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Estudo Dirigido

(Questionário)

Art. 1º ao 12º CP
1. Conceitue direito penal.

É o ramo do direito público que define as infrações e comina as


penalidades devidas.

2. Diferencie o direito penal objetivo do direito penal subjetivo.

O DP objetivo é referente ao conjunto de normas que formam o DP, assim,


relaciona-se com a primeira parte da definição do DP, ou seja, com a
capacidade de definir as infrações. O aspecto subjetivo do DP, por sua vez,
está relacionado com os sujeitos, com as pessoas; ou seja, é responsável por
cominar as penas. Esta característica punitiva do DP é chamada de jus
puniente e é um direito exclusivo e intransferível do Estado, segundo
mostra a CF, art 22.

3. Qual a finalidade do direito penal?

Trazer a paz social.

4. Explique o principio da intervenção mínima.

O P.I.M. reza que o DP apenas intervirá nos casos de violação aos bens
jurídicos fundamentais/essenciais – o que nos diz do caráter fragmentário
do DP – e que sua intervenção só se dará quando os demais ramos do
direito forem ineficazes – o que nos mostra o caráter subsidiário do DP.

5. Porque o direito penal é fragmentário?

(Explicado acima)

6. Explique o caráter subsidiário do direito penal.

(Explicado acima)

7. Diferencie interpretação analógica de analogia destacando, ainda, se


o direito penal brasileiro admite tal interpretação e integração.
A interpretação analógica é quando a norma, após uma enumeração
casuística, traz uma formulação genérica que deve ser interpretada de
acordo com os casos anteriormente elencados. A aplicação analógica, por
sua vez, é a auto-integração da lei e exprime o emprego da analogia, que
suprime a lacuna da lei. Nesta hipótese, não há regulamentação legal do
caso concreto e se aplica disposição legal relativa a um caso semelhante.A
analogia não é permitida no DP, salvo nos casos in bonam partes, ou seja, a
favor da parte (réu).

8. Conceitue o principio da legalidade.

O artigo 1 do CP nos acerca dos princípios da anterioridade e legalidade,


que nos garante que não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal. Diz-se que ambos perpassam pelo
dispositivo legal, mas que a anterioridade é enfatizada com o uso das
palavras “anterior” e “prévia”. Esses princípios nos garantem a segurança
jurídica de que apenas a lei terá o poder de definir as infrações e aplicar as
penas cabíveis.

9. O que vem a ser ‘abolitio criminis’?

O instituto do abolitio criminis é encontrado no artigo 2 do CP. A conduta


outrora considerada criminosa não o é mais e, portanto, cessam-se todos os
efeitos penais referentes a esta conduta. É como se o Estado “abrisse mão”
do jus puniente ao não considerar mais determinada conduta como
criminosa.

10.O que ocorre quando o legislador cria uma Lex mittior em direito
penal?

Ainda no artigo 2 do CP encontramos a definição da extratividade da lei


penal. A lei penal, pois, é dotada de ultratividade e extratividade, institutos
favoráveis ao réu, e que visam alcançar o julgamento justo e a restauração
da paz social.

A regra geral é que a lei penal não retrocede. Esta regra não é observada
quando a nova lei é melhor (Lex mittior, ou reformatio in mellius) para o
réu. Assim, a lei penal não retroage, salvo em favor do réu.

11.Conceitue ultratividade.
A ultratividade é a característica da lei penal de alcançar fatos cometidos
durante sua vigência, mas julgados posteriormente.

12.Quando ocorre a extratividade da lei penal?

Conforme supracitado, a extratividade nada mais é que a característica da


lei penal de ser ultrativa e retroativa. Assim, observamos a extratividade da
lei penal quando ela retroage para beneficiar o réu, quando da criação de
uma Lex mittior ou reformatio in mellius; e constatamos a ultratividade da
lei penal quando temos as utilização das leis temporárias no julgamento de
fatos realizados ainda durante sua vigência, quando o julgamento acontece
em período diverso; e também quando existe, ao invés de um reformatio
em mellius, um reformatio em pejus, ou seja, quando a nova lei não é
benéfica ao réu – nesse caso, em que a lei que o réu conhecia na época da
ação ou omissão é melhor para ele, esta lei melhor (Lex mittior) ultra-agirá
em benefício do réu.

