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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no


Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

APLICAÇÃO DA ANÁLISE
ERGONÔMICA DO TRABALHO NO
POSTO DE EMBALAMENTO EM UMA
MICROEMPRESA DO SETOR DE
BRINQUEDOS
Jose Daniel Arruda de Oliveira (UFSCar)
jdanielarruda@hotmail.com
andrea regina martins fontes (UFSCar)
andreaf@dep.ufscar.br

Este artigo apresenta uma discussão a respeito da pouca


implementação dos conceitos de ergonomia em empresas de pequeno
porte. Para refletir sobre essa questão aplicou-se a metodologia da
Análise Ergonômica do Trabalho (AET) num posto de emmbalamento
de uma microempresa do setor de brinquedos ao qual foram
concebidas proposições de melhoria. Os resultados indicaram que o
projeto no contexto da Ergonomia pode ser viável para pequenas
empresas, abrindo novas perspectivas a cerca do projeto/adequação de
postos de trabalho, destacam ainda que empresas de pequeno porte
podem facilitar o diálogo entre projetistas e usuários aproximando
projeto e uso.

Palavras-chaves: Análise Ergonômica do Trabalho, Ergonomia,


Projeto e Uso de posto de Trabalho
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

1. Introdução
O presente artigo visa analisar as variáveis que interferem no desenvolvimento de projetos no
contexto da ergonomia nas microempresas brasileiras. Pretende-se avaliar, com a aplicação da
Análise Ergonômica do Trabalho (AET) pelo autor, se soluções eficazes podem ser propostas
com custo acessível, indicando que a ergonomia pode ser uma ferramenta de melhoria da
eficiência global do sistema tanto na grande como na pequena empresa.
Segundo Guérin et al. (2001), a AET tem por objetivo principal focar a atividade do trabalho,
na qual são destacados aspectos do trabalho que serão fundamentais para implementar
melhorias e confrontá-las com a análise do trabalho prescrito de forma a buscar soluções que
atenderão as demandas inerentes às situações produtivas das organizações. Guérin et al.
(op.cit.) também afirmam que a AET possibilita os meios para o ergonomista mediar e
identificar as divergências advindas das relações de trabalho e foca a análise da atividade,
destacando aspectos do trabalho que servirão de base para intervenções físicas e
organizacionais. Para Wisner (2004) ela é utilizada para responder a uma questão precisa,
sendo orientada para a proposição de soluções operacionais.
De acordo com este enfoque, o texto utiliza como estudo de referência o posto de
embalamento de uma microempresa do setor de brinquedos no qual, foi aplicada a AET
objetivando produzir requisitos de projeto para melhorias de custo acessível. Os resultados
desse estudo servem para refletir sobre os parâmetros que interferem na implementação da
ergonomia em pequenas empresas.
2. A Ergonomia nas empresas brasileiras
As empresas brasileiras não têm utilizado a ergonomia como uma ferramenta de prevenção no
trabalho, mas como uma prática corretiva. Segundo os autores Rodrigues et al. (2008) e
Carvalho et al. (2008), a ergonomia tem sido utilizada na maioria das vezes para corrigir
problemas já existentes disparados por ações judiciais. Para Béguin (2008) a atuação da
ergonomia até a fase de projeto pode prevenir doenças e para isso atua na
análise/transformação das relações entre a concepção de sistemas de trabalho e as atividades
profissionais.
Segundo Wisner (2004), a ergonomia passou de uma disciplina assimilada em primeiro lugar
para a luta pela saúde no trabalho, contra os acidentes e pela melhoria das condições de
trabalho, para uma disciplina que é vista como parte importante na contribuição para o
sucesso técnico, econômico e financeiro das novas tecnologias. As empresas não estão
dispostas a investir dinheiro num projeto e em melhorias que não tragam benefícios
financeiros, então se o projeto de ergonomia não puder mostrar que irá trazer retornos
financeiros dificilmente será aplicado de forma preventiva.
Muitas empresas separam trabalhador e trabalho, e enxergam o empregado apenas como mão-
de-obra e não como parte integrante do sistema. Ao invés de adaptar o posto de trabalho ao
operador, adaptam o operador ao posto de trabalho, fazendo com que este último empregue
grande esforço para realizar sua tarefa. Segundo Wisner (2004) o operador constrói a cada
instante o problema que ele deve resolver, pois precisa levar em consideração as variações do
ambiente e seu próprio estado fisiológico e psíquico.
Outro ponto é que grande parte das empresas possui estruturas rígidas, o que dificulta a
intervenção de Ergonomia. Segundo Marques et al. (2007) a organização do trabalho dificulta

