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NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL,
CLÍNICA E HOSPITALAR
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PROCESSOS DE APRENDIZAGEM EM SITUAÇÃO


DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR
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SUMÁRIO

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM EM SITUAÇÃO DE INTERNAÇÃO


HOSPITALAR ............................................................................................................ 1

A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO AMBIENTE HOSPITALAR ...................................... 4

PEDAGOGIA HOSPITALAR E AS CLASSES HOSPITALARES ............................... 4

ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO PEDAGÓGICO ..................................... 10

O AMBIENTE HOSPITALAR ................................................................................... 13

A criança e o adolescente hospitalizados, o hospital e a educação escolar ............ 17

Os processos de ensino e aprendizagem ................................................................ 26

A avaliação como instrumento de participação ........................................................ 29

Avaliação como processo de construção de conhecimento .................................... 31

REFERENCIAS ....................................................................................................... 34
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A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO AMBIENTE HOSPITALAR

Adoecer faz parte da vida. Todavia, algumas doenças levam a hospitalização, afetando a

vida das pessoas durante um determinado período de tempo. O caso torna-se mais grave,

quando o paciente em questão é uma criança e a causa de internação, além de ser alguma

debilidade física, prejudica uma das etapas mais importantes da vida: a infância.

A educação é um direito constitucional que deve ser garantido também no ambiente

hospitalar para alunos que se encontram na condição de hospitalizados.

Fonte:https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/para-pais-e-visitantes/comportamento-no-
ambiente-hospitalar/

PEDAGOGIA HOSPITALAR E AS CLASSES HOSPITALARES

Segundo Libâneo (2010) [...], a pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos,

métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem

mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua

totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. (p. 29

e 30) Seu campo compreende os elementos da ação educativa e sua contextualização, tais como

o aluno como sujeito do processo de socialização e aprendizagem; os agentes de formação

(inclusive a escola e o professor); as situações concretas em que se dão os processos formativos


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(entre eles o ensino); o saber como objeto de transmissão/assimilação; o contexto sócio

institucional das instituições (entre elas as escolas e salas de aula).

Atualmente a pedagogia tem como objetivo principal a melhoria no processo de

aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos.

Como ciência social, a pedagogia esta conectada com os aspectos da sociedade e também com

as normas educacionais do país.

O curso de pedagogia deve formar o pedagogo, um profissional qualificado para atuar em

vários campos educativos para atender as demandas socioeducativas formal, não formal e

informal decorrentes de novas realidades, novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação

das formas de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e

informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental, não

apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógica de escolas como também na pesquisa,

na chefia dos sistemas, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais,

nos movimentos sociais, nas empresas, nos hospitais, nas várias instancias de educação de

adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos

serviços para terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na

produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional, etc.

A Pedagogia Hospitalar é um ramo da Pedagogia, “cujo objeto de estudo e dedicação é a

criança hospitalizada”.

Este profissional trabalha aspectos essenciais para a formação integral da criança, e no

ambiente hospitalar, visa contribuir para que a criança enferma possa enfrentar a situação de

fragilidade associada ao período de internação, utilizando o lúdico, o que torna o ambiente de

internação pediátrica um espaço mais agradável e acolhedor. (SIMANCAS; LORENTE, 1990, p.

35).
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A experiência adquirida pela pedagogia, em sua trajetória, permitiu ao pedagogo um

acervo teórico-prático de ensino e aprendizagem, credenciando-a auxiliar a Pedagogia

Hospitalar, o que leva a apontar a necessidade da existência de demandas por um

aperfeiçoamento, como condição de desenvolvimento de uma prática educativa competente e

comprometida.

A pedagogia hospitalar se divide em três modalidades de ensino; a Classe Hospitalar,

Brinquedoteca e a Recreação Hospitalar.

Classe Hospitalar – refere-se à escola no ambiente hospitalar, nas circunstâncias de

internação temporárias ou permanente, garantindo o vínculo com a escola favorecendo seu

retorno ao seu grupo social escolar correspondente.

Brinquedoteca – o brincar é muito importante para o desenvolvimento da criança e é um

direito garantido por lei. É na brinquedoteca que a criança socializa o brinquedo e resgata

brincadeiras tradicionais.

Recreação Hospitalar – atividade que oferece a oportunidade da criança brincar, realizar

atividades tanto no ambiente interno ou externo.

Os pedagogos rompem barreiras das salas de aula tradicionais e ocupam espaços

alternativos de escolarização, nesse caso os hospitais, para esses profissionais. Uma das

dificuldades é que os cursos de formação de profissionais da saúde não consideram o professor

como participante da equipe hospitalar.

A partir da década e 90 os órgãos públicos começaram a inserir a Pedagogia Hospitalar

nas políticas públicas de educação, especialmente na área e Educação Especial. Assim a

Pedagogia Hospitalar tem adquirido um papel fundamental dentro da educação, pois se institui

como modalidade de ensino que tem como proposta acompanhar crianças e adolescentes em

situações de ausência de escola devido a uma doença ou tratamento prolongado no hospital ou

em seu domicilio.
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Segundo as autoras MATOS e MUGIATTI (2001, p.29).

Trata-se da situação de crianças e adolescentes entre idade escolar, que submetidas a

longos períodos de hospitalização ficam impossibilitados de seguir o seu ano letivo escolar, ou

daqueles que nem chegam a se matricular, pelos mesmos motivos, atingindo a pré-adolescência

em estado de analfabetismo.

Podemos entender Pedagogia Hospitalar como uma proposta diferenciada da Pedagogia

Tradicional, uma vez que se dá em âmbito hospitalar e que busca construir conhecimentos sobre

esse novo contexto de aprendizagem que possam contribuir para o bem-estar da criança

enferma.

Para a criança ou adolescente a internação hospitalar significa limitação física e

intelectual, impedindo sua permanência na escola, em muitos casos por períodos longos. É

nesse contexto que instala a função do pedagogo de realizar um trabalho interdisciplinar, não

perdendo de vista o ser humano, auxiliando na transformação da criança e do adolescente

hospitalizado em um ser humano ativo, crítico e consciente buscando uma sociedade mais

humana.

Na Europa, desde 1935, Henri Sellier inaugurou a primeira escola para crianças

inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, França, Europa e

Estados Unidos da América, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças com

tuberculose. A Segunda Guerra Mundial é considerada como marco decisório das escolas em

hospitais, em razão do grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e

impossibilitados de ir à escola fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são

defensores da escola em seu serviço.

