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DESENHO TÉCNICO

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SUMARIO

Capítulo 01 Introdução ao desenho técnico-------------------------------------------03


Capítulo 02 Teoria do desenho projetivo utilizado pelo desenho técnico------------16
Capítulo 03 Sistemas de projeções ortogonais----------------------------------------26
Capítulo 04 Desenho em perspectiva--------------------------------------------------34
Capítulo 05 Leitura e interpretação de desenhos-------------------------------------37
Capítulo 06 Vistas emcorte-------------------------------------------------------------43
Capítulo 07 Vistas auxiliares e outras representações--------------------------------60

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CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO

1.1 Criando um desenho técnico. O desenho é uma forma de linguagem usada


pelos artistas.

Desenho técnico é usado pelos projetistas para transmitir uma ideia de produto, que
deve ser feita da maneira mais clara possível. Mesmo preso por procedimentos e regras,
um desenho técnico necessita que o projetista use sua criatividade para mostrar, com
facilidade, todos os aspectos da sua ideia, sem deixar dúvidas. Do outro lado, uma
pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus símbolos básicos, que são
usados para simplificar a linguagem gráfica, permitindo que haja o maior número de
detalhes possível.

1.2 Lápis e lapiseiras

Ambos possuem vários graus de dureza: um grafite mais dura permite pontas finas, mas
traços muito claros. Um grafite mais macio cria traços mais escuros, mas as pontas serão
rombudas. Recomenda-se um grafite HB, F ou H para traçar rascunhos e traços finos, e
um grafite HB ou B para traços fortes. O tipo de grafite dependerá da preferência pessoal
de cada um. Os lápis devem estar sempre apontados, de preferência com estilete. Para
lapiseiras, recomenda-se usar grafites de diâmetro 0,5 ou 0,3 mm.

1.3 Esquadros

São usados em pares: um de 45º e outro de 30º / 60º . A combinação de ambos permite
obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retas paralelas e
perpendiculares. Para traçar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o
segundo esquadro através do papel. Caso o segundo esquadro chegue na ponta do
primeiro, segure o segundo esquadro e ajuste o primeiro para continuar o traçado.

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1.4 Compasso

Usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso tradicional


possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns modelos com cabeças
intercambiáveis para canetas de nanquim ou tira-linhas.
Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso, caso
contrário o instrumento está descalibrado. A ponta de grafite deve ser apontada em
“bizel”, feita com oauxílio de uma lixa.

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Os compassos também podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser útil para
grandes circunferências. Alguns modelos possuem extensores para traçar circunferências
ainda maiores.
Existem ainda compassos específicos, como o de pontas secas (usado somente para
transportar medidas), compassos de mola (para pequenas circunferências), compasso
bomba (para circunferências minúsculas) e compasso de redução (usado para converter
escalas).

1.5Escalímetro

Conjunto de réguas com várias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina o uso de
cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto.
O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arquitetura:
1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e
pode ser usado como uma régua comum (1:1). O uso de escalas será explicado mais
adiante.

1.6 Folhas

O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero). Trata-se


de uma folha com 1 m2,1: 2 . Todos os formatos seguintes são proporcionais: o formato
A1 tem metade da área do formato A0, etc. Obtêm-se então os seguintes tamanhos:

Cabe ao desenhista escolher o formato adequado, no qual o desenho será visto com
clareza.
Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado esquerdo, 10 mm nos outros
lados (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2, A3 e A4). Também se costuma
desenhar a legenda no canto inferior direito.

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Legenda

A legenda não informa somente detalhes do desenho, mas também o nome da empresa,
dos projetistas, data, logomarca, arquivo, etc. É na legenda que o projetista assina seu
projeto e marca revisões. Em folhas grandes, quando se dobra o desenho, a legenda
sempre deve estar visível, para facilitar a procura em arquivo sem necessidade de
desdobrá-lo.

1.7 Dobragem

Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobragem. Esta
forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser consultada
com Desenho Técnico facilidade sem necessidade de retirá-la da pasta, e que a legenda
esteja visível com o desenho dobrado.
As ilustrações abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na horizontal (em
“sanfona”), depois na vertical (para trás), terminando a dobra com a parte da legenda na
frente. A dobra no canto superior esquerdo é para evitar de furar a folha na dobra
traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo.

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1.8 Escalas

A escala, em cartografia, é a relação matemática entre as dimensões do objeto no real e


as do desenho que o representa em um plano ou um mapa. Constitui-se em um dos
elementos essenciais de um mapa, juntamente com a legenda, a orientação, a legenda
(convenções cartográficas) e a fonte.
Escala natural: Temos uma escala natural quando o tamanho físico do objeto
representado no plano coincide com a realidade. Própria para representações onde se faz
necessário uma alta fidelidade de representação da região a ser reproduzida. A escala
natural é representada numericamente por E1:1.

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Escala reduzida: A escala reduzida representa uma área que é maior na realidade do que
na própria representação. Tal escala é geralmente utilizada em plantas de habitações e
mapas físicos de territórios de tamanho extenso onde faz-se necessário a redução por
motivos práticos, que chegam a E1:50000 ou E1:100000. Para se conhecer o valor real
de uma dimensão é necessário multiplicar a medida do plano pelo valor do denominador.
Escala ampliada: A escala ampliada, por sua vez, é utilizada quando é necessária a
representação de detalhes mínimos de uma determinada área, ou então a representação
de territórios de tamanho muito reduzido. Em tal caso o valor do numerador é mais alto
que o valor do denominador, sendo que, deverá dividir-se pelo numerador para conhecer
o valor real da peça. Exemplos de escalas ampliadas são E2:1 ou E10:1.
De acordo com a norma Oausp 5455:1996 “Desenhos técnicos – Escalas” recomenda-se
utilizar as seguintes escalas normatizadas:

•Escalas reduzidas 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, 1:50, 1:100, 1:200, 1:500, 1:1000, 1:2000,
1:5000, 1:20000
•Escala natural 1:1
•Escalas ampliadas 100:1, 50:1, 20:1, 10:1, 5:1, 2:1

