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A BAROMZA ÜE AMOR
ROMANCE
A BARONBZA DE AMOR
aoMàacs
POB
TOMO I
RIO DE J A N E I R O
TYPOGR4PHIA NACIONAL
1876.
se - 7 6
PRIMEIRA PARTE
O OESFENHO
> BARONEZA DE AMOR.
Dcsasisada.
Ameaça de face.
Capitão Avante,
A Charada.
Borboleta e Baroneza.
delírio do moribundo.
baile sinistro.
 luz infernal.
Contagio do vicio.
O Copo de cryslal.
Vingança-Suicidio.
— Infeliz, tu te manchas!...
— Sim; disse â baroneza, mostrando os
dentes em um rir infernal; sim! eu sei que....
me....deshonro....mas levo além de mim a
deshonra.... vingo-me!...
Avante!
Não.
O demônio do riso.
12
VI
Sem coração.
— Quaes?...
— Em primeiro lugar jurei não receitar
para pessoa alguma e s s e ' milagroso philtro
que é infallivel em todos; mas sem acção al-
guma em V. Ex.
— Oh ! . . . .
— E, segunda razão; tenho ciúmes do meu
especifico que mata a ingratidão; mas obri-
ga a amar.
— E que especifico é esse, que nada pôde,
em mim, e tudo pôde nos outros?...revele o
segredo !...
— Ah, dona Amalia de Villares! o especifico
é aquelle seu riso cheio de magias, riso meta-
de de anjo, que beatifica, metade de demônio
que abraza em violentas flammas.
— Crê nisso, doutor?...
— Si o creio !... quizera poder condemnal-a
a não rir... senão...
Dona Villares não deixou o Dr. Olympio
completar o seu pensamento; voltou-se toda
para o capitão Avante, e derramando os ama-
vios do riso feiticeiro, allucinador, cujo con-
dâo possuía, disse-lhe com doçura :
— Já ouviu lisonja tão insensata?...
O capitão Avante obrigado a responder á
pergunta claramente provocadora de falsa ou
real confissão de rendimento ao encanto de
seu riso captivador, fechou os olhos e mur-
A BARONEZA DE AMOR. 193
— Qual a razão?...
— Porque apezar da minha feialdade, eu
também chegaria á servir á calumnia que não
poupa V. Ex.
A baroneza fez um gesto de desprezo; de-
pois sorriu-se e perguntou:
— Tem ouvido fallar muito mal de mim ?
— Não tenho ouvido; sei porém que faliam.
— Então que importa mais uma gotta d'agua
no oceano?...
— Sendo eu a gotta d'agua, isso me importa
muito, minha senhora.
A baroneza respondeu triste :
— Tem razão: zele a pureza do seu nome.
— Não se trata de meu nome, nem de minha
pessoa: quero somente zelar o credito de
V- Ex.
— Zelar o que atirei á diffamação?... oh!
depois que permitti que me dessem quatro
amantes, e que o quarto fosse o conselheiro
Adeodato com sessenta ou mais annos de
idade, que é que pôde salvar-me no meu
naufrágio?...
— Procuro livral-a de um cachopodemais.
— Privando-me de um amigo ?...
O capitão respondeu com voz firme:
— Negando aos calumniadores o quinto
amante da baroneza de Amor.
A baroneza outra vez duvidosa, quasi
200 A BARONEZA DE AMOR.
O Juiz severo.
A Afilhada da baroneza
— Como?..
— Para meu castigo di-lo-hei diante de
todos, dando á V. Ex. amais plena satisfação.
— Oh, senhora baroneza! não compre-
hendo
— Joven, vaidosa e irreflectida, ousei du-
rante algumas semanas por indigno e inde-
coroso capricho procurar acender no coração
do senhor conselheiro o terno sentimento que
me renderia cultos e adoração : eu fui a pro-
vocadora, declaro-o! apaixonei-o, e illudi sua
paixão.
O conselheiro turbou-se, seu rosto que es-
tava muito pallido cobriu-se de vivo rubor.
Amalia de Villares sorria-se. O capitão
Avante escutava attento. As outras pessoas
presentes olhavam como que penalisadas.
A baroneza continuou a fallar.
— Apaixoneio-o e ainda insensata o pren-
dia, abusando da mais reprehensivel mystifi-
cação, quando o senhor conselheiro adoeceu
e foi ameaçado da morte: então affligi-me, tive
remorsos da leviandade, com que zombara
de um homem venerando que fora amigo de
meus pais. Aos vinte três annos eu já devia
ter juizo, e procedi como douda e má.
— Tranquillise a sua consciência ; disse
sorrindo affavelmente o conselheiro Adeodato
que já se tinha acalmado.
234 A BARONEZA DE AMOR.
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