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e cria barreiras para melhorias no desempenho da empresa. Apesar da existência de uma


norma específica para a ergonomia NR17 do Ministério do Trabalho e Emprego, os órgãos
fiscalizadores responsáveis não acessam as empresas para verificar as condições de trabalho,
sendo que isto geralmente só ocorre no caso de uma denúncia, o que induz a prática de
condições de trabalho irregulares.
Ao procurar na literatura projetos de ergonomia aplicados é possível verificar que quase
invariavelmente são implantados em grandes empresas. Este fato explica-se: primeiramente
porque os sindicatos são mais desenvolvidos nas grandes empresas logo a exigência de
condições adequadas de trabalho por parte dos trabalhadores é mais presente; a empresa de
grande porte tem uma maior necessidade de manter uma boa imagem de si mesma por ser
mais conhecida no mercado, logo não está disposta a ter esta imagem prejudicada por
denúncias relacionadas a postos de trabalho inadequados; e, além disso, a grande empresa
muitas vezes dispõe de recursos para arcar com um projeto de ergonomia custoso
(RODRIGUES, 2008).
Diferentemente nas pequenas os sindicatos são poucos desenvolvidos, e os empregados são
mais reprimidos, preocupados em não perder o emprego, não possuem meios para manifestar
suas insatisfações; a limitada disponibilidade de recursos entra também como um fator
inviabilizador de projetos ergonômicos; a pequena empresa pode até mesmo não possuir
pessoas preocupadas com a construção de postos de trabalho adequados, visto que não
recebem queixas, ou não têm ciência da existência de problemas e nem sequer sabem que a
ergonomia pode trazer benefícios para a produtividade e qualidade de vida do trabalhador.
3. Metodologia
A Análise Ergonômica do Trabalho tem como objetivo principal focar a atividade do trabalho,
diagnosticar e implementar melhorias de forma a buscar soluções que atendam as demandas
inerentes às situações produtivas das organizações.
Os principais instrumentos utilizados na aplicação da AET foram: Ficha de Caracterização da
Tarefa - empregada na Análise da Tarefa para descrever e sistematizar a execução de tarefas;
Ergonomic Workplace Analysis (EWA) - instrumento usado para análise dos riscos no
ambiente de trabalho também utilizado na Análise da Tarefa; Questionário de Percepção -
visou auxiliar a identificar questões de desconforto e outros fatores não observáveis da
situação de trabalho empregada na Análise da Atividade. Para o dimensionamento,
angulações e outros fatores relativos a análises gráficas foram utilizados os softwares
AutoCAD e Google SketchUp (figuras de 3 a 8). O estudo da atividade desenvolveu-se da
seguinte forma (vide Tabela 1):

Fases Procedimentos
i. Análise da Estudo dos dados da empresa; análise do sistema produtivo; caracterização da
demanda / Recorte população da empresa; análise da situação de trabalho; análise dos dados de saúde
de análise da empresa; e, proposição do recorte de análise
Registro e análise das tarefas; aplicação do instrumento Ergonomics Workplace
Analysis (AHONEN et al., 1989) para avaliação dos constrangimentos a que os
ii. Análise da trabalhadores estão submetidos (considerando: o espaço de trabalho, posturas e
Tarefa movimentos, esforço físico, riscos de acidentes, demandas cognitivas e
organizacionais); e, desenvolvimento de Ficha de Descrição da Tarefa
(CAMAROTTO, 2007)
Análise das diferenças entre o trabalho prescrito e real; aplicação de Questionário
iii. Análise da de Percepção (adaptado de SOUZA E MENEGON, 2002) através de entrevistas
Atividade individuais e coletivas com os trabalhadores; e, formulação de uma explicação
global para a atividade de trabalho