No Brasil a primeira classe hospitalar surgiu em 1950, no Rio de Janeiro, na Escola

Hospital Menino Jesus que está em funcionamento até os dias de atuais. Desde então esse

atendimento vem se expandindo, mas de forma muito lenta. Existem em nosso país 7.000
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hospitais e poucas Classes Hospitalares, sendo que esse atendimento atua em hospitais e casas

de apoio, sendo essa modalidade de atendimento escolar hospitalar e domiciliar uma vertente

especifica da Educação Especial.

Segundo pesquisa da Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros e Pediatras (10 de

Dezembro de 2015), o último levantamento realizado, em 2005, sobre o funcionamento de

classes hospitalares no País, registrava que só 99 hospitais haviam instalado as classes

hospitalares, assim distribuídas por região: Norte= 7; Nordeste= 10; Centro-oeste= 18; Sudeste=

47 e Sul= 17 Em sua maioria, esse tipo de atendimento decorre do convênio firmado entre as

Secretarias de Educação e de Saúde dos Estados, mas existem classes hospitalares resultantes

de iniciativas de entidades filantrópicas e universidades. Embora sejam em número insuficiente,

já estão acontecendo e justificando sua existência, graças à dedicação e ao profissionalismo de

uma equipe de idealistas.

Para compreender a necessidade do profissional pedagogo em ambiente hospital é

pertinente refletir sobre a definição de saúde, ou da ausência dela, que saúde não é somente

bem-estar do indivíduo, mais um conjunto de situações que proporcionam uma vida saudável

para este indivíduo. A Organização Mundial da Saúde define a saúde “como um completo bem-

estar físico, social e mental e não apenas ausência de doenças”.

A atuação do pedagogo em hospitais pode dar-se em diferentes espaços, como em

brinquedotecas, nos ambulatórios, nos quartos, nas enfermarias e nas classes hospitalares. Na

classe hospitalar, cabe ao professor criar estratégias que favorecem o aluno no processo ensino-

aprendizagem, este profissional deve ter destreza e discernimento para atuar com aluno

hospitalizado dando uma oportunidade extra de resgate da criança para escola, exercendo seu

direito cidadão, com condições de aprender e se socializar, sem perder o enfoque pedagógico-

educacional.
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O trabalho pedagógico em hospitais apresenta diversas interfaces de atuação, o

conhecimento da realidade da criança/adolescente hospitalizado, as ações e o ato pedagógico

assim como adaptação do ambiente hospitalar para a escola são fatores importantes para uma

melhora do aluno, o pedagogo neste caso é um agente de mudanças, pois se entende que o

escolar hospitalizado não é um escolar comum, ele se diferencia, pois necessita de cuidados

médicos. No entanto, é preciso deixar claro que tanto a educação não é elemento exclusivo da

escola como a saúde é elemento exclusivo do hospital.

O pedagogo deve estar atento, solicito e predisposto, desafiando e estimulando o aluno a

vencer essa etapa de hospitalização e suas consequências na esfera psicopedagógico, pois é

seu direito gozar de boa saúde e receber escolaridade independente de quaisquer condições.

(CECCIM E FONSECA, 1999, p.31-32, ressaltam que;). A classe hospitalar

contemporânea, além de atender às necessidades pedagógico-educacionais, da criança e do

adolescente hospitalizados (necessidades provenientes da atenção integral ou seu crescimento

e desenvolvimento) obedece aos fundamentos políticos da educação, isto é ratifica o respeito

aos princípios democráticos da dignidade, da liberdade e da valorização da dignidade humana.

A classe Hospitalar é uma necessidade para o hospital, para as crianças, para a família e

para a equipe de profissionais ligados a educação e a saúde. Sua criação é social e deve ser

vista com seriedade, oportunizando um fazer pedagógico de exercer a docência num espaço

desafiante e inovador, contribuindo para autoestima e recuperação do aluno hospitalizado.


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ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO PEDAGÓGICO

http://www.alagoas24horas.com.br/1188755/educacao-basica-criancas-e-adolescentes-internados-tem-direito-a-

atendimento-educacional/

A necessidade de criação de Classes Hospitalares já é reconhecida na legislação

brasileira, como um direito às crianças e adolescentes hospitalizados, esta modalidade de

atendimento denomina-se classe hospitalar. O Brasil reconheceu a legislação por meio do

Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, a

Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item nove, o “Direito de desfrutar de alguma forma

de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar

durante sua permanência hospitalar”. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 17/10/95 - Seção I, p.163/9-

16320 - Brasília - Distrito Federal.

Um tempo depois, institui-se a Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994),

na qual inseriu o termo “classes hospitalares”, atribuindo importância à responsabilidade da

execução do direito das crianças e adolescentes hospitalizados no que pertence à educação.


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Criou-se, também, a Resolução n. 41/95 (BRASIL, 1995), na qual relata especificamente sobre

os Direitos das crianças e dos adolescentes hospitalizados, dentre eles o direito à educação com

destaque ao acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar.

O atendimento pedagógico hoje é ampliado a todas as crianças e adolescentes com

problemas de saúde ou até mesmo hospitalizado portadores ou não de deficiência, sendo

reconhecido por lei por meio do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

(1999), tendo o direito de usufruir alguma forma de brincadeira, recreação, leituras, programas

de educação para a sua saúde e ser acompanhado pela escola durante sua permanência no

hospital.

Em 2002, é promulgado outro documento intitulado “Classe Hospitalar e Atendimento

Pedagógico Domiciliar: estratégias e orientações”, publicadas pelo MEC (BRASIL, 2002), com

objetivo específico de estruturar ações, políticas de organização do sistema de atendimento

educacional em ambientes hospitalares e domiciliares.

Todos esses direitos estão garantidos pelas legislações vigentes que legitimam e

amparam o direito à educação aos educandos hospitalizados e impossibilitados de frequentar a

escola. Lei nº 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente); Lei nº 9.394/86 (Diretrizes e Base

da Educação);Decreto lei nº 1044/69, artigo 1º, que dispõe sobre tratamento excepcional para

alunos portadores de afecção; Resolução nº 41/95 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos

da Criança e do Adolescente); Resolução nº 02/01 – CNE/CEB (Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica), Deliberação nº 02/03 CEEC (Normas para Educação

Especial);Documento intitulado classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar:

estratégias e orientações, editada pelo MEC, em 2002.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069, de 13/07/90, com base nos princípios

universais do direito da criança/adolescente, o qual procurando atender aos anseios da

sociedade brasileira estabelece em seus artigos 3º:


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Art.3º - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à

pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que esta Lei, assegurando-lhes todas as

oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar desenvolvimento físico, mental, moral,

espiritual, social, em condições de liberdade e dignidade.

