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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL-RS

PROCESSO Nº X

VERA CARDOSO, pessoa física, devidamente qualificada nos autos da Ação em


epígrafe, promovida em desfavor de COPA AIRLINES, também qualificada, vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformada com a respeitável sentença
proferida, interpor RECURSO INOMINADO, requerendo sua admissão e regular
processamento até remessa à apreciação e julgamento pela Turma Recursal do Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

Termos em que pede e espera deferimento.

Caxias do Sul/RS, 02 de outubro de 2021.

Eduarda da Silva Camelo Rayam David Sandes Burgos

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EGRÉGIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

COLÊNDA TURMA RECURSAL

- PELA RECORRENTE
VERA CARDOSO

II. DA SÍNTESE DA DEMANDA

A recorrente ajuizou Ação de Reparação de Danos contra a empresa recorrida, em


razão de cancelamento injustificado de voo e posterior remanejamento, requerendo a
condenação da companhia recorrida pelos danos morais suportados em razão dos diversos
infortúnios sofridos face o cancelamento de voo e atraso de 24 horas para chegar ao destino
final, não prestando assistência digna, o que inviabilizou o cumprimento dos compromissos e
programações planejadas pela ora recorrente.

Proferida sentença, a douta Juíza Leiga, opinou pela improcedência do pedido pois
classificou o ocorrido como “meros dissabores do cotidiano que não têm o condão de romper
seu equilíbrio psicológico, não gerando qualquer abalo moral”, pois “tendo a autora optado por
viajar durante momento de grave alteração na mobilidade, provocado pela pandemia, assumiu
o risco de suportar eventuais inconvenientes”.

Ora nobres julgadores, tal argumentação é totalmente descabida além de ser contrária
a norma vigente estabelecida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Portanto, a
reforma da sentença é necessária, uma vez que, como será evidenciado a seguir, a recorrente
sofreu diversos transtornos em razão da falha na prestação do serviço pela recorrida.

II. PRELIMINARMENTE

A. DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE RECURSO

Superada a breve exposição da demanda, cabe à recorrente esclarecer aos nobres


Julgadores, que o Recurso Inominado ora interposto é tempestivo, tendo em vista que o prazo
para interposição do recurso é de 10 dias, contados da ciência da sentença, nos termos do
artigo 42 da Lei 9.099/90.

B. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A recorrente requer que seja concedido o benefício da AJG, pela impossibilidade de


arcar com os custos do presente feito.

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O Código de Processo Civil em vigor, em seu artigo 98, passou a amparar as pessoas
naturais carentes que necessitem da concessão do benefício. Tal é o caso da recorrente, que
atualmente não possui condições de arcar com as custas do processo, eis que apresenta
dificuldades financeiras, consoante documentos comprobatórios que seguem em anexo.

O Código de Processo Civil vigente, em seu artigo 99 destaca que a concessão do


benefício da Assistência Judiciária Gratuita é a medida que se impõe ao caso concreto. Nesse
sentido:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial,
na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em
recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido
poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não
suspenderá seu curso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos
que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão de gratuidade da justiça

Desse modo, com amparo na Lei 1.060/1950 e, sobretudo, no Código de Processo Civil
vigente, reitera-se a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita.

III. DAS RAZÕES DE REFORMA DA SENTENÇA

Com efeito, veja-se que a nobre julgadora fundamentou não ter restado
caracterizado qualquer abalo moral passível de indenização nos seguintes termos:

Isso Posto, OPINO PELA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO formulado por Vera


Cardoso contra COPA Airlines, uma vez que não caracterizado qualquer abalo moral
passível de indenização.

Data máxima vênia, Excelências, mas impende observar que, a nobre julgadora não
considerou a extensão dos danos causados a ora recorrente pela recorrida Copa Airlines.

Cumpre repisar que o voo estava marcado para sair do aeroporto do Rio de Janeiro
no dia 14 de dezembro de 2020 às 13:25, tendo a recorrente embarcado na aeronave e
esperado mais 2h:30min, até ser informada sobre o cancelamento do voo.

Quanto ao ponto, importa destacar que a ANAC, considerando a percepção de efeitos


significativos derivados da pandemia sobre os níveis de oferta e demanda por transporte aéreo,
bem como sobre o grau de incerteza para o efetivo planejamento e tomada de decisões por
parte dos agentes econômicos, criou a Resolução 556, que flexibiliza as disposições da
Resolução 400/2016, que em seu artigo 2° diz:

Art. 2º As alterações realizadas de forma programada pelo transportador, em


especial quanto ao horário e itinerário originalmente contratados, deverão ser

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informadas aos passageiros com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas
em relação ao horário originalmente contratado, ficando suspenso o prazo de 72
(setenta e duas horas) previsto no art. 12 da Resolução nº 400, de 13 de dezembro
de 2016.

