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Formação de

Mediadores de Educação
para Patrimônio

Instrumentos
possíveis
para uma intervenção
nas cidades - Parte I

Adson Rodrigo S. Pinheiro


e Graciele Siqueira
SUMÁRIO
1. Apresentação ........................................................................................163
2. Educação Patrimonial ou Educação para o Patrimônio? ............164
3. A Educação para o Patrimônio ............................................................ 166
4. Inventários participativos ...................................................................170
5. Percorrendo o Patrimônio Material e Imaterial .............................172
6. Jogos e aplicativos...............................................................................174

Referências ................................................................................................175
1.
APRESENTAÇÃO
presente módulo tem
como objetivo apresen-
tar reflexões acerca da
Educação Patrimonial
ou Educação para o Pa-
trimônio, como possi-
bilidade de intervenção
das pessoas nas cidades,
aproximando os princi-
pais referenciais teóricos PARA OS
dessa área de atuação.
Apontaremos ainda por aqui o uso de
CURIOSOS
algumas ferramentas como os inventá-
rios participativos e sugerimos algu-
mas atividades e jogos que despertem
Hora de praticar
a atenção para as discussões acerca do
Você mesmo, neste momento,
tema. Legal, não é?
pode conversar com um familiar,
Lembremos que o patrimônio está
um vizinho, um colega da escola,
em todo lugar. Não está separado ou
aquele amigo da infância, e buscar
distante da nossa vida cotidiana. Loca-
registrar em uma folha de papel,
liza-se onde os sentidos, sentimentos e
pessoas, coisas e manifestações de
experiências de vida dos diferentes gru-
seu bairro, de hoje ou dos tempos
pos sociais afloram, criando relações de
de sua meninice.
pertencimento e identidades.
Essas lembranças podem ser
Muitos de nós habitamos em pequenas,
reconhecidas como referências
médias ou grandes cidades. Nelas, estabe-
culturais ou patrimônios
lecemos diálogos com múltiplos sujeitos
que representaram ou ainda
com quem compartilhamos lembranças,
representam a sua comunidade.
memórias e sentimentos, comuns ou não,
e determinamos as referências culturais
representativas para nós. E é nesse mo-
mento que nós definimos o que merece
ser guardado, protegido e valorizado.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 163


produzidos no âmbito do Iphan e de outros
órgãos de preservação do patrimônio, suas
proposições metodológicas, como a de me-

2.
diação, foram consideradas e amplificadas
nos últimos 20 anos, como veremos a seguir.
Não é possível conhecer o patrimônio
cultural apenas a partir de uma visão con-
EDUCAÇÃO templativa: intervir nele é urgente! Prin-
cipalmente no processo de sensibilização
Bens Culturais
e Detentores
PATRIMONIAL OU para que outras pessoas possam se relacio-
nar com a cidade, identificando seus patri-
Já podemos falar
em bens culturais
EDUCAÇÃO PARA mônios de forma crítica, refletindo acerca e detentores, pois
dos significados que marcam muitos mo- neste ponto do nosso
O PATRIMÔNIO? mentos da história de nossas cidades. curso você já deve
estar sabendo bem
termo Educação Patri- É onde entra o nosso papel de media-
do que se trata, não
monial foi incorporado dor(a) de educação para o patrimônio, é mesmo? Mas se
no Brasil a partir dos tex- ou seja, de agente responsável por estabe- tiver dúvidas, não
tos produzidos pela mu- lecer diferentes estratégias que auxiliarão perca tempo: releia os
seóloga Maria de Lourdes na construção de significados individuais fascículos anteriores. O
Parreiras Horta, na déca- e coletivos no encontro entre os bens cul- importante é ser um(a)
ótimo(a) mediador(a)
da de 1980, como uma turais e seus detentores. e, para isso, devemos
transposição do conceito Agindo assim, assumimos a nossa fun- estudar e estarmos
inglês Heritage Educa- ção de poliglotas culturais, como afirma atentos ao mundo.
tion. Foi definido como Varine (2012), nos adaptando a públicos
“um processo permanente e sistemático distintos, independentemente de seu
de trabalho educacional centrado no Pa- grau de instrução e origem social, utili-
trimônio Cultural como fonte primária de zando linguagem adequada e acessível,
conhecimento e enriquecimento individual mas sempre determinada, encorajadora
e coletivo.” (HORTA, GRUNBERG e MONTEI- e sensibilizadora. Exemplifiquemos: as
RO, 1999, p. 6). Seus princípios metodológi- edificações (casas, prédios, monumentos)
cos foram muito utilizados nos museus de podem conter várias informações sobre o
História e de Arte, além de difundidos por contexto histórico de uma determinada
meio de publicações do Iphan (Instituto do época, como as técnicas de construção, o
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). estilo arquitetônico e as formas de ser e de
Tempos depois, alguns dos seus pres- viver utilizados no passado. Uma manifes-
supostos começaram a ser questionados tação cultural, como as rodas de capoeira,
Paisagens por vários estudiosos, sobretudo no que o cortejo de maracatu, a xilogravura etc.,
antropizadas se refere à ideia de promover uma “alfabe- pode revelar os modos de viver, saberes
São aquelas
modificadas tização cultural” dos indivíduos a partir da locais e costumes que se enraizaram e
pela ação/presença observação dos objetos, museus e paisa- se reconstruíram ao longo de um tempo.
do homem. gens antropizadas. Logo, o patrimônio ajuda a caracterizar Intervenção
Denise Grispum foi uma das primeiras a um contexto sociocultural, as identida- Interação,
formular novas proposições para o desen- des individuais e coletivas, como pode participação, tomada
de posição com
volvimento de uma Educação para o Pa- transmitir valores para as próximas gera-
o objetivo de influir
trimônio (2000). Embora essa terminologia ções. A educação para patrimônio, por- no desenvolvimento
não tenha sido largamente incorporada aos tanto, é um instrumento importante para local, regional
textos acadêmicos e documentos técnicos uma intervenção nas cidades, por nos ou nacional.

