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15 - Antipsicóticos
15 - Antipsicóticos
FARMACOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.
ANTIPSICÓTICOS
Os antipsicóticos ou neurolépticos são fármacos que se caracterizam por sua ação psicotrópica, com efeitos
sedativos e psicomotores. Por isso, além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento
sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia, também são utilizados como “calmantes” e em outros
distúrbios psíquicos. O uso dos antipsicóticos é, hoje, conduta padrão na terapia de psicoses agudas.
SINTOMAS DA PSICOSE
Psicose é um termo psiquiátrico genérico que se refere a um
estado mental no qual existe uma "perda de contacto com a realidade" ou a
própria esquizofrenia. Embora nenhum sintoma estritamente
patognomônico possa ser identificado, para fins práticos, é útil dividir os
sintomas de acordo com as fases da doença, tais como:
Características pré-morbidas: introversão, isolamento social,
timidez, indiferença emocional, funcionamento social e escolar
insatisfatório.
Início dos sintomas (fase prodrômica): em geral ocorre na
adolescência e adulto jovem, com sintomas prodrômicos
inespecíficos (perda de energia, iniciativa e interesses,
comportamento estranho, negligência com aparência e higiene
pessoal).
Sintoma da fase aguda: surge o processo psicótico, com a perda
do contato com a realidade. Ocorrem delírios, alucinações (60-70%
destas na forma auditivas), incoerência e desagregação do
pensamento, inadequação afetiva, estereotipias e maneirismos.
Sintomas da fase crônica: embotamento afetivo, discurso
empobrecido, abolição da vontade, distraibilidade,
ensimesmamento.
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OBS : Costuma-se também agrupar os sintomas da esquizofrenia em
positivos e negativos, a depender do padrão de “atividade” destes
sintomas:
Sintomas positivos: são sintomas mais “ativos”, e estão presentes com maior visibilidade na fase aguda da
doença e são as perturbações mentais "muito fora" do normal, como que “acrescentadas” às funções
psicológicas do indivíduo. Entende-se como sintomas positivos:
Delírios;
Alucinações;
Distorções ou exageros da linguagem e da comunicação;
Discurso desorganizado;
Comportamento catatônico;
Agitação.
Sintomas negativos: são sintomas menos “ativos”, mas que afetam suas relações sociais, pois são resultado
da perda ou diminuição das capacidades mentais, acompanhando a evolução da doença. Entende-se por
sintomas negativos:
Afeto embotado;
Dificuldade de relacionamento;
Passividade;
Retraimento social apático;
Dificuldade de pensamento abstrato;
Falta de espontaneidade;
Pensamento estereotipado;
Pobreza afetiva – expressão.
TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA
De uma forma geral, o tratamento das esquizofrenias pode ser socioterápico e farmacológico, com base no uso
de neurolépticos.
Tratamento socioterápico: psicoterapia, terapia familiar e ocupacional.
Tratamento farmacológico:
o Neurolépticos típicos (afinidade por receptores D2)
Diminuem sintomas positivos e previnem recaídas (80% recaem no 1º ano sem medicação,
apenas 20% usando antipsicóticos).
Efeitos adversos: acatisia, parkinsonismo, hiperprolactinemia, discinesia tardia.
o Neurolépticos atípicos (afinidade por receptores 5HT2a, H1, D4)
São mais efetivos nos sintomas negativos em comparação aos típicos, mas também são
efetivos nos sintomas positivos.
A Clozapina está relacionada com agranulocitose
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www.medresumos.com.br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA
Os neurolépticos, uma sub-divisão dentro dos antipsicóticos, foram os primeiros fármacos desenvolvidos para o
tratamento de sintomas positivos da psicoses (alucinações e delírios). Seus efeitos adversos são caracterizados por um
conjunto de sintomas conhecido vulgarmente como impreganção neuroléptica ou efeitos extrapiramidais.
Como se sabe, a superatividade das vias neuronais de dopamina (e a diminuição dos níveis de acetilcolina) em
nível do sistema límbico cerebral é importante na patogenia da esquizofrenia. O receptor mais importante dessas vias é
o receptor dopaminérgico D2. Os antipsicóticos funcionam como antagonistas do receptor D2, diminuindo a sua ativação
pela dopamina endógena. Os efeitos de controle sobre os sintomas da esquizofrenia surgem quando 80% dos
receptores D2 estão bloqueados pelo antagonista. Atualmente, certos neurolépticos têm a capacidade de atuar nos
receptores serotoninérgicos, acetilcolinérgico, histamínico e noradrenérgico.
Efeitos colaterais: Prolactina aumentada (pois bloqueiam os receptores dopaminérgicos da via túbero-infundibular),
Efeitos anticolinérgicos (porque bloqueiam os receptores muscarínicos, que inclusive reduz os efeitos extrapiramidais),
Sedação (porque bloqueiam receptores histaminérgicos), Ganho de peso, Sintomas extrapiramidais (bloqueio dos
receptores dopaminérgicos da via nigro-estriada), Reações de hipersensibilidade (favorece e produção mastocitária de
histamina), Hipotensão (bloqueiam os receptores α-adrenérgicos).