Escalas numéricas, unidade por unidade e gráfica (o número à esquerda do símbolo “.”) e
o valor da realidade (o número à direita do símbolo “.”). Um exemplo seria 1:100.000,
que indica que uma unidade qualquer do plano representa 100000 dessas mesmas
unidades na realidade, ou seja, dois pontos no plano que se encontram a 1 cm estarão
na realidade a 100000 cm, se estão no plano a 1m, na realidade, estarão a 100000
metros, sendo assim com qualquer unidade considerada.
A escala numérica representa a relação entre o valor da representação.
A escala unidade por unidade é a igualdade expressa de duas longitudes: a do mapa (à
esquerda do símbolo “=”) e da realidade (à direita do símbolo “=”). Um exemplo seria: 1
cm = 4 km; 2 cm = 500 m, etc.
A escala gráfica é a representação desenhada da escala unidade por unidade, onde cada
segmento mostra a relação entre longitude da representação e da área real. Um exemplo
seria:
0____________100km

1.8.1 Tipos de escalas

A escala pode ser apresentada de duas maneiras distintas:

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Escala de mapeamento (representada por um gráfico); ou Escala numerada


(representada por números)

Quanto ao tipo pode ser considerada:

Grande (entre 1:1.000 a 1:50.000).


Média (entre 1:100.000 a 1:1.000.000); ou
Pequena (no mínimo 1:2.000.000);

Escalas como 1:1000000, 1:500000, 1:250000, 1:100000 ou 1:50000, em geral, são


usadas para mapas de continentes, e países, como: Brasil, EUA, Canadá e etc.

Escalas como 1:25000, 1:10000, 1:2500 são utilizadas em cidades, bairros e ruas, para
estudos de mais precisão.
Quanto maior a escala, maior o ponto de onde vê, consequentemente, maior a
quantidade de detalhes no mapa.

A escala é definida pela fórmula:

Onde:
E é a escala
d é a distância na projeção
D é a distância real.
O uso do escalímetro

O escalímetro é um instrumento de desenho técnico utilizado para desenhar objetos em


escala ou facilitar a leitura das medidas de desenhos representados em escala. Podem
ser planos ou triangulares, como o apresentado na figura .
O escalímetro, escala ou régua triangular, é dividido em três faces, cada qual com duas
escalas distintas. Pode-se, nesse caso, através da utilização de múltiplos ou submúltiplos
dessas seis escalas, extrair um grande número de outras escalas.

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O escalímetro convencional utilizado na engenharia e na arquitetura é aquele que possui


as seguintes escalas 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100; 1:125.
Cada unidade marcada nas escalas do escalímetro corresponde a um metro. Isto significa
que aquela dada medida corresponde ao tamanho de um metro na escala adotada

1.9 Linhas

O tipo e espessura de linha indicam sua função no desenho.

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Exemplos de tipos de linhas

Contínua larga – arestas e contornos visíveis de peças, caracteres, indicação de corte ou


vista.
Contínua estreita – hachuras, cotas
Contínua a mão livre estreita (ou contínua e “zig-zag”, estreita) – linha de ruptura
Tracejada larga – lados invisíveis
Traço e ponto larga – planos de corte (extremidades e mudança de plano)
Traço e ponto estreita – eixos, planos de corte
Traço e dois pontos estreita – peças adjacentes

1.10 Figuras geométricas.

1.10.1 Reta
A reta é formada por infinitos pontos que estão alinhados. Ela é ilimitada nos dois
sentidos.
Quando construímos uma reta devemos utilizar letras minúsculas para representá-la.

Uma reta no plano pode ser caracterizada das seguintes formas:

Dando dois pontos da reta;


Dando um ponto da reta e o seu declive;
Dando um ponto da reta e um vetor normal a essa reta;

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Dando um ponto e um vetor da reta.


Uma reta no espaço pode ser descrita das seguintes formas:

Dando dois pontos da reta;

A figura mostra uma reta.

1.10.2 Retas paralelas:

Segundo a geometria euclidiana, duas retas distintas de um plano são paralelas (símbolo
//),quando não têm um ponto comum. [1][2]
A proposição 27, de Euclides, dá uma condição suficiente para duas linhas serem
paralelas: seuma reta corta outras duas retas de forma que os ângulos alternados sejam
iguais, então estasoutras duas retas são paralelas [3] A demonstração é por redução ao
absurdo: supondo-se queelas não sejam paralelas, forma-se um triângulo em que um
ângulo exterior é igual a umângulo interior oposto.[3]

A partir de três retas paralelas têm-se um feixe de retas paralelas.

1.10.3 Retas concorrentes ou Retas oblíquas: são duas retas contidas em um


mesmo plano, que têmdireções diferentes (ou seja: não são paralelas) e que, portanto,
têm um único ponto emcomum.

1.10.4 Retas perpendiculares: duas retas são perpendiculares se o ângulo entre elas é
de 90º.

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1.10.5 Quadriláteros

Um quadrilátero é um polígono de quatro lados, cuja soma dos ângulos internos é 360°,
e a soma dos ângulos externos, assim como qualquer outro polígono, é 360°. Assim
como qualquer outro polígono, podemos usar a fórmula: Si = (n - 2)180 (onde "n"
representa o número de lados); para achar a soma dos ângulos internos (Si).
Os quadriláteros podem ser côncavos ou convexos. O quadrilátero é convexo quando a
reta que une dois vértices consecutivos não cruza o lado formado pelos dois outros
vértices, e as medidas de seus ângulos internos são menores que 180º. Caso contrário, o
quadrilátero é côncavo. Em outras palavras, um quadrilátero convexo é a linha poligonal
fechada com quatro lados e cujos vértices, quaisquer, podem ser ligados, dois a dois, de
forma a sempre ter o segmento de reta, que faz a ligação, estar interno à área ou sobre
um dos lados do mesmo.

