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NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL,
CLÍNICA E HOSPITALAR
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SUMÁRIO
REFERENCIAS ....................................................................................................... 34
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Adoecer faz parte da vida. Todavia, algumas doenças levam a hospitalização, afetando a
vida das pessoas durante um determinado período de tempo. O caso torna-se mais grave,
quando o paciente em questão é uma criança e a causa de internação, além de ser alguma
debilidade física, prejudica uma das etapas mais importantes da vida: a infância.
Fonte:https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/para-pais-e-visitantes/comportamento-no-
ambiente-hospitalar/
Segundo Libâneo (2010) [...], a pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos,
métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem
totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. (p. 29
e 30) Seu campo compreende os elementos da ação educativa e sua contextualização, tais como
Como ciência social, a pedagogia esta conectada com os aspectos da sociedade e também com
vários campos educativos para atender as demandas socioeducativas formal, não formal e
informal decorrentes de novas realidades, novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação
das formas de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e
nos movimentos sociais, nas empresas, nos hospitais, nas várias instancias de educação de
adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos
serviços para terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na
criança hospitalizada”.
ambiente hospitalar, visa contribuir para que a criança enferma possa enfrentar a situação de
35).
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comprometida.
direito garantido por lei. É na brinquedoteca que a criança socializa o brinquedo e resgata
brincadeiras tradicionais.
alternativos de escolarização, nesse caso os hospitais, para esses profissionais. Uma das
Pedagogia Hospitalar tem adquirido um papel fundamental dentro da educação, pois se institui
como modalidade de ensino que tem como proposta acompanhar crianças e adolescentes em
em seu domicilio.
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longos períodos de hospitalização ficam impossibilitados de seguir o seu ano letivo escolar, ou
daqueles que nem chegam a se matricular, pelos mesmos motivos, atingindo a pré-adolescência
em estado de analfabetismo.
Tradicional, uma vez que se dá em âmbito hospitalar e que busca construir conhecimentos sobre
esse novo contexto de aprendizagem que possam contribuir para o bem-estar da criança
enferma.
intelectual, impedindo sua permanência na escola, em muitos casos por períodos longos. É
nesse contexto que instala a função do pedagogo de realizar um trabalho interdisciplinar, não
hospitalizado em um ser humano ativo, crítico e consciente buscando uma sociedade mais
humana.
Na Europa, desde 1935, Henri Sellier inaugurou a primeira escola para crianças
inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, França, Europa e
Estados Unidos da América, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças com
tuberculose. A Segunda Guerra Mundial é considerada como marco decisório das escolas em
impossibilitados de ir à escola fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são
Hospital Menino Jesus que está em funcionamento até os dias de atuais. Desde então esse
atendimento vem se expandindo, mas de forma muito lenta. Existem em nosso país 7.000
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hospitais e poucas Classes Hospitalares, sendo que esse atendimento atua em hospitais e casas
de apoio, sendo essa modalidade de atendimento escolar hospitalar e domiciliar uma vertente
hospitalares, assim distribuídas por região: Norte= 7; Nordeste= 10; Centro-oeste= 18; Sudeste=
47 e Sul= 17 Em sua maioria, esse tipo de atendimento decorre do convênio firmado entre as
Secretarias de Educação e de Saúde dos Estados, mas existem classes hospitalares resultantes
pertinente refletir sobre a definição de saúde, ou da ausência dela, que saúde não é somente
bem-estar do indivíduo, mais um conjunto de situações que proporcionam uma vida saudável
para este indivíduo. A Organização Mundial da Saúde define a saúde “como um completo bem-
brinquedotecas, nos ambulatórios, nos quartos, nas enfermarias e nas classes hospitalares. Na
classe hospitalar, cabe ao professor criar estratégias que favorecem o aluno no processo ensino-
aprendizagem, este profissional deve ter destreza e discernimento para atuar com aluno
hospitalizado dando uma oportunidade extra de resgate da criança para escola, exercendo seu
direito cidadão, com condições de aprender e se socializar, sem perder o enfoque pedagógico-
educacional.
