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XIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA

UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

PEDAGOGIA HOSPITALAR: DA UTOPIA À NECESSIDADE DE


INCLUSÃO SOCIAL

Angélica Cypriano Nonato do Carmo


Aluna da 8ª Etapa do Curso de Pedagogia
Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP Campus Guarujá
angelicanc6@hotmail.com

Michel da Costa
Professor Mestre no Curso de Pedagogia
Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP Campus Guarujá
mcosta@unaerp.br

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

RESUMO

Este artigo é parte de Iniciação Científica do curso de Licenciatura Plena em


Pedagogia na Universidade de Ribeirão Preto, com objetivo de buscar informações
sobre a Pedagogia Hospitalar. A pesquisa fundamenta-se nas concepções de Matos
e Mugiatti (2014) acerca da temática. Neste trabalho será discorrido um breve
contexto histórico e explicativo acerca da Pedagogia Hospitalar, para o qual foram
utilizadas informações referentes a um curso realização na modalidade à distância
por uma Instituição associada à ABED – Associação Brasileira de Educação a
Distância com carga horária de 45 horas com sua conclusão no primeiro semestre
de 2016. Sabendo-se que nos dias de hoje a qualidade das ações é primordial,
supõe-se que na Pedagogia Hospitalar o cuidado com essa qualidade deve ter
grande relevância. Segundo Matos & Mugiatti, a Pedagogia Hospitalar é um
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processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da


escola, pois, levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais
transitórias do educando, em ambiente hospitalar e/ou domiciliar. Em consonância
com as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o Atendimento Educacional
Especializado (2009), é também parte integrante da Educação Especial, ou seja,
atende pessoas com alguma necessidade especial, mesmo aquelas que
temporárias, como é o caso de internações e tratamentos. Portanto, torna-se
desafiadora a pesquisa e elaboração desse artigo para um aprendizado mais
completo em mais esse segmento da Pedagogia.

Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar; Educação e Saúde; Humanização.

ABSTRACT
This article is the result of the study for the Scientific Initiation III from the Full Degree
course in Education at University of Ribeirão Preto, seeking information on Clinical
Pedagogy. The bibliographic research is based on the book "Hospital Pedagogy -
Humanization integrating Education and Health" ("Pedagogia Hospitalar - A
Humanização integrando Educação e Saúde") from authors Elizete Lúcia Moreira
Matos and Margarida Maria Teixeira de Freitas Mugiatti (2014). This work will
discuss a brief explanatory matter on Clinical Pedagogy, acquired in an online course
conducted by Instituição Cursos 24 horas, a company associated with ABED -
Brazilian Association of Distance Education with a workload of 45 hours concluded in
April 2016 that will illustrate the present article. Knowing that nowadays the quality of
actions is paramount, it is assumed that in Clinical Pedagogy care with this quality
must be of great relevance. According to Matos & Mugiatti, Clinical Pedagogy is an
alternative process of continuing education that exceeds formal school context, since
it raises parameters to meet special transitional needs of the student, in a hospital
and/or home environment. It is also part of Special Education, that is to say, it serves
people with any special needs, even those with temporary needs such as
hospitalizations and treatments. Therefore, the research and preparation of this
article for a more complete learning in this segment of Pedagogy becomes
challenging.

Key words: Clinical Pedagogy: Education and Health: Humanization


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1. Introdução

Este trabalho pretende apresentar a Pedagogia Hospitalar como parte integrante


da Educação Especial, ou seja, atende crianças e adolescentes que são submetidos
a tratamento de saúde por longos dias e que correm o risco de perder suas
atividades escolares além de também ter sua rotina de convívio social totalmente
alterada. É fundamental sabermos que a educação é um direito garantido pela
Constituição Federal a todo e qualquer cidadão. E que as crianças e adolescentes
que se encontram hospitalizadas por muito tempo não podem ser privadas de tal
direito. Por esse motivo foi criado o ramo pedagógico conhecido como Pedagogia
Hospitalar proporcionando a essas crianças soluções com o suporte pedagógico do
qual deve ser trabalhado em parceria com a escola em que estas crianças estejam
matriculadas.

O trabalho com essas crianças enfermas é desenvolvido constantemente


utilizando como recursos a ludicidade, com o objetivo de inseri-las na sociedade,
para que esqueçam ainda que temporariamente, de suas enfermidades e limitações.
Segundo Matos e Mugiatti, este tipo de atendimento classificado como Pedagogia
Hospitalar, vem sendo adotado por instituições que se preocupam em atender essa
clientela que não deve ser excluída, por estar afastada da sala de aula, em virtude
de sua enfermidade.

