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Enquadramento da Fiscalidade
Cursos de Licenciatura em Contabilidade, Economia e Gestão de Empresas
FISCALIDADE
Ano Lectivo 2021
Noções gerais
O Estado e os vários entes públicos ao prosseguirem os seus fins têm, naturalmente, necessidades
económicas cuja satisfação implica despesas - despesas públicas.
Por isso, o Estado e as entidades públicas desenvolvem uma actividade tendente, por um lado, à
obtenção dos meios económicos susceptíveis de assegurar a satisfação das necessidades públicas,
por outro, ao correcto emprego dos meios obtidos.
A actividade financeira do Estado pode ser definida como actividade do Estado que
consiste na recolha dos meios financeiros para fazer face aos seus fins da satisfação de
necessidades colectivas, que se concretiza em receitas e despesas.
São volutárias receitas em que o preço é estabelecido por via negocial ou contratual. Ex:
receitas provenientes da venda da medeira das explorações florestais do Estado. Estas
receitas denominam-se ainda receitas patrimoniais por derivarem do património do
Estado.
Coativas são as fixadas pelo Estado por via legislativa de forma autoritária. Ex imposto
sobre o rendimento das pessoas singulares (IRPS) cobrado às pessoas que auferem
rendimentos
Noções gerais
muito grande;
meramente fiscais.
incentivos fiscais, protecção a indústrias nacionais) e de política social (ex. o efeito distribuidor da
riqueza).
Noções gerais
As taxas o Estado percebe em troca de serviços que presta e os impostos não têm
contraprestação nenhuma e são, além disso, a fonte principal não só das receitas
coactivas como das receitas públicas. Isto levou com que se procurasse isolar, dentro do
direito tributário, o conjunto de normas que respeitam à incidência, lançamento e cobrança
dos impostos: eis o Direito Fiscal.
Noções gerais
De forma simples, o direito fiscal pode ser percebido como o conjunto de normas que
regulamentam a relação jurídica de imposto. Em outras palavras, direito fiscal seria o
conjunto de normas que reflectem a incidência, o lançamento, a liquidação e a
cobrança dos impostos. Neste ramo de Direito, integram-se as normas relativas à
incidência e ao procedimento fiscal.
Conceito da Fiscalidade
Fiscalidade pode ser entendida como um complexo de impostos que vigoram num
determinado espaço territorial bem como o conjunto (sistema) de leis e regulamentos
administrativos (Contabilidade, Direito, Economia) (Santos:1999).
Objectivos da Fiscalidade
Para a realização dos fins que se propõe, e que se traduzem na realização de despesas
orientadas fundamentalmente à satisfação de necessidades públicas (necessidades
colectivas da sociedade organizada politicamente), o Estado necessita de obter receitas.
Finalidade da Fiscalidade
• Maximizar a receita para enriquecer o erário público por forma a fazer face as despesas
públicas (objectivo principal de qualquer sistema fiscal)
• Justiça Social
• Promover o desenvolvimento económico através da eficácia e eficiência na afectação de
recursos , da equidade na repartição de rendimentos e da riqueza e estabilidade e
crescimento da actividade económica.
Ética e Fiscalidade
• As obrigações fiscais sem as quais não haveria, Estado, orçamento ou despesa pública.
Ética e Fiscalidade
Valores universais
Michael Josephson
O direito fiscal tem a sua natureza no Direito Público. O direito fiscal tutela os interesses
públicos, disciplinando as relações cujo objecto é a satisfação das necessidades
colectivas públicas. Assim, da actividade financeira do Estado, o direito fiscal é tido como
a parte mais pequena, que apenas ocupa-se legislação que estabelece as normas de
incidência, lançamento, liquidação e cobrança dos impostos.
Fontes do direito fiscal
O princípio da legalidade tributária é aquele que define que toda actividade fiscal deve obedecer a lei.
Por exemplo: Para que se possa cobrar impostos, é preciso que exista uma lei que prevê a existência
desse imposto e os modos de cobrança do mesmo.
