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Fatos Importantes:
A. Era extremamente importante que Mateus demonstrasse a seus leitores
judeus o fato de que pela genealogia de Jesus, o Messias, era possível remontar a
Abraão, por intermédio de Davi. Abraão era o patriarca da nação e Davi o mais
respeitado dos reis de Israel e, pela genealogia Jesus era descendente legítimo de um e
sucessor inegável do outro.
E. Neste livro Jesus manifesta sua autoridade sobre as instituições centrais da
nação:
1. a Lei (5.21-28)
2. o sábado (12.8): "Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor."
3. os profetas (12.41): "Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a
condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui
quem é mais do que Jonas."
4. o templo (12.6): "Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o
templo."
5. o rei (12.42).: "A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com esta
geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que Salomão."
EVIDÊNCIA EXTERNA
– Papias (80-155): “Mateus compilou as ‘Logias’ em língua hebraica e cada um
as interpretou como podia” (Eus. His. XXXIX. 16). Teriam sido escritas em aramaico?
– Irineu (140-203) diz que “Mateus também formou um Evangelho escrito entre
os hebreus na sua própria língua (Contr. Heresias III. 1)”.
– Orígenes no 3° séc. e Eusébio no 4° séc. também atribuem a Mateus a autoria.
EVIDÊNCIA INTERNA
– O escritor era um judeu cristão. O livro de Mateus é distintamente judaico.
Há 53 citações diretas do Antigo Testamento: mais do que qualquer outro livro do
Novo Testamento.
– Usa “o reino dos céus’" 35 vezes e “de Deus” apenas 5 vezes. Os outros
Evangelhos usam “reino de Deus”.
– “Filho de Davi”: 8 vezes. Para não ofender os judeus que não gostavam de usar
o nome “Deus” com frequência.
– Compare a festa de Mateus (Mt 9:9s) e Lucas 5:29 (“...um grande banquete em
sua casa e numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa”).
– Possivelmente o uso dos termos relativos à moeda indicaria que o autor era
uma pessoa acostumada a lidar com dinheiro. Moeda do tributo: “Trouxeram-lhe um
denário ...” (22:19). Frequentes referências a dinheiro.
O HOMEM MATEUS
– Filho de Alfeu (Mc 2:14) mas não o irmão de Tiago (Mt 10:3). Outro nome: Levi
(Mc 2:14). Mateus seria nome cristão?
– Era fiscal de impostos em Cafarnaum. O comércio cruzava o mar de Galileia e
seguia para o Egito no Sul ou Damasco no Norte, portanto, aquela cidade era
apropriada para semelhante atividade.
– Teria bom conhecimento das línguas aramaica e grega; era homem bem
instruído.
– Fez o banquete para celebrar sua “conversão”, assim como Zaqueu, ao
mostrar-se arrependido.
DATA
– Não temos suficientes dados para apontar, a não ser que foi antes da
destruição de Jerusalém. J. A. T. Robinson — Relating the New Testament — mostra a
fragilidade dos argumentos liberais que dão datas assim. Herd: 80-100, Sparks: 70-100,
Mc Neille: 80-85 e Hunter: 85.
– Escrito depois de Marcos, que ele provavelmente cita [ c. 50-60 ]
– Alguns acham que o primeiro lugar no cânon do Novo Testamento é sinal de
antiguidade. Seria o primeiro livro escrito.
– Para ser aceito deveria ter apostolicidade e antiguidade, além de ser
autêntico.
– A Igreja dos primeiros anos era judaica (At 2-7), assim, os destinatários seriam
judeus.
PROPÓSITO
– Criar um elo entre os dois Testamentos, para convencer judeus de que Jesus
era o Messias prometido no Antigo Testamento.
– Irineu, Orígenes e Eusébio creram que esse Evangelho foi escrito para os
judeus de fala grega, em volta de Antioquia. Tem forte tom apologético.
– Objetiva confirmar judeus na fé, pois estão sendo pressionados e perseguidos.
Veja também Hebreus.
– Para salvar o Antigo Testamento para a Igreja. (Havia uma forte pressão de
alguns, como Marcião, que omitiu todos os Evangelhos do seu cânon, a não ser Lucas.
Dizia que o Deus do Antigo Testamento não era o mesmo Deus do Novo Testamento.
Marcião foi considerado herege.)
– Foi escrito também para dar importância a Pedro – cf a Ig. Católica.
Obs.: A posição de Pedro é também defendida por alguns teólogos evangélicos;
isto, porém, não converge para o ponto de vista comum da maioria dos crentes. A
interpretação mais aceita é a de que a “pedra” a que Jesus se refere está na palavra
“Cristo”.
– O livro traz uma ênfase sobre o juízo (7:21,22; parábolas, 25:1-46).
LUGAR DE ORIGEM
– Antioquia da Síria. Foi escrito para os judeus da Síria e da Palestina.