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assim como adaptação do ambiente hospitalar para a escola são fatores importantes para uma
melhora do aluno, o pedagogo neste caso é um agente de mudanças, pois se entende que o
escolar hospitalizado não é um escolar comum, ele se diferencia, pois necessita de cuidados
médicos. No entanto, é preciso deixar claro que tanto a educação não é elemento exclusivo da
seu direito gozar de boa saúde e receber escolaridade independente de quaisquer condições.
A classe Hospitalar é uma necessidade para o hospital, para as crianças, para a família e
para a equipe de profissionais ligados a educação e a saúde. Sua criação é social e deve ser
vista com seriedade, oportunizando um fazer pedagógico de exercer a docência num espaço
http://www.alagoas24horas.com.br/1188755/educacao-basica-criancas-e-adolescentes-internados-tem-direito-a-
atendimento-educacional/
Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item nove, o “Direito de desfrutar de alguma forma
durante sua permanência hospitalar”. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 17/10/95 - Seção I, p.163/9-
Criou-se, também, a Resolução n. 41/95 (BRASIL, 1995), na qual relata especificamente sobre
os Direitos das crianças e dos adolescentes hospitalizados, dentre eles o direito à educação com
reconhecido por lei por meio do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
(1999), tendo o direito de usufruir alguma forma de brincadeira, recreação, leituras, programas
de educação para a sua saúde e ser acompanhado pela escola durante sua permanência no
hospital.
Pedagógico Domiciliar: estratégias e orientações”, publicadas pelo MEC (BRASIL, 2002), com
Todos esses direitos estão garantidos pelas legislações vigentes que legitimam e
escola. Lei nº 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente); Lei nº 9.394/86 (Diretrizes e Base
da Educação);Decreto lei nº 1044/69, artigo 1º, que dispõe sobre tratamento excepcional para
alunos portadores de afecção; Resolução nº 41/95 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos
Educação Especial na Educação Básica), Deliberação nº 02/03 CEEC (Normas para Educação
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069, de 13/07/90, com base nos princípios
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que esta Lei, assegurando-lhes todas as
âmbito hospitalar. A atenção pedagógica dedicada à criança e ao adolescente não basta por si
só; é necessário também segurar um ensino escolar continuado e não pode ser dissociada de
um projeto pedagógico adequado, efetuando umas práxis integrada a ações educativas num
das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação, além de transmitir e
Se por direito, cabem à criança todas as forças facilitadoras do seu bem-estar, o livre
acesso à saúde e a educação, são direitos inalienáveis que requerem a máxima proteção.
domiciliar devem estar vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho
também às direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam. Compete
O que mais importa é que a criança ou adolescente hospitalizado venha receber, sempre
e com máximo empenho, o atendimento a que se faz jus, nessa tão importante fase de sua vida,
O AMBIENTE HOSPITALAR
A escola hospitalar mantém o vínculo do indivíduo com o mundo fora do hospital, à ajuda
a melhorar sua autoestima e compreender sua própria condição de saúde e reduz seu tempo de
internação.
necessidades educacionais especiais individuais. Uma sala para desenvolvimento das atividades
pedagógicas com mobiliário adequado e uma bancada com pia são exigências mínimas.
impostas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim permitam. O atendimento
pedagógico poderá também ser solicitado pelo ambulatório do hospital onde poderá ser
organizada uma sala específica da classe hospitalar ou utilizar-se os espaços para atendimento
educacional. Nas classes hospitalares, sempre que possível, devem estar disponibilizados
recursos audiovisuais, como computador em rede, televisão, filmadora, e vários outros recursos,
bem como telefone, com chamada a ramal e linha externa, que propiciarão as condições mínimas
para que o educando mantenha contato com colegas e professores de sua escola, quando for o
caso.
