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Período de incubação: período que vai da penetração do parasito no hospedeiro até
o aparecimento da doença.
Portador: indivíduo que transmite o parasito, mas não apresenta os sintomas da
doença.
Profilaxia: conjunto de medidas para controlar e prevenir uma doença.
Reservatório: organismo onde o parasito pode ser reservado. Ex.: Tatu
(Trypanosoma cruzi).
Vetor: artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre os
hospedeiros (biológico ou mecânico).
Zoonose: doenças transmitidas entre os animais e o homem.
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PORTAS DE ENTRADA DOS PARASITAS
Per Os : entram pela boca (principalmente) através de água, alimentos, ar, fômites
(instrumentos inanimados). Ocorre com a maioria dos enteroparasitas veiculadores de
agentes etiológicos
Ação Espoliativa: ocorre pela ação dos parasitos no tecido do hospedeiro quando
são absorvidos nutrientes ou sangue.
Ex.: Ancylostomatidae (Fe e O2) e hematofagismo de mosquitos.
RESPOSTA IMUNOLÓGICA
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CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
O número de seres vivos existentes na natureza é tão grande que, para serem
estudados, têm que ser agrupados conforme sua morfologia, fisiologia, estrutura, filogenia,
etc.
a) A nomenclatura binária teve início com Linnaeus em 1758.
b) Táxon (plural taxa) corresponde a diversos níveis de classificação que são: Reino,
Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.
c) O nome da espécie deve ser binominal e em latim: o 1º nome representa o gênero
(escrito com a 1ª letra sempre maiúscula) e o 2º nome é a espécie (escrito com letras
minúsculas). Ex.: Schistosoma mansoni.
d) O gênero e a espécie devem ser sempre grifados ou escritos em itálico.
e) Quando a espécie possui subespécies, essa palavra virá em seguida à da espécie.
Ex.: Culex pipiens fatigans.
f) Quando a espécie possui subgênero, este virá entre o gênero e a espécie, separado
por parênteses. Ex.: Anopheles (Kerteszia) cruzi.
Protozoa: são constituídos por uma única célula com grande variação na
morfologia de acordo com a forma evolutiva e o meio em que vivem (trofozoíto, cisto,
oocisto e gameta). Reprodução assexuada e sexuada; são autotróficos e heterotróficos;
eliminam metabólitos através da membrana plasmática; aeróbicos e anaeróbicos;
movimentação realizada por pseudópodes, flagelos e cílios.
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PROTOZOÁRIOS
Constituído por cerca de 60.000 espécies conhecidas, dais quais 50% são fósseis e o
restante ainda vive hoje; destes, aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies
são parasitos dos mais variados animais e apenas algumas dezenas de espécies atingem o
homem.
Os protozoários apresentam grande variedade morfológica de acordo com a sua fase
evolutiva e o meio a que estejam adaptados. Dependendo da sua atividade fisiológica,
algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim, temos:
TROFOZOÍTO
Forma ativa do protozoário
CISTO E OOCISTO
Formas de resistência ou inativa
GAMETA
Forma sexuada, que aparece em algumas espécies. Microgameta é o masculino e
macrogameta é o feminino.
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AMEBAS PATOGÊNICAS – AMEBÍASE
INTRODUÇÃO
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FORMAS EVOLUTIVAS
TRANSMISSÃO
Ingestão de cistos em alimentos ou água contaminados;
Vetores mecânicos.
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SINTOMATOLOGIA
As maiorias das infecções são assintomáticas, existe também a amebíase invasiva
intestinal (disenteria, colite disentérica e não disentérica, apendicites) e a amebíase invasiva
extraintestinal (abscesso hepático, pleuropulmonar, cérebro, região perianal, dor abdominal,
febre peritonite, abscesso, lesões amébicas cutâneas e genitais).
PROFILAXIA:
Higienização adequada;
Lavar alimentos e tratamento água;
Engenharia sanitária.
TRATAMENTO:
Diferentes drogas são utilizadas no tratamento de amebíases tais como:
Metronidazol (Flagyl) – 3 dozes/dia em 5 dias;
Secnidazol;
Falmonex – 2x/dia em 5 a 7 dias.
Mais recentemente aceita no combate as amebíases o albendazol (até 80% de
eficácia).
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Trofozoíto de E. histolytica fresco
Cisto de E. histolytica
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GIARDÍASE
INTRODUÇÃO
O gênero Giárdia inclui flagelados parasitos do intestino delgado de mamíferos,
aves, répteis e anfíbios. Foi possivelmente o primeiro protozoário intestinal humano a ser
conhecido.
Pela grande dificuldade de diferenciação entre giárdias de diferentes hospedeiros
tem sido um fator limitante para o estabelecimento do potencial zoonótico da giardíase, e
esclarecer a possibilidade da existência de animais reservatórios.
Agente etiológico:
- Filo: Sarcomastigophora - Gênero: Giardia
- Classe: Zoomastigophorea - Espécie: G. lamblia
- Família: Hexamitidae
IMPORTÂNCIA
- Cosmopolita, principalmente em zonas tropicais;
- Cerca de 500 mil casos/ano (OMS, 1998).
FORMAS EVOLUTIVAS
Trofozoítos (Tf): forma de pêra com simetria bilateral medindo 20-10m, face
dorsal convexa e ventral côncava, disco adesivo, 2 núcleos, corpos medianos, 4 pares de
flagelos;
Cistos: Oval ou elipsóide, medindo cerca de 12-8m, 2 a 4 núcleos, fibrilas e
corpos escuros.
Os cistos são formas de disseminação do parasito através da via oral. No meio
externo os cistos podem sobreviver por até dois meses.
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CICLO BIOLÓGICO
Monoxênico, após ingestão do cisto no meio ácido do Estômago inicia-se o
desencistamento que será completo no Duodeno e Jejuno onde ocorre a colonização. O
ciclo se completa ocorrendo novo encistamento e eliminação nas fezes.
TRANSMISSÃO
A chegada dos cistos se dá pelas fezes humanas, contaminado água e alimentos.
Podendo ainda ser transmitida por contato direto ou veiculados por moscas e baratas. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a giardíase uma zoonose.
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PATOGENIA
Apresenta um aspecto clínico diverso, que varia segundo as formas abaixo:
- Assintomáticos
- Diarréia aguda e autolimitante
- Diarréia persistente com evidência de má absorção e perda de peso
- Náuseas
- Flatulência
- Epigastralgia (dor na parte alta do estômago)
- Irritabilidade
- Insônia
- Urticária
- Ladrilhamento da parede do intestinal por trofozoítos, interferindo na
absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis A, D e E.
DIAGNÓSTICO
Clínico:
Laboratorial:
Parasitológico: procura de cistos nas fezes;
- Fezes formadas: método de FAUST;
- Fezes diarréicas: método direto;
- Fluido Duodenal: pacientes com diarréia crônica
Imunológico: ELISA e RIFI;
Molecular: PCR.
É importante lembrar que indivíduos parasitados podem apresentar um “período
negativo”, ou seja, liberação intermitente de cistos nas fezes (média de dez dias).
EPIDEMIOLOGIA
- Crianças de 8 meses a 12 anos
- Assintomáticos;
- “Diarréia dos viajantes”;
- Cistos: 2 meses, coloração e unhas;
- Creches, internatos, etc.
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PROFILAXIA
- Higiene pessoal;
- Tratamento da água e dos alimentos;
- Tratamento dos indivíduos parasitados.
- Construção de fossas sépticas
TRATAMENTO
- Metronidazol (Flagyl);
- Albendazol.
Trofozoítos de G. lamblia
Cisto de G. lamblia
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TRICOMONÍASE
INTRODUÇÃO
Composta por aproximadamente 30 espécies, a família Trichomonadidae apresenta
apenas três espécies parasitando o homem que infectam as vias genitourinárias.
