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A VISÃO GERAL DO MESTRE DE

OBRAS

LEITURA DE PROJETOS

Para o bom entendimento da leitura e interpretação de projetos, é necessário


obter o conhecimento de alguns instrumentos utilizados para a leitura dos desenhos e
as noções técnicas relacionadas com os projetos de construção civil.
A parte mais importante no que diz respeito aos projetos relacionados à
construção civil é a representação gráfica. A representação gráfica é o meio que o
projetista utiliza para expressar suas ideias e cálculos. Atualmente, o computador é uma
ferramenta indispensável para a realização da representação gráfica de projetos, por
meio da utilização de programas específicos, como o AutoCAD.
Segundo BRABO (2009), um projeto é um conjunto de passos normativos,
voltados para o planejamento formal de uma obra, regulamentado por um conjunto de
normas técnicas e por um código de obras.
As fases de um projeto são:
• Estudo preliminar;
• Estudo da viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado
para sua apreciação e aprovação pelo cliente;
• Anteprojeto;
• Definição dos elementos construtivos, considerando os projetos
complementares (estrutura, instalações, etc.). Nesta etapa, o projeto deve receber
aprovação final do cliente e dos órgãos oficiais envolvidos e possibilitar a contratação
da obra.
• Projeto executivo.
• Apresenta, de forma clara e organizada, com todas as informações necessárias
à execução da obra e todos os serviços inerentes.

Materiais e Instrumentos
Escalímetro
É uma espécie de régua graduada em formato triangular, trazendo seis escalas
de medição diferentes. No mercado existem vários padrões de escalímetro, variando de
acordo com o tipo de escala.
O escalímetro traz as escalas de 1:20 (lê-se: "um para vinte"); 1:25; 1:50; 1:75;
1:100 e 1:125 (também pode ser representada da seguinte forma: 1/20; 1/25; 1/50; 1/75;
1/100 e 1/125). Outro tipo existente é o escalímetro de bolso, que possui cinco lâminas,
contendo dez escalas de 1:15; 1:20; 1:25; 1:30; 1:33; 1:40; 1:50; 1:100; 1:125 e 1:175,
com dimensões de 18,5 x 2,0 cm.

FESCALÍMETRO TRADICIONAL E DE BOLSO

<www.trident.com.br .
Escala Numérica
O termo escala pode ser entendido como sendo a relação entre cada medida do
desenho e a sua dimensão real no objeto. Ou seja, é uma relação de proporcionalidade
encontrada entre ambos, podendo ser de redução ou ampliação.
Na construção civil as escalas sempre serão de redução, devido às
características das edificações serem de grande porte. Quanto à escala de ampliação,
é mais comum nas áreas da mecânica e microeletrônica, em que algumas peças são
minúsculas e precisam ser desenhadas de maneira ampla para facilitar a compreensão
de seus detalhes.
As escalas podem ser classificadas como numérica ou gráfica. A numérica é
representada por números. Já a gráfica é a representação da numérica por meio de um
gráfico, normalmente utilizada em mapas geográficos.

- EXEMPLO DE ESCALA GRÁFICA

FONTE: (BRABO, 2009).

Uma forma de obter a escala (BRABO, 2009), pode ser realizada por fórmula:

1/M = D/R

Onde:
1/M: módulo da escala
D: comprimento de linha no desenho
R: comprimento de linha no terreno (real)
Exemplo de como representar algumas medidas em escala utilizando uma régua
comum, por meio da fórmula que corresponde a uma regra de três simples.

Um terreno tem 10 m de frente, qual a medida pode representar essa dimensão


no papel, na escala de 1:50?

Representar em escala uma grandeza de 10 metros na escala 1:50, é desenhar


essa medida cinquenta vezes menor do que sua medida real.
Estabelecer a seguinte relação: 1/50 = D/R.
Onde;
D= uma medida no desenho a ser calculada.
R= a mesma medida feita no terreno (a medida real) = 10 m.
1/M = D/R
1/50 = D/10
D = 10/50
D = 0,2 m
Só para lembrar: 1 m = 100 cm, logo; 0,2 m = 20 cm.

Conclusão:
Um terreno de 10 m de frente vai ser representado na escala de 1:50 no papel,
com 20 cm.
Observe que a resposta foi dada na mesma unidade de medida da pergunta do
problema, em metros. Sendo que para a utilização da régua normal, deve transformar
essa unidade para centímetros.

Cotas
São os números que representam às dimensões do que está sendo
representado pelo desenho. Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas significam
a verdadeira grandeza das dimensões.

Regras básicas:
• As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que permita a
leitura com o desenho na posição normal e o observador a sua direita;
• Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota, quando esta for
contínua;
• Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma unidade de medida;
• Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;
• As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida;
• Passar as linhas de cota de preferência fora da área do desenho;
• Evitar a repetição de cotas;
• O valor das cotas prevalece sobre as medidas calculadas, tendo como base o
desenho.

ILUSTRAÇÃO QUE EXEMPLIFICA ALGUMAS FORMAS DE COTAS

FONTE: (MONTENEGRO, 1978)

Projeção Ortogonal
A projeção ortogonal é o meio ou técnica, que possibilita a representação gráfica
(ou desenho) dos vários lados de um elemento. No caso da construção, utilizada para
representação de fachadas externas de uma edificação.

ILUSTRAÇÃO DO REBATIMENTO DAS VISTAS DE UMA CASA NUM


PLANO
FONTE: (MONTENEGRO, 1978).

ILUSTRAÇÃO DAS VISTAS DE UMA CASA

FONTE: (MONTENEGRO, 1978).

O conhecimento das projeções ortogonais auxilia a compreensão do projetista


na elaboração dos desenhos, auxiliando-o na construção do projeto.

Tipologia de Traços
A compreensão de um projeto (ou desenho) está relacionada intimamente aos
traços que o compõem. Cada tipo de linha vai passar uma informação ao leitor que o
auxilia na correta interpretação do desenho. Saber reconhecer,
portanto, cada tipo de linha é uma atividade indispensável ao
profissional da construção civil, pois ela trará informações importantes para execução
de um projeto.
Existe um padrão utilizado pelo desenho técnico em relação às espessuras e os
tipos de traços.
Esses devem ser:
• Linha contínua e traço grosso: Devem ser utilizados nas partes interceptadas
pelos planos de corte (planta baixa, cortes transversais e longitudinais), nas partes que
se encontram mais próximas do observador.
• Linha contínua e traço mais suave: Nas partes mais distantes do primeiro
plano. Nas linhas paralelas e pouco afastadas entre si.
• Linha tracejada e traço suave: Nas projeções das coberturas, no contorno das
paredes quando oculto pela cobertura ou quando o plano representado está acima ou
abaixo do plano de corte que deu origem a planta baixa.
• Linha traço e ponto e traço suave: Na projeção da caixa dágua, quando
representada na planta baixa e nas linhas utilizadas como eixos.
• Linha de ruptura ou zig-zag e traço suave: Secciona parte de um projeto,
limitando sua área de representação. Seja para mostrar detalhadamente ou restringir
uma área predeterminada.

ILUSTRAÇÃO DOS TIPOS DE LINHAS UTILIZADOS EM PROJETOS

FONTE: (BRABO, 2009).

EXEMPLO DE LINHA EM PROJETO


FONTE: (BRABO, 2009).

O Projeto
O projeto pode ser entendido como sendo o elemento de registro gráfico e
comunicação das características de uma obra. O projeto deve ser constituído por
algumas representações gráficas, tais como: planta de situação, planta de locação,
planta de cobertura, planta baixa, cortes (transversal e longitudinal), fachadas, detalhes
técnicos e perspectivas.

Planta de Situação
É a representação gráfica do projeto que indica as dimensões do terreno (lote),
a quadra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geográfico), ruas de acesso e
opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno dentro
de um perímetro urbano ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos
órgãos públicos competentes na regularização e fiscalização da obra.
Os dados fornecidos em uma planta de situação devem necessariamente estar
em acordo com a escritura pública do terreno, oficializando junto aos órgãos públicos o
título de propriedade daquela área.
A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande, por isso,
normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500, 1/750,
1/1000, etc.
ILUSTRAÇÃO DE UMA PLANTA DE SITUAÇÃO, COM TODOS OS DADOS
NECESSÁRIOS A PERFEITA IDENTIFICAÇÃO DO TERRENO

FONTE: (BEZERRA, 2010)

Planta de Locação
É a representação gráfica do projeto que indica a posição da construção no
terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vegetação existente, orientação
magnética (norte geográfico), passeio público e opcionalmente construções vizinhas.
Nesse tipo de representação, por se tratar de um tipo de vista superior, o
observador identifica em primeiro plano a cobertura, tendo a representação das paredes
externas da construção, abaixo da cobertura desenhada com linha tracejada e traço
suave (MONTENEGRO, 1978).
A Planta de locação é o ponto de partida para o início de uma obra. Porque
representa graficamente a sua marcação no terreno. Normalmente é desenhado em
escalas médias, ex.: 1/200, 1/250, 1/500.
Na planta de locação identificamos as dimensões do terreno conforme o registro
de imóveis, os afastamentos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de
fundos, a presença de calçadas, piscinas etc.
ILUSTRAÇÃO DE UMA PLANTA DE LOCAÇÃO

FONTE: (MONTENEGRO, 1978)

Planta Baixa
Desenho que representa graficamente a projeção horizontal de uma edificação
ou partes dela. Pode-se entender como sendo a seção horizontal resultante da
intersecção de um plano de nível acima e paralelo do piso (normalmente a 1,50 m) em
uma edificação, representando consigo portas, janelas, peças sanitárias, chuveiro e
opcionalmente mobiliário de ambientação interna.
As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75. Para entender com clareza esta
importante representação gráfica, basta imaginar uma superfície plana, cortando uma
casa ao meio e retirando a parte superior, nesse plano ficaria desenhado o contorno das
paredes, portas e janelas. Estaria representada ali a planta baixa dessa casa.
Itens que compõem a planta baixa:
• Paredes;
• Janelas;
• Portas;
• Cotas;
• Cotas de nível;
• Projeções;
• Indicação dos cortes;
• Indicação do norte;
• Escada;
• Rampas.

Ilustração do plano cortando uma casa ao meio.

