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TEXTO DE SÉRGIO JOSÉ BOTH

RESENHA CRÍTICA

Resenha é uma análise de um livro com o comentário do livro e


aprofundamento teórico embasado no seu próprio conhecimento
acadêmico.
Pode ser publicado em jornais, periódicos e revistas especializadas
das várias áreas da ciência, das artes, das letras, da filosofia, da educação,
da tecnologia, da administração, da contabilidade, do direito e outros.
A resenha tem papel importante na vida científica de todo estudante
e do especialista é através dela se toma conhecimento prévio do conteúdo e
do valor de um livro que acaba de ser publicado ou outro que já foi
publicado a mais tempo. Fundamentando-se nesta informação a decisão de
ler o livro, seja para o estudo seja para um trabalho em particular, merece
ser organizado em um texto em forma de resenha crítica.
Resenha crítica é uma descrição minuciosa que compreende certo
número de fatos; é a apresentação do conteúdo da obra, ter o conhecimento
do assunto, e capacidade crítica.
A finalidade de uma resenha é informar o leitor de maneira objetiva
os saberes interpretativos do assunto que trata o livro, evidenciando a
contribuição do autor de resenha novas abordagens, novos conhecimentos,
novas teorias. A resenha é uma apresentação sistematizada das idéias
fundamentais da obra estudada.
Uma resenha informativa apresenta pela exposição do conteúdo do
texto; é crítica quando manifestação do valor e o alcance do texto
analisado; é crítico-informativo quando expõe o conteúdo e comentários do
texto em análise. (SEVERINO, 2002: 131)
O resenhista resume o assunto e apontar as falhas e os erros de
informação encontrados, sem entrar nos mínimos pormenores e ao mesmo
tempo tecer elogios aos méritos da obra, desde que sinceros e ponderados.
Destacar parágrafos é importante que venham a ser relevante para uma
análise crítica do assunto.

5.1. LEITURA DE RECONHECIEMENTO E PRÉ-LEITURA PARA


UMA RESENHA
Nesta fase inicial da leitura informativa, o pesquisador deve
certificar-se da existência ou das informações que procura, além de obter
uma visão global das mesmas. São duas, pois, as finalidades desta leitura:
em primeiro lugar, permitirá ao pesquisador selecionar os documentos
bibliográficos que possue dados ou informações suscetíveis de serem
aproveitados na solução dos problemas; em segundo lugar, dará ao
pesquisador uma visão global do assunto focalizado, visão indeterminada,
mas indispensável para poder progredir no conhecimento.
Faz-se leitura de reconhecimento ou pré-leitura examinado a folha de
rosto, os índices, a bibliografia, as citações ao pé da página, o prefácio, a
introdução e a conclusão. Tratando-se de livros, percorrem-se o capítulo
introdutório e o final; para o conhecimento de um capítulo estudem-se o
primeiro e o último parágrafo. Tratando-se de artigos de revistas ou jornais,
normalmente a idéia está contida no título do artigo e das partes. Os
primeiros parágrafos trazem geralmente o conjunto dos dados mais
importantes.

5.2. LEITURA SELETIVA PARA RESENHA


Localizadas as informações, procede-se à escolha do melhor de
acordo com os propósitos do trabalho. Selecionar é eliminar o dispensável
para fixar-se no que realmente é de interesse.
5.3. LEITURA CRÍTICA OU REFLEXIVA PARA GERAR UMA
RESENHA
Feita a seleção do material útil para o trabalho, o pesquisador
ingressa no estudo propriamente dito dos textos, com a finalidade de saber
o que o autor afirma sobre o assunto.
O estudo de um texto passa pelas mesmas fases do pensamento
reflexivo: de uma visão global, passa-se à análise das partes ou elementos
constitutivos à uma síntese integradora.
A leitura crítica supõe a capacidade de escolher as idéias principais e
de diferenciá-las entre si e das secundárias. A escolha e a diferenciação das
idéias são feitas através das palavras ou expressões que as exprimem. Este
passo condiciona a posterior classificação das mesmas em função do plano
definitivo.

