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Site: Moodle EaD IFSC

Curso: 20.2_POSTEDPRO - Planejamento de Cursos para o Ensino Híbrido

Livro: Versão para impressão

Impresso por: Jeanine Catlein Felipi Ohf

Data: Thursday, 3 de December de 2020, 19:15

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Sumário
1 | Introdução
1.1| Introdução ao Ensino Híbrido

2 | Novos paradigmas da Educação

3 | Metodologias ativas

4 | O que é o ensino híbrido?

5 | Modelos do ensino híbrido

6 | Como incentivar a prática do ensino híbrido?


6.1 | Passos de implementação das tecnologias no espaço escolar*
6.2 | E o professor? Como fica?

7 | Planejamento de cursos e unidades curriculares


7.1 | Planejamento na prática

8 | Planejamento para o ensino híbrido


8.1 Como preencher o plano de aula
8.2 Modelos do ensino híbrido

9| Encerramento

Referências

Ficha Técnica

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1 | Introdução

TEDPRO | UC6 - Video contexto

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1.1| Introdução ao Ensino Híbrido

Inovações em sala de aula?!

Na trajetória pensada para este curso, é importante refletir sobre o contexto do mundo atual no que diz respeito à Cultura Digital, pensar sobre diferentes possibilidades de comunicação por meio
de tecnologias (as Linguagens Midiáticas), assim como experimentar e produzir recursos didáticos.

Vamos, nesse momento, ampliar nosso olhar para estratégias que envolvem as práticas educacionais, como foco para o Ensino.

Mas não qualquer ensino e nem o ensino com as teorias pedagógicas tradicionais. Embora esse foco seja essencial em qualquer prática educacional que venhamos a desempenhar, gostaríamos de
conversar com você sobre um tema que enxergamos como uma tendência que está por vir e que se desenvolve e ganha destaque, cada vez mais, devido ao desenvolvimento das tecnologias
digitais e sua influência no contexto educacional! Estamos falando do Ensino Híbrido!

Mas, o que isso tem a ver com as tecnologias na educação? Tudo! Você vai ver que são conceitos intimamente ligados e que um dá origem e suporte ao outro! Mas antes disso, vamos
compreender um pouco como chegamos até aqui e como podemos descrever todas essas mudanças que aconteceram no mundo da educação! Respire fundo e, com pensamento inovador (aquele
que você viu em Educação Inovadora) e sem medo de errar (lembra da piscina?), siga em frente.

via GIPHY

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2 | Novos paradigmas da Educação
O rápido desenvolvimento das tecnologias, em especial das tecnologias de informação e comunicação, provocaram e ainda continuam a provocar, a construção de novos paradigmas e muitas
mudanças comportamentais, certo? Ahh, você já estudou isso em outras unidades deste curso. E você também já viu que o mesmo aconteceu com os processos de ensino e aprendizagem, não é
mesmo? O autor Marcos Formiga (2009) descreve sobre este assunto no texto a seguir. Além dele, vários outros autores brasileiros reconhecidos na área, tais como Filatro (2004, 2008, 2009),
Kenski (2007) e Behar (2009) corroboram com o mesmo pensamento. Vamos ao texto? Aliás, vale apena conferir os estudos desses autores (dá uma olhada lá nas referências onde você pode
encontrá-los).

 Você precisa saber


Compreenda melhor os novos paradigmas de aprendizagem promovido pelo desenvolvimento das TICs com o texto a seguir.

 Artigo: Novos paradigmas da aprendizagem e o papel das TICs

Mas, e na prática? Como isso se consolida? No vídeo que segue, você encontra um exemplo de como estes novos paradigmas são capazes de transformar o espaço escolar. Muitos dos conceitos
que Formiga (2009) apresenta na sua tabela comparativa entre antigos e novos paradigmas aparecem concretizados na ação apresentada que relata uma experiência na cidade do Rio de Janeiro.

 E agora?

GENTE - SME-RJ

Ao assistir o vídeo é possível perceber a utilização de diferentes estratégias que relacionam-se com a integração das tecnologias no espaço
escolar... Você, até hoje, já vivenciou algum cenário educacional parecido com esse? Compartilhe com a gente e comente sobre os desafios e
as vantagens que você visualiza neste tipo de proposta...

 Contribua com a discussão clicando aqui

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3 | Metodologias ativas
No case apresentado no "Ginásio Experimental de novas Tecnologias Educacionais" (no vídeo anterior), é apresentado um novo modelo de escola que coloca o estudante no centro do processo
de aprendizagem. Mas, o que isso significa?

via GIPHY

Será isso?! Não... O que queremos destacar, nesse momento, em nosso estudos são as Metodologias Ativas... Já ouviu falar disso?

O modelo mais conhecido e praticado nas instituições de ensino é aquele em que o aluno acompanha a matéria lecionada pelo professor por meio de aulas expositivas, com aplicação de
avaliações e trabalhos, reconhece esse padrão? Pois esse método é conhecido como passivo, pois nele o docente é o protagonista da educação. Já na metodologia ativa, o aluno é personagem
principal e o maior responsável pelo processo de aprendizado. O que significa que o objetivo dessa abordagem é incentivar que os estudantes desenvolvam a capacidade de absorção de conteúdos
de maneira autônoma e participativa (LYCEUM, 2017). Resumindo:

 O principal objetivo das metodologias ativas é incentivar os alunos para que aprendam de forma autônoma e participativa, a partir de problemas e situações
reais. A proposta é que o estudante esteja no centro do processo de aprendizagem, participando ativamente e sendo responsável pela construção de
conhecimento.

E o que justifica o destaque para esse tipo de metologia?


Vários estudos concluem que, entre os meios utilizados para adquirir conhecimento, há alguns cujo processo de assimilação ocorre mais facilmente. Desse modo, temos como referência uma
teoria do psiquiatra americano William Glasser para explicar como as pessoas geralmente aprendem e qual a eficiência dos métodos nesse processo. De acordo com Glasser, o professor é um guia
para o aluno e não um chefe e orienta que, no processo de ensino e aprendizagem, não se deve trabalhar apenas com memorização, porque a maioria dos alunos simplesmente esquecem os
conceitos após a aula. Em vez disso, o psiquiatra sugere que os alunos aprendem efetivamente com você, fazendo.

