados com os diferentes esquemas (p. ex., esquema múltiplo FI
FR); mas ele foi a origem de SD ("S-de": estímulo discriminativo) e S△ ("S-delta": ausência
de estímulo discriminativo) como abreviações para os estímulos correlacionados com re-
forço e com extinção. As abreviações têm perdido espaço para S+ (estímulo positivo) e S-
(estímulo negativo). Estritamente falando, SO ("S-zero") seria mais apropriado para a ausên-
cia de reforço, mas S- é tipograficamente mais conveniente."
Consequência do comportamento
Consequência reforçadora
Se você contar essa piada para outras pessoas, diremos que a risada funcionou
como uma consequência reforçadora para o seu comportamento de contar
aquela piada. Por outro lado, se a pessoa rir e, mesmo assim, você não contar
a piada para outras pessoas, diremos que a risada foi a consequência do seu
comportamento de contar a piada, mas não foi uma consequência reforçadora.
Contingência de reforçamento
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"Contingência: no caso do operante, as condições sob as quais uma resposta produz uma con-
sequência (p. ex., em um FI, o reforçador é contingente a uma resposta de uma dada força,
topografia, etc., assim como à passagem do tempo). Dizemos que um organismo entrou em
contato com a contingência quando seu comportamento produz algumas consequências da
contingência. Estudos sobre os esquemas de reforço analisam as contingências e seus efeitos
(como nas comparações de contingências de reforço para vários IRTs em esquemas de VI e
de VR). Nesse uso mais geral, as contingências descrevem qualquer relação, seja ela comple-
tamente especificada em um procedimento, seja uma consequência acidental, e talvez fortui-
ta, das contingências. Em um sentido mais específico, as contingências são as probabilidades
condicionais que relacionam alguns eventos (p. ex., as respostas) a outros (p. ex., os estímu-
los). Quando as respostas produzem reforçadores, a relação contingente é definida por duas
probabilidades condicionais: a probabilidade de um reforçador (1) dada uma resposta e (2)
dada a não-resposta. Sem a especificação de ambas as probabilidades, as relações contingen-
tes não podem ser distinguidas das contiguidades temporais incidentais de respostas e re-
forçadores, que ocorrem independentemente, ao longo do tempo. As relações resposta-reforço
envolvem dois termos, mas quando correlacionadas com os estímulos discriminativos, elas
produzem uma contingência de três termos. As discriminações condicionais adicionam um
quarto termo, e assim por diante, para outras relações de contingência de várias ordens de
complexidade. Quando aplicada aos casos respondentes, a contingência se refere às condi-
ções sob as quais alguns estímulos são seguidos por outros. Por analogia ao caso operante, as
contingências estímulo-estímulo expressas como probabilidades condicionais especificam
mais completamente as condições do que descrições em termos de contigüidades temporais e
distinguem os casos em que dois estímulos sem- pre ocorrem juntos, daqueles em que eles
freqüentemente são emparelhados, mas ocorrem independentemente. Os estímulos correlaci-
onados com contingências estímulo- estímulo (às vezes chamados de ocasionadores de situa-
ções) podem entrar em contingências de três termos ou em relações de ordem superior."
Comportamento operante
"Comportamento operante: comportamento que pode ser modificado por suas consequências.
Também pode ser denominado instrumental e frequentemente corresponde estreitamente ao
comportamento coloquialmente chamado de proposital. Devido à sua relação com as con-
sequências, diz-se que ele é emitido e não eliciado. Poucas respostas, entretanto, são exclusi-
vamente emitidas ou exclusivamente eliciadas. Muitas respostas emi- tidas (p. ex., as bicadas
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de um pombo) podem se tornar mais prováveis devido a certos estímulos (p. ex., man- chas
no disco do pombo); muitas respostas eliciadas podem ocorrer na ausência do estímulo elici-
ador típico (p. ex., salivação espontânea). As classes operantes e respondentes são melhor
consideradas como extremos em um contínuo ao longo do qual varia a probabilidade de que
um estímulo produza uma resposta."
Comportamento verbal
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Reforçamento
Extinção
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Reforçamento diferencial
"Reforço diferencial: o reforço de algumas respostas, mas não de outras, dependendo das
propriedades das respostas como a intensidade, as propriedades temporais, topo- gráficas ou
outras (incluindo os estímulos na presença dos quais elas são emitidas; [...]); o reforço dife-
rencial define as classes operantes."
A seguir…
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Na época em que Skinner publicou esses livros, muito já se sabia sobre o efeito
das consequências do comportamento sobre ocorrências futuras do compor-
tamento. Dois exemplos bem simples disso são: (1) se você apresentar água
para um rato privado de água após ele pressionar um barra em uma caixa, o
rato tenderá a pressionar a barra novamente, aumentando a frequência com
que o rato pressiona a barra; (2) se você der comida a um pombo privado de
comida após ele bicar um disco dentro de uma caixa, o pombo tenderá a bicar
o disco novamente, aumentando a frequência com que o pombo bica o disco
na caixa (essas caixas, com estes animais, estão ilustradas na Figura 1).
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Se algo que acontece depois que um comportamento ocorre faz com que este
comportamento aumente de frequência, dizemos que este algo acontecer é
uma consequência reforçadora para o comportamento que foi seguido por
este algo. Por exemplo, se um rato pressiona a barra da caixa, recebe água
após pressionar a barra, e se verificamos que a apresentação da água aumen-
tou a frequência do comportamento de pressão à barra, dizemos que: 1) a
apresentação da água é uma consequência reforçadora para o comportamento
de pressionar a barra; 2) a água é um estímulo reforçador para o comporta-
mento de pressionar a barra; e 3) esse aumento na frequência do comporta-
mento de pressionar a barra é um processo comportamental chamado refor-
çamento.
Nos anos de 1950, como dissemos, muito já se sabia sobre processos de refor-
çamento relacionados a comportamentos de animais não-humanos. Mas e
com relação a processos de reforçamento relacionados ao comportamento de
seres humanos? Bom, já se sabia bastante coisa também, inclusive sobre o
comportamento que Skinner chamou de comportamento verbal em seu livro
de mesmo nome publicado em 1957.
Já se sabia nos anos de 1950, por exemplo, que quando uma pessoa A fala e
uma pessoa B presta atenção no que a pessoa A fala, a atenção de B pode fun-
cionar como estímulo reforçador para o comportamento de falar da pessoa A.
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Objetivo
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Participantes
Ince (1968) tentou fazer com que a sala na qual a pesquisa foi realizada se pa-
recesse o máximo possível com o consultório de um psicólogo (ver ilustração
na Figura 3). Na sala havia uma mesa e duas cadeiras, onde as estudantes, du-
rante cada sessão experimental, sentavam-se em um lado oposto ao da expe-
rimentadora.
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Procedimento
Quando a participante chegava à sala era solicitado a ela que se sentasse. De-
pois de sentar-se, era solicitado a ela que falasse livremente sobre seus senti-
mentos, ideias, crenças e atitudes. A experimentadora não dava qualquer ou-
tra instrução e não impunha qualquer tipo de restrição sobre o comportamen-
to da participante. Ince (1968) relata que após três sessões não era mais neces-
sário repetir essas instruções iniciais, ou seja, a participante sentava-se na ca-
deira e já começava a falar.
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Embora não haja exemplo dessas frases no artigo (Ince, 1968), podemos pre-
sumir, com base na definição, que as respostas-alvo, que são ocorrências espe-
cíficas do comportamento-alvo, eram frases como essas:
Ince (1968) dividiu as pesquisas em várias fases. Chamaremos cada uma des-
sas fases de condição experimental. Desta forma temos que o procedimento
realizado por Ince foi composto pelas seguintes condições experimentais:
1. Linha de Base
2. Modelagem/CRF
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Um comportamento não precisa ser reforçado toda vez que ocorre (CRF) para
continuar o ocorrendo. O comportamento pode ser reforçado em esquemas de
reforçamento intermitente, nos quais algumas respostas são reforçadas e ou-
tras respostas não são reforçadas. Um desses esquemas de reforçamento é o
esquema de reforçamento intermitente de intervalo variável (VI, sigla advinda
do termo em inglês: variable interval).
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Extinção. Esta condição era idêntica à Condição de Linha de Base, tanto que
ela é chamada de Retorno à Linha de Base. No entanto, damos aqui a ela o
nome de Condição de Extinção para enfatizar que o comportamento estava
sendo reforçado pelas falas da experimentadora e agora, nesta condição, não
está mais sendo reforçado por essas falas. Portanto, nesta condição experimen-
tal, nenhuma verbalização das participantes, incluindo a resposta-alvo, era re-
forçada pelas falas da experimentadora - a pesquisadora permanecia em silên-
cio durante toda a sessão experimental.
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Resultados
Agora que já vimos em detalhe o procedimento utilizado por Ince (1968), va-
mos analisar os resultados da pesquisa. A Figura 7 mostra os resultados da
Participante 1 da pesquisa. No Eixo X do gráfico estão representados os núme-
ros das sessões experimentais. No Eixo Y do gráfico estão representados o to-
tal de respostas-alvo ocorridas em cada sessão. O gráfico, portanto, é um re-
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6. Extinção
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o simples fato da experimentadora ter começado a falar algo pode ter resulta-
do nesse aumento, independentemente do que a experimentadora estivesse
falando.
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Veja que dizer que um resultado foi replicado ou reproduzido, não é o mesmo
que dizer que ele foi idêntico ao original. Podemos ver na Figura 9 que para a
maioria das condições experimentais a Participante 1 apresentou maior núme-
ro de respostas do que o Participante 2. No entanto, a frequência do compor-
tamento de ambas varia de maneira semelhante em função das condições ex-
perimentais.
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Discussão
Ince (1968) manipulou as consequências para certas falas das participantes da
pesquisa - ela reforçou falas que foram definidas como declarações positivas
de autorreferência e colou em extinção todas as outras falas das participantes
da pesquisa. Ince utilizou como estímulos reforçadores paráfrases e as verba-
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Uma primeira conclusão que Ince (1968) nos aponta com sua pesquisa é que
paráfrases e verbalizações como “Bom!” e “mmhum” podem funcionar como
estímulos reforçadores para o comportamento verbal (Figura 11). Os dados
apresentados por Ince são muito claros e consistentes aos mostrar que a intro-
dução dos estímulos verbais paráfrases, “Bom!” e “mmhum” aumentam a
frequência das declarações positivas de autorreferência, assim como mostram
que a retirada desses estímulos (extinção) é seguida da diminuição da
frequência das declarações positivas de autorreferência.