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iv. Diagnóstico da Elaboração do diagnóstico; e, determinação das características desejáveis para cada
situação existente melhoria
v. Conceitos Concepção simplificada de melhorias; e, validação dos conceitos elaborados junto
Projetuais aos trabalhadores
Fonte: Adaptado de Fontes et al. (2008)
Tabela 1 - Fases da AET
4. Caracterização da empresa e definição do recorte de análise
A empresa escolhida é uma empresa especializada em brinquedos e jogos educativos de baixo
custo, e possui sua fábrica localizada na cidade de Itu/SP, atuando comercialmente em todo
território nacional. Sua produção de brinquedos é focada na população de baixa renda e
escolas do nível pré-escolar por possuir caráter educativo, promove geração de empregos para
a população da cidade e terceiriza serviços em casas próximas à empresa.
A empresa produz cerca de 50 itens diferentes que estão divididos em quatro grandes
famílias: blocos de construção; carimbos e pinturas; quebra-cabeças e jogos de letras e
números; jogos e passatempos. A empresa não possui um indicador claro de produtividade,
apenas considera a média de produção diária de brinquedos, 4000 brinquedos fabricados por
dia. Existe rotatividade em alguns postos de trabalho, o absenteísmo é baixo e quando
acontece existe a possibilidade de colocar outra pessoal para realizar a tarefa
temporariamente.
No processo produtivo existem quatro postos de trabalho. Os dois primeiros postos
desempenham a mesma função, quando as peças dos brinquedos chegam são montados e
colocados dentro de caixas de papelão já identificadas com o nome do brinquedo. As caixas
seguem por uma esteira que leva para o próximo posto onde é colocado um filme de PVC
termo encolhível ao redor da caixa fazendo uso de uma seladora. Uma vez colocado o filme
na embalagem esta passa por uma estufa que encolhe o filme criando o produto final. Já o
último posto é responsável por unitizar as caixas de brinquedos em uma caixa de papelão
maior utilizada para transportar o produto para o cliente final.
O posto de trabalho escolhido para a intervenção ergonômica dentro do processo de
embalamento foi o de selagem onde ocorre a colocação do filme de PVC. Nas visitas técnicas
realizadas foram confrontadas as recomendações da norma NR17 (BRASIL, 2002) com os
postos existentes e foi escolhido o referido posto pela observação de alguns problemas
evidentes como: exposição ao calor, levantamento manual de cargas, posturas em pé estática,
ruído, risco de acidentes, etc. Além disso, a escolha se justificou através de queixas de fadiga
e relatos de acidentes.
5. Posto de trabalho de selagem no processo de embalamento
A tarefa de selagem é executada em um posto de trabalho no qual apenas uma funcionária da
empresa trabalha. Por ser a única responsável pela selagem e também por atuar há mais de dez
anos no posto percebe-se que já desenvolveu um conjunto de modos operatórios para executar
a tarefa (expertise).
No posto existem os seguintes dispositivos técnicos (vide figuras 1 e 2): uma esteira de
correia (responsável por transportar as caixas de brinquedos); uma seladora de filme de PVC
(é o principal equipamento de trabalho usado para selar as embalagens); uma mesa de madeira
(é usada como auxílio para apoiar objetos, materiais, ou para qualquer eventual necessidade);
uma plataforma de madeira no chão (serve para deixar a operadora mais alta tornando a altura
da superfície de trabalho mais adequada). Na figura 1, é possível ver a postura em pé que a
operadora adota. Na figura 2, pode-se verificar a falta de organização da superfície de
trabalho.

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Figura 1 - Posto de trabalho escolhido Figura 2 - Situação atual do posto

Para conhecer as etapas da tarefa desenvolveu-se a Ficha de Descrição da Tarefa. No posto


estudado foram identificadas todas as tarefas prescritas, foram coletadas fotos e informações
para compreender os objetivos da tarefa e encontrar as diferenças entre o trabalho real e
prescrito de maneira a identificar as causas das discrepâncias. Na tabela 2 podemos analisar a
descrição da tarefa no posto.
O ritmo de trabalho no posto analisado inicia-se pela chegada das caixas com brinquedos pela
esteira, a operadora pega as caixas uma de cada vez, coloca o filme plástico por cima, prensa
com uma moldura quente que sela as bordas e depois coloca a caixa de volta na esteira.