Barros (1999 p. 83-84) lembra que o processo de hospitalização é sempre envolvido por
uma situação de estresse provocada pela angústia da indefinição diagnóstica, pela ansiedade
programas curriculares associados à demanda para que a criança hospitalizada não sofra
reprovação no ano letivo em curso podem, em vez de contribuir para o seu bem-estar, se somar
No grupo de crianças com comprometimentos leves e que ficam hospitalizadas durante um dia,
as atividades pedagógicas assumem um aspecto mais lúdico e recreativo, porém não menos
importante.
Desse grupo, participam também as crianças que ficam internadas em leitos-dia e que
fazem tratamento de quimioterapia e hemodiálise e as que são portadoras de HIV e que fazem
A criança pode levar para o hospital um brinquedo ou um objeto de uso comum em sua
casa que permita a dramatização das situações hospitalares. No entanto, são novas as
à qual está matriculado ou será matriculado. Estes recursos (instrumentos de apoio didático-
de 2002 publicou um documento que regulariza e fala como deve ser a classe hospitalar e o
com ambiente hospitalar, ele deve ser conhecedor das especificidades da área da educação e
noções sobre técnicas terapêuticas que fazem parte da enfermaria, como doenças e problemas
à saúde da criança hospitalizada. O conhecimento não está na sala de aula; ele nela chega
através de: professores, alunos, equipe, comunidade, e, com as trocas nela vivenciadas, ele se
constrói.
especifica para cada aluno, conforme suas necessidades é o profissional que interconecta os
saberes acadêmicos e experiênciados numa dinâmica dialética da teoria e pratica constrói umas
a criança ou adolescente o regresso à aprendizagem, uma vez que estaria estagnada, justificada
recreativa ou de ensino para saúde, nesse sentido diferenciando-se das salas de recreação, das
brincar e saúde, facilmente encontrados na atualidade, mesmo que o lúdico seja estratégico à
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pedagogia hospitalar. Esse embasamento em uma proposta educativa não torna a classe
hospitalar uma escola formal, mais implica que possua uma regularidade e uma responsabilidade
A Pedagogia Hospitalar não pode ser vista simplesmente como uma sala de aula
aluno hospitalizado, dessa forma fica reafirmada a necessidade de uma formação diversificada
para o profissional de pedagogia voltada para a inserção do indivíduo na sociedade atual, com a
que permaneçam no coração, no espirito e no intelecto; são elas que educam verdadeiramente.
Nesse caminhar, Lima e Paleologo (2012) alertam que o ambiente hospitalar, tanto para
o adolescente como a criança é, muitas vezes, assustador, pois os afasta do meio ao qual estão
acostumados, e nele começam a conviver com pessoas que para eles são totalmente estranhas.
Um entra e sai do seu quarto, ora são os enfermeiros para ministrar a medicação, ora são os
médicos com suas visitas rotineiras. Depois, mais enfermeiros que acompanham seu quadro
clínico, além do acompanhante de outros pacientes que dividem o mesmo quarto, perdendo
assim totalmente a privacidade. Muitos desses jovens e crianças não entendem o processo pelo
qual estão passando, sofrem pela doença existente em seu corpo físico; por estarem longe do
ambiente familiar, dos seus amigos, da escola e de seu ambiente social; sentem-se excluídos,
levando-os a uma baixa estima, dificultando seu tratamento, cuja situação acaba
comprometendo, ainda, seu psíquico emocional. Nesse circuito, acrescenta Leitão (1990, p. 48),
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o próprio nome hospital, por si só, já remete a um lugar triste e de dores, a um ambiente que
oferece certa privação nos estímulos fundamentais ao desenvolvimento, por não contar,
tratamento exige uma permanência muito longa em ambiente hospitalar. Nessa discussão,
Ceccim e Carvalho (1997) consideram que a criança e o adolescente podem, nessa fase, entrar