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SE
LIGA!

E qual a diferença
entre memória e história?
Baseados no pensador francês
Pierre Nora (1993), podemos
entender que esses termos não
são sinônimos, embora tenham
semelhanças, pois ambos são
dimensões da produção humana
fazer entender que os bens culturais são que lidam com lembranças,
testemunhos de quem fomos, de quem esquecimentos e identidades
somos e de quem queremos ser. (individuais e coletivas).
Para desenvolver atividades efetivas de A memória, no entanto,
educação para o patrimônio, o ideal é que é uma ação vivenciada no cotidiano,
elas se integrem à vida das pessoas desde espontaneamente atualizada no
seus primeiros momentos de existência. tempo presente, aberta à dialética
Discutimos e repetimos aqui muitas da lembrança e do esquecimento,
vezes que o reconhecimento e a preser- vulnerável a manipulações, que
vação de patrimônios não cabem apenas precisa de múltiplas modalidades de
ao poder público. Devemos atuar como lugares (materiais e imateriais) para
educadores na comunidade, fazendo com tomar forma. É o reino do absoluto.
que ela se aproprie desses patrimônios e Já a história é uma ação intelectual,
exerça o seu poder de resguardar, trans- escrita, que possui métodos de
mitir e ressignificá-los, deixando de lado produção, demanda análise e
uma postura passiva das lamentações por discurso crítico. É atualizada no
vê-los abandonados e/ou quase destruí- presente como uma reconstrução
dos. Não é isso o que assistimos nas redes sempre problemática e incompleta
sociais quando se noticiam a derrubada do pretérito. Pode usar a memória
daquele imóvel antigo e raro? Lamentos e como fonte de pesquisa,
pronto. Só isso? além de outros documentos.
A educação patrimonial ou para o pa- Deve fazer emergir lembranças
trimônio deve ser, desse modo, um me- e esquecimentos simultaneamente
canismo importante na construção da e, sobretudo, não deve estar a
cidadania, por ser uma prática que se pre- serviço de manipulações
ocupa em assegurar que os habitantes da de qualquer natureza.
cidade tenham voz e desempenhem o seu
papel de protagonistas na construção do
conhecimento e de ações relacionados às
suas memórias e histórias.

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3.
A EDUCAÇÃO
PARA O
PATRIMÔNIO
uando as atividades
dentro das instituições
não formais de educa-
ção (como os museus)
começaram a ser siste-
matizadas, a concepção
pedagógica predominan-
te enxergava a educação
patrimonial como um
instrumento de alfabeti-
zação cultural.
É comum ouvirmos falar: (1) para prote-
ger o patrimônio cultural é necessário fazer
com que as pessoas conheçam esse patri-
mônio; ou (2) as pessoas não preservam o
patrimônio por que não o conhecem.