FONTE: (MONTENEGRO, 1978)

ILUSTRAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO EM PLANTA BAIXA DA CASA,


DESTACANDO AS SEÇÕES DAS PAREDES, PORTAS E JANELAS

FONTE: (MONTENEGRO, 1978)

EXEMPLO DE PLANTA BAIXA DE CASA PARA VENDA


<www.ricardoregueira.com

Cortes
Desenhos que representam graficamente a projeção de uma seção vertical (ou
plano) de uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em
planta baixa, indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos
estruturais, altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc.
Seu objetivo é esclarecer o observador do projeto por meio de planos de
interseção longitudinal e transversal, dando uma terceira dimensão a leitura e
interpretação do projeto.
Sua indicação vem representada em planta baixa por uma linha do tipo traço e
ponto ou tracejada. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.
Recomenda-se que a identificação dos cortes em uma planta, seja feita por letras
consecutivas, evitando assim, equívocos que poderiam acontecer em indicações do tipo
AA’ e BB’ (MONTENEGRO, 1978).
A escolha da seção de corte em uma planta baixa pode ser influenciada por uma
série de fatores, dependendo do grau de detalhes que se pretenda demonstrar.
Porém, recomenda-se que pelo menos um dos cortes passe pelo banheiro,
visualizando o sanitário, lavatório e chuveiro. Existindo pavimento superior, a posição
do corte deve passar pela escada, mostrando detalhes dos degraus e as alturas de seus
espelhos (face vertical).

A REPRESENTAÇÃO DE UMA INTERSEÇÃO, CORTANDO UMA CASA NO


SENTIDO TRANSVERSAL, DESTACANDO AS SEÇÕES DAS PAREDES, PORTAS E
JANELAS

FONTE: (MONTENEGRO, 1978).


CORTE LONGITUDINAL QUE PASSA PELA ESCADA E BANHEIRO

FONTE: (BEZERRA, 2010).

CORTE LONGITUDINAL QUE PASSA PELA ÁREA DE SERVIÇO E


BANHEIROS

FONTE: (BEZERRA, 2010).

Fachadas
Desenho que representa graficamente as faces externas do edifício (frontal e
lateral). As fachadas podem ser interpretadas como a representação daquilo que se
almeja construir.
Em geral, nas fachadas especificam os materiais de revestimentos externos,
funcionamento de esquadrias, paginação de cores, indicação de detalhes técnicos, etc.
As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.

ILUSTRAÇÃO DE UMA FACHADA FRONTAL

FONTE: (BEZERRA, 2010).

FACHADA LATERAL
FONTE: (BEZERRA, 2010).

Detalhes Técnicos
Desenho que representa graficamente detalhes construtivos de um elemento
específico ou estrutural do edifício, para detalhe com precisão nas plantas e cortes.
Pode ser detalhe interno ou externo ao prédio.

DETALHE TÉCNICO DA INSTALAÇÃO DE UM APARELHO SANITÁRIO


ADAPTADO A PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

FONTE: (BEZERRA, 2010)

Convenções e Símbolos
No Brasil, a representação gráfica do projeto, corresponde às normas editadas
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sendo as principais:
• NBR 6492 - Representação de projetos;
• NBR 10067 - Princípios gerais de representação em desenho técnico.

Elementos do Projeto
Os elementos do projeto são diferenciados em dois pontos:
- O próprio projeto (o objeto representado);
- O conjunto de símbolos, signos, cotas e textos que o complementam.

As principais categorias do desenho são: as plantas, os cortes, as seções e as


elevações.

Paredes
Normalmente as paredes internas são representadas com espessura de 15 cm,
mesmo que na realidade a parede tenha 14 cm ou até menos. Nas paredes externas o
uso de paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É, no
entanto obrigatório o uso de paredes de 20 cm de espessura quando esta se situa entre
dois vizinhos (de apartamento, salas comerciais, etc.).

Portas

Portas de correr

EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO DE PORTAS DE CORRER

FONTE: (BRABO, 2009).


Porta interna - Geralmente a comunicação entre dois ambientes não há diferença
de nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota.

ILUSTRAÇÃO DE PORTAS INTERNAS

Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno)


possuem cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo. Nos banheiros a água
alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois
inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2 cm
pelo menos. Por essa razão as portas de sanitários desenham-se como as externas.

ILUSTRAÇÃO DE PORTAS EXTERNAS


Portas de Abrir

EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO DE PORTAS DE ABRIR

FONTE: (BRABO, 2009).

Janelas
O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1,50m,
sendo estas representadas conforme a figura abaixo, sempre tendo
como a primeira dimensão a largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente.
Para janelas em que o plano horizontal não o corta, a representação é feita com linhas
invisíveis.

ESQUEMA DE JANELAS

ESQUEMA DE JANELA

Representação de janelas acima ou abaixo do plano de corte (h=1,50 m)

EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO DE JANELAS ACIMA OU ABAIXO DO


PLANO DE CORTE
FONTE: (BRABO, 2009).

Níveis
São cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada
referência de nível pré-fixada pelo projetista e igual a zero.
Regras principais para as cotas altimétricas:
• Colocar dos dois lados de uma diferença de nível;
• Indicar sempre em metros, na horizontal;
• Evitar repetição de níveis próximos em planta e não marcar sucessão de
desníveis iguais (escada).

EXEMPLO DE COTAS DE NÍVEIS


FONTE: (BRABO, 2010).

Em planta baixa, os pisos são apenas distintos em comuns ou impermeáveis.


Os impermeáveis são representados apenas nas “áreas úmidas”, ou seja, áreas
dotadas de equipamentos hidráulicos, sacadas, varandas, etc. O tamanho do reticulado
constitui uma simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real das
lajotas ou pisos cerâmicos.

Comum Impermeável

Legenda
Usada para a informação, indicação e identificação do desenho:
• Designação da empresa;
• Projetista;
• Local;
• Data;
• Assinatura;
• Conteúdo do desenho;
• Escala;
• Número do desenho;
• Símbolo de projeção;
• Logotipo da empresa;
• Unidade empregada.

EXEMPLO DE LEGENDA DE PROJETO

FONTE: (BRABO, 2009).

Outras informações do projeto


• Legenda de Esquadrias: P (portas); J (janelas); Quadro de áreas: legenda que
apresenta área do terreno, área construída e áreas de permeabilidade (jardim).
• Especificações de materiais de acabamento: piso, parede e forro.
Exemplo de quadro de janelas, portas e áreas do projeto, FONTE: (BRABO,
2009).

Escadas
As escadas são constituídas por:
• Degraus: pisos + espelhos;
• Pisos: pequenos planos horizontais que constituem a escada;
• Espelhos: planos verticais que unem os pisos;
• Patamares: pisos de maior largura que sucedem os pisos normais da escada,
geralmente ao meio do desnível do pé direito, com o objetivo de facilitar a subida e o
repouso temporário do usuário da escada;
• Lances: sucessão de degraus entre planos a vencer, entre um plano e um
patamar, entre um patamar e um plano e entre dois patamares;
• Guarda-corpo e corrimão: proteção em alvenaria, balaústre, grades, cabos de
aço etc., na extremidade lateral dos degraus para a proteção das pessoas que utilizam
a escada.

EXEMPLO DE DETALHAMENTO DE ESCADAS EM PROJETO


FONTE: (BRABO, 2009).

O ORÇAMENTO
Elaborar um orçamento exige um processo ao qual se denomina orçamentação.
A técnica orçamentária exige identificação clara do produto e ou serviço, descrição
correta, quantificação, análise e valorização de uma série de itens, requerendo técnica,
atenção e, principalmente, conhecimento de como se executa uma determinada obra
e/ou serviço.
O conhecimento detalhado do serviço, a interpretação detalhada dos desenhos,
planos e especificações da obra lhes permite a melhor maneira de realizar cada tarefa
de uma obra, bem como identificar a dificuldade de cada serviço e consequentemente
seus custos.
Além dos serviços identificados e extraídos do projeto, existem outros
parâmetros que devem ser identificados, como é o caso das chuvas, condições do solo,
acesso, dificuldades de abastecimento de materiais, flutuações na produtividade dos
operários e despesas indiretas, tais como: água, luz, telefone, refeições, combustíveis,
manutenção do canteiro, etc.
A elaboração de um orçamento pode determinar o sucesso ou fracasso de uma
empresa construtora e/ou construtor, um erro no orçamento acarreta imperfeições,
frustrações, falta de credibilidade e prejuízos a curto e médio prazo.
O orçamento é à base de fixação do preço de um determinado projeto ou
empreendimento, é uma das mais importantes áreas no negócio da construção civil.
Executar um orçamento, não pode ser considerado um jogo de adivinhação,
deve ser um trabalho bem executado com critérios, normas, regras e utilização de
informações confiáveis; para que o verdadeiro custo de um empreendimento se
aproxime ao máximo da estimativa de custo realizado, ou seja; nenhum orçamento fixa
de antemão o valor exato dos custos, o que um bom orçamento realmente consegue é
uma estimativa de custos bem precisa em função da qual a empresa construtora irá
atribuir o seu melhor Preço de Venda.
Em geral, um orçamento é elaborado considerando-se:
• Custos diretos: mão de obra de operários, materiais e equipamentos.
Aqueles diretamente relacionados com os serviços a serem feitos na obra;
• Custos indiretos: equipes de supervisão e apoio, despesas gerais com o
canteiro de obras, taxas, etc.
Aqueles que não estão diretamente relacionados com os serviços, mas fazem
parte da estrutura organizacional da empresa construtora e da administração da obra.
Em relação aos custos indiretos, são as despesas relativas às instalações do
escritório, aluguel, condomínio, luz, telefone, etc; despesas com pessoal administrativo
(diretor, gerente, contador, secretária e outros), com comercialização (montagem de
propostas, visitas a clientes, marketing, brindes, etc.), despesas com apoio técnico de
escritório com obras e horas ociosas (pessoal parado por falta de serviço).
• Preço de venda: Incluindo custos diretos e indiretos, adicionando-se os
impostos e lucro da operação.
O preço final de um orçamento em uma planilha de vendas, proposta por uma
construtora ou construtor não deve ser tão baixo a ponto de não permitir lucro, e também
não deve ser tão alto a ponto de não ser competitivo com outras empresas na disputa
da realização de determinado serviço ou empreendimento.
Na elaboração de um orçamento, duas empresas construtoras chegarão sempre
a orçamentos bem distintos e diferentes para uma determinada concorrência; porque
diferentes são os critérios utilizados, a metodologia de levantamento de quantidade, as
técnicas e métodos utilizados para a execução de obra, os preços coletados, o BDI
(Bonificação de Despesas Indiretas) adotado pelas empresas, dentre outros fatores.
Em resumo, pode-se afirmar que o orçamento reflete a ideologia e as premissas
de uma construtora, constituindo-se em um produto que define a qualidade e
competência da empresa.