Agente etiológico:
- Filo: Sarcomastigophora - Espécie: T. tenax (cavidade oral)
- Classe: Zoomastigophorea T. vaginalis
- Família: Trichomonadidae
- Gênero: Trichomonas
IMPORTÂNCIA
- Cosmopolita;
- Transmitida sexualmente;
- 180 milhões de mulheres no mundo se infectam por ano.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Trofozoítos: 10-7m, oval, 4 flagelos, membrana ondulante, núcleo, corpo parabasal e
axóstilo.
BIOLOGIA
- Habitat: Homem – próstata e uretra;
Mulher – vagina e uretra;
- Fisiologia: anaeróbico facultativo, pH entre 5,0-7,5 e temperatura entre 20-40°C;
TRANSMISSÃO
Relação sexual (direta).
- Pode sobreviver por mais de uma semana no prepúcio de homens sadios,
após o coito com mulher infectada.
- O homem é o transmissor da tricomoníase através da ejaculação
- Mãe para filho no parto natural
Fômites (indireta)
- Roupas
- Objetos
- Especulo vaginal
- Banheiras e toalhas
O parasito multiplica-se por divisões binárias sucessivas, o pH entre 4,5 e 5,0 é o
ideal para a reprodução dos trofozoítos.
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CICLO BIOLÓGICO
O Trichomonas vaginalis reside no trato genital de mulheres e na uretra e próstata
de homens, são replicadas por fissão binária. O parasito não pode apresentar-se sobre a
forma de cisto, e não sobrevive por muito tempo no meio externo. T. vaginalis são
transmitidos entre humanos, que é seu único hospedeiro conhecido, primariamente por
relação sexual.
PATOLOGIA
Mulher (sintomática): vaginite com corrimento amarelo-esverdeado, fétido,
prurido, dor na micção e no ato sexual, aumento da micção (polaciúria), pontos hiperêmicos
e leucorréia;
Homem (assintomático): leve uretrite com corrimento e ardência miccional,
polaciúria, hiperêmia (meato uretral).
Aumento da Sintomatologia: mulheres grávidas, anticoncepcional oral e período
pós-menstrual.
DIAGNÓSTICO
Clínico: dificilmente poderá ser realizada através de sintomas e sinais específicos
Laboratorial:
Parasitológico:
Homem – colheita de secreção, urina (20mL) e sêmen (grande quantidade)
Mulher – colheita de secreção vaginal (direto, esfregaço e cultura)
Vale salientar que no exame microscópico o diagnóstico se dá com a visualização
de protozoários móveis.
Imunológico: ELISA e RIFI.
EPIDEMIOLOGIA
- Homem – vida sexual mais ativa e aumento do número de protozoários
- Aumento da prevalência – diminuição da higiene;
- Longevidade – urina (3hs), sêmen (6hs), toalhas molhadas, umidade;
- Mulheres – 20 a 30 anos.
PROFILAXIA
- Higiene pessoal;
- Diagnóstico precoce;
- Tratamento dos indivíduos infectados;
- Uso de preservativos.
TRATAMENTO
- Metronidazol (Flagil);
- Secnidazol.
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Trofozoítos de Trichomonas vaginalis
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BALANTIDIÓSE
INTRODUÇÃO
Indivíduos da classe Ciliata tem grande importância na ecologia do aparelho
digestivo de ruminantes e eqüídeo. Uma espécie existente no intestino grosso de suínos, o
Balantidium coli, em algumas situações pode parasitar o homem.
MORFOLOGIA
Trofozoíto – apresenta o corpo todo recoberto de cílios. Internamente, apresenta
várias organelas, vacúolos digestivos e dois núcleos: o macro e micronúcleo.
Cisto – de forma esférica. Membrana cística é lisa e, internamente visualização do
macronúcleo e vacúolos.
BIOLOGIA
Vive na luz do intestino grosso de seu hospedeiro, não sendo capaz de penetrar
mucosas intestinais intactas. Podendo ser invasor secundário, desde que a mucosa esteja
lesada.
Os cistos são vistos em fezes formadas.
Os trofozoítos residem na luz do intestino grosso de humanos e animais, e são
replicados por fissão binária, podendo também ocorrer conjugação. Cistos são formados e
passados com as fezes. Os cistos são o estágio infectante e são adquiridos pelos hospedeiros
através da ingestão de água e alimentos contaminados. Em seguida da ingestão, encistação
ocorre no intestino delgado, e os trofozoítos colonizam o intestino grosso.
TRASMISSAO
Contaminação de água, alimentos e mesmo as mãos por cistos.
PATOGENIA
- Diarréia
- Dor abdominal
- Anorexia
- Fraqueza
- Febres esporádicas
DIAGNÓSTICO
Clínico: semelhança da sintomatologia com a colite amebiana.
Laboratorial: exames de fezes pelo método comum
Provável necessidade de cultura de fezes.
PROFILAXIA
- Higiene individual dos vários profissionais que tem de trabalhar com suínos
- Engenharia sanitária, a fim de impedir excrementos de suínos alcancem os
abastecimentos de água de uso humano.
- Criação de suínos em boas condições sanitárias
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TRATAMENTO
- Adoção de dieta Láctea
- Metronidazol (Flagyl)
- Tetraciclinas
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DOENÇA DE CHAGAS
INTRODUÇÃO:
O protozoário parasito, Trypanosoma cruzi, causa a doença de Chagas, uma
zoonose que pode ser transmitida para humanos pelo repasto sanguíneo do inseto
“barbeiro”.
HISTÓRICO
- Carlos Chagas, Lassance, MG 1909;
- Berenice: garota de dois anos encontrada com protozoários no sangue;
- 1962: forma indeterminada.
DISTRIBUIÇÃO
- Nas Américas ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o sul da Argentina. O maior
número ocorre em áreas rurais de baixa renda da América Central e do Sul. A doença de
Chagas crônica é o maior problema de saúde de vários países da América Latina. Com o
grande crescimento e movimento imigratórios de populações, a possibilidade de
transmissão por infecção sanguínea se tornou bastante substancial nos Estados Unidos.
IMPORTÂNCIA
- Principal causa de morte súbita na fase mais produtiva do indivíduo.
AGENTE ETIOLÓGICO
- Ordem: Kinetoplastida
- Família: Trypanosomatidae
- Gênero: Trypanosoma
- Espécie: Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909)
FORMAS EVOLUTIVAS
- Amastigotas: forma encontrada nas células do tecido muscular, cardíaco nervoso
- Tripomastigotas: sanguínea (sangue circulante do hospedeiro vertebrado) e
metacíclica (reto/fezes – barbeiros).
- Epimastigotas: forma encontrada no intestino dos triatomíneos.
TRANSMISSÃO
- Vetorial: fezes/urina de barbeiros
- Acidentes de laboratório
- Transfusão sanguínea
- Transplante
- Oral
- Coito
- Congênita.
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CICLO BIOLÓGICO
Os Triatomíneos tornam-se infectados através de repasto sanguíneo em homens ou
animais contaminados com parasitos circulantes. Os parasitos se multiplicam e se
diferenciam no intestino dos insetos, desenvolvendo-se em formas infectantes
tripomastigotas metacíclicas. Durante novo repasto sanguíneo em um segundo hospedeiro
vertebrado, os tripomastigotas são liberados nas fezes dos insetos próximo ao local da
picada. Os hospedeiros tornam-se infectados através de lesões na pele e mucosas. Dentro
do hospedeiro, os tripomastigotas invadem as células e se diferenciam em amastigotas
intracelulares. Os amastigotas se multiplicam e se diferenciam em tripomastigotas, e são
lançados na corrente sanguínea. Tripomastigotas sanguíneos não se multiplicam (diferente
da tripanosomose africana). A multiplicação acontece apenas quando os parasitos se
encontram dentro das células ou ingeridos por outros vetores.
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PATOGENIA
- PARASITO / HOSPEDEIRO;
FÍGADO – hepatomegalia.
DIAGNÓSTICO
Clínico
O local da lesão (chagoma, edema palpebral) pode aparecer no local da inoculação.