em conflito, no qual deixam de existir como sujeitos e se tornam pacientes, sendo alvo de
agressões ao seu próprio corpo, que se encontra em fase de descoberta. Nessa fase, “a
apresentado pela própria doença que a originou” (CECCIM; CARVALHO, 1997, p. 27). Medeiros
e Gabardo (2004) defendem ainda que, nesse período, a hospitalização pode alterar
significativamente seu desenvolvimento, uma vez que, em um ambiente no qual a dor e a doença
são presenças constantes, eles passam a ter contato com uma realidade à qual não estavam
culpa, sensação de punição, ansiedade e depressão. Esses efeitos podem causar um intenso
descontrole emocional na criança e no adolescente doente. Sintomas como febre, dor, distúrbios
da consciência, fadiga, angústia podem ser provocados tanto pela própria doença, quanto pela
ideia que fazem dela. Para Fontes (2008), nesse momento, à criança e ao adolescente, seres
incorporada em sua história de vida da mesma forma mágica e peculiar a partir da qual entendem
o mundo e com ele interagem. Nesse sentido, a hospitalização os distancia de suas atividades
cotidianas, podendo contribuir para seu maior adoecimento. Estar no hospital, nessa ótica,
impede papéis sociais diferentes daqueles desenvolvidos até então, os quais passam a ser
definidos pelas relações que se constituem nesse novo espaço de interação social, deixando
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adolescente podem sentir de imediato que seu cotidiano sofrerá mudanças. O primeiro impacto
acontece quando se deparam, na maioria das vezes, com as paredes e com as roupas brancas
http://www.aurelionomura.com.br/site2/pedagogia-hospitalar-2/
A ausência de rostos, de paisagens e de objetos familiares pode acentuar ainda mais seu
sentimento de perda de referências e de abandono. Fonseca (2003) reforça que a própria doença
pode fazer com que alimentem seu sentimento de impotência, diante da dor, o que pode dificultar
sua recuperação. Nessa perspectiva, como ser humano em contínuo desenvolvimento, esses
fatores podem, também, prejudicar a constituição de sua subjetividade. Nesse contexto, Munhoz
e Ortiz (2006) asseveram que o afastamento vivenciado da família, dos amigos e de seu habitat
(casa, escola e outros) pode causar à criança e ao adolescente profundas e diversas reações.
Isto porque seus convívios serão interrompidos, uma vez que não é permitida a permanência de
todos junto ao leito hospitalar, mas apenas uma pessoa pode estar acompanhando e ser a
responsável pelo paciente, para evitar o risco de infecções e/ou atrapalhar os procedimentos
hospitalares. Além disso, sua rotina será alterada, já que as refeições (agora denominadas
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dietas) podem não ser servidas nos horários com que, quando fora do hospital, estava habituado;
a cama (agora leito) e as roupas não são como as de casa; o cheiro é outro (FONSECA, 2003).
Assim, seu mundo, que era movimentado e colorido, passa a ser de uma única cor, estando em
um ambiente impessoal, orientado por quadros clínicos, limitando-se apenas ao cuidado de suas
condições clínicas (SOARES, 2001). Nessa direção, Freitas e Ortiz (2005, p. 36) consideram que
ela deixar de ter direitos sobre o próprio corpo e se ver separada, de modo abrupto, da vida que,
dia a dia, construía e reconstruía sua identidade. Em geral, são muitas as mudanças, tanto físicas
como emocionais, vivenciadas pela criança ou o adolescente no hospital. Dentre elas, citam
personalidade”, pois, com o internamento hospitalar, essas crianças são afastadas do convívio
Essa mudança poderá causar dificuldades de aprendizagem, de convívio social e afetivo. Classe
hospitalar: avanços e políticas amparadoras Uma das propostas para a atenuação de tais
Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990, dispõe garantias e direitos
I - Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
Sob esse prisma, o direito à educação para toda criança e/ou adolescente,
