Você está na página 1de 52

DESENHO TÉCNICO I

Aula 1

Prof. Eng. Celestino Lanzi


I Semestre_2019 E-mail: Celestino.lanzi@isptec.co.ao
Tópicos
Capitulo I. Introdução ao Desenho Técnico

I. Introdução

II. Normalização

III. Instrumentos e Equipamentos


Utilizados em DT.
Desenho Técnico
O que é desenho técnico?

é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a

representação de forma, dimensão e posição de objectos de


acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas
diversas áreas técnicas.
Desenho Técnico
Quais as diferenças entre o desenho técnico e o desenho artístico?

Os artistas transmitiram suas idéias e


seus sentimentos de maneira pessoal.

Um artista não tem o compromisso de


retratar fielmente a realidade.

O desenho artístico reflete o gosto e a

sensibilidade do artista que o criou.


Desenho Técnico
Quais as diferenças entre o desenho técnico e o desenho artístico?

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por


profissionais de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na
Construção, na eletricidade, etc.

Assim, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as


características do objeto que representa.

Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas


previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do
desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados.

Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico, de acordo com
normas específicas.
Desenho Técnico
Quais as diferenças entre o desenho técnico e o desenho artístico?
Desenho Técnico
Quais as diferenças entre o desenho técnico e o desenho artístico?
Desenho Técnico
Quais as diferenças entre o desenho técnico e o desenho artístico?

Nesses desenhos, as
representações foram feitas
por meio de traços, símbolos,
números e indicações
escritas, de acordo com
normas técnicas.
Desenho Técnico
Como é elaborado um desenho técnico?
Engenheiro Esboço

Não
Desenho
Desenhista
Preliminar
Técnico
Aprovado?

Sim
Desenho Técnico Definitivo ou

Desenho para Execução


Desenho Técnico
Geometria descritiva: a base do desenho técnico

O desenho técnico, tal como nós o entendemos hoje, foi


desenvolvido graças ao matemático francês Gaspar
Monge (1746-1818).

Os métodos de representação gráfica que existiam até


aquela época não possibilitavam transmitir a idéia dos
objetos de forma completa, correta e precisa.
Desenho Técnico
Geometria descritiva: a base do desenho técnico
Monge criou um método que permite representar, com
precisão, os objetos que têm três dimensões
(comprimento, largura e altura) em superfícies planas,
como, por exemplo, uma folha de papel, que tem
apenas duas dimensões (comprimento e largura).
O DESENHO TÉCNICO pode ser
desenvolvido:
MANUALMENTE
Através de equipamentos e
instrumentos manuais
adequados

Digitalmente
Através do computador e
programas específicos
II. Conceito de
normalização em DT

São regras de uso comum, tanto nas áreas do


desenho técnico, como nos outros domínios da
actividade humana.

É uma especificação técnica ou um outro documento


do domínio público. É aprovada por um organismo
juridicamente qualificado, quer a nível regional,
nacional ou internacional.

As normas são todas impressas em formato A4.


Além do número e do ano de publicação, têm um
título e um subtítulo que explicitam o assunto de que
tratam.
O Desenho Técnico deve basear-se em
NORMAS:

 A concepção de uma norma tem como objectivo


estabelecer modos de actuação uniformes e
simplificar a execução de dado produto ou
serviço;

 São estabelecidas para uma uniforme e clara


representação de objectos.
Normalização internacional

•Às Recomendações ISO (International


Organization for Standardization)

• NP – Portuguesa;
• NBR – Brasileira;
• DIN- Alemãs;

• ANSI - Americanas.
Normas Portuguesas no DT
Na área do Desenho Técnico as Normas
Portuguesas mais relevantes e de aplicação geral
são:

• NP-48 (1968) – Desenho Técnico. Formatos

• NP-718 (1968) – Desenho Técnico. Esquadrias


• NP-204 (1968) – Desenho Técnico. Legendas
• NP-89 (1963) – Desenho Técnico. Letras e algarismos
• NP-49 (1968) – Desenho Técnico. Modo de
dobrar folhas de desenho
• NP-205 (1970) – Desenho Técnico. Listas de peças
Normas Portuguesas no DT

