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DESENHO TÉCNICO

Prof. VALDEMIR ALVES JUNIOR


DESENHO TÉCNICO

Sobre o autor

Valdemir Alves Júnior

Tecnólogo Mecânico pela Faculdade de Tecnologia de São


Paulo. Mestre em Engenharia Mecânica Pela Universidade
Estadual de Campinas. Professor Efetivo do Instituto Federal de
Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo. Professor Pleno
da Faculdade de Tecnologia de São Paulo - Fatec SP.

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INSTRUMENTAÇÃO BÁSICA PARA DESENHO


TÉCNICO

O desenho técnico é uma atividade onde aplicamos técnicas e


regras (normas) para criação dos desenhos. Para a aplicação da
técnica, se faz necessário o uso de uma instrumentação adequada
para o desenvolvimento do trabalho. Descreveremos os
instrumentos que vamos utilizar no nosso curso.

Lapiseira: evolução do lápis, este instrumento facilita o traçado


das linhas pois, não necessita de afiação constante, e mantém a
espessura do traço mais uniforme. Encontramos várias medidas
de lapiseiras, (0,3; 0,5; 0,7; 0,9 mm) que na verdade se referem ao
diâmetro do grafite utilizado. Para definir um traço como estreito
ou largo, que são as larguras de linhas definidas pela norma
brasileira, combinamos a medida de grafite adequada (lapiseira)
com a dureza do grafite.

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DUREZA DOS GRAFITES


Por “H” entende-se “Hard” - uma mina dura.
Por “B” entende-se “Brand” ou “Black” - uma mina macia ou preta.
Por “HB” entende-se “Hard/Brand”- uma mina de dureza média.
Duros: H, 2H, 3H, 4H, 5H, 6H, 7H e 8H. Traços claros.
Médio: HB.
Macios: B, 2B, 3B, 4B, 5B, 6B, 7B, 8B e 9B. Traço escuro e macio.

Compasso: utilizado para o traçado de arcos e círculos. A


precisão do traçado é dada pela qualidade do instrumento, dureza
e afiação do grafite. Seu manuseio deve ser feito de modo
delicado, mas firme, com atenção no seu posicionamento.

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Esquadros: são utilizados para o traçado de linhas paralelas,


perpendiculares e em ângulos diversos, conforme a combinação
deles.

Régua: instrumento que deve ser utilizado somente para a


marcação de medidas, e não como apoio ao traçado. Sua
graduação normalmente é feita em milímetros.
Pode ser confeccionada em madeira, termoplásticos ou lâminas
de aço.

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Borracha: procure utilizar as brancas e macias para evitar marcas


no desenho. Mantenha-a sempre limpa. Cantos na borracha
ajudam a apagar detalhes com mais precisão, por isso, quando ela
se desgastar com arredondamentos em todo o seu contorno,
providencie uma nova.

Escalímetro: instrumento utilizado para facilitar a marcação de


medidas em várias escalas, tanto de ampliação como de redução.
Como a régua, também não deve ser usado como apoio em
qualquer tipo de traçado.

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As dimensões e o leiaute para uma Folha de desenho:


(Norma NBR 10068):

Folhas de desenho pré-impressões devem ter dimensões e


características muito bem definidas, como posição e dimensões da
legenda, margens, escalas, malhas de referência e marcas de
corte. O formato para uma folha de desenho da série “A”, é um
retângulo de área igual a 1 m², e lado maior igual a raiz de 2 vezes
o lado menor. A figura abaixo ilustra esta relação:

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Começando pelo formato básico, as folhas do formato “A” vão se


dividindo em folhas menores, sempre mantendo a proporção. Fazemos a
divisão cortando a folha ao meio no lado maior. Começando pelo formato
básico A0 (de 1m²), teremos as dimensões das folhas nos formatos
menores.

Resources

A legenda deve conter a identificação do desenho, como número


de registro, título, origem, e deve estar situada no canto inferior
direito. A legenda deve ter 178 mm de comprimento, nos formatos
A4, A3 e A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0.

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As margens esquerda e direita devem ser traçadas a partir da


borda do papel e são definidas segundo o tamanho do formato; a
margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no
arquivamento.

Como fazer a dobradura de cópias em desenho técnico.


(Norma NBR 13142)
Quando fazemos o dobramento de uma cópia da série “A” de
formatos, o tamanho final da folha dobrada deve ter as dimensões
do formato A4 (210 x 297 mm). A sequência de dobras segue
medidas pré-determinadas para cada formato, e o resultado final
deve garantir que a legenda fique visível. Para dobramento de
folhas maiores que A0, ou de formatos fora das dimensões da
série “A”, é importante que a cópia dobrada esteja no padrão do

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formato A4. Veja o exemplo de dobra de cópia A0, na figura a


seguir.

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Escrita em desenho técnico. (Norma NBR 8402).