(BRASIL, 1988, p. 11) e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, art. 205). O art. 214 da Constituição
Federal de 1988 afirma, além disso, que as ações do Poder Público devem conduzir à
segundo a Constituição (BRASIL, 1988, art. 196), deve ser garantido mediante políticas
econômicas e sociais que visem ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços, tanto
exigência do reconhecimento do direito à educação especial para o conjunto das crianças que,
em algum momento de sua escolaridade, requerem apoio adicional ou recurso especial, de forma
temporária ou contínua, partiu de uma intensa luta política, em nível nacional e internacional,
“classe hospitalar”. Sua oferta educacional não se resume somente às crianças e aos
adolescentes com transtornos do desenvolvimento como foi no passado (de 1950 a 1980), mas
também àquele sem situação de risco no lar, uma vez que a hospitalização impõe limites à
regras sobre o corpo, a saúde, o tempo e os espaços. Nesse documento, o ensino e o contato
desenvolvimento e contribuir para a sua reintegração à escola após a alta. Além de protegerem
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o seu sucesso nas aprendizagens, vem amparando as crianças com necessidades educativas
sala de aula (BRASIL, 1994, p. 42). Em função de tais intercorrências, o direito à continuidade
dos estudos escolares durante a internação hospitalar foi também reconhecido pela “Declaração
educacional deles nos hospitais, criando o serviço de classes hospitalares (BRASIL, 2002). Essa
Brasileira de Pediatria. Esse procedimento, que teve ampla repercussão nas organizações não
governamentais de luta pelos direitos da criança, foi matéria de deliberação específica dos
Ministro da Justiça (BRASIL, 1995). Esse documento dispõe que a criança internada deve
com a fase cognitiva, durante sua hospitalização. A Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
às suas diferenças, para que eles tenham acesso ao currículo e conquistem sua integração social
(BRASIL, 1996).
A mesma Lei, em seu capítulo V, art. 58, § 2°, determina: "O atendimento educacional
será feito em classes, escolas ou serviços especializados sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular"
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jovens e adultos não matriculados no sistema educacional, facilitando seu posterior acesso à
escola regular.
organização desse serviço atende, conforme Paula (2002), três grupos de crianças
físicos, afetivos, sociais e cognitivos e que permanecem durante muito tempo no hospital;
crianças com comprometimentos moderados, que permanecem em média quinze dias nas
tempo nos hospitais. Nesse processo, durante muito tempo, nas enfermarias dos hospitais
nos hospitais vêm ganhando novos contornos: classe hospitalar, inclusão e aprendizagem são
grandes contribuições surgidas. Para Paula e Matos (2007, p. 14), algumas instituições
Nessa estruturação, Freitas e Ortiz (2001) reiteram que a classe hospitalar pode
espaço onde a vida acontece, onde é aceito tudo o que faz parte da vida. A passagem da criança
nesse espaço permitirá o surgimento de outra: mais autônoma, aparelhada para a elaboração
de relação consigo mesma, experienciando diferentes formas de afeto com os outros e com o
mundo que a cerca. Ainda, na concepção das autoras, desenvolve-se uma atenção à saúde da
criança como paciente não apenas em suas questões biológicas, mas também nos cuidados
psicológicos e sociais; ou seja, um olhar para a assistência integral dela, atendendo suas
necessidades, dúvidas e seus anseios. A hospitalização, vista desse modo, como um universo
entre todos. Os profissionais, pacientes e seus familiares assumem, nesse processo, um pacto
de fortalecimento presente nos diálogos, nos gestos, nos olhares e nos silêncios, revelando toda
a intensidade subjetiva que perpassa uma situação de risco (FREITAS; ORTIZ, 2005). Nessa
fator externo à patologia, logo, é um vínculo que a criança mantém com seu mundo exterior.
