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DANIELE LOPES DA SILVA

SAVITA SOBRAL DA SILVA ALVES LEAL


WILMA DA SILVA LOPES

RESENHA DE CAPÍTULO DE LIVRO

Trabalho da webquest apresentado ao


Professor André Gustavo Mendes Silva,
como requisito avaliativo da disciplina de
“Fundamentos psicológicos da educação”,
no 2º período de 2020, no curso LETRAS da
UPE.

2020
RESENHA
MELLO, Suelly Amaral. A Escola de Vygotsky. In: CARRARA, Kester (Org.)
Introdução à Psicologia da Educação: Seis abordagens. São Paulo: Avercamp,
2004. p. 135-155.

Suelly Amaral Mello possui formação em letras e especializações stricto


sensu em educação. Já publicou em diversos periódicos, capítulos de livros, e livros.
Tem uma vida acadêmica ativa na Unesp. Sua experiência em educação contempla
a teoria histórico-cultural. A autora contribuiu com um capítulo intitulado “A Escola
de Vygotsky” na obra “Introdução à psicologia da Educação” organizada por Kester
Carrara. O livro objetiva apresentar as 6 principais abordagens psicológicas que
dialogam com a educação e embasam o fazer pedagógico. Suelly Amaral Mello
escreveu o capítulo cinco. Ele possui sete subdivisões, a saber, “introdução”, “o ser
humano constrói sua natureza”, “educação e desenvolvimento humano”,
“aprendizagem e desenvolvimento”, “alguns elementos para compreender a
aprendizagem”, “a criança competente” e por último, apresenta as considerações
finais do capítulo na subdivisão 7 intitulada “à guisa de conclusão”. Na introdução, a
autora contextualiza a teoria histórico-cultural, explicando seu surgimento como
vertente da psicologia na União Soviética do começo do século XX, tendo como
fundador Vygotsky. Objetivando compreender como se dá o desenvolvimento
humano na perspectiva histórico-cultural e suas implicações pedagógicas. Alçado
pelo pensamento de Karl Marx, a teoria histórico-cultural compreende que o ser
humano nasce com a capacidade de aprender e apreender as aptidões necessárias
para apropriar-se da cultura humana no momento histórico em que vive. São os
objetos de cultura e o contato as gerações anteriores a ele, que o ser humano
adquire as qualidades humanas. Sendo que, as características inatas do ser
humana são condição necessária, porém não suficiente, por não possuir a força
motora para efetivar o desenvolvimento humano. Tendo isso em vista, o papel da
educação é na promoção dos meios pertinentes visando a efetiva criação de
habilidades para o adequado desenvolvimento humano. Torna-se importante
compreender em que condições ocorre a aprendizagem. Para Vygotsky há dois
níveis de desenvolvimento, o real e o próximo. Já que a zona de desenvolvimento
real é o que efetivamente o aprendiz já sabe, será na zona de desenvolvimento
próximo que o educador deve atuar. É somente a partir do que a criança consegue
fazer auxiliada por uma pessoa mais experiente, que poderá avançar e no futuro
conseguir realizar sozinha. Destarte, é fundamental entender o conceito de atividade
como àquilo que faz sentido para o aprendiz. E para isso, a motivação possui papel
preponderante. Portanto, as crianças não devem atuar mecanicamente na
realização das tarefas escolares, nem visar um fim que não coincida com o objetivo
da atividade. Identificar e conhecer a prática social na qual a criança está inserida é
uma estratégia para inicialmente motivá-las e possibilitar a criação de novos motivos
e interesses que contribuam para o desenvolvimento humano. A autora destaca
também que a concepção de criança é modificada na teoria histórico-cultural. Para a
teoria, o lugar da criança nas relações sociais é primordial para o seu
desenvolvimento. Sendo indispensável o desenvolvimento a partir das
especificidades infantis. O texto é permeado de comparações entre as teorias
“naturalizantes”, especialmente piagetianas, e as teorias histórico-culturais, afim de
mostrar a ruptura de paradigma. A obra é adequada para o discente acadêmico,
para auxiliar nos estudos de disciplinas de Introdução e psicologia da educação.
Todavia, o texto não apresenta citações diretas do teórico que está sendo
apresentado. Embora apresente as contraposições a partir teorias vigentes da
época, não traz dados atuais e não dialoga com novas teorias que possam ser ou
não derivadas da Escola de Vygotsky. Mesmo que sob a justificativa de que esteja
traçando uma “linha do tempo” acerca do pensamento de Vygotsky e para não
incorrer em anacronismos, na subdivisão 2 “O ser Humano constrói sua natureza”, a
autora traz informações que na atualidade já são contestadas cientificamente.
Diversos artigos científicos já mostram que algumas espécies de animais adquiriram
novas habilidades a partir do compartilhamento entre seus pares. Um exemplo disso
é o estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Psicologia da USP sobre o
comportamento adquirido entre macacos-prego selvagens. Seria salutar contrastar
com dados atuais e possibilitar releituras e ressignificações das contribuições da
Escola de Vygotsky, como também das demais teorias psicológicas para o nosso
momento histórico, científico e educacional. Merecendo assim, o lançamento de uma
nova edição atualizada.

Daniele Lopes da Silva, Savita Sobral da Silva Alves Leal, Wilma da Silva Lopes
são graduandas do curso de letras da Universidade de Pernambuco.
REFERÊNCIAS
PACHECO, Denis. Estudo com macacos sugere que cultura e biologia caminham
juntas. Jornal da USP, São Paulo, ago. 2017. Seção Ciências. Disponível em:
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/estudo-com-macacos-sugere-que-
cultura-e-biologia-caminham-juntas/

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