Uma das premissas de se normalizar a escrita técnica, é garantir
a legibilidade e a uniformidade da escrita, para que não haja erros
na interpretação do texto. A ocorrência de informações escritas
manualmente em desenhos hoje em dia, é muito pequena, já que
todo o texto será criado pela própria ferramenta C.A.D. Mesmo
assim, sempre será preciso transferir informações em croquis, e
documentos não registrados, o que nos obriga a dominarmos este
tipo de escrita. A escrita pode ser vertical ou inclinada, em um
ângulo de 15° para a direita em relação à vertical. Veja os
exemplos a seguir:

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Larguras e Tipos de linhas em desenho técnico.


(Norma NBR 8403)
As larguras de linhas são definidas em dois tipos, estreita e larga.
As larguras devem ser escolhidas conforme o tipo, dimensão,
escala e densidade de linhas no desenho, de acordo com a
seguinte sequência: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,0; 1,40; e
2,0. Para impressão de um desenho, devemos associar cores às
larguras diferentes, conforme a seguinte relação:

Exemplos de aplicações:

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Geometria descritiva e projeções.

Vamos falar um pouco sobre os personagens da história que


desenvolveram os conceitos modernos de projeção. Gaspar
Monge foi um desenhista francês do final do século XVIII e início
do século XIX, um dos fundadores da Escola Politécnica Francesa,
criador da Geometria Descritiva e grande teórico da Geometria
Analítica. Trabalhou e desenvolveu conceitos sobre a Geometria
Diferencial de curvas e superfícies do espaço.

Gaspar Monge definiu a Geometria Descritiva como sendo a parte


da Matemática que tem por fim representar sobre um plano as
figuras do espaço, de modo a poder resolver, com o auxílio da
Geometria Plana, os problemas em que se consideram as três
dimensões.

A Geometria Descritiva surgiu no século XVII. É uma ciência que


estuda os métodos de representação gráfica das figuras espaciais
sobre um plano. Resolve problemas como: construção de vistas,
obtenção das verdadeiras grandezas de cada face do objeto
através de métodos descritivos e também a construção de
protótipos do objeto representado.

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Métodos de Projeção:

A palavra projeção vem do latim “projectione”. Projeção é o


processo pelo qual se incidem raios sobre um objeto em um plano
chamado plano de projeção. A projeção do objeto é sua
representação gráfica no plano de projeção. Como os objetos têm
três dimensões, sua representação num plano bidimensional se dá
através de alguns artifícios de desenho; para tanto, são
considerados os elementos básicos da projeção: Plano de
projeção, Objeto, Raio projetante, Centro de projeção.
Os sistemas de projeções são classificados de acordo com a
posição ocupada pelo centro de projeção. Esse centro pode ser
finito ou infinito, determinando: Sistema Cônico e Sistema
Cilíndrico.

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Sistema Cônico de Projeções: projeção de centro próprio,


observador em “0”

Se os raios luminosos provêm não do infinito, mas de uma fonte O


à distância finita (centro óptico), o contorno do objeto que se obtém
num plano de projeção muda de dimensões conforme a posição
da fonte 0.

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Sistema cilíndrico de Projeções: projeção de centro próprio,


observador no infinito.

A projeção cilíndrica pode ser ortogonal ou oblíqua. O sistema


de projeção oblíqua efetuada no plano pode acarretar perdas de
informações e erros de interpretação.

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Projeção Cilíndrica Ortogonal.

Supõe-se que uma superfície do objeto seja colocada


paralelamente a um plano posterior a ela. Imagine-se agora, que
a figura seja iluminada por uma fonte luminosa colocada à
distância infinita e perpendicular ao plano; consequentemente, os
raios r que provêm da fonte são paralelos entre si e ao mesmo
tempo perpendiculares ao objeto e ao plano de projeção; eles
reproduzirão, no plano, uma imagem com o mesmo contorno e a
mesma grandeza do objeto, chamada projeção ortogonal do objeto
no plano.

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Portanto, na projeção ortogonal o objeto considerado se reproduz


em verdadeira grandeza. Todas as informações sobre uma peça
através de uma representação feita em desenho técnico, devem
ser transmitidas a partir das suas características e grandezas reais
com precisão e fidelidade. Isso é feito através da projeção
ortográfica. Veja o resultado da projeção do plano “A”, onde A’= A:

Uma reta paralela ao plano de projeção, terá sua projeção


ortogonal no plano de projeção, da seguinte forma, onde R’=R:

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Na projeção cilíndrica ortogonal as projetantes partem do infinito e


têm direção ortogonal em relação ao plano de projeção, isto é,
formam com o plano um ângulo de 90º. A projeção (B’) é sempre
ortogonal ao plano de projeção. Neste exemplo, apesar do plano
B não ser paralelo ao plano de projeção, a figura projetada é o
resultado da projeção ortogonal ao plano de projeção, onde B’< B.

Uma reta inclinada ao plano de projeção, terá como resultado


T’menor que T.

