Você está na página 1de 25

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVO

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PROJETO INTERDISCIPLINAR 2023.2

Adrielle Cassiano de Santana


Alessandra Silva dos Santos
Carla Stefanny Ferreira dos Prazeres
Emmanuelle Valois de Vasconcelos
Julia Karine Gomes dos Santos
Jessyca Karollyna Lima da Silva
Thais Belarmino Benício
Mateus da Silva Ribeiro
Wanusi Figueiredo Souza

PROJETO INTEGRADOR EXTENSIONISTA: 1º PERÍODO

OLINDA
2023
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA PEDAGOGIA HOSPITALAR

Autor: Carla Stefanny Ferreira dos Prazeres (Uninovo) Co-autores: Adrielle Cassiano
de Santana (Uninovo); Alessandra Silva dos Santos (Uninovo); Emmanuelle Valois
de Vasconcelos (Uninovo); Julia Karine Gomes dos Santos (Uninovo); Jessyca
Karollyna Lima da Silva (Uninovo); Thais Belarmino Benício (Uninovo); Mateus da
Silva Ribeiro (Uninovo); Wanusi Figueiredo Souza (Uninovo);

INTRODUÇÃO

Mesmo não apresentando as mesmas características da escola, por


exemplo, a estrutura física, a rotina das aulas e a turma, a Classe
Hospitalar procura trabalhar com os mesmos conteúdos
programáticos e a mesma sistematização da escola regular, criando
um espaço de interação onde o aluno se sinta desafiado e
estimulado a solucionar problemas, desenvolver o raciocínio e
pensar criticamente. (MENEZES, 2004, pág. 11)

A partir daí podemos falar em escola no hospital, contando com profissionais


com formação em nível de pós-graduação e qualificação pedagógica para o
exercício dessa modalidade de ensino. A criação de classes hospitalares é, além de
outros fatores, resultado do reconhecimento formal de que crianças hospitalizadas,
independente do período de permanência na instituição, precisam de medidas
educativas e possuem direitos de cidadania, inclusive acesso à escolarização
formal.
A Pedagogia Hospitalar trata-se de uma forma alternativa de educação
continuada, diferente do padrão formal, pois o atendimento se adapta de acordo com
as necessidades especiais da saúde do educando, dentro de um ambiente
hospitalar.
Em 1935 a Pedagogia Hospitalar surgiu, quando foi inaugurada por Henri
Sellier a primeira escola para crianças com enfermidades, nas proximidades de
Paris, seu exemplo foi seguido na Alemanha, França, se estendendo em toda
Europa e Estados Unidos. Inicialmente o objetivo da criação foi de suprir as
dificuldades das crianças com tuberculose. Porém, com a demanda de crianças e
adolescentes feridos por conta da guerra, houve uma necessidade maior de pessoas
capacitadas para esta área. Em 1939 surgiu o cargo de professor Hospitalar com o
ministério da educação na França.
No Brasil a Pedagogia Hospitalar se iniciou em 1950, no estado do Rio de
Janeiro, no Hospital Municipal Jesus, e a sua primeira educadora foi Lecy Rittmeyer.
Porém, apenas 44 anos depois, no ano de 1994, foi reconhecida no Brasil,
pelo Ministério de educação e desporto a Classe Hospitalar, por conta do (ECA)
Estatuto da Criança e do adolescente (1990) e a Lei das Crianças e Adolescentes
Hospitalizados (1995).
A legislação é clara quando diz que a educação é direito de toda criança e
adolescente e isso inclui as crianças hospitalizadas. No ano de 2002 o Ministério da
Educação criou o documento “Estratégias e Orientações para Atendimento em
Classes Hospitalares”, onde é garantido para as crianças hospitalizadas o acesso à
educação. Neste documento descreve-se como classe hospitalar o atendimento
pedagógico-educacional dentro de ambientes onde haja tratamento de saúde,em
casos de internação, nos atendimentos hospitalares ou domiciliar de um dia, de
semanas ou quando há serviço integral de atenção à saúde mental.
A Pedagogia Hospitalar se encontra na modalidade da Educação Especial,
tendo como suas principais características as atividades de classes hospitalares e
atendimento domiciliar para crianças e adolescentes em tratamento de saúde.
No intuito de garantir o direito à educação das crianças hospitalizadas no
Brasil, criou-se o decreto de lei nº. 1044, de 24 de outubro de 1969, que legisla a
respeito da Educação Hospitalar, em seu art. 1º cita:

São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de


qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas,
infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando
distúrbios agudos ou agonizantes, caracterizados por: a) incapacidade física
relativa, incompatível com a frequência aos trabalhos escolares; desde que
se verifique a conservação das condições intelectuais necessárias para o
prosseguimento da atividade escolar em novos moldes; b) ocorrência
isolada ou esporádica; c) duração que não ultrapasse o máximo ainda
admissível, em cada caso, para a continuidade pedagógica de aprendizado,
atendendo a que tais características se verificam, entre outros, em casos de
síndromes hemorrágicos (tais como hemofilia), asma, pericardites, afecções
osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, etc. (BRASIL, 1969)

OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL

Investigar e apresentar a aplicação da Pedagogia Hospitalar como ferramenta


de auxílio para estudantes do Ensino Médio na escolha profissional.
Especificamente, o estudo foi focado em escolas estaduais situadas no bairro de
Peixinhos, Olinda-PE.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar as demandas e desafios enfrentados por estudantes do Ensino
Médio em escolas estaduais, no processo de escolha profissional.
Examinar a importância da orientação profissional como um componente
integral do processo educacional, visando fornecer suporte e esclarecimento
aos estudantes. Investigar o papel e as práticas da Pedagogia Hospitalar,
destacando sua aplicação específica em ambientes hospitalares e de home
care.
Explorar como a Pedagogia Hospitalar pode contribuir para a formação e
orientação profissional de estudantes, oferecendo ferramentas e estratégias
que facilitem a compreensão das possíveis carreiras.
Identificar possíveis benefícios da integração da Pedagogia Hospitalar no
contexto educacional das escolas estaduais de Peixinhos, Olinda-PE, visando
o apoio eficaz aos estudantes no processo de escolha profissional.

REFERENCIAL TEÓRICO

1. História e Evolução da Pedagogia Hospitalar

A história da pedagogia hospitalar é uma jornada fascinante que evidencia o


poder da educação em transcender as barreiras físicas e emocionais que os
pacientes enfrentam durante sua estadia em hospitais. O conceito de educar
crianças e adolescentes doentes remonta a séculos atrás, quando as sociedades
reconheceram a importância de oferecer mais do que apenas cuidados médicos.
Na antiguidade, aprendizes e filósofos visitavam pacientes para compartilhar
conhecimento e sabedoria, proporcionando alívio para a solidão e o desconhecido
que muitas vezes acompanham a doença. No entanto, foi apenas no século XX que
a pedagogia hospitalar começou a se consolidar como uma disciplina distinta.
O trabalho pioneiro de educadores e médicos, como Janusz Korczak e René
Sand, foi fundamental para dar forma à pedagogia hospitalar moderna. Eles
perceberam que, mesmo nas condições mais desafiadoras, a educação poderia
oferecer uma sensação de normalidade, estimular o desenvolvimento cognitivo e
emocional, e preparar as crianças para a reintegração na sociedade.
À medida que o campo evoluiu, novas abordagens pedagógicas e tecnologias
emergiram para atender às necessidades dos pacientes hospitalizados. Hoje, a
pedagogia hospitalar não se limita apenas ao ensino presencial, mas também inclui
a educação a distância e recursos digitais que permitem a continuidade do
aprendizado, independentemente das circunstâncias.
Além disso, a pedagogia hospitalar não se restringe apenas ao ensino formal.
Ela abraça a arte, a música, o brincar e outras formas de expressão criativa,
reconhecendo que o bem-estar emocional é tão importante quanto o intelectual
durante a recuperação.
A integração da educação no ambiente hospitalar é um processo que evoluiu
ao longo do tempo, passando por diferentes fases e enfrentando desafios
específicos. Pode-se observar alguns marcos históricos destacam-se nesse
percurso:

Década de 1950: Primeiras Iniciativas

Durante a década de 1950, surgiram as primeiras iniciativas para


proporcionar educação a crianças hospitalizadas. Professores visitavam hospitais
para oferecer instrução educacional a crianças que não podiam frequentar a escola
devido a doenças ou lesões.

Década de 1970: Reconhecimento Institucional

Na década de 1970, houve um reconhecimento mais formal da importância da


educação hospitalar. Instituições médicas e educacionais começaram a colaborar
para desenvolver programas educacionais mais estruturados para crianças e
adolescentes hospitalizados.

1980-1990: Legislação e Normatização

Nos anos 1980 e 1990, vários países começaram a desenvolver legislação


específica para garantir o direito à educação para crianças hospitalizadas. Normas e
diretrizes foram estabelecidas para promover a continuidade da educação durante a
hospitalização.

Década de 1990: Crescimento de Programas Especializados

Durante a década de 1990, houve um aumento no estabelecimento de


programas educacionais especializados em hospitais. Escolas hospitalares e
professores especializados passaram a desempenhar um papel mais proeminente
na integração da educação no ambiente hospitalar.

Século XXI: Tecnologia e Inovação

No século XXI, a tecnologia desempenhou um papel significativo na educação


hospitalar. O uso de tecnologias de comunicação e aprendizado online permitiu que
pacientes hospitalizados continuassem seus estudos de forma virtual,
conectando-se com professores e colegas remotamente.

Reconhecimento Internacional

O reconhecimento da importância da educação hospitalar se tornou uma


preocupação internacional. Organizações e iniciativas internacionais começaram a
promover a integração da educação no cuidado hospitalar como parte essencial do
bem-estar integral dos pacientes.