Os quadriláteros apresentam os seguintes elementos:


Vértices
Lados
Diagonais
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Ângulos internos e externos

Em um quadrilátero, dois lados ou dois ângulos não consecutivos são chamados opostos.
Veja
o quadrilátero ABCD:

Quadrilátero ABCD:

Vértices: A, B, C, D
Lados: AB, BD, CD, CA
Diagonais: AD, BC
Ângulos internos: A, B, C, D.

1.10. 6Paralelogramos

Paralelogramo é o quadrilátero que tem os lados opostos paralelos.


Se todos os lados opostos forem iguais e paralelos, trata-se de um Paralelogramo. Um
paralelogramo apresenta as seguintes características:

A soma de dois ângulos consecutivos é de 180°;


As diagonais cortam-se no ponto médio;
Os lados opostos são congruentes;
Os ângulos opostos são congruentes.

1.10.7 Tipos de Paralelogramos.

Paralelogramo obliquângulo: Os lados opostos são iguais entre si;

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Retângulo: Possui quatro ângulos de 90°, e os lados opostos são iguais entre si; As
diagonais são congruentes.
Losango: Todos os lados são iguais entre si; As diagonais são perpendiculares e são
bissetrizes dos ângulos internos.
Quadrado: Possui quatro ângulos de 90°, e todos os lados são iguais entre si. Por ser um
losango e um quadrado simultaneamente, as diagonais são congruentes e
perpendiculares.

Calculo da área de um paralelogramo.

A=BxH
A: área do paralelogramo
B: base
H: altura

1.10.8 Circunferência

Na geometria euclidiana, uma circunferência é o lugar geométrico dos pontos de um


plano que equidistam de um ponto fixo. O ponto fixo é o centro e a equidistância o raio
da circunferência.

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1.10.9 Comprimento da circunferência:


A extensão da circunferência, ou seja, seu perímetro pode ser calculada através da
equação:

Em que d é o diâmetro da circunferência, ou seja, o dobro do raio:


Também temos que é a constante (pron. pi), cujo valor é = 3,14...

1.10.10 Área da circunferência:


O círculo é a área interna delimitada pela circunferência, que pode ser calculada usando a
equação:

CAPÍTULO 02

TEORIA DO DESENHO PROJETIVO UTILIZADO PELO DESENHO TÉCNICO

2.1 Definição de Projeção Ortogonal

Nos desenhos projetivos, a representação de qualquer objeto ou figura será feita por sua
projeção sobre um plano.

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Desenho resultante da projeção


de uma forma retangular sobre
um plano de projeção.
Os raios projetantes tangenciam
o retângulo e atingem o plano
de projeção formando a projeção
resultante.
Como os raios projetastes em
relação ao plano de projeção,
sãoparalelos e
perpendiculares,a projeção
resultante representa a forma e
a verdadeira grandeza do retângulo projetado.

Este tipo de projeção é denominado Projeção Ortogonal (do grego ortho= reto +
gonal=ângulo), pois os raios projetantes são perpendiculares ao plano de projeção.

2.2 Como Utilizar as Projeções Ortogonais

Como os sólidos são


constituídos de várias
superfícies, as projeções
ortogonais são utilizadas para
representar as formas
tridimensionais através de
figuras planas.
Aplicação das projeções
ortogonais na representação das

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superfícies que compõem, respectivamente, um cilindro, um paralelepípedo e um prisma


de base triangular.

Para fazer aparecer a terceira dimensão é necessário fazer uma segunda projeção
ortogonal olhando os sólidos por outro lado.

Pode-se obter a partir das figuras planas o entendimento da forma espacial de cada
um dos sólidos representados.

Duas vistas, apesar de representarem as três dimensões do objeto, não garantem a


representação da forma da peça.
A representação das formas espaciais é resolvida com a utilização de uma terceira
projeção.

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Para que o desenho resultante se transforme em uma linguagem gráfica, os planos de


projeção horizontal e lateral têm os sentidos de rebatimento convencionados, e sempre
se rebatem sobre o plano vertical.
Mantendo o sentido dos rebatimentos dos planos horizontal e lateral resultará sempre
nas mesmas posições relativas entre as vistas.

 O lado da peça que for projetado no plano vertical sempre será considerado como sendo
à frente da peça.
 O lado superior da peça sempre será representado abaixo da vista de frente
 O lado esquerdo da peça aparecerá desenhado à direita da vista de frente.

É importante considerar que cada vista representa a peça sendo observada de uma
determinada posição.

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2.3 Representação de Arestas Ocultas

Como a representação de objetos tridimensionais, por meio de projeções ortogonais, é


feita por vistas tomadas por lados diferentes, dependendo da forma espacial do objeto,
algumas de suas superfícies poderão ficar ocultas em relação ao sentido de observação.

Arestas que estão ocultas em um determinado sentido de observação são representadas


por linhas tracejadas.

As linhas tracejadas são constituídas de pequenos traços de comprimento uniforme,


espaçados de um terço de seu comprimento e levemente mais finas que as linhas cheias.

Deve-se procurar evitar o aparecimento de linhas tracejadas


As linhas tracejadas podem ser evitadas invertendo-se a posição da peça em relação aos
planos de projeção (mudar a posição da vista de frente).

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Elaboração de Esboços
(DESENHOS À MÃO LIVRE)

É muito importante desenvolver a habilidade de desenhar à mão livre.

A elaboração de esboços, além favorecer a análise gráfica das projeções ortogonais,


ajudaa desenvolver o sentido de proporcionalidade.
PORÉM, atualmente pode-se realizar esboços com facilidade em um software de
modelagem pelo profissional treinado.

2.4 Representação de Superfícies Inclinadas

A representação de superfícies inclinadas pode ser dividida em dois casos distintos:

1. Quando a superfície é perpendicular a um dos planos de projeção e inclinada em


relação aos outros planos de projeção.

2. Superfície Inclinada em Relação aos Três Planos de Projeção

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Pode-se observar que o paralelismo existente entre as arestas representadas pelos


segmentos de retas [(1,2) ; (3,4)] e [(1,5);(2,3)] são mantidos nas três projeções.