ORGANOGRAMA DE UMA OBRA

Um organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma obra


em um determinado momento, deve ser usado como instrumento de trabalho, tendo os
requisitos:
• Fácil leitura;
• Permitir boa interpretação dos componentes da organização;
• Fazer parte de um processo organizacional de representação estrutural;
• Ser flexível.

O objetivo do organograma é demonstrar a divisão do trabalho, dividindo a


organização em frações organizacionais (partes menores), destacando a relação
superior-subordinado e a delegação de autoridade e responsabilidade. Também
procura evidenciar o trabalho desenvolvido em cada unidade, detalhando:
• O tipo de trabalho desenvolvido;
• Os cargos existentes;
• Os nomes dos titulares;
• Quantidade de pessoas por unidade;
• A relação funcional além da relação hierárquica;
• Facilitar a análise organizacional.
• Permite detectar:
• Funções importantes negligenciadas e funções secundárias com
demasiada importância;
• Funções duplicadas ou mal distribuídas;
• Auxilia a graduar trabalhos e tarefas e uniformizar cargos;
• Auxilia a visualizar o todo organizacional, as necessidades de
mudanças e o crescimento da empresa.
Limitações:
• Exibe apenas uma dimensão dos relacionamentos existentes entre
indivíduos e as frações organizacionais;
• Mostra as relações que devem existir e não a realidade existente.

Regras gerais:
• Deve conter nome da obra, autor, data e número;
• Deve ser mostrada a referência de outros gráficos;
• Para análise, deve apresentar a estrutura existente.
• Cada função pode ser representada por um retângulo:
• Os retângulos devem conter os títulos dos cargos;
• Se há necessidade do nome do ocupante, este deve aparecer fora do
retângulo (ou dentro com letra de tipo diferente);
• Se o gráfico mostrar apenas parte da organização, deve haver linhas
abertas para demonstrar continuidade.

EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DE ORGANOGRAMA


FONTE: (MOTTA, 2009).

• Além dos retângulos, podem ser usados círculos e outras simbologias.


• Devem ser evitadas siglas e abreviações.
• A linha de coordenação não deve ligar unidades diretamente.
• O uso de nomes dos ocupantes dos cargos exige constante atualização.

EXEMPLO TRADICIONAL DE ORGANOGRAMA DE UMA OBRA DE


CONSTRUÇÃO CIVIL
Engenheiro Civil
Eng.º Gomes Pereira

Mestre de Obras Almoxarifado


José Antônio Luis Araújo

Encarregado Encarregado Pedreiros Armadores Carpinteiros Azulejistas


Inst. Hidráulicas Inst. El étricas
João Pedro Joel Peixoto Luis Mendes Airton Costa José Bento Sousa Otto
César Maia Pedro S á Luis Sousa Sérgio Sá
Carlos Leal Cláudio Tito
José Silas
Serventes Serventes
Serventes
Serventes Serventes
Luis Medeiros Pedro Costa
João Silva Romeu Sales Serventes Carlos José
Pedro Tro fa Carlos Rojas
Luis Sérgio
Carlos Medim
Luis Silva
Carlos Cesar
Pedro Silva

A importância de conhecer o organograma de uma obra está ligada a


identificação e descrição do cargo profissional e respectivas responsabilidades de cada
interveniente de uma obra, sendo uma ferramenta simples de fácil visualização.

FLUXOGRAMA DE UMA OBRA

O fluxograma representa uma sequência de trabalho qualquer, de forma


detalhada (pode ser também sintética), em que as operações ou os responsáveis e os
departamentos envolvidos são visualizados no processo.
É conhecido também com os nomes de Flow-chart, carta de fluxo do processo,
gráfico de sequência, gráfico de processamento entre outros.

Principais objetivos:
• Padronização na representação dos métodos e nos procedimentos
administrativos;
• Podem-se descrever com maior rapidez os métodos administrativos;
• Pode facilitar a leitura e o entendimento das rotinas administrativas;
• Podem-se identificar os pontos mais importantes das atividades
visualizadas;
• Permite uma maior flexibilização e um melhor grau de análise.

O fluxograma visa o melhor entendimento de determinadas rotinas


administrativas, por meio da demonstração gráfica. (Existem estudos que comprovam
que o ser humano consegue gravar melhor uma mensagem, quando esta é
acompanhada de imagens.). “É importante ressaltar que os fluxogramas procuram
mostrar o modo pelo qual as coisas são feitas, e não o modo pelo qual o chefe diz aos
funcionários que a façam; não a maneira, conforme o chefe pensa que são feitas, mas
a forma pela qual o manual de normas e procedimentos manda que sejam feitas.” Eles
são, portanto, uma fotografia real de uma situação estudada.” MOTTA (2009).

ALGUNS SÍMBOLOS BÁSICOS PARA FLUXOGRAMAS

FONTE: MOTTA (2009).

Obs.:
• Estes não são os únicos símbolos existentes;
• Você pode criar seus próprios símbolos (usa-se muito em peças de
divulgação ou apresentações);
• Sempre coloque a legenda com o significado dos símbolos usados (nem
todos sabem o que significam);
• Você pode identificar com letras ou números os passos no seu
fluxograma.

Dessa forma há como relacioná-los a uma explicação textual e detalhada de


cada passo.

EXEMPLO DE FLUXOGRAMA AÇO EM BARRAS

FONTE: (MOTTA, 2009).

EXEMPLO DE FLUXOGRAMA AÇO CORTADO E DOBRADO


FONTE: (MOTTA, 2009).

EXEMPLO DE CONCRETO USINADO


FONTE: (MOTTA, 2009).
CÓDIGO DE OBRAS E LEGISLAÇÕES

A providência inicial para a execução de um projeto de edificação é a consulta


junto aos Órgãos Públicos, particularmente junto às Prefeituras Municipais, sobre as
exigências a serem observadas para a aprovação de tal projeto. Tais exigências, de
uma maneira geral, estão contidas no Código de Obras e legislação específica de cada
Município.

Esses códigos têm por objetivos, entre outros:


• Coordenar o crescimento urbano;
• Regular o uso do solo;
• Controlar a densidade do ambiente edificado;
• Proteger o meio ambiente;
• Garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e
iluminação naturais adequadas a todos os edifícios;
• Eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam a
possibilidade de deslocamento de pessoas portadoras de deficiência ou com
dificuldade de locomoção.

Assim, os Códigos de obras definem os seguintes itens:


• Tipo de ocupação permitido para um determinado lote; se residencial,
comercial, industrial ou de uso misto;
• A projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação);
• Área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização);
• Recuos a serem observados com relação às divisas;
• Dimensões mínimas e detalhes construtivos de corredores, escadas e
rampas.

Por exemplo:
Alguns dos elementos mais solicitados em nível da legislação brasileira quanto
ao código de obras:

• Legislação e/ou uso do solo;


• Alvarás de construção;
• Alvará de Reforma e ampliação;
• Alvará de Alteração de um Projeto;
• Alteração Parcial de um Projeto;
• Certidão de Aprovação de Projetos;
• Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras.

Legislação e uso do solo

Esta legislação está na Lei n.º 10.257, de 10 de Julho de 2001, que regulamenta
os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, onde estabelecem diretrizes gerais da
política urbana em nível da Legislação urbana e uso do solo.

VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;


b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou
inadequados em relação à infraestrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar
como polos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua
subutilização ou não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas.

Alvará de Construção
Licença expedida pela Prefeitura Municipal (Câmara Municipal de Curitiba,
2012), autorizando a execução de obra de construção. Para construções e
determinadas reformas de edificações, é necessário um alvará emitido pela prefeitura
da cidade na qual o imóvel está inscrito.
Diante de recentes acidentes, alguns com vítimas fatais, tornaram esse
procedimento de maior importância, pois os técnicos da Prefeitura devem analisar o
projeto proposto e verificar sua conformidade com o código de Edificações e com as
boas práticas de Engenharia para só então emitir o alvará de construção ou reforma.
A expedição de um alvará é obrigatória para todo e qualquer tipo de construção,
já para reformas, existem algumas distinções.
Pequenas reformas como pintura, substituições e consertos, reparos em
instalações elétricas e hidráulicas não necessitam do alvará, ao contrário de reformas
que incluem a alteração da estrutura original do imóvel, como a derrubada de paredes
de sustentação da edificação, em que a emissão do alvará se demonstra extremamente
importante, e obrigatória.
Para obter o alvará de construção o procedimento é simples:
• Antes de se iniciar uma construção ou reforma é necessária a criação
de um projeto. Com o auxílio de engenheiro ou arquiteto, a fase de análise do que
será ou não viável à construção ou reforma já pode ser antecipada, o que garante
maior facilidade na emissão do alvará da prefeitura.
• Com o projeto pronto, anexar os seguintes documentos:
• Cópia do último carnê do IPTU ou Incra (não precisa estar quitado);
• Cópia de um título de propriedade (escritura, formal de partilha ou
contrato particular de compra e venda registrado em cartório);
• Duas cópias do projeto;
• Duas cópias da carteira que comprove o registro do engenheiro
responsável no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA);
• Cópia do RG e CPF do proprietário do imóvel;
• Comprovante de regularidade da construção existente (caso não
possua, é possível conseguir as cópias originais das plantas aprovadas do imóvel com
a própria prefeitura).
Independente da cidade onde está situada a sua construção ou reforma, os
procedimentos burocráticos e documentos exigidos são basicamente os mesmos para
o processo de requerimento do alvará.

Alvará de Reforma e/ou Ampliação


Edificações já existentes onde se pretende realizar reformas ou ampliações
(Câmara Municipal de Curitiba, 2012) para os casos em que:
• Houver Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras – CVCO
(equivale ao habite-se) ou;
• As edificações encontram-se averbadas em registro de imóveis
anteriores a 1965 ou;
• As edificações encontram-se cadastradas no Município em data anterior
a 1965.

Alvará de Alteração de um Projeto


Destina-se a aprovação de alterações em edificação anteriormente licenciadas
e que não possuem Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras – CVCO (Câmara
Municipal de Curitiba, 2012), observando que:
• O responsável técnico deverá ser o mesmo do constante no alvará de
construção anteriormente emitido, exceto nos casos em que tenha sido transferida a
responsabilidade técnica;
• O autor do projeto deverá ser o mesmo do constante no alvará de
construção anteriormente emitido, ou deverá apresentar autorização para alteração do
projeto.

