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Estratégia de produção de conhecimento 1

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Dádna Pereira Gomes.


2021.
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Introdução

Cursando o ensino fundamental, encontrei na biblioteca da escola alguns

caderninhos de “brochura” com a capa colorida, resolvi gozar daquele livrinho

interessante. No momento da leitura eu não tinha conhecimento de que aquilo me

traria ao ponto de questionar algo, salvo as tirinhas da Mafalda dariam um grande

lugar para a busca pelo conhecimento.

Desenvolvimento

Escritas e desenhadas pelo falecido cartunista argentino Quino, as histórias,

digo que ostenta a Mafalda uma garotinha preocupada com a humanidade e a paz

mundial, uma rebelde aos olhos dos que acreditam que não devemos questionar,

pressionar e mudar a sociedade. Na leitura das tirinhas trouxe para a minha vida o

sentimento da dúvida, na hipótese de que aquele ambiente que a Mafalda indagava

poderia ser o mesmo que eu vivia.

Para mim, naquele momento buscar a resposta para a questão “o ambiente

que a Mafalda indagava era o mesmo que eu vivia?” faz contrapor a A Alegoria da

Caverna, de Platão, onde o mesmo defende que sair da caverna é a busca pelo

conhecimento.
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Criança não sei ao certo qual idade, mas ali aproximadamente quando

comecei a ler as tirinhas da Mafalda, principiei na busca pelo conhecimento.

Havia uma indagação na minha mente, no qual não conseguia entender porque

Deus dá o livre arbítrio e depois afoga todo mundo por não fazer o que ele queria.

A religião Cristã onde o meus pais frequentam até o presente, cuja denominação é

a Congregação Cristã no Brasil, remete que a vivência da mulher deve ser

submissa, dando oportunidades de cargos dentro do conjunto apenas para homens,

o preconceito com a sexualidade e gênero é latente e expresso como saudável.

Estando dentro da sociedade capitalista também existe uma barreira entre pobres e

ricos, explano isto pois os frequentadores colocam o ambiente como perfeito aos

olhos de “deus”. Para mim está frequentando está religião referia-se está dentro da

caverna, tendo os ensinamentos da bíblia como “as sombras no fundo da caverna”

“as vozes do lado de fora”, está em um ambiente sem voz ativa, dando contraste

com a leitura das tirinhas da Mafalda uma garota que questionava e buscava

mudanças.

Nascemos em um ambiente usado, vivido e calejado, somos em quantidade

significativa altamente adestrados. Quando uma pessoa se desenvolve organicamente,

ela também se forma na sociedade, ou seja, uma pessoa se estabelece na sociedade. A

nossa formação como indivíduo depende do empreendimento do meio onde

nascemos, as características do espaço nos direcionam e ambiental, deste modo,

coabitam no conhecimento da cultura e religião já estabelecido, como certo e

incontestáveis, formando então o fenômeno de sermos inertes à dúvida.

A dúvida nos coloca no patamar da reflexão, trazendo uma visão aprofundada


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da nossa existência, junto com a oportunidade de tomada de decisão. No filme

Matrix onde o Neo o personagem principal tem a chance única de escolher entre

tomar a “pílula vermelha” o conhecimento da verdade e a “pílula azul” como vida

ilusória, o mesmo escolhe a vermelha. Assemelhando ao meu relato vivido na

religião dita, tinha como opção a “pílula azul” que seria continuar a viver aquela

realidade, mas sem a liberdade de expressão e conhecimento e a “pílula vermelha”

traria independência e autonomia para questionar as crenças. Como Neo,

protagonista do filme Matrix, escolhi a pílula vermelha, porém com esta decisão vem

unido o peso da realidade e da verdade.

Junto com a realidade, verdade e liberdade, vestimos a camisa da

responsabilidade. Quando vivemos a irrealidade e a mentira dentro da caverna

deixamos a sensatez e a razão fora de equilíbrio, tendo como exemplo viver os

ensinamentos da religião e do livro sagrado sem questioná-lo, fazendo o “bem”

devido ao medo de “deus” de mandá-lo para o “céu’ ou “inferno”.

Cabe a muitos não ter o ar da incerteza e ceticismo, visto que, desconfiar

de algo causa inquietação e receio, tendo a sensação de estar sucumbindo ao que é

verdadeiro e real.

Conclusão

A realidade vivida em uma religião onde limitou a busca pelo conhecimento e


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ceticismo considerado profano, trouxe para mim após tirar a venda enxerga que

existe um mundo de liberdade, onde posso viver a realidade, expressar a indignação

política como a Mafalda e tomar os meus atos como responsabilidade. Ademais, todo

o relato consiste em retratar a saída da caverna, busca pelo conhecimento verdadeiro

e o respeito pelo filosofar da filosofia.


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Referências

FILME:
The Matrix (Matrix), Direção e roteiro: Andy Wachowski e Larry Wachowski, produção Joel
Silver, Distribuição: Warner Bros. EUA, 1999.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000

Silva, Franklin Leopoldo e. (2002). História da filosofia, formação e compromisso.


Trans/Form/Ação, 25(1), 7-18.
https://doi.org/10.1590/S0101-31732002000100001

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