Assim, se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da
escolarização, pois esta indica criação de hábitos, respeito à rotina; fatores que estimulam a
hospitalar pode vir a desenvolver uma oportunidade de ligação com padrões da vida cotidiana,
que as atividades realizadas com essas crianças e com os adolescentes tenham começo, meio
e fim e que o professor esteja ciente de que cada dia de trabalho se constrói com planejamento
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estruturado e flexível. Oliveira, Filho e Gonçalves (2008) orientam que esse ambiente, além
disso, necessita ser diferenciado e acolhedor, com estimulações visuais, brinquedos, jogos,
sendo assim um ambiente alegre e aconchegante. Isto porque é por meio do lúdico que as
de forma criativa e positiva. Nessa condição, dispor de atendimento de classe hospitalar, mesmo
que por um tempo mínimo (e que talvez pareça não significar muito para uma criança que atende
à escola regular), tem caráter importantíssimo para a criança hospitalizada. Esta pode operar
com suas expectativas e dúvidas, produzir conceitos e produtos subjetivos de forma positiva,
tanto para a vida escolar quanto para a vida pessoal, desvinculando-se, mesmo que
hospitalização podem provocar (FONSECA, 2003). Nessa perspectiva, para Ceccim (1999), a
ressignificando o espaço hospitalar por meio do afeto e das interações sociais que o professor
pode propiciar. Portanto, é possível pensar o hospital como um espaço de educação para
criança.
A intencionalidade do ensino perpassa toda ação do professor e como ele irá abordar os
propões. Os professores devem ter clareza dos objetivos que pretendem atingir com seu
trabalho. (VEIGA, 2014, p. 21). Ensinar é um ato que envolve interação e compartilhamento entre
diálogo, com as trocas de experiências e com esse intercâmbio que o ensino acontecerá de
forma eficaz. No ensino colaborativo, a afetividade se faz presente nessa ação, pois quando está
disposto a ensinar, está também disposto a compreender o outro como destacam Tardif &
Lessard (2007). Para ensinar, deve-se fazer um planejamento e contar com uma metodologia
todo o conteúdo estabelecido desde o início do ano e esta prática não é diferente na classe
hospitalar. O professor tem seu papel de mediador, não de detentor dos conhecimentos
sistematizados, ele é o organizador do ambiente para que este seja propício para a
algumas crianças podem estar conversando, pegando algum material ou até mesmo dando
33056 exemplos que não estão no contexto. Neste sentido, o professor deve estar atento para
saber lidar com essas situações. A historicidade está elencada à ideia da relação professor-
aluno. É cediço que cada aluno tem sua história e seu contexto, assim como sua linguagem e
ambiente educativo do hospital. O ensino é, portanto, uma prática social, pois está imersa em
um contexto social no qual deverá se pautar para prosseguir com o foco nos objetivos traçados.
Deverá desenvolver nos educandos uma consciência crítica e mobilizadora por meio do diálogo,
desenvolvendo todas as potencialidades de uma pessoa, sendo um sujeito social e ativo em seu
processo formativo. A outra face da educação é a aprendizagem, que tem como características
crianças hospitalizadas. A aprendizagem é o que torna o homem diferente dos outros animais.
Para ele é preciso enfrentar alguns desafios como a aprendizagem de regras para viver em
a única espécie capaz de nos colocar no lugar dos outros e compreender suas intenções.
Vygotsky (1984) que afirma: a zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com
criança, mas como resultante da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com
recíprocas que se estabelecem durante toda a vida formativa do indivíduo. Vygotsky (1993), ao
estudar a consciência e os traços específicos do comportamento humano nota que tudo que se
refere a natureza humana é oriundo de sua vida em sociedade. O modo como o homem atua,
entende e explica o meio, as relações, a si e ao outro vão se constituindo nas suas relações
sociais. Para Vygotsky, Luria, e Leontiev (1988), as atividades que a criança realiza, interpretada
pelo adulto, adquirem significado no sistema de comportamento social do grupo a que pertence.
33057 Machado (1986) salienta, que a interação social implica transformação e contatos com
que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Segundo o autor a criança comporta-se de
forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação
imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. Cada aluno aprende de uma
metodologias didáticas. Com isso, Meirieu (1998), considera alguns passos para a organização
relacionada à experiência dos educandos e a partir deste ponto organizar um esquema usando
tema, a qual será a parte de dialetizar. E, por fim, são incluídas as dúvidas e questões para os
alunos buscarem soluções e assim associarem o novo conteúdo. Nessa ideia, os educandos
estará com mais contato com suas dificuldades escolares, mesmo estando distante dela.