Alteração Parcial de um Projeto


Destina-se a aprovação de alterações em edificações que
possuem vistoria parcial de conclusão de obras, no qual o restante
da obra não será executado de acordo com o inicialmente aprovado, bem como,
também utilizado no caso de alteração parcial de unidade residencial aprovada em
alvará de construção para residência em série (condomínios horizontais) (Câmara
Municipal de Curitiba, 2012).

Certidão de Aprovação de Projetos


Destina-se somente a aprovação de projeto arquitetônico, sem o direito a
execução da obra. Geralmente utilizado para os casos em que o proprietário ainda não
definiu o responsável técnico pela execução e/ou a firma construtora ou trate-se de obra
que dependam de licitação (Câmara Municipal de Curitiba, 2012).

Certificado de Vistoria de Conclusão Parcial de Obras - CVCO Parcial


Poderá ser concedido, a juízo do órgão competente, Certificado de Vistoria de
Conclusão Parcial (Câmara Municipal de Curitiba, 2012) nos seguintes casos:
• Quando se tratar de edifício composto de parte comercial e parte
residencial e puder, cada uma, ser utilizada independente da outra;
• Quando se tratar de apartamentos, caso em que poderá, a juízo do
órgão competente, ser concedido o certificado para cada pavimento que estiver
completamente concluído e desde que o acesso não sofra interferência dos serviços
até a conclusão total da obra;
• Quando se tratar de 02 (duas), ou mais, edificações construídas no
mesmo lote e desde que o acesso não sofra interferência dos serviços até a conclusão
total da obra.

Em todos os casos deverão ser atendidas as exigências da legislação específica


proporcionalmente à área liberada.

Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras - CVCO

Documento certificando que a edificação anteriormente licenciada pelo Alvará de


Construção, Reforma e/ou Ampliação, Reforma Simplificada ou Alteração encontra-se
concluída (Câmara Municipal de Curitiba, 2012).
Para solicitação do Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras - CVCO a
edificação deverá encontrar-se totalmente concluída, em
conformidade com o projeto aprovado pelo Alvará de Construção e conforme relação de
itens obrigatórios para solicitação do Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras –
CVCO, bem como, oferecer condições de higiene e habitabilidade.
Para tanto é necessário que antes de solicitar a vistoria de conclusão de uma
obra, o responsável técnico e o proprietário verifiquem se todos os itens indicados no
projeto estão concluídos de acordo com o aprovado e se há o atendimento dos itens
mínimos obrigatórios constantes na Declaração para solicitação do CVCO.

Observações importantes:
Efetuada a vistoria e constatada que a obra não se encontra concluída ou possua
itens em desacordo com o projeto aprovado, serão cobradas taxas adicionais referentes
às novas vistorias que porventura sejam necessárias para a comprovação da conclusão
da obra de acordo com o projeto aprovado (ver valor especificado no requerimento)
(Câmara Municipal de Curitiba, 2012).

Documentos Necessários:
• Requerimento próprio assinado pelo Resp. Técnico e Proprietário do
imóvel;
• Fotocópia do alvará de construção;
• Declaração quanto ao atendimento dos itens mínimos obrigatórios para
solicitação do CVCO;
• Documentos condicionados na folha do Alvará de Construção.
• Posteriormente poderão ser solicitados documentos adicionais que
porventura sejam necessários para atendimento à legislação vigente na época da
vistoria.

INSTALAÇÕES

Instalações Elétricas

A energia elétrica consiste do movimento de elétrons (pequenas partículas com


carga negativa), no interior de um condutor. Pode ser gerada por meio
da energia potencial da água (geração hidroelétrica) ou da energia dos combustíveis
(geração termoelétrica).
O processo de geração de eletricidade em uma usina hidroelétrica consiste no
represamento de rios por meio da construção de barragens, formando um lago com
grande volume de água que, mediante uma queda muito forte e por meio de tubulações,
faz movimentar turbinas, com aparência semelhante a uma roda d´água.
As turbinas em funcionamento movimentam geradores que convertem a força da
água em energia elétrica.
Outra forma de obter energia elétrica é por meio das usinas nucleares. Nessas
usinas o calor gerado pela combustão do carvão, do óleo ou do gás, vaporiza a água
em uma caldeira. O vapor aciona uma turbina, à qual está acoplado um gerador que
produz a energia elétrica.
Para ser utilizada nos diversos locais de consumo, a eletricidade é transportada
por linhas de transmissão, cruzando rios, montanhas e cidades, até chegar a
determinados pontos, denominados subestações. A partir desse ponto, por meio do
sistema de distribuição da concessionária, composto por postes, fios, transformadores,
a energia é fornecida nos níveis de tensão (voltagem) adequados à especificação de
cada equipamento e ferramenta.
Para que a energia elétrica chegue até o ponto de consumo, como uma tomada,
em que será ligado um eletrodoméstico. De tal modo é necessário que ela percorra
“caminhos”, os quais são denominados circuitos elétricos e cujo elemento principal
denomina-se condutor, conhecido por fio. O isolante é o único elemento que protege o
homem das partes energizadas contra choques elétricos.
O Mestre-de-obras deve acompanhar a execução da instalação elétrica
seguindo rigorosamente o projeto, que deve estar de acordo com a NBR 5410/97 –
Instalações elétricas de baixa tensão, e a norma regulamentadora NR 10 – Instalações
e serviços de eletricidade, memórias e especificações técnicas.
Segundo estimativas anuais do Corpo de Bombeiros das grandes cidades, as
instalações elétricas projetadas e executadas inadequadamente constituem a terceira
causa de incêndio.

QUADRO RESUMO DE SIMBOLOGIA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


FONTE: (NBR 5444)
QUADRO RESUMO COMPARATIVO DE SIMBOLOGIA USUAL E NBR
Proteção Contra Descarga Atmosférica
A proteção contra os raios consiste em dirigir a descarga dos raios para a Terra,
em segurança e no menor percurso possível, sem risco de contato com os condutores.

Fontes de choque elétrico


Choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo
humano, pela passagem de uma corrente elétrica. Atividades musculares, como a
respiração e os batimentos cardíacos, são controladas por correntes elétricas muito
pequenas, conduzidas pelo sistema nervoso.
Se você tocar na carcaça do motor, tomará um choque. Servirá, portanto, de
caminho para a corrente de fuga. Essa situação está totalmente fora das previsões,
devido ao alto grau de perigo que a envolve; pode, inclusive, ser fatal.
São efeitos indiretos de um choque elétrico:
• quedas;
• ferimentos;
• manifestações nervosas.

Os efeitos que se chamam indiretos são:


• formigamento;
• contração muscular;
• queimaduras;
• parada respiratória;
• parada cardíaca.

Resistência elétrica do corpo humano Dados experimentais revelam que:


• o corpo humano tem uma resistência média de 1300Ω;
• uma corrente de 50mA pode ser fatal.

Tensões de toque e passo

Se uma pessoa toca um equipamento aterrado ou o próprio condutor, pode ser


que se estabeleça – dependendo das condições de isolamento – uma
diferença de potencial entre a mão e os pés. Consequentemente,
teremos a passagem de uma corrente pelo braço, tronco e pernas; dependendo da
duração e intensidade da corrente, pode ocorrer fibrilação no coração, com graves
riscos. Essa é a chamada tensão de toque, e é particularmente perigosa nas regiões
externas de uma malha de subestação, principalmente nos cantos.

Tensões de passo e toque


Caso, mesmo não estando encostando-se a nada, a pessoa estiver colocada
lateralmente ao gradiente de potencial, estará sujeita a um diferencial de tensão de uma
corrente por meio das duas pernas, que geralmente é de menor valor e não é tão
perigosa quanto a tensão de toque, porém ainda pode causar problemas, dependendo
do local e da intensidade.

TABELA DE ACIDENTES COM ELETRICIDADE

FONTE: (BERTONCEL, 2008).

Regras para o trabalho com energia elétrica:

• Todo circuito sob tensão é perigoso;


• Use os equipamentos e isolações adequados;
• Só utilize ajuste ou repare equipamentos e instalações elétricas, quando
autorizado;
• Sempre que possível, desligue os circuitos antes do trabalho – use
avisos e trancas;
• Antes de religar, verifique se outra pessoa não está trabalhando com o
mesmo circuito;
• Use sinais de advertência e delimite as áreas com a sinalização
adequada;
• Não improvise na montagem de instalações/ equipamentos;
• Observe rigorosamente as instruções para montagem, manutenção ou
troca de ligações;
• Faça inspeção visual antes de usar equipamentos ou instalações;
• Não faça reparo temporário de forma incorreta: gatos, quebra-galhos
causam acidentes;
• Não trabalhe em manutenção de equipamentos/instalações elétricas
sob tensão sem conhecimento/supervisão;
• Não use escadas metálicas em trabalho com energia;
• Use exclusivamente extintores de CO2 ou pó químico, quando houver
incêndio em equipamentos ou instalações elétricas;
• Fios, barramentos, transformadores devem ficar fora da área de trânsito
de pessoas;
• Não use anéis, pulseiras ou outros adornos metálicos em serviços com
energia;
• Não use ferramentas elétricas na presença de gases ou vapores;
• Não trabalhe sob tensão em áreas sujeitas à explosão;
• Lembre-se de que a corrente elétrica pode ser fatal.

Normas
A NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, baseada na
norma internacional IEC 60364, é a norma aplicada a todas as instalações cuja tensão
nominal é menor ou igual a 1000VCA ou 1500VCC.
Outras normas complementares à NBR 5410 são:

• NBR 5456 – Eletrotécnica e eletrônica - Eletricidade geral –


Terminologia;
• NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais;
• NBR 13570 – Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público;
• NBR 13534 – Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistenciais
de Saúde.

Instalações Hidrossanitárias

As instalações hidrossanitárias, nomeadamente água e esgoto, têm como


finalidade fazer a distribuição da água, em quantidade suficiente e promover o
afastamento adequado das águas servidas, criando desta forma, condições favoráveis
ao conforto e segurança dos usuários.

Normas
• NBR 5626/1998 – Instalações Prediais de Água Fria;
• NBR 7198/1993 – Instalações Prediais de Água Quente;
• NBR 7229/1993 – Projeto, construção e operação de sistemas de
tanques sépticos;
• NBR 8160/1983 – Instalações Prediais de Esgotos Sanitários;
• NBR 13969/1997 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento
complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e
operação.

Instalações de Água Fria NBR 5626

As instalações de água fria correspondem ao conjunto de tubulações, conexões


e acessórios que permitem levar a água da rede pública até os pontos de consumo ou
utilização dentro da habitação.
A distribuição de água poderá ser feita pelos seguintes sistemas:
• Distribuição direta;
• Distribuição indireta;
• Distribuição mista.