Uma segunda conclusão dessa pesquisa realizada por Ince (1968) é a de que
processos comportamentais de seres humanos são influenciados pelas con-
sequências do comportamento assim como processos comportamentais de
animais não humanos (Figura 12). Assim, como já foi extensivamente demons-
trado que certas consequências aumentam a frequência de certos comporta-
mentos de ratos e pombos, por exemplo, ficou demonstrado na pesquisa de
Ince que certas consequências podem aumentar a frequência de certos com-
portamentos de pessoas: a atenção da pesquisadora, na forma de paráfrases e
verbalizações, influenciou a frequência das falas das participantes da pesqui-
sa.
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Outro ponto importante destacado por Ince (1968) é o de que sua pesquisa
demonstrou o efeito das falas do experimentador sobre as falas dos partici-
pantes utilizando um delineamento experimental de sujeito como seu próprio
controle. Vamos analisar alguns aspectos do delineamento experimental utili-
zado por Ince.
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Talvez você esteja pensando: “Mas não foram utilizados três participantes na
pesquisa de Ince (1968)? Por que então chamar esse delineamento de delinea-
mento experimental de sujeito único?” Veja, essa classificação não se refere ao
número de participantes utilizados na pesquisa, mas sim ao fato de que cada
participante passou por todas as condições experimentais e o que se compara,
principalmente, são os resultados do mesmo participante em cada condição
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Note que Ince (1968) estabelece uma relação direta entre sua pesquisa e uma
sessão qualquer de psicoterapia. É como se ela estivesse nos dizendo: “Se
aconteceu o que aconteceu na minha pesquisa, em que tudo era parecido com
uma psicoterapia, então paráfrases, “mmhuns” e outras vocalizações do psi-
cólogo em seu consultório podem alterar a frequência de diferentes falas do
cliente”. Ince deixa isso ainda mais claro no seguinte trecho de seu artigo:
"Como Truax (1966) demonstrou, um T [terapeuta] pode estar, e muitas vezes está, prova-
velmente, reforçando certas declarações verbais dos seus clientes ou pacientes, sem que ele
perceba que está fazendo isso. É sabido há muito tempo que, em adição aos reforços verbais,
comportamentos como um sorriso ou um balançar de cabeça podem produzir modificações
no comportamento verbal humano. Certamente cabe ao psicoterapeuta estar atento aos pode-
rosos efeitos reforçadores que suas ações podem ter sobre o comportamento de seus pacientes
e, em vez de ignorar esse efeito, ou dar pouco crédito, deve fazer o uso mais completo possí-
vel dele apresentando reforçamentos sistematicamente e apropriadamente" (Ince, 1968, p.
445).
Fantástico esse alerta que Ince (1968) nos faz, não é verdade? Essa pesquisa de
Ince, dentre muitas outras semelhantes, nos faz refletir sobre a psicoterapia.
Será que todo psicólogo clínico tem essa noção do quanto comportamentos
aparentemente insignificantes do psicólogo, como um simples “umhum" du-
rante a psicoterapia, podem ter grandes efeitos sobre o comportamento do cli-
ente?
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Como base nos resultados dessa pesquisa (Ince, 1968) podemos imaginar que
um psicólogo em seu consultório fique falando "umhumm" ou parafraseando
o que seu cliente fala apenas para demonstrar que está prestando atenção ao
que ele, o cliente, fala. Se o psicólogo não ficar atento ao fazer isso, ele pode,
sem querer, estar reforçando, tornando mais frequente, falas do cliente sobre
determinados assuntos. Lá pelas tantas, o psicólogo ainda pode dizer o se-
guinte para o cliente: "Percebo que você tem falado muito sobre o assunto X,
isso deve ser importante para você. Vamos trabalhar esse assunto". Veja, é
possível que se crie uma demanda do cliente que, na verdade, surgiu de um
descuido do próprio psicólogo.
Outro dado interessante da pesquisa de Ince (1968), que foi obtido meio que
por acaso, foi o fato de algumas das participantes terem relatado para Ince que
elas “se sentiam muito melhor” após as sessões por causa da ajuda que elas
tiveram para discutir certos assuntos com a pesquisadora.
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Objetivo
Participantes
Procedimento
Resultados
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Discussão
Objetivo
Procedimento
Para realizar seu procedimento experimental, Salzinger et al. (1963), recrutou
homens, que estavam dispostos a participar de sua pesquisa e lhes ofereceu
um valor de US $2,50 por hora. Em seguida, foram passadas algumas instru-
ções acerca do experimento, como sua duração de 30 minutos em média; que
cada participante iria realizar o experimento em uma sala com uma lâmpada
de luz vermelha; que deveriam falar em frases sobre qualquer assunto deseja-
do no tempo da batida de um metrônomo, definida em 1 batimento por se-
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gundo. Portanto, cada sujeito deveria falar uma palavra para cada clique do
metrônomo e continuar falando até que lhe fosse pedido para parar.
Como estímulo reforçador, foi informado aos participantes que eles poderiam
ganhar mais dinheiro conforme fizessem a luz vermelha piscar, em que cada
flash de luz valeria cinco centavos. Entretanto, não foi informado como fazê-la
piscar, apenas que a luz seria controlada por aspectos de suas falas (Salzinger
et al., 1963).
Participantes
Os participantes foram divididos em dois grupos. O primeiro foi intitulado de
Grupo P, para o qual reforçou-se as respostas dos participantes de substanti-
vos no plural. O segundo foi chamado de Grupo G, no qual foram reforçadas
as respostas quanto as palavras em geral. Para o Grupo P, nos primeiros cinco
minutos não havia nenhum tipo de reforço relacionado às palavras no plural,
já nos 15 minutos seguintes o comportamento foi reforçado com o piscar da
luz vermelha a cada palavra no plural. E nos últimos 10 minutos, houve a ex-
tinção desse comportamento (Salzinger et al., 1963).
Discussão
Quanto ao Grupo G, seus primeiros cinco minutos não haviam reforçamento e
nos 15 minutos seguintes sua fala também foi reforçada com o piscar da luz
vermelha, entretanto, a luz vermelha piscava uma vez, nos primeiros 10 se-
gundos, em cada período de 30 segundos. E para finalizar, nos 10 minutos res-
tantes também houve a extinção do comportamento. Vale ressaltar também
que no Grupo G não havia o clique do metrônomo, deixando os participantes
livres para falarem no seu ritmo (Salzinger et al., 1963).
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pronomes (“I, We, You, He, She, They”), apresentados em ordem aleatória e
variável em cada cartão. A tarefa do participante era construir uma frase para
cada um dos verbos apresentados, utilizando qualquer um dos pronomes lis-
tados. Oitenta verbos formavam uma sessão; os vinte primeiros constituíam a
linha de base em que não se aplicava qualquer consequência diferencial. A
partir do vigésimo primeiro verbo, o experimentador passava a consequenciar
todas as frases em que os participantes utilizavam os pronomes “I” ou “We”.
Ao final, imediatamente após a elaboração de uma frase em que houvesse
sido empregado “I” ou “We”, o experimentador dizia good (“bom”) (grupo 1),
ou acionava um piscar de luz (grupo 2), ou não liberava conseqüência alguma
(grupo 3).
É comum vermos pais e mães conversando com os bebês ainda dentro da bar-
riga da mãe. Também é comum que pais e mães acariciem a barriga da gestan-
te e que os bebês dêem chutes dentro da barriga, que podem ser sentidos ou
mesmos vistos (movimento da barriga) pela mãe e por quem estiver olhando
ou tocando a barriga. No dia-a-dia da maioria dos pais e bebês esses eventos
ocorrem sem muita sistematicidade, conforme ilustrado na Figura 1.
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e os pais não falam nada e nem tocam a barriga; às vezes os pais falam ou to-
cam a barriga sem o bebê ter chutado; às vezes os pais falam ou tocam a barri-
ga um pouco antes do bebê ter chutado; e às vezes os pais falam ou tocam a
barriga um pouco depois do bebê ter chutado. Neste sentido, dizemos que
não há aqui uma relação sistemática entre os chutes do bebê e o falar e o tocar
a barriga por parte dos pais.
Objetivo
Na pesquisa realizada por Cautilli e Dziewolska (2005), o que eles fizeram foi
algo bastante simples: eles apenas tornaram sistemáticas as ocorrências das
falas e dos toques na barriga em relação aos chutes do bebê, isto é, tornaram
as falas e ou toques contingentes ao chutes do bebê por um determinado pe-
ríodo de tempo. Dito de outra maneira, Cautilli e Dziewolska apenas falavam
ou tocavam na barriga da mãe imediatamente após o bebê ter chutado. O ob-
jetivo de colocar em prática este procedimento foi verificar se falar com o bebê
dentro da barriga e tocar a barriga têm efeitos reforçadores sobre o compor-
tamento de chutar do bebê.
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Participantes
Procedimento
O bebê de Cautilli e Dziewolska (2005) estava com 35 semanas de vida duran-
te a pesquisa. O bebê estava na posição “de cabeça para baixo”, com desen-
volvimento típico e exibia períodos regulares de movimentação, incluindo
chutes.
O experimento teve quatro sessões com três minutos de duração cada sessão.
Durante essas sessões, a mãe e o pai ficavam sentados. O pai ficava sentado de
modo que poderia tocar a barriga da mãe e falar com o bebê posicionando sua
boca a poucos centímetros da barriga da mãe, conforme ilustrado pela Figura
3.
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eram contados. Portanto, durante a condição de linha de base, o pai não falava
e nem tocava a barriga da mãe quando o bebê chutava.
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Resultados
Agora que já sabemos como a pesquisa foi realizada, vamos analisar os resul-
tados encontrados por Cautilli e Dziewolska (2005). A Figura 5 apresenta esses
resultados. No Eixo X estão representados os minutos e no Eixo Y está repre-
sentado o número de chutes do bebê. Portanto, vemos neste gráfico o número
de chutes por minuto ao longo das quatro sessões do experimento. Note que o
gráfico apresenta quatro “momentos”, indicados pelas letras A e B.
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Podemos ver Figura 5 que o número de chutes por minuto diminui durante a
segunda Condição A (minutos de 7 a 9). Essa segunda Condição A, costuma
ser chamada de retorno à linha de base, pois ela é igual à primeira Condição A
- condição de linha de base. Se observarmos o número de chutes nos minutos
8 e 9, veremos que são similares os números observados durante os minutos
de 1 a 3.
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Falar com o bebê e tocar a barriga da mãe, entre outros comportamentos, po-
dem ser agrupados sob o rótulo de atenção. Elogiar, olhar para o outro, tocar,
acariciar, falar certas coisas, balançar a cabeça enquanto o outro fala são com-
portamentos que também são agrupados sob o rótulo de atenção (ou dar aten-
ção ao outro; prestar atenção no outro). Neste sentido, a pesquisa de Cautilli e
Dziewolska (2005) mostrou que atenção é um estímulo reforçador mesmo
para o organismo ainda dentro do útero da mãe. Interessantíssimo isso, não é
verdade?