• NP-62 (1961) – Desenho Técnico. Linhas e sua


utilização

• NP-327 (1964) – Desenho Técnico. Representação


de vistas

• NP-717– Desenho Técnico. Escalas

• NP-328 (1964) – Desenho Técnico. Cortes e


secções

• NP-297 (1963) – Desenho Técnico. Cotagem


No Brasil há uma série de normas, as NBRs, que estão
de acordo com a ISO (International Organization for
Standardization) regem a linguagem do desenho técnico
em seus mais diversos parâmetros:

• NBR 10647 – Norma geral de Desenho Técnico;


• NBR 10068 – Layout e dimensões da folha de
desenho;
• NBR 10582 – Conteúdo da folha para desenho técnico;
• NBR 8402 – Definição da caligrafia técnica em
desenhos;
• NBR 8403 – Aplicação de linhas para a execução de
desenho técnico;
• NBR 13142 – Dobramento da folha;

• NBR 8196 – Emprego da escala em desenho técnico;

• NBR 10126 – Emprego de cotas em desenho


técnico;

• NBR 6492 – Representação de projetos


arquitetônicos.
Materiais ou Instrumentos

Prancheta:
Onde são fixados os papéis para a execução
dos desenhos. Rectângulo de madeira apoiado
sobre um cavalete onde os 4 lados devem
estar no esquadro. A superfície deve ser lisa.
Deve-se ter cuidado com a iluminação para
não formar sombra sobre o desenho.

Régua T:
É uma régua plana fixada na extremidade por
uma guia. Serve para traçar linhas rectas
horizontais e de apoio aos esquadros.
Materiais ou Instrumentos

ESQUADROS

• Esquadros:

São utilizados para o


traçado de rectas
paralelas, rectas oblíquas e
rectas perpendiculares as
rectas Dadas, podendo ser
utilizado também para
demarcar ângulos.
Materiais ou Instrumentos
• Alguns exemplos de Marcação de ângulos
Materiais ou Instrumentos

Compasso:

É o instrumento que serve para traçar


circunferências ou arcos de
circunferência.
O compasso serve para o traçado de
círculos de quaisquer raios.
Materiais ou Instrumentos

• Régua e/ou Escalímetro:

• Papel:

• Transferidor: Instrumento usado para


medir ou marcar ângulos.

• Gabaritos: São chapas em plástico ou


acrílico, com elementos diversos, que
possibilitam a reprodução destes nos
desenhos.

• Borracha:

• Lápis/Porta Minas
Desenho Técnico I
Capitulo II. Aspectos Gerais do DT.

I. Formatos
II. Margens e Esquadrias
III. Dobragem de folhas
IV. Legendas
V. Escalas
VI. Tipos de Linhas em DT.
VII. Letras e Algarismo

VIII. Desenho a Mão Livre


2.1 Formatos
Os desenhos devem ser apresentados tendo como suporte
folhas de formato da série A:
Para melhor ilustração desse formato é só observar a figura
abaixo, cada folha é a subdivisão da anterior, ou seja, se
subdividimos o A0 resulta em duas folhas de A1, se subdividimos
o A1, resulta em duas folhas de A2, e assim sucessivamente.
Os formatos das
folhas que o
desenho técnico
deve utilizar foram
fixados pela
norma (NP-
48_ISO216) e o
seu formato base é
representado por
(A0), cuja área é
de 1 m2.
2.2 Margens e Esquadrias
Numa folha da série A à área reservada à execução de desenhos
é limitada ao interior da esquadria.

A Esquadria é o rectângulo a traço continuo grosso, de


espessura mínima de 0,5 mm (ISO 5457).