Distribuição direta: todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente


pela rede pública.

Distribuição indireta - todos os aparelhos e torneiras são alimentados por um


reservatório superior alimentado diretamente pela rede pública.
• Distribuição indireta sem recalque.
• A água potável vem diretamente da rede pública, quando houver
pressão suficiente até o reservatório superior, que alimenta por gravidade os pontos
de água.
• Distribuição indireta com recalque.
• Quando a pressão da rede pública não for suficiente para alimentar o
reservatório superior, utiliza-se outro de cota reduzida, geralmente localizado no
pavimento térreo, denominado de reservatório inferior (ou subterrâneo) de onde a
água é recalcada, por meio de bombas, para o reservatório superior (ou elevado) e a
partir deste é feita a distribuição por gravidade para o interior da edificação.
• Distribuição indireta hidropneumática.
• Esse processo dispensa o reservatório superior e a distribuição é
ascendente, a partir de um reservatório de aço onde a água fria pressurizada. Esses
equipamentos requerem manunteção preventiva periódica.
• Distribuição mista – associação dos sistemas direto e indireto, parte
pela rede pública e parte pelo reservatório superior.

Instalações prediais de água quente NBR 7198/82

As instalações de água quente são realizadas pelos seguintes sistemas:

Individual
O sistema de aquecimento é individual quando alimenta uma única peça de
utilização. Ex.: chuveiros, torneiras.

Central Privado
O sistema de aquecimento é central privado, quando alimenta várias peças de
utilização de um único domicílio. Ex.: aquecedor de acumulação e reservatório de água
quente.

Central Coletivo
O sistema de aquecimento é central coletivo, quando alimenta peças de
utilização de vários domicílios ou várias unidades. Ex.: edifício de apartamentos, hotéis,
motéis, hospitais etc.

EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO DIRETA

FONTE: (CREDER, 1999).

EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETA SEM RECALQUE


FONTE: (CREDER, 1999).

EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETA COM RECALQUE

FONTE: (CREDER, 1999).

EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETA HIDROPNEUMÁTICA


FONTE: (CREDER, 1999).

EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO MISTA

FONTE: (CREDER, 1999).


Instalações prediais de esgoto sanitário NBR 8160/83

O despejo de esgoto sanitário poderá ser feito por meio das seguintes formas:

Direto
O esgoto é lançado diretamente do coletor predial ao coletor público, quando a
profundidade do mesmo não exceder à do coletor público.

EXEMPLO DE ESGOTO SANITÁRIO DIRETO

FONTE: (CREDER, 1999).

Indireto
O esgoto é recolhido em uma elevatória, quando a profundidade do coletor
predial exceder à do coletor público e em seguida é recalcado para o mesmo.

EXEMPLO DE ESGOTO SANITÁRIO INDIRETO


FONTE: (CREDER, 1999).

Instalações prediais de Águas Pluviais NBR 611/81

O esgotamento poderá ser direto ou indireto (como o esgoto sanitário) para os


coletores públicos de águas pluviais ou sarjetas dos logradouros. O mesmo deverá ser
projetado pelo menor percurso e consequentemente ser feito no menor tempo possível.
O esgotamento das águas pluviais deverá ser independente do seu esgoto
sanitário, eliminando assim a possibilidade de penetração de gases ao interior das
edificações.
Além da NBR 611/81, as instalações prediais de águas pluviais são regidas
também pelos códigos de obras municipais, que normalmente proíbem a queda livre
das águas dos telhados das edificações, bem como em terrenos vizinhos.

Instalações prediais de prevenção e auxílio ao combate a incêndios NBR 24/65.


A distribuição da água para combate a incêndios poderá ser feita por meio de
reservatório elevado ou reservatório subterrâneo.
No caso do reservatório ser elevado, a adução será por gravidade e quando o
reservatório for subterrâneo, por recalque de acionamento automático.
Instalações de Gás

Aspectos gerais

Características do gás
O GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) é obtido a partir da destilação do petróleo,
sendo formado basicamente pela mistura de propano e butano, em proporções variáveis
(BERTONCEL, 2008). Apresenta as seguintes propriedades:
• Densidade 2 em relação ao ar, na forma de gás 0,55 em relação a
água, na {forma líquida;
• Facilidade e rapidez de operação;
• Não produz resíduos após a queima;
• Poder calorífico médio 12 000 Kcal/kg.

O emprego do GLP nos domicílios é cada dia maior, visto que poucas
cidades no Brasil dispõem de gás combustível canalizado nas ruas, sendo necessária
a instalação domiciliar com recipientes que armazenam o GLP.

Recipientes
As empresas que fazem a distribuição do gás liquefeito de petróleo utilizam
recipientes de aço, que podem ser transportáveis (butijões ou cilindros) ou fixos,
dependendo de suas capacidades.
Há um grande número de normas da ABNT que regulamentam as dimensões,
os testes para o controle de qualidade dos recipientes para GLP, bem como as
mangueiras flexíveis utilizadas e as válvulas para os recipientes.
Os recipientes transportáveis de aço para GLP têm as seguintes capacidades,
regulamentadas pelas normas:
• kg - NBR 8470/84;
• 5kg - NBR 8471/84;
• 13 kg - NBR 8462/84;
• 45 kg - NBR 8463/84;
• 90 kg - NBR 8472/84.
Os butijões de 2 e 5 kg são utilizados em lampiões para iluminação, laboratórios,
camping, etc., os de 13 e 45 kg são utilizados em casas e prédios residenciais: os
cilindros de 90 kg são empregados nas instalações de maior consumo.

Pressões de utilização
O GLP é fornecido em recipientes de aço, no estado líquido, com
pressões da ordem de 50 a 150 psi (35 a 105m H2O). Na saída dos recipientes, por
meio do regulador de alta ou de 1º estágio, ocorre uma redução para 15 psi (10 m
H2O) e, posteriormente, pelo regulador de baixa ou de 2º estágio, a pressão chega a
0,4 psi (0,28 m H20), valor indicado para o consumo nos aparelhos. A figura abaixo
ilustra um regulador de 2º estágio.

REGULADOR DE PRESSÃO 2º ESTÁGIO

www.temseguranca.com/2011_03_01_archive.html

Exemplos de Utilização do GLP

A instalação predial do GLP pode ser individual, onde cada domicílio possui seus
recipientes ou por distribuição central, com um medidor de consumo para cada
domicílio. Em residências, o recipiente de GLP (botijão ou cilindro de gás) deve ficar
localizado em áreas externas, reservadas para este fim, sendo o gás levado aos pontos
de consumo por meio de canalizações próprias, às quais denominamos instalações
prediais de gás (ou de GLP). No esquema abaixo é indicada as distâncias mínimas a
serem observadas para instalar a central de gás.

ESQUEMA DE INSTALAÇÃO PREDIAL DE GLP

FONTE: (BERTONCEL, 2008).

Instalações Especiais

Ar-Condicionado

São sistemas que visam à obtenção de condições específicas do ar nos diversos


tipos de ambientes, de modo a proporcionar conforto térmico aos ocupantes ou
proporcionar condições especiais exigidas por equipamentos e/ou processos (ARAÚJO,
2011).
Condicionamento de ar, segundo a definição técnica de aplicação, é um
processo de tratamento de ar destinado a controlar simultaneamente: temperatura do
ar, umidade relativa do ar (obtida pela retirada ou pela colocação de vapor de água no
ar), pureza (filtros), distribuição de ar (ventilador, difusor, duto) de um ambiente.
Durante muito tempo, o homem pensou em maneiras de amenizar
os efeitos do calor. Invenções mais antigas, como ventiladores,
abanadores e até mesmo o uso do gelo em larga escala faziam parte dos métodos para
amenizar a temperatura em um ambiente.
Em 1902, o engenheiro Willis Carrier inventou um processo mecânico para
condicionar o ar, tornando realidade o almejado controle climático de ambientes
fechados. Essa tecnologia teve início, na época, a partir de um problema pelo qual uma
empresa de Nova York passava (BERTONCEL, 2008).
Ao realizar impressões em papel, o clima muito quente de verão e a grande
umidade do ar faziam com que o papel absorvesse essa umidade de forma que as
impressões saíam borradas e fora de foco. Ele criou um processo que resfriava o ar,
fazendo circular por dutos resfriados artificialmente, o que também era capaz de reduzir
a umidade do ar. Este foi o primeiro ar-condicionado contínuo por processo mecânico
da história.
A partir desta experiência, o sistema foi adotado por muitas indústrias de
diversos segmentos, como têxtil, indústrias de papel, farmacêuticos, tabaco e alguns
estabelecimentos comerciais.
Em 1914, Carrier desenvolveu um aparelho para aplicação residencial, que era
muito maior e mais simples do que os ares-condicionados de hoje, e também desenhou
o primeiro condicionador de ar para hospitais, que foi desenvolvido com o objetivo de
aumentar a umidade de um berçário (para bebês nascidos de forma prematura), no
Allegheny Hospital de Pittsburg.
Foi a partir da década de 1920 que o ar-condicionado começou a se popularizar
nos Estados Unidos, foi colocado em diversos prédios públicos, tais como a Câmara
dos Deputados, o Senado Americano, os escritórios da Casa Branca (BERTONCEL,
2009).
Além disso, foi de grande utilidade para ajudar a indústria cinematográfica, pois
antes de serem instalados os aparelhos de a-condicionado, as salas de cinema ficavam
vazias devido ao clima muito quente, nas temporadas de verão americano.
Na década de 1930, foi desenvolvido também por Willis Carrier um sistema de
condicionadores de ar para arranha-céus com distribuição de ar em alta velocidade, que
economizava mais espaço, em relação aos produtos utilizados na época. A distribuição
do ar em alta velocidade por meio de dutos "Weathermaster", criada em 1939,
economizava mais espaço do que os sistemas utilizados na época.
Em meados de 1950, os modelos residenciais de ar-condicionado começaram a
ser produzidos em massa, ano em que Willis Carrier faleceu. A
demanda foi muito grande, acabando com os estoques em apenas duas semanas. Na
década seguinte, esses produtos já não eram mais novidade. A partir disso, se inicia um
mercado de amplitude mundial em constante expansão, com muito espaço para
desenvolvimento tecnológico e novidades em produtos, até os dias de hoje.