Essa replicação direta foi publicada em outro artigo, intitulado “Os efeitos re-
forçadores da estimulação verbal parental e toque gentil sobre o comportamento de
chutar de um feto in-útero de 36 semanas: replicação parcial e uma nota de
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cautela“ (Dziewolska & Cautilli, 2005). A ideia nesta segunda pesquisa era re-
produzir a primeira integralmente, isto é, fazer tudo igual novamente, mas
com o bebê com 36 semanas de desenvolvimento.
Embora a ideia fosse fazer tudo igual, Dziewolska e Cautilli (2005) relataram
que a quarta sessão da pesquisa não foi realizada durante a replicação, pois a
mãe começou a sentir náuseas durante a terceira sessão experimental, que
passou a ter duração de sete minutos, e o experimento foi interrompido. Dessa
forma, temos que a primeira pesquisa teve um delineamento experimental
ABAB e a segunda pesquisa teve um delineamento experimental ABA: linha
de base, intervenção e retorno à linha de base, conforme ilustrado na Figura 8.
À exceção da ausência da quarta sessão e da duração da terceira sessão, tudo
mais foi igual nesta replicação.
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Dziewolska e Cautilli (2005) chamam a atenção para o fato de que em sua re-
plicação ocorreu um aumento abrupto na frequência do comportamento-alvo
no início do procedimento de extinção, aumento este que é descrito como uma
das características do processo de extinção em alguns livros-texto de Análise
do Comportamento (e.g., Moreira & Medeiros, 2007). Os autores também des-
tacam que o número de chutes por minuto durante o início da extinção foi alto
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Discussão
Além dos artigos de Cautilli e Dziewolska (2005) e Dziewolska e Cautilli
(2005) demonstrarem o que foi dito acima, se juntarmos esses resultados com
os de dezenas de outras pesquisas que demonstraram os efeitos reforçadores
da atenção sobre diversos comportamentos operantes, algumas perguntas po-
dem surgir:
1. Será que a atenção dos pais pode reforçar outros comportamentos do bebê
ainda dentro do útero?
4. Será que a atenção dos pais pode começar a selecionar ao longo da gravi-
dez, comportamentos ou conjuntos de comportamentos que são chamados
por muitos psicólogos como traços de personalidade?
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As perguntas acima são empíricas, isto é, suas respostas só podem ser obtidas
através da experiência (através de observação e/ou experimentos). No entan-
to, vale a pena refletirmos sobre essas questões, o que pode nos levar a outras
questões como essas e, quem sabe, a fazer pesquisas para tentar responder a
essas questões. Fica aqui então o convite para esta reflexão!
https://www.youtube.com/watch?v=H9OKp8ZmA6Q
Objetivo
Participantes
Kodak, Northup e Kelley (2007) realizaram um estudo com uma criança de 5
anos, diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(Mandy), e uma criança de 9 anos, diagnosticada com desordem desenvolvi-
mental pervasiva (Johnny), com o objetivo de identificar os efeitos de diferen-
tes tipos de atenção sobre comportamentos-problema dessas crianças (e.g.,
agressões, comportamentos disruptivos e vocalizações inadequadas).
Procedimento
Cinco tipos de atenção foram testadas, cada uma configurando uma condição
experimental, isto é, cada uma configurando uma situação vivenciada pela
criança:
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Contato físico. Contato físico (segurar as mãos da criança para baixo junto ao
corpo dela).
Resultados
Os resultados de Kodak et al. (2007) mostraram que os diferentes tipos de
atenção apresentados produziram efeitos diferentes e substanciais sobre os
comportamentos para os quais eram apresentados contingentemente (i.e., os
comportamentos-problema). Para uma das crianças (Mandy), as taxas mais
altas de comportamento-problema ocorreram durante as condições de repri-
menda (média de oito ocorrências por minuto) e cócegas (média de 5 ocorrên-
cias por minuto), enquanto que a taxa mais baixa ocorreu durante a condição
contato físico (média de 0,2 resposta por minuto).
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Discussão
A avaliação do valor reforçador de cada tipo de atenção (i.e., dos seus efeitos
sobre a probabilidade do comportamento ocorrer) realizada por Kodak et al.
(2007), mostrou que, por exemplo, reprimendas – que, em tese, diminuiriam a
frequência de comportamentos – podem ser a fonte de atenção que mantém
um comportamento ocorrendo. Além disso, a avaliação individual dos tipos
de atenção permitiu que os terapeutas identificassem, para cada criança, qual
tipo de atenção possuía maior valor reforçador, o que permitiu aos terapeutas
delinearem um tratamento mais efetivo para cada criança (e.g., não usar re-
primendas quando a criança emitisse um comportamento inadequado e con-
sequenciar comportamentos adequados com enunciados verbais não relacio-
nados ao comportamento adequado).
Interessante isso, não é mesmo? Consequências que nem imaginamos que te-
riam alguma relação com o fato de um determinado comportamento estar
ocorrendo podem ser justamente aquilo que mantém este comportamento
ocorrendo.
Objetivo
Simonassi et al. (2007), também realizou um experimento (Experimento 1) re-
plicando sistematicamente o estudo de Greenspoon (1955) em seu artigo, ten-
do então como objetivo: "demonstrar que é possível colocar certas respostas
tipicamente tratadas como “uso da linguagem” como classes de respostas
operantes selecionadas por consequências reforçadoras" (Simonassi et al.,
2007, p. 102). Além de também demonstrar que alguns comportamentos pre-
correntes aprendidos podem funcionar como uma condição que levam a ocor-
rência de outros comportamentos de escolha e, realizar outro experimento
(Experimento 2), que buscou demonstrar como a ausência desses comporta-
mentos precorrentes não permite uma ocorrência diferencial de escolhas.
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Participantes
Procedimento
Os experimentos foram realizados em cabines experimentais, por meio de um
computador com tela sensível ao toque e com um software interativo, modifi-
cado para o experimento. Além disso, os participantes passavam por um teste
de sondagem em que era entregue um protocolo impresso com instruções e
uma matriz em que haviam 25 células, cada uma contendo uma palavra, po-
dendo ser um verbo, substantivo, adjetivo, pronome ou advérbio, conforme
apresentado na Figura 11 (Simonassi et al., 2007).
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Resultados
Quanto aos resultados obtidos no Experimento 1, durante as três sessões de
Linha de Base, tanto o Grupo Agrupado como o Grupo Não-Agrupado, não
apresentaram preferências por nenhuma das cinco classes gramaticais. En-
quanto na condição de Treino houve o aumento de acertos da classe gramati-
cal dos verbos, que foi a classe reforçada durante o treinamento. Já as outras
classes gramaticais diminuíram suas porcentagens, quase chegando a zero du-
rante o Treino e continuando baixas, durante a Volta à Linha de Base (Simo-
nassi et al., 2007).
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Discussão
Simonassi et al. (2007) buscam mostrar nesses dois experimentos que o com-
portamento textual (leitura) e o comportamento de classificar as palavras
através de suas classes gramaticais podem ser caracterizados como um com-
portamento precorrente, pois é um dos elos da cadeia comportamental que
tem como função final a escolha de uma palavra e, justamente por ser um elo,
a ausência de algum desses elos pode impedir a ocorrência e o reforçamento
do comportamento final.
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https://www.youtube.com/watch?v=qpt2X2w2MKQ
Objetivo
Hall, Lund e Jackson (1968) realizaram uma intervenção em uma escola com
uma aluna da primeira série e cinco alunos da segunda série. Esses alunos
apresentavam altas taxas de comportamentos disruptivos ou ficavam muito
tempo ociosos em sala de aula. O objetivo da intervenção foi fazer com que os
alunos emitissem o comportamento de estudar em altas taxas, assim como re-
duzir a frequência dos comportamentos disruptivos. Comportamentos disrup-
tivos são, geralmente, comportamentos que atrapalham alguma outra ativida-
de. Por exemplo, na sala de aula comportamentos disruptivos podem ser le-
vantar da carteira no meio da tarefa, conversas paralelas durante uma leitura,
interromper o professor, entre outros. No estudo de Hall, Lund e Jackson, o
comportamento de estudar foi definido como orientação (atenção) da criança
a objetos ou pessoas (materiais da aula, o professor lecionando, recitar os co-
legas) e também participar da aula quando solicitado pelo professor.
Participantes
Procedimento
A intervenção realizada por Hall, Lund e Jackson (1968) era constituída pelas
seguintes condições experimentais: linha de base, Reforçamento 1, Reforça-
mento 2, reversão à linha de base. Durante a condição de linha de base, o
comportamento das crianças era observado por períodos de 30 minutos. Du-
rante esses períodos de observação, registrava-se a cada 10 segundos se a cri-
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bom e claro português, a professora era orientada a dar a atenção para as cri-
anças quando estas emitiam comportamentos de estudar e a não dar atenção a
elas quando estavam ociosas ou emitindo comportamentos não relacionados
ao estudo e às tarefas acadêmicas.
Resultados
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para a professora que era hora de dar atenção à criança. O observador fazia o
sinal quando ele verificava que a criança, o Robbie, neste caso, iniciava com-
portamentos de estudar. Quando o observador fazia o sinal, a professor se
aproximava de Robbie e dizia "Bom trabalho Robbie", "Vejo que você está es-
tudando", ou outro comentário similar a esses.
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tir dessa sessão o observador não mais sinalizava para a professora quando
ela deveria reforçar os comportamentos de estudar do Robbie. No entanto,
nesta fase, a professora foi orientada a continuar reforçando os comportamen-
tos de estudar e a colocar em extinção os comportamentos disruptivos ou não
relacionados às tarefas escolares, exatamente como ela estava fazendo nas
condições Reforçamento 1 e Reforçamento 2, mas sem a sinalização do obser-
vador.
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Podemos ver no gráfico da Rose que, para ela, a condição de Linha de Base
durou 15 sessões. Durante a condição de linha de base os percentuais de tem-
po que Rose passou estudando variaram entre 0% na décima terceira sessão, e
71%, na sétima sessão. Dizemos, neste caso e em comparação com os dados da
Linha de Base do Robbie, que houve maior variabilidade nos dados da Linha
de Base da Rose. Em média, durante a condição de Linha de Base, Rose pas-
sou 30% do tempo das sessões estudando e, consequentemente, 70% do tempo
emitindo comportamentos disruptivos ou de não-estudar.
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Hall, Lund e Jackson (1968) relataram que não só o percentual do tempo que
Rose passava estudando aumentou durante as condições de reforçamento,
mas as notas dela melhoraram também. Durante a Linha de Base suas notas
eram D. Já durante as condições de reforçamento suas notas passaram a ser C
e B - em uma escala que A é a melhor nota. Veja que a contingência de refor-
çamento estabelecida para os comportamentos de estudar implicaram maior
aprendizagem para Rose também.
