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TEATRO

Os Comediantes
Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.06.2018

1938 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro


1947 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

Data/Local

Temas
Texto
Rio de Janeiro
Data/Local

1938/1947 - Rio de Janeiro RJ

Histórico

A companhia consolida o movimento de teatro amador que desde o Jnal dos anos 1920
procura transformar o panorama teatral no Rio de Janeiro, onde predominam montagens
comerciais de comédias de costumes. Com a encenação de Vestido de Noiva, de Nelson
Rodrigues, sob a direção de Ziembinski, Os Comediantes inauguram a modernidade no
teatro brasileiro.

A companhia nasce da inquietação de um grupo de intelectuais interessados na entrada,


mesmo que tardia, do teatro brasileiro no movimento iniciado pela Semana de Arte
Moderna. Amadores, Os Comediantes intentam modiJcar o panorama do teatro que se
faz na época, dominado pelo teatro de revista e pelos atores-empresários, tais como
Dulcina de Moraes, Procópio Ferreira e Jaime Costa. São seus fundadores Brutus Pedreira,
Tomás Santa Rosa e Luiza Barreto Leite. Segundo o crítico Gustavo Dória, o percurso do
grupo está bastante ligado ao da Associação de Artistas Brasileiros, fundada no início dos
anos 1930 e freqüentada por modernistas como Di Cavalcanti, Candido Portinari, Tomás
Santa Rosa e Lasar Segall 1 O espetáculo de estréia é A Verdade de Cada Um, de Luigi

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dramatúrgico e plástico, dizem não compreendê-lo.

Em 1944, a companhia alterna a direção de Ziembinski em Pelleas e Melisanda, de Maurice


Maeterlinck, e a de Adacto Filho em O Leque, de Carlo Goldoni, e leva seu repertório a São
Paulo. O ano de 1945 se sustenta apenas com a remontagem do sucesso de Nelson
Rodrigues. Em 1946, depois de encenar A Mulher sem Pecado, de Nelson Rodrigues, e Era
uma Vez um Preso, de Jean Anouilh, a companhia se proJssionaliza e, passando por
reestruturações de elenco e funcionamento, volta à cena com Desejo, de Eugene O'Neill, e
A Rainha Morta, de Henry de Montherlant, ambos ainda em 1946. No ano seguinte, a
companhia leva à cena Terras do Sem Fim, adaptado de Jorge Amado, Não Sou Eu..., de
Edgard da Rocha Miranda, e nova remontagem de Vestido de Noiva, com Maria Della Costa
e Cacilda Becker no elenco. São os últimos espetáculos do grupo, que encerra suas
atividades em 1947.

Entre seus principais integrantes estão Agostinho Olavo, Gustavo Dória, Carlos Perry,
Bellá Paes Leme, Adacto Filho, Graça Mello, Stella Perry, Armando Couto, Miroel Silveira,
Olga Navarro e Labanca.

Além da montagem histórica de Vestido de Noiva, que muda os parâmetros da encenação


brasileira, Os Comediantes, pela continuidade de sua atuação e sua opção de repertório,
reúnem, na sociedade carioca, um público interessado em espetáculos não convencionais
e não comerciais. A partir de então, investir no trabalho de equipe e na regência de um
encenador passará a ser algo essencial na construção de um espetáculo teatral.

Notas
1.
MAGALHÃES, Vânia de. Os Comediantes. In: O TEATRO através da história. Rio de
Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. v. 2. p. 157.

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