13.Uma reformatio em pejus tem efeito retroativo? Justifique a sua


resposta.

Não, pois a lei só retroage em favor do réu.

14.Quais são as espécies de leis temporárias e quais são suas


características?

Existem as leis temporárias (que trazem em si a data de vigência e


revogação) e as excepcionais (utilizadas em períodos especiais, como
guerra e calamidade). Tais leis além de, obviamente, serem temporárias,
são auto-revogáveis e ultrativas.

15.Qual a teoria adotada para tempo do crime? Cite exemplos.

O artigo 4 do CP nos diz que adotamos a teoria da atividade para tempo do


crime, ou seja, consideramos tempo do crime o momento em que a ação ou
omissão ocorreu, independentemente do tempo em que o resultado se deu
ou dará. Um exemplo comum poderia ser um assalto: será considerado
tempo do assalto aquele momento em que ele ocorreu.

16.Qual a teoria adotada para lugar do crime? Cite exemplos.

O artigo 4 do CP também nos diz que adotamos a teoria da ubiguiade ou


mista para lugar do crime, ou seja, consideramos lugar do crime o local em
que a ação ou omissão ocorreu, e também aquele(s) que envolve(m) o
resultado. Um exemplo comum poderia ser um o caso do goleiro Bruno: as
forças policiais de ambos os Estados estão envolvidos na investigação do
caso.

17.Conceitue o principio da territorialidade.

O artigo 5 do CP diz que adotamos o princípio da territorialidade


temperada, porque aplicamos, em regra, o CP para crimes cometidos no
território Brasileiro. Todavia, existe a extensão do território brasileiro, pois
as embarcações e aeronaves a serviço do Brasil também são consideradas
território brasileiro e, portanto, aplica-se a lei penal brasileira aos possíveis
casos ocorridos em suas imediações. Ademais, existe a reciprocidade deste
princípio com os países estrangeiros, assim, se embarcações ou aeronaves a
serviço do país estrangeiro estiverem no país, a elas se aplicará a lei do
respectivo país; mas se as embarcações ou aeronaves não estiverem a
serviço de seu país (forem privadas), a elas aplicar-se-á a lei penal
brasileira. Por fim, é importante salientar que o artigo diz que as
penalidades brasileiras não importam em prejuízo dos tratados
internacionais.

18.Qual espécie de territorialidade e adotada pelo direito penal


brasileiro?

(Explicado acima)

19.O que vem a ser extensão do território nacional? Cite exemplos.

(Explicado acima)

20.Como e feita a contagem de prazo do direito penal?

Os artigos 10 e 11 do CP nos explicam que contamos o prazo no DP


incluindo o primeiro dia e excluindo as frações.

21.Quais são os princípios que resolvem o conflito aparente de normas?

Os princípios da especialidade e da consunção, a saber. O primeiro


princípio, explícito no artigo 12, garante que ante a antinomia da lei geral
(o próprio CP) e uma lei especial (por exemplo, a Lei Maria da Penha), a
lei especial será aplicada. O segundo princípio alega que o crime fim
absorve o crime meio, e o autor passa a responder apenas pelo crime fim.
Metaforicamente, podemos comparar o princípio da consunção à uma
baleia que engole os peixes menores.

Teoria do Crime
22.Conceitue crime

Crime é a violação do bem jurídico tutelado pela norma penal. O crime é


composto de 3 elementos, devendo, pois, ser revestido de tipicidade (fato
típico), ilicitude (ilícito) e de culpabilidade.

23.Diferencie crime de contravenção.

As infrações penais são duas: crimes e contravenções. As contravenções


são regulamentadas na Lei de Contravenções Penais, e as penas para tais
atos não são revestidas do rigor carcerário, posto que são, geralmente, de
prisão simples e/ou multa. Todavia, na prática observamos que elas são
transformadas em penas alternativas (o que não se confunde com regime
aberto ou semi-aberto). O Crime, por sua vez, é o objeto do CP e são
condutas mais gravosas, penalizadas com reclusão ou detenção e/ou multa.

