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É cediço que o artigo 300 do Novo Código de Processo Civil Brasileiro, regula em sua
égide o instituto das tutelas de urgência, com base no fumus boni iuris e no periculum in
mora, com efeito a luz do presente caso concreto, entende-se pelo cabimento desta como
será exposto a seguir.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Desse modo, caso as obras ainda não tenham começado, é necessário evitar que os gastos,
pois é notório que o valor da referida reforma, é de grande dificuldade para ser
reembolsado futuramente para o erário público. Com isso, conforme prevê o artigo 5°
parágrafo 4° da Lei 4.717/65 requer a suspensão em caráter liminar do ato lesivo ora
impugnado.
Inicialmente cumpre frisar que ante a situação fática narrada, fica claro a lesividade do
ato do Sr. Senador ao patrimônio público. Dessa forma, como disciplina a Constituição
Federal de 1988, esta disciplina que qualquer cidadão é parte legitima para propor Ação
Popular, cujo qual vise anular ato lesivo ao erário público ou entidade do Estado que
participe, ferindo assim o princípio da moralidade administrativa, o meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição,
art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados
ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou
fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com
mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas
ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer
pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
Importante frisar que o artigo 2°, em sua alínea “c”, regula que são nulos os atos providos
de ilegalidade do objeto, bem como, mais adiante no referido artigo na alínea “e”, serão
nulos os atos que sejam ensejados de desvio de finalidade. Resta cristalino a lesão ao
erário público, caracterizado de desvio de finalidade, haja visto, que o dinheiro do Senado
Federal fora utilizado para beneficiar um Senador, em suas pretensões pessoais.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
c) ilegalidade do objeto;
e) desvio de finalidade.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Com efeito, que fica comprovado que o dinheiro público e a máquina pública, foram
utilizados de forma irregular, para atender fins pessoais do Sr. Senador, havendo clara
violação aos princípios da moralidade administrativa. Importante frisar, que além da
violação ao princípio da moralidade, resta clara a violação no que tange ao desvio de
finalidade, a qual a verba pública era de fato destinada, e foi gasto de maneira ilegal.
Dessa forma como preceitua o mui respeitoso doutrinador Helly Lopes Meirelles:
“Desde que o princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade
pública, o administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou de praticá-lo no
interesse próprio ou de terceiros. Pode, entretanto, o interesse público coincidir com o de
particulares, como ocorre normalmente nos atos administrativos negociais e nos contratos
públicos, casos em que é lícito conjugar a pretensão do particular com o interesse
coletivo.”
"Nele se traduz a ideia de que Administração tem que tratar a todos os administrados sem
discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são
toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem
interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou
grupos de qualquer espécie. O Princípio em causa não é senão o próprio princípio da
igualdade ou isonomia (...).”
Vale ainda salientar, que o artigo 4° parágrafo 1° da Lei 4.717/65, irá dispor que os atos
serão nulos, aqueles que desobedecerem, as condições referente a habilitação das normas
legais, e regulamento constantes nas instruções gerais, desse modo, vale salientar que o
ato lesivo praticado pelo Senador ora em questão, foi contra as normas vigentes no
ordenamento jurídico brasileiro, e os princípios regentes da administração pública
devendo ser declarado nulos.
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por
quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º.
Importante dizer, que caso a parte ré da presente ação já tenha dado início a reforma de
seu gabinete, causando danos aos cofres públicos, que este seja condenado ao
ressarcimento ao erário Público. Bem como, o ato praticado pelo Sr. Senador configura-
se ato de improbidade administrativa, pois há violação expressa dos princípios
norteadores da administração pública.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:”
Destarte que para o cabimento da Ação Popular, basta a ilegalidade do presente ato
administrativo para que este seja invalidado, fulcro por contrariar as normas vigentes no
ordenamento jurídico, que são responsáveis por reger os processos administrativos
necessários, ou desvio de finalidade, cujo quais são basilares para administração pública.
Fica então dispensáveis a demonstração do prejuízo material aos cofres do erário público,
cujo qual não é desrespeitoso ao que preceitua o inciso LXXIII do artigo 5° da
Constituição Federal de 1988, norma imprescindível que abrange não somente o
patrimônio material público, mas o patrimônio histórico e cultural.
V- DO JUÍZO COMPETENTE
Vale salientar, que tal ação além de envolver o interesse legítimo do autor, é de sumo
interesse da União, cujo qual, futuramente poderá vir a se tornar parte ativa ao lado do
autor, sendo assim competente a Justiça Federal, sem foro privilegiado, com o devido
fulcro no artigo 5° da Lei 4.71/65.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
Fora que exigir do autor o seu deslocamento até a seção judiciária de Brasília, seria um
tamanho absurdo, haja visto se tratar de pessoa com poucos recursos, visto o deslinde
especial da Ação Popular, além do que a Carta magna vigente, no dispositivo supracitado,
permite que a ação tramite no domicílio do autor, sendo assim, mais confortável a este
cujo qual é assegurado direito na constituição federal.
Protesto o alegado provar por todos os meios de prova em direito admitidos, bem como,
os listados no rol do artigo 369 do Código de Processo Civil, em especial requer produção
de provas documentais.
VII- DO VALOR DA CAUSA
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Advogado
OAB/UF