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No decorrer do curso, certamente você
percebeu que, quando essas frases se refe-
rem a “proteger”, “preservar” e “conhecer” PARA OS SAIBA
o patrimônio cultural, não significa que se CURIOSOS MAIS
reportem apenas ao patrimônio consagra-
do, aquele já tombado ou registrado pela
Unesco, pelo Iphan, ou pelos estados e/ou
municípios. Lembre-se sempre que as co- Hora de praticar Você sabia que, em 1936,
munidades são sujeitos ativos dos proces- durante a elaboração do
Assumindo o seu papel de
sos de patrimonialização. Nós e os mem- anteprojeto de Mário de Andrade
mediador(a) de educação
bros de outros grupos sociais aos quais não para a criação do Sphan (Serviço
para o patrimônio, faça um
pertencemos, elaboramos e construímos do Patrimônio Histórico e Artístico
exercício: em duplas ou trios,
outras narrativas além daquelas que já fo- Nacional), já havia a preocupação
delimite um perímetro (o seu
ram reconhecidas por “especialistas” no com uma formação pedagógica
bairro, por exemplo, ou uma
âmbito dos órgãos oficiais de preservação. voltada para o patrimônio,
parte dele) e saia caminhando
Para começar, e isso você já está fazen- sobretudo nos museus?
por sua cidade. Comece a
do, é preciso compreender o que é patri-
mapear e fotografar alguns bens
mônio (material, imaterial, natural) e qual
materiais (casas, escolas, praças,
a sua importância, além dos meios e cami-
comércios, instituições públicas)
nhos necessários para a sua preservação.
e imateriais (grupos artísticos e
Então, concluímos que as atividades
suas manifestações, ofícios etc),
de educação para o patrimônio não de-
mesmo aqueles que você sabe
vem ser voltadas para “alfabetizar cultu-
que não foram tombados ou
ralmente” as pessoas. Elas não são orga-
registrados pelos órgãos oficiais de
nizadas objetivando levar o conhecimento
preservação do patrimônio.
“mais correto” ou imposto ao outro. A pos-
A partir desse levantamento,
tura que defendemos aqui é a da promo-
monte um mapa com pegadas
ção da diversidade, ou seja, quando di-
(utilizando as fotos colhidas),
ferentes pessoas e grupos sociais possam
para que outras pessoas possam
ser sujeitos ativos, produtores e prota-
seguir esse roteiro das pegadas
gonistas da cultura, entendida como plu-
e se deparar com os bens identi-
ral, promovendo conhecimentos em torno
ficados pela equipe. Em cada um
dos bens patrimoniais, de forma coletiva e
deles, coloque uma “plaquinha”
dialógica (TOLENTINO, 2016).
que sinaliza sua importância.
Logo, temos que repensar algumas
Vamos lá? Certamente você
práticas que convencionamos denomi-
terá muitas surpresas.
nar como “as mais apropriadas” para tra-
balhar com o patrimônio cultural. Entre
elas, as visitas aos “bens tombados”, aos
chamados “centros históricos” ou “monu-
mentos” das cidades. Não podemos nos
restringir apenas a elas.

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A educação não serve apenas para ins-
truir, informar. Os usuários do patrimônio
devem fazer parte de um processo no PARA OS
qual sejam levados a refletir sobre o que CURIOSOS
estão conhecendo. Naturalmente, falar
de patrimônio não é garantir consensos.
É compreendê-lo como uma construção
social, realizada num campo de tensões, Hora de praticar
Interdisciplinaridade acordos e conflitos. Somente assim é Na atividade anterior, a missão era
É uma ação comum a possível dar sentido a ele como poten- reconhecer e conhecer o patrimônio
duas ou mais áreas do cial transformador da realidade.
saber ou que estabelece
cultural de sua localidade,
É importante que todos os cidadãos, elaborando um mapeamento
relações entre duas ou
mais disciplinas distintas.
ao se depararem com um bem cultural, descritivo e compartilhando-o.
estejam aptos a problematizá-lo, usan- Agora, munidos deste mapa e
do diversas chaves de interpretação, que com a equipe duplicada, pode-se
vão além de uma perspectiva estritamen- fazer um trabalho mais cuidadoso
Transversalidade
É uma ação específica
te pedagógica. Para despertar o interesse e participativo, de modo que
de um ramo do no patrimônio cultural, a mensagem para todos saiam da observação,
conhecimento que você, agora mediador(a), é relacioná-lo entrando na ação.
fornece instrumentos com o cotidiano das pessoas, levando em Daí, que tal criar um ateliê de
para compreender consideração o contexto de vida dos mui-
outros ramos por meio atividades, aberto e participativo?
tos usuários dos bens culturais. Como? Respeitando as
da evidenciação das
relações entre eles. A educação patrimonial acontece a habilidades de cada participante
partir de vários métodos de trocas de sa- (escrever ou desenhar bem,
beres, a partir do encontro de diversos fotografar bem, realizar boas
agentes, como os detentores de bens, filmagens, performances etc).
especialistas do patrimônio ou profis- Assim, é possível construir um
sionais de diversos campos do saber, por diário de bordo, em que os usuários
meio da interdisciplinaridade e trans- percorrem o espaço, registrando
versalidade (SCIFONI, 2017). com detalhes o que observaram. No
final, marca-se um momento para
que todos os envolvidos mostrem
o que foi coletado, reunindo os
conteúdos em um documento a ser
disponibilizado para a consulta na
biblioteca comunitária de seu bairro,
da sua escola ou, quem sabe, na
biblioteca oficial de seu município.