– Sua finalidade era instruir e catequizar cristãos e inspirar uma fé mais profunda
em Jesus.
TEMA
“O Reino dos céus” (de Deus) e “o povo do Rei”.
PECULIARIDADES
CONTEÚDO
– A pessoa de Cristo está relacionada com a estrutura do Evangelho.
– Em 1:1-4:16 - Preparação para o Messias, Ele segue a linhagem de Davi. Os
magos do Oriente reconhecem que Jesus é herdeiro do trono. As tentações mostram
(4:8s) “os reinos deste mundo e a glória deles” como pertencentes a Satanás, contudo
de maneira legítima, através do esforço dos Seus discípulos, devem ser tirados daquele
e oferecidos a Jesus.
– Em 4:17-7:28 são tratados os Princípios do Reino.
– Em 8:1-11:1, o poder do Reino. Jesus tem poder sobre doenças, curando-as;
sobre a Natureza, acalmando-a; sobre o poder satânico, vencendo-o; sobre o pecado,
perdoando; e sobre a morte, ressuscitando.
– Em 11:2-13:53, temos o programa do Messias: obras, pregação, revelação do
Pai, predição de sua morte e as parábolas.
– Em 13:54-19:2, o propósito do Messias declarado: a incredulidade dos
conterrâneos, a oposição de Herodes, a pressão da multidão, as críticas dos fariseus.
– Em 19:3-26:2 os problemas do Messias são apresentados.
– Em 26:3-28:10, a paixão do Messias é consumada.
– Em 28:11-20, o epílogo.
TEMAS PRINCIPAIS
Cristologia
– O nascimento de Jesus é precedido por uma genealogia hebraica. Ele
pertence à linhagem real, pois descende de Davi. Nessa genealogia, quatro mulheres
(que normalmente não seriam incluídas), aparecem. Três delas de comportamento
moral condenável (Tamar, Raabe e Bate-seba). Nenhuma é judia. A genealogia jurídica
de Jesus passa pelo pai (José), mesmo não sendo pai terreno. Jesus, herdeiro legítimo
do reino de Israel.
– Jesus Cristo. Título formal (1:1) e mais 2 vezes.
– Jesus aparece 150 vezes e Cristo, 17 vezes. Na literatura judaica, Cristo-
Messias seria o rei que traria Salvação na época final, cf. SI 2:2; 18:50 e l Sm 2:10.
– O Filho de Davi (10 vezes). Comum no período interbíblico para indicar o
Messias (II Sm 7).
– O Filho de Deus. Nunca nos lábios de Jesus. Está nos desafios de Satanás
(4:3,6) e Caifás (26:63). Mas Filho, sim: 10-12 textos.
– Mateus mostra que Jesus juntou os conceitos Messias davídico e de Deus-
Redentor em uma só pessoa.
– Senhor (kyriós), ligado à LXX, é ambígua, mas implica a divindade de Jesus.
– Maria, uma virgem (Is 7:14) — os judeus entenderam no período pré-cristão
que a moça (bethulah) seria virgem.
Israel e a Igreja.
– Começa com Abraão, mas conclui com a Grande Comissão, ampliando a
promessa para todas as nações (gentios).
– Há elementos que destacam os gentios: 2:1-12; 4:14-16,25; 8:5-13; 10:18;
13:36-52; 15:21-28; 24:9,14, etc.
– O “Reino dos céus” pode significar mais do que reino de “Deus”. Ele deve
incluir o Filho (Cl 1:13)-cf. 5:35; 16:28; 25:31,34,40; 27:42. Mateus não fala de um
futuro de Israel como um povo de Deus distinto. – Ninguém fala mais do juízo final e
do inferno (gehenna) do que Jesus, em Mateus.
C. Outros temas
– Teologia. Deus é Pai. Veja o interesse que tem por todos nós (5:43- 45; 6:1
-4,6,18; 7:11; 10:19-20) e pela criação (6:26-30; 10:29; 15:13). Deus tem compaixão
dos pequeninos (11:25; 18:10,14). Responde à oração (6:9-13; 18:19).
– Eternidade e inerrância das Escrituras (5:18-19).
– A Paixão ocupa uma sétima parte do conteúdo do livro. Discipulado,
contrastando com as escolas dos rabinos: os discípulos não debatem com o Mestre.
Jesus exigia um compromisso absoluto. Serão transformados em pescadores de
homens. O discipulado exigiria sacrifício que requeria autonegação e não soberba;
devem esperar perseguição. Devem viver santamente, cheios de bons frutos e de
amor.
– Note que as Bem-aventuranças (cap. 5) são qualidades que caracterizam o
discípulo.
– Podemos imaginar a existência de implicações para uma comunidade que vivia
as tensões entre o judaísmo e a Igreja.