Função e princípio do equipamento


O ar-condicionado é um equipamento destinado a climatizar o ar em um recinto
fechado, mantendo sua temperatura e umidade do ar controlada, para deixar os
ambientes em temperaturas agradáveis, criando uma sensação de conforto térmico
(aquecendo ou refrigerando) ou até mesmo em determinados ambientes em que o seu
uso é indispensável como, por exemplo, CPD, Laboratórios, Unidades de Hospitais,
Radiologia, No Break e outros.
O princípio de funcionamento dos condicionadores de ar, nada mais é do que a
troca de temperatura do ar do ambiente, pela passagem do ar pela serpentina do
evaporador que, por contato, tem queda ou aumento de temperatura do ar, dependendo
do ciclo utilizado, baixando a umidade relativa do ar.
O ar do ambiente é sugado por um ventilador e atravessa um evaporador,
passando em volta de uma serpentina cheia de R-22, substância refrigeradora à
temperatura de 7° C e em estado líquido. Em contato com uma serpentina gelada, o ar
se resfria e volta para o ambiente.
Ao absorver o calor do ar, o R-22 muda de estado dentro da serpentina e vira
gás, entrando depois em um compressor elétrico. Essa peça, que produz o barulho do
aparelho, comprime o R-22 até que, sob alta pressão, ele vire um gás quente, a 52° C.
Esse gás entra em outra serpentina, do lado de fora do aparelho, chamado
condensador. Mais quente que o ambiente externo, o R-22 se resfria um pouco. Com
isso, ele vira líquido de novo mesmo antes de chegar aos 7°C, pois está sob alta
pressão. Outro ventilador sopra o ar quente que sobrou para a rua.
O R-22 (em estado líquido por causa da alta pressão) entra em uma válvula de
expansão, espécie de orifício onde o líquido perde pressão rapidamente e se esfria até
7° C, transformando-se em estado líquido. A partir daí, o ciclo recomeça novamente.

SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR-CONDICIONADO


www.arbrisaclimatizadores.com.br/pages.php?pageid=3

Os Sistemas de condicionamento de ar possuem quatro componentes básicos:


• Compressor;
• Condensador;
• Evaporador;
• Motor ventilador.

Vantagens do equipamento:
• Longevidade dos eletrodomésticos é prolongada;
• Uma atmosfera mais confortável;
• Utilizados tanto no inverno como no verão.

• Desvantagens do equipamento:
• Resseca o ar causando irritação aos olhos;
• Recirculação do ar (não renovação do ar);
• Alto consumo de energia elétrica;
• Uso de gases prejudiciais à camada de ozônio e efeito estufa;
• Manutenção periódica;
• Interfere na arquitetura de interiores (espaços necessários); O mau
uso do ar-condicionado compromete a saúde.
O que os mais diversos modelos de ar-condicionado ainda não conseguiram
eliminar é um incômodo efeito colateral: o ressecamento do ar. "Em contato com o frio,
a umidade do ar se condensa em gotinhas dentro do aparelho, como acontece em uma
garrafa fechada e gelada”.

Instalações de Incêndio

O projeto de proteção contra incêndios deve nascer juntamente com o projeto de


arquitetura, levando em conta as distâncias para serem alcançadas as saídas, as
escadas (largura, dimensionamento dos degraus, controle de fumaça, corrimãos,
resistência ao fogo etc), a combustibilidade e a resistência ao fogo das estruturas e
materiais de acabamento, a vedação de aberturas entre pavimentos adjacentes, as
barreiras para evitar propagação de um compartimento a outro, o controle da carga
incêndio e a localização dos demais sistemas contra incêndios.
O primeiro passo a ser dado é a classificação das ocupações. Ele determina os
tipos de sistemas e equipamentos a serem executados na edificação; a partir daí devem
ser pesquisadas as Normas Técnicas Brasileiras Oficiais para complemento do referido
Decreto. É importante, também a consulta à Prefeitura Municipal, pois podem existir
exigências locais.

Sistema de iluminação de emergência - NBR 10898:


Iluminação que deve clarear áreas escuras de passagem, horizontais e verticais,
incluindo áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e
normais, na falta de iluminação normal. Este sistema deve:
• permitir o controle visual das áreas abandonadas;
• manter a segurança patrimonial;
• sinalizar as rotas de fuga;
• sinalizar o topo do prédio para aviação.
• Iluminação de ambiente ou aclaramento:
http://www.equipel.com.br

Iluminação com intensidade suficiente para garantir a saída segura de todas as


pessoas do local em caso de emergência.

Iluminação de balizamento ou de sinalização:

www.technomaster.com.br/ILUMINACAOEMERGENCIA/ILUMINACAO%20DE
%20EMERGEN CIA.html

Sinalização com símbolos e letras que indicam a rota de saída que pode ser
utilizada.
A função da “Iluminação de Emergência” é iluminar as áreas escuras de
passagens, horizontais e verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de
controle de restabelecimento de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação
normal. A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir
a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de fumo nas áreas.

Características do Sistema de Iluminação de Emergência:


• A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e
garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de fumo
nas áreas;
• A iluminação deve permitir o controle visual das áreas abandonadas
para localizar pessoas impedidas de locomover-se;
• Manter a segurança patrimonial para facilitar a localização de estranhos
nas áreas de segurança pelo pessoal da intervenção;
• Sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizáveis no momento do
abandono do local;
• O tempo de funcionamento do sistema de iluminação de emergência
deve garantir a segurança pessoal e patrimonial de todas as pessoas na área, até o
restabelecimento da iluminação normal, ou até que outras medidas de segurança
sejam tomadas;
• No caso do abandono total do edifício, o tempo da iluminação deve
incluir além do tempo previsto para a evacuação, o tempo que o pessoal da
intervenção e de segurança necessita para localizar pessoas perdidas ou para
terminar o resgate em caso de incêndio. Este tempo deve ser apoiado na
documentação de segurança do edifício e aprovado pelos órgãos competentes;
• Devem ser respeitadas as limitações da visão humana, tendo como
base as condições fisiológicas da visão diurna e noturna e o tempo de adaptação para
cada estado;

Obs.: A central de iluminação de emergência com baterias não pode ser utilizada
para alimentar quaisquer outros circuitos ou equipamentos. Esta exigência baseia-se no
cálculo de tempo limitado da autonomia da iluminação de emergência definida para
abandono do prédio e não para a autonomia definida para outros tipos de serviço.
A iluminação de emergência pode ser realizada com um sistema autônomo ou
por um sistema centralizado:
• Sistema autônomo: Cada bloco autônomo, ponto de luz e placa de
saída possuem as suas próprias baterias e os seus próprios carregadores de bateria.
Uma das vantagens é o lado prático deste sistema, pois basta fixar e ligar o
equipamento à rede elétrica. Uma desvantagem é o custo de manutenção destes
equipamentos, pois de cada dois a três anos é necessária à
substituição de todas as baterias. Essas possuem uma vida útil e
perdem o tempo de autonomia exigido pelas normas, o que geralmente corresponde a
50% do valor do equipamento novo mais a mão de obra.

• Sistema centralizado: Neste caso, a utilização de uma central de


iluminação de emergência e um banco de baterias que alimenta todos os aparelhos de
iluminação e placas de saídas. Cada circuito pode alimentar no máximo 20 aparelhos
de iluminação. Este sistema também exige um cuidado especial quanto ao cálculo de
autonomia e da fiabilidade para utilização e geralmente tem um custo um pouco mais
alto do que o sistema autônomo. A vantagem é que ao chegar ao fim da vida útil das
baterias, basta substituir as mesmas que ficam localizadas no banco de baterias
próxima da central.

Sistema de detecção e alarme de incêndio - NBR 9441

Um sistema de detecção e alarme de incêndio é um conjunto de elementos


planejadamente dispostos e adequadamente interligados para detectar
precocemente princípios de incêndio, fornecer sinalizações audiovisuais e comandar
dispositivos de segurança e/ou extinção.
Os parâmetros definidos na norma refletem os resultados de testes e ensaios
laboratoriais e de campo e visam garantir a detecção precoce de incêndio e a rápida
intervenção das forças de extinção.
Fatores que estimulam a instalação de detecção:
• Necessidade de proteger vidas, patrimônio e garantir a continuidade das
atividades;
• Exigência de seguradoras;
• Exigências dos bombeiros, Prefeituras, etc.

Definição:
• Fase de projeto – consultar segurança, seguradora, bombeiros, instaladores e
manutenção;
• Identificar as razões da proteção (vida, propriedade, etc.);
• Análise de risco nas áreas a proteger;
• Extensão da proteção (parcial ou total);
• Avaliar os recursos disponíveis (humanos, financeiros, etc.).

Principais normas:
• NBR 9441 - Execução de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio;
• NBR 11836 - Detectores Automáticos de Fumaça;
• NBR 13848 - Acionadores Manuais.

IMPLANTAÇÃO

O canteiro de obras deve conter as instalações necessárias de maneira


planejada e organizada, no sentido de ordenar a produção correta dos trabalhos
conforme definido no projeto de execução.
Sua definição segundo a NR-18 (Norma Regulamentadora) canteiro de obras é
a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e
execução de uma obra.
Essa norma tem a função de normatizar procedimentos e foi elaborada em
conjunto com construtoras, trabalhadores e governo, para estabelecer diretrizes e
exigências diversas, esse inter-relacionamento e fluxo de recursos visa evitar
desperdícios de materiais, mão de obra, tempo, defeitos e de equipamentos dadas a
sua relação direta com a produtividade e qualidade durante a execução da obra. Além
disso, deve ser de forma econômica com flexibilidade de modo a aperfeiçoar o espaço
disponível.
Na implantação de um canteiro de obras, busca-se em primeiro lugar evitar ao
máximo, o deslocamento das instalações durante a execução da obra, evitando gastos
de tempo e material para esta operação.
Em terrenos com pouca área, em geral nas áreas urbanas das cidades, deve-se
acondiconar as instalações do canteiro em local o mais protegido possível, sendo
necessária em outras fases da obra a mudança das instalações provisórias.
A organização do canteiro consiste, no uso racional do terreno não ocupado pela
edificação para instalação provisória do canteiro de obras, seguindo um planejamento
específico.
São fatores condicionantes do planejamento e organização do canteiro:
• O tipo, natureza e complexidade da obra;
• Topografia e condições ambientais;
• As características dos materiais empregados;
• Os processos e métodos construtivos empregados;
• Os tipos de equipamentos empregados;
• Os prazos de execução de cada etapa e da obra total;
• A quantificação e tipificação da mão de obra a ser utilizada em cada etapa.

A fase de implantação divide-se em três etapas:


• Inicial;
• Intermediária;
• Final.