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Mas a projeção ortogonal de um objeto em um único plano não é


suficiente para a determinação da forma e da posição deste objeto
no espaço. Gaspard Monge solucionou este problema com a
criação de um sistema duplo de projeção que leva seu nome:
Projeções Mongeanas ou Sistema Mongeano de Projeção.
Através da aplicação dos conceitos básicos de Projeções
Mongeanas , qualquer objeto, seja qual for sua forma, posição ou
dimensão, pode ser representado no plano bidimensional, por
suas projeções cilíndricas ortogonais .O Sistema Mongeano de
projeção utiliza uma dupla projeção cilíndrico-ortogonal, onde 2
planos , um horizontal e um vertical, se interceptam no espaço,
sendo portanto, em função de suas posições, perpendiculares
entre si. A intersecção desses planos determina uma linha
chamada Linha de Terra (LT). Esses planos determinam no
espaço 4 diedros numerados no sentido anti-horário.

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Para representarmos esses objetos no plano bidimensional do


papel ou da tela, é necessário que os planos horizontais e verticais
coincidam em uma única superfície plana. Monge, utiliza um
artifício, rotaciona o plano horizontal em 90°, fazendo com que o
plano horizontal coincida com o vertical. Esse procedimento
chama-se rebatimento. Após o rebatimento obtemos a
representação da figura no plano por suas projeções. Esta
representação é denominada épura.

Podemos notar que na épura, as duas projeções de um ponto


pertencem à uma mesma reta perpendicular à L.T. esta reta é
denominada linha de chamada. A distância de um ponto ao Plano
Horizontal (PH), é denominada COTA do ponto; que em projeção
é representada em épura pela distância de sua projeção vertical
até a linha de terra. A distância de um ponto ao Plano Vertical (PV),
é denominada AFASTAMENTO do ponto; que em projeção é
representada em épura pela distância de sua projeção horizontal
até a linha de terra.
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Um objeto pode estar localizado em qualquer dos quatro diedros


que terá suas projeções horizontal e vertical. A Geometria
Descritiva estuda essas projeções nos quatro diedros. Os
elementos de projeção - plano, objeto, observador - têm uma
ordem diferente em cada diedro e em relação a cada plano de
projeção. Embora o observador esteja no infinito na projeção
cilíndrica ortogonal, o mesmo foi colocado na ilustração para que
se possa perceber melhor a ordem em que cada elemento está.
A ordem dos elementos de projeção é a seguinte em cada um
dos diedros:

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Em Desenho Técnico, os dois diedros pares (2° e 4°) não são


utilizados, uma vez que, em épura, há a sobreposição das
projeções após o rebatimento dos planos, dificultando a
interpretação.

No Brasil, a ABNT - Associação Brasileira de Normas técnicas,


normaliza a representação em 1° diedro. A representação no 3°
diedro é comum em indústrias estrangeiras, principalmente
americanas e nos vários softwares de desenho disponíveis no
mercado.
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Após Monge ter sistematizado a Geometria Descritiva, foi


acrescentado por Gino Loria um terceiro plano de projeção para
melhor localização de objetos no espaço. Este terceiro plano de
projeção, denominado plano Lateral, forma com o diedro
conhecido um triedro tri-retângulo, sendo, portanto, perpendicular
aos planos Horizontal e Vertical de projeção. O plano lateral
fornecerá uma terceira projeção do objeto.

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Projeção cilíndrica ortogonal de peças segundo


Norma NBR 10067

Usando os conceitos de projeção ortogonal, podemos criar


projeções de uma peça, que representem fielmente as
características desta. Os planos de projeção se posicionam
ortogonalmente entre si. Chamaremos os planos de plano de
projeção para vista frontal, plano para vista superior e plano para
vista lateral.

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Para criar nossas projeções, vamos alinhar os planos de vista


mantendo o alinhamento dos desenhos. Como resultado, temos
vistas em projeção ortogonal.

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Formas de representação de vistas em desenho técnico.

Quando representamos uma peça através da sua projeção em


desenho técnico, devemos seguir normas para o correto
posicionamento e rebatimento das vistas. O rebatimento se faz em
planos ortogonais, que mostram a peça desenhada, girando-a sob
seu eixo. Esse giro pode ser feito, onde a nova projeção pode
mostrar o lado de cima ou de baixo, ou o lado esquerdo ou direito
da peça, dependendo de como o giro é feito. O sentido do giro da
peça, é determinado pelo que chamamos de “DIEDRO”. No Brasil,
o diedro correto adotado pela ABNT é o primeiro, conforme as
figuras abaixo.

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Posições relativas ao primeiro Diedro:


Fixamos a vista frontal “a”, como vista principal, e definimos as
outras projeções, relativas a vista “a”, a partir das regras de
projeção no primeiro diedro. Teremos então a vista superior “b”
posicionada abaixo de “a”; a vista lateral esquerda “c” posicionada
a direita; a lateral direita “d” posicionada a esquerda e a vista
inferior “e” posicionada acima de “a”. Podemos também ter a vista
posterior “f” posicionada a esquerda ou a direita de “a”,
dependendo da conveniência do desenhista.

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A vista mais representativa da peça deve ser utilizada como


principal, e a partir dela, deve-se rebater as projeções que mais
facilitem seu entendimento. Devem ser feitas quantas projeções,
cortes, detalhes e seções que forem necessárias ao entendimento
completo da peça, evitando-se a projeção de vistas com muitas
linhas tracejadas.

