Des Const Civil Representacao Grafica de Elementos Estruturais

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Governador

Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

sumário...........................................................................................................................................................1
1.0 LEIAUTE da folha para Projetos Estruturais..........................................................................................1
2.0 Elementos estruturais de apoio e de ligação de concreto, madeira e aço.................................................5
3.0 Técnicas de representação gráfica da estrutura em concreto armado, madeira e metálica: forma e
armação das fundações, do pavimento e de coberturas...............................................................................13
4.0 Detalhamento das estruturas de concreto armado..................................................................................26
5.0 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................34

Desenho de Construção Civil - Representação gráfica de elementos estruturais


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1.0 LEIAUTE da folha para Projetos Estruturais

O leiaute é caracterizado e definido pelas normas da ABNT, sejam elas:

NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL


NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES
NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO,
NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIA.

As normas em vigor, editadas pela ABNT adotam a seqüência “A” de folhas, partindo da folha A0
com área de aproximadamente 1,0m2.
Cada folha na seqüência possui dimensão igual a metade da folha anterior – por exemplo, a folha
A1 possui a metade do tamanho da folha A0, a folha A2 possui a metade do tamanho da folha A1 e
assim por diante.

Tabela 1 – dimensões das folhas

A0 841mm x 1189mm
A1 594mm x 841mm
A2 420mm x 594mm
A3 297mm x 420mm
A4 210mm x 297mm

A4

Figura 1 - representação dimensões das folhas

A0 = 2xA1. A1=2xA2. A2=2xA3. A3=2xA4. Ou seja: quer saber a dimensão de um A3? Ponha 2
folhas de papel formato A2 lado a lado. Para saber a dimensão de um A2, basta por 2 A3 lado a lado e
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assim sucessivamente.

1.1 Margens.

Tabela 2- margens

Formato Margem esquerda (mm) Demais margens (mm)


A0 25 10
A1 25 10
A2 25 7
A3 25 7
A4 25 7
A margem esquerda é sempre maior que as demais, pois é nessa margem que as folhas são furadas
para fixação em pastas ou arquivos.

1.2 Configuração da planta

Em geral, a legenda é fixada no canto inferior direito, sendo as demais áreas (com exceção das
margens) usadas para mostrar o desenho e seus respectivos textos. Os textos geralmente vem separados
do desenho, em local de fácil leitura, com a orientação de leitura sempre sul-norte e leste-oeste.

Margens

Figura 2 - Posicionamento dos elementos de desenho.


Posição
correta.

Posição
correta.

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Figura 3 – Posição dos textos.

1.3 Dobragem

A norma da ABNT (NBR 13142 – DOBRAMENTO DE CÓPIA) recomenda procedimentos para


que as cópias sejam dobradas de forma que estas fiquem com dimensões, após dobradas, similares as
dimensões de folhas tamanho A4. Esta padronização se faz necessária para arquivamento e
armazenamento destas cópias, pois os arquivos e as pastas possuem dimensões padronizadas.

Figura 4 – Dimensões das dobragens. O objetivo é formar o padrão A4.

1.4 Legenda (carimbo/selo)

A legenda (ou carimbo ou selo) é o item de “comunicação”, onde ficarão dados básicos e
relevantes acerca do trabalho, que deverá conter:
Designação e emblema da empresa que está elaborando o projeto;

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Nome do responsável técnico pelo conteúdo do desenho, com sua identificação (inscrição no
órgão de classe) e local para assinatura;
Local e data;
Nome ou conteúdo do projeto;
Conteúdo da prancha (quais desenhos estão presentes na prancha);
Escala(s) adotada(s) no desenho e unidade;
Número da prancha.

Figura 5 – Exemplo de legenda.

2.0 Elementos estruturais de apoio e de ligação de concreto, madeira e aço.

Em geral, projetos de estrutura seguem a ordem de execução em campo, iniciando com locação,
fundações, pilares, vigas, lajes, caixa d’água ou quaisquer outros elementos que se interponham entre
estes.
Os 03 principais elementos de um desenho de estrutura são: pilares, vigas e lajes. A partir da
interação destes, os demais elementos estruturais são demonstrados em projeto.
É usual obedecer a simbologia a seguir para a designação dos elementos estruturais representados
nas formas. A designação deve ser seguida pelo respectivo número de ordem do elemento (numeração) e
também da indicação de suas dimensões (espessura das lajes, dimensões das seções transversais de vigas
e pilares, etc).