Pesquisas e Desenvolvimento de Práticas Efetivas

No decorrer das últimas décadas, houve um aumento nas pesquisas sobre


práticas efetivas de educação hospitalar. Isso inclui a identificação de abordagens
pedagógicas adaptadas às necessidades específicas dos pacientes hospitalizados.

Advocacia por Direitos Educacionais

Grupos de defesa pelos direitos educacionais de crianças hospitalizadas e


suas famílias têm desempenhado um papel crucial na promoção de políticas que
garantam o acesso à educação durante o período de hospitalização.

Esses marcos refletem a evolução da educação hospitalar, destacando a


importância crescente atribuída a essa área ao longo do tempo. À medida que a
compreensão sobre as necessidades educacionais dos pacientes hospitalizados
continua a crescer, espera-se que novas abordagens e inovações surjam para
melhorar ainda mais a integração da educação no ambiente hospitalar. A pedagogia
hospitalar é um testemunho inspirador de como a educação pode florescer nos
lugares mais inesperados, fornecendo esperança e oportunidade a crianças e jovens
enfrentando desafios de saúde. É uma área de atuação que nos lembra que, mesmo
nas circunstâncias mais difíceis, o conhecimento e o aprendizado continuam a
iluminar o caminho para um futuro melhor, e nos mostra que ter esperança é como
diria Freire ESPERANÇAR.

2. O Papel do Pedagogo Hospitalar

O pedagogo hospitalar desempenha um papel crucial na integração da


educação no ambiente hospitalar, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo,
emocional e social de crianças e adolescentes que estão enfrentando doenças ou
lesões. Seu trabalho envolve uma abordagem multidisciplinar, integrando-se aos
cuidados de saúde e adaptando métodos pedagógicos às condições específicas do
ambiente hospitalar.
Além do pedagogo ser essa ponte entre o estudante e a escola,ele também é
um grande aliado da equipe de saúde,por contribuir para melhorar
emocional,psíquica,física e social do aluno/ paciente.
A atuação do pedagogo tem como finalidade acompanhar a criança ou
adolescente no período de ausência escolar,internados em instituições hospitalares.
O pedagogo deverá ter estratégias de planejamento de aula, lembrando da
realidade do aluno que é estar em um hospital, isto é importante para o aluno ter um
ambiente diferente, como uma sala de aula em um hospital.
Em geral o pedagogo hospitalar não trabalha sozinho, ele trabalha em
conjunto com os professores do estudante internado para saber onde a
aprendizagem estacionou, identificar os pontos fortes e fracos do aluno, e ajudá-lo a
se desenvolver da melhor forma possível.
Para Fontana; Salamunes, 2009, p. 58 Apud Silva; Aline da Conceicao
da, 2018, p.29)

A criança e o adolescente hospitalizados enfrentam um período em que sua


maneira de ser e estar encontram-se temporariamente modificada. Nesse
processo, a intervenção pedagógica auxilia a criança e o adolescente a
darem um significado diferente a esse momento de suas vidas. Esse novo
significado é possível através de dinâmicas pedagógicas e interações com a
família e a escola.

3. Adaptação Curricular

3.1. Desenvolvimento de Currículo Adequado ao Ambiente Hospitalar

O desenvolvimento de um currículo adequado ao ambiente hospitalar requer


uma compreensão profunda das condições de saúde dos pacientes, bem como das
práticas pedagógicas que se adequam a esse contexto específico.

Diagnóstico Educacional

- Realizar um diagnóstico educacional individualizado para cada paciente, levando


em consideração seu nível de escolaridade, habilidades cognitivas e emocionais, e o
impacto da doença no processo de aprendizagem.

Adaptação Curricular

- Modificando o currículo padrão para atender às limitações físicas, emocionais e


temporais dos pacientes hospitalizados. Utilizar estratégias pedagógicas
diferenciadas, como recursos audiovisuais, jogos educativos e atividades práticas
que se adequem às condições de saúde de cada paciente.

Colaboração Interdisciplinar
- Estabelecer uma colaboração estreita entre professores, profissionais de saúde e
familiares para obter informações abrangentes sobre as necessidades educacionais
e de saúde de cada paciente. Integrando atividades educacionais às práticas
terapêuticas e médicas para criar um ambiente de aprendizado holístico.

Flexibilidade no Ensino

- Adaptar o horário de ensino de acordo com o estado de saúde dos pacientes,


considerando momentos em que estão mais alertas e receptivos. Oferecendo
sessões de ensino individualizadas, permitindo que cada paciente avance no seu
próprio ritmo.

Tecnologia Assistiva

- Integre tecnologias assistivas para superar barreiras físicas e cognitivas. Isso pode
incluir o uso de tablets, softwares educacionais interativos e dispositivos de
comunicação alternativa.