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Caso não seja possível a representação de uma projeção na


condição ortogonal mostrada acima, podemos rebater a projeção
em posições convenientes ao seu melhor entendimento, com
exceção da vista principal.

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Projeção axonométrica, também conhecida por


PERSPECTIVA.
Os eixos x, y, z são chamados eixos isométricos. As linhas
paralelas aos eixos isométricos são chamadas de linhas
isométricas. Perspectivas de retas paralelas serão paralelas. Os
ângulos não são representados em verdadeira grandeza. Sobre
linhas não paralelas aos eixos isométricos não poderão ser
marcadas dimensões em verdadeira grandeza.

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DESENHO TÉCNICO

Se os objetos se mantem paralelo ao plano de projeção e se coloca


a fonte luminosa de modo tal que os raios incidam na figura e,
portanto, no plano de projeção com um ângulo diferente de 90°,
tem-se a projeção axonométrica oblíqua, também chamada de
perspectiva cavaleira. No caso de uma figura plana de face, se
reproduz em verdadeira grandeza; todavia, considerando-se um
sólido, a terceira dimensão (profundidade) aparece no plano com
comprimento modificado e formando um ângulo com a horizontal.
Desta forma, variando o ângulo da fonte luminosa em relação ao
plano de projeção, define-se as projeções em perspectiva, que
podem ser isométricas, bimétricas, cavaleiras, entre outras.
Veja a comparação entre elas:

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Representação de objetos cilíndricos.

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Perspectiva Isométrica
A perspectiva é uma forma de representação de objetos, onde a
projeção mostra três planos ao mesmo tempo, dando a impressão
de podermos ver a peça com profundidade, ou volume. Existem
formas diferentes de representar um objeto através de uma
perspectiva, mas vamos estudar a principal, que é a perspectiva
isométrica. Na perspectiva isométrica, os eixos de representação
dos planos são equidistantes em 120°.

Exemplos de
perspectiva.

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Um círculo quando representado em perspectiva isométrica, é


desenhado como uma elipse. Essa elipse isométrica é traçada
através de quatro arcos. Veja como é feito, passo a passo.

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Usando a mesma sequência, podemos traçar a elipse isométrica


em qualquer um dos três planos de representação. Para os outros
planos temos a seguinte representação:

Para desenhar a profundidade, basta traçar uma linha na


tangência do arco, e copiar toda a figura.

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Dimensionamento e cotagem em
desenho técnico. (Norma NBR 10126).
A colocação de dimensões em um desenho
técnico é uma das partes mais importantes
e mais difíceis das técnicas aqui
estudadas, porque será a partir destas
informações que a peça será construída.
Não vamos tratar das técnicas de melhor
cotagem, onde se tratam de
representações funcionais, visando
montagem e funcionamento correto.
Trataremos apenas de mostrar quais são
as formas mais indicadas de representação
de medidas, apresentando exemplos
simples que podem ser usados como exemplos. Toda cota deve
ser escrita diretamente no desenho, de modo claro, na projeção
que mais represente o detalhe.

Uma representação de cota, é composta por elementos descritos


como: linha auxiliar, linha de extensão, linha de cota e a cota
propriamente dita, que representa a grandeza apresentada. Para
delimitar a medida entre as linhas auxiliares, usaremos setas nas
extremidades das linhas de cota. A figura a seguir mostra esses
elementos.

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As linhas auxiliares podem ser feitas com inclinações, para facilitar


seu entendimento.

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Cantos arredondados podem ter prolongamentos que facilitem a


determinação dos pontos de origem desses planos.

Devemos sempre que possível, evitar o cruzamento das linhas da


cota, com outras linhas do desenho.

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Linhas de cota não devem ser interrompidas, mesmo que a


projeção represente um encurtamento.

Para a representação de cota de um raio, usamos somente uma


seta como limitação da linha de cota. A letra “R” é colocada quando
a cota não passa pelo centro do raio.

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As cotas devem sempre estar localizadas acima da linha, e do lado


esquerdo da linha, quando esta estiver na vertical, e sempre que
possível, no seu centro.

As setas devem estar do lado de dentro das linhas auxiliares,


sempre que for possível. Quando não houver espaço, devem ser
colocadas do lado de fora.

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A cota necessita se adaptar as


condições do desenho, de acordo
com sua representação. Por
exemplo, em representações feitas
em meio corte, as cotas devem ser
colocadas em cima da linha de
centro.

Alguns símbolos são colocados nas cotas para facilitar a


interpretação das formas. Esses símbolos devem sempre preceder
a cota. Por exemplo, para diâmetro, usamos 0, para cotagem de
raios que não tenham o centro definido, usamos “R”. Cota em
figuras quadradas, em que a representação da forma não esteja
claramente indicada, usa-se quadrado.

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Para formas esféricas, o termo “ESF” deve preceder o valor da


cota.

A cotagem em cadeia deve ser evitada, porque pode causar um


acúmulo de tolerâncias, que pode comprometer as necessidades
funcionais da peça.