24.Explique a teoria causal e a teoria finalista da ação.

A conduta, na teoria do crime, é definida, principalmente, de duas formas:


segundo a teoria causalista e a finalista. Para a primeira a conduta é uma
ação ou omissão voluntária que gera um resultado. Essa teoria não analisa o
dolo ou a culpa. Para eles, na verdade, a vontade do agente (ou seja, o dolo
e a culpa) estava na culpabilidade. A corrente finalista discorda de tal
concepção e define a conduta como uma ação ou omissão voluntária e
consciente dirigida a uma finalidade; ou seja, esta escola dá ênfase à
vontade, ao dolo/culpa do agente e, portanto, insere este elemento na
conduta, e não na culpabilidade. Adotamos, no ordenamento jurídico
brasileiro, a concepção finalista.

25.Diferencie concepção bipartida da concepção tripartida.

Esta mudança trazida pela escola finalista fez com que divergências
doutrinárias acerca dos elementos do crime nascessem. Assim, parte da
doutrina acredita, doravante, na teoria bipartida, cuja concepção de crime é
que ele é formado por fato típico e ilícito/antijurídico apenas, colocando a
culpabilidade como pressuposto de pena e, portanto, relegada apenas para o
momento de aplicação da pena. Por outro lado, há a doutrina adepta à teoria
tripartida, que vê o crime como constructo de fato típico, ilícito e culpável,
colocando, pois, a culpabilidade como elemento constituinte, e não como
pressuposto de pena. Adotamos, no ordenamento jurídico brasileiro, a
teoria tripartida.

26.De acordo com a teoria finalista, conceitue conduta.

(Explicado acima, na questão 24).

27.O que vem a ser conduta comissiva (sinônimo de ação) e conduta


omissiva?

A conduta, no direito penal, pode ser por ação ou omissão. A conduta por
ação é a regra no DP, e é uma conduta positiva, no sentido de que ela
implica no fazer de uma ação. Por outro lado, a conduta omissiva é uma
conduta negativa, no sentido de que ela implica em não fazer, deixar de
fazer. As omissões podem ser próprias (quando explícitas na lei) ou
impróprias (são as hipóteses listadas no artigo 13, inc. 2º; de relevância de
omissão nos casos de quem tinha por obrigação legal o dever de cuidado,
proteção ou vigilância; de quem, por outra forma, assumiu a
responsabilidade de evitar o resultado; e de quem tornou-se o garante da
outra pessoa, pois através de sua ação anterior criou o risco para a
existência do resultado).

28.Quais são as espécies de omissão que temos no CP? Cite exemplos.

(Explicado acima)

29.Qual a teoria adotada para o resultado? E quanto ao resultado o


crime pode ser...

Adotamos a teoria naturalística para a definição de resultado, cuja


concepção é de que resultado é a modificação que a conduta causa no
mundo exterior. Essa concepção admite a existência de crimes sem
resultado, posto que classifica os crimes como materiais (aqueles em que o
legislador traz na lei a conduta e o resultado e, para a consumação do
crime, o resultado deve acontecer), formais (aqueles em que o legislador
traz na lei a conduta e o resultado e, para a consumação do crime, o
resultado não precisa acontecer – aqui temos a chamada consumação
consumada) e os crimes de mera conduta (aqueles em que o legislador traz
na lei apenas a conduta e, para a consumação do crime, basta que a conduta
aconteça).

30.Conceitue nexo causal.

Nexo causal é o elo que liga o resultado à conduta.

31.O código penal brasileiro adota a teoria da conditio sine qua non?

Não adotamos a teoria da conditio sine qua non isoladamente, porque a


teoria da relevância causal limita-a. A teoria da conditio é explícita no
artigo 13 CP, e nos diz que a é considerada causa aquela ação ou omissão
sem a qual o resultado não teria acontecido. Todavia, a leitura desse artigo
deve ser feita à luz do artigo 18, II, parágrafo único, que vem como agente
limitador àquela teoria. O artigo 18 diz que só poderá responder pelo crime
aquele que tiver dolo, mostrando, pois, que os crimes culposos são
exceções.

32.O que vem a ser a teoria da relevância causal?

