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INTRODUÇÃO A DESENHO TÉCNICO

Arqto. Guerra Chimoio


CONCEITO
Desenho técnico
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura.
Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações
escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem
gráfica universal da engenharia e da arquitetura.
Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a
interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico, porque
são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.

TIPOS DE DESENHO TÉCNICO (Classificação)

Os desenhos projectivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias:
• Desenho Mecânico;
• Desenho de Máquinas;
• Desenho de Estruturas;

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• Desenho Arquitectónico;
• Desenho Eléctrico/Electrónico;
• Desenho de Tubulações.
Os desenhos não-projectivos são utilizados para representação das diversas formas de
gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas etc..

MATERIAIS DE DESENHO E SEU USO


A listagem seguinte apresenta os materiais principais para as actividades a desenvolver na
disciplina mas, existem vários outros e reserva-se ao estudante, a sua identificação e
determinação do uso.
• Lapiseira ou Lápis de grafite – Para trabalhar com desenho técnico a lapiseira é melhor,
pois mantém uma espessura uniforme durante o traçado, eliminando a tarefa de preparo
da ponta. No desenho a mão livre deve diferenciar as linhas na espessura e tonalidade.
O grafite tem uma escala de dureza que recebe a seguinte classificação 8H 7H 6H 4H
– duros; 3H 2H H F HB B – médios; 2B 3B 4B 5B 7B – moles. Os grafites mais moles
são mais escuros, indicados para os traços definitivos;

• Borracha – A borracha deve ser do tipo macia;


• Régua graduada – Deve ser do tipo transparente. Usam-se traçar linhas rectas e
levantar medidas;

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• Esquadros – São peças de formato triangular um com ângulos de 45º e outro 30º / 60º;

• Compasso – É um instrumento usado para o traçado de circunferências ou arcos, assim


como o transporte de medidas;

• Transferidor – É um instrumento usado para medir ou marcar ângulos;

• Papel ou folha de desenho – é o suporte onde representamos os desenhos.

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TIPOS E FORMATOS DE PAPEL
Existem vários tipos de papel, dentre eles: Papel sulfite (papel opaco classificado
segundo sua gramagem/peso); papel vegetal; papel esquiço; cartões, etc.
Quanto aos formatos, temos uma classificação por séries: Séria A, série B e a série C.
Formatos de papel normalizados mais utilizados (série A):
O padrão internacional para tamanho de papéis estabelece-se com a norma ISO 216.
Partindo do sistema métrico, o formato-base é uma folha de papel medindo 1 m² de área (A0).
A proporção entre os lados do papel é a mesma em todos os tamanhos do padrão, ou seja,
aproximadamente igual a , ou 1: 1,41, que tem a propriedade de se manter quando a folha é
cortada pela metade ou dobrada.

Normalmente o tamanho dos formatos das folhas da série A termina com o formato A4,
podendo existir reduções proporcionais como pode-se ver na imagem acima. Sendo
dimensões proporcionais, denominam-se A5, A6, A7 e A8.

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Dobragem do papel

Esquadrias e Legendas
Os desenhos devem ter uma esquadria envolvente que delimita o formato da folha de
papel, sendo esta esquadria definida por uma linha grossa interior que define a área útil de
desenho. A distância entre a linha da esquadria e a margem esquerda deve ser de 25mm na
folha de formato A4, para furar para dossier ou agrafar, e as três restantes margens de 5mm.
Para os formatos anteriores, A3, A2, A1 e A0, podem variar de margens e a distância entre a
linha da esquadria e a margem esquerda pode ser de 25mm – 3mm ou mais para A0 e, as
restantes margens de 7mm – 10mm ou mais para A0.

No canto inferior direito localiza-se a Legenda do desenho, onde se introduzem as


diferentes indicações características do desenho, ou desenhos, e que devem figurar na folha,
como por exemplo: identificação do projecto, identificação dos responsáveis do projecto,
identificação dos colaboradores e executantes do desenho, identificação do cliente do projecto,

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informações características dos desenhos constantes da folha (escala, datas, tolerâncias, e
outras que surjam) entre outros.

Tratando-se de trabalhos didácticos, devem se introduzir campos com as indicações da


instituição de ensino, indicação do estudante que executou o trabalho, indicação do
tema/exercício em causa, indicação do ano, turma, curso e nível, indicação da escala de
representação, etc.

