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Por fim, vale ressaltar que o §5º do art. 700 do CPC dispõe expressamente que
“havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz
intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento
comum”, o que representaria inequívoco instrumento ao magistrado para coibir eventuais
excessos na utilização da via monitória.
Deste modo, deve ser observada a forma menos onerosa para o executado,
desde que tal medida não implique em prejuízo à “especificidade da tutela”, à “duração
razoável do processo” e ao “interesse do exequente”. Interpretação estanque do princípio
pode conduzir à compreensão de um suposto “direito fundamental” do executado a não ser
incomodado pela execução, quando, em verdade, a tônica da fase executiva deve ser a da
máxima efetividade, não somente pelo caráter alimentar do crédito trabalhista como pela
autoridade das decisões judiciais qualificadas pela coisa julgada.
“Art. 879. Sendo ilíquida a sentença, ordenar-se-á sua liquidação, bem como das
contribuições previdenciárias devidas.
§ 1º-A. (Revogado).
§ 1º-B. (Revogado).
Em seu §1º, ele estatui que a multa exposta em seu caput “não poderá ser
acumulada com a multa prevista no § 3º do art. 879”, que trata da ausência de pagamento
do valor incontroverso na fase de liquidação.
Por fim, chama a atenção a disposição do §11º, ao estatuir que “das decisões de
liberação de valores, em qualquer fase do cumprimento de sentença ou da execução, o juiz
deverá intimar o executado no prazo de 5 (cinco) dias”. Malgrado aparentemente se destine
à execução provisória, recebeu redação de ordem de caráter excessivamente genérica, que
poderá trazer retardamento ao recebimento de valores pelo exequente, indo claramente de
encontro ao direito fundamental à razoável duração do processo, bem como celeridade
necessária ao processo que busca garantir o crédito alimentar do trabalhador. De modo a
afastar tais ponderações, o dispositivo poderia ser simplesmente retirado do texto, ou ao
menos limitá-la aos casos de execução provisória, tipo executório regulado nos parágrafos
§7º a §11º e §12º do art. 879-A do projeto.
Incidem neste tópico as mesmas razões já expostas por ocasião do art. 878-D
do projeto, acima expostas. Na qualidade de princípios gerais para condução da atividade
executiva trabalhista, os parâmetros trazidos pelo art. 878-D devem ser espraiados para
toda a atividade executiva, incluída a constrição de bens do devedor, seguramente um de
suas vias essenciais. Neste sentido, deveriam ser observados “a especificidade da tutela”,
“a duração razoável do processo”, “o interesse do exequente” e “a forma menos onerosa
para o executado”, em consonância com o disposto no art. 878-D do projeto.
Senão, vejamos.
Há alguns casos nos quais o produto da venda atinge 60%, 70% da dívida
consolidada, parecendo razoável que seja distribuído proporcionalmente aos trabalhadores
habilitados, já que todos receberão parcela considerável de seu crédito, prosseguindo a
execução. Nenhuma ressalva a aplicação da regra nestes casos.
Entretanto, é bastante comum, diria até majoritário, que num primeiro momento
a venda do imóvel não atinja 50% da dívida, por vezes não chegando a 30% do montante
devido. Nestes casos, a aplicação da regra encerra clara injustiça, dado que alguns
exequentes, que possuem valores altíssimos de execução (no mais das vezes, exatamente
aqueles que possuem um melhor padrão de vida, por sempre terem auferido faixa salarial
superior), vão receber, obedecida a cega proporcionalidade parcela majoritária do crédito
disponível, ao passo que aqueles cuja execução é de menor valor, geralmente por terem se
limitado a cobra as parcelas resilitórias estritas, sob uma base de cálculo salarial mais
singela, não chegariam a receber sequer o valor de 1 salário contratual.
CONCLUSÃO