Parágrafo único: A garantia de prioridade compreende:

a) Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública.

b) Preferência na formulação e na execução das políticas sócias públicas.

c) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a

proteção à infância e a juventude.

d) Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.

A hospitalização escolarizada é constituída uma legitima prática a educação, a Pedagogia

Hospitalar, integrada em seu contexto: família, criança/adolescente, escola, profissionais da

saúde e da educação e sociedade, requerem profissionais habilitados e competentes e o

comprometimento dos cursos de Pedagogia, no que se refere à necessidade formação e

habilitação desses profissionais, integrando teoria e prática buscando soluções práticas no

âmbito hospitalar. A atenção pedagógica dedicada à criança e ao adolescente não basta por si

só; é necessário também segurar um ensino escolar continuado e não pode ser dissociada de

um projeto pedagógico adequado, efetuando umas práxis integrada a ações educativas num

contexto hospitalar envolvido no processo ensino- aprendizagem.

Educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente a razão,

a sensação, o sentimento, a intuição, que estimulam a integração intercultural e a visão planetária

das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação, além de transmitir e

construir o saber sistematizado assume um sentido terapêutico ao despertar no educando uma

nova consciência que transcenda do eu individual o eu transpessoal. (CARDOSO, 1995, p.48).


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Se por direito, cabem à criança todas as forças facilitadoras do seu bem-estar, o livre

acesso à saúde e a educação, são direitos inalienáveis que requerem a máxima proteção.

Segundo MEC o atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico

domiciliar devem estar vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho

pedagógico das Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Educação, como

também às direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam. Compete

às Secretarias de Educação, atender à solicitação dos hospitais para o serviço de atendimento

pedagógico hospitalar e domiciliar, a contratação e capacitação dos professores, a provisão de

recursos financeiros e materiais para os referidos atendimentos.

O que mais importa é que a criança ou adolescente hospitalizado venha receber, sempre

e com máximo empenho, o atendimento a que se faz jus, nessa tão importante fase de sua vida,

da qual depende sua futura estrutura enquanto pessoa cidadã.

O AMBIENTE HOSPITALAR

A escola hospitalar mantém o vínculo do indivíduo com o mundo fora do hospital, à ajuda

a melhorar sua autoestima e compreender sua própria condição de saúde e reduz seu tempo de

internação.

Os ambientes serão projetados com o propósito de favorecer o desenvolvimento e a

construção do conhecimento para crianças, jovem e adulto, respeitando suas capacidades e

necessidades educacionais especiais individuais. Uma sala para desenvolvimento das atividades

pedagógicas com mobiliário adequado e uma bancada com pia são exigências mínimas.

Instalações sanitárias próprias, completas, suficientes e adaptadas são altamente

recomendáveis e espaço ao ar livre adequado para atividades físicas e ludo-pedagógicas.


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Além de um espaço próprio para a classe hospitalar, o atendimento pedagógico poderá

desenvolver-se na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, uma vez que condições

impostas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim permitam. O atendimento

pedagógico poderá também ser solicitado pelo ambulatório do hospital onde poderá ser

organizada uma sala específica da classe hospitalar ou utilizar-se os espaços para atendimento

educacional. Nas classes hospitalares, sempre que possível, devem estar disponibilizados

recursos audiovisuais, como computador em rede, televisão, filmadora, e vários outros recursos,

bem como telefone, com chamada a ramal e linha externa, que propiciarão as condições mínimas

para que o educando mantenha contato com colegas e professores de sua escola, quando for o

caso.

Barros (1999 p. 83-84) lembra que o processo de hospitalização é sempre envolvido por

uma situação de estresse provocada pela angústia da indefinição diagnóstica, pela ansiedade

de resposta ao tratamento médico e pelo afastamento do lar.

Nestas condições, fazer exigências acadêmicas formais, como o cumprimento de

programas curriculares associados à demanda para que a criança hospitalizada não sofra

reprovação no ano letivo em curso podem, em vez de contribuir para o seu bem-estar, se somar

aquele estresse já estabelecido pela hospitalização.

Para esse grupo de crianças hospitalizadas, a atenção educativa geralmente se dá

através de abordagens recreativas que estimulem habilidades cognitivas, motoras e artísticas.

No grupo de crianças com comprometimentos leves e que ficam hospitalizadas durante um dia,

as atividades pedagógicas assumem um aspecto mais lúdico e recreativo, porém não menos

importante.

Desse grupo, participam também as crianças que ficam internadas em leitos-dia e que

fazem tratamento de quimioterapia e hemodiálise e as que são portadoras de HIV e que fazem

uso de medicamentos no hospital regularmente.


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No entanto, deve-se deixar claro que as atividades do pedagogo se fundem às

necessidades e anseios do grupo de crianças internadas, o existindo uma determinação do papel

deste profissional exclusivamente em função do tempo de internação do paciente infanto-juvenil,

e no qual o lúdico deve permear todas as atividades propostas.

A criança pode levar para o hospital um brinquedo ou um objeto de uso comum em sua

casa que permita a dramatização das situações hospitalares. No entanto, são novas as

linguagens de aprendizagem em espaços e tempos diferenciados impostos pelo hospital que

tanto a criança, quanto sua família tem de se adaptar.

Os aspectos físicos referem-se aos recursos necessários ao professor para a efetivação

do atendimento pedagógico domiciliar e às adaptações que deverão ser realizadas na residência

do educando e no ambiente de ensino quando do seu reingresso à unidade escolar de referência

à qual está matriculado ou será matriculado. Estes recursos (instrumentos de apoio didático-

pedagógico) e adaptações (eliminação de barreiras físicas e arquitetônicas de acesso ao

currículo, etc.) deverão possibilitar a igualdade de condições para o acesso ao conhecimento,

assim como o acesso e a permanência na escola. (MEC 2002)

No Brasil temos o Ministério da Educação: Secretaria de Educação Especial que no ano

de 2002 publicou um documento que regulariza e fala como deve ser a classe hospitalar e o

atendimento pedagógico domiciliar: Os ambientes serão projetados com o propósito de

favorecer o desenvolvimento e a construção dos conhecimentos para crianças, jovens e adultos,

no âmbito da educação básica, respeitando suas capacidades e necessidades educacionais

especiais individuais. (BRASIL, 2002, p. 15. 16)

O pedagogo da escola hospitalar é, antes de tudo, um mediador das interações da criança

com ambiente hospitalar, ele deve ser conhecedor das especificidades da área da educação e

noções sobre técnicas terapêuticas que fazem parte da enfermaria, como doenças e problemas

emocionais e tem uma importante função junto ao desenvolvimento, aprendizagem e ao resgate


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à saúde da criança hospitalizada. O conhecimento não está na sala de aula; ele nela chega

através de: professores, alunos, equipe, comunidade, e, com as trocas nela vivenciadas, ele se

constrói.