(Explicado acima)

33.Qual o nome do procedimento utilizado para saber se a conduta na


cadeia causal e relevante ou não?

Procedimento hipotético de eliminação.

34.Conceitue e cite exemplo de uma causa superveniente relativamente


independente.

Quando fazemos a análise da cadeia causal através do procedimento


hipotético de eliminação para entender o nexo causal procuramos ressaltar
as causas relevantes para a produção do resultado, e eliminar aquelas não-
relevantes. Todavia, entendemos que existem causas supervinientes
relativamente independentes, que são aquelas que aconteceram devido à
primeira ação, mas romperam com o primeiro nexo causal. Avalia-se, pois,
a relevância de cada causa superviniente a fim de que cada autor responda
na medida de sua culpabilidade. Por exemplo:

 A dá um soco em B.
 B é socorrido pela ambulância.
 A ambulância bate.
 B morre em detrimento do acidente de carro, e não por causa da
lesão corporal causada por A.
 A responderá, na medida de sua culpabilidade, por lesões corporais e
não por homicídio; porque a morte foi, na verdade, causada pelo
acidente de carro.

35.O nexo causal é exigido para todos os crimes? Justifique sua


resposta.

Não. Conforme supracitado, a teoria naturalística admite crimes sem


resultado. Desta forma, os quatro elementos da conduta (conduta por ação
ou omissão; culposa ou dolosa / resultado / nexo causal e tipicdade) apenas
estarão presentes nos crimes materiais. Os crimes formais e de mera
conduta terão apenas a conduta e a tipicidade, posto que, sem resultado,
não há possibilidade de existir o nexo causal.

36.O que vem a ser adequação típica imediata e adequação típica


mediata?

Adequação típica imediata é quando a conduta encaixa-se perfeitamente à


lei, ao passo que na mediata a conduta não se encaixa perfeitamente e é
necessário lançar mão de uma norma de extensão para que exista a
adequação típica.

37.O que são elementares e circustancias que formam o tipo penal?

Elementares são os elementos formadores do tipo penal que são condições


sine qua non para o entendimento e caracterização do tipo, pois se os
elementares forem suprimidos, o tipo perderá o sentido – será
descaracterizado. Os elementares são: caput, artigo... Por sua vez, as
circunstâncias não modificam o tipo penal, mas apenas qualificam-no.

Iter Crimines
38.Conceitue dolo.

Segundo concluímos após análise dos artigos 13 e 18 do CP, os crimes


são, via de regra, por ação e dolosos. Entendemos por dolo, pois, a culpa e
consciência do agente na prática da conduta, ou seja, temos uma visão de
dolo de acordo com a visão finalista já citada; que enfatiza a análise da
vontade do agente. Existem diferentes espécies de dolo, a saber. O dolo
direto é citado no início do artigo 18, I; e é aquele que o agente quis
produzir o resultado. Observamos o dolo direto através do prisma da teoria
da vontade. O dolo indireto ou eventual também é citado no artigo 18, I, em
sua segunda parte; nesta espécie de dolo o agente assume o risco, com um
sentimento de indiferença, da produção do resultado – esta concepção
encontra-se baseada na teoria do consentimento ou assentimento. Existe
ainda o dolo de dano, no qual o agente produz um dano ao bem jurídico. Há
também o dolo de perigo, que expõe a perigo o bem jurídico tutelado. E,
por fim, o dolo geral, no qual o agente, achando que produziu o resultado
almejado com uma primeira ação, efetua uma segunda ação que, esta sim,
causa o resultado colimado.

39.Quais são as espécies de dolo que o código elenca?

(Explicado acima)

40.Diferencie dolo direto de dolo indireto ou eventual.

Conforme supracitado, o dolo direto é ligado à vontade direta do agente de


querer produzir o resultado. No dolo indireto ou eventual, por sua vez, o
agente assume o risco de produzir o resultado, indiferente a sua efetiva
produção – ou seja, ele não quis diretamente produzir o resultado, mas
também não se incomodou com a produção deste.

41.O que vem a ser dolo geral?

(Explicado na questão 39).

42.Conceitue culpa.