A fase aguda é geralmente assintomática, mas pode se apresentar com manifestações
incluindo febre, anorexia, lifadenopatia, suave hepatoesplenomegalia e miocardite.
Alguns casos agudos depois de um período de dois a três meses podem passar para a
fase crônica. A fase crônica sintomática pode não ocorrer por vários anos ou décadas após a
infecção inicial. As manifestações incluem cardiomiopatia (a manifestação mais séria),
patogenias do trato digestivo como megaesôfago e megacólon e perda de peso. A doença
crônica de Chagas e suas complicações podem ser fatais.
Laboratorial:
- Exame microscópico: sangue a fresco com anticoagulante para visualização dos
parasitos, ou esfregaço corado com Giemsa.
- Isolamento do agente patogênico: inoculação em camundongos, cultura em meio
especializado (NNN, LIT) e xenodiagnóstico (barbeiros não infectados são
alimentados com sangue de paciente , que será examinado após quatro semanas)
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EPIDEMIOLOGIA
- Hospedeiro vertebrado (silvestres e domésticos)
- Hospedeiro intermediário Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius;
- Ciclo silvestre, peridomiciliar e domiciliar;
- Transmissão transfusicional.
PROFILAXIA
- Melhoria das habitações;
- Combate do vetor;
- Bancos de sangue;
- Tratamento dos doentes.
TRATAMENTO
Medicação para Chagas é usualmente dada durante a fase aguda da infecção. As
drogas de escolha são benzonidazol ou nifurtimox. Na fase crônica, envolve o tratamento
de sintomas associados com a doença.
- Cirurgias e transplantes.
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MALÁRIA
INTRODUÇÃO
Parasitos sanguíneos do gênero Plasmodium. Existem aproximadamente 156
espécies de plasmodium com várias espécies que infectam vertebrados. Quatro espécies são
causadoras de infecção em humanos: P. falciparum, P. vivax , P. ovale e P. malariae.
A malária é uma infecção causada por protozoários e caracterizada por estados
febris periódicos, com formas clínicas benignas até fatais.
IMPORTÂNCIA
A malária geralmente ocorre em áreas com condições ambientais que permitem a
multiplicação no inseto vetor. Deste modo, malária é usualmente restrita a regiões tropicais
e subtropicais (veja o mapa) e altitudes abaixo de 1.500 m. Entretanto a distribuição pode
ser afetada por alterações climáticas, especialmente pelo aquecimento global e migrações
populacionais. Plasmodium falciparum e P. malariae são encontrados em todas as áreas
sombreadas do mapa (com o P. falciparum com a maior prevalência).
Plasmodium vivax e P. ovale são tradicionalmente encontrandos ocupando nichos
complementares, com P. ovale predominando no sul da África e P. vivax nas outras áreas;
entretanto estas duas espécies não são distinguíveis com base apenas em características
morfológicas; o uso de técnicas molecular pode vir a ajudar a mostrar exatamente a
distribuição.
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FORMAS EVOLUTIVAS
- Esporozoíto: forma alongada com núcleo central;
- Trofozoíto (Tf): forma arredondada com núcleo periférico – jovem e maduro;
- Esquizonte: massa citoplasmática com vários núcleos;
- Merócito: conjunto de formas arredondadas com núcleo central (merozoítos);
- Gametócito (gamonte): macro e microgametócito;
- Ovo/zigoto;
- Oocineto: forma alongada e móvel;
- Oocisto: forma arredondada e imóvel que origina os esporozoítos.
BIOLOGIA
- Habitat:
Hospedeiro vertebrado – no sangue, no interior dos hepatócitos e eritrócitos
Hospedeiro intermediário – luz do intestino, epitélio do órgão, na hemolinfa e glândulas
salivares;
- Transmissão: através das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles, transfusão de
sangue, acidentes de laboratório e raramente congênita.
CICLO BIOLÓGICO
- Heteroxênico: hospedeiro intermediário (Anopheles) Hospedeiro vertebrado (homem)
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PATOGENIA
Os sintomas complicadores da malária podem não ser específicos e os diagnósticos
podem falhar em pessoas providas de saúde que não alertam para a possibilidade da
doença. Desde que a malária não seja tratada pode evoluir para uma forma severa e ser
rapidamente fatal (< 24 h), considera-se impreterivelmente possíveis pacientes pessoas
com história de exposição (que tenham viajado ou morado em áreas endêmicas da doença).
Os sintomas mais freqüentes são febres e calafrios, que podem ser acompanhados
por cefaléias, mialgias, artralgias, fraqueza, vômito e diarréia. Outros sintomas clínicos
incluem esplenomegalia, anemia, trombocitopenia, hipoglicemia, disfunção pulmonar e
renal e alterações cardíacas. A apresentação clínica pode variar substancialmente
dependendo da espécie que esteja infectando, o nível de parasitemia, e do estado
imunológico do paciente. Infecções causadas por P. falciparum podem evoluir para a forma
severa, potencialmente fatal com envolvimento do sistema nervoso central (malária
cerebral), deficiência renal aguda, anemia severa, ou dispnéia em adultos.
Complicações com P. vivax incluem esplenomegalia (com rara ruptura do baço), e a
malária por P. malariae incluem síndrome nefrótica.
- Caracteristicamente aguda;
- Acessos febris;
- Acesso malárico (calafrio, calor e suor);
- Anemia.
RESISTÊNCIA À MALÁRIA
- Bioquímica das hemácias (glicose-6-fosfato desidrogenase);
- Resistência racial (antígeno Duffy);
- Anemia falciforme (HbAS);
- Talassemia.
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CICLO BIOLÓGICO
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DIAGNÓSTICO
Clínico: anamnese do paciente e histórico de doença na região;
Laboratorial:
Parasitológico: esfregaço e GE;
Imunológico: RIFI, ELISA e RFC;
Molecular: PCR.
EPIDEMIOLOGIA
- Zoonose ocorrendo também entre homens e primatas (P. malariae);
- Elos epidemiológicos: vetor (Anopheles) – Plasmodium (gametóforos) – homem
susceptível;
- Condições ambientais.
PROFILAXIA
- Proteção individual;
- Combate ao vetor adulto e larvas;
- Medidas de saneamento básico.
TRATAMENTO
- Nos casos de malária por P. vivax, P. malariae e P. ovale: Cloroquina (associado a
Primaquina na malária por P. vivax resistente);
- Na malária por P. falciparum: Cloroquina, Quinina associada à Tetraciclina, Mefloquina,
Artemisinina.
VETORES DA MALÁRIA
Classificação:
- Filo: Arthropoda
- Ordem: Diptera
- Família: Cilicidae
- Gênero: Anopheles
- Espécies: A. darlingi – H2O doce, todos os estados do Brasil;
A Aquasalis - H2O salobra, na região costeira do Brasil;
A cruzi e A. bellator – principais espécies transmissoras no sul do país,
habitam folhas de bromélias.
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SARCOCYSTIS, ISOSPORA E CRYPTOSPORIDIUM
SARCOCYSTIS
Nesse gênero se encontram duas espécies que parasitam o homem: Sarcocystis
hominis e Sarcocystis suihominis.
Suas características morfológicas dependem de sua fase evolutiva:
Merontes (esquizontes): presentes no endotélio de vasos sanguíneos do hospedeiro
intermediário.
Sarcocistos (cistos): presentes nos músculos e, ocasionalmente, em outros tecidos
do hospedeiro intermediário.
Bradizoítos: presentes dentro dos sarcocistos, são as formas infectantes para o
hospedeiro definitivo.
Oocistos: presentes nas fezes dos homens (hospedeiro definitivo), são eliminados
esporulados sendo a forma infectante para o hospedeiro intermediário.
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo biológico do gênero Sarcocystis é heteroxênico obrigatório, envolvendo
uma relação presa-predador.
O homem é o hospedeiro definitivo do S. hominis e do S. suihominis, cujos
hospedeiros intermediários (presas) são, respectivamente, os bovinos e suínos.