1. Ligar a máquina
Ajustar tempo de selagem: em função do tamanho do brinquedo o operador deve ajustar entre 1 e 2
2.
o tempo de selagem no potenciômetro nº1
Pegar uma caixa de brinquedos na esteira e manuseá-la para o suporte (chapa de metal) de
embalamento.
3.
Nota-se alguma dificuldade nesta atividade pela esteira estar localizada no lado esquerdo e o suporte
de embalamento no lado direito
Colocar a caixa sob o filme plástico
4. Nota-se alguma dificuldade nesta atividade pelo filme plástico estar separado em dois pelo suporte,
sendo que a caixa deve ser colocada entre os dois filmes
5. Posicionar a caixa com filme plástico sob a moldura.
Selar a caixa
6.
Observa-se risco de queimadura nesta etapa, requer atenção por parte do operador
7. Retirar o excesso de plástico e colocar sob a seladora
Retirar o produto e colocar de volta na esteira.
8.
Retirar o produto após acender a luz vermelha no potenciômetro nº1.
Colocar o rolo de filme no encaixe de rolo. O rolo de filme deverá ser retirado do chão e colocado
9. no encaixe de rolo que está do lado direito da seladora
Nota-se alguma dificuldade nesta atividade pelo levantamento de carga
Esticar filme plástico e separar por chapa de metal (o filme deverá ser puxado do rolo e separado em
10.
dois pela chapa, o que facilita o embalamento)
Retirar o plástico das bordas da seladora (serve para manter as bordas limpas e funcionando
11.
corretamente)
Controlar temperatura da seladora. Ajustar a temperatura da seladora no potenciômetro a cada meia
12.
hora.
13. Limpar o posto de trabalho. Recolher resíduos do posto e colocar em uma caixa de papelão.

Tabela 2 - Descrição da tarefa.

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Ao início do processo a operadora necessita agachar para pegar o rolo de filme plástico que
pesa em torno de 14kg e colocá-lo em cima de um suporte a sua direita.
Foi verificado que a operadora do posto analisado mantém continuamente a postura em pé
estática que segundo a norma NR17 (BRASIL, 2002) pode causar diversos problemas
circulatórios e musculares. Também de acordo com a norma o levantamento de cargas é uma
das causas de lombalgia e outras patologias musculoesqueléticas freqüentes no mundo do
trabalho atualmente. A seguir os resultados da aplicação do EWA:

Figura 3 - Perspectiva da área de trabalho

 Área de trabalho horizontal: Segundo o EWA as áreas de alcance horizontal devem


estar de acordo com a figura 4, destacando que a área 1 é usada para o trabalho usual, a 2
para atividades leves e pega de materiais, e a 3 para atividades não freqüentes. Pela figura
4 pode-se ver que a atividade tradicional de selagem está dentro da área 1 e a atividade de
pegar as caixas na esteira e colocar o filme plástico sobre o suporte de metal está dentro da
área 2, ou seja, estas atividades estão ocorrendo dentro das áreas de alcance
recomendadas. Porém para a atividade de colocar os rolos no encaixe (os rolos se
encontram dentro das áreas de alcance horizontal), mas o encaixe está fora das três áreas,
significando que está muito longe da operadora e requer grande esforço para alcançá-lo. A
situação é agravada pelo peso dos rolos, em torno de 14kg, mas amenizada pelo fato desta
ser uma atividade pouco freqüente, apenas quando os rolos acabam.

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Figura 4 - Áreas de alcance do posto

 Área de trabalho vertical: Na atividade de manusear as caixas a superfície de trabalho


deve ficar um pouco abaixo do nível do cotovelo, no posto estas superfícies estão
realmente abaixo e as distâncias são de 9 cm e 13 cm para a seladora e a esteira
respectivamente (vide figura 5), portanto, a superfície está adequada, mas a atividade de
pegar rolos está completamente fora, pois os rolos devem estar entre 10 e 30 cm abaixo do
nível do cotovelo para o caso de manuseio de materiais pesados, mas estão no nível do
chão, que está em torno de 108 cm de distância do nível do cotovelo.

