Você está na página 1de 4

Impessoalidade - o texto científico é via-de-regra escrito usando a terceira pessoa, e evita ao

máximo referências pessoais e pronomes possessivos. Por exemplo: meus estudos, minha
tese, julgamos que, deduzimos, chegamos à conclusão.

objetividade – deve-se evitar sentimentos e impressões subjetivas, não fundamentadas nos


dados obtidos ou inferências derivadas. Por exemplo: os dados aparentemente revelam uma
tendência; foi agradável e divertido realizar a coleta de amostras no campo.

coerência – se refere à “lógica interna” do tema apresentado. Ou seja, um texto coerente tem
ideias, observações, e opiniões apresentados de forma ordenada. Normalmente se parte do
mais geral, do contexto, para o particular. Esta é mais ou menos a ideia de uma Introdução
seguida de Revisão Bibliográfica nas teses e dissertações.

informatividade - adequado à transmissão do conhecimento relevante, de dados


observacionais, ou pelo menos uma síntese destes, e das informações derivadas da análise
destes dados.

clareza/concisão/precisão - o texto científico deverá transmitir dados, resultados e


informações maximizando a compreensão. Deverá enunciar as questões de pesquisa, os
problemas existentes, as observações, informações e ideias com clareza. Clareza na expressão
requer primeiramente a clareza nas ideias e conceitos. Diz-se que “o bem pensado será
claramente enunciado”. Assim, deve-se buscar frases simples, demonstrando o
desenvolvimento lógico do problema em discussão. O uso de frases longas, alcançando muitas
linhas, incluindo várias ideias, com muitas vírgulas, parênteses, dificulta a compreensão e
torna a leitura “pesada”, podendo perder o interesse do leitor.

adequação do vocabulário – aqui se trata de um requisito para transitar na Ciência e, em


particular, nas suas áreas de especialidade. Entretanto, deve ser evitado ao máximo o uso de
jargão, que são termos muito específicos, como apelidos, usados para processos, práticas e
equipamentos por quem atua em determinada área do conhecimento, pois isso dificultará a
compreensão por um público mais amplo. Deve-se escolher os termos mais atuais, de uso
corrente em cada área ou campo do saber, evitando arcaísmos (por exemplo: usar azoto para
nitrogênio). O uso de termos com sentido figurado raramente é admitido na redação científica,
assim como a utilização de expressões coloquiais ou gíria.

modéstia – ao comunicar os resultados de projeto ou estudo, não se deve afirmar ou insinuar


que os trabalhos e resultados apresentados anteriormente por outros autores são falhos,
inválidos ou que tenham sido erroneamente conduzidos. Entretanto, é correto, e inclusive
desejável, contrapor e/ou contrastar seus dados, resultados e conclusões com outros estudos
publicados. A cortesia deve acompanhar modéstia, portanto não se deve apresentar
resultados e conclusões com autoritarismo. O texto científico tem por objetivo expressar e não
impressionar.

imparcialidade – o esforço científico deve estar amparado em evidências concretas que


sustentem as conclusões, sejam estas oriundas de pesquisa de campo ou por argumentação a
partir de revisão de estudos disponíveis (por exemplo: meta-análises). Daí a necessidade de o
pesquisador manter uma postura isenta e desapegada, sempre considerando e dando
relevância aos colegas na mesma área de atuação.

Subjetividade - Além disso, muitos se apegam à subjetividade e utilizam expressões


como “pensamos”, “parece-nos”, “me parece”. 
A linguagem científica é essencialmente informativa, de ordem cognitiva e racional,
firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara e sintetiza,
argumenta, induz ou deduz e conclui.

CAVALINI, F. C. O uso da linguagem científica. Disponível em:


https://comexitape.files.wordpress.com/2012/08/aula-8-o-uso-da-linguagem-
cientc3adfica.pdf. Acesso em 26 abril 2021.

CERVO, A. L., BERVIAN, P. A., SILVA, R. Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo. Person
Prentice Hall, 2007.

Linguagem científica: características e importância. Âmbito jurídico, 2017. Disponível


em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-166/linguagem-cientifica-
caracteristicas-e-importancia/. Acesso em 26 abril 2021.

A linguagem científica é uma forma de linguagem caracterizada


pela sua formalidade e uso de símbolos e termos de ciência. É
utilizado para a transmissão de conhecimento especializado ou
científico. Geralmente é transmitido através de mensagens escritas
e deve ser suportado por fontes confiáveis e demonstrações
científicas e técnicas.