Tabela 3 - elementos estruturais

Elemento Símbolo Elemento Símbolo


Lajes L Vigas V
Pilares P Tirantes T
Diagonais D Sapatas S
Blocos B Paredes PAR
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2.1 Pilares

Os pilares são representados no desenho de forma em corte, ou seja, representa-se a seção


transversal do pilar com as respectivas dimensões para o pavimento em questão.
Em geral, especialmente em edifícios de poucos pavimentos, costuma-se manter a mesma seção
dos pilares até a cobertura. Entretanto, existem situações em que as dimensões da seção do pilar variam de
um pavimento para outro. Além disso, podem existir pilares que têm início (nascem) no pavimento em
representação ou pilares que são interrompidos (morrem) nesse pavimento. Assim, convém estipular uma
notação para a representação dos pilares em tais situações.
A depender do programa de cálculo estrutural, ou do desenhista de estrutura, variam as
convenções para pilares que nascem, morrem ou passam de um pavimento para outro, devendo o leitor do
projeto estar atento a legenda que descreve a representação para cada situação.

Figura 6

Devem estar visíveis na planta de forma as dimensões dos pilares, assim como sua localização na
estrutura. Nesse estágio não é necessário o detalhamento do pilar (ferragens, espaçamentos, etc...) que
será feito em prancha específica de detalhamento de pilares. O pilar deve estar em uma cor ou espessura
que represente bem o elemento, de forma que se destaque dentre as demais peças na planta de forma.

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Figura 7 Corte A A

Figura 8 – Outra representação de pilares.

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Foto 01 – Execução de pilares. Foto 02 – Pilares e vigas.

2.2 Vigas

No desenho de formas, as vigas são representadas em planta, devendo-se fornecer informações tais
como as dimensões da seção transversal (largura e a altura) e o comprimento das mesmas. Informações e
detalhes construtivos adicionais devem ser representados por meio de cortes, geralmente em planta
separada. Nesta planta serão apresentadas as seções da viga, sua armadura e eventuais detalhes que não
podem ser percebidos em planta.
Na planta de formas estruturais, as vigas são observadas de baixo para cima e são representadas no
desenho por meio de duas linhas espaçadas de sua largura ao longo do comprimento da mesma. Tais
linhas representam as arestas visíveis e as arestas invisíveis, (com o observador olhando de baixo para
cima). As arestas visíveis são representadas por linhas cheias e as invisíveis por linhas tracejadas.

Figura 9 – Disposição das vigas com corte demonstrando sua posição.

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Figura 10 – Exemplo de representação de viga invertida.

Foto 03 – Forma de vigas. Foto 04 – Vigas.

2.3 Lajes

Na planta de formas e mostrado o tipo de laje a ser utilizado, assim como a sua espessura. Existem
diversos tipos de lajes, que dependendem do tipo de empreendimento. As lajes em um desenho de formas
estão praticamente definidas após a representação dos pilares e das vigas. O único cuidado a ser tomado
diz respeito a representação de rebaixos, superelevações, ou aberturas existentes nas lajes.
Os rebaixos e as superelevações acontecem quando o nível de uma laje não coincide com o nível
adotado para o desenho de formas, o qual corresponde, geralmente, ao nível da maioria das lajes
representadas no desenho de formas.

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2.3.1 Laje treliçada (pré fabricada)

Bastante comum nas obras de pequeno porte, a laje treliçada e uma opção rápida e econômica para a
execução da laje. Dispensa o uso de formas e diminui o escoramento. Porém, caracteriza-se por ser bi
apoiada, transferindo o peso principal da carga em duas direções, forçando o carregamento no lado
apoiado. Sobre a laje ainda e necessário capa de concreto em torno de 4cm, com armadura.