A atuação do pedagogo nos centros de saúde é desenvolver uma proposta pedagógica

especifica para cada aluno, conforme suas necessidades é o profissional que interconecta os

saberes acadêmicos e experiênciados numa dinâmica dialética da teoria e pratica constrói umas

práxis educativa hospitalar no trabalho multi/inter/transdisciplinar.

Dentro da escolarização hospitalar, o papel do educador é fundamental, pois ele propicia

a criança ou adolescente o regresso à aprendizagem, uma vez que estaria estagnada, justificada

pelo processo de internação. (CECCIM, 1990).

A interconexão entre educação e saúde requer trabalho de equipe, de trocas de saberes

e, principalmente, de planejamentos e avaliações.

No trabalho pedagógico hospitalar é extremamente necessária à sensibilização e a

afetividade, é fundamental que no trabalho de humanização o profissional esteja aberto para:

• Ouvir, aprender com as experiências dos outros;

• Valorizar o outro como ele é;

• Primar por valores éticos;

• Ampliar a autoestima e a autoconfiança sua e do outro;

• Construir um relação de afetividades consigo e com o outro.

Segundo Ceccin (1999, p.43): Como atendimento pedagógico-educacional, deve apoiar-

se em propostas educativo-escolar, e não em propostas de educação lúdica, educação

recreativa ou de ensino para saúde, nesse sentido diferenciando-se das salas de recreação, das

brinquedotecas e dos movimentos de humanização hospitalar pela alegria ou dos projetos

brincar e saúde, facilmente encontrados na atualidade, mesmo que o lúdico seja estratégico à
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pedagogia hospitalar. Esse embasamento em uma proposta educativa não torna a classe

hospitalar uma escola formal, mais implica que possua uma regularidade e uma responsabilidade

com as aprendizagens formais da criança, um atendimento obrigatoriamente inclusivo dos pais

e das escolas de origem.

A Pedagogia Hospitalar não pode ser vista simplesmente como uma sala de aula

funcionando dentro de um hospital, mas sim como um atendimento pedagógico especializado,

onde a sua finalidade é recuperar a socialização, dar continuidade à aprendizagem e incluir o

aluno hospitalizado, dessa forma fica reafirmada a necessidade de uma formação diversificada

para o profissional de pedagogia voltada para a inserção do indivíduo na sociedade atual, com a

versatilidade que os novos tempos exigem, organizando projetos mobilizadores de experiências

que permaneçam no coração, no espirito e no intelecto; são elas que educam verdadeiramente.

A criança e o adolescente hospitalizados, o hospital e a educação escolar

Nesse caminhar, Lima e Paleologo (2012) alertam que o ambiente hospitalar, tanto para

o adolescente como a criança é, muitas vezes, assustador, pois os afasta do meio ao qual estão

acostumados, e nele começam a conviver com pessoas que para eles são totalmente estranhas.

Um entra e sai do seu quarto, ora são os enfermeiros para ministrar a medicação, ora são os

médicos com suas visitas rotineiras. Depois, mais enfermeiros que acompanham seu quadro

clínico, além do acompanhante de outros pacientes que dividem o mesmo quarto, perdendo

assim totalmente a privacidade. Muitos desses jovens e crianças não entendem o processo pelo

qual estão passando, sofrem pela doença existente em seu corpo físico; por estarem longe do

ambiente familiar, dos seus amigos, da escola e de seu ambiente social; sentem-se excluídos,

levando-os a uma baixa estima, dificultando seu tratamento, cuja situação acaba

comprometendo, ainda, seu psíquico emocional. Nesse circuito, acrescenta Leitão (1990, p. 48),
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o próprio nome hospital, por si só, já remete a um lugar triste e de dores, a um ambiente que

oferece certa privação nos estímulos fundamentais ao desenvolvimento, por não contar,

geralmente, com atividades que levem em consideração as questões sociais, emocionais,

educacionais e motoras da criança. Quanto maior o tempo de tratamento, maior o estresse, a

angústia e o medo da morte, assim como menor é o desenvolvimento da criança, já que o

tratamento exige uma permanência muito longa em ambiente hospitalar. Nessa discussão,

Ceccim e Carvalho (1997) consideram que a criança e o adolescente podem, nessa fase, entrar

em conflito, no qual deixam de existir como sujeitos e se tornam pacientes, sendo alvo de

agressões ao seu próprio corpo, que se encontra em fase de descoberta. Nessa fase, “a

hospitalização, em determinadas situações, constitui-se num risco igual ou maior que o

apresentado pela própria doença que a originou” (CECCIM; CARVALHO, 1997, p. 27). Medeiros

e Gabardo (2004) defendem ainda que, nesse período, a hospitalização pode alterar

significativamente seu desenvolvimento, uma vez que, em um ambiente no qual a dor e a doença

são presenças constantes, eles passam a ter contato com uma realidade à qual não estavam

acostumados, como os vários efeitos psicológicos decorrentes da hospitalização, respostas de

culpa, sensação de punição, ansiedade e depressão. Esses efeitos podem causar um intenso

descontrole emocional na criança e no adolescente doente. Sintomas como febre, dor, distúrbios

da consciência, fadiga, angústia podem ser provocados tanto pela própria doença, quanto pela

ideia que fazem dela. Para Fontes (2008), nesse momento, à criança e ao adolescente, seres

em desenvolvimento, a subjetividade começa a ser constituída ou modificada, tende a ser

incorporada em sua história de vida da mesma forma mágica e peculiar a partir da qual entendem

o mundo e com ele interagem. Nesse sentido, a hospitalização os distancia de suas atividades

cotidianas, podendo contribuir para seu maior adoecimento. Estar no hospital, nessa ótica,

impede papéis sociais diferentes daqueles desenvolvidos até então, os quais passam a ser

definidos pelas relações que se constituem nesse novo espaço de interação social, deixando
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marcas profundas em seu desenvolvimento. Nesse período, tanto a criança quanto o

adolescente podem sentir de imediato que seu cotidiano sofrerá mudanças. O primeiro impacto

acontece quando se deparam, na maioria das vezes, com as paredes e com as roupas brancas

utilizadas pelos médicos ou demais profissionais atuantes no hospital.

http://www.aurelionomura.com.br/site2/pedagogia-hospitalar-2/

A ausência de rostos, de paisagens e de objetos familiares pode acentuar ainda mais seu

sentimento de perda de referências e de abandono. Fonseca (2003) reforça que a própria doença

pode fazer com que alimentem seu sentimento de impotência, diante da dor, o que pode dificultar

sua recuperação. Nessa perspectiva, como ser humano em contínuo desenvolvimento, esses

fatores podem, também, prejudicar a constituição de sua subjetividade. Nesse contexto, Munhoz

e Ortiz (2006) asseveram que o afastamento vivenciado da família, dos amigos e de seu habitat

(casa, escola e outros) pode causar à criança e ao adolescente profundas e diversas reações.