Figura 5 - Nível do cotovelo para o posto

 Visão: para atividade de embalamento todas as distâncias visuais devem estar acima de 50
cm, e de fato estão em concordância com esta recomendação como pode ser visto na
figura 6. Já os ângulos de visão deveriam ser menores que 45º, porém não são conforme
verificados na figura 7, o que pode causar desconforto no pescoço da operadora.

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Figura 6. Distâncias visuais do posto.

Figura 7. Ângulos de visão do posto.

 Espaço para os pés: O espaço livre entre a ponta dos dedos do pé esquerdo e a seladora é
prejudicado pelo suporte de madeira da seladora como pode ser visto no detalhe da figura
8, o que não ocorre para o pé direito.

Figura 8. Suporte de madeira.

 Assento: O posto está desenhado para trabalho em postura em pé. Não existe qualquer
assento para ser utilizado durante a realização da tarefa.
 Outros equipamentos: O único equipamento utilizado para a realização da tarefa é a

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seladora que atende as necessidades da tarefa, mas não permite qualquer ajuste para a
operadora e exige certa força para manuseá-la.
 Atividade física geral: A atividade física não é pesada, em épocas de pouca demanda o
ritmo de produção é baixo, porém em épocas de alta demanda de brinquedos como Natal e
Dia das Crianças o ritmo de produção é acelerado. A prensa da seladora exige certa força
para ser manuseada. O trabalho é repetitivo e de longa duração o que causa desgaste. A
tarefa é determinada pela organização e não pode ser adaptada pelo trabalhador, mas
como os horários de pausa e de descanso são gerenciados pelos trabalhadores eles
possuem certa margem de manobra visto que a operadora tem autonomia para parar a
produção e fazer pequenas pausas e também decidir como será o ritmo de produção para
atingir as metas esperadas.
 Levantamento de cargas: Durante a realização da tarefa existe a necessidade de
levantamento de cargas que são os rolos com peso que chega a ser superior a 14 kg.
Consiste de uma elevação com necessidade de agachamento, pois os rolos ficam situados
no chão, ou seja, abaixo da altura nas mãos. O rolo deve ser colocado em um encaixe que
está em uma distância superior a 70 cm em relação à linha média do corpo, consistindo de
um trabalho de elevação de carga muito pesado, considerando-se ainda que é realizado por
uma mulher.
 Postura de trabalho e movimentos: A atividade não gera carga sobre o conjunto
pescoço-ombro, não requer movimentos ou posições difíceis e a operadora mantém
posição livre e relaxada. Os braços não são colocados em posições tensas, porém não
possuem apoio e repetem movimentos continuamente. Não existe carga nas costas durante
a realização do trabalho, as costas são mantidas em posição relaxada. A operadora fica em
pé numa posição estática durante boa parte de sua jornada de trabalho.
 Risco de acidente: É possível identificar no posto estudado duas possibilidades de
acidente: queimadura e intoxicação. Como a operadora não pode evitar o risco de acidente
por intoxicação, pois não possui proteção individual e também pelo sistema de exaustão
ficar distante, o risco de acidente é considerado grande. Fumaças e gases provenientes da
queima do PVC são tóxicos. Uma intoxicação pode causar desde uma leve irritação nos
olhos até a morte, logo a severidade do acidente pode ser considerada gravíssima podendo
causar afastamento de pelo menos 6 meses ou incapacidade permanente.
 Conteúdo do trabalho: Além da tarefa original, existe a verificação de componentes
elétricos da seladora para manutenção preventiva, porém não é executada pela operadora.
O planejamento e preparação, tal como o gerenciamento de materiais necessário para a
execução da tarefa é feito pelo proprietário.
 Restrições no trabalho: O ritmo de trabalho é determinado pelo posto de montagem
anterior, os brinquedos chegam à esteira em função da velocidade que o posto de
montagem cadencia então a funcionária da seladora deve se adequar e manter a mesma
velocidade. As metas são impostas pela direção, mas a operadora tem liberdade para
escolher como vai executar o trabalho para atingir as metas.
 Comunicação entre trabalhadores e contatos pessoais: A comunicação entre os
trabalhadores é possível, mas o posto é separado dos demais, o que impossibilita a
comunicação, além de existir ruído advindo da estufa situada próxima.
 Tomada de decisão: A tarefa a ser executada é simples e clara não gerando dificuldades
para quem a executa, as instruções são diretas e os indicadores são fáceis de entender
como a luz que assinala que o brinquedo já foi selado e pode ser colocado de volta na
esteira.
 Repetitividade do trabalho: A tarefa consiste de uma atividade continuamente repetida.
A duração média do ciclo repetitivo, que consiste em pegar a caixa, selar e colocar de