A fase inicial compreende os serviços de:


• Demolições;
• Movimentos de terra;
• Obras de contenção;
• Obras de drenagem;
• Fundações.

A fase intermediária, caracterizada pelo grande volume de serviços,


compreende:
• Estrutura;
• Vedação;
• Cobertura;
• Instalações;
• Pavimentos.

A fase final, caracterizada pela diversidade de serviços, compreende:


• Revestimentos;
• Esquadrias;
• Acabamentos.
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

Esse levantamento é de suma importância, pois é a partir deste que teremos um


retrato do terreno onde a obra será executada.

Para informação daremos algumas definições:

Topografia:
• Deriva das palavras gregas topos e graphen;
• Significa: descrição exata e minuciosa de um lugar;
• Estudo de parte da superfície terrestre e sua representação gráfica.

Descrição minuciosa de uma localidade; topologia. - Arte de representar no papel


a configuração de uma porção do terreno com todos os acidentes e objetos que se
achem à sua superfície.
Levantamento topográfico: Conjunto de operações de medida de distâncias,
ângulos e alturas, necessárias à preparação de uma planta topográfica.

Os levantamentos topográficos podem ser determinados por três situações:


• Altimétrico: relevo, desníveis;
• Planimétrico: forma e dimensões planas;
• Planialtimétrico: forma e dimensões planas e relevo em um mesmo
levantamento.

No levantamento topográfico (plantas curvas de níveis e outros) constarão todos


os detalhes do terreno como angulações horizontais e verticais, sendo a partir desse
que serão tomadas as decisões a respeito de serviços de movimento de terra como
cortes, aterros e outros.
O levantamento topográfico deve retratar a conformação da superfície do
terreno, bem como as dimensões dos lotes, com a precisão necessária e suficiente
proporcionando dados confiáveis que, interpretados e manipulados corretamente,
podem contribuir no desenvolvimento do projeto arquitetônico e de implantação.
No caso de obras de grande porte geralmente se contrata uma empresa de
topografia ou um topógrafo para realização desses serviços, que por intermédio de
aparelhos modernos chamados de níveis, teodolitos ou estação total, todos os
levantamentos necessários para a execução da obra serão executados como os acima
mencionados.
No caso de pequenas obras, o levantamento é feito pelo próprio pessoal da obra
com auxílio de instrumentos como:
• Trena;
• Nível de mão;
• Nível de borracha (mangueira transparente);
• Lápis de carpinteiro;
• Prumo de centro;
• Prumo de face;
• Fio de nylon ou arame recozido.

GABARITO E LOCAÇÃO

A locação de uma obra consiste em marcar no solo a posição de cada um dos


elementos constitutivos da obra, reproduzindo em tamanho natural o que a planta
representa em escala reduzida.
A execução da locação deve ser feita com o maior rigor possível, utilizando
equipamentos e técnicas que garantam o perfeito controle das dimensões do edifício.
Deve-se dar preferência a equipamentos eletrônicos (teodolitos, níveis a laser) e
materiais de boa qualidade (tábuas, pontaletes, marcos, tintas), lembrando que a
locação é o ponto de partida da obra e que definirá todo o controle da edificação.
A locação de uma obra é iniciada pelos elementos da fundação (estacas,
tubulões, sapatas isoladas ou corridas, entre outros).
Depois de executadas, pode ser necessária a locação das estruturas
intermediárias (blocos e baldrames). Esses elementos são demarcados pelo eixo,
definindo-se posteriormente as faces, se necessário. Por exemplo, sapatas corridas,
baldrames e alvenarias.
A locação pode ser feita de duas maneiras possíveis: locação por cavaletes e
locação por tábuas corridas.
Locação por cavaletes
Este tipo de locação é indicado para obras de pequeno porte e com poucos
elementos a serem locados. Sua principal vantagem é a menor quantidade de material
(estacas e tábuas) utilizado.
Os cavaletes são constituídos por duas estacas cravadas no solo e travadas por
uma travessa nivelada pregada nas estacas. Os alinhamentos, neste caso, são
definidos por pregos cravados nos cavaletes colocados em lados opostos.
A grande desvantagem desse processo é a dificuldade de se perceber
desalinhamentos nos cavaletes, provocados pela circulação de máquinas e operários.

LOCAÇÃO POR CAVALETES

construfacilrj.com/locacao-da-obra/

Locação por tábuas corridas

A locação por tábuas corridas é indicada para obras de maior porte com muitos
elementos a serem locados. Consiste em contornar a futura edificação com um cavalete
contínuo constituído de estacas e tábuas niveladas, e em esquadro.
Definem-se as linhas do gabarito cravando-se pontaletes de pinho distanciados
entre si de 1,50 m e afastados das futuras paredes 1,20 m ou mais.
São estes pontaletes que dão rigidez ao cercado e devem ser fincados já
nivelados e alinhados. Em seguida, pregam-se as tábuas sucessivas, niveladas,
formando uma cinta em volta da área a ser construída.

LOCAÇÃO POR TÁBUAS CORRIDAS

construfacilrj.com/locacao-da-obra/

ESQUADRO DA TABEIRA

www.flickr.com/photos/tecdaconstrucao/3793296535/
Antes de iniciar a locação da obra, o terreno deve estar limpo e de preferência,
na cota de arrasamento das fundações.
A locação é então iniciada a partir de um ponto conhecido e previamente
definido. Pode-se ter como referência os seguintes pontos:
• O alinhamento da rua;
• Um poste no alinhamento do passeio;
• Um ponto deixado pelo topógrafo;
• Uma lateral do terreno.

Sequência de locação da obra (BORGES, 1996):

a) Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento, marcando os


limites do terreno;
b) Marcar uma das faces (pode ser a frontal) do gabarito a 1,2 metros da futura
construção (1,2 a 1,5 m), considerando como a obra vai ficar no terreno (recuo - o
alinhamento frontal recuado em 5 metros), a partir do alinhamento predial;
c) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3" ou 3"x4")
espaçados de 1,5 a 3,0 metros e alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar
uma linha de nylon). Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser
nivelados (nível de mangueira), cortados no topo a uma altura de 40 a 50 cm do solo
(até 1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1"x6"
(pode ser 1"x4") devidamente niveladas;
d) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito,
usando triângulos retângulos (gabaritos), para garantir a ortogonalidade do conjunto
(esquadro), conferindo sempre até travar todo o conjunto com mãosfrancesas e
contraventamento, se necessário;
e) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex);
f) Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de
locação, faz-se a marcação no topo da tábua interna colocando pregos em alturas
diferentes para identificar eixos, faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha
de pilares com tinta esmalte vermelha;
g) Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e
efetuar a conferência (mestre ou engenheiro). Um bom método de conferência é o
inverso, ou seja, voltar do último ponto marcado, fazendo o caminho inverso da
locação;
h) Com duas linhas de nylon n.80 (preferência arame de aço recozido n.18)
esticadas a partir das marcações do gabarito e no cruzamento das linhas transferirem
as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que venha a ser executado) para o
terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar o ponto exato da estaca (centro),
cravando um piquete (pintado de branco);
i) No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas,
máquinas e caminhões) deve-se proceder à cravação com um rebaixo em relação ao
terreno e marcar o local do piquete com cal ou areia, remarcar sempre que ocorrer
dúvida em relação à locação do piquete;
j) No caso da necessidade de se traçar uma curva de pequeno raio, acha-se o
centro desta a partir do cálculo do raio da curva (que pode ser feito previamente no
escritório), e, com o auxílio de um arame ou linha, traça-se a curva no terreno (como
se fosse um compasso).

TRAÇADO DE CURVA DE PEQUENO RAIO

FONTE: (BORGES, 1996).

k) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento


e deslocamentos que possam colocar em risco a exatidão do controle geométrico da
obra. Alertar para que não utilizem o gabarito como andaime, apoio para materiais,
passarelas etc.
INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS

Instalações provisórias: áreas de vivência e de apoio


De acordo com a definição da NR-18, as áreas de vivência (refeitório, vestiário,
área de lazer, alojamentos e banheiros) são áreas destinadas a suprir as necessidades
básicas humanas de alimentação, higiene, descanso, lazer e convivência, devendo ficar
fisicamente separadas das áreas laborais.
Essa norma também exige, tendo em vista as condições de higiene e
salubridade, que estas áreas não sejam localizadas em subsolos ou porões de
edificações.
Já as áreas de apoio (almoxarifado, escritório, guarita ou portaria e plantão de
vendas) compreendem aquelas instalações que desempenham funções de apoio à
produção, abrigando funcionário(s) durante a maior parte ou durante todo o período da
jornada diária de trabalho, ao contrário do que ocorre nas áreas de vivência, as quais
só são ocupadas em horários específicos.

Dimensionamento das instalações


São citadas a seguir algumas dimensões usualmente adotadas no
dimensionamento das instalações de movimentação e armazenamento de materiais:

(a) elevador de carga: as dimensões em planta de 1,80 m x 2,30 m são as mais


usuais para torres metálicas de elevadores de carga;

(b) distância entre roldana e tambor do guincho: esta distância deve estar
compreendida entre 2,5 m e 3,0 m (NR-18), devendo ser considerada para estimar a
posição do guincheiro;

(c) baias de agregados: as baias devem ter largura igual ou pouco maior que a
largura da caçamba do caminhão que descarrega o material, enquanto as outras
dimensões (altura e comprimento) devem ser suficientes para a estocagem do volume
correspondente a uma carga. No caso da areia e brita, por exemplo, as dimensões
usuais são aproximadamente:
3,00 m x 3,00 m x 0,80 m (altura);

(d) estoques de cimento: a área necessária para estocagem deve ser estimada
com base no orçamento e na programação da obra. As seguintes dimensões devem
ser consideradas neste cálculo:
- dimensões do saco de cimento: 0,70 m x 0,45 m x 0,11 m (altura);
- altura máxima da pilha: 10 sacos. No caso de armazenagem inferior a 15 dias a
NBR 12655 permite pilhas de até 15 sacos;

(e) estoque de blocos: a área necessária deve ser estimada com base no
orçamento e na programação da obra. O estoque deve utilizar o espaço cúbico,
limitando, por questões de ergonomia e segurança do operário, a altura máxima da
pilha em aproximadamente 1,40 m;

(f) caçamba tele-entulho: dimensões usuais em planta de caçambas tele entulho


são de 1,60 m x 2,65 m;

(g) bancada de fôrmas: a bancada deve possuir dimensões em planta que sejam
pouco superiores às da maior viga ou pilar a ser executado;

(h) portão de veículos: o portão deve ter largura e altura que permitam a passagem
do maior veículo que entrará por ele na obra, no decorrer de todo o período de
execução. Usualmente a largura de 4,00 m e a altura livre de 4,50 m é suficiente;

(i) caminhões de transporte de madeira: para verificar se estes caminhões podem


entrar no canteiro e acessar as baias deve-se conhecer o seu raio de curvatura e suas
dimensões. Dimensões usuais são as seguintes:
- raio de curvatura: 5,00 m;
- largura e comprimento do veículo: 2,70 m x 10,00 m.

