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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES – CH
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
PRÁTICA DE FORMAÇÃO II
Prof.ª DRA. MICHELY PERES DE ANDRADE
DISCENTES:
JÚLIA DE OLIVEIRA DE QUEIROZ
THERESA RAQUEL AZEVEDO PRADO LOPES
NATÁLIA DE CÁSSIA DA SILVA RIBEIRO
GILBERTO NOBRE

OBSERVAÇÃO ESCOLAR DE PRÁTICA DE FORMAÇÃO II

FORTALEZA
2018
INTRODUÇÃO

Com um cenário incerto de que rumos a educação pode tomar, questões sobre gênero,
sexulidade, saúde mental etc, se distanciam cada vez mais do currículo, que cada vez mais,
procura maquiar desigualdades e negligências que acabaram se tornando tradicionais. Em um
cenário que temos Projetos como Escola sem Partido e a própria Reforma do Ensino Médio,
faz-se necessário pautar essas discussões, e, ainda, entender de que forma os profissionais do
estabelecimento escolar entendem e colocam em prática, não apenas esses debates, mas
também cumprimentos de leis que são historicamente negligenciadas desde as suas criações.
Leis essas que buscam levar a escola conteúdos sobre a real história de indígenas e negros no
Brasil, de que forma a colonização se deu realmente, e de que forma a escravidão se
perpetuou na mente de muitos brasileiros. Importante ainda entender, de que forma esses
projetos modificam a interação entre aluno-professor, a forma como muda o significado do
saber sociológico para a base comum curricular e como isso se dá na prática. Prática essa que
faz entender de que forma a Sociologia muda na vida e no aprendizado dos alunos, até que
ponto a disciplina é importante no roteiro pré-programado do Estado, e até das escolas, e
entender os desafios que se apresentam através dessa prática e que se mostram cada vez mais
limitadas por poderes externos, seja de secretaria de educação ou poder político ainda maior.
Procurando saber de professores, coordenação e integrantes do corpo escolar até que ponto
essas leis são cumpridas, a receptividade pelos alunos e como as falas do debate ocorrem,
porque, mesmo com essa obrigatoriedade, o abismo de conhecimento que se produz e que se
desvaloriza de culturas indígenas e africanas é grande, e esse abismo se põe desde o ensino
infantil que coloca essas histórias romantizadas, marginalizam os saberes desses povos e
ainda constrói daí o pensamento abissal, desse mundo com o pensamento europeu e cristão.
Entendendo isso, saber de que forma escolas estão trabalhando essas questões, e além,
lidando com elas, trabalhando elas e de que forma essa escola pública de elite, que se molda a
um modelo privado de conservadorismo e numerologia, se diferencia de uma abordagem,
muitas vezes, mais rígida e propõe essa escola plural que constrói uma espaço que entenda
suas limitações, porém as critique, mas entenda, ainda, as individualidades do corpo que lhe
constrói diariamente com todos os conflitos internos e externos.
OBSERVAÇÕES

Fomos fazer nossa observação na Escola de Ensino Médio Adauto Bezerra, acompanhando as
aulas de Sociologia da Professora Marilene. Logo na primeira aula observada ocorreu um
mini debate acerca das questões indígenas, e é perceptível o engajamento da professora com
questões indígenas, inclusive em todo o período de observação, essas questões foram
colocadas com métodos diferentes para chamar a atenção dos alunos, como por exemplo, em
forma de documentários, com TD’s e debates, a professora cumpria as leis que claramente
não era cumprida pelos professores antigos daqueles alunos. A deficiência de alguns alunos
para com o tema é preocupante, pois mostra a negligência estrutural que se dá e sempre se
deu na educação básica acerca dos temas de questões raciais e indígenas. Negligência essa
que produz mais preconceito.
Os debates levados para sala de aula despertam o interesse da sala de aula, tendo em vista que
quase todos os alunos participaram da aula, apesar de haver alguns alunos dispersos e
fazendo atividades de outras matérias na sala de aula ou lendo outros livros. Os mesmos
alunos dispersos possuem conversas paralelas e sussurros que chegam a atrapalhar a aula, por
conta do barulho, acontece uma pequena discussão entre os alunos no meio da sala de aula,
porém a professora não presta muita atenção, a discussão segue sem um motivo de fato. O
uso de celular na sala de aula é constante, por mais que existam regras na sala de aula
avisando o uso de celulares serem proibidos, alunos usam constantemente na aula de
Sociologia e não existe nenhuma fiscalização da parte do professor ou interesse em saber
porque o aluno está disperso.
Conversas e brincadeiras insistentes. Em outros momentos de observação feita, o desinteresse
dos terceiros anos em massa pela Sociologia é enorme. Um professor se encontra numa
dificuldade de como prender a atenção dos alunos e mesmo promovendo dinâmicas e
métodos que ajudem isso, nem todos os alunos se sentem inseridos nas aulas.
ENTREVISTA COM A PROFESSORA