Figura 11 – Representacao laje trelicada

Foto 05 – execucao laje trelicada (pré-moldada)

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2.3.2 Laje maciça

Comum em obras antigas, a laje maciça cada vez mais tem sido deixada de lado, seja pelo volume
de concreto utilizado, seja pela grande quantidade de formas, como de escoramentos. Foi o principal tipo
de laje usado nas decadas de 70 e 80, perdendo espaço então para outros tipos de lajes.

Figura 12 – Representação laje maciça

Foto 06 – Laje macica Foto 07 – laje macica

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2.3.3 Laje nervurada

A laje nervurada surgiu como uma opção para vencer vãos maiores e/ou com maiores sobrecargas,
com menor consumo de concreto. Enquanto uma laje maciça gastaria um volume de concreto superior, a
laje nervurada utiliza espaços vazios em sua forma, de forma que não existam tensões solicitantes nesses
vazios. Para a execução das nervuras são empregadas formas reutilizáveis ou não, confeccionadas
normalmente em material plástico, polipropileno ou poliestireno expandido.

Foto 08 – Laje nervurada Foto 09 – laje nervurada

Figura 13 - Laje Nervurada – forma 40cm x 40cm com altura de capa de 8cm, altura total 25cm.

Figura 14 – Laje Nervurada – forma 60cm x 60cm com altura de capa de 5cm, altura total 23cm.

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Estes são os tipos de lajes mais comuns. Podemos ainda citar as lajes em grelha, lajes mistas, lajes
cogumelo, lajes duplas, etc.

3.0 Técnicas de representação gráfica da estrutura em concreto armado, madeira e metálica: forma e
armação das fundações, do pavimento e de coberturas.

3.1 Níveis e plantas apresentadas em projeto de estruturas.

Em geral, um projeto estrutural, dependendo da concepção estrutural, possui a seguinte ordem, de


acordo com as etapas construtivas: Forma das fundações, forma dos pavimentos (tetos), forma da
cobertura, forma teto casa máquinas, prancha de detalhes (escada, cisterna, etc) forma da caixa d’água. A
figura abaixo representa um prédio, com suas respectivas representações de nível.

Figura 15 – Formas de um projeto de estrutura.

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3.2 Planta de cargas e locação de pilares

A planta de cargas e de locação dos pilares geralmente é o primeiro desenho de um projeto


estrutural. As informações desse desenho, juntamente com as oriundas das sondagens do terreno,
permitirão a escolha do tipo de fundação (bloco, sapata, estaca, tubulão, etc.) mais adequada à obra. A
planta de cargas e de locação dos pilares é um desenho relativamente simples, que apresenta dois tipos de
informações:
a) Seções dos pilares locados em relação a dois eixos de referência do terreno (em geral o alinhamento
e uma das divisas).
b) Todas as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação (sapatas, estacas, tubulões, etc.)
e, posteriormente, à camada resistente do solo.
É desejável que a escolha do tipo de fundação seja feita por um profissional especializado em
Mecânica dos Solos (engenheiro de fundações). Somente após a definição do tipo de fundação a
ser empregada pode-se dar início à execução do primeiro desenho do projeto estrutural necessário
ao início da obra, o desenho de formas da fundação.

Figura 16 – Planta de cargas e locação de pilares.

Logo após a determinação das cargas dos pilares, eixos e distâncias, é possível ao projetista
determinar o tipo de fundação da estrutura. Em geral, as fundações diretas (sapatas e blocos)
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apresentam-se como solução mais econômica e de rápida execução. As fundações indiretas (estacas, etc)
apresentam maior custo, porém são capazes de suportar maiores cargas em menor área que as fundações
diretas.

Figura 17 – Planta de fundações. No caso específico, fundações indiretas (estacas) com blocos de coroamento.

Figura 18 – Planta de fundações. Estrutura em blocos e sapatas.

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Figura 19 – Planta de fundações. Detalhes de blocos e sapatas.

3.3 Detalhes construtivos – planta de pilares

Conforme dito anteriormente, a prancha de pilares apresenta informações não possíveis de serem
visualizadas na prancha de formas. Essa prancha é fundamental para o ferreiro cortar as dimensões
separadas por bitola. Outra opção é mandar essa prancha para uma empresa especializada em ferragens,
que cortará os ferros e entregará já na obra, com a mesma numeração do projeto, evitando um espaço no
canteiro de obra para ferragens.
A prancha conterá um corte transversal do pilar, mostrando a posição e quantidade dos ferros e
estribos do pilar, conforme exemplo abaixo:

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Figura 20 – Exemplo de dimensionamento de pilar.