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No caso das ações em escolas (públicas culturais da cidade. É o lugar onde pode-
ou privadas), é possível pensar a educação mos ouvir as vozes dos detentores de tradi-
patrimonial a partir do diálogo dos dife- ções, com seus saberes e fazeres, servindo
rentes programas curriculares e projetos de instrumento ao direito à memória e à ci-
que discutam os conceitos de patrimônio, dadania, permitindo que as comunidades
trabalhando o contexto dos alunos a partir se apropriem e usufruam do patrimônio
Círculos de círculos concêntricos. como ferramenta de permanência e de fala.
Concêntricos Isso exige dos educadores metodolo-
São figuras gias diferenciadas, aplicadas em diferentes
geométricas que níveis, a fim de que o patrimônio não sirva
possuem o mesmo apenas como mera “ilustração” das aulas. SAIBA
centro, ou seja,
um ponto comum,
Educação patrimonial é um processo
educativo, baseado em um conjunto de
MAIS
semelhante. Nesse
caso, trata-se da diferentes metodologias que devem le-
seguinte situação: var em consideração as particularidades
fazer análises a partir do público com quem vai se trabalhar, o
de lugares comuns a No curso, muitas vezes falamos
lugar e os diferentes contextos, propor- em detentores de bens culturais. E
todos os educandos,
partindo do que é cionando aos educandos experiências você já ouviu falar nos Mestres da
mais próximo de diferentes das que vivem e não apenas Cultura do Ceará? No link a seguir
sua realidade ao se limitando a transmitir informações ou você saberá quem é esse mestre
que é mais distante, apresentar a eles apenas àquilo que é re-
progressivamente da cultura, onde ele se encontra
conhecido e estabelecido oficialmente. e o que ele faz. Se você residir em
(a escola, o bairro, a
cidade, o estado).
Sendo assim, não podemos dar um município do interior cearense,
modelo ou uma receita de como fazer edu- é capaz que cruze todos os dias
cação para o patrimônio, pois a educação com um deles e não saiba de sua
é uma prática sociocultural (CHAGAS, importância para a comunidade:
1999) que se inventa, se testa, se reelabo- www.anuariodoceara.com.br/
ra, sempre numa perspectiva dialógica en- mestres-da-cultura-do-ceara/
tre todos os sujeitos que dela participam.
Entendamos assim que a educação não
é difusão cultural, mas ação cultural. Ou
seja, não se trata da transferência de con-
teúdo (mera exposição), mas da produção
coletiva de sentidos e experiências.
Então, você pode se perguntar, qual
o potencial das atividades educativas no
campo do patrimônio cultural? Responde-
mos: esse é um campo possível para nos
aproximar da pluralidade de olhares e de
narrativas históricas e afetivas ou de con-
flitos sociais em torno dos diferentes bens

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4.
INVENTÁRIOS
PARTICIPATIVOS PARA OS
omo insistimos sempre por
CURIOSOS
aqui, a população pode de-
finir o que ela entende como
patrimônio cultural. Nesse sen- Com base em metodologias já
tido, foram criados os Inven- existentes no Iphan, sobretudo o
tários Participativos. E o que Inventário Nacional de Referências
são? São instrumentos que ga- Culturais (INRC), foi desenvolvido e
rantem a escuta dos membros disponibilizado, em 2012, o Inventá-
dessa população, permitindo rio Pedagógico, fruto da participação
que indiquem o que consideram ser o pa- do Instituto na atividade de Educa-
trimônio da comunidade em que estão in- ção Patrimonial do Programa Mais
seridos e, assim, forneçam o maior núme- Educação, da Secretaria de Educação
ro de informações e documentos possíveis Básica do Ministério da Educação
para a sua patrimonialização oficial. (MEC). Esse instrumento foi idealizado
Dessa forma, acreditamos que a comu- para ser aplicado pelas escolas.
nidade se torna protagonista para inven- Acesse em: portal.iphan.gov.br/
tariar, descrever, classificar e definir o pagina/detalhes/582
que constitui o seu patrimônio, numa pers- Em 2014, o Iphan lançou a
pectiva dialógica do conhecimento, abar- publicação Educação Patrimonial:
cando habitantes distintos, de gerações e histórico, conceitos e processos, com a
atuações diferentes na comunidade. finalidade de estabelecer um marco
O objetivo principal é exercitar a mobi- institucional que referencia as ações
lização social, realizando reflexões acerca e experiências desenvolvidas com o
das referências culturais comunitárias. suporte técnico da instituição.
O Inventário Participativo proposto Confira em: portal.iphan.gov.
pelo Iphan traz fichas estruturantes como: br/uploads/ckfinder/arquivos/
A. ficha do projeto, preenchida ao Educacao_Patrimonial.pdf
longo de toda a atividade, organi- Depois, em 2016, foi publicado
zando as informações recolhidas; o manual Educação Patrimonial:
B. ficha do território, que reúne in- inventários participativos. A partir
formações acerca do espaço de- das experiências com o Inventário
marcado pelo grupo de pessoas Pedagógico foi proposta a metodo-
que irá produzir o inventário; logia do Inventário Participativo,
C. ficha das fontes pesquisadas, a ser aplicada pelas comunidades
que têm o objetivo de identificar interessadas na identificação e valo-
de onde vieram as informações, rização dos seus patrimônios locais.
como citação de livros, documen- Acesse: portal.iphan.gov.br/
tos, entrevistas etc.; uploads/publicacao/inventariodo
patrimonio_15x21web.pdf

