Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTABILIDADE DE COOPERATIVAS
Capital Social
Representatividade
Objeto Social
Objeto
Denominação
SÓCIOS
De plano, merece ser comentada a expressão da lei que define a cooperativa como
“sociedade de pessoas”, o que poderia levar a crer que do quadro social somente
poderiam participar pessoas naturais.
Com efeito, a essência das sociedades cooperativas é a composição de seu quadro
social por pessoas naturais.
Não obstante, é da própria lei que emana a permissão, ainda que excepcional, de
admissão de pessoas jurídicas aos quadros sociais de sociedades cooperativas.
Entretanto, para que uma pessoa jurídica seja admitida a participar de uma
sociedade cooperativa deverá preencher, alternativamente, um dos seguintes requisitos:
1) ter por objeto atividade idêntica ou correlata à das pessoas físicas que a
compõem; ou
2) não possuir finalidade lucrativa.
Deve ser esclarecido que, mesmo havendo participação de pessoas jurídicas,
excepcionalmente admitidas nas condições acima mencionadas, sua natureza jurídica
será de sociedade de pessoas, que se caracteriza pelo estreito vínculo e relacionamento
entre os sócios.
FORMA CONSTITUTIVA
Estatuto Social
Livros
Capital Social
Administração
classificação dos atos cooperativos, se justifica através da aplicação do artigo 4º, inciso
VII, com o artigo 80, da Lei nº 5.764/71.
Com a finalidade de entendimento do funcionamento de uma cooperativa de
trabalho, e mais analiticamente o funcionamento dos atos cooperativos, é de nossa
opinião que se deve explicar como seria a transação entre os profissionais autônomos
e os tomadores de serviços, sem a existência da figura da cooperativa de trabalho,
pois só assim pode-se ver as duas situações (ver figura 1 abaixo).
LEGENDA:
CONTRATO DE TRABALHO
2
COOPERADO COOPERATIVA
6
3 1 4
LEGENDA:
ATO COOPERATIVO
1. CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS 4. PAGAMENTO PELO TOMADOR
2.SUPORTE DA COOPERAT. P/ COOPERADO 5. COBRANÇA TX DE ADM. PELA COOPERATIVA
3.PRESTAÇÃO SERVIÇO P/ COOPERADO 6. REPASSE DA COOPERATIVA PARA O COOPERADO
cooperados.
A execução dos objetivos sociais faz com que as cooperativas de trabalho recorram
ao mercado, relacionando-se com pessoas físicas ou jurídicas. Uma cooperativa de
trabalho contrata serviços para seus cooperados junto a tomadores de serviços, sejam
eles pessoas físicas ou jurídicas, tal transação está complementando o ato cooperativo.
Visando o melhor entendimento, o mesmo autor nos traz que terceiros são:
“pessoas físicas que operam no mesmo campo de atuação do quadro social e que por
isso têm, tecnicamente, condições de se tornarem associados.”
Assim, quando a cooperativa recebe produtos dos seus associados para produção
e venda, não os está comprando, mas apenas recebendo esses produtos em
consignação, para posterior venda em nome destes, revestindo-se, dessa forma, do
legitimo ato cooperativo. Esclarecendo a natureza dessas operações dispõe o art. 83, da
Lei 5764/71, assim:
“Art. 83. A entrega da produção do associado à sua cooperativa significa a
outorga a esta de plenos poderes para a sua livre disposição, inclusive para
gravá-la e dá-la em garantia de operações de crédito realizadas pela sociedade,
salvo se, tendo em vista os usos e costumes relativos à comercialização de
determinados produtos, sendo de interesse do produtor, os estatutos dispuserem
de outro modo. ”
Os esclarecimentos prestados pelo artigo 83 podem ser estendidos aos demais
atos realizados entre os associados cooperados e a cooperativa. Entre outros, é o caso
da operação que consiste na entrega de recursos pelos associados à cooperativa de
consumo, para que esta efetue as aquisições de produtos de consumo de interesse
daqueles.
Com as definições ora apresentadas, seria lícito dizer que as operações que a
sociedade cooperativa realiza com o mercado seriam atos não cooperativos?
A resposta é, certamente, pela negativa, eis que os atos mercantis que uma
sociedade cooperativa realiza com terceiros, relativamente aos produtos recebidos dos
associados, são feitos em nome destes. Assim, não podem ser classificados como atos
cooperativos ou não cooperativos, pois tratam-se de operações dos cooperados que
estão sendo realizadas pela cooperativa como mera intermediária representante.
O ato cooperativo está presente nas atividades (realizadas pela sociedade
cooperativa) consistentes na prestação de serviços de representação de seus
associados.