2.5 Representação de Superfícies Curvas

No plano paralelo à superfície, a projeção resultante mantém a forma e a verdadeira


grandeza do círculo, enquanto nos outros dois planos a projeção resultante é um
segmento de reta, cujo comprimento corresponde ao diâmetro do círculo.

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Se a superfície circular não possuir paralelismo com nenhum dos três planos de projeção,
mas for perpendicular em relação a um deles, as projeções resultantes terão dimensões
em função do ângulo de inclinação da superfície.

A forma cilíndrica é muito comum de ser encontrada como furos.

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2.6 Linhas de Centro

– Nos desenhos em que aparecem as superfícies curvas é utilizado um novo tipo de


linha, composta de traços e pontos que é denominada linha de centro.
– Indicam os eixos em corpos de rotação.
– Assinalam formas simétricas secundárias.
– São representadas por traços finos separados por pontos (o comprimento do traço da
linha de centro deve ser de três a quatro vezes maiores que o traço da linha tracejada).
– É a partir da linha de centro que se faz a localização de furos, rasgos e partes
cilíndricas existentes nas peças.

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2.7 Representação de Arestas Coincidentes

Quando na tomada de vista, em um determinado sentido de observação, ocorrer a


sobreposição de arestas (superfícies coincidentes), representa-se aquela que está mais
próxima do observador.

•A linha cheia
prevalece sobre
a linha
tracejada.

•As linhas que


representam
arestas (linha
cheia ou linha
tracejada)
prevalecem sobre as linhas auxiliares (linha de centro).
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CAPÍTULO 03

SISTEMAS DE PROJEÇÕES ORTOGONAIS

3.1 Ângulos Diedros

• Considerando os planos vertical e horizontal prolongados além de suas interseções


dividiremos o espaço em quatro ângulos diedros (que tem duas faces).
• Os quatros ângulos são numerados no sentido anti-horário, e denominados 1º, 2º, 3º,
e 4º Diedros.

3.2 Ângulos Diedros

• Utilizando os princípios da Geometria Descritiva [Gaspar Monge], pode-se, mediante


figuras planas, representar formas espaciais utilizando os rebatimentos de qualquer um
dos quatro diedros.
• As normas de Desenho Técnico fixaram a utilização das projeções ortogonais somente
pelos 1º e 3º diedros, criando pelas normas internacionais dois sistemas para
representação de peças:
– sistema de projeções ortogonais pelo 1º diedro
– sistema de projeções ortogonais pelo 3º diedro

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• No Brasil é mais utilizado o 1º diedro, porém, nas indústrias oriundas dos USA, da
Inglaterra e do Japão, poderão aparecer desenhos representados no 3º diedro.

3.3 Projeções Ortogonais pelo 1º Diedro Escolha das Vistas

Considerando o objeto imóvel no espaço, o observador pode vê-lo por seis direções
diferentes, obtendo seis vistas da peça.
Para vistas principais, as projeções têm de ser obtidas em planos perpendiculares entre
si eparalelos dois a dois, formando uma caixa.

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 Plano 1 – Vista de Frente ou Elevação – mostra a projeção frontal do objeto.


 Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto visto por cima.
 Plano 3 – Vista Lateral Esquerda ou Perfil – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.
 Plano 4 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
 Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
 Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.
Os rebatimentos normalizados para o 1º diedro mantêm, em relação à vista de frente, as
seguintes posições:
– a vista de cima fica em baixo;
– a vista de baixo fica em cima;
– a vista da esquerda fica à direita;
– a vista da direita fica à esquerda.
Observe que não são colocados os nomes das vistas, bem como não aparecem as
linhas de limitedos planos de projeções.

É importante olhar para o desenho sabendo que as vistas, apesar de serem desenhos
bidimensionais, representam o mesmo objeto visto por diversas posições.

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Partindo da posição definida pela vista de frente e sabendo a disposição final


convencionada para as outras vistas, é possível entender os tombos (rebatimentos)
efetuados no objeto.

Na maioria dos casos, o conjunto formado pelas vistas de frente, vista superior e
uma dasvistas laterais é suficiente para representar, com perfeição, o objeto
desenhado.

No 1º diedro é mais difundido o uso da


vista lateral esquerda, resultando no
conjunto preferencial composto pelas vistas
de frente, superior e lateral esquerda,
que também são chamadas,
respectivamente, de elevação, planta e
perfil

Na prática, devido à simplicidade de forma da maioria das peças que compõem as


máquinas e equipamentos, são utilizadas somente duas vistas.
Em alguns casos, com auxílio de símbolos convencionais, é possível definir a forma da
peçadesenhada com uma única vista.
Não importa o número de vistas utilizadas, o que importa é que o desenho fique claro e
objetivo.
O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla
interpretação.

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O ponto de partida para determinar as vistas necessárias é escolher o lado da peça que
será considerado como frente.
 Normalmente, considerando a peça em sua posição de trabalho ou de equilíbrio, toma-se
como frente o lado que melhor define a forma da peça.
 Quando dois lados definem bem a forma da peça, escolhe-se o de maior comprimento.

Feita a vista de frente faz-se tantos rebatimentos quantos forem necessários para definir
a forma da peça.

Considerando como frente a direção indicada, as três vistas preferenciais do 1º diedro


são suficientes para representar o objeto.
As outras três vistas, além de apresentarem partes ocultas, são desnecessárias na
definição da forma do objeto.

Considerando a frente indicada no objeto, o conjunto formado pelas vistas de frente,


superior e lateral direita é o que melhor representa a peça.
Na vista lateral esquerda aparecem linhas tracejadas, que devem ser evitadas.

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É preciso ter muito cuidado com a escolha das vistas, porque o uso de vistas
inadequadas pode levar a soluções desastrosas.