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D. ficha do relatório de imagens, • O que é? Conceitos e sugestões de
que reúne fotografias, pinturas, atividades para construir coleti-
gravuras, desenhos coletados ou vamente um projeto de memória.
produzidos; e Disponível em: http://www.museu-
E. ficha de roteiro das entrevistas, dapessoa.org/pt/entenda/portfolio/
que serve para organizar os de- publicacoes/metodologia/tecnolo-
poimentos que o grupo considera gia-social-da-memoria-2009
importantes para a caracterização
da referência cultural que está
sendo inventariada.
Um exemplo exitoso de inventário par-
SE
ticipativo elaborado foi o que envolveu LIGA!
dois coletivos de cultura na cidade de São
Paulo: o Movimento BaixoCentro e a Repep
(Rede Paulista de Educação Patrimonial).
Ambos se envolveram na revalorização da E que tal fazer um inventário dos
área central do munícipio, com a desati- lugares dentro da sua escola,
vação do “Minhocão” (Elevado Presidente comunidade ou bairro?
João Goulart) como via de tráfego e a im- A partir dos resultados, é possível
plantação de projetos para dar novos usos montar uma exposição, um
ao espaço (se quiser ler sobre isso: http:// programa de rádio ou um jornal
repep.fflch.usp.br/gt-minhocao). local. Vamos lá!?
Para ajudar na realização de entrevis-
tas, sugerimos as experiências do Museu
da Pessoa, que produziu algumas publi-
cações para divulgar sua Metodologia em
Tecnologia Social da Memória. Ela está
sintetizada em textos como:
• História Falada: memória, rede
e mudança social. Confira em:
http://www.museudapessoa.org/
pt/entenda/portfolio/publicacoes/
metodologia/historia-falada-2005
• Memória Social: uma metodolo-
gia que conta histórias de vida e
o desenvolvimento local. Dispo-
nível em: http://www.museuda-
pessoa.org/pt/entenda/portfolio/
publicacoes/metodologia/memo-
ria-social-uma-metodologia-que-
-conta-historias-de-vida-e-o-desen-
volvimento-local-2008

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 171


5.
1. Trace uma rota com todos os lugares 7. Instigue os participantes a perceber
que irão visitar: praças, igrejas, mu- e listar pontos históricos/artísticos
seus, parques etc. É importante car- ou mesmo curiosos durante o trajeto
regar consigo sempre um mapa (físico percorrido, do local de partida até o
PERCORRENDO ou digital) para melhor se localizar; ponto final ou de atividade;
2. Informe-se antecipadamente sobre
O PATRIMÔNIO a história desses lugares, por meio
8. Caso sejam seus alunos, não é
interessante que eles fiquem preocu-
MATERIAL de pesquisas em livros, revistas, sites
(assegure-se das fontes desses sites.
pados com a resolução de questioná-
rios ou com a escrita de relatórios no
E IMATERIAL Muitos, ainda que bem-intenciona- decorrer da visita;
amos relaxar um pou- dos, publicam informações de “ouvi 9. Incentive associações entre o que está
co agora e planejar dizer”, repetindo erros históricos que sendo visto e o local em que os partici-
uma visita a espaços você, sem querer, pode contribuir pantes moram, a fim de expandir a no-
urbanos reconhecidos para disseminar); ção de patrimônio e preservação;
ou não pelo poder pú- 3. Procure saber quais são os conheci- 10. Na volta da visita, avaliem a expe-
blico como patrimô- mentos prévios do grupo que você irá riência de visitação. Em uma breve
nio cultural material. mediar. Questione se alguém já visitou conversa em roda, você pode se sur-
É uma boa ideia, não ou conhece algo sobre os locais que o preender com os relatos;
é? Você conhece al- grupo vai percorrer (reconhecer e utili-
zar do conhecimento prévio do grupo 11. Promova a montagem de um painel
gum espaço assim na
é uma ótima estratégia para potencia- fotográfico, virtual ou físico, com
sua cidade ou em seu estado? Pode ser
lizar os resultados de sua visita); imagens do grupo, para que todos te-
um museu, um parque, um jardim bo-
nham acesso;
tânico, um sítio arqueológico. Depois de 4. Durante o trajeto lance curiosidades,
escolher onde acontecerá essa prazerosa “iscas” para manter a atenção, e sus- 12. No caso de estudantes, proponha ati-
visita, prepare-se para ser um(a) media- cite o debate de temas. Por exem- vidades como a elaboração de reda-
dor(a) do patrimônio entre os seus con- plo: como surgem as cidades? De que ções, desenhos, charges e simulação
vidados, sejam eles seus alunos, colegas, forma os espaços públicos urbanos de bens que poderiam ser tombados
amigos ou familiares. Para isso, vamos lhe foram ocupados no perímetro escolhi- como patrimônio cultural material da
dar algumas dicas para seu roteiro para do? O que significa o tombamento do cidade em que vivem.
patrimônio cultural material: patrimônio material? Qual o significa- Agora, vamos apresentar uma suges-
do dos nomes que as ruas receberam? tão de roteiro exploratório para o patri-
5. Caso a visitação seja durante o dia, mônio cultural imaterial.
oriente o grupo para que vistam rou- Compreendendo agora que o patri-
pas e calçados confortáveis, levem mônio imaterial refere-se a práticas e do-
chapéu, protetor solar, garrafas de mínios da vida social, que se manifestam
água, alimentos etc. Ao escolher luga- em saberes, ofícios, modos de fazer, cele-
res íngremes, deve levar em conside- brações e formas de expressão (cênicas,
ração a faixa etária dos envolvidos. En- plásticas, musicais ou lúdicas), você con-
fim, você é responsável para garantir seguiria citar lugares do seu cotidiano que
uma visita bem-sucedida e segura; correspondem à cultura imaterial?
6. Ressalte sempre a importância de Você se lembra, a partir dos módulos an-
ficarem todos juntos durante o tra- teriores, que os mercados e as feiras popu-
jeto percorrido, a fim de zelar pela lares fazem parte da cultura do Brasil? Que
segurança e a união do grupo. Todos a roda de capoeira, marginalizada durante
zelam por todos; grande parte da história do nosso país, foi

