Você está na página 1de 4

MM.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO


DO RIO DE JANEIRO

NOME DO ADVOGADO, nacionalidade "...", Estado Civil "...", advogado, inscrito na


Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº "...", endereço eletrônico "...", endereço profissional
na Rua "...", Cidade/UF "...", CEP "...", vem à presença de vossa excelência, com fulcro no art.
5º, LXVIII da Constituição Federal e nos artigos 647 e 648 do CPP, para impetrar o presente

HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM MEDIDA LIMINAR

pelo procedimento especial, em favor de MATILDE, nacionalidade, estado civil profissão,


portadora da cédula de identidade nº "...", inscrita no CPF sob o nº "...", com endereço eletrônico
"...", residente e domiciliado na Rua "...", Cidade/UF, CEP "...", apontando como autoridade
coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA
CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I - DOS FATOS

A Paciente, domiciliada no Rio de Janeiro-RJ, é genitora dos menores Jane e Gilson


Pires. A mesma, foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos
últimos cinco meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara
de Família.
No entanto, a paciente tem enfrentado muitas dificuldades para realocar-se no mercado
de trabalho há aproximadamente 1 ano, o que a prejudica na prestação dos alimentos.
A falta da atividade laborativa resultou no impedimento de pagamento do valor de
pensão estipulado e em razão do inadimplemento, foi ajuizada ação competente para execução
de alimentos.
No entanto, mesmo a paciente justificando a falta de pagamento em razão do
desemprego, a autoridade coatora determinou a prisão.

II – DA LEGITIMIDADE

As partes são legítimas no processo, Paciente no polo ativo por ser a violada de seus
direitos, e Impetrante (advogado da paciente), e no polo passivo o Coator (autoridade). Com
fulcro nos art. 654, caput, do CPP.

III – DA COMPETÊNCIA
O Desembargador Presidente do TJRJ é competente para julgar o Habeas Corpus ora
impetrado, com fulcro no art. 105, inciso I, alínea “a” e “c”.

IV – DOS FUNDAMENTOS
De acordo com os fatos expostos, observa-se a necessidade medida requisitada.
Segundo o que expressa o art. 5º, LXVII da Constituição da República, o habeas corpus se
presta a coibir violação da liberdade de locomoção de quem já tenha sofrido ou esteja na
iminência de sofrer, o que é o caso da Paciente em questão.
A decisão da autoridade coatora apresentada não guarda fundamento de validade, pois,
a paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de alimentos que busca o
pagamento dos últimos 5 meses não pagos.
No entanto, o art. 911 do NCPC, expressa que a execução fundada em título executivo
extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz mandará citar o executado para que faça o
pagamento em três dias.

“Art. 911 NCPC. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que


contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3
(três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução
e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de fazê-lo.”

Antes de qualquer medida punitiva ou sanção àquela cuja obrigação de prestar


alimentos tenha sido reconhecida em sentença ou decisão interlocutória que preste alimentos,
este deverá ser intimado para pagar alimentos. E terá, então, até 3 dias, para provar que já o fez
ou para justificar eventual impossibilidade de fazê-lo. A paciente, conforme já exposto, não
apresenta condições de cumprir com o débito por motivos contrários à sua vontade, não tendo
fundamento a aplicação do decreto prisional, com fulcro nos arts. 528, §§ 2º ao 7º do NCPC.

Observa-se, que o direito da Paciente foi violado vez que o art. 528, § 7° c/c art. 911
ambos do NCPC e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em lecionar que a prisão
civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento da ação, o que
invalida o pedido feito na inicial.

“SÚMULA 309 STJ : O débito alimentar que autoriza a prisão civil do


alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as
que vencerem no curso do processo.”

Por conseguinte, diante dos fundamentos apresentados, o decreto prisional não deve ser
executado, tendo em vista que incorrerá em grave violação do direito da paciente e requer-se,
desde logo, que seja concedido o presente pedido de Habeas Corpus para a manutenção da
justiça.

V - DA LIMINAR

A concessão de medida liminar fundamenta-se quando se apresentam duas


características justificantes, quais sejam, o “ fumus boni iuris” e o “periculum in mora.”
O fumus boni iuris é demonstrado quando da limitação imposta por lei processual,
quanto ao débito alimentar de três meses e principalmente pela veracidade da paciente já ter
justificado, de modo verídico, a impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face
de doença e de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 (um) ano.
Em contrapartida, o “periculum in mora” consiste na possibilidade do decreto prisional
ser executado, o que causará grave violação de direito, visto que o mesmo não guarda
fundamento que o sustente. Por conseguinte, poderá agravar ainda mais os problemas de saúde
pelo qual a paciente se encontra.

V – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:
a) a concessão da medida liminar para sustar o decreto prisional, determinando-se o
recolhimento do mesmo;

b) a notificação da autoridade coatora para que preste informações;

c) a intimação do Ministério Público;

d) a concessão de Habeas Corpus suspensivo com posterior expedição de alvará de salvo


conduto em favor da paciente;

e) a juntada dos documentos que anexa-se à esta peça processual.

V - VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).

Nestes termos,
pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB/UF

Você também pode gostar