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DESENHO TÉCNICO

Para uma cotagem funcional, evite o encadeamento de mais de


duas cotas. Use uma face como elemento de referência.

Quando encadeamos no máximo duas cotas, fica mais fácil


administrar a funcionalidade de cada dimensão.

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Exemplo de cotagem.

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Uso de escalas em desenho técnico. (Norma NBR 8196)

A técnica de escala em desenho técnico representa a relação entre


o tamanho real da peça pelo tamanho do desenho. Nem sempre
podemos desenhar uma peça em seu tamanho natural, porque
resultaria em uma projeção muito grande ou muito pequena,
dificultando seu entendimento, mas sempre haverá uma relação
de grandezas peça x desenho, para que sejam mantidas as
proporções do seu desenho. Podemos ter três casos possíveis:
escala natural, onde medida da peça = medida do desenho; escala
de redução, onde medida da peça é maior que a medida do
desenho, e escala de ampliação, onde a medida da peça é menor
que a medida do desenho. Pode mudar o tamanho do desenho,
mas o valor da cota não muda nunca. A escala a ser escolhida
para um desenho depende da complexidade do objeto ou
elemento a ser representado e da finalidade da representação. Em
todos os casos, a escala selecionada deve ser suficiente para
permitir uma interpretação fácil e clara da informação
representada. A escala e o tamanho do objeto ou elemento em
questão são parâmetros para a escolha do formato da folha de
desenho.
Exemplos de escalas:
Redução: 1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:50; 1:100 (desenho < peça)
Natural: 1:1 (desenho = peça)
Ampliação: 2:1; 5:1; 10:1; 50:1; 100:1 (desenho > peça)

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Lembre-se que os ângulos não sofrem modificações de tamanho,


independente da escala.

A escala do desenho que vale para toda a folha vem representada


na legenda. Porém, se em algum detalhe, a escala foi feita em um
valor diferente, este deve apresentar o novo valor desta escala,
próximo a este detalhe. A leitura da escala se faz da seguinte
forma:

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DESENHO TÉCNICO

O importante na técnica de escalas é saber que a cota nunca


muda, independente da escala. O valor da cota é sempre mantido.
O desenho abaixo foi feito em escala 2:1.

O mesmo desenho foi feito em escala 1:1. Note que o valor das
cotas são os mesmos.

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Representação de vistas em corte.


Norma NBR 10067.
Nas representações de desenho técnico que estudamos até agora,
usamos duas técnicas diferentes, a projeção ortogonal de vistas,
e as perspectivas, que representam sólidos tridimensionais.
Quando nos deparamos com peças que apresentam muitos
detalhes internos, e que mesmo criando vários planos de projeção
esses detalhes ainda aparecem como linhas tracejadas, devemos
usar as técnicas de corte. O corte é um processo onde o
desenhista imagina como seria a peça, após ser cortada por um
plano que, em uma posição conveniente, mostraria detalhes
internos da peça.

Observe que plano de corte toca a


peça em algumas partes, mas em
outras não. Lembre-se que o corte é
apenas imaginário, ele não será feito
de verdade. Mas se imaginarmos que
a peça está cortada, as partes internas
da peça passam a ser visíveis. Para
esta representação, onde o plano toca
a peça, vamos colocar uma
representação chamada de hachuras.

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DESENHO TÉCNICO

A representação ao lado mostra como


ficou a projeção das vistas a partir do corte
efetuado pelo nosso plano. A parte
enegrecida será representada por padrões
diferentes, cada um representando um
tipo de material. É o que chamamos de
hachuras.

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DESENHO TÉCNICO

A seguir, temos a mesma representação para um corte feito em


uma peça de ferro fundido. O padrão usado mostra além dos
detalhes internos, o tipo de material usado na fabricação da peça.
Não é obrigatória a utilização de padrões para cada tipo de
material. Você pode usar este padrão de hachuras do ferro fundido
para qualquer material, já que suas especificações têm de estar
descritas de modo detalhado na legenda.

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DESENHO TÉCNICO

Veja um exemplo prático da necessidade de uso da técnica de


corte. A representação dos detalhes internos, rebatidos na
projeção de vistas, irá criar para este tipo de peça, um número
muito grande de linhas de contorno não visíveis. Outro problema é
na colocação de cotas destes detalhes, que em muitas vezes
aparecem como contornos não visíveis em todas as projeções.

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DESENHO TÉCNICO

Veja como a representação é simplificada, quando o corte mostra


detalhes internos, omitindo as linhas tracejadas.

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DESENHO TÉCNICO

Corte em desvio.
Existem casos onde um único plano de corte não conseguiria
mostrar todos os detalhes internos desejados. Temos de usar
então, um corte composto por planos paralelos, que vão passando
pelos elementos que serão mostrados.