3.2 INDIVIDUALIZAÇÃO DO ENSINO PARA ATENDER AS NECESSIDADES DE


CADA PACIENTE

Plano de Aprendizagem Individual

- São desenvolvidos planos de aprendizagem individualizados que levam em conta


as metas educacionais, as limitações de saúde e as preferências de aprendizado de
cada paciente.

Avaliação Contínua

- São realizadas avaliações contínuas para monitorar o progresso de cada


paciente e assim o currículo é ajustado conforme necessário. Métodos de avaliação
flexíveis que considerem as condições de saúde e as habilidades específicas de
cada aluno
Atenção às Questões Emocionais

- As questões emocionais dos pacientes, integrando práticas de bem-estar


emocional no ambiente educacional são constantemente identificadas, reconhecidas
e abordadas. Também é importante oferecer suporte psicológico e incentivar
atividades que promovam o equilíbrio emocional, como a expressão artística.

Envolvimento Familiar

- A família precisa ser incluída no processo educacional, para isso é preciso que o
educador forneça orientações sobre como apoiar o aprendizado do paciente durante
sua estadia no hospital.Ao adotar uma abordagem individualizada e flexível, a
pedagogia hospitalar pode proporcionar uma educação significativa e adaptada às
necessidades de cada paciente, contribuindo para seu desenvolvimento acadêmico
e emocional, mesmo em um ambiente desafiador como o hospitalar.

4. Metodologias de Ensino

O professor deve se adaptar a realidade em que a criança se encontra no


hospital como a uma área disponível para a realização das atividades lúdicas
pedagógicas, recreativas,densidade de leitos na enfermaria pediátrica e dinâmica da
utilização do espaço (BRINQUEDOTECA), adaptar agenda de horários ser bem
flexível por conta do tratamento. Segundo CUNHA (2001) diz que as formas de
convivência democrática encorajam a autonomia e estimulam o amadurecimento
emocional. E que nesse espaço tão especial que é a brinquedoteca, a criança pode
conhecer novos tipos de relacionamento entre as pessoas de forma prazerosa e
enriquecedora.
O profissional deve ser bem criativo, trazendo não só jogos e brincadeiras,
mas também utilizar da tecnologia e os espaços disponibilizados para fazer
dinâmica, fazer com que eles mesmo produzam seus próprios materiais e jogos.
Mas, sabemos que para que isso aconteça, é necessário ter a parceria com os
médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais que são
pais ou responsáveis.

5. Aspectos Psicossociais e Emocionais

Ao ser detectada a presença de doença crônica e/ou grave, que não exista
cura ou que exista tratamento de longa duração acaba afetando diretamente a rotina
e visão da vida da criança ou adolescente que se encontra internado em hospitais. O
processo de psicossocial que se enquadra no fluxo de saúde -> doença >
tratamento, pode incluir nesse cenário o afastamento de casa, da família, dos
amigos e também da escola, para a partir daí haver uma dedicação em buscar a
estabilização da doença e em seguida a cura.

Esse processo de mudança negativa no dia a dia da criança/adolesceste traz


uma carga emocional muito grande para lidar, uma vez que em um momento estão
agindo ativamente em sua vida e de repente irão se deparar totalmente passivos nos
aspectos de sua vida. Todos esses fatores podem representar um desequilíbrio
grande, pois o diagnóstico de uma doença grave pode resultar em um tratamento
que geralmente é doloroso, de longa duração, podendo ser incerto e que muitas
vezes pode ocasionar efeitos colaterais que modifiquem alguma parte de seu corpo,
podendo até exigir um afastamento ou até isolamento total dos familiares e amigos,
o que pode deixar o paciente fragilizado emocionalmente e muitas vezes sem
perspectiva de vida. De acordo com ALBERTONI (2014, P.45):

Muitas vezes, sem compreender exatamente o que se passa ao adoecer, a


criança percebe que algo importante ocorre com seu corpo, examinado com
frequência por médicos e pela equipe da saúde instrumentalizada por
aparelhos que lhes são pouco familiares, como cateteres, instrumentos de
medição arterial, entre tantos outros menos conhecidos. Impossibilitada de
realizar suas atividades rotineiras como brincar, correr e participar das aulas
de educação física, crianças nessas circunstâncias associam tais proibições
com sentimentos de angústia e frustração pelas quebras de continuidade em
seus desejos e anseios, passando a ter suas vidas regidas pelas suas
condições de saúde (ALBERTONI, 2014, p. 45).
A criança/adolescente se vê invadida em sua rotina por procedimentos
dolorosos e assustadores, passando a perceber sua vida social sendo totalmente
substituída pelas idas constantes aos hospitais e clínicas ou até mesmo internados
dentro desse ambiente. Um dos pontos que pesam muito nesse período de
internação/tratamento é a interrupção da vivência escolar, onde existem os estudos,
relações com os amigos, brincadeiras etc.