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volta na esteira é de 7 segundos.


 Atenção: a operadora não realiza tarefas que demandem atenção, consiste apenas de
manuseio de materiais, somente a luz que acende e indica que o brinquedo já está selado,
mas a operadora consegue saber quando está selado sem precisar olhar a luz.
 Iluminação, ambiente térmico e ruído: o ambiente é bem iluminado, consistindo de um
galpão com janelas grandes que facilitam a entrada da luz e não provocam ofuscamento.
Com relação à temperatura, o ambiente é quente devido ao calor da estufa situada
próxima, e a presença de poucos ventiladores em funcionamento. Quanto ao nível de ruído
existe certo nível de ruído proveniente da estufa que pode causar incômodo, mas o fato é
menos grave por ser uma tarefa que não exige comunicação visto que o ruído dificultaria a
comunicação se esta fosse necessária.

6. Verbalizações
Na primeira entrevista realizada com a operadora do posto não foi relatada nenhuma queixa.
No discurso a operadora explicou que quando ingressou na empresa sentia incômodo com
fumaça gerada no processo, incômodo de manter a postura em pé, mas afirma que se
acostumou com a atividade e não sente mais esses incômodos, como pode ser verificado no
depoimento a seguir. “No começo era ruim, eu ficava cansada, doía os braço e as pernas, a
fumaça incomodava, mas hoje já estou acostumada, não acho mais ruim. Trabalho aqui há
mais de 10 anos.” (Operadora do posto)
A funcionária também relatou que algumas vezes já queimou o braço na seladora, mas
atualmente isso já não ocorre por estar mais habilidosa. “Já aconteceu umas duas vezes de
queimar meu braço quando a seladora volta, mas hoje não me queimo mais, já peguei a
prática.” (Operadora do posto)
Posteriormente foi desenvolvido e aplicado um questionário (ver anexo 1) adaptado de Souza
e Menegon (2002) sobre percepção de dor e desconforto no trabalho de maneira a enxergar
mais detalhadamente como a tarefa é realizada pela operadora na realidade, identificar
incômodos, entre outras questões importantes.
A jornada de trabalho inicia-se às 07:00h e encerra-se às 17:18h, sendo que nesse período de
tempo existe o horário de almoço de duas horas e também duas pausas de quinze minutos para
café uma na parte da manhã e outra na da tarde. Segundo a própria operadora as atividades
realizadas por ela são:“Selar as caixas de brinquedos que passam na esteira; Controlar a
temperatura da seladora (a cada 30 minutos); Carregar a seladora com os filmes; Limpeza
da seladora (a cada 10 minutos); Limpeza do posto de trabalho (a cada 35 minutos)”.
Pelo depoimento da operadora é possível perceber que não existe grande diferença entre o
trabalho prescrito e o percebido. Mas entre o trabalho prescrito e o real sim. O trabalho
prescrito não prevê a limpeza da seladora que é feita por iniciativa da operadora, caso
contrário tornar-se-ia inviável o trabalho, caracterizando uma diferença entre o real e o
prescrito pela gerência.
A atividade de limpar a seladora foi criada pela operadora para reduzir uma variabilidade
existente na selagem como pode ser visto no depoimento: “A atividade de selamento às vezes
não dá certo, o filme não sela a caixa e isso é muito irritante. Acredito que ocorre por causa
do próprio filme e a temperatura da máquina. Tenho que repetir a atividade selando
novamente e na maioria das vezes tenho que descartar o filme e selar novamente.”
(Operadora do posto)
Torna-se importante uma intervenção para aumentar as margens de manobra e permitir ao