Glasser fez afirmações contundentes sobre o processo de aprendizado, a favor que de que o aluno aprenda fazendo. Este conceito foi melhor exemplificado numa ilustração conhecida como ‘a
Pirâmide de William Glasser’, apresentada a seguir que nos permite concluir que, tendo como base os estudos deste pesquisador, os métodos mais eficientes quando se trata de aprendizagem está
inseridos na metodologia ativa.

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Legenda: A Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser
Fonte: Explorador, 2017.

É muito provável que, pelo menos em suas formas mais simples, você deve conhecer algum tipo de "Metodologia Ativa". Já ouviu falar em ensino por meio de projetos ou
por meio de soluções de problemas? Esses são exemplos típicos das metodologias ativas. Quer saber quais são as práticas ensino-aprendizagem mais comuns nas
metodologias ativas de aprendizagem? Vamos conhecer mais sobre algumas delas.

Aprendizagem baseada em projeto Aprendizagem baseada em problemas Estudo de caso Aprendizagem por pares

A aprendizagem baseada em projetos (ABP) – em inglês, project based learning (PBL) – tem por objetivo fazer com que os alunos adquiram conhecimento por meio da solução
colaborativa de desafios. Sendo assim, o aluno precisa se esforçar para explorar as soluções possíveis dentro de um contexto específico ― seja utilizando a tecnologia ou os diversos
recursos disponíveis, o que incentiva a capacidade de desenvolver um perfil investigativo e crítico perante alguma situação. Além disso, o professor não deve expor toda metodologia a ser
trabalhada, a fim de que os alunos busquem os conhecimentos por si mesmos. Porém, é necessário que o educador dê um feedback nos projetos e mostre quais foram os erros e acertos.

 E agora?
Percebeu como essas práticas não são tão novas assim? Teóricos como Dewey (1950), Freire (2009), Rogers (1973), Novack (1999), entre
outros, enfatizam, há muito tempo, a importância de superar a educação bancária, tradicional e focar a aprendizagem no aluno, envolvendo-o,
motivando-o e dialogando com ele (MORAN, 2015). E você, o que acha? Quais dessas metodologias ativas você já conhecia e já
experimentou? Compartilhe conosco, independentemente se a sua experiência foi como estudante ou como professor.

 Contribua com a discussão clicando aqui

As metodologias ativas são, na visão de Moran (2015) pontos de partida para avançar para processos mais avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de
novas práticas. Encontramos em Paulo Freire (1996) uma defesa para as metodologias ativas, com sua afirmação de que na educação de adultos, o que impulsiona a aprendizagem é a superação
de desafios, a resolução de problemas e a construção do conhecimento novo a partir de conhecimentos e experiências prévias dos indivíduos (BERBEL, 2011). Esse entendimento é especialmente
pertinente quando se trata de Educação Profissional e Tecnológica (EPT).

 Podemos dizer que a EPT requer uma aprendizagem significativa, contextualizada [...] que gere habilidades em resolver problemas e conduzir projetos nos
diversos segmentos do setor produtivo. Complementando esses requisitos de aprendizagem, devemos acrescentar que, mesmo que o sistema educacional
forme indivíduos tecnicamente muito bem preparados, é indispensável que eles sejam capazes de exercer valores e condições de formação humana,
considerados essenciais no mundo do trabalho contemporâneo, tais como: conduta ética, capacidade de iniciativa, criatividade, flexibilidade, autocontrole,
comunicação, dentre outros (BARBOSA; MOURA, p. 2013, p.52).

Nesse sentido, as metodologias ativas "têm um ideário favorável às necessidades da Educação Profissional e podem gerar práticas docentes inovadoras no contexto da formação
profissional, superando limitações dos modelos tradicionais de ensino" (BARBOSA; MOURA, p. 2013, p.49), apresentando diferentes benefícios.

Dentre as principais vantagens que as metodologias ativas podem proporcionar, a principal delas contempla "a transformação na forma de conceber o aprendizado, ao proporcionar que o aluno
pense de maneira diferente (já ouviu falar em fora da caixa?) e resolver problemas conectando ideias que, em princípio, parecem desconectadas" (GAROFALO, 2018). Para os cenários da EPT
pode possibilitar mais autonomia, confiança, senso crítico, empatia além de maior sentimento responsabilidade e necessidade de participação e colaboração - características essenciais para
qualquer profissional dos de hoje, não é mesmo?

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 Aprofunde seus conhecimentos
Quer saber mais? Continue a sua leitura com o texto de José Moran (2015). Neste texto você encontrará diferentes modelos educacionais
inovadores que adotaram as metodologias ativas. Vale a pena conhecer!

 Mudando a educação com metodologias ativas

Se interessou pelo uso das metodologias ativas na Educação Profissional e Tecnológica? Então acesse o artigo a seguir que incentiva a revisão de
práticas tradicionais de ensino e discute possibilidades do uso destas metodologias na EPT.

 Metodologias ativas de aprendizagem na Educação Profissional e Tecnológica

Mas se você leu até aqui e ainda está pensando que essa é uma realidade distante leia a reportagem de Marcela Lorenzoni que pergunta: Por que as
metodologias ativas de aprendizagem não funcionam na América Latina?

 Por que as metodologias ativas de aprendizagem não funcionam na América Latina?

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4 | O que é o ensino híbrido?
O Ensino Híbrido ou Blended Learning (termo em inglês) é o mais recente formato de educação. O termo vem sendo usado com grande ênfase na área de educação e vem causando muitas
reflexões entre docentes e equipes pedagógicas de cursos. Diversos autores pesquisam e, cada vez mais, fortalecem esse novo formato educativo, criando e consolidando conceitos, características
e formas de aplicação. Todas as definições que permeiam o termo, entretanto, relacionam esse modelo à integração das tecnologias e à personalização do ensino. Isso porque as tecnologias
possibilitaram, como já vimos, diferentes formas de ensinar e aprender e colocaram o estudante como centro do processo do seu aprendizado, permitindo um respeito maior ao seu ritmo de
aprendizagem!

Não parece que estamos falando das metodologias ativas outra vez? E as similaridade com o Projeto GENTE do primeiro vídeo apresentado? Encontramos algumas, certo?
Isso porque todas essas temáticas estão inter-relacionadas.