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reconhecida em 2008 como patrimônio 6. É importante que os participantes
imaterial brasileiro e, posteriormente, re- não se sintam pressionados a par-
PARA OS conhecida pela Unesco, em 2014, como Pa- ticipar das atividades que venham
CURIOSOS trimônio Imaterial da Humanidade? a ocorrer para que não ocasione ne-
Enfim, agora você deve planejar um ro- nhum tipo de constrangimento. Dei-
teiro de visitação que contemple itens do xe-os à vontade;
patrimônio imaterial reconhecidos ou não 7. Caso sejam seus alunos, é interessante
Visita Orientada x Visita Mediada pelo poder público. Assim, como media- que não fiquem preocupados com a
As visitas orientadas acontecem dor do patrimônio, conduzirá um grupo resolução de questionários ou com a es-
quando uma pessoa se desloca por esse roteiro. Siga as dicas: crita de relatórios no decorrer da visita;
de um ambiente para o outro,
1. Informe-se antecipadamente sobre a 8. Durante a visita, o(a) mediador(a) exer-
temporariamente, para encontrar
história desses lugares e/ou desses ce um papel fundamental. Ele(a) conhe-
outra(s) pessoa(s) ou lugar(es).
atores, por meio de pesquisas em livros, ce o grupo e deve facilitar as atividades
Nesse caso, costumam ser
revistas, sites (atente para o cuidado de planejadas, tendo cuidado para não se
agendadas com antecipação,
pesquisa citado no roteiro anterior); tornar protagonista das ações;
para que o(a) monitor(a) possa
estar preparado(a) para atender 2. Antes de levar o grupo, faça uma visita 9. Na volta da visita, avalie a experiên-
o visitante. No caso dos museus e mediada ao lugar/situação escolhido, cia de visitação;
monumentos, usam-se também para avaliar se o espaço está adequa- 10. Promova a montagem de um painel
adjetivos agregados à visitação, do à proposta da atividade que você fotográfico físico ou virtual, com
como visita guiada ou monitorada, idealizou. Converse com a pessoas so- imagens colhidas pelo grupo, para
que pode dar uma ideia de que o bre os seus objetivos e as característi- que todos tenham acesso. Também
visitante é um mero receptor de cas do grupo que você trará; podem ser feitos registros audiovi-
informações/orientações acerca do suais e/ou gravação de entrevistas
3. É importante que um bom diálogo
acervo e de como se comportar. (ambas por meio de smartphones,
entre os participantes da atividade
Já as visitas mediadas ampliam por exemplo);
anteceda a visita pretendida. Sonde
a visão educativa nessa atividade quais são os conhecimentos prévios 11. No caso de estudantes, proponha
onde o(a) visitante é (ou deve ser) do grupo. Questione se alguém prati- atividades como a elaboração de re-
estimulado a participar ativamente ca ou já praticou a atividade a ser ex- dações, desenhos, charges e simula-
na troca de conhecimentos inerente plorada. Reflita com eles sobre a tra- ção de bens que, na concepção deles,
à atividade. O (a) profissional do jetória de patrimonialização do bem poderiam ser registrados como pa-
museu apenas media a visita, sem cultural a ser visto de perto; trimônio cultural imaterial da cidade
ser o “único detentor(a)” do saber. em que vivem;
Contudo, em alguns casos, 4. Discuta temas e debates, como:
quem praticava essa atividade no 12. Proponha uma publicação. As mani-
é pertinente o uso do termo festações culturais só são preservadas
“monitorado” ou “guiado” quando, passado? quem a pratica atualmen-
te? qual a importância desse bem devido ao reconhecimento coletivo;
por exemplo, em momentos
de grande fluxo de visitação, para a história local, regional, nacio-
há a preocupação maior com o nal? Seja criativo. As referências de
“ordenamento” organizacional natureza imaterial são mais sutis e
momentâneo, sem a preocupação exigem um repertório bem mais am-
direta e efetiva com a produção de plo do(a) mediador(a);
conhecimento naquele instante. 5. Instigue os participantes a perceber
e listar pontos históricos/artísticos
durante o trajeto percorrido do local
de saída até o lugar visitado;