Após as observações, foi feita uma entrevista breve com uma das professores de Sociologia
da escola. A professora Fernanda Morais, gênero feminino, de 24 anos. Está se cursando
mestrado na UECE, formada em Ciências Sociais pela UECE também. Quando questionada
sobre o papel de Sociologia a formação de alunos, a professora Fernanda disse que a
Sociologia tem um papel de ampliar o olhar e a compreensão sobre a realidade social, isso
implica entender também reflexão crítica que geralmente não é feita no seu meio familiar ou
em outros locais. É importante entender sua realidade com olhar crítico para que seja possível
entender sua responsabilidade na sua mudança na sociedade. Quando questionada sobre o que
é ser uma boa professora, é respondido que é importante saber considerar as vivências dos
alunos e levar isso para sala de aula. É essencial para a aprendizagem. Ser o mais
democrático possível e justo. Saber respeitar as diferenças.
Questionada sobre a escola, foi respondido que havia uma visão romântica sobre o ambiente,
melhor dizendo, que a visão era que seria mais fácil. Mas depois de vivenciar a escola, se
deparar com uma carga horária exaustiva e cansativa com grande número de salas.
Dificuldade para dar uma boa aula. Conflitos entre professores, a sala dos professores era um
ambiente que gostaria de estar, mas vivenciado, foi percebido que não foi bem assim. Alguns
recursos básicos, para material extra era muito difícil porque faltava esse material. Enquanto
os professores de Sociologia e Filosofia, a professora disse que existe sim uma perseguição
contra esses professores comparado aos de outras matérias. A professora também criticou a
dificuldade das professoras para acharem um local de fala e falta de respeito com as
professoras. Questionada sobre a reforma, ela fala que a reforma não é clara, não é bem
elaborada e que as ideias são ideias burguesas. É uma forma de impedir o pensamento crítico
da realidade. Não concorda.
A questão do livro didático foi dito por ela que considera o livro “Sociologia em Movimento”
bom, porém muito superficial. É utilizado pela professora matérias extras, como vídeos e
imagens para debates. A professora fala sobre a estrutura da escola e critica o fato das salas
serem superlotadas, isso prejudica o aprendizado dos alunos e o ensino. É desgastante para os
professores. Ela fala que gostava de usar outros ambientes da escola, por exemplo, a quadra e
fazia dinâmicas para os alunos, num ambiente arejado e ventilado. Questionada sobre os
professores expressarem sua opinião,a professora disse que a escola é política, mas a posição
política é precisa ser dada partindo do professor para se defender os direitos humanos,
levando em consideração nossa situação política atual. Questionada sobre a questão de
gênero, ela afirma que é importante sim ser abordado em sala de aula, já que a temática já
está sendo abordada a partir do momento que se cria regras no ambiente escolar de se pode
ou não namorar. É preciso nunca deixar passar em branco um momento na sala de aula algum
discurso de ódio em relação a isso. Podemos relacionar com o texto de Guacira Lopes Louro,
“Corpo, Escola e Identidade”, onde a autora fala que é preciso que o professor saiba
demonstrar essas marcas, no caso, gênero, sexalidade, raça. Saber não só passar aos alunos,
mas como também saber interpretar os alunos diantes a essa situação. Uma citação que faz
referência com o que foi dito é esta:
“Observar os corpos de meninos e meninas; avaliá-los, medi-los,
classificá-los. Dar-lhes, a seguir, uma ordem; corrigi-los sempre que
necessário, moldá-los às convenções sociais. Fazer tudo isso de forma a que
se tornem aptos, produtivos e ajustados - cada qual ao seu destino. Um
trabalho incessante, onde se reconhecem - ou se produzem - divisões e
distinções. Um processo que, ao supor "marcas" corporais, as faz existir,
inscrevendo e instaurando diferenças. Mas que marcas são essas? O que,
supostamente, elas mostram? As marcas devem nos "falar" dos sujeitos.
Esperamos que elas nos indiquem - sem ambigüidade - suas identidades.
Gênero? Sexualidade? Raça? Aparentemente seriam evidentes, "deduzidos"
das marcas dos corpos. Teríamos apenas de ler ou interpretar marcas que,
em princípio, estão lá, fixadas, de uma vez e para sempre. Então, ficamos
desconfortáveis se, por algum motivo, nossa leitura não é imediatamente
clara e reveladora; se, por algum motivo, não conseguimos enquadrar
alguém (ou a nós próprios) numa identidade a partir da aparência de seu
corpo. Afinal, o sujeito é masculino ou feminino? É branco ou negro? O
corpo deveria fornecer as garantias para tais identificações. Pretendemos
reconhecer a identidade - aquilo que o sujeito é - e, ao mesmo tempo,
estabelecer o que ele não é -a diferença. Desejamos afirmar, com segurança,
que o sujeito é isso, e, conseqüentemente, ele não é aquilo.” (LOURO, 2000,
p. 61)