Mas, o que é ensino híbrido afinal?

 Você precisa saber


O vídeo a seguir exemplifica esse cenário com o objetivo de definir o que é o Ensino Híbrido.

O que é Ensino Híbrido?

Portanto, conforme apresentado no vídeo, o Ensino Híbrido é uma proposta de integração das tecnologias digitais ao ensino onde o estudante aprende na escola (ensino presencial) mas também
por meio do ensino on-line (educação a distância) com elementos de controle sobre o seu tempo e ritmo do aprendizado. Essa abordagem permite ao professor obter informações individualizadas
sobre o desempenho dos alunos que permitem que ele atue com maior eficiência em relação às suas necessidades favorecendo a personalização do ensino.

As principais características do ensino híbrido são:

maior engajamento dos alunos no aprendizado;


melhor aproveitamento do tempo do professor;
ampliação do potencial da ação educativa visando intervenções efetivas;
planejamento personalizado e acompanhamento de cada aluno;
oferta de experiências de aprendizagem que estejam ligadas às diferentes formas de aprender dos alunos;
aproximação da realidade escolar com o cotidiano do aluno.

No Brasil, o tema vem sendo discutido entre os grupos de inovação tecnológica e educacional. Dentre as figuras relevantes deste cenário, o Instituto Península e a Fundação Lemman estão entre
os protagonistas no desenvolvimento de conteúdo, cursos, formações e experimentações sobre este tema (produtoras do vídeo acima, inclusive).

 Aprofunde seus conhecimentos


O Instituto Península foi fundado em 2010 e é uma organização sem fins lucrativos que tem como propósito transformar e potencializar vidas
para catalisar o desenvolvimento sustentável da sociedade. Para isso, atua nas áreas de Educação e Esporte.

Instituto Península

A Fundação Lemman também é uma organização sem fins lucrativo, mas é mais antiga, foi fundada em 2002. Essa fundação atua somente na
área da educação, realizando uma série de ações voltadas à inovação, à gestão, às políticas educacionais e à formação de uma rede de jovens
talentos. Promove diversos cursos para estudantes e professores, assim como, em parceria com outras instituições, cursos em outras instituições.
Entre estas, destacam-se universidade estadunidenses, como Havard University, Yale University, Stanford University, Columbia University,
University of Illinois, University of California e MIT.

Fundação Lemman

Em conjunto, estas organizações desenvolveram o Grupo de Experimentações em Ensino Híbrído. Este grupo envolveu coordenadores e professores que, além de discutirem o ensino híbrido,
também apresentaram uma série de propostas e experiências que têm servido de inspiração para a implementação desta forma de ensinar na realidade educacional brasileira. Como resultado,
atualmente as Fundação Lemman e o Instituto Península trabalham juntos para desenvolver cursos e diversos conteúdos sobre o tema, abordando desde a otimização do espaço escolar até
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estratégias eficazes para verificação de aprendizagem. Além dos cursos on-line, publicaram também o livro "Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação" que apresenta
contribuições para professores que querem inovar, integrando as tecnologias digitais ao dia a dia de sua sala de aula. O primeiro capítulo deste livro é também nossa primeira leitura obrigatória
sobre o tema! Vamos aprofundar mais nossos conhecimentos?

 Você precisa saber


Esta primeira leitura obrigatória apresenta a Educação Híbrida como um conceito-chave para a educação atual e descreve como isso pode ser
integrado em modelos mais inovadores e também em modelos pedagógicos disciplinares.

 Educação Híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje

O mesmo autor da leitura obrigatória indicada também é o entrevistado do Prof. João Mattar no vídeo a seguir que registrou uma conversa entre esses dois especialistas que têm grande atuação e
relevância na área da Educação em nosso país! Vamos assistir?

Ensino Híbrido: João Mattar e José Moran

Ensino Híbrido

Internacionalmente, uma das grandes referências em Ensíno Híbrido é o Clayton Christensen Institute, um instituto de pesquisa dos Estados Unidos que tem reunido profissionais e experiências
com diferentes publicações na área.

 Aprofunde seus conhecimentos


O Clayton Christensen Institute, instalado na Califórnia – USA, publicou, em 2013, um material de base para essa nova forma de educação, no
qual comenta sobre a forma de trabalho no ensino híbrido tratando-o como uma inovação disruptiva. Quer conhecer o que é isso? Acesse o
material no link a seguir.

 Ensino Híbrido: uma Inovação Disruptiva?

O material desenvolvido pelo Instituto Península e pela Fundação Lemman, assim como as publicações do Clayton Christensen Institute, são as referências base deste nosso livro, conforme você
poderá observar nos capítulos seguintes. Vamos lá?

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5 | Modelos do ensino híbrido
No ensino híbrido, novas formas ou técnicas de trabalho vêm sendo desenvolvidas e têm sido denominadas "Modelos do Ensino Híbrido". Antes de conhecer com mais detalhes desses modelos,
vamos realizar a leitura a seguir que introduz o tema.

 Você precisa saber


Para introduzir a temática dos modelos de Ensino Híbrido, leia o material a seguir extraído do capítulo 02 do livro "Ensino Híbrido:
personalização e tecnologia na educação". Vamos começar a discutir o tema? Boa leitura!

 Introdução aos modelos de Ensino Híbrido

Agora que você já conhece quais são os modelos de ensino híbrido, vamos conhecer melhor cada um deles? Acesse a segunda leitura obrigatória deste capítulo para aprofundar seus
conhecimentos neste tema!

 Você precisa saber


Descubra aqui quais são e como podem ser implementados os modelos do Ensino Híbrido.

 Modelos de Ensino Híbrido

 Vídeo sobre os modelos de Ensino Híbrido

Entre os modelos de Ensino Híbrido existentes, pode-se dizer que os mais utilizados são:

1. A rotação de laboratório – técnica de ensino em que as aulas são intercaladas com momentos na sala de aula e no laboratório de informática, com conteúdos complementares, podendo,
por exemplo, ocorrer a aula inicial no laboratório de informática, para o aluno ter o primeiro contato com o tema; a segunda ou próximas aulas em sala de aula, para debater o assunto em
conjunto com colegas e professor e realizar exercícios; e, ainda, levar as práticas para fora das paredes da escola, realizando sua aplicação na sociedade.
2. Sala de Aula Invertida – esse talvez seja o modelo que desenvolve mais autonomia dos alunos, tornando-os ativos na construção do conhecimento. Ele consiste em três momentos para
realização do estudo, conforme apresentado no quadro a seguir, baseado em Trevisani (2015).