O imposto que é cobrado pelo Estado não é feito de qualquer maneira. Está escrito na lei quem deve
cobrar, quando é que se deve cobrar e quanto é que se deve cobrar, e a empresa, patrão ou alguém
da Autoridade Tributária devem cobrar omente o imposto que está escrito na lei.
Princípio da Legalidade Tributária:
As bases da política de impostos e o sistema fiscal são definidos por Lei, nos termos da Constituição;
A Lei de Bases do Sistema Tributário determina a incidência, as taxas e os benefícios fiscais dos
impostos nacionais, as garantias e as obrigações do sujeito passivo e da administração tributária,
bem como os procedimentos básicos de liquidação e cobrança de impostos;
A Lei das Finanças Autárquicas determina a incidência, as taxas e os benefícios fiscais dos impostos
autárquicos;
O exercício da justiça tributária é garantido através dos tribunais das jurisdições fiscal e aduaneira
para tutela plena e efectiva de todos os direitos ou interesses legalmente protegidos em matéria
tributária
Interpretação e integração de lacunas das normas fiscais
• Na determinação do sentido das normas tributárias e na qualificação dos factos a que
as mesmas se aplicam são observadas as regras e princípios gerais de interpretação
e aplicação das leis;
Sempre que, nas normas tributárias, se empreguem termos próprios de outros ramos
de direito, devem os mesmos ser interpretados no mesmo sentido daquele que aí
têm, salvo se outro entendimento decorrer directamente da lei;
• A própria Lei define o início de vigência. Se a Lei não fixar esse início de vigência, aplica-se
o prazo normal de Vacatio-Legis.
• A lei só ganha eficácia com a sua publicação no Boletim da República, que constitui o jornal
oficial de Moçambique. A data da publicação a ter em conta não é a que vem impressa no
Boletim da República, mas a que é posto ao dispor do público (Waty, 2014).
Aplicação da Lei Fiscal no Tempo
• Expressa - quando a nova lei declara explicitamente que revoga a lei antiga
• Tácita –quando por incompatibilidade entre a norma nova e anterior e por respeito aos princípios da
unidade e não contradição internas do sistema jurídico, esta não poder subsistir, sendo, por isso,
afastada
• Total – a nova lei afasta, completamente, a anterior
• Parcial – quando a nova lei afasta, apenas, parte da anterior
b) Caducidade - quando o prazo de vigência tenha expirado ou quando os pressupostos da sua aplicação
desaparecem
Aplicação da Lei Fiscal no Tempo
3. Direito Transitório ou Sucessão das Leis
• O direito transitório surge da sucessão no tempo de dois regimes jurídicos distintos, regulando a
mesma matéria, procurando fixar o campo de actuação de cada um. Ele levanta muitas controvérsias e
aborda aspectos da retroactividade ou não da lei.
Definitiva – não tem o prestador do imposto direito a restituição ou reembolso do imposto devido.
Realização de fins públicos – se por um lado, o fim financeiro do imposto é a cobertura das despesas
públicas, por outro lado, há impostos que são instituídos com finalidades extrafiscais (de ordem
económica e de ordem social).
Sem caráter de sanção – o imposto não tem caráter sancionatório, o que permite distinguir a respetiva
prestação das sanções patrimoniais, como a multa.
Objectivo do Imposto
Objectivo do imposto: é para a realização de funções públicas de carácter colectivo. Deve-se pagar o
imposto para que o Estado disponha de recursos financeiros para a satisfação das necessidades públicas,
tais como a construção de escolas, estradas, hospitais, habitação, bem como garantir a segurança, justiça,
bem-estar, etc.
Distinção do Imposto com Figuras Afins
Multa – Tem todas as características do imposto excepto, que não tem carácter de sanção, ou seja, a multa tem
carácter de sanção.
Contribuições Especiais: decorrem de actividades estaduais que produzem uma satisfação individual, ou seja, a
contribuição especial tem como fundamento benefício individualizado reflexamente resultante da actuação de um
sujeito público ou a necessidade de compensar o sujeito público pelo uso anormal dos bens ou serviços públicos por
parte de certos sujeitos, os quais oneram mais as finanças do Estado ou deterioram mais os bens públicos (Waty
2004).