Ao falar de como a juventude é vista, Fernanda comenta que a juventude de hoje é muito
corajosa e enfrenta uma situação difícil, ao mesmo tempo isso é bom, isso preocupa ela por
haver muita violência do Estado contra os nossos jovens. O extermínio da população negra
jovem também é uma problemática apontada pela professora. Os temas que ela mais gosta de
trabalhar são gênero, sexualidade, conflitos e preconceito.
Questionada sobre a dificuldade dos alunos, a professora fala que em toda aula ela faz
anotações em relação a dificuldade dos alunos e em todo planejamento seu de aula, ela
procura focar nessas dificuldades. E por fim, perguntada sobre a preocupação da saúde
mental dos professores, a professora disse que não existe uma preocupação sobre isso, nem
em relação aos professores e nem aos alunos, exceto se houver algo muito sério, então, por
algum momento, a escola faz algum tipo de campanha.
ENTREVISTA COM COORDENADOR

Em seguida, realizamos uma entrevista com um dos cinco coordenadores que a EEM Adauto
Bezerra tem em sua comissão gestora, o escolhido foi o Júlio Prado: professor de 50 anos,
que se identifica como pessoa do gênero masculino e, de acordo com suas palavras, “mesmo
sendo ‘meio’ branquelo”, considera-se pardo. Oriundo da cidade de Limoeiro do Norte, no
estado do Ceará e formado em Agronomia pela UFC, possuindo mestrado na mesma área,
porém sem nunca ter exercido a função, preferiu ensinar as disciplinas da área de biológicas e
está há 20 anos na área de educação básica.
Quando questionado sobre o que é ser um bom professor e o que é ser uma boa escola, Júlio
define que, mesmo com as adversidades cotidianas que os professores passam, o certo é a ser
feito é sempre buscar fazer o melhor em sua área de conhecimento, desenvolver metodologia
e estratégias para ajudar no processo de construção do conhecimento também de outras
pessoas, porém também ir além de sua área, pois um professor não pode se restringir apenas
na caixa acadêmica, mas ir além e, com isso, ajudar na formação de cidadania dos seus
estudantes.
Já em relação a escola, Prado já critica brevemente sobre o projeto Escola Sem Partido, pois
acredita que a escola deve ser um ambiente de reflexão, construção, discussão e
desconstrução em relação a diversos assuntos, como afirma no livro “Escola ‘Sem’ Partido:
Esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira”, que trabalhamos durante o
semestre, no capítulo “A gênese das teses do Escola sem Partido: esfinge e ovo da serpente
que ameaçam a sociedade e a educação” escrita por Gaudêncio Frigotto:

“[Escola sem partido] trata-se da defesa, por seus arautos, da escola do partido
absoluto e único: partido da intolerância com as diferentes ou antagônicas visões de
mundo, de conhecimento, de educação, de justiça, de liberdade; partido, portanto, da
xenofobia nas suas diferentes facetas: de gênero, de etnia, da pobreza e dos pobres
etc.. Um partido que ameaça os fundamentos da liberdade e da democracia”.
(FRIGOTTO, 2017, p. 31)

O coordenador afirma que apesar das dificuldades em relação aos investimentos em escolas
públicas, pois sabe-se que a essência de uma sociedade melhor para a maioria da população é
a educação, pois é a base para a formação de pessoas, tanto em quesitos sociais, quanto em
relação a construção de seus conhecimentos, de suas pesquisas etc.
Uma boa escola, para Júlio Prado, também seria uma instituição de ensino que não se
submete à vontade do sistema, que sempre une o corpo docente e o discente, somado a
sociedade, para questionar as demandas que são impostas e, com isso, construir e decidir o
que é melhor para todos, além de incentivar os sonhos e ajudar a construir, apesar das
dificuldades, um projeto que seja exequível de uma educação que seja transformadora para
cada um que faz parte desse espectro.
Em relação às expectativas com a reforma do ensino médio, Júlio Prado afirma estar
preocupado, pois acredita que esse tipo de reforma, de certo modo, é elitista, pois,
consequentemente, contribuirá ainda mais os favorecidos e continuará deixando cada vez
mais os menos favorecidos à margem da sociedade, pois atingirá de forma preocupante a
escola pública. Júlio relata que, somado a comissão gestora e o corpo docente do EEM
Adauto Bezerra, tentará manter uma forma de trabalho mais igualitária para todos os
estudantes, estimulando-os mais ainda para não se acomodarem com a situação atual que o
país se encontra, com todas essas mudanças que só fazem, na verdade, retroceder a sociedade
em todos os âmbitos.
Sobre o direito dos professores em se expressarem politicamente nas salas de aula, Prado
concorda que os docentes devem se expressar, “assim como todo cidadão”. Acredita que os
professores devem ter liberdade de atuar, debater e refletir em termos da discussão política,
dentre todos os aspectos, porém sempre sendo um debate respeitoso mútuo. Júlio Prado
também afirma que o julgamento do projeto Escola Sem Partido é muito subjetivo, já que
quem julga são pessoas aliadas a ideologia da direita conservadora que vem ganhando cada
vez mais espaço nas bancadas das Câmaras, do Congresso e do Senado, além de uma parte da
sociedade, mostrando-se cada vez mais suas garras preconceituosas em formas agressivas de
imposição e afins. No capítulo “Escola sem Partido: a criminalização do trabalho
pedagógico” escrito por Marise Nogueira Ramos no livro “Escola ‘Sem’ Partido: Esfinge que
ameaça a educação e a sociedade brasileira”, Marise comenta sobre isso no trecho:

“Além de se manifestarem de forma arrogante, sem nenhuma ética nem respeito com
os educadores e a sociedade em geral, emitem uma mensagem de certeza e
proposição de ideias supostamente neutras, mas que escondem, na verdade, um teor
fortemente persecutório, repressor e violento. Trata-se, na verdade, de uma estratégia
cujo conteúdo, mais cedo ou mais tarde, será explicitado, porém, mediante a
obtenção do consenso na sociedade, que poderá legitimar a coerção como caminho
aberto para a violência em direção àqueles que não conjugam da mesma afiliação
ideológica conservadora como eles.” (RAMOS, 2017, p. 76)