3.4 Projeções Ortogonais pelo 3º Diedro

• Para fazer qualquer projeção no 3º diedro, o plano de projeção deverá estar


posicionado entre o observador e o objeto.
• O plano de projeção precisa ser transparente (como uma placa de vidro) e o
observador, por trás do plano de projeção, puxa as projetantes do objeto para o plano.
• As vistas principais são obtidas em seis planos perpendiculares entre si e paralelos dois
a dois, como se fosse uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos de modo a
formarem um único plano.
Para fazer qualquer projeção
no 3º diedro, o plano de
projeção deverá estar
posicionado entre o
observador e o objeto.

O plano de projeção precisa


ser transparente (como uma
placa de vidro) e o
observador, por trás do
plano de projeção, puxa as
projetantes do objeto para o
plano.

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As vistas principais são obtidas em seis planos perpendiculares entre si e paralelos dois a
dois, como se fosse uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos de modo a
formarem um único plano.

 Plano 1 – Vista de Frente – mostra a projeção frontal do objeto.


 Plano 2 – Vista Superior – mostra a projeção do objeto visto por cima.
 Plano 3 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
 Plano 4 – Vista Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.
 Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
 Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.
No 3° diedro as vistas mais utilizadas, que acabam se constituindo nas vistas
preferenciais, são o conjunto formado pelas vistas de frente, superior e lateral direita

3.5 Comparações entre as Projeções do 1° e do 3° Diedros

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a) Quanto à vista de Frente

Tanto no 1° como no 3° diedro, deve-se escolher como frente o lado que melhor
representa a forma da peça, respeitando sua posição de trabalho ou de equilíbrio.
b) Quanto às Posições relativas das vistas

• De acordo com as normas internacionais, na execução de desenhos técnicos, pode-se


utilizar tanto o 1º como o 3° diedros.
• Para facilitar a interpretação do desenho é recomendado que se faça a indicação do
diedro utilizado na representação. A indicação pode ser feita escrevendo o nome do
diedro utilizado.

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CAPÍTULO 04
DESENHO EM PESPECTIVA

4.1 – Histórico

A quase totalidade das ilustrações dos livros de geometria é feitas em perspectiva


cavaleira. É significativo que a perspectiva cavaleira seja a representação utilizada
universalmente para apresentar os outros tipos de representação. De resto, trata-se de
uma tradição antiga: as figuras dos tratados de Geometria Descritiva e de Perspectiva
Linear, de Roubaudy e de Pillet, publicados em 1916 e em 1888, respectivamente, eram
traçadas em perspectiva cavaleira.
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A origem do nome cavaleira é duvidosa, afirmando uns que provém do nome dado a um
tipo de construção alta — o cavalier — que existia em certas fortificações militares do
séc. XVI e de onde se tinha sobre a própria fortificação uma visão "do alto" -- que seria
semelhante à dada pela perspectiva cavaleira. Outros dizem que o nome está relacionado
com o ponto de vista alto de um cavaleiro, e ainda outros que deriva dos trabalhos do
matemático italiano Cavalieri.

4.2–Definição

A perspectiva cavaleira é uma projeção cilíndrica oblíqua sobre um plano paralelo a uma
das faces principais do objeto. A figura obtida por esta projeção não está conforme à
visão, mas à inteligência que temos dos objetos representados, e daí a sua aceitação
natural.

O desenho em perspectiva cavaleira é um auxiliar essencial na visualização e resolução


de problemas de geometria no espaço, tendo em consequência uma grande importância
no ensino da geometria, devendo ser aprendido e utilizado pelos alunos como meio
principal de representação.

Na figura pode compreender-se como se forma a perspectiva cavaleira de um cubo,


representado pelas suas vistas (frente e planta). C" e C', quadrados sombreados a
cinzento, são a vista de frente e a planta do cubo.

O plano , de projeção, paralelo a duas faces do cubo, está também representado pelas
suas vista de frente e planta. As setas d" e d' são as vistas do vector dque define a
direção da projeção oblíqua de que resulta a perspectiva cavaleira.

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4.3 –Parâmetros

Na perspectiva cavaleira, o que varia é a direcção da projecção, pois a posição do cubo


em relação ao plano de projecção está fixa, dado que o plano de projecção é paralelo a
uma das faces do cubo, e adopta-se ainda a convenção de colocar sempre a
representação de algumas arestas do cubo (AB, etc.) paralelas ao bordo inferior do
desenho. Daqui resulta que um segundo grupo de arestas (AE, etc.) fica paralelo aos
bordos laterais da folha de desenho e o terceiro grupo de arestas (BC, etc.) é, no espaço,
perpendicular ao plano de projecção. Os parâmetros que definem a perspectiva cavaleira
são o ângulo , entre a direcção das arestas do terceiro grupo e a direcção das arestas
paralelas ao bordo inferior da folha de desenho, e a redução k, em percentagem, que as
arestas deste terceiro grupo, por exemplo, FG, têm na representação. Naturalmente, a
redução e o ângulo dependem da direcção da projecção. Costuma utilizar-se a notação
PC( ,k%) para designar uma perspectiva cavaleira com os parâmetros e k.

Na figura seguinte apresentamos três tipos usuais de perspectiva cavaleira.

Da esquerda para a direita, temos respectivamente as perspectivas PC(45°, 50%),


PC(30°, 70%) e PC(30°,50%). A escolha entre estas diferentes perspectivas cavaleiras é
sobretudo uma questão de gosto, embora se possam ainda acrescentar outro tipo de
considerações:
 O caso A tem a desvantagem de as representações das arestas FG e AD ficarem
no prolongamento uma da outra, e por vezes isso tornar os desenhos confusos
quando se colocam cubos ao lado uns dos outros.
 No caso B a profundidade da representação do cubo parece. pelo menos a muitos
de nós, exagerada.
 O caso C parece a muitos o mais equilibrado. É o que adoptaremos nas figuras
neste curso
No figura da esquerda, o ângulo é de 45°, mas a redução é de 70%, podendo ainda
obter-se 35%. Na figura da direita, o ângulo é de 27°, aproximadamente, e a redução de
56%. Trata-se portanto de uma aproximação razoável do terceiro caso anterior.