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usuário lidar com esta variabilidade ou eliminá-la de maneira a evitar maiores


constrangimentos causados por ela.
Outra diferença entre o trabalho prescrito e o real pode ser percebida quando a operadora
afirma que não verifica a luz vermelha que acende informando que pode terminar de selar a
embalagem, tarefa esta que foi prescrita pela gerência verbalmente e por escrito. A operadora
após trabalhar por tanto tempo no posto não necessita mais olhar para a luz, pois já percebe
que a embalagem está pronta com expertise adquirida no trabalho, isso não traz problemas
para ela, porém aumenta a chance de gerar uma embalagem mal selada.
A atividade que a operadora acha mais cansativa é a própria selagem, também é a que deixa
mais tensa e que contribui para o surgimento dos desconfortos, como pode ser visto no
depoimento dela: “A selagem é bem cansativa, principalmente devido à alta temperatura e a
fumaça gerada após cada selamento. Em tempos de calor é pior ainda.” (Operadora do
posto)
A operadora critica bastante o calor e a fumaça gerados pela seladora, sendo assim, a própria
operadora sugere uma melhoria: “O que menos gosto no meu trabalho são o calor e a fumaça
da seladora . Por que causa desconforto e cansaço. Acho que isso poderia melhorar com uma
mudança para diminuir a fumaça e o calor no posto.” (Operadora do posto)
A operadora cita também outro desconforto causado pela atividade de selagem, o
formigamento nas mãos e pés, que ela afirma sentir desde quando começou a trabalhar lá, há
onze anos atrás. A não ser que ocorra uma mudança no posto estes desconfortos estarão
sempre presentes visto que a operadora não faz rodízio de postos de trabalho. Apesar das
insatisfações ela afirmou gostar das colegas de trabalho que fazem este ser mais agradável, e
também gosta de ter certa autonomia para fazer pausas, parar a produção e descansar em caso
de cansaço.
7. Proposição de Projeto de Melhorias
A partir do diagnóstico das análises efetuadas foram propostas melhorias para eliminar ou
minimizar os problemas encontrados. A proposição para a transformação do posto de trabalho
foi construída em conjunto com a operadora. As melhorias propostas buscaram um custo
baixo de maneira a atender ao poder de investimento da empresa.
a) Ambiente / Segurança: Melhorar sistema de ventilação e exaustão: consertar os
ventiladores já existentes e quebrados e adicionar mais algumas unidades. Colocar um
ventilador ao lado da seladora para dispersar a fumaça gerada e fornecer equipamento de
proteção individual (EPI) que possua respirador; Proteção auricular: fornecer EPI que
possua protetor auricular; Isolar ruído e calor: colocar uma barreira ao redor da estufa para
reduzir ruído e calor; Criação de proteção para braços: criar um bracelete de material
isolante térmico para encaixar nos braços de maneira a evitar queimadura em caso de
contato com a prensa, e criar sistema de travamento que impeça a prensa de oscilar com
grande amplitude.

b) Espaço de Trabalho: Melhorar posição do encaixe dos rolos: colocar o encaixe de rolos
mais próximo da prensa e mover a mesa que fica ao lado do posto para uma posição que
limite menos os movimentos; Melhorar posição dos rolos e diminuir necessidade de
levantamento de cargas: Retirar os rolos do chão e colocá-los sobre uma mesa ao lado do
encaixe, diminuindo a distância de movimentação. Pedir para o fornecedor de rolos enviar
os mesmos em tamanhos menores e mais leves. Diminuir desperdícios e melhorar o uso
dos rolos; Elevar ferramentas: colocar apoios sob os equipamentos para deixá-los

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levemente mais altos.

c) Apoio / Espaço Livre: Apoio para uso temporário: disponibilizar um banquinho alto que
possa ser movimentado; Criação de apoio para braços: aumentar a largura da seladora de
maneira a proporcionar um apoio para os braços; Criação de espaço para os pés: mover
suporte de madeira que não permite espaço para pés ou desenvolver um menor.

