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Relatório de Atividades – 15/05/2021

Na data de quinze de maio de dois mil e vinte e um, às 10h00, deu-


se início à terceira reunião do semestre 2021.1 do Grupo de Estudos Coram
Deo, com a presença de Sóstenes Luna, Ênio Cidrão e Mirles Lino Alves, que
foi a multiplicadora, isto é, o responsável por trazer um panorama do texto lido
anteriormente.
O professor Sóstenes Luna, colaborador da instituição que dá
suporte ao grupo, fez a introdução da reunião, abordando o perigo da
homogeneização e a sua prevenção, que é o senso crítico.
A multiplicadora da reunião abordou, rapidamente, a biografia de
Zygmunt Bauman. Dando início à sua explanação, Mirles tratou das
perspectivas do Holocausto, sob o ponto de vista da obra Modernidade e
Holocausto, do Bauman. Primeiramente, tem-se o ponto de vista atrelado à
história dos judeus, o qual, entretanto, é reducionista. Mirles citou Corrie Ten
Boom, que aborda o seu relato enquanto sobrevivente e a burocracia nos
campos de concentração.
Após isso, explanou-se acerca da centralidade do antissemitismo
nesse episódio trágico. No livro O Mercador de Veneza, de William
Shakespeare, percebe-se o preconceito aos judeus como pano de fundo.
Bauman critica as explicações distantes da sociologia acerca do Holocausto,
referenciando-se em Everett Hughes e Helen Fein, que tratam o Holocausto
como algo único e não permanentemente possibilitado pela modernidade.
Avançando, Bauman explica que, em situações de profundo
estresse, pessoas revelam outras faces de si mesma. Quando a sociologia
trata dos salvadores da pátria, que se manifestaram em meio à atrocidade, ela
se aproxima de uma visão mais clara do acontecimento, pois este foi o seu
papel: despertar coisas existentes.
O professor Sóstenes citou um artigo do periódico de filosofia
Argumentos para falar do temor das ciências acerca do “retorno de Auschwitz”.
Em uma metáfora, Bauman exemplifica a situação de um sequestro,
em que pessoas, em intensa angústia, podem se manifestar extremamente
egoístas ou muito abnegadas (citou-se Nechama Tec, nesse contexto). Dessa
forma, a partir dessa amostra, mostra-se que as atrocidades foram apenas a
revelação de algo preexistente. O nazismo encontrou terreno fértil em uma
sociedade relativista.
Discutiu-se sobre as contribuições do pós-guerra para a história e
para a geopolítica: a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a criação
do Estado de Israel. O professor Sóstenes lembrou da dignidade humana
vinculada à compreensão do homem enquanto imagem e semelhança de
Deus.
Em suma, encerrou-se com a reflexão de que o Holocausto é
apenas a outra face da moeda da modernidade, pois foi nele que está atingiu o
seu apogeu: uma sociedade com valores meramente subjetivos, uma ciência
simplesmente instrumental, e o auge do poder tecnológico e do avanço
industrial.
Com isso, deu-se por encerrada a reunião desse dia, relatada por
Ênio Cidrão.

Relator: Ênio Stefani Rodrigues Cardoso Cidrão

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