A classificação das operações em atos cooperativos e não cooperativos, portanto,
somente faz sentido em relação aos atos praticados pela sociedade cooperativa em seu
próprio nome. Os primeiros (atos cooperativos) correspondem às atividades de
prestação de serviços pela cooperativa aos seus associados. Os atos não cooperativos,
por outro lado, são as operações mercantis efetuadas pela sociedade cooperativa, em
seu próprio nome, por óbvio, e sem participação dos cooperados. É a realização do
negócio-fim com não associado, como já frisamos linhas atrás.
Outra conclusão a que se pode chegar, a partir dos dispositivos legais analisados, é
que as atividades caracterizadas como atos cooperativos devem, necessariamente,
constar nos estatutos sociais das cooperativas como seu objeto social. Não atendendo a
esse requisito, a atividade, certamente, será ato não cooperativo, o quem não significa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS
FACAP – FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E POLITICAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Disciplina: Contabilidade de Cooperativas - Facilitadores: Prefº. Florentino e
Prefº. César
que todas as atividades abarcadas pelo objeto social da cooperativa são atos
cooperativos.
Definição de Sobras
que a cooperativa possa prestar-lhe seus serviços. Quem está pagando, o cooperado,
decide como e quanto será pago, isto é extremamente relevante. Cabe ressaltar que a
cooperativa é uma organização de pessoas, onde cada cooperado tem direito a um voto
nas Assembleias Gerais, independentemente do tempo que o cooperado já está na
cooperativa ou do capital investido na organização (quota-parte). A Taxa de
Administração é cobrada durante o ano (ou exercício social) e é utilizada para
financiar a existência da cooperativa e realizar as decisões tomadas pelos cooperados
na Assembleia Geral. Ao final do ano (ou exercício social) faz-se o fechamento das
contas, que de maneira simplificada poderia ser descrito da seguinte forma: o total
arrecadado (Taxa de Administração) menos o total gasto (custo de funcionamento da
cooperativa) é igual ao resultado do período. Se o montante cobrado a título de Taxa de
Administração exceder o valor gasto pela cooperativa no período, significa que sobraram
recursos. Daí a nomenclatura “sobras”, que segundo Gawlack & Ratzke, “são os
resultados dos ingressos, menos os dispêndios realizados na cooperativa” (2004, p.66).
Caso o montante de Taxa de Administração seja inferior aos gastos a cooperativas
sofrerá Perdas (e não prejuízo).
O artigo 4, parágrafo VII, da lei cooperativista (Lei 5764/1971) pontua que uma das
características do empreendimento cooperativista reside no “retorno das sobras líquidas
do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado (...)”, permitidas
destinações a fundos específicos, conforme as deliberações da Assembleia Geral.
As sobras, como o próprio nome sugere, são recursos não utilizados pela
sociedade, os quais devem retornar aos associados, na proporção de utilização de cada
um, dos serviços da cooperativa. Nada impede, todavia, que tal valor sejam
capitalizados, se assim deliberarem os associados. O que nos parece importante ter em
mente é que as sobras, nesses termos, não representam acréscimo patrimonial para os
associados que as recebem, mas devolução de recursos não utilizados e, portanto, não
tipificadas como fato gerador de qualquer espécie tributária.
Aplicações Financeiras
de obter o ganho adicional pago pelo mercado financeiro. Esse ganho adicional,
conhecido como stread, no jargão “economês”, e como “ganho real” no ordenamento
jurídico-tributário, é o mesmo ganho que seria obtido pelo cooperado caso os recursos
estivessem em se34u caixa, em vez\ de estarem sob a administração temporária da
sociedade cooperativa. Assim a aplicação de tais recursos no mercado financeira é
efetuada em nome dos associados cooperados, não beneficiando a sociedade
cooperativas, como se poderia concluir numa interpretação apressada e incauta.
Reveste-se, portanto, da natureza de atos cooperativos.
Releva observar, entretanto, que os recursos aplicados pela cooperativa no
mercado financeiro devem pertencer ao associado para que a operação se revista da
natureza de ato cooperativo. Esses recursos são denominados de recursos livres,
gerados pelas operações que as cooperativas realizam com terceiros em nome do
cooperado, e gerados pelos atos cooperativos. Pertencem, portanto, aos associados e a
eles serão distribuídos.
Contrário sensu, recursos de não associados, originados por atos não cooperativos,
quando aplicados no mercado financeiro, revestem-se da mesma natureza. Esse
entendimento decorre do fato de que os recursos originados por atos não cooperativos
não podem, por imposição legal, ser distribuídos aos cooperados. Ora se esses recursos
não podem ser distribuídos aos cooperados, torna-se forçoso concluir que os resultados
de suas aplicações, como acessório, revestem-se da mesma natureza do principal, ou
sejas, resultado de atos não cooperativo (lucro).