Em um contexto histórico, as condições das crianças e dos adolescentes
na sociedade, e no próprio meio familiar não era vista como prioridade. Na
Idade Antiga muitas crianças eram tratadas como animais, das quais muitas vezes serviam para sacríficos, do mesmo modo eram as que nasciam com alguma deficiência físicas, eram abandonas ou mortas. Na Idade Média eram tratados como adultos, sofriam maus tratos, eram exploradas. Observa-se que ao longo dos anos a criança e ao adolescente teve sua história marcada por profunda dor, oriundo de um olhar totalmente excludente e negligente, movido pelos mais diversos interesses daqueles que deveriam protegê-los.
No Brasil não foi diferente, no período colonial, devido a necessidade
agrícola daquela época, as crianças e adolescentes era sinônimos de mão de obra, as famílias pobres submissos ao senhores donos de terra, mandavam seus filhos desde cedo para as lavouras, afim de ajudar na produção e colheita. Não existia o conceito que temos hoje de infância, as crianças cresciam com as práticas de trabalhos pesados, com isso acabavam não desenvolvendo seus aspectos sociais. Tinha que enfrentar literalmente o trabalho de adultos, e com isso todo seu tempo era revertido para essas práticas de trabalho árduo.
As crianças e os adolescentes, nas suas práticas cotidianas, se
cometessem alguma conduta que os adultos reprovavam, estavam sujeitos a castigos físicos (como palmatórias, cipós) utilizado como modelo de correções. Esse tipo de prática na relação pai e filho tornaram-se habitual e passara a fazer parte do dia a dia, se incorporando a tal ponto que esse modelo de correção passaram de gerações e gerações e ainda hoje sobram resquícios de algumas dessas práticas.
Mas foi só com a elaboração de leis que regem a integridade física,
psíquica e moral desses sujeitos com o advento da Constituição Federal de 1988 e com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é que esses sujeitos ganharam o espaço que hoje é concebido a todos os indivíduos que possuem direitos
A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção
de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Estado. Proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.
Esses sujeitos, antes de ganharem o contorno social, ideológico e
jurídico que o alicerça nesta sociedade na atualidade, teve sua representação social modificada ao longo do tempo, depois de inúmeras conquistas e vitórias adquiras o atual Presidente da República, posicionou-se contra o Estatuto da Criança e do adolescente e desde então vem recebendo inúmeras críticas, tanto por seus posicionamentos como também por suas ações, como cortes em determinados orçamentos, retiradas de algumas pastas do governo que versam sobre esse assunto e tec.
Ao atacar diretamente o Estatuto, o atual presidente da república vai
contra inumes conquistas alcançada durantes anos, posicionamdo seu governo em total desfavor das políticas públicas de direitos sociais voltados para esse segmento social, contraria as normas constitucional de prioridade absoluta dos direitos de crianças e adolescentes, inscrita no Artigo 227 da Constituição, que diz que crianças e adolescentes devem estar em primeiro lugar no âmbito de políticas, serviços e orçamento público.
Com isso o Direito da Criança e do Adolescente, pelo simples fato de ser
uma elaboração jurídica, tem limitações consideráveis, seja por apresentar a lógica normativa, seja por estar marcado por suas origens históricas, que subjugavam a criança e ao adolescente ao domínio dos adultos, tanto mais quanto fossem eles de uma classe social menos favorecida.