- Fala concentrada em Raymond Wiliams - Teatro é um lugar onde voce precisa misturar teoria e pratica - Teatro é uma arte coletiva. Não se faz sozinho. Obriga sociabilidade, de produção coletiva do mundo imaginario criado - Teatro obriga contato com o outro, com a alteridade. Assumir uma personagem. Ter uma dimensão simbolica - Teatro tem potencial coletivista,integrador do teatro - Esse meu sonho “o teatro nos poe fora do mundo da mercadoria”porque é algo feito por amor, ele esbarra na realidade do trabalho teatral. Que é professional, que é posto no Mercado pra vender. Essa obra é unica, mas vai ser consumida. - Parte da coisa divertida, interessante do teatro, esbarra noutra coisa interessante….o mercado. A pressão mercantile existe. - A figura do diretor pode ser autoritária, que trabalha numa ideia e que impoe praticas aos outros. - As coisa que eu associava ao Mercado burgues, no teatro também acontecia. A figura autoritária que impunha suas ideias, a divisão hierarquica do trabalho e uma especie de fetichização da arte, como se a arte tivesse um viés spiritual. - Por um lado a arte me libertava de alguns estereotipos, ela reproduzia outras: autoritarismo, divisão hierarquica, etc. - Devo muito ao teatro: aprendizado politico, critico, o trabalho me aproximou de questões sociais. Devo ao teatro a uma formação estetica, politica, de vida que eu tive. Identificação pessoal minha - Raymond Williams: embora tenha ocupado espaço na academia, na gra- bretanha, ele é de origem proletária. - Uma das contribuições do marxismo é apresentar o quanto nossa vida cultural está ligada a nossa vida material - Um dos conceitos que entrou na cultura com força foi a de que toda a vida cultural (o juridico, a politica, filosofia, conhecimentos, todo campo do simbolico) é determinada por uma base material - A relação entre base produtiva e a superestrutura - Ideologia: falsa consciencia. - Os pensamentos dominantes numa sociedade são os pensamentos da classe dominante. Esse é um ponto. Marx e Engels querem mostrar que isso é um processo de construção historica. Nem o modo de produção capitalista está pronto, estável, nem a cultura está estável - O mundo cultural interfere na pratica, nas produções. (Engels). Williams diz: a gente precisa entender os processos de formação cultural, os processos de formação das bases materiais material para poder olhar como a cultura ocorre. Se não a gente vai trabalhar com uma ideia simplista de manipulação das classes dominantes sobre a sociedade. - Se fosse uma dominação (a burguesia nos domina culturalmente) bastava a gente desmascarar isso pra ter acesso a verdade da consciencia politica, seria facil o processo. E o processo nnao é facil. Porque muitas vezes a gente reproduz discursos da classe dominante sem saber que tá reproduzindo, as vezes por necessidade de incorporação ou proque nossa pratica nos obriga. - Há muitas mediações, muitas camadas nesse processo. - Williams passa a encontrar gente que pensa como ele – de que as formas são conteúdo. Elas falam temas sociais, elas contem visão social numa forma teatral, numa forma de cinema. Varios autores buscam essas mediações, desses processos se formando Escola de Frankfurt faz esse mesmo caminho. Ele encontra em Gramsci, que trabalha com a Hegemonia. Uma dominação cultural como totalidade que não é apenas de cima pra baixo, mas de todo um Sistema operando para manutenção dessa situação. - Wiiliams vê em hegemonia uma dominaçnao que se forma, uma ideia de processo - O conceito de hegemoinia ve as relações de dominio e subordinação como consciencia pratica, como efeito de saturaçao de todo processo de vida, nao apenas como atividade politico/economica, mas como identidades e relações vividas a tal profundidade que todo Sistema economico, politico e cultural parecem apenas limites de bom senso. - Hegemonia não é doutrinação, manipulação. É todo um conjunto de praticas e expectativas sobre a totalidade da vida, de forma interativa. Nossa percepçao de nós mesmos e de nosso mundo. É um Sistema vivido de significados e valores. Constitui um senso de realidade para a maioria das pessoas na sociedade. - Teatro: no tempo de Ibsen, a tragedia vai pro ambiente domestico, pra familia. Ele pega a tradição anterior e inventa uma tragedia da era burguesa. Enquanto no tempo de Shakespeare era privilegio da ariatocracia, pra ibsen vai pro ambiente domestic em crise. - Pra Williams, no momento em que uma nova hegemonia teatral se constitui, eu tenho que dialogar com varias coisas. Eu percebo que tem uma tradiçnao anterior que modela. A tradiçnao persiste porque se materializa em instituições concretas. Uma instituição concreta é o palco teatral. - A casa teatral foi construida porque alguem entendeu que havia uma tradição de operas que justificava ter uma casa teatral. - Williams começa a perceber que a tradição de forma, de culturas, elas se materializam em instituições, mas também em pessoas, em grupos que se formam. Ou seja, com formações culturais. Antes de alguem construir o teatro municipal, certamente muitas pessoas idealizaram uma formaçnao cultural que vem a se materializer nessa instituição, nesse predio. - Um processo hegemonico se liga a uma tradição que se materializa em instituições e que tem a ver com formações de grupos, de artistas, não artistas…e traduz em conexões com publicos que vão se formando. - Raymond Williams propoe que, para entender uma obra, se você olhar uma obra você tem que pensar que você tem elementos residuais, que vem do passado e elementos culturais emergentes que aparecem nessa obra, que sinalizam algo que tá surgindo nessa nova realidade, um novo pensamento que tá surgindo naquele momento historico. - Raymond Williams destaca que parte do trabalho critico que a gente tem que ter é conseguir entender porque determinadas formas foram prevalecendo, algumas se tornam genero e como elas contem as formas de pensamento dominante ou essa luta de pensamentos está materializado nela, na obra. - Williams discute a estrutura de sentimento. Se há, numa obra, elementos residuais e emergentes, qual a estrutura de sentimento. Como entender algo no momento presente desse algo? Como são os sentimentos, as formas, as intuições, nem sempre conscientes que aquela obra materializa? - Na relação entre arte e sociedade, é fundamental adotar um processo critico onde devemos epnsar os processos simbolicos, imaginarios, culturais, têm a ver com os processos materiais. Isso ee um pressuposto. - Se uma peça é boa, é porque ela teve um processo bom - Se tem algo novo, bom naquela peça, isso tem a ver com as relações materiais construidas ali. - Nossa vida material, de trabalho, forma nosso pensamento. - É importante um pensador como Williams que faz com que a gente veja o potencial de atividade e o potencial material das construções simbolicas - Importante evitar simplificações dos dualismos - Importante enfatizar o quanto essas situações tem a ver com tempo livre, com Liberdade em relação ao mundo do trabalho