As margens são o espaço compreendido entre a esquadria e os


limites da folha de desenho, zona proibida de desenhar, as
dimensões das margens são normalizadas.
A margem para furação deve ter um mínimo de 20 mm e
localiza-se na margem esquerda da legenda.
2.3 Técnicas de Dobrar Folhas
de Desenho
Os desenhos depois de executados devem ser arquivados,
para serem utilizados sempre que necessário.

Os desenhos executados em papel são arquivados dobrados e


a dobragem deve obedecer às regras que o norma (NP-49)
estabelece.

Normalmente, o desenho, depois de dobrado, deve ter as


dimensões do formato A4, ficando a legenda exposta na frente
e no canto inferior direito.

A dobragem para dossier deve prever uma margem para


fixação, a qual deve ser reforçada quando se preveja intensa
utilização.
Formas

Dobragem de desenhos executados na vertical


2.4 LEGENDAS DOS DESENHOS

A legenda é uma zona delimitada onde se registam os


elementos que caracterizam o desenho e os que identificam os
seus responsáveis, bem como o destino a dar-lhe.

Tem a vantagem de arrumar os mesmos dados sempre nos


mesmo locais para facilitar a respectiva consulta.

A legenda localiza-se sempre encostada ao canto inferior direito


dos formatos junto à margem, não deve ter dimensões superiores
a 185 mm, para que fique sempre na frente da folha dobrado.

A norma (NP-204_ISO 5457/7200) mostra os tipos de legendas


utilizadas.
Disposição da Legenda
Dimensões da Legenda

Fonte: desenho técnico moderno


Conteúdos da Legenda
De acordo com a norma portuguesa (NP-204), os espaços assinalados nas
legendas tem a seguinte utilização:

Espaço 1 - designação ou título do objecto representado;

Espaço 2 - destino do desenho Pessoa ou empresa que encomendou o


desenho;
Espaço 3 - responsáveis e executantes do desenho: projectista,
desenhador, fotocopista e verificador;

Espaço 4 - entidade que executa ou promove a sua execução;

Espaço 4a - entidade co-proprietária do desenho, quando o desenho


não se destinar à entidade executante

Espaço 5 - número de registo do desenho:


é o número com que o desenho foi registado por quem o executou;
é o numero de identificação no arquivo;
Espaço 6 - referência de alterações ou reedição do desenho:
As alterações são indicadas através de números ou letras
maiúsculas;
Espaço 7 - indicação do número do desenho que o presente substitui.

Espaço 8 - indicação do número do desenho que o veio substituir.

Espaço 9 - escala ou escalas em que o desenho está efectuado


Quando houver mais do que uma escala, a 1ª linha é para a
escala principal
As restantes são inseridas nas linhas abaixo e em letra minúscula

Espaço 10 - especificação das tolerâncias


Só se indicam quando o desenho não as expressar

Espaço 11 - campo de aplicação do desenho, observações

Espaço 11a - título do que se regista no espaço 11

Espaço 12 - anotações posteriores à execução do desenho


Espaço 12a - nome da empresa e número de registo do novo proprietário
do
desenho; só se preenche quando o desenho muda de proprietário.
2.5 Escalas
A escala de um desenho é a relação entre as dimensões do
mesmo e as dimensões da peça real que está sendo
representada.

Assim, podemos definir os três tipos


de escalas:

a) Escala de redução: o desenho tem as dimensões menores do


que as dimensões do objeto desenhado.

b) Escala de ampliação: o desenho tem as dimensões maiores


do que as dimensões do objeto desenhado.
Neste caso as dimensões da peça real são ampliadas para
representá-la no desenho.
Neste caso a representação correta é: 10:1 ou 10/1 , (cada dez
unidades no desenho correspondem a uma unidade na peça real).

c) Escala natural ou real: o desenho tem as mesmas dimensões


do objeto desenhado.