Conforme vimos, existem os crimes dolosos e os culposos. O artigo 18, II,


conceitua como crime culposo aquele cometido pelo agente por
negligência, imprudência ou imperícia. Existe, nos crimes culposos, a
quebra do dever objetivo de cuidado. Todavia, segundo nos mostra o
parágrafo único do mesmo artigo, os crimes culposos são exceção quanto a
punibilidade, posto que eles devem estar expressos na lei para assim serem
considerados, porque a regra do DP é punir, segundo a teoria finalista, pelo
dolo na ação do agente. Existem duas espécies de culpa: a culpa consciente,
na qual o agente entendia a previsibilidade da produção do resultado, mas
esperava que este não ocorresse – assim, é diferente do dolo indireto,
porque neste o agente sentia-se indiferente quanto a produção do resultado
– e existe o preterdolo, na qual o agente teve dolo numa primeira conduta e
culpa na conduta consequente, ou seja, quis fazer a primeira conduta, mas
não a segunda (o resultado).

43.Porque a culpa é normativa?

Consideramos a culpa normativa porque ela deve estar sempre


explicitamente regulamentada e definida pela norma penal.

44.Cite e explique os elementos do fato típico culposo.

Os elementos do fato típico culposo, segundo a doutrina tradicional, são


representados pela conduta humana de fazer ou não fazer, inobservância do
dever objetivo de cuidado, previsibilidade objetiva, ausência de previsão
(ou previsão com culpa consciente), resultado involuntário, nexo de
causalidade e tipicidade.

45.Explique as espécies de culpa.

(Explicado na questão 42).

46.O que vem a ser imprudência, negligência e imperícia?

Consideramos imprudência uma conduta positiva de um fazer descuidado.


Negligência é entendida como uma conduta negativa de ignorar uma
necessidade, de não fazer, ou seja, é uma omissão. Já a imperícia é
compreendida como a falta de aptidão técnica para a prática de atos.

47.Explique culpa consciente citando exemplo.

(Explicado no quesito 42).

48.Conceitue preterdolo.

(Explicado no quesito 42).

49.Cite os elementos do crime.

Os elementos constitutivos do crime são a tipicidade, a ilicitude e a


culpabilidade. Assim, para que seja considerado crime, segundo a teoria do
crime, a ação ou omissão deve ser um fato típico, ilícito ou antijurídico e
culpável.
50.O que vem a ser e quais são as fases do iter cimines?

Iter criminis são as fases do crime, que são: cogitação, atos preparatórios,
atos executórios e consumação. Vale salientar que entre os atos executórios
e a consumação pode haver a tentativa, caso a consumação não se dê por
razões alheias à vontade o agente.

51.Em regra, a partir de que fase o direito penal brasileiro uni a conduta
típica?

(NÃO ENTENDI A PERGUNTA. SE A PERGUNTA FOR, TODAVIA,


“EM REGRA, A PARTIR DE QUE FASE O DIREITO PENAL
BRASILEIRO PUNE A CONDUTA TÍPICA, PENSO QUE A
RESPOSTA SERIA A SEGUINTE)

Quanto à punibilidade do iter crimines, entendemos que a cogitação não é


passível de punição, posto que situa-se apenas na esfera psíquica. Nos atos
preparatórios a punição é relativa, posto que apenas punir-se-ão os crimes
mais gravosos, como, por exemplo, a formação de quadrilha. Esta ação é
considerada criminosa e culpável, mesmo estando ainda, essencialmente,
na fase dos atos executórios. É importante lembrar que, quanto ao
resultado, os crimes podem se classificar em material (exigem resultado),
formal (o resultado não é necessário) e os de mera conduta (a conduta em si
já é considerada criminosa) [VER QUESTÃO 29] e, portanto, o legislador
já pune condutas isoladamente, sem a exigibilidade do resultado para a
consumação da conduta criminosa, como, por exemplo, a invasão de
domicílio é um crime punível e de mera conduta.

52.Cite um crime que o legislador uniu atos preparatórios.

(NÃO ENTENDI A PERGUNTA. SE A PERGUNTA FOR, TODAVIA,


“CITE UM CRIME QUE LEGISLADOR PUNIU ATOS
PREPARATÓRIOS, JÁ RESPONDI NA QUESTÃO ANTERIOR –
FORMAÇÃO DE QUADRILHA).