PATOGENIA
S. suihominis:
- diarréia
- náusea
- vômito
- distúrbios circulatórios
- calafrios e sudorese
S. hominis:
- subclínicas e autolimitantes
- distúrbio gastrointestinais
- diarréia
- náusea
- dor abdominal
- anorexia
- cólicas
Alterações ocorrem com 6 a 24h após ingestão da carne infectada e desaparecendo com
12 a 24h depois.
DIAGNÓSTICO
Encontro de oocistos esporulados ou esporocistos, em exames de fezes.
- flutuação centrífuga com solução açucarada de Seather
- Kato-Katz
TRATAMENTO
De valor relativo, uma vez que, agentes terapêuticos tem ação limitada sob as forma
dos coccídeos.
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PROFILAXIA
ISOSPORA
A Isospora hominis, por sua característica morfológica e biológica, se encontra
atualmente classificada como um membro do gênero Sarcocystis.
MORFOLOGIA
Os membros são coccídios que apresentam oocistos co dois esporocistos e com
quatro esporozoítos dentro de cada um.
PATOGENIA
- Síndrome da má absorção
- Diarréia aquosa crônica de longa duração (vários meses) em pacientes
imunossuprimidos.
CRYPTOSPORIDIUM
Pequeno coccídio, encontrado nas glândulas gástricas de camundongo que recebe o
nome de C muris. Outro coccídio ainda menor encontrado no intestino delgado de
camundongo com o nome de C. parvum.
MORFOLOGIA
Apresenta diferentes formas estruturais que podem ser encontradas nos tecidos
(formas endógenas), nas fezes e no meio ambiente (oocistos).
Os oocistos são pequenos, esféricos ou ovóides e contendo quatro esporozoítos
livres no seu interior quando eliminados nas fezes.
TRASNMISSÃO
- Ingestão ou inalação de oocistos ou pela autoinfecção.
- Pessoa a pessoa
- Animal a pessoa
- Pessoa a animal
PATOGENIA E SINTOMAS
- Diarréia aquosa (3 a 10 vezes ao dia) com duração média de 30 dias
- Anorexia
- Dor abdominal
- Náusea
- Flatulência
- Febre e dor de cabeça
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DIAGNÓSTICO
- Visualização de oocistos nas fezes;
- Material de biópsia intersticial;
- Raspado de mucosa;
- Flutuação centrífuga em solução saturada de sacarose;
- Sedimentação pelo formol-éter.
TRATAMENTO
É essencialmente sintomático e visa aliviar os efeitos da diarréia e desidratação. Em
indivíduos imunocompetentes, geralmente ocorre cura espontânea.
PROFILAXIA
Evitar a contaminação do meio ambiente, água e alimentos com oocistos do parasito
e o contato de pessoas susceptíveis com fontes de infecção.
Construção de fossas sépticas.
CICLO BIOLÓGICO
Os parasitos se desenvolvem e multiplicam-se nas células epiteliais do intestino
delgado. Trofozoítos se desenvolvem em esquizontes que contem múltiplos merozoítos.
Após a ruptura dos esquizontes os merozoítos são liberados, invadem novos epitélios
celulares, e continua o ciclo com multiplicação assexuada. Após o período de uma semana,
o estágio sexual se prolonga até formação de gametas. O resultado da fertilização é a
formação de oocistos que são excretados junto as fezes. Durante a excreção, os oocistos
contem usualmente um esporocisto (muito raramente dois). Depois da excreção o
esporocisto se divide em dois (os oocistos agora tem dois eporocistos); em cada esporocisto
existe quatro esporozoítos cada. A infecção ocorre pela ingestão de esporozoíotos contidos
nos oocistos; o esporocisto encista no intestino delgado e libera os esporozoítos, que
invadem as células epiteliais e iniciam a esquizogonia.
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LEISHMANIOSES
CONCEITO
As leishmanioses são causadas por parasitas do gênero Leishmania e podem ter
formas clínicas muito distintas, dependendo do parasita, da resposta imune do hospedeiro e
de fatores outros ainda não determinados. De uma forma geral dividimos as leishmanioses
em dois grandes grupos: as leishmanioses tegumentares e a leishmaniose visceral, ou
calazar.
O gênero Leishmania apresenta várias espécies, sendo que abordaremos aqui
somente duas: L. brasiliensis e L. donovani.
CICLO BIOLÓGICO
Transformação Multiplicação em
em amastigotos macrófagos
Homem, cão
Fagocitose
por macrófagos
Ruptura dos macrófagos e
liberação de amastigotos
Pele
Inoculação vetor
no hospedeiro
Transformação em
Multiplicação promastigotos
no intestíno médio no intestíno médio
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Formas evolutivas do vetor da Leishmaniose Visceral:
A B
ovo
cutícula
aderente
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Cão com calazar:
Figura: Quadro de clássico de calazar canino. Cão com lesões nos bordos da
orelha e no focinho (esquerda). Observe a queda de pêlos, o emagrecimento
acentuado, o crescimento das unhas e as lesões por todo o corpo (direita).
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PATOGENIA
- Infecção Visceralização SMF;
- Período de incubação: 2 a 7 meses febre recorrente (2 picos diurnos) alterações.
Baço: esplenomegalia células Reticulares/folículos linfóides diminuição da
circulação congestão, infarto, ruptura diminuição da função hemocaterética
(deficiência na destruição das hemácias velhas).
Fígado: hepatomegalia sinusóides/espaço porta diminuição da circulação,
diminuição da albumina, aumento da globina icterícia, ascite e edema.
Medula óssea: pancitopenia diminuição do tecido hemocitopoético anemia,
leucopenia, hemorragia.
Rins: nefrite, hematúria e albuminúria.
Pulmão: tosse seca.
Disseminação por via linfática ou hematogênica.
- Pulmões: Infiltrado celular;
Síndrome de Loeffler.
- Intestino: Lesões espoliativas, alérgicas e mecânicas;
Apendicite, colecistite e obstrução do ducto pancreático.
DIAGNÓSTICO
- Clínico:
Epidemiologia: presença do vetor, de cão infectado e de outros casos;
Diferencial: outras doenças parasitárias.
- Laboratorial:
Parasitológico: punção da medula óssea esfregaço, hemocultura, inoculo (cobaias);
Métodos indiretos: hemograma, eletroforese de proteínas e testes sorológicos;
Métodos Moleculares.
EPIDEMIOLOGIA
- Elos epidemiológicos: HI, HV – R;
- Lutzomyia longipalpis (hábitos/hábitat);
- Canis familiaris com calazar: caquético com queda de pêlos e peso;
- Prevalência local.
PROFILAXIA
- Combate: reservatórios/vetores;
- Tratamento dos casos humanos.
TRATAMENTO
- Glucantime (antimoniato de N-metil glucamina): 1ml/5kg dia – 10 dias – intervalo e nova
série, além de medidas paralelas ao tratamento específico.
35
Morfologia de Leishmania - figura esquemática mostrando o núcleo, cinetoplasto,
blefaroplasto, flagelo e mitocôndria de forma promastigota e amastigota.
PATOGENIA
Células do SMF (macrófagos) são atraídas e fagocitam as promastigotas,
transformando-se em amastigotas e iniciam a reprodução por divisões binárias sucessivas;
mais macrófagos são atraídos ao sítio, onde se fixam e são infectados. A lesão inicial é
manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e de
macrófagos na derme abarrotados de parasitos.
O período de incubação pode variar de duas semanas a três meses.
36
FORMAS CLÍNICAS
DIAGNÓSTICO
- Clínico:
Epidemiologia: presença do vetor, de cão infectado e de outros casos;
Diferencial: outras doenças parasitárias.
- Laboratorial:
Parasitológico:
Exames diretos de esfregaços corados: biópsia ou curetagem nos bordos da lesão
Exame histopatológico: Através de fragmentos obtidos pela biópsia submetido a
técnica hiostológica.
Cultura: fragmentos do tecido ou de aspirados dos bordos das lesões
Inoculo em animais:Hamster é o principal animal utilizado, inocula-se um triturado
do fragmento com soro fisiológico.