Isto porque seus convívios serão interrompidos, uma vez que não é permitida a permanência de

todos junto ao leito hospitalar, mas apenas uma pessoa pode estar acompanhando e ser a

responsável pelo paciente, para evitar o risco de infecções e/ou atrapalhar os procedimentos

hospitalares. Além disso, sua rotina será alterada, já que as refeições (agora denominadas
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dietas) podem não ser servidas nos horários com que, quando fora do hospital, estava habituado;

a cama (agora leito) e as roupas não são como as de casa; o cheiro é outro (FONSECA, 2003).

Assim, seu mundo, que era movimentado e colorido, passa a ser de uma única cor, estando em

um ambiente impessoal, orientado por quadros clínicos, limitando-se apenas ao cuidado de suas

condições clínicas (SOARES, 2001). Nessa direção, Freitas e Ortiz (2005, p. 36) consideram que

o estar hospitalizado pode também gerar-lhes insegurança e estresse, “podendo ocasionar-lhe

traumas, às vezes profundos, dependendo da intensidade e da estrutura de sua personalidade”.

Outras ansiedades, tais como a impotência, a dependência e a mudança da imagem corporal

(dependendo da doença), compõem-se de outras dificuldades da criança hospitalizada, além de

ela deixar de ter direitos sobre o próprio corpo e se ver separada, de modo abrupto, da vida que,

dia a dia, construía e reconstruía sua identidade. Em geral, são muitas as mudanças, tanto físicas

como emocionais, vivenciadas pela criança ou o adolescente no hospital. Dentre elas, citam

Munhoz e Ortiz (2006, p. 67): “a primeira refere-se à desestruturação do sistema biopsicossocial,

seguida pela interrupção do processo de desenvolvimento intelectual, afetivo e da

personalidade”, pois, com o internamento hospitalar, essas crianças são afastadas do convívio

social. Outra mudança impactante é o afastamento escolar, podendo ser temporário ou

permanente, e implicará o distanciamento de seus colegas, professores e atividades recreativas.

Essa mudança poderá causar dificuldades de aprendizagem, de convívio social e afetivo. Classe

hospitalar: avanços e políticas amparadoras Uma das propostas para a atenuação de tais

entraves é a implantação do serviço de classe hospitalar.

Desde a Constituição Federal de 1988, o direito à educação é de todos e para todos, em

quaisquer circunstâncias em que esteja e que necessite (BRASIL, 1988). Já o Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990, dispõe garantias e direitos

para crianças e adolescentes que se encontram em condições de hospitalização. Segue-se o

art. 54 desta Lei: Art. 54 – É dever do Estado, assegurar à criança e ao adolescente:


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I - Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram

acesso na idade própria;

II - Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

V - Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,

segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;

VII - atendimento no ensino fundamental, por meio de programas suplementares de

material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (BRASIL, 1990). Ainda

a Lei nº 8.069/1990 define:

Art. 3º – A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à

pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes,

por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o

desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de

dignidade. Art. 4º – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990).

Sob esse prisma, o direito à educação para toda criança e/ou adolescente,

independentemente de suas condições de saúde, se expressa como direito à aprendizagem e

escolarização, traduzida, fundamental e prioritariamente, pelo acesso à escola de educação

básica, considerada como ensino obrigatório. Na Constituição federal brasileira de 1988, a

educação é “direito de todos e dever do Estado, da sociedade politicamente organizada”


22

(BRASIL, 1988, p. 11) e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, art. 205). O art. 214 da Constituição

Federal de 1988 afirma, além disso, que as ações do Poder Público devem conduzir à

universalização do atendimento escolar. Entretanto, diversas circunstâncias podem interferir na

permanência escolar ou nas condições do conhecimento ou, ainda, impedir a frequência,

temporária ou permanente. Por outro lado, o direito da criança e do adolescente à saúde,

segundo a Constituição (BRASIL, 1988, art. 196), deve ser garantido mediante políticas

econômicas e sociais que visem ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços, tanto

para a sua promoção, quanto para a sua proteção e recuperação. Concomitantemente, a

exigência do reconhecimento do direito à educação especial para o conjunto das crianças que,

em algum momento de sua escolaridade, requerem apoio adicional ou recurso especial, de forma

temporária ou contínua, partiu de uma intensa luta política, em nível nacional e internacional,

pelo reconhecimento do direito fundamental de toda criança à educação. Na Declaração de

Salamanca, de 1994, se encontra alicerçada a defesa do acesso à educação para toda e

qualquer criança, independentemente de quaisquer condições temporárias ou contínuas que

apresentem. No texto “Política Nacional de Educação Especial” (PNEE) (BRASIL, 1994), a

educação em hospital aparece como modalidade de ensino e de onde decorre a nomenclatura

“classe hospitalar”. Sua oferta educacional não se resume somente às crianças e aos

adolescentes com transtornos do desenvolvimento como foi no passado (de 1950 a 1980), mas

também àquele sem situação de risco no lar, uma vez que a hospitalização impõe limites à

socialização e às internações, o afastamento da escola, dos amigos, da rua e da casa, além de

regras sobre o corpo, a saúde, o tempo e os espaços. Nesse documento, o ensino e o contato

da criança hospitalizada com o professor no ambiente hospitalar podem proteger o seu

desenvolvimento e contribuir para a sua reintegração à escola após a alta. Além de protegerem
23

o seu sucesso nas aprendizagens, vem amparando as crianças com necessidades educativas

especiais transitórias ao direito de continuarem estudando mesmo não estando presentes em

sala de aula (BRASIL, 1994, p. 42). Em função de tais intercorrências, o direito à continuidade

dos estudos escolares durante a internação hospitalar foi também reconhecido pela “Declaração

dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados” (1995), e o Ministério de Educação