Momentos Atividade

Primeiro O aluno estuda o conceito que será visto na escola antes da aula, se preparando para as atividades a serem realizadas. Esse estudo pode ser feito baseado em referências
pesquisadas pelos próprios alunos ou em referências selecionadas pelo professor, que podem ser complementadas pelos alunos.

Segundo É o momento da aula, em que os alunos usam os conceitos aprendidos previamente para construir, com o professor, a aula, aplicando o que aprenderam e participando
ativamente da mesma. Nesse momento, o professor passa a atuar como um supervisor daquilo que foi aprendido pelos alunos, buscando identificar pontos estudados e validar
informações obtidas pelos estudantes.

Terceiro Este último momento é posterior à aula. Os alunos podem aprofundar o que foi estudado em um local externo à escola, buscando mais informações para complementar aquilo
que estudaram na aula. Esse momento é importante para os alunos solidificarem sua aprendizagem e buscarem assuntos ligados ao tema que sejam de seu interesse.

 Você precisa saber


Ainda com dúvidas? Então explore esse blog que traz mais detalhes sobre cada um dos modelos do ensino híbrido.

 Desvendando o Ensino Híbrido

Independentemente do modelo selecionado pelo professor para trabalhar com os estudantes, é fundamental que a aula e todo o programa do curso ou da unidade curricular seja planejado
detalhadamente, obedecendo todos os requisitos pedagógicos e metodológicos.

No ensino híbrido, reforçam-se, ainda mais, as mudanças de papéis dos participantes do processo educativo: o docente deixa de ser o foco central e as construções educativas ocorrem em
conjunto, tendo os estudantes grande papel de atuação no processo de ensino e aprendizagem.

Visualizar experiências práticas é interessante para reforçar o entendimento do novo formato. Para isso, assista ao vídeo a seguir, com o caso prático de Eric Rodrigues, professor de História, e
sua experiência com o ensino híbrido.

Tecnologia e Ensino Híbrido - por Eric Rodrigues

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Tecnologia/Ensino Híbrido - Eric Rodrigues - Transformar 2…
2…

 Aprofunde seus conhecimentos


Para ter mais detalhamento sobre os métodos do ensino híbrido, verifique os materiais a seguir. Vale à pena conferir!

 Aprender e ensinar com foco na educação - Lilian Bacich e José Moran.

 Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida - José Armando Valente.

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6 | Como incentivar a prática do ensino híbrido?

Fonte: Debora Garofalo, 2018.

E agora você pode se perguntar: mas como incentivar a aplicação de novos modelos e ações inovadoras, como as metodologias ativas e o ensino híbrido na educação, em nossas instituições? Para
responder essa pergunta, diversos estudos apontam algumas orientações. Conforme a professora Anna Penido destaca, para que a tecnologia possa de fato ser implementada em um espaço
educacional, é preciso:

Assegurar infraestrutura:

 Conectividade
 Rede lógica com Wi-Fi
 Equipamentos cada vez mais móveis
 Uso quase transparente

Garantir recursos digitais cada vez mais diversificados e qualificados:

 Fomentar produção por empreendedores, educadores e até alunos.


 Permitir que estejam disponíveis para escolas, professores e alunos de forma gratuita ou adquiridas pelas redes como o livro didático.
 Avaliar para que sejam sempre aprimorados.

Formar professores:

 Utilizá-las na própria formação para que eles se familiarizem.


 Oferecer referências do que pode ser feito.
 Disponibilizar ferramentas.
 Usar para que troquem conhecimentos e práticas.

Mobilização da sociedade, especialmente famílias e alunos:

 Compreender como utilizar com propósito e da melhor maneira para que juntos possamos garantir o direito de todos os brasileiros a uma educação de qualidade, que prepare para a vida e
permita a aprendizagem ao longo de toda a nossa existência.

As reportagens a seguir também buscam orientar formas de estimular ações inovadoras na Educação, seja simplesmente para um uso mais intenso e adequado das tecnologias, seja para aplicação
de novos modelos, como é o caso do Ensino Híbrido. Vale a pena conferir esses estudos e as dicas que eles contêm!

 Formas de incentivar o professor a querer usar tecnologia

 15 passos para adotar tecnologias em sala de aula

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6.1 | Passos de implementação das tecnologias no espaço escolar*

Fonte: pxhere.com

Tudo o que vimos até aqui aponta para o fato de que não falamos mais do computador na escola e, sim, de uma tecnologia que permite ao estudante trafegar em um mundo virtual, em meio a
milhões de informações, conteúdos e materiais, concorda? Esses dados adentram o espaço escolar modificando a cultura organizacional por meio das novas relações estabelecidas dentro e fora da
escola, por redes sociais tão presentes no cotidiano de alunos, professores, equipe pedagógica, gestores e pais.

Portanto, a questão da integração das tecnologias no contexto escolar ultrapassa os limites da sala de aula.

A integração das tecnologias no contexto escolar


não restringe-se somente à relação entre alunos...

 Para que a inclusão digital prevaleça e que seja utilizada em prol da melhoria da qualidade da educação, o apelo para a colaboração e a participação ativa não
pode mais se restringir à relação entre alunos. As diversas tecnologias – entre elas a Internet com seus infinitos recursos – oferecem meios para que a
colaboração e as aprendizagens decorrentes delas ultrapassem os limites da sala de aula, que alunos participem de redes de aprendizagem com outros alunos
de sua escola, de outras escolas de seu bairro, de sua cidade, do mundo, e possam participar de transformações que vivem para a construção de um mundo
melhor e mais justo.

A integração das tecnologias no contexto escolar


ultrapassará a ação do professor...

 Para que a tecnologia possa ultrapassar os limites do laboratório de informática, bem como o espaço da sala de aula, podemos antever que a questão da
integração curricular das tecnologias ultrapassará a ação do professor. Portanto, se realmente queremos que as tecnologias representem benefícios na
aprendizagem e na vida dos alunos, temos de começar a enxergar a escola como um todo, analisar as possibilidades, os limites e os entraves para a escola se
tornar realmente um espaço de inclusão social e digital, levando de fato nossas crianças e jovens a aprender mais e melhor.