(j) caminhões betoneiras: dimensões usuais desses caminhões são as


seguintes:
- raio de curvatura: 5,00 m;
- largura e comprimento do veículo: 2,70 m x 8,00 m.

Áreas de vivência

Instalações Sanitárias

As instalações sanitárias devem:


• Ter portas de acesso de modo a manter o resguardo conveniente;
• Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150,0 m do
posto de trabalho.
Ser constituídas de:
Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada grupo
de 20 trabalhadores.
• Um chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores.
• Dimensões recomendadas:
• Vaso sanitário: 1,0 m2
• Chuveiro: 0,80 m2
• Lavatório, espaçamento: 0,60 m2
• Mictório, espaçamento: 0,60 m2

Vestiário
Todo canteiro de obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos
trabalhadores que não residam no local.
Os vestiários devem:
• Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado;
• Ter bancos, com largura mínima de 0,30 m.

Refeitório
É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:
• Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no
horário das refeições;
• Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.
Para qualquer número de trabalhadores, mesmo que não haja cozinha no
canteiro, deve haver local exclusivo para aquecimento das refeições.

Áreas de apoio

Escritórios e depósitos de materiais.


O escritório é uma construção, destinada aos elementos de adiministração da
obra:
• Engenharia (gerentes e engenheiros);
• Estagiários e técnicos;
• Mestre de obras;
• Encarregados;
• Técnico de segurança do trabalho.

O depósito de materiais deve ficar próximo dos acessos da obra e ser localizado
de modo a permitir fácil distribuição dos materiais pelo canteiro.
Os depósitos são locais destinados à estocagem de materiais volumosos ou de
uso corrente, podendo ser a céu aberto ou cercado, para possibilitar o controle.

Medidas aproximadas dos elementos do canteiro de obras:

Depósito de materiais: 7,00 x 3,00 = 21,00 m2


Depósito de cimento: 7,00 x 1,50 = 10,50 m2
Guarita: 1,00 x 1,50 = 1,5,0 m2
Banheiro: 8,00 x 2,50 = 16,0 m2
Escritório: 6,50 x 2,00 = 13,0 m2
Refeitório: 10,00 x 2,50 = 25,00 m2

FUNDAÇÕES

Definição
Conjunto de elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno as cargas
da edificação.

Função
As fundações devem ter resistência adequada para suportar as tensões
causadas pelos esforços solicitantes.

A escolha da fundação mais adequada depende:


Esforços atuantes sobre a edificação;
Característica do solo (por meio de sondagens) e dos elementos estruturais que
formam as fundações;
• Porte da obra (solicitações);
• Processo construtivo;
• Construções vizinhas;
• Complexidade e custos.

Classificação
• Fundações diretas
As cargas da edificação são transmitidas ao solo pela base da fundação.
Podem ser rasas ou profundas.

• Fundações indiretas
As cargas da edificação são transferidas ao solo pelo atrito que ocorre entre a
fundação e o solo. São sempre profundas.

Sapatas

Elementos de fundação superficial (rasas) diretas de concreto armado. Pode ter


espessura constante ou variável e a forma de sua base pode ser quadrada, retangular,
circular ou trapezoidal dimensionada, de modo que as tensões de tração sejam
resistidas pela armadura.
EXEMPLO DE SAPATA

www.sitengenharia.com.br/softwaresapata.html

Sapata Isolada
Recebe as cargas de apenas um pilar. É uma solução preferencial por ser, em
geral, mais econômica em razão de consumir menos concreto. As sapatas podem ter
vários formatos, mas o mais comum é o cônico retangular, pois consome menos
concreto e exige trabalho mais simples com a fôrma. No caso de pilares de formato não
retangular, a sapata deve ter seu centro de gravidade coincidindo com o centro de
cargas.

EXEMPLOS DE SAPATAS ISOLADAS

construironline.dashofer.pt/?s=modulos&v=capitulo&c=397

Sapata Corrida
A sapata corrida é normalmente utilizada como apoio direto de paredes, muros
e pilares alinhados, próximos entre si. A transferência de carga é feita linearmente.

EXEMPLOS DE SAPATAS CORRIDAS

construironline.dashofer.pt/?s=modulos&v=capitulo&c=397>.

Sapatas alavancadas
Caso o projeto preveja uma sapata em divisa de terreno ou com algum obstáculo,
a peça não consegue ter o centro de gravidade e o centro de cargas coincidentes. Para
compensar a excentricidade das cargas, é necessário transferir parte dos esforços para
uma sapata próxima por meio de uma viga alavancada.

EXEMPLO DE SAPATA ALAVANCADA

construcaociviltips.blogspot.pt/2012_02_01_archive.html
Estacas

As estacas são fundações profundas utilizadas para transmitir as cargas


atuantes na superfície a certa profundidade do solo.
São fundações executadas com auxílio de ferramentas ou equipamentos, a
execução pode ser realizada por cravação, prensagem, vibração ou por escavação.

COMPARATIVO DE ESTACA MOLDADA IN-LOCO E ESTACA PRÉ-MOLDADA

www.uepg.br/denge/aulas/fundacao/fig10.htm

Entre os principais tipos de estaca as estacas pré-moldadas caracterizam-se


por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os seguintes métodos:
• Percussão: é o método de cravação mais empregado, o qual se utiliza
pilões de queda livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes
desse sistema é o barulho produzido.
• Prensagem: empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e
vibrações, utiliza macacos hidráulicos que reagem contra uma
plataforma com sobrecarga ou contra a própria estrutura.
• Vibração: sistema que emprega um martelo dotado de garras (para fixar
a estaca), com massas excêntricas que giram com alta rotação,
produzindo uma vibração de alta frequência à estaca. Pode ser
empregada tanto para cravação como para remoção
de estacas, tendo o inconveniente de transmitir vibrações para os
arredores. Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as
estacas de concreto e metálicas as mais usuais.

Estacas de Concreto
As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos
geométricos. A capacidade de carga é bastante abrangente, podendo ser simplesmente
armadas, protendidas, produzidas por vibração ou centrifugação.

Estacas Metálicas
São constituídas de perfis laminados ou soldados e de tubos de chapa drobrada
nas seções circular, quadrada ou retangular, também na forma de trilhos. A cravação
pode ser feita com bate-estacas e as emendas, quando necessárias, são feitas com
talas aparafusadas ou soldadas.

Estacas de Madeira
As estacas de madeira somente devem ser usadas quando for garantida a
durabilidade da madeira a fim de que ela não apodreça por causa das variações do
lençol freático. A madeira deve ser tratada para evitar ataque de fungos. Se as estacas
forem cravadas em terrenos firmes, as pontas devem ser protegidas com ponteiras de
aço.

Estacas moldadas in loco com tubo de revestimento


• Tipo Franki
Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de
revestimento com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade devido
à presença de água do subsolo. Para a cravação da estaca, lança-se areia e brita no
interior do tubo, materiais esses que são compactados por meio de golpes de um pilão.
Realizada a cravação, executa-se o alargamento da base, a armação e, finalmente, a
concretagem.

• Tipo Strauss
Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de uma
camisa metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas. O equipamento
utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a locomoção dentro da obra e
possibilitando a montagem do equipamento em terrenos de pequenas dimensões.
A perfuração é feita por meio da queda livre da piteira com a utilização de água.
O furo geralmente é revestido. Atingida a profundidade de projeto, o furo é limpo e
concretado. Durante a concretagem, o apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa
do revestimento devem ser observados, para que não haja interrupção do fuste.

ESQUEMA COMPARATIVO DE ESTACAS

arquitectandoufpb.blogspot.pt/2012/06/fase-da-obra-fundacoes.html

Estacas moldadas in loco escavadas mecanicamente

• Tipo Hélice Contínua


Estaca de concreto moldada in loco, executada por meio de um equipamento
que possui um trado helicoidal contínuo, que retira o solo conforme
se realiza a escavação, e injeta o concreto simultaneamente, utilizando a haste central
desse mesmo trado. É um sistema que proporciona uma boa produtividade e, por esse
motivo, é recomendável que haja uma central de concreto nas proximidades do local de
trabalho. Além disso, as áreas de trabalho devem ser planas e de fácil movimentação.
O sistema pode ser empregado na maioria dos tipos de solos, exceto em locais onde há
a presença de matacões e rochas. Estacas curtas demais, ou que atravessam materiais
extremamente moles também deve ter sua utilização analisada cuidadosamente.

ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

www.solotecgeo.com.br/iframe/servicos/fundacoes/estacas_helice_continuas.ht
m

• Estaca Raiz
Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotação ou
rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido. É
recomendado para obras com dificuldade de acesso para o equipamento de cravação,
pois emprega equipamento com pequenas dimensões (altura de aproximadamente 2m).
Pode atravessar terrenos de qualquer natureza, sendo indicado também quando o solo
possui matacões e rocha, por exemplo. Pode ser executada de forma inclinada,
resistindo a esforços horizontais.

www.vtn.com.br/pre-moldados-e-fundacoes/fundacao-eestaca/index.php

Radier

É um elemento de fundação superficial que distribui as cargas do edifício no solo,


reunindo todos os pontos de transmissão em um único elemento estrutural.
O radier é um tipo de fundação rasa que funciona como uma laje contínua de
concreto armado em toda a área da construção e transmite as cargas da estrutura da
casa (pilares ou paredes) para o terreno (BORGES, 1996).

FUNDAÇÃO TIPO RADIER


www.metalica.com.br/fundacao-radier

Para entender como funciona um radier imagine pisar em um terreno de barro,


muito mole, totalmente encharcado depois de uma chuva; seu pé com certeza vai
afundar. Agora coloque sobre esse terreno uma chapa de madeira e pise sobre ela. A
chapa distribui os esforços provenientes do seu peso, impedindo-o de afundar. Dessa
forma funciona o radier.
A construção do radier consiste no emprego de uma laje contínua em toda a área
da construção distribuindo uniformemente toda a carga no terreno.
A laje deve ser feita usando um concreto com armadura de aço nas duas
direções tanto na parte superior como na inferior (armadura dupla).

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