Quando perguntado se questões como equidade de gênero, sexualidade e religião deveriam


ser debatidos na escola ou se eram de responsabilidade apenas da família, o coordenador até
se espantou e achou que a pergunta não mais é oportuna para os dias atuais, visando que tem
que temas como esses não só podem, como devem ser debatidos em todo lugar e a escola é
um dos principais lugares para fomentar questões como essas, através do respeito, debate,
reflexão e construção do conhecimento.
Voltamos ao assunto sobre Escola sem Partido e acrescentamos a pergunta a respeito do
Movimento Brasil Livre (MBL), Júlio respondeu categoricamente que o ESP é um absurdo e
coloca a educação em uma situação preocupante, já que é uma forma de cada vez mais
manipular e deixar as pessoas mais alienadas sem reflexão do que acontece ao seu redor e que
reflete em torno de grande parte da população e assim acaba ficando mais fácil de
manipulá-las. Sobre o Movimento Brasil Livre, afirmou: “é um movimento ultraconservador
que se veste da figura de novo com alguns poucos jovens e que tenta passar uma imagem de
algo novo que na verdade estão representando uma política velha, arcaica, conservadora,
elitista e que mantém sim um fosso muito grande, uma desigualdade muito grande na nossa
sociedade.
Perguntamos a respeito das dificuldades dos alunos. “A escola, na verdade, é um reflexo da
sociedade não tem como ser diferente. Isso é muito importante, que todos os debates possam
existir, você deixar a escola fora desse debate é impossível. Todas as questões sociais
abordadas anteriormente existem na escola, então a instituição tem que fomentar debate,
reflexão.”
Quando questionado sobre como a escola lida com os casos de LGBTfobia e racismo, o
coordenador afirma com todas as palavras que é contra qualquer tipo de intolerância e
desrespeito, e, por conta de, eventualmente, proporcionar debates e grupos de estudos
trazendo essas questões a bordo como uma forma de buscar uma “nova consciência”, Júlio
comenta que há poucos casos, porém, quando chega a acontecer alguma violência verbal ou
física em relacionado a esses temas, a gestão conversa individualmente com a pessoa ou
grupo envolvido, e, geralmente, até familiares, para tentar resolver impasses como esses.
Posteriormente, colocamos em questão um assunto ainda pouco abordado no âmbito escolar:
a saúde mental. Júlio Prado é sincero ao dizer que, infelizmente, a escola não tem uma
estrutura própria, uma autonomia na contratação de profissionais, organização de palestras,
rodas de conversas, projetos e afins, para abordar o assunto, porém conta, esporadicamente,
com parcerias do campo de psicologia de universidades e instituições, como por exemplos:
Unifor, UECE, UFC e IPREDE, para trazer palestras, oficinas etc, mas afirma que,
lamentavelmente, ainda é pouco.
A respeito das leis 10.639 e 11.645, o professor não hesitou em afirmar que são
importantíssimas e que elas estão sendo colocadas em prática, principalmente, nas turmas de
primeiros anos, com a disciplina de História 2 onde vem sendo abordada as questões dos
povos indígenas e cultura afro brasileira e, consequentemente, racismo. “A gente teve através
dos meios de comunicação tradicionais e comerciais, a inserção de um pensamento
hegemônico que perdura há muitos anos em nossa sociedade e nós temos que remar contra
essa maré do senso comum e com certeza a escola exerce um papel fundamental”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do assunto apresentado, junto a entrevistas, observações e com base na leitura dos
textos que foram apresentados, podemos concluir que a realidade de um professor de
Sociologia em uma escola é difícil e cansativa. A sobrecarga de horários e de número de
salas, dificulta o trabalho do professor como profissional. Há uma grande dificuldade também
com professoras do gênero feminino para conseguirem achar um local de fala e que sejam
levadas a séria, há uma grande presença de machismo, tanto em relação a professoras, como
de comentários feitos de professores em relação às alunas, como a professora Fernanda
relatou em sua entrevista quando perguntada sobre o ambiente escolar. Pode-se perceber
também que ambas das falas, tanto da gestão, como da professora, foram falas que
partilhavam da mesma ideia e mesmas opiniões. Existem dificuldades dentro da escola e uma
pequena negligência da estrutura das salas com os alunos, que afeta a aprendizagem e o
desenvolvimento do aluno. Podemos concluir que há uma grande dificuldade no meio
profissional e que muitas coisas precisam serem melhoradas, tanto da escola para os
professores, como da escola para os alunos.

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