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PROCESSO “Nº…”
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
RÉU: CARLOS “PRENOMES…”
RECURSO ESPECIAL
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ADVOGADO
OAB/“UF…” “Nº...”
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PROCESSO “Nº…”
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
RÉU: CARLOS “PRENOMES…”
RAZÕES RECURSAIS
1 ADMISSIBILIDADE RECURSAL
Isto significa que não poderão ser enfocadas questões não deliberadas no
acórdão recorrido. Esta condição decorre da expressão “causas decididas”
aposta nos arts. 102, III, e 105, III, da CF. Apenas é “decidida” a matéria
efetivamente enfrentada pelo tribunal recorrido. Não realizado o
prequestionamento pelo acórdão recorrido, deverá a parte ingressar com
embargos declaratórios para buscar a discussão do tema. A necessidade do
prequestionamento e o manejo de embargos declaratórios para alcançá-lo
constam também nas Súmulas 282 do STF e 211 do STJ.2
1 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017, p. 410. E-book
2 AVENA, Norberto. Processo Penal. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019. p.
2191. E-book
Pronunciado, foi levado a júri perante o Conselho dos Sete. Durante os
debates, o promotor de justiça leu a decisão de pronúncia na íntegra, reforçando o
tom de voz nas partes que apontavam o réu como o autor do fato, dizendo que isto
seria incontroverso, assim como a materialidade: “se o juiz, com 20 anos de
experiência, aponta Carlos como autor do crime, vossas excelências devem
acompanhá-lo”. Requereu-se que constasse em ata as frases do promotor de
justiça, o que ficou registrado à “página...”. No final do júri, os jurados reconheceram
a autoria e materialidade, tendo o juiz presidente condenado o réu à pena de 12
(doze) anos de reclusão, a ser cumprido em regime fechado.
Em recurso apelatório, com base no art. 593, III, “a” e “d”, do CPP, a 1ª
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará julgou-o improcedente à
unanimidade, argumentando no Acórdão que, quanto à alínea “a”, os jurados
possuíam a decisão de pronúncia, razão pela qual sua leitura não seria novidade
aos jurados; e quanto à alínea “d”, havia a versão nos autos acolhida pelos juízes
leigos, razão pela qual não seria a decisão daqueles manifestamente contrária à
prova dos autos.
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade,
fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível
a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de
autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
3 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 7. ed. Salvador: JusPodivm,
2019, p. 1451.
Além disso, ao ser questionada pela Defesa acerca da indagação, replicou:
"estou usando como argumento de autoridade sim, porque eu posso fazer
isso".
3. A conduta da acusação violou a proibição de utilização do argumento de
autoridade no plenário do Tribunal do Júri, seja porque falsamente induziu
os jurados a acreditar que eventual conclusão do juiz togado sobre os fatos
deveria ser por eles acatada, seja porque maliciosamente instigou os
jurados a pensar que a decisão de prisão preventiva teria analisado
aprofundadamente as circunstâncias fáticas do crime, quando se sabe que
este provimento jurisdicional possui cognição sobre fatos bastante limitada.
4. Recurso especial desprovido.
(REsp 1828666/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado
em 12/05/2020, DJe 28/05/2020)
4 DO REQUERIMENTO
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ADVOGADO
OAB/“UF…” “Nº...”