Por esse motivo o papel do Pedagogo Hospitalar é extremamente necessário


e importante, pois ele fará o papel de interagir com a equipe de saúde para entender
cada situação e assim preparar uma aula totalmente voltada para aquele aluno em
um formato inovador, criativo, lúdico e divertido, fazendo inclusão daquele paciente
na educação podendo fornecer para o aluno que se encontra lutando pela sua saúde
um momento de “suspiro” daquele ambiente em que se encontra.

Esse papel inclusive, é muito bem estudado pelo Pedagogo Hospitalar junto a
equipe de saúde, pois nesse processo pode ocorrer de a criança ficar debilitada que
possam impedir seus movimentos e até atividades cotidianas. Dentro do hospital,
dependendo do estado de saúde da criança e suas respectivas particularidades, o
professor(a) pode levá-la para uma classe hospitalar para que lá possa haver uma
interação com outras crianças com condições de saúde parecidas, tirando-o um
pouco de um quarto/enfermaria solitária e dolorosa, proporcionando, por um
determinado espaço de tempo, a mudança do estado de paciente para estudante.

6. Colaboração Interdisciplinar

Compreendemos que o pedagogo dentro de um ambiente hospitalar, têm um


papel primordial na vida e no processo educacional da criança (paciente) que se
encontra por um longo período afastada da sua atividade e ambiente escolar.
A sua função é auxiliar o aprendizado e atuar oferecendo uma inclusão, permitindo
que a criança dê continuidade ao seu processo educacional da mesma forma que
estivesse dentro do âmbito escolar, isso diminuindo o índice de reprovação.
Esse pedagogo, sendo incluído na equipe multidisciplinar, será um forte
aliado para a equipe de saúde, pois contribuirá para o fortalecimento emocional,
físico, psíquico e social da criança (paciente). Com isso os ganhos pedagógicos de
forma positiva poderão diminuir o tempo de internação e reabilitação. Essa relação
entre o pedagogo junto a equipe médica hospitalar, precisa ser de muita confiança,
parceria e comunicação para que se colham dados claros sobre a condição do
paciente e outro aspecto, ou seja, precisa de muita transparência na troca de
informações objetivas.

7. Desafios e Barreiras

Alguns desafios da docência na Pedagogia hospitalar: direito negado,


desvalorização da Pedagogia Hospitalar; relação com sofrimento e morte; relação
pedagogo e família; ausência da estrutura física e de profissionais qualificados.

Direito Negado:A classe hospitalar é um direito de todas as crianças internadas,


porém não se concretiza em todos os hospitais, assim sendo um direito negado aos
cidadãos.

Desvalorização: Resultante da falta de educadores operantes nessa área.

Relação com sofrimento e morte:

Para Zorzo (2004, p.25),

A situação de morte de um paciente exige uma atitude de escuta,


envolvimento, senso crítico e acolhimento, para a qual o professor muitas
vezes não está formado, representando limitações para a perspectiva de
humanização das práticas em saúde. Deparar-se com o sofrimento do outro
pode ser uma experiência “humanizadora”, mas esta situação de morte
vivida pelo pedagogo hospitalar é vista como um momento difícil.
Tendo em vista, que nem todos os profissionais têm acompanhamento com
psicólogo e não estão preparados mentalmente para situações como esta.

Relação pedagogo e família: A Pedagogia hospitalar coloca o professor e


pedagogo como uma ponte entre os desejos, decepções, medos, ansiedades, e um
receio do aluno/paciente com a vida fora do ambiente ambulatorial.

Ausência de estrutura física: A condição física tem um ar fundamental no


desempenho do professor na classe hospitalar. Tendo em vista que é necessária
uma sala de aula adaptada ao ambiente hospitalar para melhor atender crianças e
adolescentes internados temporariamente ou permanentemente garantindo o vínculo
com a escola e ajudando no seu desempenho até o retorno ao ambiente escolar.

Ausência de profissionais qualificados: Para atuar na área da pedagogia


hospitalar o pedagogo precisa ter graduação em pedagogia com algum curso
extensivo na área e, além disso, disposição para enfrentar desafios diários com
bastante criatividade.

8. Avaliação e Monitoramento do Progresso

Os professores disponibilizam ao aluno jogos e materiais de apoio que


possam ser manuseados e transportados com facilidade. Ex: Prancha com
presilhas, suporte para lápis e papel, vídeos educativos e softwares educativos,
como por exemplo:

Ardora: um ambiente de criação de atividades educacionais desenvolvida na


plataforma Java.
Claroline: ferramenta de ensino a distância e de trabalho colaborativo. Ela cria
informações online.
Edmodo: É uma rede educacional social que permite a comunicação entre alunos e
professores de forma gratuita.
As avaliações são feitas de forma individual pois cada aluno demanda um
currículo diferente e adaptado para sua situação clínica. O professor deve ser
bastante paciente e se adaptar à realidade em que a criança se encontra no
hospital. Assim como: área disponível para a realização das atividades lúdicas
pedagógicas, recreativas; saber como está a densidade de leitos na enfermaria
pedagógica e dinâmica na utilização do espaço. E não menos importante, fazer com
que a criança se adapte a agenda de horários.
Muitas vezes a criança tem uma piora em seu estado clínico e não pode
participar das aulas, e cabe aos educadores adaptarem a sua forma de mediar essa
obtenção de novos conhecimentos pelo educando. Levando em consideração
também as condições psicológicas de cada criança, o momento de aprendizagem
influencia diretamente sobre o estado emocional, muitas vezes ajudando-as a ter um
momento de alívio em meio às intempéries que foram acometidas.