Para uma criança o ambiente hospitalar é sempre muito desagradável,


justamente porque ela está, muitas vezes, distante dos amigos e da família. E
também porque, em muitos casos, a criança é impedida de brincar neste ambiente,
o que dificulta bastante que ela pratique exercícios e faça atividades e com essas
situações as crianças sentem-se mais debilitadas. O que se pretende, em verdade, é
buscar autonomia a pedagogia Hospitalar, como parte muito especial da Pedagogia,
com sólidos fundamentos de natureza científica nos aspectos teórico-práticos
(MATOS, p.67).

Nesse sentido, ressaltamos que a Pedagogia Hospitalar é uma área delicada de


atuação, portanto, o profissional que deseja trabalhar neste campo precisa ter uma
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formação diferenciada, pois, muitas vezes, ele terá que também lidar com o
sofrimento dessas crianças.

2. Contexto e Fundamentos Legais

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional deu início à


formalização do funcionamento das classes hospitalares, determinando aos
governos “garantir atendimento educacional especializado gratuito aos educandos
com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular. Em 2001, o
Conselho Nacional de Educação, no artigo 13º da Resolução nº2, tratou da
obrigatoriedade do sistema e utilizou, pela primeira vez, a nomenclatura “classe
hospitalar”. Desde então, ficou definido que “os sistemas de ensino, mediante ação
integrada com os sistemas de saúde devem organizar o atendimento educacional
especializados a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de
tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial
ou permanência prolongada em domicílio”. Com base nas regras anteriores, a
Secretaria de educação Especial do MEC (Ministério de Educação e Cultura),
elaborou em 2002 os termos reguladores que detalham o trabalho dentro das
unidades de Saúde, cabendo aos estados e municípios adaptar essa legislação
nacional e traçar orientações específicas para cada rede de ensino.

As atuais Diretrizes Operacionais Nacionais para o Atendimento Educacional


Especializado (BRASIL, 2009) indica no seu sexto artigo: “Em casos de Atendimento
Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada aos
alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação Especial de forma
complementar ou suplementar”.

Neste panorama, consideramos a Pedagogia Hospitalar indispensável para


garantir aos educandos o acesso ao direito à educação pública e esse deve ser
garantido pelo sistema e ensino o qual esteja vinculado, pois além de permitir que o
aluno internado não perca tempo nos estudos e continue acompanhando o currículo
de sua escola, as atividades nas classes hospitalares são apontadas por estudos
como aliadas da recuperação clínica dos estudantes.
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Em uma pesquisa conduzida por Moura (ano), do Instituto Helena Antipoff,


vinculado à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, foram
acompanhadas cinquenta crianças por um mês em três diferentes hospitais da
cidade. A pesquisadora, durante esse período, observou que o grupo que assistia às
aulas teve níveis de estresse menores do que os que não passavam pelo
atendimento, de acordo com uma escala especial para esse tipo de análise.
Informalmente, essa também é uma constatação diária das educadoras que
trabalham com jovens doentes. Em 2000, conforme Hilário (ano), professora do
Hospital do Câncer, a prefeitura de São Paulo deu férias coletivas para todos os
docentes, inclusive os que não atuavam nas unidades regulares. Durante o recesso,
os médicos que cuidavam dos estudantes internados relataram que as crianças
usaram o dobro de analgésicos. “e quando eram perguntadas sobre as dores, elas
não sabiam responder”, diz. Desde então, a classe fica aberta o ano todo, com
esquema de revezamento entre os professores no período de festas.

Na prática, é a equipe médica que deve acionar as secretarias de Educação


assim que um estudante da rede pública dá entrada com alguma doença severa
(para os oriundos da escola particular, é a própria escola que deve providenciar o
serviço).

Apesar de ser chamada tecnicamente de classe, a aula é individual, nos leitos


ou em salas cedidas pela unidade de saúde. Diferentemente de uma escola regular
(onde é possível fazer atividades de longa duração), cada tarefa precisa ter início,
meio e fim no mesmo dia. “É um ritmo estranho. O professor pode planejar tudo
hoje, e, amanhã, o estudante recebe alta e ai tem que se fazer coisas novas para a
próxima criança que chegar”, diz a Professora Geane Yada, do Hospital Darcy
Vargas em São Paulo.