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6.
jogo é uma boa referência. Responda as
questões e se divirta! O aplicativo está dis-
ponível gratuitamente nas lojas do Google
Play ou Apple Store;
JOGOS E c. Trilha Cultural: o jogo propõe a am-
pliação do repertório cultural, apresen-
APLICATIVOS tando vários lugares conhecidos como
ma das dimensões contem- patrimônio artístico-cultural nacional
porâneas para se trabalhar e sua diversidade. Na trilha, o jogador
com o patrimônio cultural vai reunindo selos para formar cartões
atualmente são os jogos e postais que darão informações sobre
aplicativos. Eles criam opor- os patrimônios culturais do país. Com
tunidades para acessarmos eles, você pode refletir sobre os critérios
alguns valores patrimoniais e que foram usados para a seleção desses
entendermos processos de bens pelos órgãos de preservação;
patrimonialização de forma d. Carnavalizando: o aplicativo permite
mais lúdica. Por isso, pos- que o usuário seja o maestro de bandas,
suem grande apelo entre crianças e jovens, tocando os ritmos do litoral ao interior
sejam em computadores, celulares, tabulei- de Pernambuco, como o Frevo, Maraca-
RPG ros ou em formato de RPG. tu de Baque Virado, Baião, Coco de roda
É a sigla em inglês Um desafio para os mediadores de educa- e Cavalo Marinho, mostrando a musica-
para role-playing ção para o patrimônio é pensar como pode- lidade desses patrimônios imateriais.
game, um gênero mos adaptar tais propostas para diferentes Este aplicativo é disponível apenas na
de jogo de tabuleiro
faixas etárias (crianças, jovens, adultos e ido- App Store para iPhone e iPad;
no qual os partici-
pantes assumem o sos) e interesses (dos estudantes da educa- e. Jogos Patrimoniais: foram desenvol-
papel de personagens ção básica, trabalhadores de equipamentos vidos por meio do edital INOVApps, do
imaginários, em culturais, universitários, membros de orga- Ministério da Ciência Tecnologia Ino-
um mundo fictício, nizações da sociedade civil, de associações,
estimulando o surgi-
vações e Comunicações (MCTIC). São 4
líderes comunitários etc). A seguir, dispomos jogos, pensados individualmente, para
mento de narrativas
curiosas e, muitas
alguns exemplos de jogos e aplicativos dispo- que o usuário conheça, interaja, reflita
vezes, imprevisíveis. níveis no Brasil, que podem dinamizar e moti- e cuide do patrimônio cultural. Você
var incursões patrimoniais: pode acessar pelo site http://www.jo-
a. Ágora do Saber: é um game produzido gospatrimoniais.com.br/
em 2017 pelo Grupo de Pesquisa Edu- f. Museu Encantado: é um jogo em que o
cação Digital GPE-DU Unisinos/CNPq. O participante precisa organizar as salas de
jogo se passa na cidade de Bento Gon- um museu de acordo com determinados
çalves, no Rio Grande do Sul, eviden- critérios. Cada uma das 9 salas apresen-
ciando o contexto da imigração italiana. tadas neste museu virtual representa um
O game une patrimônio material e ima- contexto histórico do nosso país e o usuá-
terial. Está disponível gratuitamente rio é convidado a acessá-lo. Acesse no site
nas lojas do Google Play ou Apple Store; https://www.ludoeducativo.com.br/pt/
b. Quiz Arte em Português: é uma coleção play/o-museu-encantado?tag=historia
de perguntas de conhecimentos gerais g. Era Virtual: site onde você pode fazer
que garantem ao público testes lúdicos visitações virtuais a museus brasileiros e
acerca das artes, desde o Renascimento à seus acervos. Este projeto dialoga com a
Arte Contemporânea. Para quem trabalha área da tecnologia das informações e a
ou quer visitar um museu de artes, esse necessidade de promover o acesso aos