Vimos isso nos modelos de ensino híbrido, correto? Alguns deles somente são possíveis de serem implementados se houver em toda a instituição de ensino alterações em diferentes dimensões
(espaços, currículos, tecnologias etc).

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Legenda: Categorias do modelo de integração de tecnologias
Fonte: Vosgerau e Pasinato (2012 apud VOSGERAU, 2012, p. 38).

Vosgerau e Pasinato (apud VOSGERAU, 2012) propõem um modelo a ser utilizado para promoção das tecnologias no contexto escolar que considera, além do professor e do aluno, os recursos
tecnológicos disponíveis na escola, o envolvimento da equipe gestora, os documentos normativos da escola e a comunidade influenciada pela instituição de ensino. Ainda em relação a esse
modelo, as autoras destacam que não há um único ponto de partida para a integração das tecnologias no contexto escolar, ou seja, o modelo é circular e o início por qualquer uma das categorias é
válido. Pode-se iniciar, por exemplo, a partir das exigências e iniciativas de uma comunidade escolar ativa e participante, a partir do incentivo da equipe gestora (pedagogos e diretores), a partir
da instalação de computadores e disponibilização de acesso à Internet, a partir de atividades desenvolvidas pelos alunos que tenham acesso à tecnologia em suas casas, a partir da reestruturação
do projeto político-pedagógico da escola, enfim, a partir das atividades pedagógicas desenvolvidas pelo professor. Contudo, para que o processo ocorra mais rapidamente e de forma mais
duradoura, as autoras sugerem que o desenvolvimento das categorias seja estimulado na mesma intensidade, para que todos os participantes do contexto escolar se apoiem mutuamente no
processo.

Em cada uma das categorias apresentadas, a integração passa por seis estágios:

 0. Não utilização
 1. Familiarização
 2. Conscientização
 3. Implementação
 4. Integração
 5. Tranformação

Talvez, neste momento, você se pergunte: mas como eu vou saber em qual estágio a instituição que eu atuo se encontra? Para responder à esta pergunta, as autoras disponibilizam um esquema
que mostra cada um dos estágios para cada categoria. Acesse o quadro a seguir e descubra.

Quadro com a proposta de indicadores de Integração das Tecnologias na Educação (VOSGERAU; PASINATO, 2012 apud VOSGERAU, 2012)

 E agora?
Observando o modelo apresentado para integração das tecnologia no espaço escolar, queremos saber a sua opinião: Será que um dia
atingiremos o grau mais alto de integração em todas as instituições de ensino? Isso é necessário? E mais importante, será que acreditamos e
queremos tais transformações? Cada um pode e deve ter suas próprias respostas a esses questionamentos... E nenhuma opinião está mais certa do
que as outras, são visões de mundo! E nós queremos saber a sua!

 Contribua com a discussão clicando aqui

*Texto extraído e adaptado de: VOSGERAU, D. S. R. A tecnologia nas escolas: o papel do gestor neste processo. In: BARBOSA, A. F. (org.). Pe
squisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil : TIC Educação 2011. São Paulo : Comitê Gestor da Internet no Bras
il, 2012. Disponível em: https://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/2/tic-educacao-2011.pdf. Acesso em: 5 set. 2019.

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6.2 | E o professor? Como fica?

Imagem: pxhere.com

Na situação atual, lentamente professores estão visualizando novas formas de trabalhar o processo de ensino e aprendizagem, que passa a ocorrer de forma mais colaborativa, já que o professor
deixa de ser soberano, dono do conhecimento. Os alunos passam a ter um papel mais ativo, deixam de ser meros expectadores de apresentação de conteúdos e passam a trabalhar em conjunto
com o professor na construção do conhecimento e do processo de ensino e aprendizagem. As autoras Konrath, Tarouco e Behar (2009) trabalham com assuntos relacionados à mediação
pedagógica e confirmam essa situação na atualidade:

 A perspectiva da mediação pedagógica pressupõe que o professor assuma um novo papel no processo de ensino-aprendizagem no qual ele medie as interações
do aluno com o objeto de estudo/conhecimento. Além disso, o uso das tecnologias é pensado como forma de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais
eficiente e eficaz no sentido de que a aprendizagem realmente aconteça e seja significativa (KONRATH; TAROUCO; BEHAR, 2009, p. 3).

O comportamento do professor se enriquece quando executa as funções de mediador, incentivador ou motivador da aprendizagem, apresentando-se como elo entre o aprendiz e sua aprendizagem.
Neste novo papel do professor, é interessante citar uma pesquisa realizada por mais de 50 especialistas sobre atuação na educação moderna. Essa pesquisa, publicada por Mariana Fonseca e Agda
Sardenberg (2013), indica as características da atuação dos professores, conforme você pode ver no quadro a seguir:

Quadro – Características de atuação do professor na nova educação.

Característica de atuação Descrição

Coerência Atuar em sintonia com o Projeto Político Pedagógico da escola, compreendendo seu papel e cumprindo suas metas.

Integralidade Compreender o estudante de forma integral, buscando identificar suas necessidades de desenvolvimento no nível intelectual, físico, emocional,
social, cultural.

Reconhecimento Conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade em que a escola e esses estudantes estão inseridos.

Empatia Acolher as diferenças, reconhecendo que cada estudante é único, aprende de uma forma diferente e vive em um contexto próprio.

Sonhos Conhecer os interesses, anseios e/ou o projeto de vida dos seus alunos e apoiá-los a alcançar seus objetivos.

Tempo Integral Considerar o estudante durante todo o tempo em que está na escola e não apenas na sua sala de aula.

Cumplicidade Conhecer as famílias de seus alunos, dialogar com elas e criar vínculos para fortalecer o seu desenvolvimento integral.

Trilhas Construir roteiros educativos que integrem disciplinas tradicionais com atividades complementares, saberes acadêmicos e populares, promovendo
o desenvolvimento integral dos alunos.

Colaboração Trabalhar de forma colaborativa com outros professores da escola, criando comunidades de aprendizagem para compartilhar desafios e propor
estratégias articuladas que respondam às demandas do desenvolvimento integral.