Diagnóstico molecular: PCR
- Imunológico:
Teste Montenegro: inoculação de antígeno na face interna do braço.
EPIDEMIOLOGIA
- Grande número de reservatórios (mamíferos)
- Lutzomyia spp. (hábitos/hábitat);
- Grande número de vetores ao longo do mundo
- Ciclos de transmissão variados
PROFILAXIA
- Evitar o desmatamento
- Tratamento dos casos humanos.
- Distância mínima de 500 m de uma casa para a mata.
TRATAMENTO
- Antimonil Pentavalente - Glucantime (antimoniato de N-metil glucamina): 1ml/5kg dia –
10 dias – intervalo e nova série, além de medidas paralelas ao tratamento específico.
37
Formas promastigostas e amastigotas de Leishmania sp.
Hepatoesplenomegalia e cutâneomucosa
38
TOXOPLASMOSE
INTRODUÇÃO
A toxoplasmose é uma infecção causada por protozoários que infectam o gato e
numerosas outras espécies de vertebrados, inclusive o homem, capazes de provocar lesões
oculares e anormalidades em recém-nascidos.
Agente etiológico:
- Filo: Apicomplexa - Gênero: Toxoplasma
- Ordem: Eucoccidiida - Espécie: T. gondii
- Família: Sarcocystidae
IMPORTÂNCIA
- Doença de ampla distribuição geográfica;
- Alta prevalência sorológica, e de grande importância para gestantes;
- Infecção oportunista em indivíduos imunodeficientes;
- Altos índices de mortalidade entre recém-nascidos por infecção transplascentária.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Taquizoíto: forma intracelular de multiplicação rápida;
- Bradizoíto (cisto): forma tecidual de multiplicação lenta;
- Oocisto: formado por membrana cística dupla bastante resistente, contendo dois
esporocistos e cada um com quatro esporozoítos
As diferenças entre as formas evolutivas (trofozoítos) são basicamente a velocidade
de reprodução
BIOLOGIA
- Habitat:
Taquizoítos: líquidos orgânicos como leite de cabra, saliva dos animais contaminados,
leite de gato;
Cistos: tecidos do hospedeiro (muscular, nervoso, etc.);
Oocistos: fezes de gatos, poeira, ar, areia e em gatos jovens que liberam muitos
oocistos;
- Transmissão: ingestão de oocistos, de cistos em carnes cruas ou mal cozidas, taquizoítos e
congênita.
CICLO BIOLÓGICO
- Heteroxênico: Necessitando de dois hospedeiros HI (homem) HD (gato).
Fase Assexuada (homem)
Oocistos/taquizoítos/cistos células taquizoítos novas células imunidade
cistos reagudização (bradizoítostaquizoítos).
39
Fase Sexuada (gato)
IMUNIDADE
- Humoral: IgM (se apresenta na fase aguda), IgG (se apresenta na fase crônica);
- Celular: defesa mediada por macrófagos.
PATOGENIA
A) Congênita:
- Mãe: durante a gestação pode estar na fase aguda ou reagudizar;
- Mortalidade de 40% a 50% de fetos infectados;
- Infecção no 1º trimestre geralmente leva ao aborto
- Infecção no 2º trimestre pode levar ao aborto ou nascimento prematuros com
anormalidades (coriorretinite – 90%; calcificação cerebral – 69%; perturbações
neurológicas – 60%; micro ou macrocefalia – 50%);
- Infecções no 3º trimestre em geral proporciona o nascimento normal com manifestações
posteriores (hepatoesplenomegalia/miocardite/anemia/lesões oculares);
DIAGNÓSTICO
- Clínico: anamnese do paciente (exame físico);
- Laboratorial:
Parasitológico: pesquisa de parasitos nos líquidos orgânicos;
Imunológico: RFC, RIFI e ELISA.
EPIDEMIOLOGIA
- Ampla distribuição;
- Diversos mamíferos e aves são susceptíveis;
- Artrópodes podem ser veiculadores dos oocistos;
- Felídeos liberam oocistos.
PROFILAXIA
- Controle da população de gatos errantes;
- Incinerar as fezes dos gatos;
- Não ingerir carnes mal cozidas e leites crus.
40
TRATAMENTO
- Sulfadiazina;
- Pirimetamina.
Oocisto de T. gondii
41
Figura – Criança com hidrocefalia devido a toxoplasmose congênita. (From Dubey JP, and
Beattie CP. Toxoplasmosis of animals and Man. CRC Press, Baca Raton, Florida, 52,
1988). Extraído do site – http/: www.gsbs.utmb.edu/microbook/ ch084.htm.
42
Membros da família dos gatos (Felidae) são os únicos hospedeiros definitivos
conhecidos para o Toxoplasma gondii. Gatos podem ser infectados por T. gondii atravéz de
carnivorismo . Depois da ingestão de cistos teciduais ou oocistos pelo gato, os taquizoítos
e bradzoítos são liberados invadindo células epiteliais do intestino e se reproduzindo de
forma sexuada, e formando oocistos, que serão liberados nas fezes. Oocistos podem
sobreviver por vários meses e é altamente resistente a desinfetantes, congelamento e
desidratação, mais são mortos a 70 °C por dez miniutos. A infecçaõp humana pode ser
adquirida por alguns caminhos: A) ingestão de carne contaminada por cistos de
Toxoplasma ; B) Ingestão de oocistos por fezes contaminado mãos, alimentos e água ;
C) Transplante de órgãos ou transfusão de sangue; D) Transmissão transplacentária; E)
ingestão acidental de taquizoítos. Os parasitos formam cistos tessiduais, muito comumente
em músculos esqueléticos, miocárdio e cérebro; estes cistos podem permanecer para o resto
da vida do hospedeiro.
43
ASCARIDÍASE
INTRODUÇÃO
A ascaridíase é uma parasitose causada por nematóides que parasitam o intestino
grosso, provocando lesões traumáticas e espoliativas ao hospedeiro.
Agente etiológico:
- Filo: Aschelminthes - Gênero: Ascaris
- Classe: Nematoda - Espécie: A. lumbricoides
- Família: Ascarididae
IMPORTÂNCIA
- Distribuição cosmopolita;
- 1,38 milhões de infectados e 250 milhões de doentes no mundo (OMS, 1998).
FORMAS EVOLUTIVAS
- Ovo: cor castanha, oval e membrana externa mamilonada (fértil, decorticado e infértil);
- Vermes adultos: cor leitosa, boca com 3 fortes lábios, macho com extremidade posterior
encurvada e fêmea com extremidade retilínea.
BIOLOGIA
- Habitat: intestino delgado (ID);
- Transmissão: água e alimentos contaminados.
- Transmissão por insetos, principalmente moscas e baratas
CICLO BIOLÓGICO
- Monoxênico: Acontece em um único hospedeiro
44
CICLO BIOLÓGICO
Vermes adultos 1 vivendo na luz do intestino. A fêmea pode produzir acima de 240.000
ovos por dia, estes saem junto as fezes 2. Ovos férteis embrionados podem se tornar
infectantes depois de 18 dias ou algumas semanas 3, dependendo das condições do
ambiente (umidade, temperatura e sombra). Depois os ovos infectantes são ingeridos 4, a
larva eclode 5, invade a mucosa do intestino, e é carreada pelo sistema porta para a
circulação sistêmica dos pulmões 6. A larva amadurece no pulmão (10-14 dias), penetra na
parede alveolar, sobe pela árvore brônquica até a garganta e é deglutida 7. Percorre a
distância até o intestino delgado, e se desenvolve em verme adulto 1. O período pré-patente
é de aproximadamente 2-3 meses. O tempo de vida do verme é de aproximadamente 2
anos.
45
Ovo Infétil e Fértil Eclosão
46
PATOGENIA
- Pulmões: Infiltrado celular;
Síndrome de Loeffler:
- Edemas dos alvéolos com infiltrado eosinofílico
- Manifestações alérgicas,
- Febre, bronquite e pneumonia
- Intestino: Lesões espoliativas, alérgicas e mecânicas;
Apendicite, colecistite e obstrução do ducto pancreático.