53.Conceitue consumação.

Consumação é quando todas as fases do crime – todo o iter crimines –


foram realizados e o objetivo colimado é alcançado, ou seja, o resultado
desejado é alcançado.
54.Conceitue tentativa.

Conforme visto anteriormente, quando a consumação não se dá por


circunstâncias alheias à vontade do réu, diz-se que o crime foi tentado.
Segundo apreendemos do artigo 14, (( e de seu parágrafo único, nos crimes
tentados acreditamos que o dolo do agente era igual ao dolo de um crime
consumado, mas, por razões alheias à sua vontade, a consumação não se
deu. Desta forma, a teoria objetiva quanto a punibilidade dos crimes
tentados garante que a punição destes serão reduzidas, obrigatoriamente, de
1/3 a 2/3 do crime consumado equivalente – donde concluímos que a
natureza jurídica da tentativa é uma causa de diminuição de pena.
Observamos, pois que a teoria objetiva é uma exceção à teoria finalista,
pois, na dosimetria da pena, o aplicador observará o resultado, o dano ao
bem jurídico tutelado; e não o dolo do agente, posto que o dolo do crime
tentado é igual ao do crime consumado.

55.Como se pune a tentativa? Explique.

(Explicado acima).

56.Explique:
a) Tentativa perfeita é aquela que todos os atos executórios são
realizados, mas a consumação não se dá.
b) Tentativa imperfeita é aquela em que os atos executórios não se
concluem por interrupção alheia à vontade do agente.
c) Tentativa branca é aquela em que o bem jurídico não é atingido (por
exemplo, o agente atira e erra).
d) Tentativa cruenta é aquela em que o bem jurídico é atingido, mas
não o resultado almejado (por exemplo, o agente atira e pega de
raspão).
e) Tentativa abandonada: listada no artigo 15, a tentativa abandonada
pode ser:
e.1) desistência voluntária é aquela em que o agente, tendo
possibilidade de consumar o crime, desiste voluntariamente
de fazê-lo, ainda na prática da conduta criminosa.
e.2) arrependimento eficaz é aquela em que o agente, após
executar a conduta, impede o resultado.

f) Crime impossível disciplinado pelo artigo 17, considera-se crime


impossível aquele que ou por absoluta ineficácia do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto nunca poderia ser consumado. Por exemplo, uma
tentativa é considerada impossível por ineficácia do meio quando alguém
quer cometer um homicídio com um palito de dente. Ressaltamos aqui,
todavia, que um determinado meio pode ser ineficiente para um fim, mas
eficiente para outro (ineficiente para homicídio, mas eficiente para lesão
corporal, ou infanticídio, por exemplo). A tentativa seria considerada
impossível por absoluta impropriedade do objeto quando o bem jurídico
tutelado não existe mais, ou seja, a pessoa objetivava matar alguém que já
estava morto. Todavia, vale salientar que neste exemplo o agente devia,
obrigatoriamente, desconhecer do falecimento da “vítima”, porque se o
dolo do agente era, de fato, cometer algum ato com um cadáver
reconhecido o tipo penal será de vilipêndio ao cadáver.

57.O que vem a ser arrependimento posterior?

No artigo 16 observamos que o arrependimento posterior é aquele instituto


de causa de diminuição de pena (diminuição de 1/3 a 2/3) disponível ao réu
que, após executadas todas as fases do crime, arrepende-se dele. Há,
todavia, critérios para a concessão deste instituto, a saber: o crime não
poderá ter tido grave ameaça ou violência à pessoa, o agente deve ter
reparado o dano (financeiramente) ou restituído o bem (devolvido a coisa)
até o recebimento da denúncia ou queixa (que é feita pelo Juiz, após a
análise processual; e diferencia-se do oferecimento da queixa).

58.Quais são os requisitos para que no caso concreto o juiz reconheça o


arrependimento posterior?

(Explicado acima).

59.Qual a natureza jurídica do arrependimento posterior?

(Explicado acima – causa de diminuição da pena).

60.Qual a natureza jurídica da tentativa?

(Explicado acima – causa de diminuição da pena).

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