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10% e 60% e, em média, esse percentual foi de 37%. Durante a condição expe-
rimental de Reforçamento 1 esse percentual foi de 71%, caindo novamente
para 37% em média durante a condição experimental de Reversão à Linha de
Base e subindo novamente para 70%, em média, durante a condição experi-
mental de Reforçamento 2.
Segundo Hall, Lund e Jackson (1968), a professora do Ken relatou outras mu-
danças em seu comportamento além do aumento significativo no tempo que
ele passava estudando durante a aula. Segundo a professora, Ken, antes no
início da pesquisa, raramente finalizava uma tarefa. Depois da pesquisa ele
passou a concluir mais tarefas em sala. Nas palavras da professora: "Ele está
concluindo suas tarefas no tempo certo agora". Durante a condição de Linha
de Base as notas do Ken eram D em matemática, D em soletração e I (de insa-
tisfatório) em conduta (bom comportamento em sala). Após a contingência de
reforçamento para os comportamentos de estudar ser introduzida, as notas do
Ken passaram para C em matemática e soletração e S (satisfatório) em condu-
ta.
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A Figura 6 mostra os resultados de Joan, que era colega de sala do Gary. Joan
não emitia comportamentos disruptivos ou perturbava os colegas. Ela foi sele-
cionada para participar da pesquisa porque passava muito tempo ociosa, sem
fazer nada em sala de aula. Ela costumava deitar sua cabeça sobre a carteira,
ficar olhando para a janela ou para os colegas. Ela também costumava mexer
em sua roupa, furar sua carteira, mexer no cabelo ou no nariz, desenhar no
tampo da carteira e mexer em sua pulseira.
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forçamento 1 foi de 73%. Esse percentual foi de cerca de 43% para a condição
de reversão e de 73% para a condição de Reforçamento 2.
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Podemos ver no gráfico acima que nas primeira, segunda e terceira sessões da
condição de Linha de Base, por exemplo, toda a atenção que a professora deu
à Rose foi dada enquanto ela emitia comportamentos de não-estudar. Já nas
sessões 5, 7 e 9, por exemplo, a professora alternou os momentos que dava
atenção à Rose, ora dando atenção quando ela estava estudando, ora dando
atenção quando ela não estava estudando e/ou estava emitindo comporta-
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Por fim, sobre este gráfico de atenção da professora, é importante destacar que
Hall, Lund e Jackson (1968) argumentam que a quantidade de atenção que a
professora deu à Rose foi praticamente a mesma durante todas as condições
experimentais. Se a quantidade de atenção foi a mesma, então o que explica a
mudança de comportamento de Rose? Bom, é isso mesmo que você está pen-
sando: o que explica é o fato da atenção passar a ser dada contingentemente
ao comportamento de estudar. Isso é interessante por que se pensarmos na
utilização desse procedimento na sala de aula de forma geral, não estamos fa-
lando em dar mais trabalho para o professor. É apenas uma questão de mudar
o momento que a atenção é dada.
Discussão
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estudando em sala de aula. Foi assim que essa variável dependente foi medi-
da. Vimos nos resultados da pesquisa que a atenção do professor apresentada
contingentemente ao comportamento de estudar aumenta a frequência desse
comportamento, isto é, os alunos passaram a estudar mais após a introdução
da atenção do professor contingente a esse comportamento.
Imagine, por exemplo, que Hall, Lund e Jackson (1968) tivessem utilizado na
pesquisa somente a condição experimental de Reforçamento 1. Faz sentido
isso, não é verdade? Se eles queriam verificar o efeito da atenção do professor
sobre o comportamento de estudar, então por que não simplesmente fazer a
pesquisa apenas indicando ao professor para dar atenção aos alunos quando
eles estavam estudando e não dar atenção quando os alunos não estavam es-
tudando e registrando os resultados? Na verdade, não faz muito sentido isso.
Imagine que no artigo estivesse apresentado o seguinte dado: o professor deu
atenção contingente ao comportamento de estudar e o Ken, por exemplo, pas-
sou 71% do tempo estudando. O problema fundamental de se fazer isso é que
não haveria uma dado para comparar. Se a pesquisa tivesse sido realizada as-
sim, poderíamos fazer perguntas como, por exemplo: tudo bem, 71% é bacana,
mas qual era o percentual antes da intervenção? Era menor? Quanto menor?
Será que o percentual de tempo estudando não era maior e a atenção do pro-
fessor fez com que o Ken estudasse menos?
Imagine agora que a pesquisa de Hall, Lund e Jackson (1968) tivesse sido rea-
lizada apenas com as duas primeiras condições experimentais, isto é, Linha de
Base e Reforçamento 1. Se tivesse sido realizada assim a pesquisa, já seria bem
melhor que no primeiro exemplo só com a condição de Reforçamento 1. Com
a Linha de Base os pesquisadores podem comparar o antes e o depois, o antes
de introduzir atenção do professor contingente ao comportamento de estudar
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Veja que ter um antes e um depois permite fazer comparações e essas compa-
rações dão mais credibilidade aos resultados, não é mesmo? Na verdade, duas
condições experimentais é o mínimo que se pode fazer para que uma pesquisa
possa ser considerada experimental. Um delineamento experimental com
duas condições experimentais como a do exemplo anterior é denominado de-
lineamento AB. O "A" representa uma condição experimental e o B representa
a outra condição experimental. No exemplo, o A representa a condição expe-
rimental de Linha de Base e o B representa a condição experimental de Refor-
çamento 1.
• A: linha de base
• B: reforçamento
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No entanto, Hall, Lund e Jackson (1968), fizeram ainda mais. Eles utilizaram
um delineamento ABAB, que também é um delineamento de reversão, só que
com duas reversões à linha de base. Quanto mais reversões ou condições para
se comparar os dados, mais confiáveis são os dados, pois a cada nova condi-
ção diminuem as chances do resultado encontrado ter sido produzido por fa-
tores diferentes da variável independente. O delineamento ABAB, assim como
ao AB e o ABA, são também delineamentos de sujeito como seu próprio con-
trole, ou delineamentos de sujeito único:
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uma checagem posterior para verificar se esses dois alunos continuavam com
altos percentuais de tempo estudando em sala de aula após o fim da interven-
ção. Ao final da intervenção, dias ou semanas depois, os pesquisadores volta-
ram à escola e registraram novamente os percentuais de tempo estudando do
Robbie e do Gary. Eles verificaram que mesmo após o final da intervenção rea-
lizada esses percentuais continuavam altos (semelhantes aos das condições de
reforçamento). Esse é um dado muito importante, pois significa que as novas
contingências estabelecidas durante a pesquisa continuavam vigorando mes-
mo depois dos pesquisadores terem ido embora da escola. Neste caso, pode-
mos dizer que a professor aprendeu a reforçar, com atenção, os comportamen-
tos de estudar e colocar em extinção os comportamentos disruptivos das cri-
anças. E mais, ela aprendeu a fazer isso sem a necessidade de interferência de
outra pessoa, já que o observador já não estava mais na sala de aula sinalizan-
do para ela em que momentos deveria reforçar os comportamentos de estudar
dos alunos.
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Objetivo
Participantes
Cuidador e criança.
Procedimento
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normais de cobrir, beijar, desejar boa noite, etc, saía do quarto e fechava a por-
ta. Deste ponto em diante, porém, o cuidador não mais retornava ao quarto
quando a criança começava a chorar (Williams, 1958).
Resultados
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Discussão
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De acordo com Williams (1958), a criança teve sérios problemas de saúde du-
rante seus primeiros 18 meses de vida. À época do tratamento do comporta-
mento de birra esse problema de saúde já havia cessado há alguns meses, mas
a criança continuava demandando atenção e cuidados especiais de seus pais
que eram dados quando ela estava doente. Para tanto, a criança utilizava-se
de birras para controlar o comportamento de seus pais e realizar seus desejos,
sobretudo com relação à hora de dormir.
Objetivo
Outro exemplo de como o “conteúdo” de uma frase não é o que determina,
necessariamente, seu efeito sobre o comportamento do outro, foi dado por
Fisher, Ninness, Piazza e Owen-DeSchryver (1996). O garoto havia sido hos-
pitalizado para o tratamento de comportamento destrutivo (e.g., chutar, bater,
morder, atirar objetos).
Participantes
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Procedimento
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Resultados
Fisher et al utilizaram um procedimento similar ao de Kodak et al (1997) para
avaliar o valor reforçador de dois tipos de atenção: reprimendas e comentários
não relacionados ao comportamento problema. Em sua avaliação, Fisher et al
registraram taxas altas de comportamentos-problema nas sessões em que tais
comportamentos eram seguidos por reprimendas e comentários não relacio-
nados (médias de 19,7 e 13,7 ocorrências por minuto, respectivamente). A in-
tervenção realizada pelos terapeutas, após esta avaliação inicial, reduziu as
taxas de comportamentos-problema a níveis próximos de zero.
Discussão
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Objetivo
Participantes
Procedimento
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Resultados
Objetivo
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Participantes
Procedimento
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C3 - Foi para verbalizações que tivessem relação entre eventos privados e va-
riáveis externas, nas quais poderiam ser observados alguns conectivos como:
porque, então, daí, quando, aí etc, que especificam o evento privado e o estí-
mulo, e que se refere tanto ao comportamento da cliente como de outros.
C4 - Por fim, essa categoria foi criada para verbalizações que tivessem relação
entre eventos ambientais e respostas abertas, e que se fizessem referência tan-
to ao comportamento da cliente como de outros.
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Resultados
Como nessa fase experimental (linha de base) tiveram apenas duas sessões, e
para as outras fases três sessões, tendo como objetivo de adequar a amostra-
gem desta fase e possibilitar a comparação desses dados com os dados das ou-
tras fases com uma sessão a mais, os números da fase experimental foram re-
lativizados, então ficaram proporcionais às outras fases que foram realizadas
em três sessões.
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Foi possível observar nas fases experimentais II, III e IV, em que foram seleci-
onadas classes de respostas para serem reforçadas, que as categorias de verba-
lizações selecionadas para o reforço em cada fase experimental aumentaram a
freqüência, provavelmente em razão dessa consequência reforçadora, enquan-
to as categorias de verbalizações em que o reforço foi retirado, diminuíram
sua frequência. Esse dado parece propor que a cliente respondeu aos treinos
discriminativos sempre que era exposta a uma nova fase experimental.
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Discussão
Os autores comentaram que parece não existir uma ampla referência na litera-
tura sobre pesquisas que envolvem a análise do comportamento verbal na clí-
nica e que a proposta de uma metodologia de análise comportamental verbal
de cliente e terapeuta ainda se encontra em um estágio inicial quando diz res-
peito ao material científico disponível. Com isso, a discussão dos autores não
pretende ser conclusiva, mas sugere uma análise da relação terapêutica se-
gundo os princípios da análise do comportamento e sugere que o relato verbal
do cliente acontece em função das operações realizadas pela terapeuta e tam-
bém como um produto de suas relações ambientais.
