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1. INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO

1.1 História do Desenho

Quando uma pessoa quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus pensamentos para o
papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo os pensamentos de quem
a escreveu.
Quando alguém desenha, acontece o mesmo: passa seus pensamentos e suas ideias para o papel na
forma de desenho.
Desde épocas muito antigas, os primitivos desenhavam nas paredes das cavernas suas ideias e
visões, era uma forma muito importante de comunicação.
E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para a compreensão da história, porque,
por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles,
seus hábitos e até suas idéias.
As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo, à medida que o homem foi
desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura.
Veja algumas formas de representação da figura humana, criadas em diferentes épocas históricas.
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1.1.1 Desenho Técnico

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais de uma mesma área,
como, por exemplo: na área da mecânica, da arquitetura, ou da área elétrica. Para conseguir isso, o
desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos
os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, sendo assim compreendidos por todos
os profissionais da área em questão. Observe alguns exemplos abaixo.

Os desenhos técnico de arquitetura são feitos por meio de traços, símbolos, números e indicações
escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a
ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. O desenho técnico mecânico chega pronto às mãos
do profissional que vai executar a peça, esse profissional deve ler e interpretar o desenho técnico para
que possa executar o produto. Quando o profissional consegue ler e interpretar corretamente o
desenho técnico, ele é capaz de imaginar exatamente como será a peça, antes mesmo de executá-la.
Para tanto, é necessário conhecer as normas técnicas em que o desenho se baseia e os princípios de
representação da geometria descritiva (projeção ortogonal).

1.1.2 Como é elaborado um “Desenho Técnico”

Na maioria das vezes, a elaboração do desenho técnico envolve o trabalho de vários profissionais.
O profissional que planeja a peça que elabora o anteprojeto é o engenheiro ou o projetista. Primeiro ele
imagina como a peça deve ser. Depois representa suas idéias por meio de um esboço (Croqui), isto é,
um desenho técnico à mão livre. O esboço serve de base para a elaboração do desenho preliminar. O
desenho preliminar corresponde a uma etapa intermediária do processo de elaboração do projeto, que
ainda pode sofrer alterações. Depois de aprovado, o desenho que corresponde à solução final do
projeto será executado pelo desenhista técnico. O “desenho técnico definitivo”, também chamado de
desenho para execução, contém todos os elementos necessários para sua compreensão e execução,
que tanto pode ser feito na prancheta como no computador, deve atender rigorosamente a todas as
normas técnicas pertinentes a sua área de trabalho.

1.1.3 Elaboração de Desenho Técnico “Computação Gráfica”

A execução de desenhos técnicos no computador em geral exige a operação de programas gráficos do


tipo CAD que normalmente demandam um hardware de alta capacidade de processamento, e
memória. Atualmente, o principal Software e líder absoluto no segmento de softwares usados para criar
desenhos e projetos, é o AutoCAD, Um software produzido pela empresa americana Autodesk. O
formato em que nativamente grava seus arquivos, é na extensão dwg, é considerado o padrão "de
facto" no mercado da construção civil para troca de informações de projeto. Existem, no entanto,
diversos outros softwares de CAD para arquitetura. Hoje em dia a maioria deles conseguem
reconhecer a extensão .dwg, principalmente se for aplicativos do mesmo desenvolvedor. Além do
AutoCAD, também existem softwares designados especificamente para o trabalho de projeto
arquitetônico, como o ArchiCAD, o ArchiStation, o Autodesk Architectural Desktop, o Revit, Sketchup
entre outros, com os quais é possível visualizar o modelo arquitetônico em suas várias etapas de
projeto, mais do que meramente representá-lo na forma de desenho técnico.
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1.2 Normas ABNT para “Desenho Técnico”

1.2.1 NBR 08196 NB 806: Desenho Técnico–Emprego de escalas. Rio de Janeiro,1999.

Esta Norma fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas designações em desenhos
técnicos.
A designação completa de uma escala deve consistir na palavra ESCALA ou a abreviatura ESC,
seguida da indicação da relação:

a) ESCALA 1:1, para escala natural, dimensão do objeto representado e igual a dimensão real, 1:1;
b) ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1), quando a dimensão do objeto no desenho e maior
que sua dimensão real, X:1, Ex.: 2:1, 5:1, 10:1;
c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1), quando a dimensão do objeto representado no papel e
menor que sua dimensão real, Ex.: 1:2, 1:5, 1:10.