A designação completa de uma escala deve consistir na palavra


“escala”, seguida da indicação da relação:

• Escala 1:1, para escala natural;


• Escala x:1, para escala de ampliação;
• Escala 1:x, para escala de redução
Segundo a norma portuguesa, as :

Fonte: desenho técnico moderno


As escalas se classificam em: 1) escalas numéricas e 2)
escalas gráficas.

1) Escalas numéricas: indicam, sob a forma de fração, uma


relação em que o numerador é igual à unidade e o denominador
é o factor de redução.

A fração 1:50 é a escala numérica que nos indica que uma parte
do desenho representará 50 partes do objeto real.

2) Escalas gráficas: muitas vezes, quando utilizamos o recurso da


escala numérica para a execução de projetos, poderemos incorrer
em erros enganosos, além do tempo excessivo gasto para realizar
os inúmeros cálculos de conversão. Assim, torna-se mais prático e
seguro o emprego de escalas gráficas, que permitirão uma leitura
directa.
Escala gráfica é uma linha dividida, ou uma régua graduada que
serve para determinar sem cálculos, imediatamente e
indiretamente, a distância natural, conhecendo a distância gráfica
e vice-versa.
Construção de uma escala gráfica simples

Para construção de uma escala gráfica é necessário calcular o valor da


divisão principal correspondente no desenho.

Ex. Construir uma escala gráfica de 1/50


Divisão Principal = 1m

Cálculo do valor divisão principal


correspondente no desenho
Assim se um desenho está na escala 1 : 50, podemos ler
diretamente todas as suas medidas sem cálculos, apenas
medindo o desenho com uma escala gráfica.

Existem escalas gráficas de plástico (escalímetro), que possuem


em uma só peça, seis escalas diferentes graças a sua forma
triangular. Exemplo: 1:20; 1:25; 1;50; 1;75; 1:100 e 1;125.
Podemos descobrir a escala de um desenho, medindo uma
distância gráfica e comparando com o valor escrito na cota.
2. 6 Linhas Convencionais

O desenho técnico utiliza vários tipos de linhas e atribui-lhes


significados diferentes e fáceis de interpretar pelo leitor de
desenho.

Nos desenhos técnicos utilizam-se traços de diversos tipos e


espessuras. Na prática as espessuras mais usadas são as 0,7
mm; 0,5 mm e 0,3 mm.

A norma NP-62 fixa as espessuras e tipos de traço que devem


ser aplicadas num desenho técnico.
Linhas e sua utilização
2. 7 Elaboração de Esboços (DESENHOS À
MÃO LIVRE)

Para desenhar à mão livre não é necessário possuir dons


especiais, basta dominar os músculos do pulso, dos dedos,
praticar com persistência e coerência que a habilidade para
esboçar será adquirida naturalmente com a prática.

Existem algumas
recomendações que
devem ser seguidas
para facilitar a
elaboração de desenhos
à mão livre.
Algumas recomendações

• O antebraço deve estar totalmente apoiado sobre a prancheta.


A mão deve segurar o lápis naturalmente, sem forçar, e
também estar apoiada na prancheta. Deve-se evitar desenhar
próximo às beiras da prancheta, sem o apoio do antebraço.

• O antebraço não estando apoiado acarretará um maior


esforço muscular, e, em consequência, imperfeição no
desenho.

• Os traços verticais, inclinados ou não, são geralmente


desenhados de cima para baixo e os traços horizontais
são feitos da esquerda para a direita.
Técnicas de traçado à mão-livre

D = Destro
C = Canhoto
2. 8 Letras e Algarismos
O texto a inserir nas legendas, os comentários ou as cotas
(dimensões) devem ser executadas com letra normalizada.

Define-se como Caligrafia Técnica aos caracteres usados para


escrever em desenho. A caligrafia deve ser legível e facilmente
desenhável. A caligrafia técnica normalizada são letras e
algarismos inclinados para a direita, formando um ângulo de
75˚ com a linha horizontal.

A norma estabelece dois tipos de letra: a redonda ou vertical e


cursiva ou inclinada.
Letras e algarismos NP-89

Você também pode gostar