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E.E.E.F.M.

______________________________________ Colares-PA/agosto/2021
Professor:____________________________________ Componente Curricular: História 3º Bimestre/1º PERÍODO
Estudante:_______________________________________ TURMA: 2º ano TURNO:_________

4- Período Imperial

A separação política entre Brasil e Portugal (1822) deve ser compreendida como um longo
processo de luta da Colônia para conquistar sua emancipação política, na medida em que setores da
sociedade da Colônia passaram a ter interesses distintos da Metrópole, ou a identificar nela a fonte
de seus problemas, buscando pôr fim a três séculos de exploração portuguesa.

A Crise do Sistema Colonial

No final do século XVIII teve início o período de crise do sistema colonial, não somente no
Brasil, mas em todo o continente americano. As colônias americanas, cansadas da exploração
imposta pelas suas metrópoles, iniciaram movimento de luta pela libertação colonial. Ao mesmo
tempo em que a Coroa lusa mantinha uma política de reforma do absolutismo, surgiram na colônia
várias conspirações contra Portugal e tentativas de independência.

Tais conspirações tinham muito a ver com as novas ideias e os fatos ocorridos na esfera
internacional, como a independência das Treze Colônias (Estados Unidos) em 1776, formando-
se a primeira nação livre da exploração colonial, a Revolução Francesa (1789) e também com os
princípios iluministas, como a igualdade e liberdade, incentivadora de uma postura mais crítica do
homem frente às desigualdades, incentivando movimentos de contestação ao domínio exercido
pelos portugueses, presentes nas revoluções ocorridas em Minas Gerais (1789) e na Bahia (1798).

Conjuração Mineira (1789)

A manifestação de rebeldia mais importante ocorrida no Brasil, a Conjuração Mineira foi


articulada por homens da elite de Minas Gerais, incluindo intelectuais, grandes negociantes,
elementos do clero e até membros da administração colonial. A razão imediata foi a ameaça, em
1778, do governador de Minas Gerais, de realizar a derrama (imposto a ser pago como a diferença
de arrecadação a ser cobrada da população até que a cota estipulada, mínima anual de 100 arrobas
de ouro, equivalente a 1,5 toneladas, fosse alcançada).

Uma conspiração foi articula por um grupo de intelectuais de Vila Rica, muitos dos envolvidos
deviam somas enormes a Fazenda Real e previam a adesão da população de Minas à revolta caso a
derrama fosse executada. Alguns conspiradores chegaram a esboçar um projeto de emancipação
política inspirados no sucesso da independência norte-americana.

A ideia era fazer a independência de Minas Gerais e proclamar uma república, cujo lema em
latim, era Libertas quae será tamem (“Liberdade ainda que tardia”). Além disso, planejavam
também a criação de uma universidade na região. Apesar do caráter liberal, o movimento não
visava à abolição da escravatura, devido ao perfil elitista da liderança do movimento.

A derrama foi suspensa em março, desaparecendo o principal motivo para a adesão ao


movimento. Porém, houve uma denúncia, um dos membros da conspiração, Joaquim Silvério dos
Reis, grande proprietário e minerador, endividado com a Coroa, denunciou a conjuração ao
governador em troca de anistia de seus débitos. Muitos inconfidentes foram presos e interrogados, o
único a ser executado na forca foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, no Rio de Janeiro,
em 21 de abril de 1792, e depois esquartejado, punição esta utilizada como símbolo de repressão da
Coroa portuguesa.

Tradicional imagem de Tiradentes, considerado herói pelo imaginário popular. Teve sua figura mitificada após a Proclamação da
República. O 21 de abril passou a ser feriado, Tiradentes foi cada vez mais retratado em pinturas com traços semelhantes às imagens
mais divulgadas de Cristo, se tornando um dos poucos heróis nacionais, cultuado como mártir.

Conjuração Baiana (1798):

A conjuração ocorrida na Bahia, em 1798 apresentou algumas importantes características que nos
permitem diferenciá-la do movimento de Minas Gerais, ocorrido nove anos antes. Conhecida
também como Conjuração dos Alfaiates, nela estavam envolvidos membros dos grupos populares
como alfaiates, soldados, escravos, pardos forros, além de uns poucos intelectuais também
influenciados pelas ideias iluministas.