A análise inicial efetuada a partir das onze sessões aplicadas nas quatro fases
experimentais, mostraram uma certa regularidade no comportamento da te-
rapeuta, provavelmente como resultado do treinamento que ela recebeu para
realizar os procedimentos designados para cada uma das fases experimentais.
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Neste estudo de Silva e Banaco, foi apontado que é possível levar o cliente a
responder ou relatar que de acordo com uma concepção de comportamento
como produto de relações ambientais, em uma situação clínica. O estudo pos-
sibilitou também descrever de forma precisa a respeito da frequência de ver-
balizações do terapeuta e cliente, e analisar os efeitos das verbalizações do te-
rapeuta sobre as verbalizações do cliente.
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Objetivo
Brito, Rodrigues, Santos e Ribeiro (2006) realizaram um estudo com o objetivo
de avaliar o efeito de reforço diferencial e extinção sobre o comportamento
verbal de uma pessoa com diagnóstico de esquizofrenia crônica que já durava
por mais de 30 anos.
Participante
O participante do estudo foi uma pessoa do sexo masculino, solteiro, com 49
anos de idade. Ele não trabalhava, tinha o segundo grau completo e morava
com seu pai. O participante já havia sido internado 12 vezes em instituições
psiquiátricas e fazia uso constante dos medicamentos antipsicóticos. A pesqui-
sa foi realizada em um consultório de psicologia.
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'"O diabo e a prostituta captam até pensamentos meus de um ano até aos 22 anos"; "Noventa
e nove por cento (99%) da população mundial são bichas, sapatonas e esquizofrênicas", "Os
diabinhos que estão dentro do meu estômago e intestino não me deixam defecar" e "O senhor
Jimmy Carter controla o mundo todo, faz todos os filmes, as novelas e as músicas", dentre
outras'. (Brito et al., 2006, p. 77).
"Bom dia! Hoje o dia está quente", "Eu gosto de ler sobre política" e "Vou fazer um peixe
assado este final de semana", dentre outras. (Brito et al., 2006, p. 77).
"(...) as vocalizações psicóticas foram identificadas por meio das palavras ou frases do parti-
cipante que satisfizessem um ou ambos os critérios: se referissem aos estímulos não presentes
ou discutissem a existência, ou se referissem a um dos seis tópicos específicos que ele, repe-
tidamente, verbalizava: Diabo, Prostituta, Jimmy Carter, Transtornos Mentais, Bichas e Lés-
bicas. As verbalizações apropriadas foram definidas como declarações ou questões que não
estavam presentes nas definições de vocalizações psicóticas."
Procedimento
• B: Intervenção (8 sessões)
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Note que o procedimento utilizado por Brito et al. (2006) consiste, basicamen-
te, em reforço e extinção duas categorias de comportamentos: falas apropria-
das (reforço) e falas psicóticas (extinção) - e envolve reforço e extinção na pre-
sença de um determinado estímulo discriminativo, o próprio pesquisador.
Portanto, podemos interpretar o procedimento utilizado como um treino dis-
criminativo no qual falas apropriadas na presença do pesquisador eram refor-
çadas com atenção (reforço social) e falas psicóticas na presença do pesquisa-
dor não eram reforçadas.
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Resultados
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150 ocorrências na sétima sessão. Também podemos ver nessas sessões a di-
minuição do número de falas psicóticas: 103 ocorrências na quinta sessão; 89
ocorrências na sexta sessão e 52 ocorrências na sétima sessão. Veja que os da-
dos até aqui já indicam certa efetividade do uso de reforço diferencial para
aumentar a frequência de falas apropriadas e diminuir a frequência de falas
psicóticas. Podemos dizer também, com base nesses dados, que o terapeuta
está passando a exercer função de estímulo discriminativo para falas apropri-
adas e estímulo delta para falas psicóticas. Um controle de estímulos começa a
se estabelecer.
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Moreira et al. | 2021
dente, Brito et al. (2006) optaram pelo delineamento ABAB, isto é, repetiram as
condições experimentais de linha de base e intervenção. É como se os pesqui-
sadores tivessem dito: "Já temos uma boa evidência de que funciona, mas se
repetirmos tudo teremos os mesmo resultados? Se tivermos, será uma evidên-
cia ainda mais forte de que o procedimento funciona para produzir a redução
da frequência de falas psicóticas e a aumentar a frequência de falas apropria-
das no repertório comportamental de uma pessoa diagnosticada com esquizo-
frenia". Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu.
Por fim, com relação aos resultados de Brito et al. (2006), podemos ver no grá-
fico que as frequências dos comportamentos fala apropriada e fala psicótica
durante as sessões de follow-up (sessões 22, 23 e 24) foram similares às
frequências desses comportamentos durante a segunda intervenção. Follow-
up é uma palavra inglesa e significa acompanhamento. É comum pesquisas
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Discussão
Relatos de pesquisa empírica como essa de Brito et al. (2006) geralmente ter-
minam com uma seção de discussão que relaciona os objetivos do trabalho aos
resultados encontrados e relaciona os resultados encontrados a outros traba-
lhos que estudaram variáveis independentes e dependentes similares. Sendo
assim, vamos ver agora como Brito et al. discutem seus resultados:
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tingente. (...) Os dados permitem afirmar que as falas desse participante foram
controladas pelo reforço social combinado com a extinção. Uma relação foi
produzida entre o seu modo de falar e a consequência imediata, como de-
monstraram os estudos de Ayllon e Haughton (1964), DeLeon et al. (2003), Di-
xon et al. (2001), Wilder et al. (2001) e Lancaster et al. (2004).
No trecho acima, Brito et al. (2006) relacionam seus resultados aos resultados
de pesquisas anteriores que estudaram os efeitos do reforço e extinção sobre
falas apropriadas e falas psicóticas. Neste caso, as autoras indicam que seus
resultados replicaram os resultados de pesquisa anteriores, indicando quais
foram esses resultados. Isto quer dizer que os resultados da pesquisa de Brito
et al. (2006) são similares aos resultados de pesquisa anteriores sobre o mesmo
assunto. Isso é importante porque dá ainda mais credibilidade para a pesquisa
- quanto mais pesquisas "dizendo a mesma coisa", mais podemos confiar nos
resultados, ou mais podemos confiar que foi realmente o reforço e a extinção
que produziram os efeitos relatados sobre as falas apropriadas e as falas psicó-
ticas. Por falar nisso, o que as autoras querem dizer com "controle operante de
falas psicóticas"?
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Objetivo
Thompson e Iwata (2005) relataram que uma estratégia eficiente para estudar
o comportamento verbal seria avaliando-o sob múltiplas condições. A partir
disso, em uma pesquisa posterior, Britto, Rodrigues, Alves & Quinta (2010),
buscaram analisar as variáveis controladoras das falas inapropriadas de um
esquizofrênico a partir de diferentes condições, sendo essas: atenção, deman-
da, sozinho e atenção não contingente. O segundo objetivo foi semelhante ao
da pesquisa anterior, de verificar o efeito do reforço positivo e negativo nessas
falas.
Participantes
Procedimento
O procedimento utilizado foi o mesmo de Iwata e cols. (1982/1994), no qual
foram estabelecidas quatro condições ordenadas por sorteio, sendo (1) Aten-
ção; (2) Demanda; (3) Atenção não contingente; (4) Sozinho, com duração de
12 minutos cada.
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Resultados
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Discussão
O participante desse estudo também foi um indivíduo do sexo masculino dia-
gosticado com esquizofrenia, de 34 anos de idade, ele apresentava um reper-
tório verbal inapropriado como “eu via a alma do meu avô que voava en-
quanto reluzia no cruzeiro do sul” (p. 140). Recebia tratamento especializado
em um CAPS e, segundo a equipe, não gostava das atividades de pintura
quando eram utilizadas as cores azul e vermelha. As sessões foram realizadas
e foram estabelecidos critérios para a seleção do participante, sendo eles: ida-
de acima de 18 anos, diagnóstico psiquiátrico de esquizofrenia, presença de
comportamentos verbais inapropriados e tratamento no CAPS.
Objetivo
Este artigo reuniu três objetivos para discorrer durante a pesquisa, sendo, le-
vantar hipóteses de possíveis contingências de reforçamento que pudessem
provocar supressão e/ou baixa frequência na emissão respostas verbais, o se-
gundo, observar interações familiares e identificar contingências que pudes-
sem diminuir ou aumentar a frequência de emissão de respostas verbais e
comportamentos inadequados, e posteriormente, desenvolver procedimentos
de intervenção através de orientações aos pais e verificar possíveis mudanças
na frequência de emissão de respostas verbais de uma criança de cinco anos.
Participantes
A pesquisa foi realizada pela psicóloga da criança
Procedimento
Após o levantamento da história de vida da criança, foram realizadas obser-
vações semanais em base de Hart e Risley (1995). Posteriormente, foi aplicado
um teste, apresentou-se 92 figuras para criança, esta deveria nomear cada uma
por meio da verbalização “O que é isto?”. Em seguida ocorriam as interven-
ções de acordo com Drash Tudor (1993) e Hart e Risley (1995), por exemplo, os
pais receberam orientações da pesquisadora para elogiar a criança após suas
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Resultados
Durante as observações, foi perceptível a fala inicial da Mãe, havia uma baixa
interação do pai com a criança. Após as observações, a pesquisadora fazia in-
tervenções com os pais, orientou que os mesmos aumentassem a verbalização
com a criança. Em decorrência do baixo repertório verbal do pai em direção a
criança, a pesquisadora orientou que a Mãe deixasse a criança mais a sós com
o Pai. Também, o abordava com reforçamentos após as observações, o elogia-
va por estar contribuindo com a frequência verbal da criança. É perceptível o
aumento da verbalização verbal da criança em direção ao pai, houve também
um declínio da fala por parte da mãe.
Discussão
A pesquisa foi realizada pela psicóloga da criança, inicialmente, a mãe desta
relatou que o filho falava pouco, se comportava de maneira inadequada (bater
a cabeça, gritar e chorar muito) e na escola constava baixo desempenho. A
mãe da criança expôs para a pesquisadora que o pai apresentava baixa
frequência de interação com a criança.
Além dos pais, a criança tinha um irmão também, ambos moravam juntos em
um apartamento de três quartos, localizado em uma bairro residencial de uma
cidade da Grande São Paulo, as observações foram feitas na mesma.
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Objetivo
Procedimento
As sessões foram gravadas em áudio e categorizadas por dois observadores
que utilizaram o Eixo Verbal Vocal do Terapeuta e do Cliente do Sistema Mul-
tidimensional para a Categorização de Comportamentos da Interação Tera-
pêutica (SiMCCIT), desenvolvido por Zamignani (2007), em sua pesquisa de
doutorado.