Momentos da Obrigação do Imposto
Incidência – definição geral e abstrata, produzida pela lei, dos atos ou situações sujeitos a imposto e
das pessoas sobre as quais recai o dever da sua prestação.
Esta é uma classificação que atende à natureza da entidade credora do imposto/sujeito activo
do imposto.
Estaduais – o sujeito activo do imposto é o Estado (IRPS, IRPC, IVA)
Não estaduais – os impostos em que o credor do imposto não é o Estado, ex: As autarquias
locais em Moçambique são titulares de um direito próprio de impostos (IPA, IPRA).
Esta é uma das mais relevantes classificações e a que preside à classificação orçamental dos
impostos. Têm sido vários e de diferente natureza os critérios (jurídicos e económicos)
adoptados para a estabelecer.
Impostos diretos vs. Impostos indiretos
Impostos directos – tributam manifestações directas ou mediatas de riqueza. Estas traduzem-se
através do rendimento, capital ou património, ex. IRPS, IRPC, ISPC.
Impostos indirectos – tributam manifestações indirectas ou mediatas de riqueza, as quais se
evidenciam através do acto de consumir, ex. o IVA e os impostos especiais sobre o consumo.
A maior justiça dos impostos sobre o rendimento é por serem os únicos que permitem distinguir a
capacidade contributiva dos cidadãos.
Impostos diretos vs. Impostos indiretos
Vantagens da tributação sobre a despesa:
efeito de anestesia, porque quem paga não sente e quem recebe não se depara com resistência
menos propensão às fraudes e evasões fiscais
a Administração Fiscal utiliza menos recursos na fiscalização
maior facilidade na determinação da matéria colectável
correcção das injustiças dos impostos sobre o rendimento.
Nível de fiscalidade (coeficiente fiscal) é expressa pela relação entre receitas fiscais e um
indicador de rendimento nacional.
Permite medir a parte do rendimento nacional que, através dos impostos, é transferida do sector privado
para o sector público.
Quota Fixa – quando o valor a pagar é uma importância fixa para todos os contribuintes, ex:
IPA.
Quota Variável – valor do imposto a pagar varia de contribuinte para contribuinte. Dividem-se
em: proporcionais, progressivos, degressivos.
Impostos proporcionais – nestes impostos a taxa é fixa e o imposto aumenta proporcionalmente à
matéria colectável ex. IRPC.
Impostos progressivos – nestes impostos a taxa eleva-se à medida que aumenta a matéria colectável. O
imposto aumenta mais do que proporcionalmente, face ao aumento da matéria colectável (IRPS)
Impostos regressivos – caracterizam-se pela diminuição da taxa do imposto à medida que aumenta a
matéria colectável.
Impostos periódicos vs. Impostos de obrigação única
Impostos principais vs. Impostos acessórios
Impostos ordinários vs. Impostos extraordinários
Actos Ilícitos:
outro qualquer acto não obsta à sua tributação quando tais actos preencham os pressupostos das
Apresenta uma estrutura tripartida, através da qual o rendimento, o consumo e o património são
tributados separadamente
Inclui soluções adaptadas às novas realidades económicas, quer através da diferenciação das regras
aplicáveis em função dos tipos de contribuintes, quer através das preocupações de integração
internacional
Impostos sobre a
transmissão de
propriedade:
Sisa, Sucessões e
doações
Imposto sobre a
Impostos sobre o Despesa:
Rendimento: IVA, IEC. Direitos
Aduaneiros
IRPC, IRPS, IESJogo
Taxas sobre os
combustíveis
Sistema Tributário
Moçambicano
Sistema Tributário
Autárquico:
Impostos sobre a
Actividade Mineiral e IIPA, IPRA, SISAI,
Petrolífera IAV,Taxas de licença e
prestação de serviços
Outros Impostos do
Estado:
IS, imposto de
reconstrução Nacional
Imposto sobre veículos
ACTUAL SISTEMA TRIBUTÁRIO DE
MOÇAMBIQUE ...
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