Em 12 de agosto de 1798, foram colados panfletos em diversos pontos de Salvador, com as mais
variadas reivindicações, como a liberdade do comércio com outros países, combate ao preconceito
contra negros e mestiços e, o que mais incomodou as autoridades, a intenção de se proclamar uma
República Bahiense, em que todos teriam “liberdade, igualdade e fraternidade”.

“Eram os Avisos ao povo bahianense. (...) o papel – como se chamava esse


tipo de pasquim - clamava pelo fim do “detestável jugo metropolitano de
Portugal”

(...) “Todos os cidadãos, e em especial os mulatos e negros” eram informados


que “não haverá diferenças, haverá liberdade, igualdade e fraternidade”.(...)

Uma Breve História do Brasil/Mary Del Priori, Renato Venâncio. – São Paulo: Editora Planeta do Brasil,2010.p 149.

Em função da participação popular, uma diferença importante entre o movimento mineiro e o


baiano foi uma proposta mais incisiva dos conjurados baianos com relação à abolição do trabalho
escravo, pois o fim da escravidão era uma das principais reivindicações.

As autoridades coloniais logo partiram para a repressão do movimento, a conspiração foi


denunciada e esmagada antes mesmo de começar. O príncipe regente D. João ordenou que os
acusados fossem sentenciados pelo Tribunal da Relação na Bahia. Após a sentença foram
“exemplarmente” enforcados e esquartejados e outros réus foram degredados para a África.
Escravos receberam açoites e foram vendidos para fora da capitania, enquanto os poucos
representantes da elite branca, receberam penas leves.

Nenhuma das duas, Conjuração Mineira e Conjuração Baiana, atingiu seus objetivos libertários,
entretanto, mesmo reprimidos, deixaram um importante legado à população da colônia: o desejo de
pôr fim à exploração portuguesa no Brasil e a conquista da independência do país.
E.E.E.F.M. ______________________________________ Colares-PA/agosto/2021
Professor:____________________________________ Componente Curricular: História 3º Bimestre/1º PERÍODO
Estudante:_______________________________________ TURMA: 2º ano TURNO:_________

2º ano: ATIVIDADE DE HISTÓRIA 1º PERÍODO – 5,0 pts

1) Sobre os movimentos de libertação colonial, ocorridos no Brasil no século XVIII, aponte


semelhanças e diferenças entre as conjurações mineira (1789) e baiana (1798).
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2) Quando se analisa a Inconfidência Mineira, é correto afirmar que:


a) recebeu influências do positivismo, introduzido em Minas Gerais por uma burguesia mercantil e
alimentada por uma crise econômica.
b) revelou nuances de rebeldia contra os rigores da política fiscal metropolitana sobre a capitania
das minas, executada pela Casa de Contratação.
c) apresentou caráter nativista, ideologicamente alimentado pelos princípios mercantilistas,
difundidos pela maçonaria.
d) visava à independência da colônia e pretendia concretizar-se quando da cobrança dos impostos
atrasados.

3)Explique de que forma eventos estrangeiros e o contexto internacional influenciaram a realização


da Inconfidência Mineira e a realização da Conjuração Baiana.

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4)A crise do sistema colonial gerou uma série de rebeliões, que refletiam as contradições internas e
a ruptura de interesses entre metrópole e colônia. Neste quadro, está inserida a célebre Revolta dos
Alfaiates ou Conjuração Baiana, cujo traço marcante foi:

a) a ausência de ligações com o movimento maçônico, responsável por quase todas as revoltas do
período.

b) o combate às ideias da Revolução Francesa, defendidas nos meios intelectuais da colônia.

c) o caráter eminentemente popular do movimento e suas reivindicações, fato que desencadeou uma
violenta repressão da metrópole contra os líderes populares.

d) ter apenas combatido a política mercantilista da metrópole, sem, contudo pensar em separação
política.

e) a apurada organização do movimento, que justificou sua vitória sobre as tropas coloniais.

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