9. Experiências e Práticas

O projeto bem sucedido na pedagogia hospitalar, que nos chamou muito a


atenção foi a sala semear, através da Prof Silene Cabral tivemos a chance de ver e
ouvir sobre como esse projeto é "por dentro".
A experiência e vivência por ela relatada nos mostra o impacto que tem na
passagem daqueles educandos-pacientes pelo ambiente hospitalar, proporcionando
educação, descontração, e um alívio para aquela realidade vivida. Alguns
depoimentos dos próprios pacientes mostrando o quão é importante a classe
mesmo dentro de um hospital, familiares e inclusive os profissionais envolvidos para
o cuidado daqueles educandos-pacientes.
As atividades desenvolvidas na Pedagogia Hospitalar cuidarão do
atendimento pedagógico de crianças e jovens em idade escolar internados, há
também acompanhamento pedagógico domiciliar, dando assistência de forma
humanizada aos pacientes tanto na área da Saúde , como na área da Educação.
Além de trazer um pouco mais de segurança quanto na sua vida após a
hospitalização. O pedagogo inserido no hospital será um forte aliado para equipe de
saúde, contribuindo para a condição emocional, psíquica, física e social do aluno(a)
paciente. Favorecendo na diminuição do período de internação e garantindo o direito
à educação, auxiliando na reabilitação da saúde e da educação.

10. Perspectivas Futuras

A pedagogia hospitalar está evoluindo para atender melhor às necessidades


das crianças hospitalizadas, promovendo o acesso à educação de qualidade e
integrando-se às inovações tecnológicas e práticas interdisciplinares. Com um foco
contínuo na qualidade, acessibilidade e inclusão, essa área tem um potencial
significativo de expansão e aprimoramento no futuro.
À medida que a educação e a medicina continuam a avançar, as perspectivas
futuras da pedagogia hospitalar também são promissoras, alguns exemplos que
podemos citar são a tecnologia integrada à educação, o currículo individual.

● Tecnologia educacional avançada: Com o avanço da tecnologia, surgem


oportunidades para aprimorar os serviços educacionais em ambientes de
saúde. Por exemplo, o uso de dispositivos eletrônicos, como tablets e
computadores, permite que crianças e jovens hospitalizados tenham acesso a
conteúdos educacionais interativos e personalizados.

● Ensino à distância: A modalidade de ensino à distância pode ser uma


excelente alternativa para levar educação a crianças e jovens hospitalizados.
Plataformas de videoconferência e materiais educacionais online podem
ajudar na manutenção do aprendizado, mesmo quando os estudantes não
podem estar presentes fisicamente na sala de aula.
● Colaboração entre profissionais de saúde e educadores: Uma perspectiva
promissora é a colaboração mais estreita entre profissionais de saúde e
educadores. Isso envolve o compartilhamento de informações e a
sincronização de tratamentos médicos com as necessidades educacionais
dos alunos. Essa colaboração integrada proporciona um ambiente mais
completo e cuidadoso para o desenvolvimento acadêmico dos estudantes.

● Integração da educação ao cuidado médico: A pedagogia hospitalar pode


ser completamente integrada ao cuidado médico, garantindo que a educação
seja vista como parte essencial do tratamento de saúde. Isso se traduz em
um currículo personalizado, adaptado às circunstâncias de cada paciente, e
que leve em consideração suas necessidades educacionais, limitações físicas
e emocionais.

Em relação ao potencial de expansão e aprimoramento dos serviços


educacionais em ambientes de saúde, é importante destacar que essa área tem
muito a crescer. Com um maior reconhecimento das necessidades educacionais das
crianças e jovens hospitalizados, é possível ampliar a atuação da pedagogia
hospitalar para mais instituições de saúde, garantindo acesso à educação de
qualidade para um número cada vez maior de estudantes.
Além disso, o aprimoramento dos serviços educacionais em ambientes de
saúde requer investimento e formação adequada de profissionais. Capacitar
educadores e equipes de saúde para trabalhar em conjunto e desenvolver
estratégias educacionais eficazes é fundamental para melhorar o aprendizado e o
bem-estar dos estudantes que enfrentam condições de saúde desafiadoras.
As perspectivas futuras da pedagogia hospitalar envolvem o uso da
tecnologia, a colaboração entre profissionais, a integração da educação ao cuidado
médico e a expansão dos serviços educacionais em ambientes de saúde. Essas
tendências e inovações têm o potencial de oferecer uma educação de qualidade e
apoio integral para crianças e jovens hospitalizados.