DIAGNÓSTICO
- Clínico: sintomas da infecção;
- Laboratorial: parasitológico de fezes para procura dos ovos.
EPIDEMIOLOGIA
- Postura da fêmea: 300 mil ovos/dia;
- Resistência dos ovos no ambiente;
- Hábitos de higiênicos são de grande importância epidemiológica
PROFILAXIA
- Higienização;
- Construção de fossas sépticas;
- Tratamento da população.
TRATAMENTO
- Mebendazol;
- Albendazol.
47
TRICURÍASE
INTRODUÇÃO
É uma parasitose causada por helmintos que apresentam características distintas,
parasitos do intestino grosso que provocam desde de lesões traumáticas à irritação
intestinal, podendo levar o hospedeiro à morte.
Agente etiológico:
- Filo: Aschelminthes - Gênero: Trichuris
- Classe: Nematoda - Espécie: T. trichiura
- Família: Trichuridae
IMPORTÂNCIA
- Distribuição cosmopolita;
- 902 milhões de pessoas infectadas (CHAN, 1997);
- Maior sintomatologia em crianças.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Ovos: aspecto de barril de cor castanho-escura;
- Vermes adultos: aspecto de chicote, cor esbranquiçada, região anterior do corpo afilada, O
macho com extremidade posterior encurvada e fêmea com extremidade reta.
BIOLOGIA
- Habitat: intestino grosso (ceco, cólon e íleo);
- Transmissão: água e alimentos contaminados.
CICLO BIOLÓGICO
- Monoxênico:
48
PATOGENIA
- Geralmente assintomático;
- Alterações intestinais:
- Diarréias
- Tenesmo (vontade de defecar sem ter fezes formadas)
- Perda de peso (devidoi a ação espoliativa do verme)
- Insônia (devido as coceiras noturnas na região perianal);
- Úlceras e abscessos;
- Anemia e prolapso retal.
DIAGNÓSTICO
- Clínico: sintomas no paciente;
- Laboratorial: parasitológico de fezes.
EPIDEMIOLOGIA
- Clima quente e úmido (região tropical e subtropical);
- Principalmente em crianças;
- Área urbana;
- Deficiência de saneamento básico.
49
PROFILAXIA
- Educação sanitária;
- Construção de fossas sépticas;
- Tratamento da população;
- Proteção dos alimentos.
TRATAMENTO
- Mebendazol e albendazol
Ovo de T. trichiura
Prolapso Retal
50
ANCILOSTOMÍASE
(AMARELÃO OU OPILAÇÃO)
INTRODUÇÃO
A ancilostomíase é uma infecção causada por algumas espécies de nematóides
capazes de provocar intensa anemia no hospedeiro.
Agente etiológico:
- Filo: Aschelminthes
- Classe: Nematoda
- Família: Ancylostomatidae
- Subfamília: Ancylostominae Subfamilía: Bunostominae
- Gênero: Ancylostoma Gênero: Necator
- Espécies: A. duodenale Espécie: N. americanus
A.caninum
A. ceylanicum
IMPORTÂNCIA
- Ampla distribuição geográfica;
- 900 milhões de pessoas parasitadas;
- 60 mil morrem anualmente.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Vermes adultos machos: são cilíndricos; cor róseo-avermelhada; bolsa copuladora na
extremidade posterior do corpo e medem de 8 a 11mm de comprimento.
- Vermes adultos fêmeas: cilindriformes; cor róseo-avermelhada; medem de 10 a 18mm
de comprimento e extremidade posterior pontiaguda.
- Larvas rabditóide (L1 e L2) e filarióide (L3).
- Ovo: forma oval e membrana transparente e fina com células no seu interior.
BIOLOGIA
- Habitat:os vermes adultos vivem na mucosa do intestino delgado;
- Transmissão: penetração das larvas infectantes na pele, além de água e alimentos
contaminados.
A. duodenale – via oral e transcutânea;
A. ceylanicum – via oral; N. americanus – via transcutânea.
CICLO BIOLÓGICO
- Monoxênico:
51
PERÍODO PRÉ-PATENTE:
A. duodenale – 35 a 60 dias
A. ceylanicum – 21 a 35 dias
N. americanus – 42 a 60 dias
PATOGENIA
- Lesões tegumentares: prurido, edema, hiperemia, pápula eritematosa.
- Lesões pulmonares: tosse, bronquite, pneumonia.
- Lesões intestinais: inflamação catarral crônica, anemia, cólica, náuseas, vômitos,
flatulência e diarréia sanguinolenta.
52
DIAGNÓSTICO
- Clínico: anamnese do paciente;
- Laboratorial:
Parasitológico de fezes (HPJ);
Coprocultura.
- Imunológicos: fixação do complemento, imunofluorescência e ELISA.
EPIDEMIOLOGIA
- Preferencialmente em crianças (acima de 6 anos), adolescentes e indivíduos mais velhos;
- Solo arenoso, úmido, rico em matéria orgânica e oxigênio;
- Melhor desenvolvimento nas temperaturas das regiões tropicais e temperadas.
PROFILAXIA
- Saneamento básico;
- Educação sanitária;
- Suplemento alimentar;
- Uso de calçados;
- Tratar água e alimentos contaminados.
TRATAMENTO
- Mebendazol;
- Albendazol.
53
Ancylostoma duodenale – boca Larva filarióide
54
ESTRONGILOIDÍASE
INTRODUÇÃO
A estrongiloidíase é uma infecção causada por parasitos que vivem no intestino
delgado humano e se caracterizam por possuírem uma fase do ciclo de vida no solo.
Agente etiológico:
- Filo: Aschelminthes - Gênero: Strongyloides
- Classe: Nematoda - Espécies: S. stercoralis
- Família: Strongyloididae
IMPORTÂNCIA
- Distribuição mundial;
- Caráter de cronicidade e auto-infecção;
- Reagudização em indivíduos imunodeprimidos;
- Taxas de 41,5%.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Fêmea partenogenética: corpo cilíndrico e afilado; boca pequena com três lábios; mede de
1,7 a 2,5mm de comprimento;
- Larva rabditóide: nas fezes, vestíbulo bucal curto; mede de 0,02 a 0,03mm de
comprimento;
- Larva filarióide: larva infectante (L3), cauda entalhada; mede de 0,35 a 0,5mm de
comprimento;
- Macho de vida livre: aspecto fusiforme, extremidade anterior arredondada e posterior
recurvada ventralmente; mede 0,7mm de comprimento e apresenta dois espículos;
- Fêmea de vida livre: aspecto fusiforme; extremidade anterior arredondada e posterior
afilada; mede de 0,8 a 1,2mm de comprimento;
- Ovo: elíptico; membrana fina e transparente.
BIOLOGIA
- Habitat:
Fêmea partenogenética: intestino delgado (mucosa duodenal);
Macho e fêmea de vida livre: meio ambiente;
- Transmissão: heteroinfecção; auto-infecção externa e interna.
CICLO BIOLÓGICO
- Monoxênico: fêmeas partenogenéticas (intestino delagado) larvas rabditóides (fezes).
55
- Temperatura entre 25 e 30°C;
- Ausência de luz solar direta.
56
IMUNIDADE
- Disseminada (maligna ou fatal), cura espontânea, cronificação.
PATOGENIA
- Alterações cutâneas: edema, eritema, prurido e pápulas hemorrágicas, larva migrans
(migração na pele);
- Alterações pulmonares: síndrome de Löeffler, edema pulmonar e insuficiência pulmonar;
- Alterações intestinais: enterite catarral, pontos hemorrágicos ulcerosos, diarréia, dores
abdominais, esteatorréia, desidratação, vômitos, emagrecimento, perfuração intestinal;
- Disseminada: larvas nos rins, fígado, pulmões, cérebro, diarréia, pneumonia hemorrágica,
meningite e morte.