174 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


espaços museológicos sem sair de
casa. O projeto contempla também
REFERÊNCIAS AUTORES
os parques nacionais e as cidades CHAGAS, Mário. Há uma gota de san- Adson Rodrigo S. Pinheiro é doutorando
com sítios considerados Patrimônio gue em cada museu: a ótica muse- em História Social pela Universidade Federal
da Humanidade pela Unesco. Dispo- ológica de Mário de Andrade. Lisboa: Fluminense (UFF). Licenciado em História pela
nível em: http://eravirtual.org/ Universidade Lusófona de Humanida- Universidade Estadual do Ceará (Uece). Mestre
h. Cartilha Jogo do Patrimônio 2.0: des e Tecnologias, 1999. (Cadernos de em História Social pela Universidade Federal do
pensando em promover trabalhos Sociomuseologia, 13). Ceará (UFC). Especialista em Gestão e Políticas
colaborativos e que envolvessem os Culturais da Universidade de Girona (Espanha),
DUARTE CÂNDIDO, Manuelina Maria.
princípios da educação patrimonial, em colaboração com o Observatório Itaú
Educação patrimonial em variados
a equipe da Fundação do Patrimônio Cultural/SP, e possui MBA em Gestão Cultural
territórios: relato de uma experiência
Histórico e Artístico de Pernambuco pela Universidade Vale do Acaraú (UVA). É
itinerante. In: História e multidiscipli-
(Fundarpe) desenvolveu a cartilha, especialista em Arqueologia Social Inclusiva pela
naridade: territórios deslocados. Anais
no começo de 2013, como estraté- Urca e especialista em Políticas Culturais de Base
do XXIV Simpósio Nacional de Histó-
gia didática e lúdica. Em referência a Comunitária pela Faculdade Latino-americana
ria; Associação Nacional de História –
web 2.0, permite a interação do usu- de Ciências Sociais (Flacso) – programa
Anpuh. São Leopoldo: Unisinos, 2007.
ário, promovendo proximidade com IberCultura Viva, com sede na Argentina. É
FLORÊNCIO, Sônia Regina Rampim et membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em
as identidades locais e valorizando o al. Educação patrimonial: inventários
reconhecimento dos bens culturais Patrimônio e Memória (GEPPM/UFC) e membro
participativos. Brasília/DF: IPHAN, 2016. associado do Comitê Brasileiro do Conselho
pelos sujeitos envolvidos. Acesso em
GRISPUM, Denise. Educação para o Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos-
https://issuu.com/cultura.pe/docs/
Patrimônio. Museu de Aate e escola. BRASIL). Atuou como gerente da Célula de
cartilha_jogo_do_patrim__nio_2.0
Responsabilidade compartilhada na Gestão em Pesquisa e Educação Patrimonial da
i. O Jardim é o Tabuleiro: influencia- formação de públicos. Tese em Educa- Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza.
do pelo jogo de ludo, esse foi feito de ção. São Paulo: USP, 2000.
modo que os jogadores realizam uma Graciele Siqueira é museóloga formada pela
HORTA, M.L.P.; GRUNBERG, E.; MON- Escola de Museologia da Universidade Federal
visita ao jardim do Museu da Repúbli-
TEIRO, A.Q. Guia Básico de Educação do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Mestre
ca, no Rio de Janeiro, bairro do Cate-
Patrimonial. Brasília: Iphan; Museu em Museologia e Patrimônio pela UniRio
te. O jogo é composto por tabuleiro,
Imperial, 1999. em parceria com o Museu de Astronomia e
cartas com orientações de movimen-
tação, dado e peças em formato de NORA, Pierre. Entre História e Memória – Ciências Afins (Mast). Especialista em Gestão
animais. Os jogadores, um por vez, A problemática dos lugares. In: Projeto Cultural pela Universidade Estadual Vale do
lançam o dado e movem suas peças História. São Paulo: PUC, 1993, p. 7-28. Acaraú (UVA). Trabalha no Museu de Arte da
de acordo com o número de pontos SCIFONI, Simone. Desafios para uma Universidade Federal do Ceará (Mauc/UFC),
obtidos. Informações:http://www. nova Educação Patrimonial. In: Re- desde setembro de 2008, desempenhando
museus.gov.br/noticias/museu-da- vista Teias, v.18, n. 48, 2017, p. 5-16. a função de museóloga e responsável pela
-republica-lanca-jogo-educativo-vol- TOLENTINO, Átila Bezerra. O que não Divisão de Acervo. Desde julho de 2018,
tado-ao-publico-infantil-no-rj/ é educação patrimonial: cinco falácias ocupa a função de diretora do Mauc/UFC.
sobre seu conceito e sua prática. In:
No próximo e último módulo de nos-
so curso, a segunda parte de Instrumen-
TOLENTINO, Átila Bezerra; BRAGA,
Emanuel Oliveira (orgs.). Educação Pa-
ILUSTRADOR
tos possíveis para uma intervenção nas Daniel Dias é ilustrador e artista gráfico, com
trimonial: Políticas, relações de poder
cidades, continuaremos a conversar so- extensa produção em projetos editoriais, sendo
e ações afirmativas. In: Caderno Te-
bre a temática, com mais dicas e suges- a maior parte destinada ao público infantil e
mático de Educação Patrimonial nº
tões práticas de mediação. Você não vai infantojuvenil. Seu trabalho tem como base
5. João Pessoa: Iphan, 2016, p. 39-48.
perder esse percurso, vai? a pesquisa de materiais e estilos, envolvendo
VARINE, Hugues de. As raízes do futuro:
estudo de técnicas tradicionais de pintura,
o patrimônio a serviço do desenvolvi-
desenho, fotografia e colorização digital.
mento local. Porto Alegre: Medianiz, 2012.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 175


Este fascículo é parte integrante do projeto
Formação de Mediadores de Educação
Patrimonial, em decorrência do Termo de
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de
Fortaleza, sob o nº 02/2019.

Todos os direitos desta edição reservados à:

Fundação Demócrito Rocha


Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br
fundacao@fdr.org.br
EXPEDIENTE:
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
João Dummar Neto
Presidente
André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro
Marcos Tardin
Gerente Geral
Raymundo Netto
Gerente Editorial e de Projetos
Emanuela Fernandes
Analista de Projetos

UNIVERSIDADE ABERTA
DO NORDESTE (UANE)
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Joel Bruno
Designer Educacional
Thifane Braga
Secretária Escolar
CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES
DE EDUCAÇÃO PARA PATRIMÔNIO
Raymundo Netto
Coordenador Geral, Editorial e Revisor
Cristina Holanda
Coordenadora de Conteúdo
Amaurício Cortez
Editor de Design e Projeto Gráfico
Miqueias Mesquita
Diagramador
Daniel Dias
Ilustrador
Thaís de Paula
Produtora
ISBN: 978-85-7529-951-7 (Coleção)
ISBN: 978-85-7529-962-3 (Fascículo 11)

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Realização

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