Relacionamento Estabelecer uma relação mais igualitária e dialógica com seus alunos, reconhecendo seus saberes e legitimando a sua capacidade de contribuição
com seu próprio processo de desenvolvimento.

Mediação Ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento, provocando o aluno a aprender a partir de seus próprios questionamentos.

Pesquisa Convidar o estudante a perceber a realidade como objeto de estudo.

Protagonismo Promover o protagonismo do aluno, incentivá-lo a ser autor e proponente do seu próprio processo pedagógico.

Participação Colaborar com a equipe gestora no sentido de apontar necessidades de infraestrutura, propor projetos e ações inovadoras e se envolver com
atividades do programa que extrapolem a sua sala de aula.
/
Acompanhamento Avaliar continuamente os processos de ensino-aprendizagem, em conjunto com seus estudantes, estimulando que reconheçam o que precisam
fazer para alcançar seus objetivos individuais e coletivos.

Aprendizagem Admitir que pode errar e aprender enquanto ensina, inclusive com seus alunos.

Fonte: Fonseca e Sardenberg (2013).

Focando no papel do aluno, é importante salientar que se espera dos alunos ou pelo menos se propõe a eles participação mais efetiva no processo de ensino-aprendizagem. O aluno continua sendo
o centro da preparação escolar, ou seja, é o foco de projetos políticos pedagógicos de cursos. Os professores se preparam para promover o ensino, mas com estratégias de práticas pedagógicas em
que o aluno é um ser atuante. Neste cenário de alunos participantes, eles precisam trabalhar, ou seja, participar efetivamente da busca da sua aprendizagem.

Se o que pretendemos é que o aluno construa seu próprio conhecimento, aplicando seus esquemas cognitivos e assimiladores à realidade a ser aprendida e desenvolvendo o seu raciocínio,
devemos permitir que ele exerça sua atividade mental sobre os objetos e até mesmo uma ação efetiva sobre eles. Isto é, os educandos devem ter papel ativo em sala de aula, colaborando de
alguma forma, ou seja, assim como o professor, eles também devem ser participantes, ou melhor, “sujeitos da história na medida em que a constroem ao lado de outros seres humanos, num
contexto socialmente definido" (LUCKESI, 1993, p.114).

Dessa forma, professores e alunos têm uma relação mais próxima, pois ambos são peças importantes no desenvolvimento do processo educativo. As tecnologias, por sua vez, têm a missão de
facilitar esse processo, oferecendo ferramentas de informação e comunicação para interações em tempo real ou diferentes tempos, sanando problemas de tempo e distância geográfica.

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7 | Planejamento de cursos e unidades curriculares
Há diferentes formas e ferramentas para se iniciar um planejamento de unidade curricular/curso. Porém, existem alguns elementos comuns que não podem ser ignorados, tais como: Quais os
objetivos de aprendizagem? Quais materiais e recursos serão utilizados para disponibilização de conteúdo? Como será a interação entre as pessoas? Quais estratégias e ferramentas serão
empregadas para atividades avaliativas?

Mas, fique atento(a): esses elementos precisam ser pensados de forma integrada. É por isso que, quando estamos pensando e organizando um curso ou unidade curricular, umas das ferramentas de
planejamento mais utilizadas é o Plano ou Matriz Instrucional do curso. Para Filatro (2008, p. 3), por meio da Matriz de Design Instrucional (Matriz DI):

 Podemos definir quais atividades serão necessárias para atingir os objetivos […], verificar quais serão os níveis de interação entre o aluno e os conteúdos, as
ferramentas, o educador e os outros alunos e que tipo de ambiente virtual será necessário para o desempenho das atividades.

A matriz instrucional, também denominada de projeto instrucional, é prescritiva, pois prescreve métodos, estratégias, atividades, ferramentas e recursos de ensino. Ela deve ser produzida,
inicialmente, pela equipe docente responsável pelo curso ou pela unidade curricular e funciona como um objeto fronteiriço (boundary object).

Objeto fronteiriço (Boundary object)

Objetos fronteiriços são recursos (softwares, documentos) que permitem que diferentes grupos trabalhem juntos de forma orgânica, não necessariamente linear, permitindo ao mesmo tempo
uma compreensão do todo e das partes, específicas de domínio de cada grupo (STAR, 2010). Um exemplo clássico são as plantas de construção civil, que promovem a interlocução entre
diferentes especialistas, por exemplo, de elétrica e de hidráulica.

Nesse sentido, a matriz instrucional não é um documento estanque. Ela serve de base para interlocução entre os envolvidos no planejamento, tanto na fase de definição e projeto, como na fase de
desenvolvimento de implementação. Por isso, ela pode (e costuma ser) alterada constantemente ao longo da concepção de um curso.

A sua produção deve ser compartilhada com a equipe multidisciplinar. Dessa forma, todos podem colaborar para que o resultado do processo ensino e aprendizagem seja mais efetivo. Como
plano, ela é prescritiva para fase de execução, pois prevê quais recursos e ações deverão ser desenvolvidos e implementados.

O modelo de Matriz DI apresentando a seguir foi adaptado de Filatro (2008). A proposta é que esse modelo seja norteador da etapa de planejamento de curso. A partir dessa matriz, é possível ter
um panorama da jornada dos estudantes no curso (seja presencial, híbrido ou, em especial, na modalidade a distância).

Objetivos de Estratégias e ferramentas de


Unidades e Carga horária aprendizagem Recursos educacionais (materiais) interação Avaliação

Principais unidades ou tópicos de organização Objetivo que se espera que o Recursos que serão utilizados para apresentar os conteúdos, tais como textos, vídeos, links, Aqui são sugeridas as interações em fóruns, Estratégias e

do conteúdo e a Carga Horária da unidade ou aluno alcance ao estudar este áudios (Objetos de Aprendizagem em geral), existentes ou que ainda precisam ser chats, web conferências, mensagens, entre ferramentas de

tópico. assunto. desenvolvidos. outras. avaliação.

Fonte: Cerfead/IFSC.

Observe que a matriz apresenta um formato de quadro e não é à toa. A ideia é que os recursos, as estratégias de interação e de avaliação deem conta de criar um percurso que leve o estudante a
atingir o objetivo de aprendizagem proposto.

