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Nano-origami cria células solares tridimensionais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/12/2009

Células solares esféricas foram construídas por um processo de automontagem que lembra um origami high-
tech.[Imagem: Ralph Nuzzo]

Juntando a fotolitografia utilizada para a fabricação de chips com um


processo de dobradura espontâneo que lembra um origami nanotecnológico,
pesquisadores desenvolveram uma técnica para a fabricação de peças
tridimensionais que poderão ser usadas na construção de nanomáquinas.

"Esta é uma forma completamente diferente de construir estruturas tridimensionais.


Nós estamos abrindo um novo caminho para o que se pode fazer com os processos
de automontagem," diz o Dr. Ralph G. Nuzzo, da Universidade de Illinois, nos
Estados Unidos.

Silício maleável

O processo é feito a partir de películas de silício tão finas que o material,


normalmente muito quebradiço, ganha maleabilidade, podendo ser dobrado sem se
quebrar.

Para testar a nova técnica de forma muito prática, os pesquisadores usaram o


processo de origami high-tech para construir células solares cilíndricas e esféricas,
avaliando em seguida os efeitos do formato sobre seu desempenho.

Origami nanotecnológico

Tudo começa com uma fatia finíssima de silício, de formato circular, fabricada com
a técnica tradicional de fotolitografia.

A seguir, os pesquisadores colocaram uma gota de água no centro do pequeno


disco. Conforme a água evaporava, as forças de capilaridade puxavam as bordas da
película, fazendo-a dobrar ao redor da gota de água, assumindo seu formato.
Para manter o formato depois que toda a água se evaporou, os pesquisadores
colocaram um pequeno cristal de vidro, recoberto com um adesivo, no centro dessa
flor às avessas.

Células solares esféricas

"A estrutura fotovoltaica resultante, ainda não otimizada para o desempenho


elétrico, oferece uma abordagem promissora para coletar a energia solar de forma
eficiente usando filmes finos," explica Jennifer Lewis, que também participa da
pesquisa.

Ao contrário das células solares tradicionais, que são planas, células solares
tridimensionais podem funcionar simultaneamente como estruturas ópticas passivas
de rastreamento da luz do Sol, permitindo a captura de fótons que veem de todas
as direções.

E as células solares nem de longe serão as únicas beneficiadas com a técnica de


nano-origami. O processo de dobraduras com água, que cria essencialmente um
processo de automontagem, poderá ser aplicado a qualquer tipo de material feito
em películas, e não apenas ao silício.

Modelo preditivo

Para otimizar a utilização da nova técnica, os pesquisadores desenvolveram, a


partir de seus experimentos práticos, um modelo computadorizado preditivo que
permite calcular os parâmetros do processo a partir do tipo de filme fino utilizado,
de suas propriedades mecânicas e do formato final da nanoestrutura que se deseja
obter.

Com o modelo, é possível selecionar o melhor material para se atingir o formato de


peça que se deseja construir, assim como a espessura da película original e os
demais parâmetros, como a velocidade de aquecimento.

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