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DESENHO TÉCNICO

A vista em corte não mostra os cantos gerados pelo desvio dos


planos. A representação da projeção fica assim:

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DESENHO TÉCNICO

A indicação do corte é feita por mais de um plano, desviando-se


convenientemente para que mostre o maior número de detalhes
possível. Lembre-se que as linhas de representação do plano de
corte devem ser reforçadas para espessura larga nas
extremidades e nos desvios. Outra condição importante, é que o
desvio feito pelo plano não cria arestas visíveis na vista cortada.
Lembre-se que estamos utilizando uma técnica imaginária, e não
podemos criar linhas de representação que não existem na peça.

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DESENHO TÉCNICO

ERRADO
CERTO

Temos outros tipos de


representação de cortes.
Na figura ao lado, temos a
representação de meio
corte. Observe que no
lado não cortado, não se
colocam as linhas
tracejadas. Pode ser

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DESENHO TÉCNICO

usado em peças cilíndricas, ou em peças simétricas.

Corte Parcial
A mesma peça foi representada usando um corte parcial. Neste
caso, as linhas tracejadas devem ser representadas onde o corte
parcial não atinge a vista.

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DESENHO TÉCNICO

Projeções ortogonais de cilindros. Norma NBR 10067.


A projeção ortogonal de uma peça de formato cilíndrico, não é
diferente de uma peça de forma prismática, porém o desenho pode
apresentar dificuldades e surpresas em uma primeira leitura. Isso
ocorre porque quando fazemos o rebatimento de detalhes como
furos transversais, rebaixos, planos retos e inclinados, em peças
de formato cilíndrico, teremos figuras descontinuadas, elipses, ou
a combinação de ambos. A figura abaixo mostra projeções
ortogonais de um sólido cilíndrico, onde foram executados recortes
de planos perpendiculares e paralelos.

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DESENHO TÉCNICO

Podemos ver que a projeção dos rebaixos existentes em cima das


paredes cilíndricas, resultam em detalhes descontínuos nas vistas
frontal e lateral. A próxima figura mostra como uma seção plana e
obliqua faz a mudança contínua no formato de uma elipse, a
medida que este plano muda de ângulo.

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DESENHO TÉCNICO

Ainda na projeção de peças cilíndricas, teremos a interseção de


furos, cilíndricos ou não, na representação das projeções. Quando
um volume de forma cilíndrica (furo ou sólido) penetra em outro,
temos uma interseção. O resultado obtido será as linhas de
interseção que se desenvolvem ao longo das superfícies. A figura
abaixo mostra a interseção de um cilindro sólido com um furo
transversalmente ao seu eixo.

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DESENHO TÉCNICO

Poderemos ter uma série de combinações, inclusive com


interseções de furos transversais a corpos sólidos com furos na
direção da linha de centro.

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DESENHO TÉCNICO

No caso de peças cilíndricas que trazem ao longo do seu eixo de


centro, corpos que não sejam cilíndricos, a representação da vista
onde não diferenciamos o formato cilíndrico do prismático, deve
ser feita destacando-se a região com um “X” em suas
extremidades.

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DESENHO TÉCNICO

Desenho Geométrico.

Mediatriz da reta AB:


Traçar os arcos 1 e 2 com
um arco qualquer, obtendo
os pontos C e D. A reta
obtida por C e D é a
mediatriz.

Bissetriz de um Ângulo:
Traçar R1 a partir do ponto
A, obtendo os pontos C e
B. Traçar R2 a partir de B
e C, obtendo o ponto D. A
reta AD é a bissetriz do
ângulo.

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DESENHO TÉCNICO

Perpendicular à reta r
pelo ponto P:
Traçar R1 a partir do
ponto P, obtendo os
pontos A e B. Traçar R2 a
partir de A e B, obtendo o
ponto C. A reta PC é
perpendicular à reta r.

Definir o centro do de
um arco:
Traçar as linhas AB e C,
com B em um ponto
qualquer. Traçar a
mediatriz da reta AB.
Traçar a mediatriz da
reta BC. O cruzamento
das mediatrizes no ponto
O, é o centro do raio.

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DESENHO TÉCNICO

Dividir uma circunferência


em 3 partes:
Traçar o raio R (igual ao raio
da circunferência) a partir de
um ponto D qualquer,
definindo os pontos A e B.
Traçar a reta DO definindo o
ponto C.

Dividir uma
circunferência em 4
partes:
Traçar uma reta pelo
centro O da
circunferência, definindo
os pontos A e B. Traçar a
mediatriz da reta AB.

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DESENHO TÉCNICO

Dividir uma circunferência em 5 partes:


Traçar duas retas perpendiculares pelo centro O da circunferência,
definindo os pontos A, B, C e D. Traçar a mediatriz do segmento
AO, definindo o ponto E.
A partir do ponto E,
traçar o arco R
passando por C,
definindo o ponto F. A
partir do ponto C, traçar
o arco R1 passando por
F e cortando a
circunferência, definindo
o ponto G. CG é o lado
do pentágono.

Concordar raio R dado


com linhas
perpendiculares:
Traçar uma paralela a
reta s com distância R.
Traçar uma paralela à
reta r com distância R.
O cruzamento das
paralelas é o centro do
raio R.