5.4. LEITURA INTERPRETATIVA DA RESENHA


É a última etapa da leitura de um texto e sua aplicação aos fins
particulares da pesquisa.
Qual o seu problema, suas hipóteses, suas teses, suas provas, suas
conclusões?
Esta crítica objetiva é de grande importância: o pesquisador não pode
incorporar no seu trabalho conclusões alheias que não repousem sobre
provas convincentes.
Antes, um dado ou informação tinha valor, utilidade ou importância
se concorresse para resolver o problema do autor. Agora, este mesmo dado
terá valor, utilidade ou importância se concorrer para solucionar o
problema do pesquisador.
Feita a análise e o julgamento procedem-se à operação de resenha,
isto é, de integração racional dos dados descobertos num conjunto
organizado: o plano de assunto.
5.5. A ELABORAÇÃO ESCRITA DA RESENHA
Esta etapa deve envolver:

1. Estrutura definitiva da resenha: elaboração do plano de assunto;


2. A redação final;
3. Apresentação gráfica geral da resenha.
Requisitos básicos para a resenha:
- Conhecimento completo da obra;
- Competência de análise na matéria;
- Capacidade de juízo para descrever o conteúdo;
- Clareza no assunto: começo, meio e fim;
- Fidelidade de pensamento do autor;
Estrutura de uma resenha:
a) Capa modelo (Ver capítulo I)
b) Sobre capa (Ver capítulo I)
1. Identificação: nome da Instituição, o curso que freqüenta, a
disciplina, nome do professor, dentro de uma borda. Digita-se a 3 cm da
borda superior.
2. Referência bibliográfica: sobre nome do autor, maiúsculo; nome
do autor minúsculo exceto as primeiras letras com ponto, o título da obra
com ponto, a edição a partir da segunda edição. Com ponto (3.ed.), local da
publicação com dois pontos, o nome da editora com virgula e o ano de
publicação. Ex: KOCKE, José Carlos. Fundamentos da Metodologia
Científica. 13.ed. Porto Alegre: VOZES, 1985, dentro de uma borda. São
separadas por 2 enters para todas as molduras ou seja separadas uma da
outra.
3. Credenciais da autoria: Informações gerais sobre o autor, produção no
campo científico. (ver orelha da obra), dentro da borda.
4. Titulo da resenha: não pode ser o título do livro, dentro da borda.
5. O texto: Esse é elaborado e constituído com as idéias do resenhista a
partir do que entendeu e assimilou a leitura da obra. Uma crítica construtiva
do conteúdo apreendido durante a leitura. Fazer indicações de pensamentos
científicos para um estudo posterior. Usa frases curtas, com raciocínios
lógicos em relação ao conteúdo do livro.
6. O texto da resenha segue sem a borda. Não há necessidade de troca
de página.
7. Lembre-se que toda resenha tem uma introdução, desenvolvimento e
considerações finais inseridos num único texto.
8- É um texto do entendimento do leitor com o livro.
9- A resenha digitada, em torno de 3 a 10 páginas, nas normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas e Técnicas).
Modelo da resenha
UNIVERSIDADE DO ESTADO MATO GROSSO
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PROFESSOR: SERGIO JOSÉ BOTH
ACADÊMICO:
SEMESTRE:
DISCIPLINA: METODOLOGIA TÉCNICAS DE PESQUISA

BIBLIOGRAFIA:
VALENTE, José Armando. Liberando a Mente: Computadores na
Educação Especial. 3. ed. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2002.

CREDENCIAIS DA AUTORIA:
Ver o que o autor foi e é na atualidade. Ler e copiar ou resumir o que
consta na entre capa ou orelha do livro.

TÍTULO: EDUCAÇÃO E COMPLEXIDADE:


UMA REFLEXÃO SOBRE AVALIAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA

Em 1991, atuava como professor contratado na rede Estadual de


Educação e vivenciei uma experiência marcante. No primeiro dia de
trabalho fui surpreendido com a presença de alunos índios na sala de aula.
Num primeiro momento, numa reação etnocêntrica, considerei não
ser correto, pois na minha formação docente tinha sido preparado para lidar
com essa situação.
Depois da perplexidade do primeiro impacto, refleti e passei a
considerar a situação como um problema a ser equacionado
profissionalmente. Percebi que em toda minha formação, inclusive no curso
superior, o índio fora tratado com total invisibilidade. Os cursos de
formação de professores não consideravam a existência de sociedades
indígenas e de cidadãos indígenas com todos os direitos constitucionais,
entre os quais o da educação escolar.
Verificou-se também, que os conteúdos correntes em disciplinas
como História e Geografia continuavam a reproduzir em sala de aula uma
representação do índio como “coisa” do passado ou, quando referido no
presente, como membro de uma população apresentada como selvagem
perigosa e que deveria ser mantida longe do nosso meio “civilizado”.
Em razão da complexidade (Morin, 2004), pela lógica intuitiva,
iniciei em meu trabalho docente um esforço de ação educativa atenta à
diversidade étnico-cultural que concretamente se configurava em minha
sala de aula: alunos índios, alunos não-índios e, dentre eles, alunos negros e
brancos oriundos de diferentes regiões do país. [...].

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