A escala deve ser indicada na legenda da folha de desenho.


Quando for necessário o uso de mais de uma escala na folha de desenho, além da escala geral, estas
devem estar indicadas junto a identificação do detalhe ou vista a que se referem; na legenda, deve
constar a escala geral. A escolha da escala e feita em função da complexidade e da finalidade do
objeto a ser representado. Devendo permitir uma interpretação fácil e clara da informação
representada. A escala e o tamanho do objeto ou elemento em questão são parâmetros para a escolha
do formato da folha de desenho.

ESCALAS PADRONIZADAS PARA DESENHO TÉCNICO


REDUÇÃO NATURAL AMPLIAÇÃO
1:2 1:1 2:1
1:5 5:1
1:10 10:1
1:20 20:1
1:100 100:1
1:200 200:1
1:500 500:1
1:1000 1000:1

1.2.2 NBR 8402: Execução de caracteres de escrita em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1994.

Normaliza as condições para a escrita (textos) usada em Desenhos Técnicos e documentos


semelhantes. Visa a uniformidade, a legibilidade e a adequação à microfilmagem e a outros processos
de reprodução. A maneira de segurar o lápis ou lapiseira é o primeiro requisito para o traçado das
letras. A pressão deve ser firme, mas não deve criar sulcos no papel. Segundo Silva (1987) a distância
da ponta do lápis até os dedos, deve ser 1/3 do comprimento do lápis, aproximadamente. As sugestões
para traçado de linhas são: horizontais e oblíquas: da esquerda para a direita; e verticais: de cima para
baixo. Na execução das letras e algarismos podem ser usadas pautas traçadas levemente, com lápis
“H” bem apontado ou lapiseira 0,3mm com grafite “H”. Estas pautas são constituídas de três linhas,
sendo uma para a base da letra, outra para a parte superior das maiúsculas e a última par a parte
superior das minúsculas.
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1.2.3 NBR 8403: Aplicação de linhas em Desenhos–Tipos de linhas. Rio de Janeiro,1984.

Todos os elementos que aparecem no desenho técnico tais como: Linhas, símbolos, números e
indicações escritas - são normalizados.
E a ABNT, por meio da norma NBR 8403, determina quais tipos de linhas devem ser usadas em
desenhos técnicos, definindo sua largura e demais características.
Cada tipo de linha tem uma função e um significado.

Formato Linhas Função

Lados invisíveis.
Tracejada Larga

Planos de corte (extremidade e


Traço e ponto Larga mudanças de plano).

Eixos, planos de corte.


Traço e ponto Estreita

Peças adjacentes.
Traço e dois pontos Estreita
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Formato Linhas Função

Hachuras, cotas.
Contínua Estreita

Contínua a mão livre Estreita Linha de ruptura.

Arestas e contornos visíveis de


Contínua Larga caracteres, peças. Indicação de
corte ou vista.

Utilizada por máquinas para


Contínua Estreita Ziguezague confecção dos desenhos.

1.2.4 NBR 10067: Princípios gerais em Desenho Técnico. Rio de Janeiro,1995

Esta norma determina a maneira de como fazer a representação em desenho técnico. Tendo como
documentos complementares:
NBR 8402 - Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos \2013 Procedimento;
NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenho técnico \2013 Procedimento;
NBR 12298 - Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico \2013
Procedimento.
Ela apresenta os métodos de projeção ortográfica, determinação da cor de representação, como fazer
a denominação das vistas de um desenho, posição relativa das vistas, escolha das vistas,
determinação do número de vistas, vistas especiais (vista fora de posição, vista auxiliar, elementos
representativos, detalhes ampliados, linhas de interseção, representação convencional de
extremidades de eixos com seção quadrada e furos quadrados ou retangulares, vistas de peças
simétricas, partes adjacentes, contorno desenvolvido, vistas de peças encurtadas, hachuras ) cortes e
seções.

Métodos de projeção ortográfica

Os métodos de projeção ortográfica se dividem em dois tipos: em 1º diedro, e em 3º diedro. No Brasil


trabalhamos no 1° Diedro, na maioria das vezes só Estados Unidos e Inglaterra trabalham no 3°
Diedro. O desenho técnico deve ser representado na cor preta. Caso seja necessário o uso de outras
cores para facilitar o esclarecimento do desenho as mesmas devem ter seu significado descrito na
legenda.