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DESENHO TÉCNICO

Concordar raio R dado


com linhas em ângulo
qualquer:
Traçar uma paralela a
reta s com distância R.
Traçar uma paralela à
reta r com distância R. O
cruzamento das
paralelas é o centro do
raio R.

Concordar raio R2
dado com raio e
reta:
Traçar uma paralela a
reta r com distância
R2. Traçar um raio
com medida R1+R2 e
centro em O1. O
cruzamento da
paralelas r com raio
R1+R2 é o centro do
raio R2.

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DESENHO TÉCNICO

Concordar dois raios


por meio de arco
dado (Interno): Traçar
um raio com centro em
O1 e medida R3-R1.
Traçar um raio com
centro em O2 e medida
R3-R2, definindo o
ponto O3. Os pontos
de tangência A e B
surgem do
prolongamento de O3
O2 e O3 O1.

Concordar dois raios


por meio de arco dado
(Externo): Traçar um
raio com centro em O1 e
medida R3+R1. Traçar
um raio com centro em
O2 e medida R3+R2,
definindo o ponto O3.
Os pontos de tangência
A e B surgem do
prolongamento de O3
O2 e O3 O1.

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DESENHO TÉCNICO

Tolerâncias de fabricação. Norma NBR 2768 e NBR 6158.


Tolerância em dimensões de desenho técnico, é o valor da
variação permitida na dimensão de uma peça. Vamos lembrar que
todo processo, por mais preciso que seja, vai resultar em peças
com medidas variadas. As tolerâncias dimensionais vão permitir
uma variação na medida nominal da peça, permitindo uma
fabricação mais rápida, mais barata, mas também funcional.
A variação da tolerância, combinado com a medida nominal, vai
determinar o que chamamos de afastamentos, com os valores
mínimo e máximo que a tolerância vai permitir para a medida,
mantendo sua funcionabilidade. A medida nominal é aquela
presente na cota, e vai ser usada, junto com a tolerância e os
afastamentos, para determinar as medidas máxima e mínima.
Exemplos:

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DESENHO TÉCNICO

A tolerância é toda a variação permitida da dimensão, que


mantenha a funcionabilidade, calculada pela diferença entre a
medida máxima e mínima.
No exemplo 1, a tolerância será:
50,04 (medida max) – 49,96 (medida min) = 0,08 mm (tolerância).
Como vimos, a cota pode trazer junto a medida nominal os
afastamentos, que vão determinar as medidas máxima e mínima.
Mas existe uma instituição chamada International Organization for
Standardization, que desenvolveu um sistema de tolerância
adotado pela ABNT, e normatizado pela NBR 6158, como um
sistema internacional de tolerâncias, que consiste numa série de
princípios, regras e tabelas que permitem a escolha racional de
tolerâncias na produção de peças, que é conhecida por Tolerância
ISO. A unidade de medida para tolerância ISO é o micrômetro (μm
= 0,001mm).
O sistema ISO trabalha com a designação IT (tolerância ISO) para
determinar o tamanho do campo de variação da tolerância. Essa
nomenclatura começa com IT01, que é a mais precisa, e, portanto,
a mais cara de se obter, e vai crescendo como IT0, IT1, IT2, IT3,
até IT16. À medida que aumenta o número da IT, aumenta o
campo de tolerância, e diminui a precisão.

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DESENHO TÉCNICO

Você pode buscar os valores da tolerância, nas tabelas da norma


NBR 6158. Veja um exemplo:
- Determine o valor do campo de tolerância para dimensão nominal
de 60 mm na qualidade de trabalho IT5.

Os valores expressos na tolerância ISO e consequentemente na


norma NBR 6158, estão expressos em μm, ou seja, 0,001 mm.
O valor do campo de tolerância será de 13 μm, ou 0,013 mm.

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DESENHO TÉCNICO

Mas não conseguimos determinar as medidas máxima e mínima,


somente com a dimensão nominal e o campo de tolerância.
Precisamos saber a posição desse campo de tolerância, em
relação a medida nominal. Para isso, o sistema ISO usa letras
maiúsculas (para furos), e minúsculas (para eixos), que vão desde
A, B, até Zc. Chamamos de furo, qualquer dimensão de um
elemento vazio, como rasgos, vãos, e furos de qualquer formato,
e eixos, qualquer dimensão de um elemento que tenha massa.
Veja como se comporta o campo de tolerância, de acordo com a
letra, para os furos:

Veja a tabela de forma completa na norma NBR 6158.

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DESENHO TÉCNICO

Combinando o tamanho do campo de tolerância, com sua posição


em relação a medida nominal, do eixo e do furo, podemos escolher
entre tipos de ajustes que resultem em folga, interferência, ou que
sejam ajustes incertos, e ainda conseguimos determinar a
precisão desse ajuste. Existem tabelas que orientam sobre como
escolher a qualidade de trabalho em função da precisão, e que tipo
de combinações podemos fazer para conseguir um ajuste com
mais ou menos folga, interferência e precisão. Veja a tabela
abaixo. Lembre-se que as letras maiúsculas são de furos e
minúsculas de eixos:

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DESENHO TÉCNICO

Vamos fazer um exemplo, com uma tabela simplificada.