O efeito do ambiente estranho, provocado pelo hospital, pode ser atenuado


adotando-se medidas simples como, por exemplo, pintar as paredes de cores
variadas (tons pastéis) e usar roupas de cores diferentes, tanto as crianças como o
pessoal assistente. Deste modo, pode-ser transformar um estabelecimento
hospitalar estéril num espaço alegre de crianças que, aliado à presença contínua da
mãe (do pai e de outros membros da família), confere a esse adoentado um
ambiente com caráter familiar (Biermann, 1980, p.62).
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3. O profissional de Pedagogia Hospitalar

O pedagogo hospitalar é o profissional responsável por transmitir conhecimentos


às crianças hospitalizadas. É ele quem vai articular as atividades da Pedagogia
Hospitalar aos pequenos pacientes.

Para exercer esta profissão, o profissional precisa ter curso superior em


Pedagogia ou Educação Especial. Além de também, em algumas situações, ser
possível atuar na área com outros cursos de licenciatura, desde que estejam de
acordo com as exigências do Ministério da Educação e Cultura. O MEC criou a
Resolução CNE nº1, em 15 de maio de 2006, e esta, sofreu reformulações nos
currículos dos cursos de licenciatura em Pedagogia. Antes dessa Resolução, os
pedagogos só podiam exercer seus trabalhos nos moldes da educação formal, ou
seja, dentro das salas de aula.

A Resolução CNE nº 1 no Art. 4º traz o seguinte texto:

O Curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se a formação


de Professores para exercer funções de magistério na
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
nos cursos de Ensino Médio na modalidade normal de
Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e
em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos. (BRASIL, 2009)

Terminar...

5 - Considerações Finais:

Consequentemente a Pedagogia Hospitalar mostra sua importância através da


pesquisa feita para esse trabalho quando vemos a possibilidade em tirar as crianças
e adolescentes enfermos de um processo que as excluíam e comprometiam-nas
num futuro ainda que não estivesse definido e almejado por elas. Assim conclui-se
ser uma desafiante oportunidade para que apesar das enfermidades e, ou
limitações, as crianças e adolescentes possam continuar exercendo seu direito de
cidadãos mesmo com alguma impossibilidade devido à internação. É salutar
lembrarmos que com o passar dos anos novos passos foram dados com a
Constituição de 1988, a Declaração de Salamanca 1, de 1994, e a LDB (Lei das
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Diretrizes e Bases de 1996). Assim chegamos ao Plano Nacional de Educação


(PNE) que assegura um “sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e
modalidades”. Esse trabalho debruça sobre a importância e relevância da Pedagogia
no exercício pleno da sua função que é educar, doar, e ensinar, mostra também que
toda a dedicação com a criança e o adolescente em situação de necessidade quer
seja no aprendizado, na saúde e no seu bem estar deve estar atrelado com
profissionais capacitados e empenhados em contribuir e dedicar parte de sua vida
para que esses jovens obtenham condições de dar continuidade em seus estudos
após a recuperação e retorno a sala de aula.

O educador traz para o educando a perspectiva de sair do anonimato e


desabrochar e acreditar que com a capacidade de desenvolvimento intelectual
adquirida através do aprendizado e a dedicação recebida até mesmo nas horas mais
difíceis como mostra o conteúdo do referido trabalho ele conseguirá novamente
retomar as suas atividades dentro da sua rotina escolar.

REFERÊNCIAS:

BRASIL – Lei 9394 - LDB- Lei das Diretrizes e Bases da Educação, de 20 de


Dezembro de 1996. Disponível em www.educarparacrescer.abril.com.br

BRASIL. Resolução nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009. Diretrizes Operacionais


para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade
Educação Especial.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf. Acesso em
21/08/2016.

BRASIL. Resolução CNE/CP 1/2006. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de maio


de 2006, Seção1, p.11. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp0106.pdf

ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância – Instituição Cursos 24


horas
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UNESCO- Declaração de Salamanca- Sobre Princípios, Políticas e práticas nas


áreas das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>

MATOS, Elizete. Pedagogia Hospitalar – A Humanização integrando educação e


saúde- 7ª Ed. Petrópolis – RJ - Vozes,,2014

Revista Nova Escola Ed. 220 – Março, 2009 Ensino nas horas difíceis Disponível
em: www.revistaescola.abril.com.br

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