DIAGNÓSTICO
- Clínico: anamnese do paciente;
- Laboratorial:
Exame de fezes (Baermann-Moraes e de Rugai);
Pesquisa de larvas nas secreções;
Coprocultura;
- Imunológicos: Intradermorreação, ELISA e RIFI.
EPIDEMIOLOGIA
- Maior incidência (regiões tropicais);
- Solo arenoso;
- Temperatura e umidade elevada;
- Solo contaminado com fezes do homem e animais infectados;
- Condições sanitárias e hábitos de higiene inadequados;
- Contato com águas e alimentos contaminados;
- Não utilização de calçados.
PROFILAXIA
- Atenção nos hábitos de higiene;
- Lavar adequadamente os alimentos;
- Utilização de calçados;
- Programas de educação e engenharia sanitária.
TRATAMENTO
- Tiabendazol (Thiaben);
- Albendazol (Zentel);
- Cambendazol (Camben);
- Ivermectina.
57
Larva rabditóide de Strogyloides stercoralis
58
ENTEROBÍASE
INTRODUÇÃO
É uma verminose intestinal que tem como causa um pequeno nematóide conhecido
como oxiúro, cujo parasitismo provoca, muitas vezes, intenso prurido e complicações
locais.
Agente etiológico:
- Filo: Aschelminthes - Gênero: Enterobius
- Classe: Nematoda - Espécie: E. vermiculares
- Família: Oxyuridae
IMPORTÂNCIA
- Distribuição cosmopolita (clima temperado);
- Alta prevalência em crianças.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Ovo: ligeiramente achatado de um lado;
- Vermes adultos: cor branca, filiformes e presença de asas cefálicas.
BIOLOGIA
- Habitat:
Parasitos adultos – ceco (intestino grosso);
Fêmeas grávidas – região perianal;
- Transmissão: Heteroinfecção, indireta, direta e auto-infecção.
CICLO BIOLÓGICO
- Monoxênico:
Cópula fêmeas grávidas rompimento/eclosão dos ovos ovos infectantes nas fezes
ingestão intestino grosso ceco (adultos) 1 – 2 meses (fêmeas).
PATOGENIA
- Prurido anal ou visualização nas fezes;
- Inflamação e enterite catarral;
- Infecção bacteriana secundária devido as feridas provocadas pelo prurido;
- Vaginite, perda de sono, nervosismo.
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DIAGNÓSTICO
- Clínico: anamnese do paciente;
- Laboratorial: fita adesiva ou fita gomada (método de Graham).
EPIDEMIOLOGIA
- Crianças em idade escolar;
- Restrita ao homem;
- Resistência dos ovos;
- Disseminação dos ovos.
PROFILAXIA
- Não sacudir roupas de cama;
- Cortar unhas e manter hábitos de higiene;
- Tratamento da população;
TRATAMENTO
- Bensimidazoles:
- Mebendazol
- Albendazol
- Ivermectina
60
Fêmea e Macho respectivamente
61
FILARIOSE LINFÁTICA
INTRODUÇÃO
A filariose linfática humana, conhecida como elefantíase na fase mais avançada da
doença, é causada por helmintos que parasitam o sistema linfático provocando infecções e
edema dos membros afetados.
Agente etiológico:
- Filo: Aschelminthes - Gênero: Wuchereria
- Classe: Nematoda - Espécie: W. bancrofti
- Família: Onchocercidae
IMPORTÂNCIA
- Doença endêmica;
- 120 milhões de pessoas parasitadas e 1 bilhão morando em área de risco;
- Maceió, Recife e Belém são focos da infecção no Brasil.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Vermes adultos: são longos, delgados e branco-leitosos com boca desprovida de lábios;
cutícula lisa; fêmea com 7 a 10cm e macho medindo de 3,5 a 4cm de comprimento com
extremidade posterior enrolada ventralmente;
- Microfilárias (mf): formas embrionárias que possuem uma membrana delicada (bainha)
medindo de 250 a 300m de comprimento;
- Larvas: L1 (salsichóide), L2 e L3.
BIOLOGIA
- Habitat:
Vermes adultos: vasos e gânglios linfáticos;
Microfilárias: circulação sangüínea;
Larvas: vetor;
- Transmissão: através da picada do vetor – Culex quinquefasciatus (muriçoca);
- Periodicidade das mf: durante o dia nos capilares profundos e a noite na circulação
periférica.
CICLO BIOLÓGICO
- Heteroxênico: Hospedeiro intermediário (Culex quinquefasciatus) Hospedeiro
definitivo (homem)
62
CICLO BIOLÓGICO
- Culex quinquefasciatus
63
PATOGENIA
- Infecção (mf e vermes);
- Pacientes assintomáticos – apresentam alta microfilaremia.
- Pacientes crônicos/elefantíase – apresentam baixa microfilaremia.
- Ação mecânica: linfangiectasia e linforragia (cavidade abdominal – ascite linfática, túnica
escrotal – hidrocele, tórax – linfotórax).
- Ação irritativa: linfangite, linfadenite, fenômenos alérgicos.
- Reações imunológicas: EPT – abscessos eosinofílicos com mf e fibrose intersticial crônica
nos pulmões, glomerulonefrite.
64
DIAGNÓSTICO
- Clínico: sintomatologia associada com linfangites e alterações pulmonares, ultra-
sonografia;
- Laboratorial:
Pesquisa de mf no sangue periférico (gota espessa);
Técnicas de concentração (filtração de sangue);
Método de Knott;
- Imunológicos: ELISA, RIFI, Card Test
EPIDEMIOLOGIA
- Distribuição da infecção;
- Presença de pernilongo, muriçoca;
- Homem – fonte de infecção;
- Temperatura e umidade elevada.
PROFILAXIA
- Tratamento das pessoas contaminadas;
- Combate ao vetor;
- Saneamento ambiental;
- Larvicidas químicos e biológicos.
TRATAMENTO
- Citrato de dietilcarbamazina (DEC);
- Ivermectina;
- Albendazol (para auxiliar o tratamento de verminoses secundárias)
- Cirurgia plástica (elefantíase).
Microfilária de W. bancrofti
65
Edema de pernas Edema com drenagem linfática
66
Quilúria e L3 na probóscida de Culex
(foto: Dr. Gilberto Fontes)
67
ESQUISTOSSOMÍASE
INTRODUÇÃO
É uma doença provocada por trematódeos, popularmente conhecida como xistose,
barriga d’agua ou mal do caramujo que atinge milhões de pessoas nas áreas endêmicas.
Agente etiológico:
- Filo: Platyhelminthes - Espécies: S. mansoni
- Classe: Trematoda S. japonicum
- Família: Schistosomatidae S. haematobium
- Gênero: Schistosoma
IMPORTÂNCIA
- Condições apropriadas nos países tropicais;
- Expansão geográfica da doença;
- Cargas parasitárias mais elevadas em indivíduos jovens;
- Cerca de 150 a 200 milhões de pessoas infectadas.
FORMAS EVOLUTIVAS
- Ovo: forma oval, com espículo na região mais larga;
- Miracídio: forma cilíndrica ou ovalada que eclode do ovo e apresenta cílios para
movimentação;
- Esporocisto: forma de multiplicação presente no caramujo proveniente da cercária, capaz
de produzir 2º geração de esporocisto;
- Cercária: forma infectante liberada pelo caramujo e apresenta uma cauda bifurcada;
- Vermes adultos: achatados dorso ventralmente, presença de ventosas oral e ventral
(acetábulo), macho com 1cm e canal ginecóforo (local onde vive a fêmea), fêmea com
1,5cm.
BIOLOGIA
- Habitat:
Forma imatura: caramujo;
Forma adulta: vasos do sistema porta e vasos mesentéricos;
TRANSMISSÃO
Cercárias eliminadas pelo vetor – molusco do gênero Biomphalaria ( causador da infecção
Biomphalaria glabrata).
68
CICLO BIOLÓGICO
- Heteroxênico: Hospedeiro intermediário (Biomphalaria) Hospedeiro definitivo
(homem).