(MEC), por intermédio da Secretaria Nacional de Educação Especial, propiciou o atendimento

educacional deles nos hospitais, criando o serviço de classes hospitalares (BRASIL, 2002). Essa

“exigência” do reconhecimento do direito à Educação no Brasil em enfermarias pediátricas partiu

de uma das principais associações científicas brasileiras na área da pediatria – a Sociedade

Brasileira de Pediatria. Esse procedimento, que teve ampla repercussão nas organizações não

governamentais de luta pelos direitos da criança, foi matéria de deliberação específica dos

direitos da criança e do adolescente hospitalizado, pela Resolução n° 41, de 13 de outubro de

1995, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, com a chancela do

Ministro da Justiça (BRASIL, 1995). Esse documento dispõe que a criança internada deve

receber amparo psicológico, quando necessário, e desfrutar de alguma forma de recreação, de

programas de educação para a saúde e de acompanhamento do currículo escolar de acordo

com a fase cognitiva, durante sua hospitalização. A Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

de Diretrizes e Bases da Educação, define a educação especial como uma modalidade da

Educação Escolar, um conjunto de recursos e procedimentos específicos do processo de ensino

e aprendizagem colocados à disposição dos alunos com necessidades especiais, em respeito

às suas diferenças, para que eles tenham acesso ao currículo e conquistem sua integração social

(BRASIL, 1996).

A mesma Lei, em seu capítulo V, art. 58, § 2°, determina: "O atendimento educacional

será feito em classes, escolas ou serviços especializados sempre que, em função das condições

específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular"
24

(BRASIL, 1996). Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica, art. 13, § 1° (BRASIL, 2001): As Classes Hospitalares e o atendimento em ambiente

domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de

aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu

retomo e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças,

jovens e adultos não matriculados no sistema educacional, facilitando seu posterior acesso à

escola regular.

E, de acordo com o art. 13,

Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem

organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as

aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento

ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. (BRASIL, 2001). De modo geral, a

organização desse serviço atende, conforme Paula (2002), três grupos de crianças

hospitalizadas em hospitais: aquelas que são hospitalizadas por graves comprometimentos

físicos, afetivos, sociais e cognitivos e que permanecem durante muito tempo no hospital;

crianças com comprometimentos moderados, que permanecem em média quinze dias nas

enfermarias pediátricas, e aquelas com comprometimentos leves e que permanecem pouco

tempo nos hospitais. Nesse processo, durante muito tempo, nas enfermarias dos hospitais

infantis do Brasil, o isolamento, o silêncio e a passividade revelavam o quadro no qual as crianças

e os adolescentes hospitalizados estavam inseridos.

Essa realidade tem se alterado, pois os movimentos de humanização e inclusão social

nos hospitais vêm ganhando novos contornos: classe hospitalar, inclusão e aprendizagem são

grandes contribuições surgidas. Para Paula e Matos (2007, p. 14), algumas instituições

hospitalares brasileiras já foram planejadas e construídas com arquitetura e mobiliário adaptados


25

para atender a essas necessidades físicas, sociais e educacionais dessa clientela e ao

imaginário das crianças e adolescentes.

Nessa estruturação, Freitas e Ortiz (2001) reiteram que a classe hospitalar pode

ressignificar a concepção do hospital, como apenas um cenário asséptico, para vislumbrar um

espaço onde a vida acontece, onde é aceito tudo o que faz parte da vida. A passagem da criança

nesse espaço permitirá o surgimento de outra: mais autônoma, aparelhada para a elaboração

de relação consigo mesma, experienciando diferentes formas de afeto com os outros e com o

mundo que a cerca. Ainda, na concepção das autoras, desenvolve-se uma atenção à saúde da

criança como paciente não apenas em suas questões biológicas, mas também nos cuidados

psicológicos e sociais; ou seja, um olhar para a assistência integral dela, atendendo suas

necessidades, dúvidas e seus anseios. A hospitalização, vista desse modo, como um universo

complexo, compreende também um processo de penetração na esfera das relações pessoais e

entre todos. Os profissionais, pacientes e seus familiares assumem, nesse processo, um pacto

de fortalecimento presente nos diálogos, nos gestos, nos olhares e nos silêncios, revelando toda

a intensidade subjetiva que perpassa uma situação de risco (FREITAS; ORTIZ, 2005). Nessa

interlocução, a classe hospitalar tem a finalidade de recuperar a socialização da criança por um

processo de inclusão, dando continuidade à sua aprendizagem. A escola, nesse momento, é um

fator externo à patologia, logo, é um vínculo que a criança mantém com seu mundo exterior.

Assim, se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da

escolarização, pois esta indica criação de hábitos, respeito à rotina; fatores que estimulam a

autoestima e o desenvolvimento da criança e do adolescente (FONSECA, 1999). A classe

hospitalar pode vir a desenvolver uma oportunidade de ligação com padrões da vida cotidiana,

garantindo um vínculo entre a criança e o ambiente escolar. Nesse direcionamento, é necessário

que as atividades realizadas com essas crianças e com os adolescentes tenham começo, meio

e fim e que o professor esteja ciente de que cada dia de trabalho se constrói com planejamento
26

estruturado e flexível. Oliveira, Filho e Gonçalves (2008) orientam que esse ambiente, além

disso, necessita ser diferenciado e acolhedor, com estimulações visuais, brinquedos, jogos,

sendo assim um ambiente alegre e aconchegante. Isto porque é por meio do lúdico que as

crianças e os adolescentes hospitalizados encontram maneiras de viver a situação de doença,

de forma criativa e positiva. Nessa condição, dispor de atendimento de classe hospitalar, mesmo

que por um tempo mínimo (e que talvez pareça não significar muito para uma criança que atende

à escola regular), tem caráter importantíssimo para a criança hospitalizada. Esta pode operar

com suas expectativas e dúvidas, produzir conceitos e produtos subjetivos de forma positiva,

tanto para a vida escolar quanto para a vida pessoal, desvinculando-se, mesmo que

momentaneamente, do conteúdo penoso ou de dano psíquico que o adoecimento ou a

hospitalização podem provocar (FONSECA, 2003). Nessa perspectiva, para Ceccim (1999), a

função da educação com a criança hospitalizada é, também, resgatar sua subjetividade,

ressignificando o espaço hospitalar por meio do afeto e das interações sociais que o professor

pode propiciar. Portanto, é possível pensar o hospital como um espaço de educação para

crianças e adolescentes hospitalizados. Mais do que isso, considerá-lo como um lugar de

encontros e transformações, tornando-o um ambiente propício ao desenvolvimento integral da

criança.