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Do projeto acima podemos retirar as seguintes informações:


Entre o nivel das cintas e o nivel do primeiro teto (4,20m), Conforme corte, o pilar mede
20x30cm, e o pilar está armado com 8 ferros, de bitola 12,5, de comprimentos de 475cm (N1) e 435cm
(N2). Existe ainda um terceiro ferro (N3) na transição para o nivel superior, de comprimento igual a
150cm. Existem 54 estribos nesse trecho, de bitola 5 (N4), de comprimento igual a 77cm, e distribuidos a
cada 15cm, dobrados conforme o corte. Também é possivel ver o comprimento das dobras (15 e 17cm) do
estribo. Com essas informações e as formas necessárias, é possível montar o pilar na obra e efetuar sua
concretagem.
No segundo nível, de 4,20m a 7,08m, temos a sessão do pilar diminuída para 15x30cm, e 8 ferros
de bitola 12,5 (N5), com comprimento de 3,45m. Temos também 34 estribos (2x17) bitola 5 (N6),
distribuidos a cada 15cm com dimensão total de 67cm.
No terceiro nível, de 7,08m a 9,96m temos a continuidade do pilar de 15x30cm, 8 ferros bitola
12,5 (N7) com 345cm de comprimento e mais 34 estribos (N8), espaçados a cada 15cm e com
comprimento total de 67cm.
Assim, para este pilar existem 8 ferros, com comprimentos e bitolas diferentes, sempre aparecendo
no detalhe e em lista de aço, que trás um resumo das armaduras dos pilares.

Figura 21 - Lista de aço do pilar P1.

3.3.1 – Detalhes construtivos – detalhes genéricos

Os detalhes construtivos genéricos ajudam na hora de indicar o correto procedimento na


montagem das peças estruturais.

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Figura 22 – Detalhe dos estribos

Figura 23 – Detalhe emenda dos pilares.

3.4 – Planta de vigas

Assim como a planta de pilares, a planta de vigas demonstra com clareza as armaduras
transversais e longitudinais de cada viga. A partir desses detalhes, é possível cortar os ferros já na
dimensão a ser executada na obra. Também é possível verificar a posição do ferro (armadura
positiva ou nagativa) e em qual camada encontra-se o ferro. Geralmente é exibido um corte ao
lado da viga, mostrando sua secção transversal e detalhe dos estribos.

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Figura 24 – Armadura da Viga V1.

Do projeto acima podemos retirar as seguintes informações:


Inicialmente, a posição da armadura no desenho indica a posição do ferro. As armaduras que
aparecem na parte inferior são chamadas armaduras positivas, e são montadas na parte inferior da viga,
enquanto as que estão na parte superior são chamadas armaduras negativas e estão na parte superior da
viga.
A Viga possui 9 ferros, de N39 a N47. N39 são 2 ferros na parte inferior da viga, bitola 8, com
1075cm de comprimento, dobrado 10cm próximo ao pilar P1. N40 possui 2 armaduras bitola 6,3, com
comprimento de 180cm. N41 são dois ferros na parte superior da viga, bitola 5, com 450cm de
comprimento, entre os vãos de P3 e P4. N42 são dois ferros na parte superior da viga, bitola 8, com
835cm de comprimento. N43 é 1 ferro bitola 8, com 305cm. N44 é um ferro bitola 8, com 185cm de
compriemento. N45 é um ferro bitola 8, com 175cm de comprimento, na altura do pilar P2. N46 é um
ferro bitola 6,3, com 145cm de comprimento, na altura do pilar P3.
Todas as armaduras das vigas são representadas ao final em uma lista de aço, conforme figura
abaixo. A lista demonstra o número da armadura, a bitola, quantidade, comprimento e quantos quilos de
ferro. Notar que ao final é acrescido 10% , considerando as perdas durante o corte das armaduras.