IMUNIDADE
- Imunidade concomitante: indivíduos de áreas endêmicas são mais resistentes tendendo a
cronificar a doença;
- Imunodepressão:
69
PATOGENIA
- Cercárias: dermatite cercariana devido à irritação provocada pelas cercarias na pele;
- Esquistossômulos: linfadenia generalizada, febre, hepato e esplenomegalia;
- Ovos: hemorragias, edemas (deficiência de circulação), formas ulcerativas;
Forma aguda: assintomático ou sintomas acima relacionados, ascite acompanhada de
dor;
Forma crônica: intestino (ovos): diarréia mucosanguinolenta ou constipação, dor
abdominal, tenesmo, granulomas;
- Fígado: granulomas – fibrose periportal hipertensão portal esplenomegalia ascite
circulação colateral (anastomose) varizes esofagianas hemorragias.
DIAGNÓSTICO
- Clínico: anamnese do paciente;
- Laboratorial:
Parasitológico: exame de fezes para procura dos ovos, eclosão do miracídio e biópsia
retal (ovos encistados);
Imunológicos: RFC, RIFI, ELISA.
EPIDEMIOLOGIA
- Vetores: quimiocinese, B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea – milhões de cercarias
eliminadas diariamente;
- A sobrevida dos vermes no homem;
- Fatores ambientais: temperatura, luminosidade e contaminação fecal em coleções de água;
- Fatores humanos: idade, atividade profissional (área de transmissão).
PROFILAXIA
- Tratamento da população;
- Educação sanitária e construção de fossas sépticas;
- Combate dos caramujos transmissores (moluscicida);
TRATAMENTO
- Oxaminiquina (Mansil);
- Praziquantel.
70
Cercária
71
TENÍASE E CISTICERCOSE
INTRODUÇÃO
É uma zoonose, causada por Cestodas, apesar de serem da mesma espécie porém em
fases de vida diferentes .
Agente etiológico:
- Família: Taeniidae - Gênero: Taenia
- Espécie: T. saginata (6m)
T. solium (3m)
IMPORTÂNCIA
- Distribuição mundial dependendo da cultura (tipo de alimentação);
- Alterações neurológicas provocadas pela neurocisticercose;
- 77 milhões de infectados com T. saginata;
- 2,5 milhões de infectados com T. solium;
- 300 mil pessoas com cisticercose.
FORMAS EVOLUTIVAS
- São divididas morfologicamente em:
- Escólex ou cabeça
- Colo ou pescoço
- Estróbilo ou corpo
BIOLOGIA
- Tanto a T. solium quanto a T. saginata na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino
delgado;
- O Cysticercus cellulosae é encontrado no tecido subcultâneo, muscular e cerebral, tanto
de porco como de homem;
- O Cysticrecus bovis é encontrado apenas nos tecidos bovinos
72
CICLO BIOLÓGICO
- Heteroxênico: HI (vetor) HV (homem).
PATOGENIA
- Alergias tóxicas;
- Destruição do epitélio intestinal;
- Hemorragia intestinal;
- Tonturas;
- Aumento de apetite com perda de peso;
- Náuseas e vômitos;
- Alargamento do abdômen
- Cegueira;
- Aumento da pressão intra-craniana.
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DIAGNÓSTICO
- Clínico:
Impossível em pacientes assintomáticos;
Em pacientes com cisticercose e sintomáticos está geralmente associada ao SNC;
- Laboratorial:
Parasitológico: pesquisa de proglótides por exames de fezes comuns e mais raramente
pela procura de ovos;
Para diagnóstico parasitológico específico usar a técnica de “tamização” (peneirar as
fezes).
EPIDEMIOLOGIA
- Porco, homem, cão e macaco;
- Cão é um excelente hospedeiro no Sudoeste da Ásia;
- No Brasil não existem dados recentes ;
- Falta de um serviço de inspeção de carnes.
PROFILAXIA
- Construção de pocilgas para abrigar animais;
- Tornar inacessíveis aos porcos e bois os excrementos dos homens;
- Inspeção de carcaças nos matadouros;
- Saneamento básico.
TRATAMENTO
- Niclosamida (Atenase)
- Praziquantel (Cestox)
- Albendazol
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Ovo de Taenia spp
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MÉTODOS DE EXAMES COPROLÓGICOS
Solução de lugol:
Lugol 2,0 g
Iodeto de Potássio - KI 4,0 g
Água destilada Completar para 100 ml
Conservantes de fezes:
MIF (Mertiolato, Iodo e Formaldeído)
Glicerina 5ml
Formaldeído (40%) 25 ml
Mertiolato (ou mercurocromo) 0,1% 200 ml
Água destilada 200 ml
Solução de lugol 43 ml
Total 473 ml
EXAME DIRETO
Utilizado para pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos.
método pouco sensível e só apresenta resultados positivos em infecções massivas.
Procedimento: Adicionar solução de lugol às fezes, preparar a lâmina e observar direto ao
microscópio em aumento de 100X e 400X.
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MÉTODO DE WILLIS
Utilizado na pesquisa de ovos de helmintos.
1. Dissolver cerca de 5g de fezes em uma solução saturada de NaCl.
2. Filtrar em gaze dobrada em quatro em frasco de Borrel e completar com a solução
saturada de NaCl até formar um menisco convexo na boca do frasco.
3. Colocar uma lâmina por sobre as bordas do frasco para que fique em contato com o
líquido ao menos por 5 minutos.
4. Retirar a lâmina sem escorrer o líquido e examinar ao microscópio.
MÉTODO DE RITCHIE
Utilizado na pesquisa de cistos de protozoários.
1. Idêntico ao método de FAUST até o ítem 4.
2. Adicionar cerca de 8 ml de formol a 10%, homogenizar, descansar por 10' a 20'.
3. Adicionar cerca de 2 ml de éter, agitar vigorosamente e centrifugar a 1500 rpm por 2'.
4. Desprezar o sobrenadante e examinar o depósito ao microscópio adicionando uma gota
da solução de lugol.
MÉTODO DE BAERMANN-MORAES
Utilizado na pesquisa e isolamento de larvas de Strongyloides sp. de fezes e de larvas de
nematóides do solo.
1. Em um funil de vidro, adicionar água a 40-41°C até o nível atingir 1/2 altura da amostra
depositada em gaze dobrada em quatro ou em peneira apropriada na boca do funil.
2. Após duas horas, coletar amostras da água em vidro de relógio e examinar ao
microscópio.
MÉTODO DE GRAHAM
(Método da fita adesiva)
Utilizado na pesquisa de ovos de E. vermicularis
1. Com auxílio de um tubo de ensaio, fazer pressão com uma fita gomada transparente
(parte colante) sobre o ânus e região perianal.
2. Colar a fita em lâmina e observar ao microscópio.
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MÉTODO DE KATO - KATZ
Utilizado principalmente na pesquisa de ovos de S. mansoni e outros helmintos.
Utilização do Kit (quantitativo - OPG):
1. Depositar uma pequena quantidade de fezes sobre uma folha de papel higiênico
colocando a tela por cima e pressionando com a paleta.
2. Colocar sobre uma lâmina de vidro a placa de plástico e depositar no centro do orifício as
fezes que ultrapassaram as malhas da tela (40 - 60 mg).
3. Comprimir as fezes no orifício da placa até completá-lo.
4. Sobrepor a lamínula de celofane (embebida em verde malaquita) e inverter a preparação
realizando pressão com o polegar sobre a lâmina até obter uma uniformidade do material.
5. Deixar em repouso por cerca de 60 minutos a temperatura ambiente.
6. Contar todos os ovos encontrados e multiplicar o total por 24, resultando em ovos/grama
de fezes.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 10. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. 428 p.
Centers for Disease Control & Prevention National Center for Infectious Diseases
Division of Parasitic Diseases - DPDx – Identification and Diagnosis of Parasites of
Public Healt Concern
Site - http://www.ccb.ufsc.br/proto/fezes.pdf
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ÍNDICE
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