Os processos de ensino e aprendizagem

A intencionalidade do ensino perpassa toda ação do professor e como ele irá abordar os

conteúdos do programa fixado no início do ano. É importante que tenhamos a compreensão do

ensino enquanto: um processo intencional, sistemático e flexível, que visa à obtenção de

determinados resultados (conhecimentos, habilidades, atitudes etc.). A intencionalidade

educativa está presente no processo de ensino e é indicativa das concepções de quem a


27

propões. Os professores devem ter clareza dos objetivos que pretendem atingir com seu

trabalho. (VEIGA, 2014, p. 21). Ensinar é um ato que envolve interação e compartilhamento entre

os envolvidos, seja entre professor-aluno, aluno-professor e até mesmo aluno-aluno. É com o

diálogo, com as trocas de experiências e com esse intercâmbio que o ensino acontecerá de

forma eficaz. No ensino colaborativo, a afetividade se faz presente nessa ação, pois quando está

disposto a ensinar, está também disposto a compreender o outro como destacam Tardif &

Lessard (2007). Para ensinar, deve-se fazer um planejamento e contar com uma metodologia

adequada à situação. Com comprometimento, o professor trabalha de forma dialogada e efetiva

todo o conteúdo estabelecido desde o início do ano e esta prática não é diferente na classe

hospitalar. O professor tem seu papel de mediador, não de detentor dos conhecimentos

sistematizados, ele é o organizador do ambiente para que este seja propício para a

aprendizagem eficaz. Ao mesmo tempo em que o professor está trabalhando um conteúdo,

algumas crianças podem estar conversando, pegando algum material ou até mesmo dando

33056 exemplos que não estão no contexto. Neste sentido, o professor deve estar atento para

saber lidar com essas situações. A historicidade está elencada à ideia da relação professor-

aluno. É cediço que cada aluno tem sua história e seu contexto, assim como sua linguagem e

cultura. Para um trabalho mais articulado e próximo à cultura dos educandos, o

professor/pedagogo hospitalar deve saber como lidar com as diversidades encontradas no

ambiente educativo do hospital. O ensino é, portanto, uma prática social, pois está imersa em

um contexto social no qual deverá se pautar para prosseguir com o foco nos objetivos traçados.

Deverá desenvolver nos educandos uma consciência crítica e mobilizadora por meio do diálogo,

desenvolvendo todas as potencialidades de uma pessoa, sendo um sujeito social e ativo em seu

processo formativo. A outra face da educação é a aprendizagem, que tem como características

fundamentais a busca da autoaprendizagem, sendo o aluno ativo no seu processo de

aprendizagem. Para promover a aprendizagem com qualidade e a construção de novos


28

conceitos é necessário que se considere e utilize as experiências anteriores dos educandos, as

crianças hospitalizadas. A aprendizagem é o que torna o homem diferente dos outros animais.

Para ele é preciso enfrentar alguns desafios como a aprendizagem de regras para viver em

culturas diferentes e a capacidade de apoio no conhecimento transmitido anteriormente. Somos

a única espécie capaz de nos colocar no lugar dos outros e compreender suas intenções.

Elegendo a aprendizagem como processo principal do desenvolvimento humano enfocamos

Vygotsky (1984) que afirma: a zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com

o social, sendo a concepção de desenvolvimento abordada não como processo interno da

criança, mas como resultante da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com

outros. Nesse sentido, o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e as trocas

recíprocas que se estabelecem durante toda a vida formativa do indivíduo. Vygotsky (1993), ao

estudar a consciência e os traços específicos do comportamento humano nota que tudo que se

refere a natureza humana é oriundo de sua vida em sociedade. O modo como o homem atua,

entende e explica o meio, as relações, a si e ao outro vão se constituindo nas suas relações

sociais. Para Vygotsky, Luria, e Leontiev (1988), as atividades que a criança realiza, interpretada

pelo adulto, adquirem significado no sistema de comportamento social do grupo a que pertence.

33057 Machado (1986) salienta, que a interação social implica transformação e contatos com

instrumentos físicos e/ou simbólicos mediadores do processo de ação. Esta concepção

reconhece o papel do jogo para formação do sujeito, atribuindo-lhe um espaço importante no

desenvolvimento das estruturas psicológicas. De acordo com Vygotsky (1984) é no brinquedo

que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Segundo o autor a criança comporta-se de

forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação

imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. Cada aluno aprende de uma

forma específica, significa e resignifica conceitos à sua maneira, exigindo estratégias de

aprendizagem adequadas. Para promover a aprendizagem, o pedagogo hospitalar deve levar


29

em consideração a diversidade dos aprendizes, crianças hospitalizadas fazendo o uso de várias

metodologias didáticas. Com isso, Meirieu (1998), considera alguns passos para a organização

da aula, como a dedução, indução, dialetização e divergência. A dedução consiste na atividade

relacionada à experiência dos educandos e a partir deste ponto organizar um esquema usando

os conceitos propostos. Na indução serão trabalhados os dados coletados no primeiro momento,

oferecendo novas possibilidades de resolução dos eventuais problemas. No momento em que

serão analisadas as variáveis, será oportuno as interpretações e confrontos acerca do mesmo

tema, a qual será a parte de dialetizar. E, por fim, são incluídas as dúvidas e questões para os

alunos buscarem soluções e assim associarem o novo conteúdo. Nessa ideia, os educandos

começam a tomar consciência dos próprios processos de aprendizagem (ROMANOWSKI, 2012),

caminhando em direção à autonomia. Nesse quesito, o reforço escolar tem a possibilidade de

individualmente trabalhar as capacidades e potencialidades do educando, na medida em que ele

estará com mais contato com suas dificuldades escolares, mesmo estando distante dela.