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Na perspectiva cavaleira, verificam-se as seguintes propriedades:

 Segmentos e figuras paralelos ao plano de projecção (plano do papel) são


representados em verdadeira grandeza; figuras congruentes, situadas em planos
diferentes, mas paralelos ao plano do papel, têm representações congruentes -
isto é contrário à visão, mas está conforme com a realidade dos objetos;
 Segmentos perpendiculares ao plano do papel são representados por segmentos
oblíquos (no caso adoptado, fazendo ângulos de 30° com o bordo inferior do
papel), e têm o seu comprimento reduzido (no caso adoptado, a redução é de
50%);
 Segmentos e retas paralelas são representados por segmentos e retas paralelos
(trata-se de uma projecção cilíndrica);
 Conservam-se os pontos médios dos segmentos e os baricentros das figuras;
 Como convenção, traçam-se a cheio as linhas visíveis para o observador e a
tracejado as linhas invisíveis.

CAPÍTULO 05
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS

5.1 Definição e Pré-Requisitos

Ler um desenho significa entender a forma espacial do objeto representado no desenho


bidimensional resultante das projeções ortogonais.
O principal pré-requisito para fazer a leitura de desenhos técnicos é estar familiarizado
com a disposição das vistas resultantes das projeções ortogonais associadas aos
rebatimentos dados na peça desenhada.

5.2 Princípios Básicos para Leitura de Desenhos

É muito importante que, ao olhar para qualquer vista, se tenha em mente que estamos
vendo a representação de um sólido, visto ortogonalmente de uma determinada
posição, onde cada linha representa uma intersecção de superfícies (cada linha
representa um canto da peça) e que existe uma terceira dimensão escondida pela
projeção ortogonal.
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5.3 Princípios Básicos para Leitura de Desenhos

Considerando-a como resultado da projeção ortogonal de um determinado objeto, ainda


que não seja possível visualizar a forma espacial do objeto a partir de uma única vista,
pode-se concluir que no desenho estão representadas duas superfícies distintas,
identificadas pelos números 1 e 2.

As indefinições ocorrem porque estamos olhando para


uma única vista, e é impossível visualizar a forma
espacial de qualquer objeto representado a partir de uma
única vista.

A vista mostrada pode corresponder a qualquer um dos sólidos mostrados...

Fazendo a análise simultânea das duas vistas dadas é possível descobrir que, neste caso,
a linha vertical corresponde à intersecção das superfícies 1 e 2 e que o desenho está no
1º diedro.

Também é possível concluir que a superfície 2 é inclinada em relação à superfície 1.

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5.4 Identificação do Diedro Utilizado no Desenho

A maioria dos desenhos técnicos não traz indicação do diedro utilizado na sua
elaboração.

A superfície “A” é representada por uma


linha cheia na vista 2. Assim sendo, pode-se
concluir que, em relação à vista 1, a vista 2
corresponde à peça sendo olhada por cima.

Como a vista superior (2) está localizada


embaixo da vista de frente (1), o desenho foi
elaborado segundo as regras do 1º diedro.

Estando o desenho no 1º diedro, a vista 3 é


a vista lateral esquerda.

5.5 Esboço em Perspectiva

Qualquer que seja a forma da peça a ser desenhada, para se elaborar um esboço em
perspectiva é necessário desenhar, primeiramente, o paralelepípedo de referência.

Das perspectivas paralelas, o tipo mais adequado para se esboçar, com a finalidade de
ajudar na interpretação das projeções ortogonais, é a Perspectiva Isométrica.

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 Passo 1: O desenho do paralelepípedo de referência deve começar pelos três eixos


isométricos. Um dos eixos isométricos é traçado verticalmente e os outros dois fazem um
ângulo de 30° com uma linha horizontal.

 Passo 2: Deve-se marcar sobre eles tamanhos proporcionais às medidas de


comprimento, largura e altura da peça representada nas projeções ortogonais. Seguindo
as medidas marcadas, traçam-se linhas paralelas aos eixos isométricos até obter o
paralelepípedo de referência.

 Passos 3, 4 e 5: A obtenção da forma espacial representada nas projeções ortogonais


desenhando nas faces do paralelepípedo as vistas correspondentes. Quando a peça não
possui superfícies inclinadas, todas as linhas são paralelas a um dos três eixos
isométricos.

 Nos desenhos em perspectivas, normalmente, as arestas invisíveis não são


representadas.

5.6 Esboço em Perspectiva de Superfícies Inclinadas

As superfícies inclinadas, quando desenhadas em perspectivas, não acompanham as


direçõesdos eixos isométricos.

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A forma mais correta para traçar as superfícies inclinadas é marcar o comprimento dos
catetos,que determina a inclinação da superfície, nas arestas do paralelepípedo de
referência.

Como o círculo pode ser inscrito em um quadrado, conclui-se que um cilindro pode ser
inscrito em um paralelepípedo de base quadrada.
O desenho do cilindro em perspectiva será obtido traçando-se elipses nas faces
quadradas e unindo-as com retas tangentes às arestas do comprimento do
paralelepípedo.

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5.7 Leitura de Desenhos pela Análise das Superfícies Representadas

A interpretação da forma espacial, representada nas projeções ortogonais, pode ser


facilitada anotando-se espacialmente (utilizando o esboço em perspectiva) o resultado do
estudo decada superfície.

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CAPÍTULO 06
VISTAS EM CORTE
Definição

Quando a peça a ser desenhada possuir muitos detalhes internos, detalhes invisíveis, as
projeções ortogonais terão muitas linhas tracejadas e poderão dificultar a interpretação
do desenho.
Para facilitar a interpretação dos detalhes internos, representados por linhas tracejadas,
foi normalizada a utilização de vistas em corte.
Uma vista em corte é uma projeção ortogonal feita a partir de um determinado ponto da
própria peça.

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Uma peça com vários detalhes internos nas vistas de frente e lateral esquerda, que estão
representados por linhas tracejadas.