MARCOS
Propósito:
Marcos escreveu para leitores romanos. Por esta razão, a genealogia de Cristo
não é incluída (quase não teria significado para os gentios), o Sermão do Monte não é
mencionado e a condenação dos partidos judaicos recebe pouca atenção. Marcos
achou necessário interpretar algumas palavras aramaicas e usou palavras latinas não
encontradas nos outros evangelhos. Este evangelho enfatiza o que Jesus fez, em lugar
do que Jesus disse.
Fatos Importantes:
MARCOS
Data: 50 a 60 d.C.
Tema: A vida de Jesus e sua humanidade.
JOÃO MARCOS
– É o filho de Maria. Acompanhou Paulo e Barnabé na primeira viagem
missionária, abandonando-os por alguma razão desconhecida, pouco tempo depois,
por volta do ano 43 ou 44 d.C. (At 13).
– Chamado de hyperetas, “remador”. No Novo Testamento dá a idéia de
“catequista” ou “auxiliar”.
– Quando Barnabé quis levá-lo na segunda viagem missionária, Paulo o
recusou, contendendo com Barnabé. Por causa disso, ambos então se separaram.
Barnabé, no entanto, não desistiu de confiar no jovem (At 15). >>>>> 2Timóteo
4:11 Paulo solicita trazê-lo: "Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo,
porque me é muito útil para o ministério."
– A Igreja primitiva reconheceu João Marcos como o autor do segundo
Evangelho. Papias, que morreu em 165 d.C., diz que “Marcos escrevia acuradamente
tudo quanto lembrava”. Eusébio relembra essa menção em sua História Eclesiástica.
Irineu disse que Marcos foi discípulo e intérprete de Pedro.
– Escreveu o seu Evangelho da mesma maneira como Pedro pregava. Tertuliano,
Orígenes, Euzébio (pais da Igreja), atribuem a Marcos a autoria desse Evangelho.
– Os manuscritos antigos trazem como Kata Markon, indicando que esse
Evangelho é da autoria de Marcos.
EVIDÊNCIAS INTERNAS
– A mais importante referência dentro desse Evangelho encontra-se em 14:51-
52. [sobre o jovem nu]
– Provavelmente foi na casa da mãe de João Marcos que Jesus celebrou a última
Páscoa.
– Há uma descrição detalhada do cenáculo. Aconteceu numa sala de cima,
indicando tratar-se de uma casa grande e bem abastecida. É para essa mesma casa que
Pedro se dirige após a sua prisão, para se encontrar com os discípulos (At 12:12).
– O autor mostra bastante familiaridade com a cidade de Jerusalém (Mc 11:1).
Conhecia também o aramaico (Mc 5:41; 7:34), as instituições e os costumes dos
judeus (1:21; 2:14-16; 7:2-4).
– Por dez anos (50-60) não temos qualquer notícia acerca de João Marcos. Em
Colossenses 4:10, quando – Paulo estava preso em Roma, há uma frase citando
Marcos, um dos únicos da circuncisão que permaneceram junto dele.
– Em Filemom 1:24, o apóstolo menciona Marcos como um dos seus
cooperadores.
– Em II Timóteo 4:11, aparece como amigo leal de Paulo.
– Há uma referência afetuosa de Pedro a Marcos em I Pedro 5:13. Estava com
Pedro em Roma antes deste ser morto.
– Há uma tradição não muito provável que ele teria fundado a Igreja de
Alexandria.
O EVANGELHO DE MARCOS
A. Foi o primeiro evangelho a ser escrito, provavelmente por orientação de
Pedro.
B. Mais de 90% deste livro encontra paralelo em Mateus e Lucas. Alguns
estudiosos crêem que Mateus e Lucas se valeram de Marcos por este ter sido escrito
primeiro.
C. Marcos é um evangelho de ação, cheio de milagres e discursos estratégicos,
com repetição das palavras.
D. A expressão logo é escrita dezenove vezes e imediatamente dezessete vezes.
E. Marcos não inclui genealogia alguma, leis judaicas ou profecias ou Escrituras
judaicas. Qual o romano que iria se importar com as origens de um servo ou com as
instituições da nação de Israel?
***** Uma forte evidência de os romanos serem os destinatários está no fato
de Marcos explicar expressões e termos judaicos como thalita cumi (5.41); corbã
(5.11) efatá (5.34) e costumes judaicos (7.2-4), desnecessário a quem os conhecia.
PROBLEMA TEXTUAL
– O fim do livro é muito contestado. Os manuscritos mais antigos omitem os
vv. 9-20, embora a maioria dos manuscritos mais novos os incluam.
ESBOÇO
PERÍODO DE PREPARAÇÃO (1:1-13).
O MINISTÉRIO GALILEU (1:14 - 9:50).
O MINISTÉRIO NA PERÉIA (10:1 - 52).
SEMANA DA PAIXÃO (11:1 - 15:47).
RESSURREIÇÃO (16:1-20).
DESTAQUES