O critério de escolha para a seleção dos vinte clientes pelos estagiários foi ale-
atório, exigindo apenas que estivesse dentro do seguinte rol de queixas: Difi-
culdades de relacionamento interpessoal, problemas de relacionamento con-
jugal ou dificuldades com práticas parentais. Além das gravações do áudio
das sessões terapêuticas, também foram utilizados o Protocolo de Observação
contendo categorias de comportamento do terapeuta e cliente (Zamignani,
2007), os softwares Clic® (para treino das categorias), The Observer XT 7.0
(para categorização das sessões) e SPSS (para análise estatística).
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d) Registro das categorias no software The Observer XT 7.0: Após cada cate-
goria ter sido cadastrada no software, inseriu-se o áudio da sessão e iniciou-se
a análise. Esse procedimento foi realizado para toda a gravação, sessão a ses-
são;
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Resultados
Discussão
Para os terapeutas, os comportamentos de Solicitação de relato e de Informa-
ções foram os de maior duração. Para os Clientes, foram os comportamentos
de Relato e Estabelecimento de relações que tiveram maior duração.
Objetivo
Um estudo mais recente foi feito por de Sousa e Britto (2017), com o mesmo
objetivo de investigar as respostas verbais de uma pessoa que possuía o diag-
nóstico de esquizofrenia, porém, um dos critérios para seleção do participante
foi a participação em uma comunidade evangélica.
Participante
A participante dessa pesquisa foi uma mulher de 41 anos, casada e com
quatro internações em instituições psiquiátricas. Foram registrados relatos
da morte da mãe, abandono do pai e estupro em sua adolescência. Acreditava
que tinha revelações sobre a forma como as pessoas morreriam. Certa vez,
afirmou “ouvir uma ordem de Deus” para deitar-se na calçada da igreja. Um
policial pediu que fosse para casa; ela se recusou, e o policial a agrediu fisica-
mente. Após esse evento, as falas bizarras e o deitar-se no banheiro e pas-
sar as noites nas ruas aumentaram.
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Procedimento
As sessões ocorreram duas vezes por semana, tendo sido realizadas duas ses-
sões por dia com duração de 5 minutos cada e intervalo de 15 minutos entre
elas. Todas as sessões foram registradas em vídeo.
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Resultados
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O mesmo fenômeno foi observado por O’Reilly et al. (2007) com um outro ra-
paz de 20 anos também diagnosticado com retardo mental, matriculado em
uma escola para estudantes com autismo. Os comportamentos-problema
apresentados pelo garoto consistiam em gritos, discurso bizarro e se jogar con-
tra paredes e outros objetos estacionários. O experimento foi realizado utili-
zando-se quatro arranjos diferentes formando-se pares (pré-sessão/sessão de
avaliação) com três diferentes condições: (1) atenção contínua, na qual o tera-
peuta interagia com o garoto em intervalos fixos de 15s (e.g., “O que você no
fim de semana”; “Quais são seus filmes preferidos”); (2) extinção, o terapeuta
permanecia na mesma sala que o participante, mas não interagia com ele; e (3)
sozinho, o participante permanecia sozinho na sala durante esta condição. Os
quatro pares de condições envolvendo pré-sessão e sessão de avaliação foram:
(1) pré-sessão sozinho/sessão sozinho; (2) pré-sessão com atenção contínua/
sessão sozinho; (3) pré-sessão com atenção contínua/sessão em extinção; e (4)
pré-sessão sozinho/sessão em extinção.
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Estratégias de intervenção
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Análise Funcional
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"Se quisermos entender a conduta de qualquer pessoa, mesmo a nossa própria, a primeira
pergunta a fazer é: “O que ela fez?” O que significa dizer, identificar o comportamento. A
segunda pergunta é: “O que aconteceu então?” O que significa dizer, identificar as con-
sequências do comportamento. Certamente, mais do que consequências determinam nossa
conduta, mas estas primeiras perguntas frequentemente hão de nos dar uma explicação práti-
ca. Se quisermos mudar o comportamento, mudar a contingência de reforçamento – a relação
entre o ato e a consequência – pode ser a chave. Frequentemente gostaríamos de ver algumas
pessoas em particular mudar para melhor, mas nem sempre temos controle sobre as con-
sequências que são responsáveis por sua conduta. Se o temos, podemos mudar as consequên-
cias e ver se a conduta também muda. Ou podemos prover as mesmas consequências para
conduta desejável e ver se a nova substitui a antiga. Esta é a essência da análise de contin-
gências: identificar o comportamento e as consequências; alterar as consequências; ver se o
comportamento muda. Análise de contingências é um procedimento ativo, não uma especula-
ção intelectual. É um tipo de experimentação que acontece não apenas no laboratório, mas,
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Para a execução desta pesquisa, será utilizado o estudo realizado por Greens-
poon (1955) como referência para a produção de uma réplica na língua portu-
guesa, considerando que não existem réplicas deste em tal língua, e que a prá-
tica de réplicas em pesquisa é importante para garantir confiabilidade e vali-
dade.
https://www.youtube.com/watch?v=fk1zuubCFi8
Participantes
Participaram da pesquisa cinco estudantes universitários, com idades entre 18
a 25 anos, sendo 1 do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Os convites foram
realizados pelo aplicativo de mensagens Whatsapp em grupos de turmas de
um curso de Psicologia. Todos os participantes receberam uma breve explica-
ção sobre o estudo e o experimento a ser realizado.
Procedimentos éticos
Todos concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclareci-
do (TCLE).
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Local
A pesquisa foi realizada de forma online por meio de uma chamada de vídeo
na plataforma Google Meet. A pesquisadora estava em sua residência e os par-
ticipantes no local de sua preferência. Foi solicitado para os participantes que
estivessem em um local sem ruídos.
Instrumentos
Os materiais utilizados foram: dois computadores para a utilização da plata-
forma Google Meet para coleta dos dados (um da experimentadora e um do
participante), uma planilha para o registro desses dados e um cronômetro de
celular para o controle do tempo entre as etapas.
Estímulos
Foram utilizados como estímulos reforçadores vocalizações do tipo “unhum”.
Delineamento experimental
Esta foi uma pesquisa experimental de sujeito único, ou seja, o sujeito como
seu próprio controle, delineamento A-B-A. Este delineamento possui três eta-
pas, sendo elas: linha de base, intervenção e retorno para a condição de linha
de base. No início, é observado o comportamento do sujeito na condição de
linha de base A, em seguida, a condição experimental B (adicionando variá-
veis em A ou retirando variáveis de A), e por fim retorna para a condição A
inicial de linha de base observando o comportamento do sujeito (retirando as
variáveis que foram incluídas anteriormente em A).
Procedimento
Linha de Base. A condição de Linha de Base iniciou-se com instruções sobre a
tarefa. Embora as instruções não tenham sido lidas, elas eram faladas para o
participante com base no seguinte texto:
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Ao final de cada uma das 5 sessões, foram feitas perguntas para os participan-
tes sobre o que eles achavam que tinha acontecido, se eles haviam percebido
alguma diferença entre os três momentos de 15 minutos e o que eles achavam
que significava a emissão da vocalização “uhum”.
Resultados
A Figura 1 mostra o número de palavras no singular e no plural de cada um
dos 5 participantes. O eixo vertical indica a quantidade de palavras emitidas e
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A Figura 3 é um gráfico que indica o número total de palavras que cada parti-
cipante verbalizou durante os 45 minutos de intervenção, somando as pala-
vras no singular e no plural. Neste gráfico, é possível observar que, com exce-
ção do participante 1, todos os outros participantes (P2, P3, P4 e P5) apresen-
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Ao final do estudo foram feitas três perguntas para cada participante com
base nas seguintes questões: 1)sobre o que você acha que foi tudo isso?, 2)você
percebeu alguma diferença entre as etapas de 15 minutos? e 3)qual propósito
você acha que tinha a vocalização “uhum”?, para ouvir suas opiniões acerca
da pesquisa e também sobre o estímulo apresentado durante a intervenção.
Embora as perguntas tenham sido realizadas, os dados exatos das respostas
foram perdidos. Porém, sabe-se que nenhum participante conseguiu descrever
a contingência em vigor.
Discussão
O objetivo desta pesquisa foi verificar o efeito de vocalizações sobre a
frequência de palavras no plural. Para tanto, a coleta de dados foi uma repli-
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Algumas hipóteses possíveis para explicação dessa não replicação dos dados
seriam: a realização da pesquisa em tempo menor e com intervalos, conside-
rando que a de Greenspoon foi de 50 minutos sem intervalos; e a realização da
pesquisa em ambiente virtual/online, considerando que a pesquisa modelo
foi realizada pessoalmente.
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ram todas relacionadas a esse fato, como por exemplo: bebê, chorar, mãe, etc.
Um outro ponto a ser observado com relação ao ambiente online é relacionado
com a rapidez que o participantes fala as palavras e se tiver algum delay, o re-
forço apresentado será prejudicado, então uma possível solução nesse caso se-
ria a utilização de um metrônomo marcando o momento em que o participan-
te deveria falar alguma palavra.
Pesquisas futuras
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https://www.youtube.com/watch?v=al-m_BFN6As
Participantes
Procedimentos éticos
Idêntico ao Experimento 1.
Delineamento
Variável independente.
Variável dependente.
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Local
Idêntico ao Experimento 1.
Instrumentos
Idêntico ao Experimento 1.
Estímulos
Procedimento
Linha de base
Idêntico ao Experimento 1.
Intervenção
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Resultados
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Tabela 1. Perguntas para os participantes: Sobre o que você acha que foi
tudo isso?
Participante Respostas
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!
Tabela 2. Perguntas para os participantes: Qual você acha que era o propósito
do “aham”
Participante Respostas
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Tabela 3. Perguntas para os participantes: Por quanto tempo você acha que es-
tava falando palavras?
Participante Respostas
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Discussão
O objetivo dessa pesquisa foi verificar o efeito da VI sobre a VD. A VI do expe-
rimento era a vocalização do pesquisador que possuía dois valores: a vocali-
zação “aham” ou do silêncio e a VD era medir o comportamento e frequência
de verbalização de palavras no plural, para tanto replicou-se a pesquisa de
Greenspoon (1955).
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Moreira et al. | 2021
As limitações no estudo feito, por ter sido de uma forma online, às vezes a in-
ternet travava e pode ter acontecido de ter perdido alguma palavra vocalizada
do participante.
Pesquisas futuras
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https://www.youtube.com/watch?v=tx_PqU3LAus
Participantes
Procedimentos éticos
Idêntico ao Experimento 1.
Local
Idêntico ao Experimento 1.
Instrumentos
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Estímulos
Atenção na forma de fazer anotações em um caderno.
Delineamento experimental
Variável independente
Variável dependente
Procedimento
Linha de Base
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Intervenção
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Moreira et al. | 2021
Por fim, na etapa de retorno à Linha de Base, a pesquisadora dava, pela última
vez, a mesma instrução. Durante os últimos 15 minutos a experimentadora
não anotava nenhuma palavra vocalizada pelo participante.