d) Organização do Trabalho: Diversificação de tarefas e pausas, aumentar participação da


operadora nas decisões: permitir a participação das operadoras nas decisões, fazer
rotatividade de tarefas e disponibilizar pausas mais curtas e em maior quantidade;
Aproximar postos e proporcionar trabalho em grupo: diminuir vão entre os postos,
incentivar trabalho em grupo e comunicação.

e) Equipamentos: Disponibilizar ajustes de equipamentos: adaptar seladora para que


possam ser alteradas características como altura, exigência de força, posição, entre outras
necessárias; Melhorar seladora: lubrificar mola ou trocar por mola mais leve que exija
menor esforço físico para prensar. Melhorar a eficiência da seladora, com um melhor
controle de temperatura diminuindo a necessidade de limpeza freqüente da moldura;

8. Considerações Finais
Através dos problemas identificados com as visitas in loco, orientações da norma NR17
(Brasil, 2002) e aplicação da Análise Ergonômica do Trabalho verificou-se a exeqüibilidade
de melhorias de baixo custo no contexto da Ergonomia em microempresas.
A necessidade de melhorias foi evidenciada com aplicação de duas ferramentas nas etapas da
metodologia AET: o EWA (Ahonen et al., 1989) na Análise da Tarefa apontou os riscos
existentes no posto e no ambiente de trabalho analisados e o Questionário de Percepção
(adaptado de Souza e Menegon, 2002) na Análise da Atividade foi possível perceber
diferenças entre o real e o prescrito. Após o diagnóstico foi possível propor melhorias de
custo compatível com as expectativas da empresa. Os resultados da aplicação da AET em
pequenas empresas podem ser expostos pelos aspectos facilitadores e inibidores.
O acesso a informações e a receptividade mostraram-se características facilitadoras, visto que
a empresa autorizou várias visitas técnicas, interações no posto para coleta de dados,
filmagens, diálogo com os funcionários para fornecer informações e auxiliar no
desenvolvimento do projeto. Essas informações, imagens e verbalizações com os usuários
foram fontes essenciais para a proposição de melhorias. A construção de soluções adequadas
depende da abundância e qualidade desse levantamento, bem como da validação com os
atores envolvidos.
Outro aspecto facilitador na aplicação da ergonomia em microempresas é o desenvolvimento
de ambientes de trabalho informais onde os funcionários têm liberdade para participar das
decisões e propor sugestões para melhorar o trabalho desenvolvido por eles mesmos. Este
ponto é favorável para melhorias no contexto da AET, já que o projeto poderá ser construído a
partir do diálogo entre projetistas e usuários.
Um aspecto inibidor da aplicação da ergonomia numa microempresa foi o desconhecimento
de seus princípios. Nenhum dos funcionários da empresa tinha conhecimento da metodologia
AET ou das ferramentas por ela utilizadas, não há sequer programas para melhorias de postos
de trabalho. Apesar da receptividade apresentada anteriormente os proprietários não se
mostraram muito interessados na implementação de melhorias advindas da ergonomia, pois

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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

não conseguiram enxergar os benefícios financeiros por ela oferecidos. Logo a principal
barreira para a implantação da ergonomia de concepção seria a conscientização dos atores
envolvidos para enxergarem os benefícios oferecidos por ela e com isso despertar o interesse
na sua aplicação.
Na empresa enfocada os requisitos de projeto indicaram melhorias simples, mas sensíveis no
posto de trabalho de embalamento, o que nos leva a generalizar a possibilidade de, na maioria
dos casos, propor melhorias de custo compatível com o porte da empresa. A questão
financeira não impede a aplicação de programas de ergonomia em microempresas, já que um
projeto de melhoria não é necessariamente algo custoso e que o maior ganho não se dá na
construção física e sim no aumento da flexibilidade dos meios (materiais e imateriais) para a
realização de uma tarefa.
A concepção no contexto da ergonomia possibilita não só desenvolver um dispositivo técnico
ou um novo espaço de trabalho, mas transforma o trabalho em si, essa modificação torna-se
parte integrante de um novo trabalho/prescrição e cria novas condições para que este
aconteça, fazendo com que a intervenção seja uma melhoria contínua.

Referências
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