METODOLOGIA

A natureza da pesquisa foi mista, pois foram utilizados conteúdos


bibliográficos e entrevista com a Pedagoga Hospitalar que veio a convite da
coordenação de pedagogia com o projeto Ler em toda parte, também visita à escola.
De acordo com TASHAKKORI e TEDDLIE (2003, p.8):

Os métodos mistos de pesquisa são definidos como um processo de


recolhimento, análise e “mistura” de dados quantitativos e qualitativos
durante determinado estágio da pesquisa em um único estudo. O método
misto tem por objetivo compreender melhor o problema de pesquisa.

A turma foi inicialmente dividida em 5 grupos, cada grupo escolheu um campo


de atuação do pedagogo. Nosso grupo escolheu a atuação do pedagogo na
pedagogia hospitalar. Fizemos reuniões periódicas via meet e presenciais para
determinar nossos futuros propósitos e metas individuais. Primeiramente, cada
integrante pesquisou sobre a pedagogia hospitalar no geral, fizemos uma roda de
conversa com finalidade de discutir os resultados de nossas pesquisas prévias.
Posteriormente estruturamos, em conjunto, a nossa pesquisa e delegamos a cada
um o objetivo de se aprofundar nos aspectos pertinentes ao tema pesquisado.

A pesquisa de campo foi efetuada no dia 16 de novembro, no turno da noite,


das 19h às 20h30, em uma Escola Estadual de Referência do Município de Olinda,
com duas turmas do 3º ano médio, com 45 alunos cada. O contato inicial com a
coordenadora da escola ocorreu no dia 26 de outubro pela professora orientadora
Marielle Azoubel com a gestão da escola via telefone e posteriormente visita ao
local, em seguida marcando a nossa data de intervenção.
Nosso grupo dividiu-se para atender as duas turmas, pudemos observar que
para os alunos a pedagogia restringia-se apenas a sala de aula, ao professor de
ensino fundamental, muitos também não sabiam dos direitos que as crianças e
adolescentes em idade escolar possuem, portanto não sabiam ter direito a
continuidade de ensino durante períodos longos de convalescença. Quando fizemos
a pergunta: “Quem aqui vai fazer pedagogia?” apenas um aluno levantou o braço, e
ao final da nossa intervenção, mostrando a eles outros campos de atuação da
pedagogia, outros demonstraram interesse na área.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante nosso processo de pesquisa nós tivemos a grata surpresa de


conhecer uma área até então desconhecida para os integrantes do grupo, enquanto
as pesquisas bibliográficas eram feitas, fomos descobrindo gradativamente o
processo de construção dessa área de atuação do pedagogo, fizemos uma imersão
histórica. Ao ouvir as experiências e vivência de uma pedagoga atuante tivemos a
dimensão da importância e essencialidade deste campo de atuação. Infelizmente
também fomos apresentados ao lado difícil e triste dessa área, para além das
dificuldade de falta de espaço físico designado em todos os hospitais, temos o peso
de lidar com o fim da vida de crianças e adolescente, mas entendemos que por
muitas vezes aquele momento de aprendizado também se torna um escape da
realidade por eles vivida.
Nosso contato com a gestão da escola a qual fomos designados nos trouxe a
sensação de acolhimento. Fomos bem recebidos pelo corpo docente e pudemos
observar que a gestão tem um relacionamento aberto com os alunos da instituição,
vimos adolescentes à vontade com seus respectivos professores, coordenação e
gestão.
Ao encontrarmo-nos em sala de aula, pudemos observar a surpresa deles ao
descobrirem que não, a pedagogia não se prende apenas ao campo de atuação
escolar, neste momento pudemos observar que tínhamos total atenção e até mesmo
certa admiração deles. Se para nós que decidimos estudar pedagogia não
conhecíamos tal campo de atuação, para esses alunos trouxemos novos horizontes
e expectativas de novas áreas de atuação no mercado de trabalho. Considerando
que nosso contato foi feito com alunos em idade vestibulanda, nos sentimos
recompensados ao ver que contribuímos em algo nessa etapa em que eles se
encontram na vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o processo de planejamento, pesquisa e execução do nosso projeto
pudemos observar que a presença da pedagogia hospitalar desempenha um papel
fundamental no processo de recuperação de crianças e adolescentes hospitalizados,
transcendendo as fronteiras físicas das salas de aula convencionais para oferecer
um ambiente educacional enriquecedor e terapeuticamente eficaz. Nesse contexto,
é crucial destacar a importância dessa abordagem multifacetada, que vai além do
tratamento médico tradicional, influenciando positivamente diversos aspectos do
bem-estar desses jovens pacientes.