Lembramos que as tabelas completas, devem ser consultadas na
norma NBR 6158.

Furo diâmetro 25H7 =

Eixo diâmetro 25g6 =

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DESENHO TÉCNICO

Rugosidade e estado de superfície. (NBR 8404).

Toda superfície tem mais ou menos “aspereza”, de acordo com a


precisão e tipo de processo que a gerou. Rugosidades de
superfícies é a forma técnica de fazer as indicações dos seus
graus de acabamentos. Nesta técnica, a rugosidade superficial de
uma superfície é medida em μm (micrometro; 1μm = 0,001mm),
assim, as indicações dos acabamentos de superfícies passaram a
ser representadas por classes de rugosidade. Essas rugosidades
são erros micro geométricos existentes nas superfícies das peças.

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DESENHO TÉCNICO

A norma NBR 8404 mostra uma simbologia que vai determinar a


condição de obtenção da superfície, através de remoção de
material por usinagem, sem remoção de material, ou permanecer
conforme superfície obtida em operação anterior.

Esses símbolos são combinados com valores de desvio médio


aritmético (Ra) para determinar os valores da rugosidade, que são
representados por classes de rugosidade N1 a N12,
correspondendo cada classe a valor máximo em μm, como se
observa na tabela seguinte.

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DESENHO TÉCNICO

Cada classe de rugosidade vai determinar o valor máximo de


desvio entre os pontos mais alto e mais baixo da superfície. Esses
valores são medidos em μ mm, através de um instrumento
chamado rugosímetro.

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DESENHO TÉCNICO

Exemplo: (Indicação de estado de superfície em um desenho)

Leitura da indicação de estado de superfície:


4 = item que determina a posição da peça no conjunto.

= Classe de rugosidade N11.Desvio máximo de 25 μ mm


(0,025 mm). Vale para todas as superfícies sem indicação.

= Classe de rugosidade N9. Desvio máximo de 6,3 μ mm


(0,0063 mm). Vale para as superfícies indicadas.

= Classe de rugosidade N5. Desvio máximo de 0,4 μ mm


(0,0004 mm). Vale para as superfícies indicadas.

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DESENHO TÉCNICO

Tolerância Geométrica. Norma NBR 6409


A tolerância geométrica estabelece os princípios gerais para
indicação das tolerâncias de forma, orientação, posição e
batimento, e ainda, as definições geométricas apropriadas para
limitar as alterações de forma (geometria), e junto com um sistema
de tolerâncias dimensionais, garantir um resultado ou montagem
funcional.
A aplicação da tolerância geométrica em um elemento (ponto,
linha, superfície ou plano de simetria) define as variações dentro
do qual a posição do elemento deve estar contido. O elemento de
referência pode ser uma superfície, uma linha ou um ponto.
Exemplos:

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DESENHO TÉCNICO

Símbologia para tolerância geométrica. Veja a tabela completa na


norma NBR 6409 e NBR 14646.

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DESENHO TÉCNICO

O elemento ou os elementos de referência são identificados por


uma letra maiúscula enquadrada, conectada a um triângulo cheio
ou vazio. Esta mesma letra deve ser repetida no quadro de
tolerância.
Símbolos para indicação de referência e modificadores. Veja a
tabela completa na norma NBR 6409.

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DESENHO TÉCNICO

Campo de tolerância projetado.

Quando a tolerância de orientação e localização ultrapassa o


próprio elemento, ela deve ser indicada ao seu prolongamento.
Esse campo, denominado campo de tolerância projetado, deve ser
indicado pelo símbolo

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DESENHO TÉCNICO

Condição de máximo material.

A montagem de peças depende da relação entre a dimensão real


e os erros geométricos reais dos elementos a serem montados,
tais como os furos de montagem e os respectivos parafusos de
fixação. O princípio, mesmo estando com o máximo de material
resultante da tolerância dimensional (menor furo e maior diâmetro
do parafuso), a tolerância geométrica indicada pode ser
aumentada sem comprometer a montagem da outra parte. Isto é
chamado "Princípio de Máximo Material" e é indicado em desenho
pelo símbolo
Esse princípio se aplica a eixos ou planos médios e leva em conta
a relação mútua de dimensão e tolerâncias geométricas.

A tolerância de cilindricidade de 0,02 mm na condição de máximo


material, ou seja, o furo na sua dimensão mínima, pode ser
aumentada proporcionalmente, sem comprometer a montagem.

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DESENHO TÉCNICO

Normas da ABNT citadas neste documento.

NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões.


NBR 13142 - Desenho técnico - Dobramento de cópia.
NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos.
NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho
técnico.
NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico.
NBR 8196 – Desenho Técnico. Emprego de escalas.
NBR 2768 – Tolerâncias para dimensões lineares.
NBR 6158 – Sistema de tolerâncias e ajustes.
NBR 8404 – indicação de estado de superfície em desenhos
técnicos.
NBR 6409 – Tolerâncias geométricas.
NBR 14646 - Tolerâncias geométricas. Máximo e mínimo material.

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