Figura 25 – Lista de aço da Viga V1.


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3.5 – Armaduras das lajes

O detalhamento das lajes é similar ao de pilares e vigas. Em uma planta específica, são apresentadas
as armaduras positivas e negativas da laje. Essa disposição é uma forma resumida da armadura, uma vez
que se fossem exibidas todas as armaduras, o desenho ficaria cheio e confuso. Ao contrário da planta de
pilares e vigas, a posição da laje é vista em planta. Observe a figura abaixo. Nesse caso, temos uma laje
MACIÇA:

Figura 26 – Forma das armaduras positivas (inferior da laje).

Do projeto acima podemos retirar as seguintes informações:


Inicialmente, a posição da armadura, como demonstrado na legenda, está na parte inferior da laje.
Geralmente essa armadura é mais espessa que a superior. Temos uma armadura N1 que possui 29
ferros bitola 6,3 a cada 17cm, com comprimento de 377cm sendo 10cm de curva em cada extremidade.
N2 repete-se tanto na laje L1, como na laje L2. Possui 20 armaduras bitola 6,3 a cada 17 cm, com 530cm
de comprimento, sendo 10cm de curva em cada extremidade. Por fim, N3 possui 29 armaduras, bitola 6,3
a cada 17cm, com 383cm de comprimento, sendo 10cm de dobra em cada extremidade. Após a colocação
dos ferros positivos, chega a vez dos positivos (parte superior da laje). Observe a figura abaixo:

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Figura 27 – Forma das armaduras negativas (superior da laje).

Do projeto acima podemos retirar as seguintes informações:


Existe uma faixa de armadura. A forma tracejada da armadura geralmente representa que o mesmo
está na parte superior da laje. No caso acima, temos uma faixa com 33 ferros bitola 6,3 a cada 15cm, com
216cm de comprimento, havendo uma dobra de 8cm em suas extremidades.

Foto 10 – armação de uma laje maciça.

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Dependendo do tipo de laje, há uma completa mudança em seu detalhamento.


Vejamos um exemplo de laje treliçada.

Figura 28 – Forma de uma laje treliçada

Nesse caso, é mais comum apresentar as vigotas em sua posição definitiva. A partir desses dados,
é possível encomendar o tamanho destas já em sua quantidade e comprimentos exatos. Dependendo da
carga da laje, essas vigotas devem ter algum reforço, que deve ser explícito em projeto. Na figura abaixo,
vemos 03 vigotas juntas, devido subir uma parede no local.

Figura 29 – Detalhe 01, corte transversal, com 03 e 02 vigotas.

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É necessário um bom conhecimento dos processos construtivos antes de iniciar a leitura de um


projeto estrutural. Identificar o tipo de laje principalmente. Assim, abaixo mais um tipo de laje,
denominada “laje nervurada”.
São empregadas quando se deseja vencer grandes vãos e/ou grandes sobrecargas. O aumento do
desempenho estrutural é obtido em decorrência da ausência de concreto entre as nervuras, que possibilita
um alívio de peso não comprometendo sua inércia. Devido à alta relação entre rigidez e peso apresentam
elevadas freqüências naturais.
Tal fato permite a aplicação de cargas dinâmicas (equipamentos em operação, multidões e veículos
em circulação) sem causar vibrações sensíveis ao limite de percepção humano. Para a execução das
nervuras são empregadas fôrmas reutilizáveis ou não, confeccionadas normalmente em material plástico,
polipropileno ou poliestireno expandido.

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Figura 30 - laje nervurada

4.0 Detalhamento das estruturas de concreto armado

4.1 Lançamento da estrutura

Uma boa forma de entender os elementos estruturais presentes em um projeto de estrutura e


compreender o lançamento da estrutura. A partir do projeto estrutural, o calculista pode estabelecer
critérios para o projeto, como quantidade de pilares, tipo de laje, posicionamento das vigas, dimensão das
pecas, tipo de fundação, etc...

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Figura 31 – Projeto de Arquitetura.

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Figura 32 – Solução estrutural adotada. Na primeira figura, em vermelho, a posição das vigas. Na segunda figura, em
formato de X, a posição previa dos pilares.