A educação no ambiente hospitalar emerge como uma ferramenta poderosa


para manter a normalidade em meio a circunstâncias desafiadoras. Ao proporcionar
um ambiente educacional estruturado, a pedagogia hospitalar contribui para criar
uma rotina consistente, fornecendo estabilidade e um senso de normalidade durante
o período de tratamento. Isso é particularmente relevante, já que a rotina escolar
pode oferecer um contraponto valioso às incertezas e interrupções inerentes à
hospitalização, auxiliando na manutenção da saúde mental e emocional dos
pacientes. Além disso, a educação desempenha um papel crucial no estímulo ao
desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças e adolescentes hospitalizados.

O processo de aprendizagem não apenas proporciona conhecimento


acadêmico, mas também promove a continuidade do desenvolvimento intelectual e
social. Estímulos cognitivos provenientes da educação podem auxiliar na
preservação das habilidades mentais, prevenindo regressões cognitivas que podem
ocorrer devido à falta de estimulação.

Do ponto de vista emocional, a pedagogia hospitalar atua como um


catalisador para a expressão criativa, socialização entre os colegas de classe e a
construção de relações significativas com os educadores. Essas interações não só
oferecem um senso de normalidade, mas também se mostram eficazes na mitigação
do isolamento social que frequentemente acompanha o processo de hospitalização.
A construção de uma comunidade educacional no ambiente hospitalar proporciona
um espaço seguro para a expressão de sentimentos, medos e esperanças,
contribuindo para o desenvolvimento emocional saudável dos pacientes.

Ao integrar a pedagogia hospitalar no plano de cuidados, cria-se uma


perspectiva mais positiva durante o período de tratamento. A educação oferece às
crianças e adolescentes hospitalizados a oportunidade de visualizar um futuro além
das circunstâncias imediatas da doença, cultivando aspirações e metas que
transcendem o ambiente hospitalar. Essa visão otimista pode desempenhar um
papel vital no processo de recuperação, fornecendo um incentivo adicional para
enfrentar os desafios associados ao tratamento médico.

Ao fim pudemos ter a certeza que a pedagogia hospitalar não é apenas uma
extensão do sistema educacional tradicional, mas uma ferramenta abrangente que
contribui significativamente para o bem-estar integral de crianças e adolescentes
hospitalizados. Ao manter a normalidade, estimular o desenvolvimento cognitivo e
emocional, e proporcionar uma perspectiva positiva, a educação no ambiente
hospitalar se torna uma aliada essencial no caminho da recuperação desses jovens
pacientes.

Fazer esse projeto nos mostrou que nossos papéis como pedagogos vai para
além do “mediar o conhecimento”, esse projeto trouxe a nós a sensação de ser
necessário, de ser essencial no processo de ter esperança, de sentir que a vida
continuará para além daquele momento e processo pelo qual a criança está
passando, fomentar a esperança é com certeza uma das mais importantes
atribuições do pedagogo hospitalar. Pudemos na prática entender quando Freire fala
sobre o conceito de "práxis", que é a integração entre teoria e prática. A esperança,
então, está associada à capacidade de agir no mundo para transformá-lo
positivamente. A práxis implica uma ação informada e reflexiva que busca a
mudança e a superação das condições opressivas. Sem práxis, “é impossível a
superação da contradição opressor-oprimido” (Freire, 2013, p. 52).

Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo e atuar movido


por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na
desesperança, no pessimismo, no fatalismo. Mas, prescindir da
esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se
pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é
frívola ilusão. Prescindir da esperança que se funda também na
verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus
suportes fundamentais. O essencial, como digo mais adiante no
corpo desta Pedagogia da esperança, é que ela, enquanto
necessidade ontológica, precisa de ancorar-se na prática. ( FREIRE,
Paulo, 1992, p.5)
REFERÊNCIAS

BATISTA, Celi de Almeida. (2014) A classe hospitalar no Brasil e o papel do


profissional docente. São Paulo: [s.n.], 2014.

BRASIL. Decreto n. 1.044 de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre o tratamento


excepcional para os alunos portadores das afecções que indica. Recuperado
em 16 de setembro de 2023 de
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del1044.htm

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e


do Adolescente, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul.
1990. Seção 1, p. 13563.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases


da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p.
27833.

BRASIL. Ministério da Justiça (MJ). Resolução nº 41, de 13 de outubro de 1995.


Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 out. 1995. Seção 1, p. 16319.

Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17


out. 1995. Seção 1, pp. 319-320.

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do


oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido 54. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra , 2013.
MENEZES, C. V. A. (2004). A necessidade da formação do pedagogo para atuar
em ambiente hospitalar: Um estudo de caso em enfermarias pediátricas do
Hospital de Clínicas da UFPR (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

SILVA, Aline da Conceição da.(2018) A PEDAGOGIA HOSPITALAR E A PRÁTICA


DO PEDAGOGO HOSPITALAR. Monografia (Graduação) UFPB/EDUCAÇÃO.

Zorzo, J. C. C. (2004). O processo de morte e morrer da criança e do


adolescente: vivências dos profissionais de enfermagem. Dissertação de
Mestrado Não-Publicada, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, São Paulo.

Você também pode gostar