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Exaltação da natureza
Para os românticos, a natureza consistia em uma força incontrolável e
transcendental que, apesar de estar relacionada, era distinta dos elementos
físicos como árvores, folhas, etc.

Foco na imaginação
Considerando que o romantismo representava uma fuga dos valores da
época, os pensadores e artistas românticos frequentemente recorriam à
imaginação na produção das suas obras.

Na literatura, por exemplo, o objetivo não era descrever o mundo como ele
é, mas sim como ele poderia ser.

Veja também o significado de classicismo e realismo.

Contexto histórico do Romantismo


O Romantismo surgiu durante o período conhecido como Era das
Revoluções, entre os anos de 1774 e 1849. Nesta época, ocorreram grandes
transformações políticas, sociais e econômicas no ocidente.

Entre os principais movimentos revolucionários da época estão


a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

Outro grande acontecimento político desse período foi a ascensão da


burguesia ao poder, durante a Revolução Francesa.

A burguesia queria transmitir novos ideais à sociedade, quanto aos


sentimentos e o valor das emoções e do indivíduo, que foram esquecidos
pelos movimentos anteriores, como o Classicismo.

Movidos pelos mesmos ideais de mudança, os artistas românticos


passaram a mudar não só a teoria e a prática de suas artes, mas também a
própria forma com que percebiam o mundo.

Essa transformação ultrapassou o campo artístico e impactou a filosofia e a


cultura ocidental. Esses aspectos passaram a aceitar a emoção e os
sentidos como uma forma válida de experimentar a vida.

A influência das revoluções pode ser percebida nas características de


idealismo e rebeldia, que foram marcantes nas obras produzidas no
período.
O escapismo e o subjetivismo, por exemplo, valorizavam mais os
sentimentos individuais do que os coletivos. Ambos são fortes aspectos do
Romantismo.

Romantismo na literatura
O romantismo também se tornou um estilo literário inovador, porque
permitiu que os artistas utilizassem a emoção e a espontaneidade. Assim,
eles podiam explorar mais livremente os recursos artísticos dentro e fora
da literatura.

Neste período, os romances literários tinham por base o sentimentalismo


romântico e o escapismo (fuga da realidade), e uma constante luta com o
amor proibido ou não correspondido.

Por ter um forte apelo nacionalista e patriota, a literatura romântica


também enaltece o homem herói, que luta pelo amor e por sua nação.
Além disso, os personagens são claramente vulneráveis e melancólicos,
expondo suas emoções sempre em primeiro plano.

Alguns dos principais autores europeus românticos foram:

 O francês Victor Hugo, autor das obras Os Miseráveis e O Corcunda de Notre Dame;

 O inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834), autor da obra A Balada do Velho


Marinheiro;

 O alemão August Wilhelm (1767-1845), autor da obra Ramos de Flores;

No Brasil, alguns dos autores que marcaram o período romântico foram:

 Aluísio Azevedo (1857-1913), autor da obra O Cortiço;

 Casimiro de Abreu (1837-1860), autor da obra Primaveras;

 Gonçalves Dias (1823 - 1864), autor da obra Canção do Exílio.

Romantismo nas artes


A arte romântica era essencialmente baseada no individualismo, na
natureza e no imaginário. Esses valores se manifestaram em todos os
ramos artísticos da época e inspiraram pinturas, esculturas, poemas, entre
outros.

Devido à ênfase na imaginação, os artistas davam muita importância à


intuição, ao instinto e à emoção. Por serem muito pessoais e subjetivos,
esses sentimentos reforçaram a noção de individualismo, que marcou o
movimento.
Para os românticos, o individualismo se manifestava de forma mais plena
em contextos de solidão.

Por esse motivo, a arte romântica tende a ser fortemente meditativa. Esse
foco no imaginário e no subjetivismo afastava a noção de que a arte era um
espelho do mundo. No romantismo a arte criava um mundo paralelo.

"A balsa da Medusa", de Théodore Gericault, representando a ênfase que a


arte romântica dava ao imaginário.

O romantismo trouxe um novo conceito de natureza que não se limitava


aos bosques, árvores e animais. Para os românticos, a natureza era uma
algo superior, transcendental e, por isso, incompreensível aos homens.

Como todos os pontos, a natureza também era vista de forma subjetiva e


sua retratação variava de artista para artista.

Entre as formas mais comuns de interpretação da natureza estavam a ideia


de que era um lugar divino, um refúgio do mundo industrializado ou
mesmo um poder de cura.