A avaliação como instrumento de participação

Segundo Luckesi (1998, p.71), A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido

na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de

ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso específico da aprendizagem, não possui uma

finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente

definido. Quando se discute avaliação no contexto escolar, a prática se dá a partir de três eixos

considerados harmoniosos: inicialmente, tem-se a avaliação como uma medida do

aproveitamento do aluno, vindo em seguida, a transformação dessa medida ou em uma nota ou

em um conceito e, como terceiro eixo, esses resultados encontrados servem para ‘analisar’ o

aluno. Ou seja, a avaliação é tratada como uma medida pura, simplesmente um dado
30

quantitativo, pois até mesmos os conceitos são, geralmente, convertidos em quantidades. E,

quando se trata de alunos que estão hospitalizados, em virtude do olhar diferenciado, parece, à

primeira vista, que o professor deva aceitar todas as exigências dos alunos, exatamente pela

situação que enfrentam naquele momento. No entanto, a participação desse aluno deve

acontecer mediante um real processo de acolhimento, o que significa dizer que, deve ser “aberta

a porta” para uma relação, na qual prevaleça a aceitação e a negociação de interesses por vezes

conflitantes, mas, que, havendo uma relação dialógica, baseada em afetividade, certamente as

práticas avaliativas terão um novo direcionamento em busca de melhorias. No caso específico

da classe hospitalar, é preciso que o professor considere que seus alunos estejam em condições

diferenciadas de atendimento. E é normal que, cada aluno procure alcançar suas metas

educacionais, também de forma diferente. E, como há uma diversidade de situações muito

grande nos hospitais, quanto à forma de atendimento, é natural também que alunos-pacientes

busquem de forma diferente a satisfação de suas necessidades pessoais de educação. Por isso,

é imperioso que o professor os oriente no processo de ensinoaprendizagem, lançando mão de

estratégias que garantam o desenvolvimento educacional do aluno. Portanto, para possibilitar o

desenvolvimento desejado no aluno hospitalizado, a avaliação deve ocorrer de maneira objetiva,

procurando elevar a auto-estima desse aluno. Por outro lado, procura-se também, envolvê-lo, o

máximo possível, em atividades educativas que, na visão dos professores da classe hospitalar,

corresponde a forma mais adequada para deixá-lo comprometido no processo de ensino-

aprendizagem. Sendo assim, as atividades são realizadas com prazer e, mais do que isso, o

aluno não se preocupando apenas com uma nota, ao final do período de internação, ele procura,

mesmo dentro de suas limitações, adquiri sempre mais conhecimento.


31

Avaliação como processo de construção de conhecimento

Não se concebe a avaliação apenas como um processo de aferição do rendimento

escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (1996) determina que a avaliação seja

contínua e cumulativa, com a prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A

avaliação deve objetivar, principalmente, o alcance de uma aprendizagem significativa capaz de

promover o desenvolvimento integral do aluno. O ato de avaliar deve tomar como base, aspectos

essenciais que ultrapassem os conceitos científicos e ligados, precipuamente, à ciência. A

construção do conhecimento desse aluno deve ir além de uma abordagem apenas classificatória

das diversas categorias conceituais, logo deve, também, buscar a qualidade da formação desse

cidadão. Os alunos atendidos nos hospitais e outros ambientes hospitalares, assim como os

demais, necessitam da avaliação de seus professores, pois mesmo estando hospitalizados ou

em tratamento de saúde, não perderam sua capacidade de aprendizagem. Suas condutas

cognitivas, afetivas, algumas vezes, mais do que as psicomotoras, precisam de um

encaminhamento qualitativo. A configuração de sua aprendizagem exige uma reorientação

permanente das atividades docentes e das práticas avaliativas, no sentido de atribuir qualidade

ao processo, garantindo não apenas o padrão considerado como válido, mas, principalmente,

como elemento construtor do conhecimento. Segundo Luckesi (1998, p.80), A avaliação só pode

funcionar efetivamente num trabalho educativo com estas características. Sem esta perspectiva

dinâmica de aprendizagem para o desenvolvimento, a avaliação não terá espaço; terá espaço,

sim, a verificação, desde que ela só dimensione o fenômeno sem encaminhar decisões. A

avaliação implica a retomada do curso de ação, se ele não tiver sido satisfatório, ou a sua

reorientação, caso esteja se desviando.

Essa reconfiguração possibilita que os professores da classe hospitalar tomem decisões

no sentido de buscar acertos e ajustes de possíveis falhas no decorrer do processo avaliativo. O

conhecimento deve, portanto, ter uma abordagem que valorize não só os conteúdos, mas ainda
32

a habilidade, a competência e a capacidade de percepção do mundo. A relação entre a avaliação

e a construção do conhecimento não deve se dá tão somente no aspecto da

satisfação/insatisfação. Tal relação deve mostrar o direcionamento da formação do cidadão.

Estando o aluno em um ambiente hospitalar, ou não. Ao se discutir a avaliação enquanto

instrumento de participação do aluno da classe hospitalar, é preciso que se discuta, antes, sobre

os instrumentos avaliativos utilizados no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista a

situação diferenciada vivenciada pelos professores e pelos alunos. Logo, tais instrumentos

devem estar adequados para a prática avaliativa desses alunos, bem como para configurar em

que estado de aprendizagem se encontra o aluno atendido. Assim, a escolha desses

instrumentos deve estar em conformidade, tanto o que se quer avaliar, como também, a

capacidade de compreensão, de análise, de crítica, de síntese, assim como, as necessidades

dos alunos atendidos, haja vista que, a maioria encontra-se com alguma habilidade bastante

restrita, devido ao estado de saúde em que se encontram, ou seja, os instrumentos escolhidos

devem alcançar o nível de linguagem requerida pelo aluno, para que possa servir,

principalmente, como elemento incentivador do ensino-aprendizagem, como também, da

construção do conhecimento. Esses instrumentos devem servir como recursos significativos para

uma avaliação justa e coerente com o que se deseja avaliar; jamais com a intenção de utilizá-los

como peças de controle de disciplina ou submissão dos alunos aos interesses dos professores

e da escola. Os instrumentos devem ser utilizados com o espírito de acolhimento, considerando

que os alunos, hospitalizados ou não, são cidadãos em processo de construção. A mudança do

agir na forma de avaliar a aprendizagem do aluno deve apoiar-se na busca em despertar valores

compromissados, responsáveis, criativos e inovadores, bem como desenvolver a capacidade de

aprender cada vez mais, pelo aperfeiçoamento permanente das habilidades. Agindo dessa

forma, o professor da classe hospitalar estará ao mesmo tempo garantindo a sua satisfação e a

do educando. É necessário que a forma de avaliar o que o aluno aprendeu e compreendeu no


33

processo ensino-aprendizagem não seja considerada como mais um instrumento que o iniba em

suas manifestações criativas, mas sim, que considerem os ganhos qualitativos no

desenvolvimento de seu potencial, pois a sociedade, como um todo, está, cada vez mais,

competitiva e exige pessoas com características inovadoras e criativas.


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