Resultados
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LB, vocalizando 109 palavras totais, e nos primeiros 5 minutos na última etapa
RLB, houve uma diminuição para 61 palavras.
Na figura 3 pode-se perceber que os participantes P03 e P05 falaram mais pa-
lavras na linha de base e foram diminuindo gradativamente conforme o tem-
po passava, os participantes P01 e P04 diminuíram moderadamente o núme-
ro total de palavras vocalizadas na etapa de intervenção e o P02 falou mais pa-
lavras na etapa de intervenção no que nas demais.
Na Figura 3 pode-se perceber que os participantes P03 e P05 falaram mais pa-
lavras na linha de base e foram diminuindo gradativamente conforme o tem-
po passava, os participantes P01 e P04 diminuíram moderadamente o núme-
ro total de palavras vocalizadas na etapa de intervenção e o P02 falou mais pa-
lavras na etapa de intervenção no que nas demais.
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Tabela 1. Pergunta 1: Sobre o que você acha que foi tudo isso?
Participante Respostas
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Tabela 2. Pergunta 2: Você notou alguma mudança no tipo de palavras que es-
tava dizendo?
Participante Respostas
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Tabela 3. Pergunta 3: Qual você acha que era o propósito das minhas anota-
ções?
Participante Respostas
Discussão
Com base nos dados dos participantes P01 e P02, nota-se uma diminuição
gradual de palavras no plural, enquanto com o participante P03 esse número
se mantém constante em todas as etapas. Porém, na etapa de intervenção, o
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Moreira et al. | 2021
Após análise e discussão dos dados obtidos nessa pesquisa, verifica-se que
não é possível estabelecer uma relação de reforço ou punição do fator anota-
ção sob o comportamento verbal dos 5 participantes, tal como no experimento
de Greenspoon (1955). Esse fato pode ser relacionado com a execução da pes-
quisa, uma vez que a original foi realizada presencialmente enquanto esta se
deu de forma online. Durante as sessões com dois participantes, houve baru-
lhos e interrupções externas que podem ter influenciado, como familiares fa-
lando alto e entrando no cômodo, copos quebrando e obras ocorrendo no en-
torno. Tudo isso pode ter contribuído para a dificuldade dos participantes de
modo geral de manter o olhar para a pesquisadora e perceber seus movimen-
tos.
Além deste, podem ter outros fatores que influenciaram na pesquisa, como
fatores culturais e individuais, visto que a pesquisa de Greenspoon foi reali-
zada 65 anos atrás. No futuro, seria interessante replicar a pesquisa original de
forma presencial, com o mesmo delineamento e com a mesma duração para
uma melhor comparação dos resultados e enfim verificar se é possível estabe-
lecer um efeito reforçador ou punitivo do comportamento de fazer anotações
sobre o comportamento verbal do cliente/participante.
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https://www.youtube.com/watch?v=Auo9vWX213k
Participantes
Local
Idêntico ao do Experimento 1.
Instrumentos
Idênticos ao do Experimento 1.
Estímulos
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Delineamento experimental
Idêntico ao do experimento 1.
Procedimento
Linha de Base
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Moreira et al. | 2021
sua tarefa é falar palavras que lhe vierem à cabeça durante o tempo da sessão.
Só não pode contar, por exemplo, um, dois, três. Tente falar pausadamente;
Tente falar tanto palavras no singular quanto no plural e também substantivos
adjetivos; Tente manter seu olhar em direção a mim.
Intervenção I
Intervenção II
Resultados
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No que diz respeito ao P2, notou-se uma queda brusca na quantidade de pa-
lavras emitidas durante a Intervenção 2. Até os cinco minutos, ele havia falado
72 palavras. Aos dez minutos, 30 vocábulos a menos haviam sido emitidos, ou
seja, 42. Ao final da etapa, aos quinze minutos, o participante havia falado
apenas 22 palavras. Sendo assim, o total de vocábulos emitidos nessa etapa foi
136, sendo que na linha de base e na Intervenção 1, haviam sido faladas 183 e
159 palavras, respectivamente.
Em relação ao P4, também foi notada uma queda brusca na quantidade de pa-
lavras emitidas na Intervenção 2. Até os cinco minutos, haviam sido emitidos
34 vocábulos. Até os dez minutos, 39 palavras haviam sido ditas. Ao final da
etapa, aos quinze minutos, o participante havia falado catorze vocábulos. Des-
sa forma, o total de palavras ditas nessa etapa foi de 87, sendo que na Linha
de Base e na Intervenção 1, haviam sido emitidos 164 e 124 vocábulos, respec-
tivamente.
No que diz respeito ao participante 3, é importante afirmar que ele foi quem
mais falou durante este estudo. Ao todo, foram ditas por ele 635 palavras. Já o
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Moreira et al. | 2021
participante 4 foi quem menos falou. Foram verbalizados por ele 375 vocábu-
los.
Tabela 1. Pergunta 1: Sobre o que você acha que foi tudo isso?
Participan- Respostas
tes
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Participan- Respostas
tes
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Tabela 3. Pergunta 3: Qual você acha que era o propósito do “umhum” e das
expressões faciais?
Participan- Respostas
tes
Discussão
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Moreira et al. | 2021
No que diz respeito ao P5, pode-se afirmar que a Intervenção 1, na qual a pes-
quisadora falava “umhum”, produziu os efeitos esperados. Nessa etapa do
procedimento, o participante, depois de perceber que, quando emitia vocábu-
los no plural, tinha um retorno verbalizado, passou a falar, em sua maioria,
palavras no plural. Já na Intervenção 2, na qual a pesquisadora, além de falar
“umhum”, também franzia as sobrancelhas, o participante permaneceu emi-
tindo mais palavras no plural.
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Moreira et al. | 2021
Portanto, como sugestão para outros estudos, sugere-se que estabeleçam in-
tervenções que sejam menos sutis que a emissão da expressão verbal
“umhum”. Faz-se necessário também repensar o tempo no qual os participan-
tes são convidados a emitir palavras aleatórias, o que pode ser cansativo para
determinadas pessoas.
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Moreira et al. | 2021
https://www.youtube.com/watch?v=Gtt9P3SMCpA
Participantes
Procedimentos éticos
Idêntico ao Experimento 1.
Local
Idêntico ao Experimento 1.
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Instrumentos
Idêntico ao Experimento 1.
Estímulos
Olhar fixamente no olho do examinado quando ele emitia palavras no plural.
Delineamento experimental
Variável independente.
Variável dependente.
Procedimento
Linha de Base
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Moreira et al. | 2021
Logo após, foi dada a instrução: “Iniciaremos nossa pesquisa e eu gostaria que
você falasse, pausadamente, qualquer palavra que lhe vier à cabeça durante
os próximos 15 minutos. Tente falar tanto palavras no singular quanto no plu-
ral e também substantivos e adjetivos, vou lhe dar um exemplo: lindo, flores,
copo, animais, blusas.”
Intervenção
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Moreira et al. | 2021
Por fim, na etapa de retorno à Linha de Base, a pesquisadora dava, pela última
vez, a mesma instrução. Durante os últimos 15 minutos a experimentadora
não olhava fixamente em nenhuma palavra vocalizada pelo participante.
Resultados
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
Ao final desse estudo foram feitas três perguntas para cada participante, para
ouvir suas opiniões acerca da pesquisa e também sobre o estímulo apresenta-
do durante a intervenção. As Tabelas 1, 2 e 3 contém as respostas, de cada par-
ticipante, para cada uma das três perguntas feitas. Essas respostas foram
adaptadas ou então resumidas para proporcionar uma melhor compreensão.
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Tabela 1. Pergunta 1: Sobre o que você acha que foi tudo isso?
Participante Respostas
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Participante Respostas
P4 Não.
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Moreira et al. | 2021
Participante Respostas
P4 Não sei. Acho que era para eu mudar o foco das palavras
que estavam falando e começar a falar sobre outro assun-
to.
P5 Você queria acessar lugares mais profundos, porque
quando eu comecei a falar as palavras falei o que fui
vendo aqui no meu quarto quando acabaram as opções
comecei a falar o que estava doendo no meu coração. O
luto, minha cachorra morreu esses dias e só conseguia
falar o que eu sentia por ela e como estava sentindo ago-
ra.
Discussão
Este estudo teve como objetivo, a partir da pesquisa de Greenspoon (1955) in-
vestigar o efeito do contato de olhar no comportamento verbal do participan-
te, de modo a verificar se o contato de olhar influencia positivamente, negati-
vamente ou não influencia na frequência da vocalização de palavras no plural
de estudantes universitários.
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Pesquisas futuras
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https://www.youtube.com/watch?v=D9XR8NMjroM
Participantes
Procedimentos éticos
Local
Idêntico ao Experimento 1.
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Moreira et al. | 2021
Instrumentos
Idênticos ao Experimento 1.
Estímulos
Delineamento experimental
Procedimento
Foram dadas instruções acerca da pesquisa como sua divisão em três blocos
de 15 minutos, com um intervalo de cinco minutos entre eles. Para que se des-
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
estivesse concordando com a fala do sujeito e, quando não fosse falada ne-
nhuma palavra no plural, a pesquisadora continuava com uma face neutra,
sem demonstrar reações às falas.
Resultados
A Figura 1 mostra o número total de palavras no singular e no plural de cada
participante, em cada condição de Linha de Base, Intervenção e Retorno à Li-
nha de Base. Esses participantes foram intitulados de P1, P2, P3, P4 e P5.
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
Por fim, ao final desse estudo foram feitas três perguntas para cada partici-
pante, para ouvir suas opiniões acerca da pesquisa e também sobre o estímulo
apresentado durante a intervenção. As Tabelas 1, 2 e 3 contém as respostas, de
cada participante, para cada uma das três perguntas feitas. Essas respostas fo-
ram adaptadas ou então resumidas para proporcionar uma melhor compreen-
são.
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Moreira et al. | 2021
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Tabela 1. Pergunta 1: Sobre o que você acha que foi tudo isso?
Participante Respostas
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Participante Respostas
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Moreira et al. | 2021
Participante Respostas
Discussão
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Moreira et al. | 2021
Quanto aos resultados da Figura 2, por mais que, com o passar do tempo, a
quantidade de palavras tenha diminuído um pouco a cada condição, todos os
participantes conseguiram manter um padrão, sem grandes diferenças de
uma condição para a outra ou de um intervalo de tempo para o outro.
Sendo assim, não podemos dizer que a intervenção foi efetiva, pois o efeito
reforçador da expressão facial não foi significativo, já que, de forma geral, não
houve aumento na frequência de palavras no plural.. Portanto, em compara-
ção com a pesquisa de Greenspoon (1955), é possível concluir que o presente
estudo não apresentou os mesmos resultados.