Denominação das vistas de um desenho técnico;


Vista frontal (VF); Vista superior (VS); Vista lateral esquerda (VLE); Vista lateral direita (VLD);
Vista inferior (VI); Vista posterior (VP).

1.2.5 NBR 10068/87: Folha de Desenho – leiaute e dimensões. Rio de Janeiro, 1987.

A norma da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.


NBR 10068/87: Folha de desenho – Leiaute e Dimensões. Rio de Janeiro, 1987, informa que as
dimensões em milímetros de formatos para a apresentação de desenhos técnicos impressos e
copiados são:
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1.2.6 NBR 10126: Cotagem em Desenho Técnico .Rio de Janeiro,1987

A NBR 10126 (ABNT, 1987 - Versão Corrigida: 1998) tem como objetivo fixar os princípios gerais de
cotagem, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida.

As recomendações na aplicação de cotas são:

 Cotagem completa para descrever de forma clara e concisa o objeto;


 Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade para todas as cotas sem o emprego do
símbolo;
 Evitar a duplicação de cotas, cotar o estritamente necessário;
 Sempre que possível evitar o cruzamento de linhas auxiliares com linhas de cotas e com linhas
do desenho;
 A cotagem deve se dar na vista ou corte que represente mais claramente o elemento.

Componentes de uma cota (Sistema de Cotagem).

 Linha de cota;
 Linha auxiliar;
 Limite da linha de cota (seta ou traço oblíquo);
 Valor numérico da cota.
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1.2.7 NBR 13142/99: Dobramento e cópia. Rio de Janeiro, 1999.

A norma da ABNT (NBR 13142 – DOBRAMENTO DE CÓPIA) recomenda procedimentos para facilitar
que as cópias técnicas sejam dobradas de forma que fiquem com dimensões, após dobradas, similares
as dimensões de folhas tamanho A4(210,297). Esta padronização facilita para arquivamento e
armazenamento das impressões e cópias.
Segue abaixo exemplos de dobramento das folhas A0,AI,A2 e A3.
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Normas de Arquitetura e Urbanismo

Normas técnicas estabelecem parâmetros de qualidade, segurança e normalidade que todos os


arquitetos e urbanistas devem conhecer.
No campo da construção civil, vários agentes do mercado exigem o seguimento destas regras como
padrão de qualidade e segurança. E dentre as centenas de normas técnicas já editadas
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as listadas abaixo estão entre as
consideradas fundamentais para o trabalho dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo.

1.2.8 NBR 16.280:2015 – Reforma em Edificações

A “norma das reformas” é uma das mais recentes do grupo e trata dos requisitos para a elaboração de
plano de reforma, considerando alterações em áreas privativas das edificações.
Essa norma ganhou visibilidade nos últimos aos devido aos episódios recentes de desabamentos,
muitas vezes provocados por intervenções desastradas que levaram à colapsos nas estruturas das
edificações.
A norma exige que intervenções como troca de piso, revestimentos, troca de esquadrias ou fachada-
cortina, instalações elétricas, de gás ou de ar-condicionado, e que alterem o projeto original da
estrutura, tenham o aval de um arquiteto ou engenheiro.

1.2.9 NBR 9050: 2015 – Acessibilidade

Edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos devem ser acessíveis a todos –


independentemente de sua condição física—e esta norma técnica ajuda a concretizar esta diretriz.
Ao estabelecer exigências para altura de interruptores, dimensões das áreas de transferências e
sinalizações táteis (entre muitas outras), a norma leva em conta diversas condições de mobilidade, com
ou sem ajuda de aparelhos — como próteses, cadeiras de rodas, bengalas, aparelhos auditivos e
quaisquer outros que complementem necessidades individuais.
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1.2.10 NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho

Trata da qualidade da produção habitacional, e estabelece os requisitos para os sistemas de pisos,


sistemas de vedações verticais internas e externas, sistemas de coberturas, e sistemas
hidrossanitários.
A norma dita exigências em termos de segurança, sustentabilidade e habitabilidade (desempenho
térmico e acústico, desempenho lumínico, funcionalidade e acessibilidade entre outros).