No próximo tópico, veremos como aplicar essa matriz, na prática. Siga em frente!!

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7.1 | Planejamento na prática
Antes de mais nada, vale reforçar que o planejamento de um curso ou unidade curricular está sempre integrado a um sistema educacional. Esse sistema é composto pelos diversos subsistemas,
como estudado anteriormente, que compõem o contexto sob o qual o planejamento se constitui. Por exemplo, não há como planejar para EaD sem considerar as bases tecnológicas disponíveis. As
políticas, a estrutura organizacional, o perfil dos(as) estudantes, os processos, o orçamento, os prazos, etc. Esses fatores farão com que cada contexto seja diferente.

Partindo para a prática, vamos relatar o processo de elaboração da matriz considerando um sequenciamento lógico didático. Ao construir a sua matriz, você perceberá que o processo não é tão
linear. É comum o movimento de vai e vem, alterando itens já definidos.

Passo 1: Unidades/Tópicos e carga horária


1

A primeira coluna da matriz relaciona os tópicos a serem estudados ao longo do curso/disciplina e a carga horária destinada à cada tópico. Assista ao vídeo que segue para entender melhor.

Matriz Instrucional na prática - Etapa 1

Passo 2: Objetivos de aprendizagem


2

A segunda coluna da matriz apresenta os objetivos de aprendizagem de cada tópico. Eles serão seu horizonte sempre que estiver pensando nos recursos, atividades e avaliações. Veja como
proceder no vídeo que segue.

Matriz Instrucional na prática - Etapa 2

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No momento de definir os objetivos de aprendizagem, você poderá se basear na Taxonomia de Bloom.

Clique aqui e leia o artigo que separamos sobre o assunto.

Passo 3: Recursos educacionais/materiais didáticos


3

A terceira coluna indica os diversos materiais que serão utilizados ou produzidos para disponibilizar aos estudantes o conteúdo necessário. Considere sempre a relação entre o tipo de informação
X perfil dos alunos X tipo de mídia mais adequada X base tecnológica disponível. Assista ao vídeo e saiba mais.

Matriz Instrucional na prática - Etapa 3

Passo 4: Estratégias e ferramentas de interação


4

A interação é essencial no processo de ensino-aprendizagem. Nesta coluna, você indicará quais ferramentas e estratégias de interação você prevê para o curso, relacionando-as com os tópicos de
estudos. Assista ao vídeo que segue para compreender a proposta.

Matriz Instrucional na prática - Etapa 4

Passo 5: Avaliação
5
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A coluna de avaliação tem o objetivo de explicitas as estratégias e ferramentas que serão utilizadas no processo avaliativo. É possível, também, que os próprios recursos de interação façam parte
da avaliação. Veja mais no vídeo.

Matriz Instrucional na prática - Etapa 5

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8 | Planejamento para o ensino híbrido
O Quadro a seguir apresenta o template (modelo) de plano de aula para ensino híbrido, proposto por Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015).

NOME DO PROFESSOR DISCIPLINA


DURAÇÃO DA AULA NÚMERO DE ALUNOS
( ) Rotação por estações ( ) Laboratório Rotacional ( ) Rotação Individual[1]
Modelo Híbrido
( ) Sala de aula invertida ( ) Flex[2]

Obje vo da aula

Conteúdo(s)

O que pode ser feito para personalizar?

Recursos[3]

Organização dos espaços


Espaços[4] A vidade Duração Papel do Aluno Papel do Professor

Espaço 1

Espaço 2

Espaço 3

Insira uma linha a cada novo espaço

Avaliação
Como foi sua avaliação da aula?
O que pode ser feito para observar se os
(Aspectos posi vos e nega vos)
obje vos da aula foram cumpridos?

Recursos de personalização
pós-avaliação (opcional)[5]

[1] Para esse modelo, é necessário elaborar um roteiro individual de objetivos a serem cumpridos pelo aluno na(s) estação(ões).

[2] Para esse modelo, é necessário elaborar a etapa do plano de estudo do aluno a ser cumprido nessa aula.

[3] Entende-se por recursos tudo aquilo que o professor precisará para desenvolver sua aula. Por exemplo: equipamentos tecnológicos,
programas de computador, livros, cartolinas, sites, jogos etc.).

[4] Entende-se por espaço qualquer ambiente que possa ser utilizado pelo professor para realizar experiências de aprendizagem.
Por exemplo: laboratório de informática, sala de aula, sala de leitura, auditório, casa do aluno...

[5] A partir dos dados coletados no aprendizado do aluno nesta aula, será possível personalizar melhor a próxima.

A seguir, veremos alguns exemplos de planos de aulas propostos pelos autores para as diferentes modalidades do ensino híbrido.

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8.1 Como preencher o plano de aula
O quadro a seguir, elaborado pelo pessoal do blog pontodidática, apresenta como preencher o plano de aula.