Exemplo de esquadria e legenda e orientação convencional para as folhas A3 e A4

Exemplo de legenda e as respeitivas indicações de informação numa situação académica

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ESCRITA NORMALIZADA OU CALIGRAFIA TÉCNICA

Um esboço além de mostrar a forma geométrica de algo sempre vai ser acompanhado
de informações escritas através de letras e algarismos. Com o objectivo de criar uniformidade
e legibilidade para evitar prejuízos na clareza do esboço ou desenho e evitar a possibilidade de
interpretações erradas, existem normas definidas (ISO ou NP), para a escrita que determinam
características da escrita em desenho técnico. Estas normas entram em detalhes desde o formato
dos caracteres até a espessura das linhas.

A norma NP--89(1963) prevé a posibilidade de utilização em desenho técnico de dois


tipo de escrita:
_ Escrita vertical ou redonda;
_ Escrita inclinada ou cursiva.
Podemos traçar linhas auxiliares para fazer a caligrafia técnica, após escolher uma
altura padrão. Pode-se observar na figura seguinte uma forma prática e simplificada de fazer
estas linhas:

Algarismos e numeração romana

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TIPOS DE LINHAS E RESPECTIVOS USOS

Quanto ao desenho propriamente dito, este é definido essencialmente por linhas e


eventualmente por texturas que cobrem áreas específicas e definidas, sendo esta regra ainda
definida pela norma portuguesa NP62.

As linhas delimitam e definem as formas que pretendemos representar e por isso, de


acordo com a intensidade que se pretenda poderão usar-se linhas de diferentes espessuras e
cores. Deste modo as linhas de representação que se usam para delimitar e definir as formas
que se desenham podem apresentar várias características que as destacam umas das outras: o
tipo de linha, a espessura da linha e a cor da linha.

O tipo de linha/traço usado é geralmente contínuo, interrompido ou traço-ponto, o resto


ésão variantes destas três como identificados abaixo:

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Intersecção de linhas

Prioridades caso ocorra coincidências

Quando duas ou mais linhas de diferentes tipos coincidem, a seguinte ordem de prioridade
deve ser seguida:

Dimensões dos tracejados

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ESCALAS DE DESENHO

No desenho técnico haverá sempre uma relação entre distância gráfica (d) e distância
real (D). A esta relação dá-se o nome de escala do desenho. Quando se faz um desenho
directamente no papel tem que haver uma escala definida. Quando se faz um desenho num
computador a definição da escala é feita no momento da impressão em papel.

Classificação de escala

Representações de escalas
Escala numérica (E = 1:5 ou E = 1/5); Escala gráfica

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Escalas recomendadas

ELEMENTOS PRIMÁRIOS DO DESENHO


“Toda forma pictórica começa com o ponto que se põe em movimento (...) O ponto se
move (...) e nasce a reta – a primeira dimensão. Quando a reta se desloca para formar um plano,
obtemos um elemento bidimensional. No movimento do plano para os espaços, o encontro de
planos dá surgimento ao corpo (tridimensional). Uma síntese de energias cinéticas que movem
o ponto convertendo-o em reta, a reta que se converte em plano e o plano que se converte em
uma dimensão espacial.”
Paul Klee The Thinking Eye: The Notebooks of Paul Klee 1961

• PONTO – indica uma posição no espaço .


• RETA – a extensão de uma ponto se torna uma reta com propriedades de: comprimento;
direção; posição.
• PLANO – A extensão de uma reta se torna um plano com propriedades de:
comprimento e largura; formato; superfície; orientação; posição.
• VOLUME – A extensão de um plano se torna um volume com propriedades de:
comprimento, largura e profundidade; forma e espaço; superfície; orientação; posição.

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CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS
A partir do conhecimento dos elementos primário do desenho, pode-se executar
construções geométricas planas, auxiliadas de técnicas e procedimentos fundamentais de
desenho.
Construções de pontos, rectas e arcos, rectas paralelas, rectas perpendiculares, rectas tangentes
a arcos, tangências e concordâncias, planos e poligonos no espaço.
Nota: Estas matérias podem ser encontradas nos livros indicados na ficha bibliográfica do
Plano Analítico da disciplina.

Elaborado pelos docentes da disciplina.

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