Veja-se, Excelência, que, como cabalmente demonstrado, a recorrente não foi


avisada com antecedência acerca do cancelamento do voo, em verdade, a recorrida deixou
que os passageiros embarcassem no voo, aguardassem por mais de duas horas, sem prestação
de qualquer informação aos consumidores, para somente então avisar acerca do cancelamento
do voo.

Além de que, a companhia sequer informou o motivo do cancelamento do voo aos


passageiros, o qual provavelmente sequer decorreu de razões relacionadas a pandemia como
asseverou o nobre julgador. Assim, trata-se de caso para aplicação da resolução 400/2016 da
ANAC, uma vez que não foi uma alteração programada como disposto na resolução 556.

Dessa forma, nobres julgadores, importa destacar que, conforme dispõe a Resolução
400 da ANAC em seu art. 28º, em casos em que for necessária a realocação dos passageiros,
a escolha deve ser dos mesmos, nos seguintes termos:

Art. 28. A reacomodação será gratuita, não se sobreporá aos contratos de transporte já
firmados e terá precedência em relação à celebração de novos contratos de transporte,
devendo ser feita, à escolha do passageiro, nos seguintes termos:
I - em voo próprio ou de terceiro para o mesmo destino, na primeira oportunidade; ou
II - em voo próprio do transportador a ser realizado em data e horário de conveniência
do passageiro.

Como cabalmente demonstrado, a requerida não ofertou aos passageiros qualquer


uma destas opções, apenas realocou a recorrente em voo com partida apenas no dia seguinte,
a deixando desamparada no aeroporto, sendo que, certamente, haviam voos de outras
companhias com partida anterior ao voo que fora realocada, ou seja, mais um descaso da
companhia para com seus clientes.

Além disso, repisa-se que a recorrente ficou horas no aeroporto aguardando


informações da recorrida, sem que a companhia lhe prestasse qualquer assistência material
quando a alimentação, tendo a recorrente que arcar sozinha com estes custos, bem como com
despesa com hotel, visto que o voo em que fora realocada partia apenas na manhã seguinte,
assim, foi necessário deslocar-se ao hotel para pernoitar, o que também não foi custeado pela
companhia, e esta em desacordo com o disposto na resolução 400 da ANAC, senão vejamos:

Art. 27. A assistência material consiste em satisfazer as necessidades do passageiro e


deverá ser oferecida gratuitamente pelo transportador, conforme o tempo de espera,
ainda que os passageiros estejam a bordo da aeronave com portas abertas, nos
seguintes termos:
I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação;

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II - superior a 2 (duas) horas: alimentação, de acordo com o horário, por meio do
fornecimento de refeição ou de voucher individual; e
III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em caso de pernoite, e
traslado de ida e volta

Ou seja, nobres julgadores, é evidente a falha na prestação do serviço pela recorrida,


que não prestou as informações necessárias a recorrente, sequer prestou qualquer assistência
material a recorrente e a deixou desamparada no aeroporto, que precisou deslocar-se por
conta própria a um hotel para poder pernoitar, sendo evidente o transtorno e danos
irreparáveis causados pela recorrida. Nesse sentido, é o entendimento jurisprudencial do TJRS:

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS. TRANSPORTE AÉREO. CANCELAMENTO DE VOO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA AO AUTOR. PERDA DE COMPROMISSOS
PROFISSIONAIS. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. ABALO AOS ATRIBUTOS DA
PERSONALIDADE. QUANTUM INDENITÁRIO MANTIDO. AUSÊNCIA DE CARÁTER PROTELATÓRIO
DO RECURSO. SENTENÇA MANTIDA PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Narra o autor que
adquiriu passagem aérea junto a demandada com destino ao aeroporto de Porto Alegre, saindo
do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, no dia 19.11.2020 às 20h50min, com chegada
ao destino às 22h55min.. Afirma que realizou o check-in pela plataforma da requerida, sendo o
mesmo confirmado. Alega que, ao chegar no aeroporto, ficou esperando pelo embarque
por mais de duas horas, quando foi surpreendido com a notícia de que o voo havia
sido cancelado, sem quaisquer avisos pela companhia aérea em microfones do
aeroporto ou afins, apenas retirando o mesmo do painel informativo de embarques e
desembarques. Relata que a companhia aérea demandada não forneceu novo
embarque no mesmo dia. Menciona que no dia 20/11/2020 ele precisaria estar no destino
para compromissos profissionais. Aduz que com o cancelamento do voo do dia 19/11/2020, a
requerida remarcou o voo para o sábado, dia 21/11/2020. Informa que, por volta das 22h,
entrou em uma fila da companhia aérea demandada para ter os seus direitos garantidos,
contudo, havia cerca de 300 pessoas na fila e até às 02h30min do dia 20/11/2020 o requerente
ainda não havia sido atendido pelos funcionários da ré. Refere que além de todos os transtornos
com o voo cancelado e o descaso da demandada, ainda teve sérios prejuízos financeiros, sendo
R$1.439,37 pela passagem aérea; táxi de ida para o hotel R$30,00; táxi de Porto Alegre
(aeroporto) a Esteio (destino do autor) R$80,00, posto que no dia 19/11 este custo não teria
ocorrido; almoço na sexta-feira R$ 49,00, táxi do hotel para aeroporto R$ 15,00, jantar no
aeroporto R$ 60,00, diária do hotel na cidade do Rio de Janeiro R$ 324,45 e taxa para emissão
de nota fiscal R$ 10,50, totalizando assim o prejuízo de R$ 2.008,32. Postula pela condenação
da demandada ao pagamento da quantia de R$ 2.008,32, bem como indenização por danos
morais. 2. Sentença que julgou procedente a ação, a fim de condenar a ré ao pagamento da
quantia de R$ 2.008,32, a título de danos materiais, bem como a importância de R$ 4.000,00
(quatro mil reais), a título de danos morais. 3. Com efeito, trata-se de relação regulada pelas
normas consumeristas, constando às partes, respectivamente, a caracterização de consumidor
e fornecedor, nos termos dos arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor. 4. Analisando
o conjunto probatório, verifica-se que a parte autora comprovou fato constitutivo de seu direito,
consoante documentação carreada ao feito, ônus que lhe incumbia, nos termos do art. 373, I,
do CPC. 5. Cumpre ressaltar que a situação vivenciada pelo autor extrapola a esfera

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do mero dissabor do cotidiano, considerando que a demandada não lhe prestou a
devida assistência, deixando de realocar o autor para um voo mais próximo, bem como
pelo fato de que o autor possuía compromissos profissionais em seu destino. 6. Por sua vez, a
requerida limitou-se a alegar que o cancelamento do voo teria ocorrido em razão de condições
meteorológicas, o único documento que traz aos autos, a fim de conferir verossimilhança à tese
defensivo, foi confeccionado unilateralmente e poderia facilmente ser manipulado, assim, não
provou nos autos, ônus que lhe cabia frente ao artigo 373, II, do CPC. 7. Desta forma,
considerando que não foi prestada a assistência, bem como diante da ausência de
informações adequadas e claras e de tratamento razoável aos consumidores, somados
ao atraso para chegar ao destino final, restam caracterizados os danos morais
sofridos pelo autor no caso concreto. 8. Com efeito, o valor de R$ 4.000,00 fixado a título
de dano moral, sem configurar o enriquecimento injusto. Isso porque a sua revisão só é possível
nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que aqui não se vislumbra. 9. Quantum indenizatório fixado em
sentença que não merece reparos, pois, considerando os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, bem como os entendimentos desta Turma Recursal. 10. Por fim, não se verifica
caráter protelatório no recurso interposto, pois a parte recorrente tem o direito de não se
conformar com a sentença exarada, assim, deixa-se de aplicar multa requerida nas
contrarrazões. 11. Sentença mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46, da
Lei nº 9.099/95. RECURSO IMPROVIDO.(Recurso Cível, Nº 71010148948, Terceira Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Fabio Vieira Heerdt, Julgado em: 30-09-2021)

De outra banda, quanto ao fundamento utilizado pela nobre julgadora de que a


recorrente, ao optar por viajar em momento de pandemia assumiu eventuais riscos que
pudessem ocorrer, há de se reconhecer seu equívoco.

Vejam, Excelências, que em que pese o momento pandêmico, o setor aéreo esta
retomando as atividades normalmente, com todos os cuidados necessários para contenção da
disseminação do vírus, entretanto, a pandemia não pode ser tida como carta branca pelas
companhias, para tratarem seus passageiros com descaso, sendo descabido fundamento da
nobre julgadora.