Como fazer um plano de aula utilizando o ensino híbrido


O plano de aula é parte fundamental do planejamento para o ensino.
No ensino híbrido mais ainda, já que, só pelo planejamento é possível proporcionar uma experiência personalizada para os alunos.
Mas o que colocar num plano de aula de ensino híbrido?
O que é importante considerar?
Cabeçalho do plano de aula
É a identificação do seu plano.
Deve constar o nome do professor, a disciplina, o ano ou série, a duração da aula e o número de alunos.
Além disso, é aqui que deve ser assinalado que tipo de Modelo Híbrido será utilizado na aula
Por exemplo:
Modelo híbrido: ( X ) Rotação por estações ( X ) Laboratório Rotacional ( ) Rotação Individual ( ) Sala de aula invertida ( ) Flex.
Assinalamos que utilizaremos em nossa aula a rotação por estações e o laboratório rotacional.
Importante lembrar que cada modelo tem suas particularidades a serem observadas.
Em casos de aula de rotação individual é necessário elaborar também um roteiro individual de objetivos a serem cumpridos pelo aluno na(s) estação(ões).
Em caso de aula de modelo flex é necessário elaborar a etapa do plano de estudo do aluno a ser cumprido nessa aula.
Objetivo da aula
É o que você pretende com a aula.
Descreva aqui aonde você quer chegar com os alunos.
O que você espera que os alunos tenham aprendido ao final da aula?
Conteúdo
Do que se trata a aula?
Qual tema abordado?
Aqui você coloca a unidade temática que seja estudada, o assunto abordado.
O que pode ser feito para personalizar?
Esse ponto é um dos marcadores do ensino híbrido.
O que eu posso fazer para que cada aluno tenha uma experiência única de acordo com seu ritmo?
Por exemplo, para o modelo que escolhemos:
Criação de três estações onde cada uma delas conduz a aprendizagem de uma habilidade específica.
Ou a modalidade Flex onde os alunos poderão trabalhar ora na sala de informática, ora na sala de aula.
Recursos
Os recursos são tudo aquilo que você vai precisar para desenvolver sua aula.
Por exemplo: equipamentos tecnológicos, programas de computador, livros, cartolinas, sites, jogos etc.
Organização dos espaços
É considerado espaço qualquer ambiente que possa ser utilizado pelo professor para realizar experiências de aprendizagem.
Por exemplo: laboratório de informática, sala de aula, sala de leitura, auditório, casa do aluno.
Aqui é necessário descrever as atividades que serão pretendidas.
Espaços > Aonde vai realizar a atividade.
Atividade > O que vai realizar.
Duração > Por quanto tempo.
Papel do Aluno > O que o aluno tem que fazer.
Descreva a função do aluno na atividade.
Papel do Professor > O que o professor faz durante a execução da atividade.
Por exemplo:
Espaço 1: Estação com computadores
Atividade: Assistir os vídeos disponibilizados sobre fotossíntese.
Duração: 15 a 30 minutos.
Papel do aluno: Assistir os vídeos disponibilizados fazendo anotações de estruturas e do que ele compreendeu sobre a fotossíntese.
Anotar também dúvidas e pontos que o aluno acha interessante.
Papel do professor: A finalidade é que o aluno compreenda o conceito de fotossíntese.
O professor media essa construção pelos alunos.
Auxilia em dúvidas e direciona o aluno ao conteúdo.
Avaliação
De que forma você vai avaliar os alunos?
A proposta de avaliação no ensino híbrido considera alguns aspectos como:
O que pode ser feito para observar se os objetivos da aula foram cumpridos?
Por exemplo, pode ser solicitado aos alunos a confecção de um relatório individual.
No qual deverão descrever o que entenderam sobre o conceito trabalhado na aula.
Como foi sua avaliação da aula?
É uma avaliação par você professor.
O que você solicitou como avaliação foi o suficiente para saber que os alunos cumpriram os objetivos?
Quais aspectos positivos tiveram? O que deu certo?
E quais foram os aspectos negativos da avaliação? O que você precisa mudar?
Recursos de personalização pós-avaliação
Esse é um opcional na avaliação.
Mas ajuda bastante na personalização do ensino.
Já que, a partir dos dados coletados no aprendizado do aluno nesta aula, será possível personalizar melhor a próxima.
https://pontodidatica.com.br/plano-de-aula-ensino-hibrido/

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8.2 Modelos do ensino híbrido
Apresentamos a seguir modelos de plano de aula do ensino híbrido.

 Laboratório rotacional
 Clique para baixar

 Rotação individual
 Clique para baixar

 Rotação por estações


 Clique para baixar

 Sala de aula invertida


 Clique para baixar

 Modelo flex
 Clique para baixar

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9| Encerramento
Para concluir nossa discussão, primeiro tenho uma pergunta importante: você chegou a ver nosso vídeo de abertura? (Se você não viu, volta lá e dá uma olhadinha... Prometo que é rápido!).

Imagen: pxhere.com

Nossa ideia com esse vídeo foi mostrar como a educação tem se transformado ao longo de sua história e como a tecnologia têm influenciado essas transformações. Essas transformações
trouxeram diferentes possibilidades para uso das tecnologias na educação seja por meio de metodologias ativas ou por meio do ensino híbrido. Vimos também que, para a implementação de
ações inovadoras, todo o contexto educacional precisa mudar e adaptar-se e, talvez, seja neste aspecto que encontramos nosso maior desafio: ir além das mudanças das nossas ações, mudar
também o nosso modo de pensar! E para pensar de modo inovador será necessário considerar também nossa capacidade de se relacionar com a prática docente, não só a tecnologia, mas também
a imaginação. Soma-se ainda a necessidade de experimentação, considerando que os erros devem ser tão bem-vindos quanto os acertos, uma vez que ambos são capazes de promover
aprendizado tanto para aqueles que ensinam quanto para aqueles que aprendem!

Frase de um comercial de operadora telefônica [2005 - 2010]. Autoria da frase desconhecida.

Certamente que a implementação dos modelos de ensino híbrido, em especial, aqueles que são mais disruptivos, requer mais que apenas a mudança de pensar de cada um de nós, requer também
tempo, amplo acesso à tecnologias digitais e à uma internet de qualidade. Entretanto, mais do que isso, requer que todas as dimensões que envolvem os espaços educacionais, transformem-se (o
professor, o aluno, a comunidade escolar, os documentos normativos da escola e também a equipe gestora).

Para encerrar, gostaríamos de compartilhar com você uma palestra de Don Tapscoot, um pesquisador referência no estudo do impacto das tecnologias na economia e na sociedade e que apresenta
um visão muita esperançosa para todo esse cenário tecnológico atual! Vamos assistir?

The Open World [Um mundo aberto]

Esse vídeo já tinha sido apresentado para você na unidade curricular de Experimentação de Recursos Didáticos, quando estudamos os objetos de aprendizagem (está em uma apresentação

do Prezi, se procurar lá, vai encontrar!! É quase como procurar uma coruja outra vez!). Bom, certamente vale a pena ver de novo depois de tudo que estudamos nesta UC de Ensino

Híbrido. Espero que goste!

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Don Tapscott
Don Tapscott: Quatro princípios para o mundo aberto

E aí? Vamos juntos? Vamos fazer isso? Conte com a gente!

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Referências
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EXPLORADOR. William Glasser: psiquiatra americano, aplicou sua teoria da escolha para a educação. 2017. Disponível
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2019.

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Ficha Técnica

Título Ensino Híbrido

Autoria Sabrina Bleicher (2018)

Design gráfico e instrucional Sabrina Bleicher

Revisão textual Denise de Mesquista Corrêa

Revisão de ABNT Eli Lopes da Silva

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

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