Este resultado diferente pode ter acontecido por diversos fatores, sendo um
deles, a pesquisa de forma online pois, o fato de que o ambiente não pôde ser
totalmente controlado, já que cada participante estava em sua casa, em um
cômodo de sua escolha, trouxe algumas dificuldades. Durante algumas cha-
madas ocorreram pequenas falhas e alguns participantes apresentaram difi-
culdade em manter o olhar fixo para a pesquisadora. Muitas vezes olhando
para os lados e, consequentemente, falando palavras sobre objetos que esta-
vam em seu campo de visão. Portanto, estes fatores também podem ter atra-
palhado a concentração dos participantes e o resultado final da pesquisa.
Além disso, na pesquisa de Greenspoon (1955) os participantes falavam de
forma ininterrupta e, neste estudo, haviam dois pequenos intervalos de cinco
minutos. Este intervalo também pode, ou não, ter colaborado para a diferença
dos resultados.
Vale ressaltar que, embora a pesquisa online possa não ter sido a melhor op-
ção para esta pesquisa, as pesquisas e as sessões de psicoterapia no contexto
online têm sido de extrema importância no atual período de pandemia em
que nos encontramos. Esta modalidade encontra-se cada vez mais frequente e,
dessa forma, estes estudos se tornam cada vez mais necessários para que se
possam encontrar limitações, com o objetivo de solucionar e melhorar o meio
online.
Pesquisas futuras
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https://www.youtube.com/watch?v=Xt-ZwRwRhDw
Participantes
Participaram desta pesquisa cinco alunos de diferentes cursos que estão pres-
tando o ensino superior.
Procedimentos éticos
Idêntico ao Experimento 1.
Local
Idêntico ao Experimento 1.
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Moreira et al. | 2021
Instrumentos
Idêntico ao Experimento 1.
Delineamento
Variável independente.
Variável dependente.
Estímulos
Procedimento
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Moreira et al. | 2021
olhar para mim. Tente falar palavras tanto no plural, quanto no singular, adje-
tivos, por exemplo, bonito, porta, violões, dentre outros.” Em seguida avisou
ao participante que a sessão levaria 55 minutos e seria dividida em três etapas
de 15 minutos, e entre elas intervalos de cinco minutos. Nada mais foi instruí-
do sobre o experimento além disto e do tempo. Um cronômetro foi utilizado
para registrar o tempo.
Intervenção
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Moreira et al. | 2021
Resultados
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
Fica perceptível que o participante 1 foi o que mais falou palavras, totalizando
em 1,046 palavras. Em contrapartida, o participante 4 verbalizou menos pala-
vras no total, foram ditas por ele 499 palavras. Houve um declínio de palavras
verbalizadas em decorrer das condições, por parte dos participantes P1 e P2.
Após a realização das três sessões, foram feitas as seguintes perguntas para os
participantes:
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Participante Respostas
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Participante Respostas
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Moreira et al. | 2021
Participante Respostas
O P1 (Tabela 1) relatou que não percebeu que houve desvio de atenção, disse
que foi difícil manter o olhar para a pesquisadora, disse que a forma como
verbalizou as palavras foi significativa para ele, pois trouxe palavras relacio-
nadas a sua vida pessoal, momentos ao qual estava passando. Relatou que
imaginava ser algo relacionado ao inconsciente, pois para ele as palavras de-
sencadearam uma continuação de outras e todas estavam interligadas com
momentos da sua vida e quando ele se percebia que estava citando seus pro-
blemas, mudava completamente a palavra, por exemplo, “insegurança”,”de-
samparo”, “ansiedade”, e de repete quando se percebia, falava algo aleatório,
como “amarelo”.
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Moreira et al. | 2021
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O P3 relatou que levou muito tempo e teve dificuldades. Disse que o “uhum”
foi reforçador. Na fase da intervenção, percebeu a falta do “uhum”, mas que
não raciocinou que era por conta da verbalização de palavras no plural, pois
estava mais concentrado em procurar palavras para relatar.
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Discussão
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Moreira et al. | 2021
Com os resultados expostos nas figuras 1 e 2, foi concluído que o objetivo es-
perado inicialmente não foi totalmente alcançado, nas últimas sessões ainda
houve emissão de palavras no plural, seguida do relato dos participantes que
não perceberam o comportamento de distração, somente uma participante
(P5), houve um declínio de palavras no plural nos últimos 15 minutos, princi-
palmente no último gráfico. Em comparação com a pesquisa base desta, Gre-
enspoon (1955) teve os seus resultados esperados alcançados, a diminuição da
frequência de palavras verbalizadas no plural foi evidente.
Outro fato, por mais que já havia sido aconselhável pela pesquisadora e des-
crito no TCLE, a participante P3 situou-se em um local com a presença de ou-
tra pessoa conversando muito ao telefone, essa participante deu ênfase de que
foi muito difícil achar palavras, possa ser que esse fato tenha a distraido, por
mais que, no intervalo a pesquisadora perguntou se o barulho externo a esta-
va atrapalhando e ela disse que não, pois já estava acostumada.
Outro ponto, bastante considerável para todos, seria de que uma palavra de-
sencadeasse várias outras da mesma classe. A visto disso, P1 relatou que as
palavras que verbalizou remetem a fatos significativos na sua vida e que di-
versas vezes estava citando situações pessoais que estava vivenciando, por
exemplo, “insegurança”,”desamparo”, “ansiedade”, e de repete quando se
percebia, falava algo aleatório, como “amarelo”.
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Moreira et al. | 2021
Foi notado também pela pesquisadora que a mesma não introduziu de forma
totalmente igual para ambos participantes, houve diferença nos exemplos das
palavras. Possa ser que esse fato tenha contribuído para a insuficiência da
verbalização de palavras no plural, logo o objetivo de distração da pesquisa-
dora foi pouco exercido, sugere-se que em futuras pesquisas os exemplos uti-
lizados na fala introdutória sejam organizados igualmente, por exemplo
"faça", “flores”, “abraço”, “risos”, podendo facilitar o entendimento do parti-
cipante.
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Moreira et al. | 2021
https://www.youtube.com/watch?v=ZFzjhHXGu7A
Participantes
Local
Idêntico ao experimento 1.
Instrumentos
(https://www.youtube.com/watch?v=DQQ0ZqNhlPY&list=PLauQ8W4atA-
jPyCo793D2l7PWrd2lk0YS&index=1&t=5s),
(https://www.youtube.com/watch?v=ythPglwu6SA&list=PLauQ8W4atA-
jPyCo793D2l7PWrd2lk0YS&index=2)
(https://www.youtube.com/watch?v=7osw6JQTRdE&list=PLauQ8W4atA-
jPyCo793D2l7PWrd2lk0YS&index=3),
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(https://www.youtube.com/watch?v=BSVIP5AExWo&list=PLauQ8W4atA-
jPyCo793D2l7PWrd2lk0YS&index=4),
Homem é preso por matar uma cachorra com tiro no Rio Grande do Sul
(https://www.youtube.com/watch?v=Wh6V6CVHTOE&list=PLauQ8W4a-
tA-jPyCo793D2l7PWrd2lk0YS&index=5)
(https://www.youtube.com/watch?v=8MCqryVaLdY&list=PLauQ8W4atA-
jPyCo793D2l7PWrd2lk0YS&index=6).
Estímulos
Delineamento experimental
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Procedimento
Intervenção
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!
Resultados
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Moreira et al. | 2021
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Moreira et al. | 2021
Em relação a essa figura, fica mais evidente todo o processo da pesquisa, indi-
cando que durante a fase de Intervenção os participantes tiveram um aumen-
to significativo do número de opiniões e que parte desse comportamento se
preservou durante o Retorno à Linha de Base.
Por fim, após todo o processo do estudo, foram realizadas algumas perguntas
sobre o propósito da pesquisa, alguns participantes conseguiram chegar ao
objetivo e outros tiveram respostas divergentes do previsto. As respostas dos
participantes estão presentes nas tabelas 1 e 2 para cada uma das duas per-
guntas.
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Participante Respostas
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Participante Respostas
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Moreira et al. | 2021
Discussão
Acerca de trabalhos futuros, e para uma comparação dos dados mais abran-
gente, uma realização de forma presencial pode favorecer e indicar as diferen-
ças das respostas e das ações dos participantes, pois tendo um contato mais
próximo com o pesquisador, há a possibilidade dos participantes se portarem
de uma maneira diferente de acordo com o senso de julgamento que o pesqui-
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Moreira et al. | 2021
sador pode vir a ter. Caso sendo ainda de forma virtual, realizar previamente
ao experimento uma análise mais precisa da internet e do ambiente de ambos
indivíduos, para verificar se é o melhor momento para realização do trabalho.
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Moreira et al. | 2021
Discussão geral
Muitas pesquisas demonstraram o efeito da atenção como estímulo reforça-
dor. No entanto, muitas dessas pesquisas foram realizadas há mais de 40 anos
e, quase que exclusivamente, com participantes norte-americanos. Além disso,
o número crescente de atendimentos psicológicos realizados online sugere que
temos que refazer essas pesquisas em meios online.
Neste livro foram descritos oito experimentos que avaliaram o efeito reforça-
dor da atenção sobre o comportamento verbal dos participantes das pesquisas
em sessões realizadas de modo online. Nós buscamos, nos experimentos, veri-
ficar o efeito de comportamentos que ocorrem como parte de qualquer con-
versa, e também como parte de interações entre psicoterapeutas e seus clien-
tes. A lista a seguir resume essas manipulações experimentais:
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Considerando os dois pontos descritos acima, podemos supor que se não fos-
se a ocorrência do “unhum”, a frequência das palavras no plural talvez tivesse
diminuído mais ainda da linha de base para a intervenção (em comparação
com o que aconteceu com as palavras no singular). De qualquer forma, novos
arranjos experimentais precisam ser implementados para se explorar essa
possibilidade de interpretação dos dados.
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A comparação entre as curvas dos gráficos das figuras 9 e 10 sugere que des-
viar o olhar funcionou como estímulo punitivo para o comportamento dos
participantes de dizer palavras no plural.
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Experimento 8
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Algumas das pesquisas que citamos neste livro relataram que houve paga-
mento (gratificação financeira) para os participantes para participarem das
pesquisas. Em outros casos, os participantes das pesquisas estavam em trata-
mento psicológico real.
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Essas condições podem ter efeitos motivacionais sobre o engajamento dos par-
ticipantes nas pesquisas, sobretudo se pensarmos em mais sessões e sessões
com maior duração.
Conteúdos sensíveis
Talvez seja interessante também criar protocolos, nos procedimentos, para que
os pesquisadores lidem com estas questões caso elas apareçam como, por
exemplo, pausar a coleta ou mudar de assunto por alguns instantes.
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Implicações práticas
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Enfim, pesquisemos!
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