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Figura 33 – Planta de forma do 1º teto. As dimensões estão em cm.

As lajes foram dimensionadas com 10cm de espessura (L1 a L4), e sao do tipo macica. As vigas
possuem dimensões 20x60 (V1, V4, V5 e V7) e 15x60 (V2, V3, V6). Os pilares têm dimensões variadas.

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Figura 34 – Projeto de arquitetura com geometria irregular.

Como nem sempre é possível formas simples na confecção da arquitetura, o projeto de estrutura
precisa se adaptar as formas, medidas e dimensões estabelecidas em projeto.

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Figura 35 – Solução estrutural adotada. Em vermelho, posição das vigas.

Figura 36 - Solução estrutural adotada. Em formato de X, o pré-lançamento dos pilares.


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Já o posicionamento dos pilares é definido também pelo encontro das vigas. Obedecendo as
indicações de pilares a pelo menos a cada 6 metros, cria-se a formação acima indicada.

Figura 37 – Planta de forma do 1º teto. As dimensões estão em cm.

Do projeto acima podemos retirar as seguintes informações:


• A maioria dos pilares possui dimensão de 20cm x 20cm (P01 a P05, P08 a P12, P15 e P16), 15cm
x 30 cm (P06 e P07) e 20cm x 60cm (P13 e P14).
• As vigas possuem dimensões de 20cm x 60cm (V1; V3; V4; V6; V7; V9; V10; V13; V15), 15cm x
60cm (V2; V5; V11; V12; V14) e 15cm x 40 cm (V8).
• As lajes são todas maciças, com 10cm de espessura.
• As lajes L7 e L8 são rebaixadas em relação às demais.
• Haverá paredes sobre as lajes L1 e L2 (aparecem tracejadas), significando possível reforço no
local.

Tais informações são importantes, pois o engenheiro da obra saberá as dimensões das formas a

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serem repassadas para o marceneiro. Detalhes dos pilares, vigas e lajes são apresentados separadamente,
onde é possível verificar mais detalhes, principalmente as armaduras (ferragens) das diversas peças
estruturais. Também são apresentados detalhes que não podem ser vistos em plantas, tais como,
perspectivas, rebaixos, detalhes ampliados, etc.

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5.0 BIBLIOGRAFIA

ALBUQUERQUE, A. T. Análise de Alternativas Estruturais para Edifícios em Concreto Armado.


São Carlos, 1998. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade
de São Paulo.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1982). NBR 7191 – Execução de desenhos
para obras de concreto simples ou armado, Rio de Janeiro.
BATLOUNI NETO, J. (2005). Diretrizes do projeto de estrutura para garantia do desempenho e custo.
Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. Editor Geraldo C.Isaia, São Paulo, IBRACON. Cap.7, p.
200-231.
COVAS, G. A. Estudo sobre os Modelos mais Usuais de Sistema Estrutural em Pavimentos de
Edifícios em concreto Armado através do Software CAD/TQS. São Paulo, 1999. Trabalho de
Graduação Interdisciplinar, Departamento de Engenharia Civil – Escola de Engenharia da
Universidade.Presbiteriana.Mackenzie.
CUNHA, A. J. P.; SOUZA, V. C. M. Lajes em Concreto Armado e Protendido. Niterói, Editora
Universidade Federal Fluminense – EDUFF, 1994.
GIONGO, J.S. (1996). Concreto Armado: Projeto Estrutural de Edifícios. EESC-USP, São Carlos.
FUSCO, P. B. Estruturas de Concreto. Fundamentos do Projeto Estrutural. Vol.1 São Paulo, Ed.
McGraw-Hill do Brasil, 1976.
JÚNIOR, A.L.M.; COSTA, F.O. (1993). Execução de desenhos para obras de concreto armado.
Unicamp, Campinas.
MENDES, M.; FERNANDES, M. B. H.; CASTILHO, P. P.; TAK, Y. J. Curso de Estruturas de
Concreto Armado – Projeto de Lajes. Notas de Aula. São Paulo, Departamento de Engenharia
Civil – Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 1982.

Desenho de Construção Civil - Representação gráfica de elementos estruturais


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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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