1.2.11 NBR 13532:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura

Esta norma aborda a confecção dos projetos arquitetônicos, mas regulando as condições exigidas para
a construção de edificações, tanto em construção e ampliação, quanto em modificação, recuperação
etc.
Descrevendo as etapas do projeto arquitetônico (levantamento de dados, estudo de viabilidade, estudo
preliminar da Arquitetura entre outros), a norma detalha quais as informações de referência devem
constar do projeto.
Identificação; descrição; condições climáticas, de localização e de utilização; exigências e
características relativas ao desempenho no uso e aplicações do produto ou objeto estão entre as
informações que devem ser registradas no projeto, conforme esta norma.

1.2.12 NBR 6492:1994 – Representação de projetos de Arquitetura

Esta norma também trata de projeto arquitetônico, mas se concentra sobre os elementos gráficos do
trabalho.
O tipo e o formato do papel, as escalas do desenho arquitetônico, os tipos das letras e dos números, os
tipos de linhas, as formas de indicação de fachadas e elevações estão entre os parâmetros técnicos
definidos pela norma.
Tanto a NBR 6492 quanto a NBR 13532 estão em processo de revisão técnica pelos comitês da ABNT.

1.3 Projeção Ortogonal

Utilizando projeções ortogonais, que foi idealizada por Gaspar Monge no século XVIII. Este sistema de
representação é denominado Geometria Descritiva. Considerando os planos vertical e horizontal
prolongados além de suas interseções. Ele representa objetos tridimensionais por meio de desenhos
bidimensionais,
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Utilizando os princípios da Geometria Descritiva, pode-se, mediante figuras planas, representar formas
espaciais utilizando os rebatimentos de qualquer um dos quatro diedros. Entretanto, para viabilizar o
desenvolvimento industrial e facilitar o exercício da engenharia, foi necessário normalizar uma
linguagem que, a nível internacional, simplifica-se o intercâmbio de informações tecnológicas. Assim, a
partir dos princípios da Geometria Descritiva, as normas de Desenho Técnico fixaram a utilização das
projeções ortogonais somente pelos 1º e 3º diedros, criando pelas normas internacionais dois sistemas
para representação de peças:
• Sistema de projeções ortogonais pelo 1º diedro.
• Sistema de projeções ortogonais pelo 3º diedro.
O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada país. Por exemplo, nos
Estados Unidos da América (USA) e Inglaterra é mais difundido o uso do 3º diedro; nos países
europeus é mais difundido o uso do 1º diedro. No Brasil é mais utilizado o 1º diedro, porém, nas
indústrias oriundas dos USA, da Inglaterra e do Japão, poderão aparecer desenhos representados no
3º diedro. Como as normas internacionais convencionaram, para o desenho técnico, o uso dos 1º e 3º
diedros é importante a familiarização com os dois sistemas de representação. A interpretação errônea
de um desenho técnico poderá causar grandes prejuízos.

1.3.1 Projeções Ortogonais pelo 1º Diedro

As projeções feitas em qualquer plano do 1º diedro seguem um princípio básico que determina que o
objeto a ser representado deverá estar entre o observador e o plano de projeção,
A partir daí, considerando o objeto imóvel no espaço, o observador pode vê-lo por seis direções
diferentes, obtendo seis vistas da peça. Ou seja, aplicando o princípio básico em seis planos
circundando a peça, obtemos, de acordo com as normas internacionais, as vistas principais no 1º
diedro.
Para serem denominadas vistas principais, as projeções têm de ser obtidas em planos perpendiculares
entre si e paralelos dois a dois, formando uma caixa.
A Figura abaixo mostra a peça circundada pelos seis planos principais, que posteriormente são
rebatidos de modo a se transformarem em um único plano. Cada face é rebatida a 90º em relação à
outra.
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

A projeção que aparece no plano 1(Plano vertical de origem do 1º diedro) é sempre chamada de vista
de frente , que e a principal vista do desenho técnico.
Em relação à posição da vista de frente, aplicando o princípio básico do 1º diedro, nos outros planos de
projeção resultam nas seguintes vistas:
• Plano 1 – Vista de Frente ou Vista frontal – mostra a projeção frontal do objeto.
• Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto visto por cima.
• Plano 3 – Vista Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado direito.
• Plano 4 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.
• Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
• Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.