A aplicação de corte, onde pode ser observado que a projeção da vista de frente
corresponde àquilo que é visto, na direção indicada, a partir do plano secante “AB”.
A vista de frente corresponde ao desenho da peça cortada pelo plano secante no ponto
indicado pela linha de corte que vai de “A” até “B”, considerando o sentido de
observação, indicado pelas flechas colocadas na linha de corte.
A linha utilizada para indicar o local onde a peça será cortada, é uma linha grossa
constituída de traços e pontos. A linha de corte é identificada por letras colocadas em
suas extremidades e o sentido de observação é identificado por setas perpendiculares à
linha de corte. As mesmas letrasque identificam a linha de corte são utilizadas para
identificar a vista resultante do corte.

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Onde houver intersecção do plano secante com a peça serão colocadas hachuras.

6.1 Hachuras

• A finalidade das hachuras é indicar as partes maciças, evidenciando as áreas de corte.


• As hachuras são constituídas de linhas finas, equidistantes e traçadas a 45° em relação
aos contornos ou aos eixos de simetria da peça.

O espaçamento entre as hachuras deverá variar com o tamanho da área a ser


hachurada.

Havendo necessidade de fazer qualquer inscrição na área hachurada, deve-se


interromper as hachuras para deixar bem nítida a inscrição feita.

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Em uma mesma peça as hachuras devem ter uma só direção

Nos desenhos de conjuntos as peças adjacentes devem ser hachuradas em direções


diferentes.
Existem normas específicas que permitem a utilização das hachuras para indicar o tipo
do material da peça.

Existem normas específicas que permitem a utilização das hachuras para indicar o tipo
do material da peça.

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6.2 Dimensionamento

O desenho técnico deve conter informações sobre as dimensões do objeto representado.

As dimensões irão definir as características geométricas do objeto, dando valores de


tamanho e posição aos diâmetros, aos comprimentos, aos ângulos e a todos os outros
detalhes que compõem sua forma espacial.
A forma mais utilizada em desenho técnico é definir as dimensões por meio de cotas que
são constituídas de linhas de chamada, linha de cota, setas e do valor numérico em uma
determinada unidade de medida.

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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

As cotas devem ser distribuídas pelas vistas e dar todas as dimensões necessárias para
viabilizar a construção do objeto desenhado, com o cuidado de não colocar cotas
desnecessárias.

As cotas devem ser colocadas uma única vez em qualquer uma das vistas que
compõem o desenho, localizadas no local que representa mais claramente o elemento
que está sendo cotado.

Todas as cotas de um desenho ou de um conjunto de desenhos de uma mesma máquina


ou de um mesmo equipamento devem ter os valores expressos em uma mesma unidade
de medida, sem indicação do símbolo da unidade de medida utilizada.

Normalmente, a unidade de medida mais utilizada no desenho técnico é o milímetro.

Quando houver necessidade de utilizar outras unidades, além daquela predominante, o


símbolo da unidade deve ser indicado
ao lado do valor da cota.

Enquanto a maioria das cotas está


em milímetro e sem indicação da
unidade utilizada, o comprimento da
peça, na vista de frente, está cotado
em centímetro, bem como a largura,
na vista lateral, e o diâmetro do furo,
na vista superior, estão em
polegadas.
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Utilização de cota com tolerância de erro admissível para uma determinada dimensão.
A cota de 20±0,1 significa que, no processo de fabricação, a dimensão da peça poderá
variar de 19,9 a até 20,1.

A escolha das cotas ou a colocação de tolerâncias para limitar os erros dependerá dos
processos utilizados na fabricação do objeto e também da sua utilização futura.

Destaque da importância de uma determinada dimensão é a localização do furo em


relação ao comprimento da peça, que em (a) é feito pela face esquerda com a cota de
25, enquanto em (b) é feito pela face direita com a cota de 55.

6.3 Regras para Colocação de Cotas

• Tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, são linhas
contínuas e finas.
• As linhas de chamadas devem ultrapassar levemente as linhas de cota
• Deve haver um pequeno espaço entre a linha do elemento dimensionado e a linha de
chamada.
• As linhas de chamada devem ser, preferencialmente, perpendiculares ao ponto cotado.
• As linhas de chamada podem ser oblíquas em relação ao elemento dimensionado,
porém mantendo o paralelismo entre si.
• As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como linhas de
chamada.
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• No entanto, é preciso destacar que as linhas de centro ou as linhas de contorno não


devem ser usadas como linhas de cota.

Tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, são linhas
contínuas e finas. (a)
• As linhas de chamadas devem ultrapassar levemente as linhas de cota
• Deve haver um pequeno espaço entre a linha do elemento dimensionado e a linha de
chamada.
• As linhas de chamada devem ser, preferencialmente, perpendiculares ao ponto cotado.
• As linhas de chamada podem ser oblíquas em relação ao elemento dimensionado,
porém mantendo o paralelismo entre si. (c)
• As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como linhas de
chamada. (b)
• No entanto, é preciso destacar que as linhas de centro ou as linhas de contorno não
devem serusadas como linhas de cota.

O limite da linha de cota pode ser indicado por setas, que podem ser preenchidas ou não,
ou por traços inclinados.

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A maioria dos tipos de desenho técnico utiliza as setas preenchidas.


Os traços inclinados são mais utilizados nos desenhos arquitetônicos.

Só é permitido utilizar outro tipo de indicação de limites da cota em espaços


muito pequenos.

Na cotagem de raios, o limite da cota é definido por somente uma seta que pode estar
situada por dentro ou por fora da linha de contorno da curva.

Deve-se evitar colocar cotas dentro dos desenhos e, principalmente, cotas alinhadas
com outras linhas do desenho.

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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

Evitar o cruzamento de linha da cota com qualquer outra linha.