Importante ressaltar ainda, que o dano decorrente de cancelamento de voo independe


de comprovação, podendo ser presumido, como no caso dos autos. Vejamos entendimento
jurisprudencial do TJRS quanto ao ponto:

APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE. TRANSPORTE DE PESSOAS. AÇÃO CONDENATÓRIA


POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
TURÍSTICOS. AGÊNCIA DE VIAGEM. MONTANTE INDENIZATÓRIO MANTIDO. 1 - Na
medida em que o CDC consagra, como regra, a responsabilidade solidária de todos
os agentes econômicos integrantes da cadeia de fornecimento, a melhor
interpretação da regra do art. 14, §3º, II, da legislação consumerista refuta a
atribuição de responsabilidade exclusiva a um ou outro membro individualizado da
cadeia. Caso concreto em que, assim sendo, as agências de viagem
respondem solidariamente à companhia aérea, pelos danos decorrentes do
cancelamento de voo, chegada ao destino após 24 (vinte e quatro) horas do

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previsto e extravio da bagagem em prejuízo dos autores, inclusive porque
os alegados ‘’problemas técnicos’’ não se qualificam como caso fortuito ou
força maior, mas como risco inerente à atividade de transporte aéreo de
passageiros. 2 - Desborda da esfera do mero dissabor cotidiano ou simples
inadimplemento contratual, tratando-se, na verdade, de dano moral “in re
ipsa”, o cenário fático reproduzido nos autos. “Quantum” indenizatório
mantido em R$ 7.000,00 (sete mil reais), para cada autor, ante a sua
adequação ao princípio da reparação integral do dano (art. 944, “caput”, CC,
c/c art. 6º, VI, CDC). APELAÇÃO DESPROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70085180651,
Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari
Sudbrack, Julgado em: 23-07-2021)

Assim, uma vez superado o questionamento acerca da existência ou não de danos


morais passáveis de indenização, importa demonstrar o valor indenizatório pretendido para
justa compensação dos transtornos causados. Conforme julgados infra colacionados, o
presente tribunal, em casos análogos de atraso de 24 horas para chegada ao destino final e
em que não houve prestação de assistência ao passageiro, tem entendido pela monta de
indenizatória de R$8.000.00:

APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE AÉREO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. CANCELAMENTO DE


VOO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EVIDENCIADA. DANO MORAL CONFIGURADO.
1. As empresas de transporte aéreo respondem objetivamente por quaisquer defeitos
na prestação do serviço, a teor do disposto art. 14 do CDC. 2. Hipótese em que restou
incontroversa a falha no serviço prestado pela companhia aérea, consistente
no cancelamento de voo em decorrência de readequação da malha aérea,
causando um atraso de 24 (vinte e quatro) horas na chegada da consumidora
ao seu destino na viagem de retorno. 3. Dano moral. O fato narrado ultrapassou
o mero aborrecimento do cotidiano e o limite de tolerância que se exige das
partes nas relações contratuais que estabelecem entre si, tendo em conta que,
além do atraso, inexistiu prova de que houve a prestação de assistência à
autora. Considerando os parâmetros deste Colegiado e a circunstância de o
atraso ter sido de aproximadamente 24 (vinte e quatro) horas, o valor da
indenização deve ser fixado em R$ 8.000,00. 4. Prejuízo material. Ressarcimento
do que a demandante despendeu com alimentação devido, no montante de R$ 39,90,
com atualização monetária pelo IGPM desde o desembolso e juros de mora a contar da
ciação. Valor gasto com sorvete e cerveja que não se enquadra como refeição.
APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE.(Apelação Cível, Nº 50017929020208210017, Décima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudia Maria Hardt, Julgado
em: 12-08-2021)

Dessa forma, nobres Excelências, com máxima vênia ao entendimento firmado pela
nobre julgadora, pelos argumentos expostos nesta peça, restam demonstradas as razões pata
reforma da decisão e condenação da recorrida a indenizar os danos morais causados pelos
atos ilícitos de sua autoria.

IV. DOS REQUERIMENTOS

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DIANTE DO EXPOSTO, REQUER, o provimento do presente recurso para fins de
que seja reformada a respeitável decisão sendo julgados totalmente procedentes os pedidos
autorais.

Termos em que pede e espera deferimento.

Caxias do Sul/RS, 02 de outubro de 2021.

Eduarda da Silva Camelo Rayam David Sandes Burgos

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