Segundo Luckesi (1998, p.71), A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido
na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de
ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso específico da aprendizagem, não possui uma
finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente
definido. Quando se discute avaliação no contexto escolar, a prática se dá a partir de três eixos
em um conceito e, como terceiro eixo, esses resultados encontrados servem para ‘analisar’ o
aluno. Ou seja, a avaliação é tratada como uma medida pura, simplesmente um dado
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quando se trata de alunos que estão hospitalizados, em virtude do olhar diferenciado, parece, à
primeira vista, que o professor deva aceitar todas as exigências dos alunos, exatamente pela
situação que enfrentam naquele momento. No entanto, a participação desse aluno deve
acontecer mediante um real processo de acolhimento, o que significa dizer que, deve ser “aberta
a porta” para uma relação, na qual prevaleça a aceitação e a negociação de interesses por vezes
conflitantes, mas, que, havendo uma relação dialógica, baseada em afetividade, certamente as
da classe hospitalar, é preciso que o professor considere que seus alunos estejam em condições
diferenciadas de atendimento. E é normal que, cada aluno procure alcançar suas metas
grande nos hospitais, quanto à forma de atendimento, é natural também que alunos-pacientes
busquem de forma diferente a satisfação de suas necessidades pessoais de educação. Por isso,
procurando elevar a auto-estima desse aluno. Por outro lado, procura-se também, envolvê-lo, o
máximo possível, em atividades educativas que, na visão dos professores da classe hospitalar,
aprendizagem. Sendo assim, as atividades são realizadas com prazer e, mais do que isso, o
aluno não se preocupando apenas com uma nota, ao final do período de internação, ele procura,
escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (1996) determina que a avaliação seja
promover o desenvolvimento integral do aluno. O ato de avaliar deve tomar como base, aspectos
construção do conhecimento desse aluno deve ir além de uma abordagem apenas classificatória
das diversas categorias conceituais, logo deve, também, buscar a qualidade da formação desse
cidadão. Os alunos atendidos nos hospitais e outros ambientes hospitalares, assim como os
permanente das atividades docentes e das práticas avaliativas, no sentido de atribuir qualidade
ao processo, garantindo não apenas o padrão considerado como válido, mas, principalmente,
como elemento construtor do conhecimento. Segundo Luckesi (1998, p.80), A avaliação só pode
funcionar efetivamente num trabalho educativo com estas características. Sem esta perspectiva
dinâmica de aprendizagem para o desenvolvimento, a avaliação não terá espaço; terá espaço,
sim, a verificação, desde que ela só dimensione o fenômeno sem encaminhar decisões. A
avaliação implica a retomada do curso de ação, se ele não tiver sido satisfatório, ou a sua
conhecimento deve, portanto, ter uma abordagem que valorize não só os conteúdos, mas ainda
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instrumento de participação do aluno da classe hospitalar, é preciso que se discuta, antes, sobre
situação diferenciada vivenciada pelos professores e pelos alunos. Logo, tais instrumentos
devem estar adequados para a prática avaliativa desses alunos, bem como para configurar em
instrumentos deve estar em conformidade, tanto o que se quer avaliar, como também, a
dos alunos atendidos, haja vista que, a maioria encontra-se com alguma habilidade bastante
devem alcançar o nível de linguagem requerida pelo aluno, para que possa servir,
construção do conhecimento. Esses instrumentos devem servir como recursos significativos para
uma avaliação justa e coerente com o que se deseja avaliar; jamais com a intenção de utilizá-los
como peças de controle de disciplina ou submissão dos alunos aos interesses dos professores
agir na forma de avaliar a aprendizagem do aluno deve apoiar-se na busca em despertar valores
aprender cada vez mais, pelo aperfeiçoamento permanente das habilidades. Agindo dessa
forma, o professor da classe hospitalar estará ao mesmo tempo garantindo a sua satisfação e a
processo ensino-aprendizagem não seja considerada como mais um instrumento que o iniba em
desenvolvimento de seu potencial, pois a sociedade, como um todo, está, cada vez mais,
REFERENCIAS
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