REDAÇÃO CIENTÍFICA - Tipo especializado de escrita (texto


científico)

O texto científico -
- Fruto de uma investigação científica
- Reflete rigor metodológico
- Segue princípios e normas aceitos universalmente

Escolha do tema

FORMULAR A PERGUNTA E ELABORAR O PROJETO

REALIZAR A PESQUISA

ANALISAR E INTERPRETAR RESULTADOS

DIVULGAR RESULTADOS
EXEMPLOS DE TEXTOS QUE SÃO USADOS A LINGUAGEM CIENTÍFICA: artigos científicos, relatórios
de pesquisas, livros de referência, monografias de conclusão de curso, dissertações, teses. Todos os
tipos de redação científica, embora apresentem diferenças em termos de objetivos e estrutura,
tem aspectos em comum

A maior ameaça a diversidade mundial de répteis é a destruição dos habitats, causada


principalmente por desmatamento e incêndios. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos de
um incêndio, ocorrido em abril de 2012, sobre a fauna de répteis da restinga do Parque Estadual da
Serra do Tabuleiro (PEST), comparando com dados coletados de 2007 a 2010. Foram utilizadas
armadilhas de interceptação e queda com as mesmas quantidades e distribuição espacial
empregadas antes do incêndio. Antes do incêndio foram registrados 53 indivíduos e 15, sendo que
as mais abundantes foram O. fragilis, T. brongersmianus, M. dorsivittata e S. merianae. Depois do
incêndio foram registrados 83 indivíduos e 18 espécies depois do incêndio. As espécies mais
abundantes nas áreas não queimadas foram E. miliaris, A. munoai, C. taunayi e O. fragilis; nas áreas
queimadas foram P. patagoniensis, E. miliaris, O. fragilis e T. hypoconia. Não foram encontradas
diferenças significativas na abundância e riqueza entre áreas queimadas e não queimadas. Também
não houve diferença na abundância e riqueza entre os períodos de estudo (tempo) ou entre áreas
queimadas e não queimadas (tratamento), também não houveram interações entre os fatores
tempo e tratamento. O fogo não teve efeito sobre riqueza e abundância dos répteis, mas
houveram mudanças nas frequências relativas de algumas espécies. P. patagoniensis e E. miliaris
passaram a dominar na comunidade após o incêndio, enquanto que espécies florestais como O.
clathratus e T. bilineata não foram registradas depois do distúrbio. A área de estudo sofre com
incêndios à mais de 300 anos, sendo que provavelmente já teve perda de diversidade na área, o
que é preocupante pois pouco se conhece sobre a fauna de répteis Santa Catarina. Além disso,
mesmo as espécies capazes de tolerar a degradação ambiental poderão desaparecer quando os
seus habitats desaparecerem por completo.

Linguagem Literária
Tem vista objetivos estéticos;
elementos que conferem maior expressividade e beleza ao texto;
Tem linguagem subjetiva (contempla e valoriza a opinião do autor).
Exemplos: Poemas, prosa, em narrativas de ficção, na crônica, no conto, na novela, no
romance e também em verso.
Linguagem científica:
uso técnico e formal da linguagem;
apresenta temática definida e específica;
possui rigor na forma e no conteúdo expressado, sendo bem estruturada
tematicamente e estilisticamente.
Ex.: linguagens de especialidades, linguagem dos textos acadêmicos etc.
a) Evitar o uso de termos técnicos, exceto quando realmente houver
necessidade ou em trabalhos especializados;
b) Se necessário o uso de um termo técnico, tomar cautela para emprega-
lo em sua correta acepção;
c) Evitar o uso de termos e expressões pomposos, que nada têm a
acrescentar e apenas dificultam a compreensão do texto, sob a aparência
de se tratar de um texto mais erudito pelo uso de palavras rebuscadas;
d) Evitar, do mesmo modo, termos pertencentes a linguagem coloquial;
e) Evitar escrever o que não é necessário para a compreensão do texto,
como transpor frases feitas ou uso de linguagem sentimental;
f) Evitar o uso de conceitos vagos e, se for necessário, pormenorizar seu
significado, indicando ao leitor o qual a acepção que se adotou para o
conceito vago;
g) Em se tratando do uso de palavras e expressões cujo conceito varia na
doutrina, indicar a qual entendimento o autor se filia, para não gerar
dúvidas no leitor;
h) Por outro lado, no caso de conceitos ou dados facilmente verificáveis
ou de conhecimento geral, que são lugar-comum, não se desgastar
explicitando-os, a não ser, é claro, que seja justamente este o tema do
trabalho;
i) Evitar o uso de expressões de difícil ou impossível comprovação, como
as expressões “a maioria diz que”, “muitos afirmam que”, “nenhum autor
entende que”.

Registro cuidado: Tipo de discurso adotado em situações formais ou solenes, quando a


intenção do enunciador é impressionar seus interlocutores por meio do cuidado com a
linguagem. O registro cuidado costuma ser empregado nos discursos políticos,
conferências científicas, entre outros, e preza pela erudição vocabular, pela correta
aplicação dos tempos e modos verbais e por uma construção sintática complexa,
fatores que evidenciam um preparo anterior do texto;

Você também pode gostar