As cotas de menor valor devem ficar por dentro das cotas de maior valor, para evitar
o cruzamento de linhas de cotas com as linhas de chamada Sempre que possível, as
cotas devem ser colocadas alinhadas

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Sempre que possível, as cotas devem ser colocadas alinhadas


Os números que indicam os valores das cotas devem ter um tamanho que garanta a
legibilidade e não podem ser cortados ou separados por qualquer linha.

A Norma NBR 10126 da ABNT fixa dois métodos para posicionamento dos valores
numéricos das cotas.

O primeiro método, que é o mais utilizado, determina que:


– nas linhas de cota horizontais o número deverá estar acima da linha de cota. (a)
– nas linhas de cota verticais o número deverá estar à esquerda da linha de cota. (a)
– nas linhas de cota inclinadas deve-se buscar a posição de leitura. (b).

Pelo segundo método:


– as linhas de cota são interrompidas
– o número é intercalado no meio da linha de cota,

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– em qualquer posição da linha de cota, mantém a posição de leitura com referência à


base da folha de papel.

Cotagem de ângulos pelos dois métodos normalizados pela ABNT.


A linha de cota utilizada na cotagem de ângulos é traçada em arco cujo centro está no
vértice do ângulo.
São utilizados símbolos para mostrar a identificação das formas cotadas

– Ø: Indicativo de diâmetro
– Ø ESF : Indicativo de diâmetro esférico
–R : Indicativo de raio
– R ESF : Indicativo de raio esférico
– ▫▫ : Indicativo de quadrado

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Os símbolos devem preceder o valor numérico da cota

Quando a forma do elemento cotado estiver claramente definida, os símbolos podem


ser omitidos.
6.4 Tipos de Cotagem

As cotas podem ser colocadas

– em cadeia (cotagem em série), na qual as cotas de uma mesma direção são


referenciadas umas nas outras.
– tendo um único elemento de referência (cotagem por elemento de referência).
• cotagem em paralelo
• cotagem aditiva

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Na cotagem em série, durante os processos de fabricação da peça, ocorrerá a soma


sucessiva dos erros cometidos na execução de cada elemento cotado.

Na cotagem por elemento de referência, não ocorrerá a soma dos erros cometidos na
execução de cada cota.

A cotagem aditiva é uma variação simplificada da cotagem em paralelo, que pode ser
usadaonde houver problema de espaço.

Na prática a cotagem aditiva não é muito utilizada porque existe a possibilidade de


dificultar a interpretação do desenho e consequentemente gerar problemas na
construção da peça.
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A origem é cotas outros cotagem em paralelo cotagem aditiva localizada no elemento de


referência e as dos elementos da peça são colocadas na frente de pequenas linhas de
chamadas que vinculam a cota ao seu respectivo elemento.

A escolha do tipo de cotagem está diretamente vinculada à fabricação e à futura


utilização do objeto e, como em quase todos os objetos existem partes que exigem
uma maior precisão de fabricação e também existem partes que admitem o somatório de
erros sucessivos, na prática é muito comum a utilização combinada da cotagem por
elemento de referência com a cotagem em série

6.5 Cotagem de Cordas e Arcos

A diferença entre a cotagem de cordas e arcos é a forma da linha de cota.

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Quando o objetivo é definir o comprimento do arco, a linha de cota deve ser paralela
ao elemento cotado.

Na parte superior (cota de 70) a cotagem de arco e na parte inferior (cota de 66) a
cotagem de corda.

6.6 Cotagem de Ângulos, Chanfros e Escareados

Para definir um elemento angular são necessárias pelo menos duas cotas, informando

– os comprimentos de seus dois lados ou


– o comprimento de um dos seus lados associados ao valor de um dos seus ângulos

Quando o
valor do
ângulo for
45°,
resultará em
ângulos
iguais e lados
iguais e,
nesta
situação,
pode-se colocar em uma única linha de cota o valor dos dois lados ou de um lado
associado ao ângulo.

Para evitar nos objetos que serão manuseados o


contato com cantos vivos, é usual quebrar os cantos
com pequenas inclinações chamadas de chanfros.

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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

A cotagem dos chanfros segue os princípios utilizados na cotagem de elementos


angulares.

Os cantos vivos dos furos também são quebrados com pequenas superfícies inclinadas,
que no caso dos furos são chamadas de escareados.
A cotagem dos escareados segue os princípios da cotagem de elementos angulares.

6.7 Cotagem de Elementos Equidistantes e/ou Repetidos

A cotagem de elementos eqüidistantespode ser simplificada porque não há necessidade


de se colocar todas as cotas.

Os espaçamentos lineares
– comprimento total e o número de espaços.
– cotar um dos espaços e informar a dimensão e a quantidade de elementos.

Os espaçamentos eqüidistantes angulares


– valor do ângulo de um dos espaços e da quantidade de Elementos

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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

Os espaçamentos não eqüidistantes


– cotagem dos espaços, indicando a quantidade de elementos

CAPÍTULO 07

VISTAS AUXILIARES E OUTRAS REPRESENTAÇÕES

7.1 Vistas Auxiliares

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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

• Devido à utilização de projeções ortogonais, em nenhuma das vistas principais as


superfícies inclinadas aparecem representadas em suas verdadeiras grandezas.

A representação da forma e da verdadeira grandeza de uma superfície inclinada só será


possível fazendo a sua projeção ortogonal em um plano paralelo à parte inclinada. Ou
seja, faz-se o tombamento da peça perpendicularmente à superfície inclinada.

A projeção feita no plano auxiliar é chamada de vista auxiliar.

As vistas auxiliares são empregadas para mostrar as formas verdadeiras das


superfícies inclinadas contidas nos objetos representados.

A ABNT recomenda a utilização de vistas parciais, limitadas por linhas de rupturas, que
representam somente as partes que aparecem as formas verdadeiras dos objetos.
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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

As vistas auxiliares devem ter o sentido de observação indicado por uma seta designada
por uma letra, que será usada para identificar a vista resultante daquela direção.

As vistas auxiliares, além de


representar a forma do objeto com
maior clareza, permite que as cotas
sejam referenciadas às verdadeiras
grandezas das dimensões cotadas.

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