A padronização dos sentidos de rebatimentos ou tombamento dos planos de projeção garante que no
1º diedro as vistas sempre terão as mesmas posições relativas. Ou seja, os rebatimentos normalizados
para o 1º diedro mantêm, em relação à vista de frente, as seguintes posições:
• a vista de cima fica em baixo;
• a vista de baixo fica em cima;
• a vista da esquerda fica à direita;
• a vista da direita fica à esquerda.

A Figura abaixo mostra o tombamento do objeto desenho final das seis vistas, em suas posições
dentro do desenho técnico.
Observe que não são colocados os nomes das vistas, bem como não aparecem as linhas de limite dos
planos de projeções.
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É importante olhar para o desenho sabendo que as vistas, apesar de serem desenhos bidimensionais,
representam o mesmo objeto visto por diversas posições.Com a consciência de que em cada vista
existe uma terceira dimensão escondida pela projeção ortogonal; partindo da posição definida pela
vista de frente e sabendo a disposição final convencionada para as outras vistas, é possível entender
os tombos (rebatimentos) efetuados no objeto. Outra consequência da forma normalizada para
obtenção das vistas principais do 1º diedro é que as vistas são alinhadas horizontalmente e
verticalmente (Conforme figura abaixo). Verticalmente relacionam se as dimensões de comprimento,
horizontalmente relacionam-se as dimensões de altura e os arcos transferem as dimensões de largura.

1.4 Dimensionamento

Embora não existam regras fixas de cotagem, a escolha da maneira de dispor as cotas no desenho
técnico depende de alguns critérios. Os profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos
devem levar em consideração vários fatores, Como por exemplo: forma da peça; forma e localização
dos seus elementos; tecnologia da fabricação; função que esta peça irá desempenhar e a precisão
requerida na execução e no produto final. A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a
realização de cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça. Ao cotar um
desenho técnico se ponha no lugar da pessoa que ira interpretar este desenho e posteriormente
executa-lo.

1.4.1 Cotagem em cadeia

Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes com diâmetros diferentes. Este
sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível acúmulo de erros na execução da peça
não comprometer a sua funcionalidade. Em outras palavras, quando a exigência de precisão na
execução de cada parte da peça é muito grande, este sistema de cotagem não deve ser adotado.
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1.4.2 Cotagem por elemento de referência

Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir de uma parte da peça ou do
desenho tomado como referência. Este elemento de referência tanto pode ser uma face da peça como
também uma linha básica, isto é, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de
cotagem deve ser escolhido sempre que é necessário evitar o acúmulo de erros construtivos na
execução da peça.
Cotagem por face de referência

1.4.3 Cotagem por linha básica

Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de linhas.
Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos ou qualquer outra linha que
facilite a interpretação dos procedimentos construtivos da peça.
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1.4.4 Formas de cotagem a partir de elementos de referência

Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as cotas podem ser indicadas de duas
maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva.
Cotagem em paralelo

1.4.5 Cotagem por Coordenadas

Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no desenho, elas são indicadas
numa tabela, próxima ao desenho.
Os elementos da peça são identificados por números. A interpretação das cotas relacionadas a estes
números, na tabela, permite deduzir a localização, o tamanho e a forma dos elementos.
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1.5 Escala

Antes de representar objetos, modelos, peças, etc. deve-se estudar o seu tamanho real. Tamanho real
é a grandeza que as coisas têm na realidade.
Existem coisas que podem ser representadas no papel em tamanho real.

Mas, existem objetos, peças, animais, prédios etc. que não podem ser representados em seu tamanho
real. Alguns são muito grandes para caber numa folha de papel.
Outros são tão pequenos, que se os reproduzíssemos em tamanho real seria impossível analisar seus
detalhes.
Para resolver tais problemas, é necessário reduzir ou ampliar as representações destes objetos.
Manter, reduzir ou ampliar o tamanho da representação de alguma coisa é possível através da
representação em escala.

O que é escala?

A escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do objeto
representado.
Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da peça com o tamanho real da
peça.
A escala permite representar, no papel, peças de qualquer tamanho real.
Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real são mantidas, ou então são aumentadas
ou reduzidas proporcionalmente.
Não importa se você aumenta ou diminui a escala do desenho, a medida real será sempre mantida no
desenho.
As dimensões angulares do objeto permanecem inalteradas.
Nas representações em escala, as formas dos objetos reais são mantidas.

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