Essa valorização da natureza fez com que, através do romantismo, a


pintura de paisagem, antes vista como uma forma inferior de arte, fosse
altamente aprimorada.
"A árvore solitária", de Caspar David Friedrich. A obra demonstra vários
traços característicos das obras românticas, como o culto à natureza, a
exaltação da solidão e a fuga da cidade (escapismo).

Principais nomes e obras do romantismo


Confira abaixo os principais artistas românticos, seguidos de algumas de
suas obras:

Literatura Europeia

 William Blake - Sete livros iluminados, O casamento do céu e do inferno, Jerusalém,


etc.

 Samuel Taylor Coleridge – A balada do velho marinheiro, Kubla Khan, Cristabel, etc.

 William Wordsworth – Solitário qual nuvem vaguei, O prelúdio, Ode ao dever, etc.

Pintura

 Francisco de Goya – Três de maio de 1808 em Madrid (ou Os fuzilamentos de três de


maio), Saturno devorando um filho, A maja nua, A maja vestida, etc.

 William Turner – O navio negreiro, Chuva, vapor e velocidade, A batalha de Trafalgar,


etc.

 Caspar David Friedrich – Caminhante sobre o mar de névoa, Monge à beira-mar, O mar
de gelo, etc

 Eugène Delacroix – A liberdade guiando o povo, O massacre de Quios, A morte de


Sardanápalo, etc.
Escultura

 Antoine-Louis Barye – Teseu e o Minotauro, Leão e serpente, Águia e serpente, etc.

 Pierre Jean David – Reavivando a Grécia, A morte de Aquiles, Louis II, etc.

Romantismo em Portugal
O início do romantismo em Portugal acontece em 1825, com a obra
chamada Camões, um poema épico do autor português Almeida Garrett
(1799 - 1854). Este poema surge num contexto de total euforia nacional,
pois D. João VI, que estava no Brasil, decide retornar para Portugal a fim de
reaver a coroa portuguesa.

Assim, nasce um sentimento nacionalista, uma das fortes características do


romantismo. A partir disso, o romantismo em Portugal começa a crescer,
inspirado no período romântico que já estava consolidado em outros
lugares da Europa, como a França, a Inglaterra e a Alemanha.

O período romântico lusitano possuiu fortes características que


expressavam os discursos do romantismo. Entre elas:

 Subjetividade;

 Sentimentalismo;

 Influência medieval, com foco na religião, em Deus;

 Saudosismo;

 Imaginação e idealização.

O romantismo em Portugal também possui, assim como o período no


Brasil, três gerações.

Primeira geração
O início do romantismo em Portugal, em 1825, é marcado com a transição
do movimento do arcadismo para o período romântico. Com a volta de D.
João VI para o país, o romantismo se inicia com um forte apelo nacionalista,
descrito nas obras literárias, retratando figuras políticas como heróis
nacionais.

Também é possível ver o homem herói e patriota retratado através de


influências medievais, como cavaleiros corajosos, honrados, que valorizam
a sua pátria e a Deus.

Os autores mais conhecidos dessa geração são Almeida Garrett (1799 -


1854), Alexandre Herculano (1810 - 1877) e Antônio Feliciano de Castilho
(1800 - 1875).
Segunda geração
Conhecida como a fase do ultrarromantismo, a segunda geração do
romantismo em Portugal ficou conhecida como a fase mais importante do
movimento no país. Neste período, o romantismo ultrapassa a condição da
razão, gerando um forte sentimentalismo.

Aqui, os sentimentos predominantes são a dor, a solidão, o desespero e até


mesmo a morte. Um dos escritores mais famosos dessa geração foi Camilo
Castelo Branco (1825 - 1890), autor das obras Amor de Perdição e Amor de
Salvação.

Camilo escrevia com sentimentalismo extremado, através da condição


mórbida e sombria, presentes no discurso pitoresco do romantismo.

Terceira Geração
A terceira geração já representa o fim do romantismo em Portugal, na
transição do romantismo para as ideias realistas.

Essa fase demonstra uma perspectiva mais social nas obras, com
personagens mais conscientes e psicologicamente mais complexos.

O autor que marca esta última geração do romantismo em Portugal é Júlio


Diniz (1839 - 1871), autor da obra As Pupilas do Senhor Reitor.

Veja também:

 7 Características do romantismo;

 Iluminismo;

 Burguesia.

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Atualizado em 31 março 2021

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